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1. Origens do Etnocentrismo 
O etnocentrismo não e nada além de um racismo camuflado. Então podemos dizer que o 
racismo está de volta? Esta é uma pergunta angustiada e angustiante que se faz nos dias 
atuais e que pressupõe a existência de um racismo anterior que a história havia se 
encarregado de escorraçar, expulsar, exorcizar, pelo menos, das sociedades ocidentais. 
Agora, livre das peias que aparentemente o mantinham inerte ou encarcerado, retorna à 
cena social, perturbando o cotidiano de pessoas e grupos, a vida de povos e nações. 
Sim, o racismo voltou. Porém, ao contrário do que pensava toda uma geração de 
otimistas e ingênuos, ele não havia sido sepultado. Permanecera, apenas, anestesiado 
durante um quinhão de tempo para, hoje, reaparecer com os mesmos e velhos 
ingredientes tradicionais condicionadas pelas configurações históricas da atualidade. 
2. Reações ao "novo" racismo 
A esse racismo ressureto, que se convencionou rotular emergente, segue-se uma 
série de reações. Uma delas, talvez a primeira, é a da perplexidade ante o 
reaparecimento de um fenômeno que se julgara nunca mais dever mostrar a sua face 
perturbadora. Outra reação explicita-se nas tentativas – racionais e não-racionais – de 
explicá-lo, e entendê-lo numa frenética interrogação do porquê de seu retorno. 
Finalmente, uma terceira reação expressa-se nos esforços de dominá-lo, de exorcizá-lo 
para, se possível, mandá-lo de volta a tempos de onde nunca deveria ter saído. 
3. A perplexidade ou a perda da inocência 
Por que ficar perplexo perante um fenômeno que, ao que tudo indica, caminhou 
passo a passo com diferentes manifestações, o mesmo caminho da humanização e que 
pode ser surpreendido em qualquer condição de convivência humana? Em outras 
palavras, poder-se-á dizer que o racismo na sua forma primordial – o etnocentrismo – é 
algo inerente à própria natureza social do homem. A cultura e a história limitam-se a dar 
a forma e a direção a esse etnocentrismo. Sabe-se, hoje, que todos os agrupamentos 
humanos, todos os povos têm a explicação supervalorizada a respeito de suas origens, 
contrapondo-se à desvalorização do outro.
Jogando com outros dados, porém com os mesmos ingredientes etnocêntricos, a 
mesma dualidade (bom/ruim) e com estruturas semelhantes, enuncia-se o mito da 
criação bíblica original que, depois de incorporado pelos hebreus, classifica a 
humanidade em duas categorias: a dos eleitos e a dos gentios. Foi preciso que o 
apóstolo Pedro, instado pela visão do lençol que por três vezes desceu dos céus, 
concordasse em comer alimentos proibidos por tabus judeus para que a dualidade eleito-gentio 
(bom/ruim) se desfizesse. Do ponto de vista da história das religiões, a metáfora 
do lençol com a quebra dos tabus alimentares representou a transformação do 
cristianismo de religião étnica em religião universal. Da perspectiva da história no 
ocidente, do reconhecimento do outro como portador de qualidades humanas, ou mais 
humanas, a metáfora simboliza a ruptura do etnocentrismo pela universalidade da 
mensagem cristã. Se captada dessa ótica, a história da humanidade parece ser a 
seqüência contínua da construção e quebra do etnocentrismo: os povos fecham-se e 
abrem-se aos diferentes sob a ação de múltiplos fatores sociais, culturais, políticos, 
econômicos, etc. 
Se é possível histórica e antropologicamente naturalizar a matriz que gera o 
racismo em suas diferentes formas (preconceito, discriminação, segregação) de onde, 
então, provém essa perplexidade que tanto agia o mundo até alcançar a academia? Tudo 
indica que ainda se respiram resíduos do clima da Segunda Guerra Mundial que, 
esquematicamente, pode ser reduzida a confronto armado entre o etnocêntricos 
extremados e os não menos extremados "antietnocêntrismo". Cada lado, como se sabe, 
amparado por ideologias e políticas que justificam, a seu modo, a ação de cada qual. A 
Segunda guerra põe a nu, com crueza, até que ponto o etnocentrismo manipulado 
ideológica, política e militarmente pode ser um implacável perorado anti-humanidade 
com teor de crueldade e requinte quase inimaginável. A vitória dos aliados representou, 
nessa linha de raciocínio, a vitória dos antietnocêntricos e o aceno de uma política de 
harmonia étnica entre os povos. Com essa vitória militar, jogava-se para os porões da 
história, para o pó do esquecimento, o que havia de mais repelente no nazifascismo. Tão 
importantes, nesse ideário, como a libertação política de países e povos do regime nazi-fascista, 
foram a desestigmatização das minorias étnicas e a sua libertação para sempre 
do calvário a que estiveram até então historicamente submetidas. 
4. Etnocentrismo e historiografia: a distorção do outro na história
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Origens do etnocentrismo

  • 1. 1. Origens do Etnocentrismo O etnocentrismo não e nada além de um racismo camuflado. Então podemos dizer que o racismo está de volta? Esta é uma pergunta angustiada e angustiante que se faz nos dias atuais e que pressupõe a existência de um racismo anterior que a história havia se encarregado de escorraçar, expulsar, exorcizar, pelo menos, das sociedades ocidentais. Agora, livre das peias que aparentemente o mantinham inerte ou encarcerado, retorna à cena social, perturbando o cotidiano de pessoas e grupos, a vida de povos e nações. Sim, o racismo voltou. Porém, ao contrário do que pensava toda uma geração de otimistas e ingênuos, ele não havia sido sepultado. Permanecera, apenas, anestesiado durante um quinhão de tempo para, hoje, reaparecer com os mesmos e velhos ingredientes tradicionais condicionadas pelas configurações históricas da atualidade. 2. Reações ao "novo" racismo A esse racismo ressureto, que se convencionou rotular emergente, segue-se uma série de reações. Uma delas, talvez a primeira, é a da perplexidade ante o reaparecimento de um fenômeno que se julgara nunca mais dever mostrar a sua face perturbadora. Outra reação explicita-se nas tentativas – racionais e não-racionais – de explicá-lo, e entendê-lo numa frenética interrogação do porquê de seu retorno. Finalmente, uma terceira reação expressa-se nos esforços de dominá-lo, de exorcizá-lo para, se possível, mandá-lo de volta a tempos de onde nunca deveria ter saído. 3. A perplexidade ou a perda da inocência Por que ficar perplexo perante um fenômeno que, ao que tudo indica, caminhou passo a passo com diferentes manifestações, o mesmo caminho da humanização e que pode ser surpreendido em qualquer condição de convivência humana? Em outras palavras, poder-se-á dizer que o racismo na sua forma primordial – o etnocentrismo – é algo inerente à própria natureza social do homem. A cultura e a história limitam-se a dar a forma e a direção a esse etnocentrismo. Sabe-se, hoje, que todos os agrupamentos humanos, todos os povos têm a explicação supervalorizada a respeito de suas origens, contrapondo-se à desvalorização do outro.
  • 2. Jogando com outros dados, porém com os mesmos ingredientes etnocêntricos, a mesma dualidade (bom/ruim) e com estruturas semelhantes, enuncia-se o mito da criação bíblica original que, depois de incorporado pelos hebreus, classifica a humanidade em duas categorias: a dos eleitos e a dos gentios. Foi preciso que o apóstolo Pedro, instado pela visão do lençol que por três vezes desceu dos céus, concordasse em comer alimentos proibidos por tabus judeus para que a dualidade eleito-gentio (bom/ruim) se desfizesse. Do ponto de vista da história das religiões, a metáfora do lençol com a quebra dos tabus alimentares representou a transformação do cristianismo de religião étnica em religião universal. Da perspectiva da história no ocidente, do reconhecimento do outro como portador de qualidades humanas, ou mais humanas, a metáfora simboliza a ruptura do etnocentrismo pela universalidade da mensagem cristã. Se captada dessa ótica, a história da humanidade parece ser a seqüência contínua da construção e quebra do etnocentrismo: os povos fecham-se e abrem-se aos diferentes sob a ação de múltiplos fatores sociais, culturais, políticos, econômicos, etc. Se é possível histórica e antropologicamente naturalizar a matriz que gera o racismo em suas diferentes formas (preconceito, discriminação, segregação) de onde, então, provém essa perplexidade que tanto agia o mundo até alcançar a academia? Tudo indica que ainda se respiram resíduos do clima da Segunda Guerra Mundial que, esquematicamente, pode ser reduzida a confronto armado entre o etnocêntricos extremados e os não menos extremados "antietnocêntrismo". Cada lado, como se sabe, amparado por ideologias e políticas que justificam, a seu modo, a ação de cada qual. A Segunda guerra põe a nu, com crueza, até que ponto o etnocentrismo manipulado ideológica, política e militarmente pode ser um implacável perorado anti-humanidade com teor de crueldade e requinte quase inimaginável. A vitória dos aliados representou, nessa linha de raciocínio, a vitória dos antietnocêntricos e o aceno de uma política de harmonia étnica entre os povos. Com essa vitória militar, jogava-se para os porões da história, para o pó do esquecimento, o que havia de mais repelente no nazifascismo. Tão importantes, nesse ideário, como a libertação política de países e povos do regime nazi-fascista, foram a desestigmatização das minorias étnicas e a sua libertação para sempre do calvário a que estiveram até então historicamente submetidas. 4. Etnocentrismo e historiografia: a distorção do outro na história