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“MILITÂNCIA E RESISTÊNCIA EM ‘OS
RATOS’ DE DYONÉLIO MACHADO: DO
INTROSPECTIVO PSICOLÓGICO DO
PERSONAGEM NAZIAZENO Á UMA
REPRESENTATIVIDADE COLETIVA.”
Profª. Rejane Biazatte
DYONÉLIO MACHADO
• Psiquiatra e escritor e comunista;
• Infância pobre e difícil;
• Dedicou-se aos estudos da Medicina e especializou-se em
Psiquiatria;
• Apaixonou-se por jornalismo e literatura e iniciou sua
carreira como escritor em 1927 lançando a obra “Um
pobre homem”;
• Publicou sua obra prima “Os ratos” em 1935, mesmo ano
em que foi preso duas vezes por questões políticas.
ENREDO “OS RATOS”
• Naziazeno funcionário público que ganha pouco e devia
muito;
• Cobranças e uma luta interminável para conseguir dinheiro;
• Um desafio: 24 horas para conseguir dinheiro para pagar o
leiteiro;
• Consegue já no final do dia, mas não consegue ficar tranquilo.
Acorda várias vezes a noite pensando que os ratos estavam
roendo o dinheiro que deixou em cima da mesa para o
leiteiro.
CONTEXTO HISTÓRICO
• Quebra da bolsa de NY em 1929 e suas consequências;
• Recessão agrícola da guerra (baixa dos grãos que levou os agricultores à bancarrota,
mas não chegou aos consumidores);
• Fechamento de bancos;
• Desemprego avassalador;
• A crise econômica em que o Brasil vivenciava na época (principalmente na indústria
cafeeira que fez com que trabalhadores se suicidassem);
• Mudança de estilo de vida (época de bonança para época do caos econômico) por
questões econômicas.
NAZIAZENO
• Naziazeno é fruto de uma realidade problemática que aponta uma classe
social que luta por sobrevivência, ou seja, por condições básicas de
subsistência, numa realidade urbana opressora. Em outras palavras, a
personagem não sonha em enriquecer ou passar a viver uma vida luxuosa,
simplesmente almeja quitar sua dívida com o leiteiro para continuar a
caminhada de tentar proporcionar uma vida digna à sua família.
INTROSPECÇÃO
PSICOLÓGICA
Preocupação em sanar a dívida com o leiteiro:
“Naziazeno mal percebe o que diz o motorneiro. Há um estribilho
dentro de seu crânio: “Lhe dou mais um dia! Tenho certeza!”... Quase
ritmado “Lhe dou mais um dia! Tenho certeza”... É que ele está-se
fatigado, nem resta dúvida. A sua cabeça mesmo vem-se enchendo
confusamente de coisas estranhas, como num meio sonho, de figuras
geométricas, de linhas em triângulo, em que há sempre um ponto
doloso de convergência... Tudo vai ter a esse ponto... Verdadeira
obsessão.”
INTROSPECÇÃO
PSICOLÓGICA
Sua consciência lhe apontando as cobranças da mulher
[...] “o pobre do nosso filho que não tem onde brincar”, “que
não pode ficar, Naziazeno, não pode ficar sem... “O leiteiro!...
O leiteiro! Há, por vezes, um alívio. É só a existência vaga e
dolorosa de uma coisa que ele sabe que existe, como uma vasa,
depositada no fundo da consciência, mas que não distingue
bem, nem quer distinguir” [...]
INTROSPECÇÃO
PSICOLÓGICA
Imaginando que os ratos estão roendo o dinheiro
“Na cozinha um barulho, um barulho de tampa, de tampa
de alumínio que cai. O filho ali na caminha tem um prisco.
Mas não acorda. São os ratos na cozinha. Os ratos vão
roer – já roeram! – todo o dinheiro!...”
SITUAÇÕES HUMILHANTES
• LEITEIRO;
• FRAGA, O VIZINHO;
• DIRETOR;
• AGIOTAS;
• CONHECIDOS QUE NEGARAM DINHEIRO EMPRESTADO;
• COSTA MIRANDA QUE LHE EMPRESTA 5 MIL-RÉIS PARA
ALMOÇAR MAS MANDA RECADO A SEU AMIGO ALCIDES.
DIRETOR
• “O Sr. pensa que eu tenho alguma fábrica de dinheiro? (O diretor diz essas
coisas a ele, mas olha para todos, como que a dar uma explicação a todos.
Todas as caras sorriem.). Quando seu filho esteve doente, eu o ajudei como
pude. Não me peça mais nada. Não me encarregue de pagar suas contas: já
tenho as minhas, e é o que me basta... (Risos.)”
NAZIAZENO, SÓ MAIS UMA VÍTIMA?
• Ele estava desgastado com o Diretor;
• Tinha uma relação ruim com alguns agiotas que já o conheciam pela fama de
mal pagador;
• Tinha uma leve tendência em culpar os outros por seus erros;
• Tentava ganhar dinheiro da forma mais fácil (jogos);
• Certamente não era bom em administrar seu dinheiro.
A METÁFORA DOS RATOS
O título do livro não remete apenas à cena em que Naziazeno imagina
que os ratos roerão o dinheiro do leiteiro em cima da mesa, mesmo
porque, isso só acontece no último capítulo do livro, especificamente
na p. 107 ( o livro possui apenas 112p.)
Na verdade, Dyonélio quis trazer à tona uma comparação muito
pertinente ao Realismo-Naturalismo onde homens e animais passam a
ter o mesmo comportamento. Desta forma, Naziazeno, sua família,
seus amigos viviam como ratos em busca de comida, e quando
encontravam, resolviam o problema de forma paliativa, ou seja, a saga
continuaria.
REPRESENTATIVIDADE
DO POVO BRASILEIRO
Naziazeno e sua família representam a grande maioria da
população que se vê economicamente apertada, endividada,
mas que, vez ou outra, permite-se fazer agrados.
Ex: Quando ele toma o dinheiro emprestado compra manteiga,
queijo, brinquedo e pega o sapado da mulher no conserto.
REPRESENTATIVIDADE
DO POVO BRASILEIRO
“O conflito não tem início, nem fim, sendo que às 24 horas
narradas tem caráter exemplar: representam todo e
qualquer dia de um funcionário público, que não consegue
sobreviver com seu modesto salário.”
Regina Zilberman
MILITÂNCIA E
RESISTÊNCIA NA OBRA
“OS RATOS”
“Os retirantes nordestinos de Graciliano em Vidas secas,
pressionados pelo sertão esturricado, se encaminham para o
Sul, a uma cidade grande, com a esperança de se redimir os
males de sua triste condição; o pobre homem de Dyonelio se
debate inutilmente para encontrar uma saída em sua cidade no
extremo Sul. O romance de 1930 se tornou, entre tantas coisas
relevantes, um mapa moral da geografia humana no Brasil.”
Davi Arrigucci
MILITÂNCIA E
RESISTÊNCIA NA OBRA
“OS RATOS”
“[...] se todos os dias são como este, sua existência converte-se
num estafante, interminável e improdutivo exercício destinado
a tapar as lacunas oriundas de sua irremediável falta de
dinheiro. É o que determina sua condição de exilado da vida,
alienado em relação a um fluxo temporal que não consegue
acompanhar devido exclusivamente à crise pecuniária”
Regina Zilberman
MILITÂNCIA E
RESISTÊNCIA NA OBRA
“OS RATOS”
“Dyonélio molda linguisticamente “Os ratos” como uma
reconstrução miúda e obsedante da vida da pequena classe
média ralada pelas agruras do cotidiano”
Alfredo Bosi
OBRIGADA PELA PARTICIPAÇÃO!
Profª. Rejane Biazatte

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Os ratos

  • 1. “MILITÂNCIA E RESISTÊNCIA EM ‘OS RATOS’ DE DYONÉLIO MACHADO: DO INTROSPECTIVO PSICOLÓGICO DO PERSONAGEM NAZIAZENO Á UMA REPRESENTATIVIDADE COLETIVA.” Profª. Rejane Biazatte
  • 2. DYONÉLIO MACHADO • Psiquiatra e escritor e comunista; • Infância pobre e difícil; • Dedicou-se aos estudos da Medicina e especializou-se em Psiquiatria; • Apaixonou-se por jornalismo e literatura e iniciou sua carreira como escritor em 1927 lançando a obra “Um pobre homem”; • Publicou sua obra prima “Os ratos” em 1935, mesmo ano em que foi preso duas vezes por questões políticas.
  • 3. ENREDO “OS RATOS” • Naziazeno funcionário público que ganha pouco e devia muito; • Cobranças e uma luta interminável para conseguir dinheiro; • Um desafio: 24 horas para conseguir dinheiro para pagar o leiteiro; • Consegue já no final do dia, mas não consegue ficar tranquilo. Acorda várias vezes a noite pensando que os ratos estavam roendo o dinheiro que deixou em cima da mesa para o leiteiro.
  • 4. CONTEXTO HISTÓRICO • Quebra da bolsa de NY em 1929 e suas consequências; • Recessão agrícola da guerra (baixa dos grãos que levou os agricultores à bancarrota, mas não chegou aos consumidores); • Fechamento de bancos; • Desemprego avassalador; • A crise econômica em que o Brasil vivenciava na época (principalmente na indústria cafeeira que fez com que trabalhadores se suicidassem); • Mudança de estilo de vida (época de bonança para época do caos econômico) por questões econômicas.
  • 5. NAZIAZENO • Naziazeno é fruto de uma realidade problemática que aponta uma classe social que luta por sobrevivência, ou seja, por condições básicas de subsistência, numa realidade urbana opressora. Em outras palavras, a personagem não sonha em enriquecer ou passar a viver uma vida luxuosa, simplesmente almeja quitar sua dívida com o leiteiro para continuar a caminhada de tentar proporcionar uma vida digna à sua família.
  • 6. INTROSPECÇÃO PSICOLÓGICA Preocupação em sanar a dívida com o leiteiro: “Naziazeno mal percebe o que diz o motorneiro. Há um estribilho dentro de seu crânio: “Lhe dou mais um dia! Tenho certeza!”... Quase ritmado “Lhe dou mais um dia! Tenho certeza”... É que ele está-se fatigado, nem resta dúvida. A sua cabeça mesmo vem-se enchendo confusamente de coisas estranhas, como num meio sonho, de figuras geométricas, de linhas em triângulo, em que há sempre um ponto doloso de convergência... Tudo vai ter a esse ponto... Verdadeira obsessão.”
  • 7. INTROSPECÇÃO PSICOLÓGICA Sua consciência lhe apontando as cobranças da mulher [...] “o pobre do nosso filho que não tem onde brincar”, “que não pode ficar, Naziazeno, não pode ficar sem... “O leiteiro!... O leiteiro! Há, por vezes, um alívio. É só a existência vaga e dolorosa de uma coisa que ele sabe que existe, como uma vasa, depositada no fundo da consciência, mas que não distingue bem, nem quer distinguir” [...]
  • 8. INTROSPECÇÃO PSICOLÓGICA Imaginando que os ratos estão roendo o dinheiro “Na cozinha um barulho, um barulho de tampa, de tampa de alumínio que cai. O filho ali na caminha tem um prisco. Mas não acorda. São os ratos na cozinha. Os ratos vão roer – já roeram! – todo o dinheiro!...”
  • 9. SITUAÇÕES HUMILHANTES • LEITEIRO; • FRAGA, O VIZINHO; • DIRETOR; • AGIOTAS; • CONHECIDOS QUE NEGARAM DINHEIRO EMPRESTADO; • COSTA MIRANDA QUE LHE EMPRESTA 5 MIL-RÉIS PARA ALMOÇAR MAS MANDA RECADO A SEU AMIGO ALCIDES.
  • 10. DIRETOR • “O Sr. pensa que eu tenho alguma fábrica de dinheiro? (O diretor diz essas coisas a ele, mas olha para todos, como que a dar uma explicação a todos. Todas as caras sorriem.). Quando seu filho esteve doente, eu o ajudei como pude. Não me peça mais nada. Não me encarregue de pagar suas contas: já tenho as minhas, e é o que me basta... (Risos.)”
  • 11. NAZIAZENO, SÓ MAIS UMA VÍTIMA? • Ele estava desgastado com o Diretor; • Tinha uma relação ruim com alguns agiotas que já o conheciam pela fama de mal pagador; • Tinha uma leve tendência em culpar os outros por seus erros; • Tentava ganhar dinheiro da forma mais fácil (jogos); • Certamente não era bom em administrar seu dinheiro.
  • 12. A METÁFORA DOS RATOS O título do livro não remete apenas à cena em que Naziazeno imagina que os ratos roerão o dinheiro do leiteiro em cima da mesa, mesmo porque, isso só acontece no último capítulo do livro, especificamente na p. 107 ( o livro possui apenas 112p.) Na verdade, Dyonélio quis trazer à tona uma comparação muito pertinente ao Realismo-Naturalismo onde homens e animais passam a ter o mesmo comportamento. Desta forma, Naziazeno, sua família, seus amigos viviam como ratos em busca de comida, e quando encontravam, resolviam o problema de forma paliativa, ou seja, a saga continuaria.
  • 13. REPRESENTATIVIDADE DO POVO BRASILEIRO Naziazeno e sua família representam a grande maioria da população que se vê economicamente apertada, endividada, mas que, vez ou outra, permite-se fazer agrados. Ex: Quando ele toma o dinheiro emprestado compra manteiga, queijo, brinquedo e pega o sapado da mulher no conserto.
  • 14. REPRESENTATIVIDADE DO POVO BRASILEIRO “O conflito não tem início, nem fim, sendo que às 24 horas narradas tem caráter exemplar: representam todo e qualquer dia de um funcionário público, que não consegue sobreviver com seu modesto salário.” Regina Zilberman
  • 15. MILITÂNCIA E RESISTÊNCIA NA OBRA “OS RATOS” “Os retirantes nordestinos de Graciliano em Vidas secas, pressionados pelo sertão esturricado, se encaminham para o Sul, a uma cidade grande, com a esperança de se redimir os males de sua triste condição; o pobre homem de Dyonelio se debate inutilmente para encontrar uma saída em sua cidade no extremo Sul. O romance de 1930 se tornou, entre tantas coisas relevantes, um mapa moral da geografia humana no Brasil.” Davi Arrigucci
  • 16. MILITÂNCIA E RESISTÊNCIA NA OBRA “OS RATOS” “[...] se todos os dias são como este, sua existência converte-se num estafante, interminável e improdutivo exercício destinado a tapar as lacunas oriundas de sua irremediável falta de dinheiro. É o que determina sua condição de exilado da vida, alienado em relação a um fluxo temporal que não consegue acompanhar devido exclusivamente à crise pecuniária” Regina Zilberman
  • 17. MILITÂNCIA E RESISTÊNCIA NA OBRA “OS RATOS” “Dyonélio molda linguisticamente “Os ratos” como uma reconstrução miúda e obsedante da vida da pequena classe média ralada pelas agruras do cotidiano” Alfredo Bosi