SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 23
Baixar para ler offline
AMBIENTE - IBAMA, ESC. REG.ILHÉUS-BA, EM 11/11/2011
ORIGINAL ASSINADO E PROTOCOLADO NO MINISTÉRIO DO MEIO                      UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
                                                                      MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE
REC. POR JOSELITA V.B. MAIA – MAT. 0684183



                                                                     Campus Prof. Soane Nazaré de Andrade, 11 de novembro de 2011




                                                        Ilmo. Srs.

                                                        Célio Costa Pinto – Presidente da Audiência Pública do Porto Sul
                                                        Superintendente Regional do IBAMA na Bahia

                                                        Mariana Graciosa Pereira – Secretaria Executiva da AP do Porto Sul
                                                        Coordenadora COPAH / DILIC do IBAMA




                                                        Os professores e pós-graduandos que a esta subscrevem, poderão ser encontrados em seus
                                                        respectivos Departamentos na Universidade Estadual de Santa Cruz, situada no Km. 16 da
                                                        Rodovia Ilhéus/Itabuna, Bairro Salobrinho, Ilhéus/BA, no prazo para manifestações a respeito
                                                        do Licenciamento Ambiental do Porto Sul, requerido pelo Departamento de Infraestrutura de
                                                        Transporte da Bahia, vem perante V.Sa expor algumas dúvidas, considerações e
                                                        questionamentos a respeito do Estudo de Impacto Ambiental – EIA e seu respectivo Relatório
                                                        de Impacto Ambiental - RIMA, elaborados pelas empresas consultora Hydros e Orienta.

                                                        Outrossim, requerem, com base no Art. 10, inciso VI, da Resolução CONAMA 237/97, que a
                                                        presente seja convertida em DILIGÊNCIA, para recomendações, solicitação de esclarecimentos
                                                        e complementações ao empreendedor, sobre as quais também se requer seja dada ciência aos
                                                        subscritores, para cumprimento ao quanto disposto no art. 2º da Lei nº 10.650/2003 (Lei de
                                                        Informações Ambientais).



                                                            A. ASPECTOS RELACIONADOS AO TERMO DE REFERÊNCIA
                                                             Considerando por um lado os riscos envolvidos na contaminação dos recursos naturais
                                                        marinhos, essenciais às atividades econômicas e culturais das comunidades e da população
                                                        dos municípios da área de influência do empreendimento e por outro da importância de se
                                                        conhecer o padrão de correntes na dispersão dos sedimentos dragados e descartados pelas
                                                        atividades do empreendimento. Questiona-se:

                                                            1) Porque o IBAMA não incluiu no Termo de Referência a exigência de simulação
                                                               das correntes nas áreas de descarte (bota-fora) dos materiais dragados?
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
            MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

   B. ASPECTOS RELACIONADOS AO DIAGNÓSTICO DAS COMUNIDADES
    A avaliação ambiental é o mais amplo exercício analítico que se pode realizar acerca de um
objeto qualquer do conhecimento, segundo as relações dos aspectos físicos, bióticos,
econômicos, sociais e culturais, desde que sejam assim constituído, tal que muitas
propriedades e características dos sistemas vivos se comportam de forma holística (GOBBI;
TAUK-TORNISIELO, 1995).

       Apesar da “análise do sítio ou local de implantação ter a sua importância, é a área do
entorno do projeto que mais importa em termos de curto, médio e longo prazo, sendo o
espaço total o centro das considerações para uma correta previsão de impactos” (AB'SABER;
MIILLER-PLANTENBERG, 2002)

       Porém, as alterações nos aspectos socioeconômicos das comunidades consideradas na
Área Diretamente Afetada (ADA) e na Área do Entorno do Empreendimento (AEE), conforme
apresentado no EIA Porto Sul, observaram principalmente os impactos positivos na fase de
operação do empreendimento. Neste sentido, questiona-se:

   2) Quais os potenciais impactos adversos, que poderão surgir oriundos direta ou
      indiretamente da própria diversificação das atividades econômicas trazida
      pelo empreendimento?

   3) Quais são as medidas de mitigação, compensação e monitoramento ao longo
      do tempo previsto em cada fase das licenças, considerando o curto, médio e
      longo prazo? Como serão assegurados os recursos financeiros para sua
      implementação?

     O EIA/RIMA não apresentou as despesas e os custos previstos para os programas sociais
mitigadores, bem como, não apontou a eficiência e a duração dos mecanismos / programa.
Considerando que a Resolução CONAMA 001/86 prevê que os Estudos de Impactos Ambientais
devem conter uma clara “definição de medidas mitigadoras (a natureza preventiva ou
corretiva, a eficiência dos equipamentos de controle, para o caso de acidentes, se é de curto
médio ou longo prazo, a responsabilidade da implementação – empreendedor/público ou
outros e seus custos)” (Art 6º, II, da Resolução CONAMA 001/86).

        Para o “diagnóstico das comunidades foram aplicados 200 questionários, realizados
seis grupos de discussão e 120 entrevistas em profundidade” com processo heurístico via
“clusterização” (EIA tomo II, volume 4. 19/368, 8-1). Além disso, o Estudo apresenta
cruzamentos de dados com períodos distintos. Estes dados foram inter-relacionados
transversalmente, levando a resultados que não condizem com a realidade. Um exemplo disso
são os conflitos do empreendimento com o uso da terra, quando o EIA utiliza-se de
cruzamento de dados do Plano Diretor de Regionalização – PDR Ilhéus/2006 com o documento
de 1998 da SEI de Uso da Terra e Cobertura Vegetal do Litoral Sul da Bahia. Com base nestas
informações e considerando a existência de procedimentos estatísticos básicos para análise de
uma população, visando alcançar resultados com confiabilidade, questiona-se:
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
            MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

   4) Qual o procedimento metodológico para determinação da amostra? E como
      se deu o tratamento dos dados, uma vez que se tratam de períodos distantes
      e possivelmente não correlacionados?

    De acordo com o EIA/RIMA, as principais demandas das comunidades são por serviços
básicos, infra-estrutura, emprego, educação. No entanto, conforme o documento, a maioria
dos entrevistados mostrou-se preocupada com a degradação ambiental (82,6%), considerando
a implantação do empreendimento na Ponta da Tulha, onde existe uma maior fragilidade
ambiental relativa – sugerindo que na nova área, essa preocupação certamente seria menor.

    O EIA/RIMA considerou de alta importância os impactos na alteração da capacidade de
subsistência de famílias reassentadas e por apresentar um Programa de Assentamento e
Desapropriação para lidar com a situação dos moradores das áreas do empreendimento. A
desapropriação poderá causar impactos de elevada importância na situação econômica, já que
muitas famílias que deverão ser desapropriadas sobrevivem com a renda de agricultura
familiar, a situação social dos indivíduos desapropriados será afetada diretamente. Neste
sentido, questiona-se:

   5) Como será garantido que os programas de desapropriação e assentamento
      terão condições de garantir aos pequenos agricultores a adequada transição e
      manutenção das atividades agrícolas, bem como, o seu sustento?

   6) Considerando que o EIA constatou a baixa escolaridade das comunidades e
      suas atividades econômicas tradicionais (agricultura de subsistência, pesca
      artesanal e turismo), como estas serão inseridas no modelo de
      desenvolvimento previsto para a região?



   C. ASPECTOS DA LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO PORTO SUL
Trechos do relatório AAE e Análise de Alternativas Locacionais (COPPE, 2008)




(COPPE, 2008 – p. 2)
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
            MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE



(COPPE, 2008 – p. 2 / 3)

    Considerando a demanda atual e futura de água para as atividades econômicas que serão
estimuladas pela implantação do Porto Sul, especialmente com relação à potencial instalação
de atividades siderúrgicas (conforme mencionado no trecho extraído do diagnóstico realizado
pela COPPE/UFRJ em outubro de 2008), questiona-se:

    7) Porque não foram considerados como critério na definição de alternativas
       locacionais do empreendimento a disponibilidade e a demanda por recursos
       hídricos (superficiais e subterrâneos) e os riscos associados à sua
       contaminação pelas atividades do retroporto de minério de ferro?




Fonte: COPPE, 2008, p. 5                     Fonte: BIODINÂMICA, 2009, p. 5

  Fonte: HYDROS /ORIENTA, 2011, p. 17




Figura 1 – Comparação entre a área
definida como Aritaguá nos estudos:
COPPE, 2008, BIODINÂMICA, 2009
e HYDROS/ORIENTA, 2011.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
            MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE




Trecho extraído de (COPPE, 2008, p. 6)




Trecho extraído de (HYDROS / ORIENTA, 2011 – EIA-Porto Sul - p. 6-7 Tomo I)




Fonte: (BIODINÂMICA, 2009 – EIA-BAMIN, p. 3-9)


        Considerando que há coincidência na localização indicada nos mapas da Figura 1 e na
descrição realizada para a área de Aritaguá entre os documentos realizados pelos diversos
estudos de localização do Porto Sul e do Terminal Portuário Ponta da Tulha e que durante a
audiência pública o Coordenador do meio técnico, o coordenador Geral do estudo, Sandro
Camargo, justificou a preferência por Aritaguá em detrimento das áreas do Distrito Industrial e
do Porto do Malhado para o aprofundamento dos estudos de localização, em função de que se
tratava de uma nova área na região de Aritaguá, diferente da área considerada nos estudos de
2008 e 2009. Neste sentido, questiona-se:

    8) Com base em quais dados a coordenação geral do EIA/RIMA afirmou na
       audiência pública que na área de Aritagúa foram estudadas duas áreas, se os
       mapas apresentados na Figura 1, extraídos de documentos destes estudos,
       apontam para uma mesma área?

    9) Porque não foram realizados estudos mais aprofundados das áreas do Distrito
        Industrial e do Porto do Malhado (já antropizadas), avaliando a possibilidade
        de obras de aterro nos bairros São Domingos e São Miguel, para receber a
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
            MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

        infraestrutura portuária; alternativas de pelotização do minério de ferro em
        área mais distante do litoral, evitando o armazenamento em pilhas de pó de
        ferro ao ar livre na zona costeira e reduzindo a necessidade de área para
        retroporto e, investimento na recuperação do passivo ambiental causado
        pelo Porto atual como medida compensatória aos impactos adversos
        significativos não passíveis de mitigação?

    10) Levando-se em conta o pouco tempo para o aprofundamento dos estudos em
        novas áreas (cerca de 6 meses), não seria prudente aprofundar os estudos
        incluindo outros critérios de escolha, tais como: disponibilidade / demanda /
        impactos / riscos aos recursos hídricos superficiais e subterrâneos; corredores
        ecológicos litorâneos associados á proteção dos remanescentes de Mata
        Atlântica e conflitos com Planos e Programas de desenvolvimento
        governamentais de médio e longo prazo?

    Considerando que a dimensão, orçamento e o potencial impacto social e ambiental do
empreendimento Porto Sul, por um lado, e a disponibilidade atual de métodos e técnicas de
espacialização de análise multicriterial utilizando Sistemas de Informações Geográficas (SIG),
que possibilitam a realização de estudos de localização mais objetivos, considerando de forma
transparente a combinação de critérios técnico-econômicos, sociais e ambientais no apoio à
decisão de escolha da área do empreendimento. Questiona-se:

    11) Qual a robustez dos resultados diante das incertezas inerentes aos métodos
       utilizados e a sensibilidade frente às mudanças na importância / pesos dos
       fatores ambientais considerados na escolha?
   ________________________________________________________________
       Art. 5º O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em
       especial os princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio
       Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes gerais:
       I – Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto,
       confrontando-as com a hipótese de não-execução do projeto [...].
       Art. 6º [...]
       II – Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através
       de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos
       prováveis impactos relevantes [...] (Res. Conama n. 001/86).
________________________________________________________________

Considerando o que prevê a resolução CONAMA 001/86 (em destaque acima) e que as
potencias alternativas locacionais citadas no EIA foram: Península de Maraú, Ponta da Tulha,
Aritaguá, Distrito Industrial de Ilhéus, Porto do Malhado e Sul de Olivença, porém, as que
efetivamente foram avaliadas dentro do que prevê a legislação nacional foram somente Ponta
da Tulha e Aritaguá (mesmo assim, com deficiências na abrangência e qualidade da análise).
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
            MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

    D. ASPECTOS RELACIONADOS À IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
       DO FORNECIMENTO DE MATERIAL PÉTREO PARA AS OBRAS CIVIS

Considerando as informações abaixo encontradas no EIA:




Fonte: (HYDROS / ORIENTA, 2011 – EIA-Porto Sul - p. 5-77 Tomo I)




Fonte: (HYDROS / ORIENTA, 2011 – EIA-Porto Sul - p. 5-80 Tomo I)

e que na melhor das hipóteses, quando consideradas as perdas e o material inerte, o potencial
da pedreira Aninga da Carobeira (~4.000.000m3) poderá atender somente a demanda do TUP
BAMIN (4.598.500m3) e que a necessidade de material pétreo para o Porto Sul (11.352.000 m3)
supera em quase 3 vezes o necessário para o TUP, sendo, portanto, necessário contar as
pedreiras disponíveis na região e que as possíveis pedreiras que poderão fornecer a rocha
necessária para construção do enrocamento do Porto Sul são: Pedreira Ferbrita Ltda e Pedreira
Iguape Ltda, localizadas em pontos cujo acesso deve necessariamente passar por ruas do
centro ou bairros de Ilhéus e a pedreira Góes Cohabita, localizada em ponto cujo acesso deve
necessariamente ser efetuado pela ponte que liga o centro da cidade ao bairro do Pontal (já
estrangulada com problemas de tráfego). Considerando ainda a distância maior da área
prevista para o Porto, nestes casos, quando comparada à pedreira Aninda da Carobeira, o
maior volume a ser transportado (3 vezes) e o prazo previsto para execução das obras civis
previstas no cronograma 5-56 (p. 5-109 Tomo I), estimou-se a necessidade de 120 caminhões
realizando 6 viagens por dia para realizar o transporte de rocha das pedreiras selecionadas até
a área do Porto em Aritaguá, ao longo de um período contínuo de trinta e seis meses, o que
resultará em uma viagem a cada 2 minutos. Questiona-se:

    12) Por que as vias de acesso até a estas possíveis pedreiras não foram incluídas
        na Área de Influência Direta (AID)?
    13) A pavimentação das vias e as pontes públicas que dão acesso até as pedreiras
        possuem a capacidade necessária para suportar o peso desses caminhões ao
        longo desses 36 meses?
    14) Qual o impacto deste tráfego nas vias existentes do ponto de vista de
        manutenção, segurança e aumento do tráfego? Haverá recursos e será
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
               MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

            firmado algum compromisso para recuperar as vias públicas durante e após o
            término das obras?
        15) Quais as alternativas do ponto de vista logístico para o suprimento deste
            material, caso seja constatado a inviabilidade do uso da infraestrutura atual
            existente?


        DA DRAGAGEM DA BACIA DE EVOLUÇÃO E DA QUALIDADE DO MATERIAL DE DESCARTE

        O EIA/RIMA do Porto Sul identificou os impactos sobre os meios físico, biótico e
socioeconômico ocasionados pela dragagem do canal de acesso, da bacia de evolução e dos
berços de atracação do porto, bem como pela dispersão e deposição do material dragado.
Ressalta-se que a maior parte dos impactos não são mitigáveis, conforme traz o documento.
Alguns impactos citados foram:

    •   meio físico: alterações da batimetria, aumento temporário dos níveis de material
        particulado no meio marinho e risco de remobilização de sedimentos contaminados;
    •   meio biótico: afugentamento da ictiofauna, mortandade de comunidades bentônicas
        marinhas, mortandade de ictiofauna críptica e de baixa mobilidade, risco de interferência
        com as comunidades pelágicas, riscos de colisão com mamíferos marinhos, risco de
        interferências com a atividade reprodutiva de tartarugas e risco de interferências com o
        comportamento de cetáceos;
    •   meio socioeconômico: interferências com a atividade pesqueira.
       O EIA (Tomo III) informa que a qualidade dos sedimentos interfere diretamente nas
comunidades bentônicas. A remobilização de sedimentos contaminados através do processo
de dragagem pode biodisponibilizar poluentes presentes nos sedimentos para as comunidades
aquáticas, sobretudo para o plâncton e os peixes. Esse processo, mesmo que temporário,
poderá representar riscos para a saúde humana e para a atividade pesqueira à medida que os
recursos pesqueiros podem ser afetados quali-quantitativamente.

         Foram realizadas análises da qualidade dos sedimentos nas áreas previstas para a
atividade de dragagem, tendo como referência os parâmetros estabelecidos na Resolução
CONAMA 344/04 (Tomo III, p.9-10), resolução esta que estabelece as diretrizes gerais e os
procedimentos mínimos para a avaliação do material a ser dragado em águas jurisdicionais
brasileiras, e dá outras providências. Os resultados identificaram a presença de algumas
concentrações anômalas para alguns elementos, com destaque para o Cromo (Cr) e o Cádmio
(Cd), os quais apresentaram concentrações acima do critério legal (N1 da CONAMA 344/04). O
Arsênio (As) também apresentou em todos os pontos de coleta concentrações cerca de três
vezes acima do Nível 11 definido pela resolução, e de forma amplamente disseminada pela
área estudada.




1
 Resolução CONAMA N 344/04, art.3, I- nível 1: limiar abaixo do qual prevê-se baixa probabilidade de
efeitos adversos à biota.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
            MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

         Tendo como base o artigo 7 da Resolução CONAMA 344/04, verifica-se que devido a
presença dos metais pesados Cd e As nos sedimentos marinhos, o empreendimento não fica
livre da necessidade de realização de estudos complementares para sua caracterização. O As
apresentou concentrações acima do Nível 1 da legislação e de forma disseminada, portanto, o
material deverá ser submetido a ensaios ecotoxicológicos, entre outros testes que venham a
ser exigidos pelo órgão ambiental competente ou propostos pelo empreendedor.

        Segundo o EIA (Tomo II Vol.2, p. 477), os estudos ecotoxicológicos “estão em
desenvolvimento e logo que forem concluídos os laudos, os mesmos serão encaminhados ao
IBAMA como documento complementar ao EIA”. Os ensaios estão sendo realizados com o
ouriço-do-mar Echinometra lucunter e com o copépoda bentônico do gênero Nitokra sp. No
entanto, essas espécies não estão entre os organismos recomendados pela CETESB e ABNT
para a realização de tais testes ecotoxicológicos (CETESB, 2011). Questiona-se:

    16) - Por que os organismos recomendados pela ABNT e CETESB para realização
        de teste ecotoxicológicos de sedimentos marinhos contaminados foram
        desconsiderados?

        Quanto à presença de As nos sedimentos marinhos (Tomo II Vol.1, p.503-505), a
equipe justifica afirmando que “inúmeros estudos em sedimentos costeiros brasileiros,
inclusive em áreas livres de contaminação por metais demonstram concentrações naturais de
As superiores ao nível 1 da referida Resolução.” Para isso, referem-se a estudos realizados em
sedimentos marinhos no Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro. Dessa forma, tomam o
seguinte posicionamento (Tomo II Vol.1, p. 504): “Acredita-se que as concentrações médias de
As observadas na região de Aritaguá sejam de fonte natural”. Contudo, mesmo que está
afirmação possa ser confirmada, a origem natural do As não garante a ausência de toxicidade
destes sedimentos.
        A justificativa oferecida pelos especialistas responsáveis pelo estudo para a presença
de As indicou que a fonte do metal pesado nos sedimentos marinhos no Espírito Santo é a
presença do Grupo Barreiras, que na Região Sudeste são rochas da região. Porém, na área de
Aritaguá, não foi verificada a presença de afloramentos do Grupo Barreiras próximos à costa.
Tampouco foram observados afloramentos cristalinos próximos à área estudada. Além disso,
consultando o EIA realizado para construção do Terminal Portuário da BAMIN, na Ponta da
Tulha, em área próxima (10km) da área de Aritaguá (BIODINÂMICA, 2009), a análise dos
sedimentos marinhos naquela localidade não indicaram a sua contaminação por metais
pesados. "As formas do arsênio inorgânico derivado de rochas são o trióxido de arsênio
(As2O3), Orpimento (As2S3), arsenopirita (AsFeS) e realgar (As4S4) ."(LENNTECH, 2011).
Portanto, a hipótese de que a fonte de As seja natural é difícil de ser confirmada, a não ser que
a especiação na qual ele ocorre seja identificada.
        Por outro lado, o As é utilizado em produtos agroquímicos, como o arsenato de cobre
(Cu3(AsO4)2.4H2O, aplicado como pesticida; Paxite (CuAs2), aplicado como inseticida e
fungicida, arseniato de cobre e de cromo, utilizados como conservantes de madeira, bem
como outras espécies químicas utilizadas na industria do vidro, ligas metálicas e na industria
química (LENNTECH, 2011). Seu ingresso no sedimento marinho pode acontecer via drenagem,
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
           MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

bioacumulação em macrófitas trazidas ao mar durante enxurradas através de rios, no caso
específico, os rios Cachoeira e Almada, ou ainda diretamente pela deposição de material
particulado oriundo da atmosfera por precipitação. Os usos de agroquímicos compostos com
As ocorreram na região devido a lavoura de cacau. Com a dispersão do fungo (Crinippelis
perniciosa), conhecido com o “vassoura de bruxa”, houve uma intensificação do uso de
pesticidas, principalmente, fungicidas no seu controle.

        De acordo com o EIA, a área de interesse para dragagem, possui elevadas
concentrações de As nos sedimentos, quando são considerados os limites estabelecidos na
Resolução CONAMA Nº 344/04. A média esteve entre 21,7 mg/kg (Berço Norte) e 24,4 mg/kg
(Bacia de Evolução Sul). De acordo com a Agency for Toxic Substances and Disease Registry
(ATSDR) dos Estados Unidos, o As é considerado o elemento químico mais perigoso da Priority
List of Hazardous Substances de 2007 segundo a Comprehensive Environmental Response,
Compensation and Liability Act, o que o coloca dentre os elementos químicos que demandam
cuidados específicos na sua manipulação e dispersão no ambiente (RODRIGUES & MALAFAIA,
2008). Questiona-se:

   17) - Considerando o volume a ser dragado, qual a concentração esperada do As
       na pluma sedimentar a ser formada nos locais de dragagem e descarte?

        Apesar das simulações apresentadas no EIA sobre a área de dispersão da pluma
sedimentar, verifica-se por interpretação de imagens de satélite que os sedimentos finos em
suspensão podem percorrer longos percursos associados às correntes marinhas. Por exemplo,
o sedimento originado no Rio Jequitinhonha, alcança o litoral de Ilhéus em determinadas
épocas do ano. Questiona-se:
        Os valores de As citados no EIA correspondem ao As total. Porém, sabe-se que a
determinação da concentração total de um elemento é uma informação limitada,
especialmente sobre o seu comportamento no meio ambiente e nos danos que pode causar à
saúde. As propriedades físicas, químicas e biológicas são dependentes da forma química em
que o elemento está presente (BARRA et al, 2000).
        A determinação das espécies orgânicas de metais pesados nas diversas matrizes
ambientais é de extrema importância para a avaliação da contaminação de cada ambiente,
uma vez que a determinação da concentração de metal total não é suficiente para prever sua
toxicidade (BISINOTI & JARDIM, 2004). Como a biodisponibilidade e os efeitos fisiológicos /
toxicológicos do arsênio dependem de sua forma química, o conhecimento da especiação e
transformação no meio ambiente torna-se muito importante, necessitando de métodos
adequados para a separação e determinação das espécies de As encontradas nos sedimentos
(BARRA et al, 2000).
        Ao ser assimilado pelo fitoplâncton o As ingressará na cadeia trófica onde sofrerá o
processo de bioacumulação que resulta no incremento de sua concentração em níveis tróficos
superiores. Existe, portanto, o risco de que se houver contaminação de áreas de alimentação
de espécies de interesse comercial, como peixes e crustáceos, estes venham a apresentar
concentrações crescentes de As, em seus tecidos corporais, o que pode colocar em risco as
populações que se alimentam destes recursos pesqueiros da região.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
           MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

        Os seres humanos podem ser expostos ao As através de alimentos, água e ar, podendo
ocorrer também através do contato da pele com o solo ou a água que contém este elemento.
Indivíduos sujeitos à exposição crônica podem desenvolver várias formas de câncer (por
exemplo, câncer de pele, pulmão, próstata, bexiga, rins e fígado) e graves doenças como
patologias cutâneas, gastro-intestinais, cardiovasculares, hematológicas, pulmonares,
neurológicas, endocrinológicas e reprodutivas (WHO, 2001). Uma exposição muito severa de
As inorgânico pode causar infertilidade, abortos, danos neurológicos e, finalmente, mutações
no DNA. Os valores de LC50 para Daphnia magna 7,4 ppm e para a ostra é de 7,5 ppm durante
exposição de 48 horas. O valor de toxicidade crônica para cladóceros em um período de três
semanas é de 0,5 ppm. Para ratos o valor de LC50 é de 20mg/Kg de peso úmido (LENNTECH,
2011). Questiona-se:

   18) Quais os riscos e efeitos na saúde humana e nas relações tróficas aquáticas
       relacionados à contaminação e bioacumulação do As, Cr e Cd?
   19) Quais medidas relacionadas à saúde pública serão implementadas para
       prevenir, tratar e indenizar as vítimas pelas eventuais doenças causadas por
       contaminações crônicas e agudas presentes no sedimento a ser remobilizado
       (As, Cd e Cr)?

       As informações que dizem respeito ao enriquecimento de As nos sedimentos marinhos
na região de Aritaguá acima do nível estabelecido pela legislação e os possíveis impactos
ambientais são omitidos no Relatório de Impacto Ambiental do empreendimento. O impacto
ambiental citado que traz indiretamente uma referência a essa questão é “risco de
remobilização de sedimentos contaminados”, considerado de caráter negativo e de baixa
importância. Por outro lado, o RIMA (p.34) apresentado para a área da Ponta da Tulha frisou
que os sedimentos marinhos da área de dragagem encontravam-se totalmente isentos de
espécies químicas tóxicas. Apesar disso, o impacto resultante da dragagem foi classificado
como “negativo, de grande magnitude e grande importância, portanto muito significativo.”
Questiona-se:

   20) Em qual das duas áreas esse impacto realmente deve ser considerado de
      grande importância para a saúde humana diante de uma possível
      contaminação por As na região de Aritaguá?

        Além do As, outros metais pesado estão presentes nos sedimentos a serem
remobilizados, porém em níveis inferiores, em sua maioria, aos estabelecidos pela Resolução
CONAMA 344/04. São eles: Cromo e Cádmio. Não obstante, a mesma resolução define valores
limites de pesticidas organoclorados, cujos resultados das análises não são apresentados no
EIA/RIMA.
        A mitigação do impacto denominado “risco de remobilização de sedimentos
contaminados”, citado pelo RIMA (p.70) para a região de Aritaguá, tanto na fase de
implantação como na de operação, restringe-se a apenas uma medida mitigadora para ambos
os casos: “iniciar a dragagem pelo local que apresentou as concentrações mais elevadas de
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
           MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

mercúrio. Após o descarte do material contaminado, realizar o capeamento deste com a
deposição de material dragado em áreas não contaminadas”. Na fase de implantação, a
medida mitigadora deu destaque ao mercúrio. Porém, essa medida é pouco efetiva uma vez
que o EIA (Tomo II Vol1, p.504) informa que “os níveis de mercúrio estiveram baixos em toda
área e todas as amostras estiveram adequadas aos limites propostos na Resolução CONAMA
nº 344/04.” Questiona-se:

   21) - A espécie química tóxica em destaque não deveriam ser os compostos de As
       ao invés dos de mercúrio (Hg)? Neste caso, a única medida mitigadora
       prevista é efetiva para a mitigação deste impacto?
   22) Considerando a presença de As, devido à sua elevada periculosidade, não
       deveriam ser consideradas restrições e as melhores tecnologias disponíveis
       para evitar e mitigar a contaminação do ecossistema marinho?

        O RIMA (p.34) referente à Ponta da Tulha apresenta inúmeras medidas mitigadoras
para o impacto “alteração da qualidade dos sedimentos marinhos”, apesar da mesma
encontrar-se totalmente livre de poluição. Uma das medidas apresentadas foi o lançamento
do material dragado em profundidades igual ou superior a 500 metros. Na região de Aritaguá,
porém, a alternativa escolhida para o descarte do material dragado (bota-fora) foi a de 200
metros de profundidade, no limite inferior do Cânion do Almada. Os cânions submarinos
constituem-se em corredores marinhos, por onde muitos peixes de interesse comercial
aproximam-se da costa para realizar a reprodução. Os pescadores conhecem estes locais,
denominando-os de “rego”, ao longo dos quais há atividade pesqueira de caráter artesanal.
Questiona-se:
   23) - Por que não foram consideradas nas modelagens, alternativas acima de 200
       metros de profundidade para o bota-fora? O descarte em locais com
       profundidades acima dos 1000 metros não reduziria a possibilidade de
       contaminação da costa e da plataforma continental?
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
            MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE




Figura 3 – Distâncias entre as áreas de dragagem e descarte dos pesqueiros e praias.


      Considerando a distância das áreas de dragagem e descarte dos locais com valores
ambientais na área de influência do empreendimento, questiona-se:

    24) Qual o risco e impacto adverso esperado sobre os locais de pesca de linha
        localizados nas proximidades do local de descarte?


       DA INTERFERÊNCIA NOS CORREDORES ECOLÓGICOS

        A área de construção do retroporto do empreendimento poderá cortar o minicorredor
Conduru – Boa Esperança em toda sua largura, interferindo na área de abrangência dentro do
Corredor Central da Mata Atlântica,.
        Um corredor corresponde a uma área de extrema importância biológica, composta por
uma rede de unidades de conservação entremeada por áreas de ocupação humana e
diferentes formas de uso da terra, na qual o manejo é integrado para garantir a sobrevivência
de todas as espécies, a manutenção de processos ecológicos e evolutivos e o desenvolvimento
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
           MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

de uma economia regional forte, baseada no uso sustentável dos recursos naturais (MMA,
2006).
        O Minicorredor PESC/Boa Esperança, tem uma área aproximada de 137.514 ha e foi
indicado como prioritário para a conservação da Mata Atlântica, interligando a APA
Tinharé/Boipeba e Baia de Camamú ao Norte e ao Sul com o Mini-corredor
Una/Lontras/Baixão sendo todos integrantes do Corredor Central da Mata Atlântica – CCMA.
        Apesar do EIA constar que o Corredor Central da Mata Atlântica apresenta outras
barreiras em relação ao fluxo gênico da fauna, como a cidade de Ilhéus, ou rios, justificando
desse modo que o empreendimento não irá trazer um impacto relevante em relação à
movimentação da fauna, esta área, composta principalmente por Cabruca e Floresta Ombrófila
em estágio de regeneração, apresenta uma grande importância, pois funciona como um
“corredor ecológico” direto para a fauna e indireto para flora.
        Segundo a Resolução CONAMA 001/86, o EIA/RIMA deve considerar os planos e
programas governamentais, propostos e em implantação na área de influência do projeto, e
sua compatibilidade. Questiona-se:

   25) Diante da informação de que Ilhéus está inserida no programa governamental
       de elaboração do Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata
       Atlântica no Estado da Bahia.


       ATIVIDADE PESQUEIRA

                Com relação ao diagnóstico e prognóstico da atividade pesqueira no EIA/RIMA
Porto Sul, constata-se que, além de visitas a campo feitas no mês de junho de 2011, “foram
utilizados, como dados primários, os resultados dos estudos elaborados pela BAMIN para o
EIA/RIMA da Ponta da Tulha” (EIA, tomo II, p. 22/368, 8-4). Questiona-se:

   26) Qual a justificativa para utilizar os dados primários levantados anteriormente
       para a Ponta da Tulha, considerando que existem diferenças significativas
       entre os ecossistemas e as populações existentes na Área potencialmente
       afetada pelo empreendimento?


        Se as observações de campo mostraram que “a dinâmica da pesca na ADA, AID e AII do
empreendimento varia em relação ao comportamento e à biologia das espécies alvo” (EIA,
tomo II, p. 154/368, 8-136).



        Conforme o EIA Porto Sul, foram entrevistadas 123 pessoas, entre pescadores e
ajudantes, sendo que, 10% declararam-se sem instrução; 48% com ensino fundamental
incompleto e 16% completo; 7% com o ensino médio incompleto e 19% completo. Devido á
baixa qualificação, possuem poucas chances para inserção no mercado de trabalho. Diante do
exposto. Questiona-se:
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
           MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

   27) Porque não foram previstas medidas mitigadoras e, ou compensatórias para o
       impacto na atividade pesqueira, mesmo tendo sido considerada de caráter
       negativo e alta importância no EIA/RIMA?
   28) Especialmente, qual é o plano de compensação socioeconômica para estes
       atores que dependem da atividade pesqueira e apresentam baixos níveis de
       escolaridade?



   E. ASPECTOS RELACIONADOS À OPERAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

       DA INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS

        A introdução de espécies exóticas poderá ocorrer através dos navios, que podem
transportar diversas espécies aquáticas na água de lastro e/ou bioincrustadas nos cascos das
embarcações. Após a liberação desses organismos na água, se alguns organismos exóticos
encontrarem condições ecológicas adequadas nessas águas do ponto de descarte eles poderão
se estabelecer, deslocando ou afetando as espécies nativas.

        Para que esse processo não ocorra, segundo o EIA, as embarcações terão que atender
todos os requisitos da Norma 20, que é a Norma da Autoridade Marítima para o
Gerenciamento da Água de Lastro de Navios, e determina os procedimentos que devem ser
adotados para evitar a introdução de espécies exóticas. Vale ressaltar que a introdução por
bioincrustação nas embarcações é considerado uma fonte menos importante de risco de
introdução de espécies exóticas, segundo o EIA.

        As transferências de organismos através da água de lastro dos navios têm sido
desastrosas e têm crescido alarmantemente, causando danos aos ecossistemas marinhos,
prejuízos à saúde humana, à biodiversidade, às atividades pesqueiras e de maricultura,
resultando em um problema global, em virtude do impacto ecológico e econômico nos vários
ecossistemas.

        Quanto ao impacto ecológico, devemos destacar a competição com espécies
autóctones. A mesma pode provocar o desaparecimento de espécies naturais, e inclusive a
sua extinção. A curto prazo, estas mudanças podem ocasionar múltiplas variações no
funcionamento do ecossistema. A longo prazo poderá trazer como conseqüência a diminuição
da biodiversidade, dando lugar a uma homogeneização do ecossistema.
        Além disso, outras espécies invasoras podem ser introduzidas na região com a
implantação do empreendimento, mais especificamente no período de operação do
empreendimento, e que são citados no EIA, como as espécies de comunidades bentônicas
marinhas, que podem sofrer conseqüências extremamente graves, quelônios e mamíferos
marinhos e espécies de peixes afetando a pesca marinha.
        Uma vez que a área de abrangência do empreendimento se situa dentro da área de
um corredor ecológico, e segundo a Resolução CONAMA 001/86 “as alterações no ambiente
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
          MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

devem seguir os planos e programas governamentais propostos para aquela região”.
Questiona-se:
   29) Como os responsáveis pelo empreendimento irão atender as exigências do
       Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica no Estado
       da Bahia, uma vez que nenhuma medida referente a esse programa é citado
       no EIA/RIMA?

   30) O EIA afirma que a criação de novos habitats (recifes artificiais) trará um
       efeito benéfico biologicamente. No entanto, devem ser considerados os
       aspectos socioculturais e econômicos sob a ótica de todos os atores
       envolvidos (pescadores profissionais e amadores que empregam diferentes
       petrechos, mergulhadores, turistas etc.) e das atividades tradicionalmente
       realizadas no local, evitando conflito entre grupos distintos de usuários. De
       que modo essa questão será analisada?
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
           MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

       DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO

       O EIA/Rima aponta que serão gerados 2.540 empregos na fase de instalação, 1.300 na
fase de operação do porto público e 414 na fase de operação do terminal da Bamin.
Questiona-se:
   31) Quais as condições de trabalhos serão submetidos esses trabalhadores e
       quais as medidas de segurança, controle e mitigadoras deverão ser adotadas
       relacionadas à saúde do trabalhador?


       NA QUALIDADE DO AR

        O EIA/RIMA considera de baixa importância na fase de instalação as alterações na
qualidade do ar. Estudos publicados no Jornal Brasileiro de Pneumologia afirmam que a
inalação de poeiras do minério de ferro provocam doenças ocupacionais
denominadas pneumoconioses, que podem ocasionar câncer e doenças obstrutivas crônicas
como asma, bronquite e enfisema. Esses estudos demonstram que a mortalidade dos
trabalhadores relacionada às pneumoconioses é elevada, podendo chegar até 50% dos
casos (CAPITANI; ALGRANTI, 2006).
        Segundo a Resolução CONAMA nº 3 de 28 de junho de 1990, é considerado como
poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em
quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis
estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar: impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde;
inconveniente ao bem-estar público; danoso aos materiais, à fauna e flora; prejudicial à
segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade. Questiona-
se:
   32) Porque as alterações na qualidade do ar foram consideradas de baixa
       importância, especialmente, considerando os impactos à saúde dos
       trabalhadores e das comunidades no entorno do empreendimento? Houve
       algum tipo de modelagem de dispersão de poluentes?
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
            MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

       ASPECTOS RELACIONADOS AOS RECURSOS HIDRÍCOS



        Considerando, por um lado as conclusões do EIA/RIMA com relação aos recursos
hídricos, que afirma que os recursos hídricos superficiais encontram-se em abundância nas
áreas de influência do sítio eleito para implantação do Porto Sul,




Fonte: (HYDROS / ORIENTA, 2011 – EIA-Porto Sul - p. 8-235 Tomo II Vol 1)


      E por outro o estudo de AAE realizado pela UFRJ/COPPE apontam que existe um
descompasso entre a oferta, outorga e demanda por recursos hídricos na Bacia do Almada,
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
           MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE




Fonte: (COPPE, 2009 p. 113)
Questiona-se:

   33) Como serão garantidas as demandas por recursos hídricos na área proposta para o
       empreendimento, considerando a necessidade prioritária de garantí-los para o
       consumo humano, agropecuário e industrial dos municípios que dependem da Bacia
       do rio Almada?

     Considerando os riscos associados à redução na precipitação entre 30 e 50% na faixa
litorânea do Estado da Bahia, devido às mudanças climáticas apontada por recentes estudos
científicos (Figura 2) (TANAJURA ET AL., 2010), questiona-se:

   34) Os estudos de oferta de recursos hídricos do EIA consideraram a perspectiva de
       alteração do padrão de precipitação associado às mudanças climáticas?

    Considerando que poderá haver captação significativa de recursos pelo empreendimento,
os quais poderão influenciar negativamente a oferta de água relacionada à toda a área da
Bacia Hidrográfica, questiona-se:

   35) Porque os demais municípios da Bacia não foram considerados na AII do
       empreendimento?
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
           MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE




Figura 2 – Alterações esperadas para a precipitação no Estado da Bahia com base no modelo
HadRM3P (TANAJURA ET AL., 2010).
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
           MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

       ASPECTOS RELACIONADOS À SAÚDE

    O estudo descreve com base nos dados da SEI, as doenças endêmicas dos municípios
pertencentes às áreas diretamente afetadas, de influência direta e indireta. Com base nos
municípios da AID e AII, descreve-se um panorama das patologias de notificação
compulsória sem correlacionar com os fatores ambientais e antrópicos, haja vista a
interferência que o empreendimento fará nestes meios. A questão endêmica foi avaliada
superficialmente, sendo importante um diagnóstico claro e preciso da situação de saúde.
Ressalta-se que muitas patologias endêmicas citadas no EIA (Tomo II, Volume 4, 8-34, 8-
35) que não constam no RIMA, a exemplo da leishmaniose (endêmica em Ilhéus), são de
cunho da relação antrópica com o meio ambiente. O mosquito transmissor da patologia
citada, cujo habitat era a mata, passou a ocupar a zona urbanizada devido ao
desmatamento.
    Ações mitigadoras precisam ser pontuadas de forma mais clara e com metodologias
que demonstrem que o panorama citado não gerará, a curto prazo, surto de doenças que
já possuem taxa de morbidade elevadas, mesmo dentro de faixas endêmicas, o que causa
redução da qualidade de vida da população em geral, assim como aumento do
absenteísmo do grupo produtivo. Diante do que o EIA expõe surgem perguntas referentes
a estrutura de saúde existente na poligonal e nos municípios de Ilhéus e Itabuna para
atendimento da demanda. Considerando o homem como parte inerente do ecossistema e
que interferências no ambiente afetam diretamente sua qualidade de vida. Questiona-se:

   36) Quais os parâmetros epidemiológicos foram adotados para a realização deste
       estudo?

Considerando o perfil epidemiológico desta região, a implantação deste empreendimento
poderá ser considerada como Problema de Saúde Pública uma vez que trará um aumento
expressivo de doenças e agravos que não foram dimensionados no EIA/RIMA.

   37) Quais são as estimativas de incidência das patologias infectocontagiosas, emergentes
       e reemergentes, em função da alta endemicidade das mesmas na região?

   38) Quais são as medidas mitigadoras previstas de Atenção Primária, Secundária e
       Terciária para a promoção à saúde e prevenção de doenças nas áreas de influência
       ao entender que faltam leitos e que o sistema de saúde não possui estrutura para
       suprir a demanda da populacional atual?
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
             MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE


REFERÊNCIAS CITADAS

AB'SABER, Aziz Nacib; MIILLER-PLANTENBERG, Clarita. Previsão de impactos: o estudo de
impacto ambiental no Leste, Oeste e Sul - experiências no Brasil, na Russia e na
Alemanha. 2.ed. São Paulo: EDUSP, 2002. 569 p.

BARRA et al. Especiação de Arsênio – Uma revisão. QUÍMICA NOVA, v.23, n.1, p.58-70. 2000.

BIODINÂMICA/BAMIN. Estudo de impacto ambiental: Terminal Portuário Ponta da Tulha.
Biodinâmica Engenharia e Meio Ambiente / Bahia Mineração Ltda. Rio de Janeiro, agosto de 2009.
1751p.
BISINOTI, M.C.; JARDIM, W.F.O emprego de técnicas analíticas na especiação de metais
pesados e sua importância para o estudo do ambiente. Caderno temático. Volume 2.
Universidade Estadual de Campinas. Campinas. 2004.

CAPITANI, E. M.; ALGRANTI, E. Outras pneumoconioses. Jornal Brasileiro de
Pneumologia, vol.32.         São        Paulo,      2006.        Disponível         em:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1806-37132006000800010&script=sci_arttext. Acesso
em: 08 de novembro de 2011.

CETESB,      2011.       Disponível      em         http://www.cetesb.sp.gov.br/tecnologia-
ambiental/laboratorios/73-perguntas-frequentes. Último acesso em 08/11/2011.

COPPE/UFRJ. Avaliação Ambiental Estratégica do Programa Multimodal de Transporte e
Desenvolvimento Mínero-industrial da Região Cacaueira - Complexo Porto Sul. Produto 3 –
Diagnóstico. Laboratório Interdisciplinar de meio Ambiente (LIMA) COPPE/UFRJ, maio de 2009,
187p. não publicado.
COPPE/UFRJ. Implicações da Avaliação Ambiental Estratégica para a Análise das Alternativas
Locacionais de Implantação do Programa Multimodal de Transporte e Desenvolvimento Mínero-
industrial da Região Cacaueira - Complexo Porto Sul. Relatório de Consultoria. Laboratório
Interdisciplinar de meio Ambiente (LIMA) COPPE/UFRJ, 2008, 79p. não publicado.
GOBBI, Nivar; TAUK-TORNISIELO, Samia Maria. Análise                            ambiental: uma         visão
multidisciplinar. 2.ed. São Paulo: UNESP, 1995. 206p.

HYDROS / ORIENTA. Estudo de impacto ambiental (EIA) e Relatório de impacto ambiental (RIMA)
para implantação do Porto Sul em Ilhéus. Hydros Engenharia e Consultoria Ltda / Departamento de
Infraestrutura de Transporte da Bahia. Tomos I, II (Vol. 1, 2, 3, 4, 5-1, 5-2, 6) e III. Salvador, agosto de
2011.
LENNTECH, 2011. Disponível em http://www.lenntech.com/periodic/water/arsenic/arsenic-
and-water.htm e http://www.lenntech.com/periodic/elements/as.htm. Último acesso em
08/11/2011.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
           MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

RODRIGUES, A.S.L.; MALAFAIA, G. Efeitos da exposição ao Arsênio na saúde humana.
Rev.Saúde.Com. v.4, n.2, p.148-159.2008.

TANAJURA, Clemente Augusto Souza; GENZ, Fernando; ARAUJO, Heráclio Alves de. Mudanças
climáticas e recursos hídricos na Bahia: validação da simulação do clima presente do HadRM3P
e comparação com os cenários A2 e B2 para 2070-2100. Rev. bras. meteorol., São Paulo, v.
25,    n. 3, Sept.      2010 .           Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0102-77862010000300006&lng=en&nrm=iso>. accesso em 11 Nov.
2011. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-77862010000300006.

World Health Organization (WHO). Arsenic and arsenic compounds. Geneva: International
Programme on Chemical Safety; 2001.



        São estas as considerações e questionamentos, aos quais espera-se a devida resposta
por parte do empreendedor e sua consultoria, e o conseqüente encaminhamento aos
subscritores, para cumprimento das determinações legais atinentes à espécie.



Atenciosamente,




________________________________________________
Gil Marcelo Reuss – Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais


_________________________________________________
Francisco de Paula Fernandes – Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais




_______________________________________________
José Adolfo de Almeida Neto – Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais




_________________________________________________
Daniel Mauro Souza Lemos – Representante discente da disciplina Estudo de Impactos
Ambientais do MDRMA / PRODEMA

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Acquario Ceará - EIA/RIMA
Acquario Ceará - EIA/RIMAAcquario Ceará - EIA/RIMA
Acquario Ceará - EIA/RIMAAndréa Saraiva
 
Pré dimensionamento de um sistema para produção de biogás a partir dos resídu...
Pré dimensionamento de um sistema para produção de biogás a partir dos resídu...Pré dimensionamento de um sistema para produção de biogás a partir dos resídu...
Pré dimensionamento de um sistema para produção de biogás a partir dos resídu...Jose de Souza
 
Agua branca - eia rima - anexo i tr
Agua branca  - eia rima - anexo i trAgua branca  - eia rima - anexo i tr
Agua branca - eia rima - anexo i trCarlos Elson Cunha
 
Proposta de Metodologia participativa para recuperação de nascentes
Proposta de Metodologia participativa para recuperação de nascentesProposta de Metodologia participativa para recuperação de nascentes
Proposta de Metodologia participativa para recuperação de nascentesAgência Peixe Vivo
 
Plano de monitoramento da qualidade da água satélite íris i
Plano de monitoramento da qualidade da água   satélite íris iPlano de monitoramento da qualidade da água   satélite íris i
Plano de monitoramento da qualidade da água satélite íris iLaura Magalhães
 
Parecer Técnico da SEMACE do EIA/RIMA do Acquario Ceará
Parecer Técnico da SEMACE do EIA/RIMA do Acquario CearáParecer Técnico da SEMACE do EIA/RIMA do Acquario Ceará
Parecer Técnico da SEMACE do EIA/RIMA do Acquario CearáAndréa Saraiva
 
Parecer barragens Comdema-negativo
Parecer barragens Comdema-negativoParecer barragens Comdema-negativo
Parecer barragens Comdema-negativoAnita Rocha
 
Comdema parecer negativo-barragens
Comdema parecer negativo-barragensComdema parecer negativo-barragens
Comdema parecer negativo-barragensLaura Magalhães
 
Parecer técnico do Comdema-Campinas Negativo à barragem de Pedreira
Parecer técnico do Comdema-Campinas Negativo à barragem de PedreiraParecer técnico do Comdema-Campinas Negativo à barragem de Pedreira
Parecer técnico do Comdema-Campinas Negativo à barragem de PedreiraCampinas Que Queremos
 
Projeto Semeando Nascentes
Projeto Semeando NascentesProjeto Semeando Nascentes
Projeto Semeando NascentesMaíra Mainart
 
Planejamento e gestão ambiental das cidades dissertaçao final 23.07.2005
Planejamento e gestão ambiental das cidades dissertaçao final 23.07.2005Planejamento e gestão ambiental das cidades dissertaçao final 23.07.2005
Planejamento e gestão ambiental das cidades dissertaçao final 23.07.2005Universidade Federal Fluminense
 
Barragens Pedreira e Duas Pontes/parecer Congeapa
Barragens Pedreira e Duas Pontes/parecer CongeapaBarragens Pedreira e Duas Pontes/parecer Congeapa
Barragens Pedreira e Duas Pontes/parecer Congeaparesgate cambui ong
 
PROGRAMA AQUÍFERO GUARANI: DIFUSÃO DE HIDROGEOLOGIA NAS PRAÇAS PÚBLICAS E ESC...
PROGRAMA AQUÍFERO GUARANI: DIFUSÃO DE HIDROGEOLOGIA NAS PRAÇAS PÚBLICAS E ESC...PROGRAMA AQUÍFERO GUARANI: DIFUSÃO DE HIDROGEOLOGIA NAS PRAÇAS PÚBLICAS E ESC...
PROGRAMA AQUÍFERO GUARANI: DIFUSÃO DE HIDROGEOLOGIA NAS PRAÇAS PÚBLICAS E ESC...Gabriella Ribeiro
 
RELATÓRIO DE VISTORIA Nº. 13 /2012 - COPAH/CGTMO/DILIC/IBAMA
RELATÓRIO DE VISTORIA Nº. 13 /2012 - COPAH/CGTMO/DILIC/IBAMARELATÓRIO DE VISTORIA Nº. 13 /2012 - COPAH/CGTMO/DILIC/IBAMA
RELATÓRIO DE VISTORIA Nº. 13 /2012 - COPAH/CGTMO/DILIC/IBAMAPaulo Sérgio Paiva
 
Parecer Tecnico do CADES - indeferimento do EIA-RIMA da Operação Urbana Vila ...
Parecer Tecnico do CADES - indeferimento do EIA-RIMA da Operação Urbana Vila ...Parecer Tecnico do CADES - indeferimento do EIA-RIMA da Operação Urbana Vila ...
Parecer Tecnico do CADES - indeferimento do EIA-RIMA da Operação Urbana Vila ...pelacidadeviva
 
Barragens Pedreira e Duas Pontes/parecer Comdema
Barragens Pedreira e Duas Pontes/parecer ComdemaBarragens Pedreira e Duas Pontes/parecer Comdema
Barragens Pedreira e Duas Pontes/parecer Comdemaresgate cambui ong
 
Belo horizonte-gp41-ge-grupo7
Belo horizonte-gp41-ge-grupo7Belo horizonte-gp41-ge-grupo7
Belo horizonte-gp41-ge-grupo7Marco Coghi
 

Mais procurados (19)

Acquario Ceará - EIA/RIMA
Acquario Ceará - EIA/RIMAAcquario Ceará - EIA/RIMA
Acquario Ceará - EIA/RIMA
 
Pré dimensionamento de um sistema para produção de biogás a partir dos resídu...
Pré dimensionamento de um sistema para produção de biogás a partir dos resídu...Pré dimensionamento de um sistema para produção de biogás a partir dos resídu...
Pré dimensionamento de um sistema para produção de biogás a partir dos resídu...
 
Agua branca - eia rima - anexo i tr
Agua branca  - eia rima - anexo i trAgua branca  - eia rima - anexo i tr
Agua branca - eia rima - anexo i tr
 
Proposta de Metodologia participativa para recuperação de nascentes
Proposta de Metodologia participativa para recuperação de nascentesProposta de Metodologia participativa para recuperação de nascentes
Proposta de Metodologia participativa para recuperação de nascentes
 
Anexo 1
Anexo 1Anexo 1
Anexo 1
 
Plano de monitoramento da qualidade da água satélite íris i
Plano de monitoramento da qualidade da água   satélite íris iPlano de monitoramento da qualidade da água   satélite íris i
Plano de monitoramento da qualidade da água satélite íris i
 
Parecer Técnico da SEMACE do EIA/RIMA do Acquario Ceará
Parecer Técnico da SEMACE do EIA/RIMA do Acquario CearáParecer Técnico da SEMACE do EIA/RIMA do Acquario Ceará
Parecer Técnico da SEMACE do EIA/RIMA do Acquario Ceará
 
Parecer barragens Comdema-negativo
Parecer barragens Comdema-negativoParecer barragens Comdema-negativo
Parecer barragens Comdema-negativo
 
Comdema parecer negativo-barragens
Comdema parecer negativo-barragensComdema parecer negativo-barragens
Comdema parecer negativo-barragens
 
Parecer técnico do Comdema-Campinas Negativo à barragem de Pedreira
Parecer técnico do Comdema-Campinas Negativo à barragem de PedreiraParecer técnico do Comdema-Campinas Negativo à barragem de Pedreira
Parecer técnico do Comdema-Campinas Negativo à barragem de Pedreira
 
Projeto Semeando Nascentes
Projeto Semeando NascentesProjeto Semeando Nascentes
Projeto Semeando Nascentes
 
AMERTP – Associação de Defesa do Meio Ambiente
AMERTP – Associação de Defesa do Meio AmbienteAMERTP – Associação de Defesa do Meio Ambiente
AMERTP – Associação de Defesa do Meio Ambiente
 
Planejamento e gestão ambiental das cidades dissertaçao final 23.07.2005
Planejamento e gestão ambiental das cidades dissertaçao final 23.07.2005Planejamento e gestão ambiental das cidades dissertaçao final 23.07.2005
Planejamento e gestão ambiental das cidades dissertaçao final 23.07.2005
 
Barragens Pedreira e Duas Pontes/parecer Congeapa
Barragens Pedreira e Duas Pontes/parecer CongeapaBarragens Pedreira e Duas Pontes/parecer Congeapa
Barragens Pedreira e Duas Pontes/parecer Congeapa
 
PROGRAMA AQUÍFERO GUARANI: DIFUSÃO DE HIDROGEOLOGIA NAS PRAÇAS PÚBLICAS E ESC...
PROGRAMA AQUÍFERO GUARANI: DIFUSÃO DE HIDROGEOLOGIA NAS PRAÇAS PÚBLICAS E ESC...PROGRAMA AQUÍFERO GUARANI: DIFUSÃO DE HIDROGEOLOGIA NAS PRAÇAS PÚBLICAS E ESC...
PROGRAMA AQUÍFERO GUARANI: DIFUSÃO DE HIDROGEOLOGIA NAS PRAÇAS PÚBLICAS E ESC...
 
RELATÓRIO DE VISTORIA Nº. 13 /2012 - COPAH/CGTMO/DILIC/IBAMA
RELATÓRIO DE VISTORIA Nº. 13 /2012 - COPAH/CGTMO/DILIC/IBAMARELATÓRIO DE VISTORIA Nº. 13 /2012 - COPAH/CGTMO/DILIC/IBAMA
RELATÓRIO DE VISTORIA Nº. 13 /2012 - COPAH/CGTMO/DILIC/IBAMA
 
Parecer Tecnico do CADES - indeferimento do EIA-RIMA da Operação Urbana Vila ...
Parecer Tecnico do CADES - indeferimento do EIA-RIMA da Operação Urbana Vila ...Parecer Tecnico do CADES - indeferimento do EIA-RIMA da Operação Urbana Vila ...
Parecer Tecnico do CADES - indeferimento do EIA-RIMA da Operação Urbana Vila ...
 
Barragens Pedreira e Duas Pontes/parecer Comdema
Barragens Pedreira e Duas Pontes/parecer ComdemaBarragens Pedreira e Duas Pontes/parecer Comdema
Barragens Pedreira e Duas Pontes/parecer Comdema
 
Belo horizonte-gp41-ge-grupo7
Belo horizonte-gp41-ge-grupo7Belo horizonte-gp41-ge-grupo7
Belo horizonte-gp41-ge-grupo7
 

Destaque

Herramientas web 2
Herramientas web 2Herramientas web 2
Herramientas web 2natsus
 
Presentación slideshare
Presentación slidesharePresentación slideshare
Presentación slideshareOdettee
 
la era de la fotografia nazareth
la era de la fotografia nazarethla era de la fotografia nazareth
la era de la fotografia nazarethlauradiiaz
 
Ruben pardo reciclaje diapositivas
Ruben pardo reciclaje diapositivasRuben pardo reciclaje diapositivas
Ruben pardo reciclaje diapositivasrubenpg
 
Artigo paulo queiroz responsabilidade penal da pessoa jurídica
Artigo paulo queiroz responsabilidade penal da pessoa jurídicaArtigo paulo queiroz responsabilidade penal da pessoa jurídica
Artigo paulo queiroz responsabilidade penal da pessoa jurídicaFrancisco E Elisangela Biolchi
 
Presentación para el curso
Presentación para el cursoPresentación para el curso
Presentación para el cursoEnriquevdep
 
Trabajo de computacion arcos velaco lourdes carolina 1 trabajo social
Trabajo de computacion  arcos velaco lourdes carolina  1 trabajo socialTrabajo de computacion  arcos velaco lourdes carolina  1 trabajo social
Trabajo de computacion arcos velaco lourdes carolina 1 trabajo socialcarolina_arcos
 
Nod32,avast!(2)
Nod32,avast!(2)Nod32,avast!(2)
Nod32,avast!(2)Peedroo143
 
El cuidado de rios y lagos
El cuidado de rios y lagosEl cuidado de rios y lagos
El cuidado de rios y lagos0989270704
 
AxpeNews, el boletín semanal de AXPE Consulting (03-07-2015)
AxpeNews, el boletín semanal de AXPE Consulting (03-07-2015)AxpeNews, el boletín semanal de AXPE Consulting (03-07-2015)
AxpeNews, el boletín semanal de AXPE Consulting (03-07-2015)AXPE Consulting
 
Jdr construcciones
Jdr construccionesJdr construcciones
Jdr construccionesjuanmasimo
 
Eme revol franc e indust
Eme   revol franc e industEme   revol franc e indust
Eme revol franc e industprofcacocardozo
 
Educação e trabalho complementar
Educação e trabalho   complementarEducação e trabalho   complementar
Educação e trabalho complementarProfesonline
 

Destaque (20)

MENU
MENUMENU
MENU
 
andrea botero
andrea boteroandrea botero
andrea botero
 
Unidad 11 elbloquecapitalista
Unidad 11 elbloquecapitalistaUnidad 11 elbloquecapitalista
Unidad 11 elbloquecapitalista
 
Herramientas web 2
Herramientas web 2Herramientas web 2
Herramientas web 2
 
Presentación slideshare
Presentación slidesharePresentación slideshare
Presentación slideshare
 
la era de la fotografia nazareth
la era de la fotografia nazarethla era de la fotografia nazareth
la era de la fotografia nazareth
 
Ruben pardo reciclaje diapositivas
Ruben pardo reciclaje diapositivasRuben pardo reciclaje diapositivas
Ruben pardo reciclaje diapositivas
 
Artigo paulo queiroz responsabilidade penal da pessoa jurídica
Artigo paulo queiroz responsabilidade penal da pessoa jurídicaArtigo paulo queiroz responsabilidade penal da pessoa jurídica
Artigo paulo queiroz responsabilidade penal da pessoa jurídica
 
Presentación para el curso
Presentación para el cursoPresentación para el curso
Presentación para el curso
 
Julian ramos
Julian ramosJulian ramos
Julian ramos
 
Trabajo de computacion arcos velaco lourdes carolina 1 trabajo social
Trabajo de computacion  arcos velaco lourdes carolina  1 trabajo socialTrabajo de computacion  arcos velaco lourdes carolina  1 trabajo social
Trabajo de computacion arcos velaco lourdes carolina 1 trabajo social
 
Nod32,avast!(2)
Nod32,avast!(2)Nod32,avast!(2)
Nod32,avast!(2)
 
Balcánicas
BalcánicasBalcánicas
Balcánicas
 
El cuidado de rios y lagos
El cuidado de rios y lagosEl cuidado de rios y lagos
El cuidado de rios y lagos
 
Primeros auxilios
Primeros auxiliosPrimeros auxilios
Primeros auxilios
 
Plano de aula
Plano de aulaPlano de aula
Plano de aula
 
AxpeNews, el boletín semanal de AXPE Consulting (03-07-2015)
AxpeNews, el boletín semanal de AXPE Consulting (03-07-2015)AxpeNews, el boletín semanal de AXPE Consulting (03-07-2015)
AxpeNews, el boletín semanal de AXPE Consulting (03-07-2015)
 
Jdr construcciones
Jdr construccionesJdr construcciones
Jdr construcciones
 
Eme revol franc e indust
Eme   revol franc e industEme   revol franc e indust
Eme revol franc e indust
 
Educação e trabalho complementar
Educação e trabalho   complementarEducação e trabalho   complementar
Educação e trabalho complementar
 

Semelhante a IBAMA questiona impactos do Porto Sul na região

Artigo gestão ambiental e estatísticas de mergulho pedrini et al 2007
Artigo gestão ambiental e estatísticas de mergulho pedrini et al 2007Artigo gestão ambiental e estatísticas de mergulho pedrini et al 2007
Artigo gestão ambiental e estatísticas de mergulho pedrini et al 2007AlexandredeGusmaoPedrini
 
ATIVIDADE 2 - GAMB - GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS - 542023.pdf
ATIVIDADE 2 - GAMB - GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS - 542023.pdfATIVIDADE 2 - GAMB - GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS - 542023.pdf
ATIVIDADE 2 - GAMB - GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS - 542023.pdfgolapey949
 
Doc 8 vistoria da área - junho - publicação 27-08
Doc 8   vistoria da área - junho - publicação 27-08Doc 8   vistoria da área - junho - publicação 27-08
Doc 8 vistoria da área - junho - publicação 27-08Emilio Gusmão
 
Barragens-Comdema dá parecer negativo
Barragens-Comdema dá parecer negativoBarragens-Comdema dá parecer negativo
Barragens-Comdema dá parecer negativoLaura Magalhães
 
Impacto Ambiental - EIA/RIMA
Impacto Ambiental - EIA/RIMAImpacto Ambiental - EIA/RIMA
Impacto Ambiental - EIA/RIMARodrigo Travitzki
 
Parecer ibama 01 02-2012[1] porto sul - ilhéus - bahia
Parecer ibama 01 02-2012[1] porto sul - ilhéus - bahiaParecer ibama 01 02-2012[1] porto sul - ilhéus - bahia
Parecer ibama 01 02-2012[1] porto sul - ilhéus - bahiaPaulo Sérgio Paiva
 
Nota da frente contra o PL 2946 2015
Nota da frente contra o PL 2946 2015 Nota da frente contra o PL 2946 2015
Nota da frente contra o PL 2946 2015 CBH Rio das Velhas
 
Apresentacao 99 plenaria - peixe vivo
Apresentacao   99 plenaria - peixe vivoApresentacao   99 plenaria - peixe vivo
Apresentacao 99 plenaria - peixe vivoCBH Rio das Velhas
 
11331-50403-1-PB.pdf
11331-50403-1-PB.pdf11331-50403-1-PB.pdf
11331-50403-1-PB.pdfBIOSfera2
 
Gt corredores verdes relatório final
Gt corredores verdes relatório finalGt corredores verdes relatório final
Gt corredores verdes relatório finalandreia_2014
 
Relatório beirario
Relatório beirarioRelatório beirario
Relatório beirariodesantiz
 
Carta dos atingidos pela expansão da veracel na bahia
Carta dos atingidos pela expansão da veracel na bahiaCarta dos atingidos pela expansão da veracel na bahia
Carta dos atingidos pela expansão da veracel na bahiaCeas Assessoria
 
Quest palestrantes segurana _ sa˙de-p˙blica_15_09_15
Quest palestrantes segurana _ sa˙de-p˙blica_15_09_15Quest palestrantes segurana _ sa˙de-p˙blica_15_09_15
Quest palestrantes segurana _ sa˙de-p˙blica_15_09_15Francis Zeman
 

Semelhante a IBAMA questiona impactos do Porto Sul na região (20)

Parecer Scheibe
Parecer ScheibeParecer Scheibe
Parecer Scheibe
 
Bsbi 131 mar
Bsbi 131 marBsbi 131 mar
Bsbi 131 mar
 
Artigo gestão ambiental e estatísticas de mergulho pedrini et al 2007
Artigo gestão ambiental e estatísticas de mergulho pedrini et al 2007Artigo gestão ambiental e estatísticas de mergulho pedrini et al 2007
Artigo gestão ambiental e estatísticas de mergulho pedrini et al 2007
 
ATIVIDADE 2 - GAMB - GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS - 542023.pdf
ATIVIDADE 2 - GAMB - GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS - 542023.pdfATIVIDADE 2 - GAMB - GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS - 542023.pdf
ATIVIDADE 2 - GAMB - GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS - 542023.pdf
 
Licenciamento ambiental para quê? - Artigo PFA Jorge Luis Soares - O Liberal ...
Licenciamento ambiental para quê? - Artigo PFA Jorge Luis Soares - O Liberal ...Licenciamento ambiental para quê? - Artigo PFA Jorge Luis Soares - O Liberal ...
Licenciamento ambiental para quê? - Artigo PFA Jorge Luis Soares - O Liberal ...
 
Doc 8 vistoria da área - junho - publicação 27-08
Doc 8   vistoria da área - junho - publicação 27-08Doc 8   vistoria da área - junho - publicação 27-08
Doc 8 vistoria da área - junho - publicação 27-08
 
Rima
RimaRima
Rima
 
Rima
RimaRima
Rima
 
Barragens-Comdema dá parecer negativo
Barragens-Comdema dá parecer negativoBarragens-Comdema dá parecer negativo
Barragens-Comdema dá parecer negativo
 
Impacto Ambiental - EIA/RIMA
Impacto Ambiental - EIA/RIMAImpacto Ambiental - EIA/RIMA
Impacto Ambiental - EIA/RIMA
 
Aula 3 - Márcia Nascimento
Aula 3 - Márcia NascimentoAula 3 - Márcia Nascimento
Aula 3 - Márcia Nascimento
 
Parecer ibama 01 02-2012[1] porto sul - ilhéus - bahia
Parecer ibama 01 02-2012[1] porto sul - ilhéus - bahiaParecer ibama 01 02-2012[1] porto sul - ilhéus - bahia
Parecer ibama 01 02-2012[1] porto sul - ilhéus - bahia
 
Ctr santa rosa x piranema atualiz
Ctr santa rosa x piranema atualizCtr santa rosa x piranema atualiz
Ctr santa rosa x piranema atualiz
 
Nota da frente contra o PL 2946 2015
Nota da frente contra o PL 2946 2015 Nota da frente contra o PL 2946 2015
Nota da frente contra o PL 2946 2015
 
Apresentacao 99 plenaria - peixe vivo
Apresentacao   99 plenaria - peixe vivoApresentacao   99 plenaria - peixe vivo
Apresentacao 99 plenaria - peixe vivo
 
11331-50403-1-PB.pdf
11331-50403-1-PB.pdf11331-50403-1-PB.pdf
11331-50403-1-PB.pdf
 
Gt corredores verdes relatório final
Gt corredores verdes relatório finalGt corredores verdes relatório final
Gt corredores verdes relatório final
 
Relatório beirario
Relatório beirarioRelatório beirario
Relatório beirario
 
Carta dos atingidos pela expansão da veracel na bahia
Carta dos atingidos pela expansão da veracel na bahiaCarta dos atingidos pela expansão da veracel na bahia
Carta dos atingidos pela expansão da veracel na bahia
 
Quest palestrantes segurana _ sa˙de-p˙blica_15_09_15
Quest palestrantes segurana _ sa˙de-p˙blica_15_09_15Quest palestrantes segurana _ sa˙de-p˙blica_15_09_15
Quest palestrantes segurana _ sa˙de-p˙blica_15_09_15
 

Mais de Paulo Sérgio Paiva

Cabruca biodivers conserv_ic_2012
Cabruca biodivers conserv_ic_2012Cabruca biodivers conserv_ic_2012
Cabruca biodivers conserv_ic_2012Paulo Sérgio Paiva
 
Planejamento do ii encontro da teia (1) pdf
Planejamento do ii encontro da teia (1) pdfPlanejamento do ii encontro da teia (1) pdf
Planejamento do ii encontro da teia (1) pdfPaulo Sérgio Paiva
 
Doc 10 errata do eia - 27.08.2012 - parte 1[1]
Doc 10   errata do eia - 27.08.2012 - parte 1[1]Doc 10   errata do eia - 27.08.2012 - parte 1[1]
Doc 10 errata do eia - 27.08.2012 - parte 1[1]Paulo Sérgio Paiva
 
Doc 9 errata do eia - 30.08.2012 - parte 3[1]
Doc 9   errata do eia - 30.08.2012 - parte 3[1]Doc 9   errata do eia - 30.08.2012 - parte 3[1]
Doc 9 errata do eia - 30.08.2012 - parte 3[1]Paulo Sérgio Paiva
 
Pressoes ao meio_ambiente_ilheus
Pressoes ao meio_ambiente_ilheusPressoes ao meio_ambiente_ilheus
Pressoes ao meio_ambiente_ilheusPaulo Sérgio Paiva
 
Mapa de-unidades-de-conservacao-de-ilheus
Mapa de-unidades-de-conservacao-de-ilheusMapa de-unidades-de-conservacao-de-ilheus
Mapa de-unidades-de-conservacao-de-ilheusPaulo Sérgio Paiva
 
Associacoes rurais[1] Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata At...
Associacoes rurais[1] Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata At...Associacoes rurais[1] Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata At...
Associacoes rurais[1] Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata At...Paulo Sérgio Paiva
 
Questionamentos sobre o EIA Porto Sul
Questionamentos sobre o EIA Porto SulQuestionamentos sobre o EIA Porto Sul
Questionamentos sobre o EIA Porto SulPaulo Sérgio Paiva
 

Mais de Paulo Sérgio Paiva (20)

Eco Estúdio portfolium
Eco Estúdio portfoliumEco Estúdio portfolium
Eco Estúdio portfolium
 
Pmma Porto-seguro Folder
Pmma Porto-seguro FolderPmma Porto-seguro Folder
Pmma Porto-seguro Folder
 
Cabruca biodivers conserv_ic_2012
Cabruca biodivers conserv_ic_2012Cabruca biodivers conserv_ic_2012
Cabruca biodivers conserv_ic_2012
 
Planejamento do ii encontro da teia (1) pdf
Planejamento do ii encontro da teia (1) pdfPlanejamento do ii encontro da teia (1) pdf
Planejamento do ii encontro da teia (1) pdf
 
Teia agroecologica
Teia agroecologicaTeia agroecologica
Teia agroecologica
 
Currículos guerreiras virtual
Currículos guerreiras virtualCurrículos guerreiras virtual
Currículos guerreiras virtual
 
Reportagens 1984
Reportagens 1984Reportagens 1984
Reportagens 1984
 
SHOW ILHÉUS ANUNCIA SOM - 1986
SHOW ILHÉUS ANUNCIA SOM - 1986SHOW ILHÉUS ANUNCIA SOM - 1986
SHOW ILHÉUS ANUNCIA SOM - 1986
 
Currículos para FUNCEB
Currículos para FUNCEBCurrículos para FUNCEB
Currículos para FUNCEB
 
Doc 10 errata do eia - 27.08.2012 - parte 1[1]
Doc 10   errata do eia - 27.08.2012 - parte 1[1]Doc 10   errata do eia - 27.08.2012 - parte 1[1]
Doc 10 errata do eia - 27.08.2012 - parte 1[1]
 
Doc 9 errata do eia - 30.08.2012 - parte 3[1]
Doc 9   errata do eia - 30.08.2012 - parte 3[1]Doc 9   errata do eia - 30.08.2012 - parte 3[1]
Doc 9 errata do eia - 30.08.2012 - parte 3[1]
 
Plano Mata Atlântica- Ilhéus
Plano Mata Atlântica- IlhéusPlano Mata Atlântica- Ilhéus
Plano Mata Atlântica- Ilhéus
 
Decreto de ampliação 2003
Decreto de ampliação 2003Decreto de ampliação 2003
Decreto de ampliação 2003
 
Membros do conselho pmbe
Membros do conselho pmbeMembros do conselho pmbe
Membros do conselho pmbe
 
Pressoes ao meio_ambiente_ilheus
Pressoes ao meio_ambiente_ilheusPressoes ao meio_ambiente_ilheus
Pressoes ao meio_ambiente_ilheus
 
Mapa de ameacas_mata_atlantica
Mapa de ameacas_mata_atlanticaMapa de ameacas_mata_atlantica
Mapa de ameacas_mata_atlantica
 
Mapa de-unidades-de-conservacao-de-ilheus
Mapa de-unidades-de-conservacao-de-ilheusMapa de-unidades-de-conservacao-de-ilheus
Mapa de-unidades-de-conservacao-de-ilheus
 
Associacoes rurais[1] Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata At...
Associacoes rurais[1] Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata At...Associacoes rurais[1] Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata At...
Associacoes rurais[1] Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata At...
 
Questionamentos sobre o EIA Porto Sul
Questionamentos sobre o EIA Porto SulQuestionamentos sobre o EIA Porto Sul
Questionamentos sobre o EIA Porto Sul
 
Assentamento Cruzeiro do_Sul
Assentamento Cruzeiro do_SulAssentamento Cruzeiro do_Sul
Assentamento Cruzeiro do_Sul
 

Último

ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 

Último (20)

ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 

IBAMA questiona impactos do Porto Sul na região

  • 1. AMBIENTE - IBAMA, ESC. REG.ILHÉUS-BA, EM 11/11/2011 ORIGINAL ASSINADO E PROTOCOLADO NO MINISTÉRIO DO MEIO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE REC. POR JOSELITA V.B. MAIA – MAT. 0684183 Campus Prof. Soane Nazaré de Andrade, 11 de novembro de 2011 Ilmo. Srs. Célio Costa Pinto – Presidente da Audiência Pública do Porto Sul Superintendente Regional do IBAMA na Bahia Mariana Graciosa Pereira – Secretaria Executiva da AP do Porto Sul Coordenadora COPAH / DILIC do IBAMA Os professores e pós-graduandos que a esta subscrevem, poderão ser encontrados em seus respectivos Departamentos na Universidade Estadual de Santa Cruz, situada no Km. 16 da Rodovia Ilhéus/Itabuna, Bairro Salobrinho, Ilhéus/BA, no prazo para manifestações a respeito do Licenciamento Ambiental do Porto Sul, requerido pelo Departamento de Infraestrutura de Transporte da Bahia, vem perante V.Sa expor algumas dúvidas, considerações e questionamentos a respeito do Estudo de Impacto Ambiental – EIA e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, elaborados pelas empresas consultora Hydros e Orienta. Outrossim, requerem, com base no Art. 10, inciso VI, da Resolução CONAMA 237/97, que a presente seja convertida em DILIGÊNCIA, para recomendações, solicitação de esclarecimentos e complementações ao empreendedor, sobre as quais também se requer seja dada ciência aos subscritores, para cumprimento ao quanto disposto no art. 2º da Lei nº 10.650/2003 (Lei de Informações Ambientais). A. ASPECTOS RELACIONADOS AO TERMO DE REFERÊNCIA Considerando por um lado os riscos envolvidos na contaminação dos recursos naturais marinhos, essenciais às atividades econômicas e culturais das comunidades e da população dos municípios da área de influência do empreendimento e por outro da importância de se conhecer o padrão de correntes na dispersão dos sedimentos dragados e descartados pelas atividades do empreendimento. Questiona-se: 1) Porque o IBAMA não incluiu no Termo de Referência a exigência de simulação das correntes nas áreas de descarte (bota-fora) dos materiais dragados?
  • 2. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE B. ASPECTOS RELACIONADOS AO DIAGNÓSTICO DAS COMUNIDADES A avaliação ambiental é o mais amplo exercício analítico que se pode realizar acerca de um objeto qualquer do conhecimento, segundo as relações dos aspectos físicos, bióticos, econômicos, sociais e culturais, desde que sejam assim constituído, tal que muitas propriedades e características dos sistemas vivos se comportam de forma holística (GOBBI; TAUK-TORNISIELO, 1995). Apesar da “análise do sítio ou local de implantação ter a sua importância, é a área do entorno do projeto que mais importa em termos de curto, médio e longo prazo, sendo o espaço total o centro das considerações para uma correta previsão de impactos” (AB'SABER; MIILLER-PLANTENBERG, 2002) Porém, as alterações nos aspectos socioeconômicos das comunidades consideradas na Área Diretamente Afetada (ADA) e na Área do Entorno do Empreendimento (AEE), conforme apresentado no EIA Porto Sul, observaram principalmente os impactos positivos na fase de operação do empreendimento. Neste sentido, questiona-se: 2) Quais os potenciais impactos adversos, que poderão surgir oriundos direta ou indiretamente da própria diversificação das atividades econômicas trazida pelo empreendimento? 3) Quais são as medidas de mitigação, compensação e monitoramento ao longo do tempo previsto em cada fase das licenças, considerando o curto, médio e longo prazo? Como serão assegurados os recursos financeiros para sua implementação? O EIA/RIMA não apresentou as despesas e os custos previstos para os programas sociais mitigadores, bem como, não apontou a eficiência e a duração dos mecanismos / programa. Considerando que a Resolução CONAMA 001/86 prevê que os Estudos de Impactos Ambientais devem conter uma clara “definição de medidas mitigadoras (a natureza preventiva ou corretiva, a eficiência dos equipamentos de controle, para o caso de acidentes, se é de curto médio ou longo prazo, a responsabilidade da implementação – empreendedor/público ou outros e seus custos)” (Art 6º, II, da Resolução CONAMA 001/86). Para o “diagnóstico das comunidades foram aplicados 200 questionários, realizados seis grupos de discussão e 120 entrevistas em profundidade” com processo heurístico via “clusterização” (EIA tomo II, volume 4. 19/368, 8-1). Além disso, o Estudo apresenta cruzamentos de dados com períodos distintos. Estes dados foram inter-relacionados transversalmente, levando a resultados que não condizem com a realidade. Um exemplo disso são os conflitos do empreendimento com o uso da terra, quando o EIA utiliza-se de cruzamento de dados do Plano Diretor de Regionalização – PDR Ilhéus/2006 com o documento de 1998 da SEI de Uso da Terra e Cobertura Vegetal do Litoral Sul da Bahia. Com base nestas informações e considerando a existência de procedimentos estatísticos básicos para análise de uma população, visando alcançar resultados com confiabilidade, questiona-se:
  • 3. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE 4) Qual o procedimento metodológico para determinação da amostra? E como se deu o tratamento dos dados, uma vez que se tratam de períodos distantes e possivelmente não correlacionados? De acordo com o EIA/RIMA, as principais demandas das comunidades são por serviços básicos, infra-estrutura, emprego, educação. No entanto, conforme o documento, a maioria dos entrevistados mostrou-se preocupada com a degradação ambiental (82,6%), considerando a implantação do empreendimento na Ponta da Tulha, onde existe uma maior fragilidade ambiental relativa – sugerindo que na nova área, essa preocupação certamente seria menor. O EIA/RIMA considerou de alta importância os impactos na alteração da capacidade de subsistência de famílias reassentadas e por apresentar um Programa de Assentamento e Desapropriação para lidar com a situação dos moradores das áreas do empreendimento. A desapropriação poderá causar impactos de elevada importância na situação econômica, já que muitas famílias que deverão ser desapropriadas sobrevivem com a renda de agricultura familiar, a situação social dos indivíduos desapropriados será afetada diretamente. Neste sentido, questiona-se: 5) Como será garantido que os programas de desapropriação e assentamento terão condições de garantir aos pequenos agricultores a adequada transição e manutenção das atividades agrícolas, bem como, o seu sustento? 6) Considerando que o EIA constatou a baixa escolaridade das comunidades e suas atividades econômicas tradicionais (agricultura de subsistência, pesca artesanal e turismo), como estas serão inseridas no modelo de desenvolvimento previsto para a região? C. ASPECTOS DA LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO PORTO SUL Trechos do relatório AAE e Análise de Alternativas Locacionais (COPPE, 2008) (COPPE, 2008 – p. 2)
  • 4. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE (COPPE, 2008 – p. 2 / 3) Considerando a demanda atual e futura de água para as atividades econômicas que serão estimuladas pela implantação do Porto Sul, especialmente com relação à potencial instalação de atividades siderúrgicas (conforme mencionado no trecho extraído do diagnóstico realizado pela COPPE/UFRJ em outubro de 2008), questiona-se: 7) Porque não foram considerados como critério na definição de alternativas locacionais do empreendimento a disponibilidade e a demanda por recursos hídricos (superficiais e subterrâneos) e os riscos associados à sua contaminação pelas atividades do retroporto de minério de ferro? Fonte: COPPE, 2008, p. 5 Fonte: BIODINÂMICA, 2009, p. 5 Fonte: HYDROS /ORIENTA, 2011, p. 17 Figura 1 – Comparação entre a área definida como Aritaguá nos estudos: COPPE, 2008, BIODINÂMICA, 2009 e HYDROS/ORIENTA, 2011.
  • 5. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE Trecho extraído de (COPPE, 2008, p. 6) Trecho extraído de (HYDROS / ORIENTA, 2011 – EIA-Porto Sul - p. 6-7 Tomo I) Fonte: (BIODINÂMICA, 2009 – EIA-BAMIN, p. 3-9) Considerando que há coincidência na localização indicada nos mapas da Figura 1 e na descrição realizada para a área de Aritaguá entre os documentos realizados pelos diversos estudos de localização do Porto Sul e do Terminal Portuário Ponta da Tulha e que durante a audiência pública o Coordenador do meio técnico, o coordenador Geral do estudo, Sandro Camargo, justificou a preferência por Aritaguá em detrimento das áreas do Distrito Industrial e do Porto do Malhado para o aprofundamento dos estudos de localização, em função de que se tratava de uma nova área na região de Aritaguá, diferente da área considerada nos estudos de 2008 e 2009. Neste sentido, questiona-se: 8) Com base em quais dados a coordenação geral do EIA/RIMA afirmou na audiência pública que na área de Aritagúa foram estudadas duas áreas, se os mapas apresentados na Figura 1, extraídos de documentos destes estudos, apontam para uma mesma área? 9) Porque não foram realizados estudos mais aprofundados das áreas do Distrito Industrial e do Porto do Malhado (já antropizadas), avaliando a possibilidade de obras de aterro nos bairros São Domingos e São Miguel, para receber a
  • 6. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE infraestrutura portuária; alternativas de pelotização do minério de ferro em área mais distante do litoral, evitando o armazenamento em pilhas de pó de ferro ao ar livre na zona costeira e reduzindo a necessidade de área para retroporto e, investimento na recuperação do passivo ambiental causado pelo Porto atual como medida compensatória aos impactos adversos significativos não passíveis de mitigação? 10) Levando-se em conta o pouco tempo para o aprofundamento dos estudos em novas áreas (cerca de 6 meses), não seria prudente aprofundar os estudos incluindo outros critérios de escolha, tais como: disponibilidade / demanda / impactos / riscos aos recursos hídricos superficiais e subterrâneos; corredores ecológicos litorâneos associados á proteção dos remanescentes de Mata Atlântica e conflitos com Planos e Programas de desenvolvimento governamentais de médio e longo prazo? Considerando que a dimensão, orçamento e o potencial impacto social e ambiental do empreendimento Porto Sul, por um lado, e a disponibilidade atual de métodos e técnicas de espacialização de análise multicriterial utilizando Sistemas de Informações Geográficas (SIG), que possibilitam a realização de estudos de localização mais objetivos, considerando de forma transparente a combinação de critérios técnico-econômicos, sociais e ambientais no apoio à decisão de escolha da área do empreendimento. Questiona-se: 11) Qual a robustez dos resultados diante das incertezas inerentes aos métodos utilizados e a sensibilidade frente às mudanças na importância / pesos dos fatores ambientais considerados na escolha? ________________________________________________________________ Art. 5º O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em especial os princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes gerais: I – Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a hipótese de não-execução do projeto [...]. Art. 6º [...] II – Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes [...] (Res. Conama n. 001/86). ________________________________________________________________ Considerando o que prevê a resolução CONAMA 001/86 (em destaque acima) e que as potencias alternativas locacionais citadas no EIA foram: Península de Maraú, Ponta da Tulha, Aritaguá, Distrito Industrial de Ilhéus, Porto do Malhado e Sul de Olivença, porém, as que efetivamente foram avaliadas dentro do que prevê a legislação nacional foram somente Ponta da Tulha e Aritaguá (mesmo assim, com deficiências na abrangência e qualidade da análise).
  • 7. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE D. ASPECTOS RELACIONADOS À IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO DO FORNECIMENTO DE MATERIAL PÉTREO PARA AS OBRAS CIVIS Considerando as informações abaixo encontradas no EIA: Fonte: (HYDROS / ORIENTA, 2011 – EIA-Porto Sul - p. 5-77 Tomo I) Fonte: (HYDROS / ORIENTA, 2011 – EIA-Porto Sul - p. 5-80 Tomo I) e que na melhor das hipóteses, quando consideradas as perdas e o material inerte, o potencial da pedreira Aninga da Carobeira (~4.000.000m3) poderá atender somente a demanda do TUP BAMIN (4.598.500m3) e que a necessidade de material pétreo para o Porto Sul (11.352.000 m3) supera em quase 3 vezes o necessário para o TUP, sendo, portanto, necessário contar as pedreiras disponíveis na região e que as possíveis pedreiras que poderão fornecer a rocha necessária para construção do enrocamento do Porto Sul são: Pedreira Ferbrita Ltda e Pedreira Iguape Ltda, localizadas em pontos cujo acesso deve necessariamente passar por ruas do centro ou bairros de Ilhéus e a pedreira Góes Cohabita, localizada em ponto cujo acesso deve necessariamente ser efetuado pela ponte que liga o centro da cidade ao bairro do Pontal (já estrangulada com problemas de tráfego). Considerando ainda a distância maior da área prevista para o Porto, nestes casos, quando comparada à pedreira Aninda da Carobeira, o maior volume a ser transportado (3 vezes) e o prazo previsto para execução das obras civis previstas no cronograma 5-56 (p. 5-109 Tomo I), estimou-se a necessidade de 120 caminhões realizando 6 viagens por dia para realizar o transporte de rocha das pedreiras selecionadas até a área do Porto em Aritaguá, ao longo de um período contínuo de trinta e seis meses, o que resultará em uma viagem a cada 2 minutos. Questiona-se: 12) Por que as vias de acesso até a estas possíveis pedreiras não foram incluídas na Área de Influência Direta (AID)? 13) A pavimentação das vias e as pontes públicas que dão acesso até as pedreiras possuem a capacidade necessária para suportar o peso desses caminhões ao longo desses 36 meses? 14) Qual o impacto deste tráfego nas vias existentes do ponto de vista de manutenção, segurança e aumento do tráfego? Haverá recursos e será
  • 8. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE firmado algum compromisso para recuperar as vias públicas durante e após o término das obras? 15) Quais as alternativas do ponto de vista logístico para o suprimento deste material, caso seja constatado a inviabilidade do uso da infraestrutura atual existente? DA DRAGAGEM DA BACIA DE EVOLUÇÃO E DA QUALIDADE DO MATERIAL DE DESCARTE O EIA/RIMA do Porto Sul identificou os impactos sobre os meios físico, biótico e socioeconômico ocasionados pela dragagem do canal de acesso, da bacia de evolução e dos berços de atracação do porto, bem como pela dispersão e deposição do material dragado. Ressalta-se que a maior parte dos impactos não são mitigáveis, conforme traz o documento. Alguns impactos citados foram: • meio físico: alterações da batimetria, aumento temporário dos níveis de material particulado no meio marinho e risco de remobilização de sedimentos contaminados; • meio biótico: afugentamento da ictiofauna, mortandade de comunidades bentônicas marinhas, mortandade de ictiofauna críptica e de baixa mobilidade, risco de interferência com as comunidades pelágicas, riscos de colisão com mamíferos marinhos, risco de interferências com a atividade reprodutiva de tartarugas e risco de interferências com o comportamento de cetáceos; • meio socioeconômico: interferências com a atividade pesqueira. O EIA (Tomo III) informa que a qualidade dos sedimentos interfere diretamente nas comunidades bentônicas. A remobilização de sedimentos contaminados através do processo de dragagem pode biodisponibilizar poluentes presentes nos sedimentos para as comunidades aquáticas, sobretudo para o plâncton e os peixes. Esse processo, mesmo que temporário, poderá representar riscos para a saúde humana e para a atividade pesqueira à medida que os recursos pesqueiros podem ser afetados quali-quantitativamente. Foram realizadas análises da qualidade dos sedimentos nas áreas previstas para a atividade de dragagem, tendo como referência os parâmetros estabelecidos na Resolução CONAMA 344/04 (Tomo III, p.9-10), resolução esta que estabelece as diretrizes gerais e os procedimentos mínimos para a avaliação do material a ser dragado em águas jurisdicionais brasileiras, e dá outras providências. Os resultados identificaram a presença de algumas concentrações anômalas para alguns elementos, com destaque para o Cromo (Cr) e o Cádmio (Cd), os quais apresentaram concentrações acima do critério legal (N1 da CONAMA 344/04). O Arsênio (As) também apresentou em todos os pontos de coleta concentrações cerca de três vezes acima do Nível 11 definido pela resolução, e de forma amplamente disseminada pela área estudada. 1 Resolução CONAMA N 344/04, art.3, I- nível 1: limiar abaixo do qual prevê-se baixa probabilidade de efeitos adversos à biota.
  • 9. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE Tendo como base o artigo 7 da Resolução CONAMA 344/04, verifica-se que devido a presença dos metais pesados Cd e As nos sedimentos marinhos, o empreendimento não fica livre da necessidade de realização de estudos complementares para sua caracterização. O As apresentou concentrações acima do Nível 1 da legislação e de forma disseminada, portanto, o material deverá ser submetido a ensaios ecotoxicológicos, entre outros testes que venham a ser exigidos pelo órgão ambiental competente ou propostos pelo empreendedor. Segundo o EIA (Tomo II Vol.2, p. 477), os estudos ecotoxicológicos “estão em desenvolvimento e logo que forem concluídos os laudos, os mesmos serão encaminhados ao IBAMA como documento complementar ao EIA”. Os ensaios estão sendo realizados com o ouriço-do-mar Echinometra lucunter e com o copépoda bentônico do gênero Nitokra sp. No entanto, essas espécies não estão entre os organismos recomendados pela CETESB e ABNT para a realização de tais testes ecotoxicológicos (CETESB, 2011). Questiona-se: 16) - Por que os organismos recomendados pela ABNT e CETESB para realização de teste ecotoxicológicos de sedimentos marinhos contaminados foram desconsiderados? Quanto à presença de As nos sedimentos marinhos (Tomo II Vol.1, p.503-505), a equipe justifica afirmando que “inúmeros estudos em sedimentos costeiros brasileiros, inclusive em áreas livres de contaminação por metais demonstram concentrações naturais de As superiores ao nível 1 da referida Resolução.” Para isso, referem-se a estudos realizados em sedimentos marinhos no Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro. Dessa forma, tomam o seguinte posicionamento (Tomo II Vol.1, p. 504): “Acredita-se que as concentrações médias de As observadas na região de Aritaguá sejam de fonte natural”. Contudo, mesmo que está afirmação possa ser confirmada, a origem natural do As não garante a ausência de toxicidade destes sedimentos. A justificativa oferecida pelos especialistas responsáveis pelo estudo para a presença de As indicou que a fonte do metal pesado nos sedimentos marinhos no Espírito Santo é a presença do Grupo Barreiras, que na Região Sudeste são rochas da região. Porém, na área de Aritaguá, não foi verificada a presença de afloramentos do Grupo Barreiras próximos à costa. Tampouco foram observados afloramentos cristalinos próximos à área estudada. Além disso, consultando o EIA realizado para construção do Terminal Portuário da BAMIN, na Ponta da Tulha, em área próxima (10km) da área de Aritaguá (BIODINÂMICA, 2009), a análise dos sedimentos marinhos naquela localidade não indicaram a sua contaminação por metais pesados. "As formas do arsênio inorgânico derivado de rochas são o trióxido de arsênio (As2O3), Orpimento (As2S3), arsenopirita (AsFeS) e realgar (As4S4) ."(LENNTECH, 2011). Portanto, a hipótese de que a fonte de As seja natural é difícil de ser confirmada, a não ser que a especiação na qual ele ocorre seja identificada. Por outro lado, o As é utilizado em produtos agroquímicos, como o arsenato de cobre (Cu3(AsO4)2.4H2O, aplicado como pesticida; Paxite (CuAs2), aplicado como inseticida e fungicida, arseniato de cobre e de cromo, utilizados como conservantes de madeira, bem como outras espécies químicas utilizadas na industria do vidro, ligas metálicas e na industria química (LENNTECH, 2011). Seu ingresso no sedimento marinho pode acontecer via drenagem,
  • 10. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE bioacumulação em macrófitas trazidas ao mar durante enxurradas através de rios, no caso específico, os rios Cachoeira e Almada, ou ainda diretamente pela deposição de material particulado oriundo da atmosfera por precipitação. Os usos de agroquímicos compostos com As ocorreram na região devido a lavoura de cacau. Com a dispersão do fungo (Crinippelis perniciosa), conhecido com o “vassoura de bruxa”, houve uma intensificação do uso de pesticidas, principalmente, fungicidas no seu controle. De acordo com o EIA, a área de interesse para dragagem, possui elevadas concentrações de As nos sedimentos, quando são considerados os limites estabelecidos na Resolução CONAMA Nº 344/04. A média esteve entre 21,7 mg/kg (Berço Norte) e 24,4 mg/kg (Bacia de Evolução Sul). De acordo com a Agency for Toxic Substances and Disease Registry (ATSDR) dos Estados Unidos, o As é considerado o elemento químico mais perigoso da Priority List of Hazardous Substances de 2007 segundo a Comprehensive Environmental Response, Compensation and Liability Act, o que o coloca dentre os elementos químicos que demandam cuidados específicos na sua manipulação e dispersão no ambiente (RODRIGUES & MALAFAIA, 2008). Questiona-se: 17) - Considerando o volume a ser dragado, qual a concentração esperada do As na pluma sedimentar a ser formada nos locais de dragagem e descarte? Apesar das simulações apresentadas no EIA sobre a área de dispersão da pluma sedimentar, verifica-se por interpretação de imagens de satélite que os sedimentos finos em suspensão podem percorrer longos percursos associados às correntes marinhas. Por exemplo, o sedimento originado no Rio Jequitinhonha, alcança o litoral de Ilhéus em determinadas épocas do ano. Questiona-se: Os valores de As citados no EIA correspondem ao As total. Porém, sabe-se que a determinação da concentração total de um elemento é uma informação limitada, especialmente sobre o seu comportamento no meio ambiente e nos danos que pode causar à saúde. As propriedades físicas, químicas e biológicas são dependentes da forma química em que o elemento está presente (BARRA et al, 2000). A determinação das espécies orgânicas de metais pesados nas diversas matrizes ambientais é de extrema importância para a avaliação da contaminação de cada ambiente, uma vez que a determinação da concentração de metal total não é suficiente para prever sua toxicidade (BISINOTI & JARDIM, 2004). Como a biodisponibilidade e os efeitos fisiológicos / toxicológicos do arsênio dependem de sua forma química, o conhecimento da especiação e transformação no meio ambiente torna-se muito importante, necessitando de métodos adequados para a separação e determinação das espécies de As encontradas nos sedimentos (BARRA et al, 2000). Ao ser assimilado pelo fitoplâncton o As ingressará na cadeia trófica onde sofrerá o processo de bioacumulação que resulta no incremento de sua concentração em níveis tróficos superiores. Existe, portanto, o risco de que se houver contaminação de áreas de alimentação de espécies de interesse comercial, como peixes e crustáceos, estes venham a apresentar concentrações crescentes de As, em seus tecidos corporais, o que pode colocar em risco as populações que se alimentam destes recursos pesqueiros da região.
  • 11. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE Os seres humanos podem ser expostos ao As através de alimentos, água e ar, podendo ocorrer também através do contato da pele com o solo ou a água que contém este elemento. Indivíduos sujeitos à exposição crônica podem desenvolver várias formas de câncer (por exemplo, câncer de pele, pulmão, próstata, bexiga, rins e fígado) e graves doenças como patologias cutâneas, gastro-intestinais, cardiovasculares, hematológicas, pulmonares, neurológicas, endocrinológicas e reprodutivas (WHO, 2001). Uma exposição muito severa de As inorgânico pode causar infertilidade, abortos, danos neurológicos e, finalmente, mutações no DNA. Os valores de LC50 para Daphnia magna 7,4 ppm e para a ostra é de 7,5 ppm durante exposição de 48 horas. O valor de toxicidade crônica para cladóceros em um período de três semanas é de 0,5 ppm. Para ratos o valor de LC50 é de 20mg/Kg de peso úmido (LENNTECH, 2011). Questiona-se: 18) Quais os riscos e efeitos na saúde humana e nas relações tróficas aquáticas relacionados à contaminação e bioacumulação do As, Cr e Cd? 19) Quais medidas relacionadas à saúde pública serão implementadas para prevenir, tratar e indenizar as vítimas pelas eventuais doenças causadas por contaminações crônicas e agudas presentes no sedimento a ser remobilizado (As, Cd e Cr)? As informações que dizem respeito ao enriquecimento de As nos sedimentos marinhos na região de Aritaguá acima do nível estabelecido pela legislação e os possíveis impactos ambientais são omitidos no Relatório de Impacto Ambiental do empreendimento. O impacto ambiental citado que traz indiretamente uma referência a essa questão é “risco de remobilização de sedimentos contaminados”, considerado de caráter negativo e de baixa importância. Por outro lado, o RIMA (p.34) apresentado para a área da Ponta da Tulha frisou que os sedimentos marinhos da área de dragagem encontravam-se totalmente isentos de espécies químicas tóxicas. Apesar disso, o impacto resultante da dragagem foi classificado como “negativo, de grande magnitude e grande importância, portanto muito significativo.” Questiona-se: 20) Em qual das duas áreas esse impacto realmente deve ser considerado de grande importância para a saúde humana diante de uma possível contaminação por As na região de Aritaguá? Além do As, outros metais pesado estão presentes nos sedimentos a serem remobilizados, porém em níveis inferiores, em sua maioria, aos estabelecidos pela Resolução CONAMA 344/04. São eles: Cromo e Cádmio. Não obstante, a mesma resolução define valores limites de pesticidas organoclorados, cujos resultados das análises não são apresentados no EIA/RIMA. A mitigação do impacto denominado “risco de remobilização de sedimentos contaminados”, citado pelo RIMA (p.70) para a região de Aritaguá, tanto na fase de implantação como na de operação, restringe-se a apenas uma medida mitigadora para ambos os casos: “iniciar a dragagem pelo local que apresentou as concentrações mais elevadas de
  • 12. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE mercúrio. Após o descarte do material contaminado, realizar o capeamento deste com a deposição de material dragado em áreas não contaminadas”. Na fase de implantação, a medida mitigadora deu destaque ao mercúrio. Porém, essa medida é pouco efetiva uma vez que o EIA (Tomo II Vol1, p.504) informa que “os níveis de mercúrio estiveram baixos em toda área e todas as amostras estiveram adequadas aos limites propostos na Resolução CONAMA nº 344/04.” Questiona-se: 21) - A espécie química tóxica em destaque não deveriam ser os compostos de As ao invés dos de mercúrio (Hg)? Neste caso, a única medida mitigadora prevista é efetiva para a mitigação deste impacto? 22) Considerando a presença de As, devido à sua elevada periculosidade, não deveriam ser consideradas restrições e as melhores tecnologias disponíveis para evitar e mitigar a contaminação do ecossistema marinho? O RIMA (p.34) referente à Ponta da Tulha apresenta inúmeras medidas mitigadoras para o impacto “alteração da qualidade dos sedimentos marinhos”, apesar da mesma encontrar-se totalmente livre de poluição. Uma das medidas apresentadas foi o lançamento do material dragado em profundidades igual ou superior a 500 metros. Na região de Aritaguá, porém, a alternativa escolhida para o descarte do material dragado (bota-fora) foi a de 200 metros de profundidade, no limite inferior do Cânion do Almada. Os cânions submarinos constituem-se em corredores marinhos, por onde muitos peixes de interesse comercial aproximam-se da costa para realizar a reprodução. Os pescadores conhecem estes locais, denominando-os de “rego”, ao longo dos quais há atividade pesqueira de caráter artesanal. Questiona-se: 23) - Por que não foram consideradas nas modelagens, alternativas acima de 200 metros de profundidade para o bota-fora? O descarte em locais com profundidades acima dos 1000 metros não reduziria a possibilidade de contaminação da costa e da plataforma continental?
  • 13. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE Figura 3 – Distâncias entre as áreas de dragagem e descarte dos pesqueiros e praias. Considerando a distância das áreas de dragagem e descarte dos locais com valores ambientais na área de influência do empreendimento, questiona-se: 24) Qual o risco e impacto adverso esperado sobre os locais de pesca de linha localizados nas proximidades do local de descarte? DA INTERFERÊNCIA NOS CORREDORES ECOLÓGICOS A área de construção do retroporto do empreendimento poderá cortar o minicorredor Conduru – Boa Esperança em toda sua largura, interferindo na área de abrangência dentro do Corredor Central da Mata Atlântica,. Um corredor corresponde a uma área de extrema importância biológica, composta por uma rede de unidades de conservação entremeada por áreas de ocupação humana e diferentes formas de uso da terra, na qual o manejo é integrado para garantir a sobrevivência de todas as espécies, a manutenção de processos ecológicos e evolutivos e o desenvolvimento
  • 14. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE de uma economia regional forte, baseada no uso sustentável dos recursos naturais (MMA, 2006). O Minicorredor PESC/Boa Esperança, tem uma área aproximada de 137.514 ha e foi indicado como prioritário para a conservação da Mata Atlântica, interligando a APA Tinharé/Boipeba e Baia de Camamú ao Norte e ao Sul com o Mini-corredor Una/Lontras/Baixão sendo todos integrantes do Corredor Central da Mata Atlântica – CCMA. Apesar do EIA constar que o Corredor Central da Mata Atlântica apresenta outras barreiras em relação ao fluxo gênico da fauna, como a cidade de Ilhéus, ou rios, justificando desse modo que o empreendimento não irá trazer um impacto relevante em relação à movimentação da fauna, esta área, composta principalmente por Cabruca e Floresta Ombrófila em estágio de regeneração, apresenta uma grande importância, pois funciona como um “corredor ecológico” direto para a fauna e indireto para flora. Segundo a Resolução CONAMA 001/86, o EIA/RIMA deve considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade. Questiona-se: 25) Diante da informação de que Ilhéus está inserida no programa governamental de elaboração do Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica no Estado da Bahia. ATIVIDADE PESQUEIRA Com relação ao diagnóstico e prognóstico da atividade pesqueira no EIA/RIMA Porto Sul, constata-se que, além de visitas a campo feitas no mês de junho de 2011, “foram utilizados, como dados primários, os resultados dos estudos elaborados pela BAMIN para o EIA/RIMA da Ponta da Tulha” (EIA, tomo II, p. 22/368, 8-4). Questiona-se: 26) Qual a justificativa para utilizar os dados primários levantados anteriormente para a Ponta da Tulha, considerando que existem diferenças significativas entre os ecossistemas e as populações existentes na Área potencialmente afetada pelo empreendimento? Se as observações de campo mostraram que “a dinâmica da pesca na ADA, AID e AII do empreendimento varia em relação ao comportamento e à biologia das espécies alvo” (EIA, tomo II, p. 154/368, 8-136). Conforme o EIA Porto Sul, foram entrevistadas 123 pessoas, entre pescadores e ajudantes, sendo que, 10% declararam-se sem instrução; 48% com ensino fundamental incompleto e 16% completo; 7% com o ensino médio incompleto e 19% completo. Devido á baixa qualificação, possuem poucas chances para inserção no mercado de trabalho. Diante do exposto. Questiona-se:
  • 15. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE 27) Porque não foram previstas medidas mitigadoras e, ou compensatórias para o impacto na atividade pesqueira, mesmo tendo sido considerada de caráter negativo e alta importância no EIA/RIMA? 28) Especialmente, qual é o plano de compensação socioeconômica para estes atores que dependem da atividade pesqueira e apresentam baixos níveis de escolaridade? E. ASPECTOS RELACIONADOS À OPERAÇÃO DO EMPREENDIMENTO DA INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS A introdução de espécies exóticas poderá ocorrer através dos navios, que podem transportar diversas espécies aquáticas na água de lastro e/ou bioincrustadas nos cascos das embarcações. Após a liberação desses organismos na água, se alguns organismos exóticos encontrarem condições ecológicas adequadas nessas águas do ponto de descarte eles poderão se estabelecer, deslocando ou afetando as espécies nativas. Para que esse processo não ocorra, segundo o EIA, as embarcações terão que atender todos os requisitos da Norma 20, que é a Norma da Autoridade Marítima para o Gerenciamento da Água de Lastro de Navios, e determina os procedimentos que devem ser adotados para evitar a introdução de espécies exóticas. Vale ressaltar que a introdução por bioincrustação nas embarcações é considerado uma fonte menos importante de risco de introdução de espécies exóticas, segundo o EIA. As transferências de organismos através da água de lastro dos navios têm sido desastrosas e têm crescido alarmantemente, causando danos aos ecossistemas marinhos, prejuízos à saúde humana, à biodiversidade, às atividades pesqueiras e de maricultura, resultando em um problema global, em virtude do impacto ecológico e econômico nos vários ecossistemas. Quanto ao impacto ecológico, devemos destacar a competição com espécies autóctones. A mesma pode provocar o desaparecimento de espécies naturais, e inclusive a sua extinção. A curto prazo, estas mudanças podem ocasionar múltiplas variações no funcionamento do ecossistema. A longo prazo poderá trazer como conseqüência a diminuição da biodiversidade, dando lugar a uma homogeneização do ecossistema. Além disso, outras espécies invasoras podem ser introduzidas na região com a implantação do empreendimento, mais especificamente no período de operação do empreendimento, e que são citados no EIA, como as espécies de comunidades bentônicas marinhas, que podem sofrer conseqüências extremamente graves, quelônios e mamíferos marinhos e espécies de peixes afetando a pesca marinha. Uma vez que a área de abrangência do empreendimento se situa dentro da área de um corredor ecológico, e segundo a Resolução CONAMA 001/86 “as alterações no ambiente
  • 16. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE devem seguir os planos e programas governamentais propostos para aquela região”. Questiona-se: 29) Como os responsáveis pelo empreendimento irão atender as exigências do Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica no Estado da Bahia, uma vez que nenhuma medida referente a esse programa é citado no EIA/RIMA? 30) O EIA afirma que a criação de novos habitats (recifes artificiais) trará um efeito benéfico biologicamente. No entanto, devem ser considerados os aspectos socioculturais e econômicos sob a ótica de todos os atores envolvidos (pescadores profissionais e amadores que empregam diferentes petrechos, mergulhadores, turistas etc.) e das atividades tradicionalmente realizadas no local, evitando conflito entre grupos distintos de usuários. De que modo essa questão será analisada?
  • 17. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO O EIA/Rima aponta que serão gerados 2.540 empregos na fase de instalação, 1.300 na fase de operação do porto público e 414 na fase de operação do terminal da Bamin. Questiona-se: 31) Quais as condições de trabalhos serão submetidos esses trabalhadores e quais as medidas de segurança, controle e mitigadoras deverão ser adotadas relacionadas à saúde do trabalhador? NA QUALIDADE DO AR O EIA/RIMA considera de baixa importância na fase de instalação as alterações na qualidade do ar. Estudos publicados no Jornal Brasileiro de Pneumologia afirmam que a inalação de poeiras do minério de ferro provocam doenças ocupacionais denominadas pneumoconioses, que podem ocasionar câncer e doenças obstrutivas crônicas como asma, bronquite e enfisema. Esses estudos demonstram que a mortalidade dos trabalhadores relacionada às pneumoconioses é elevada, podendo chegar até 50% dos casos (CAPITANI; ALGRANTI, 2006). Segundo a Resolução CONAMA nº 3 de 28 de junho de 1990, é considerado como poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar: impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; inconveniente ao bem-estar público; danoso aos materiais, à fauna e flora; prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade. Questiona- se: 32) Porque as alterações na qualidade do ar foram consideradas de baixa importância, especialmente, considerando os impactos à saúde dos trabalhadores e das comunidades no entorno do empreendimento? Houve algum tipo de modelagem de dispersão de poluentes?
  • 18. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE ASPECTOS RELACIONADOS AOS RECURSOS HIDRÍCOS Considerando, por um lado as conclusões do EIA/RIMA com relação aos recursos hídricos, que afirma que os recursos hídricos superficiais encontram-se em abundância nas áreas de influência do sítio eleito para implantação do Porto Sul, Fonte: (HYDROS / ORIENTA, 2011 – EIA-Porto Sul - p. 8-235 Tomo II Vol 1) E por outro o estudo de AAE realizado pela UFRJ/COPPE apontam que existe um descompasso entre a oferta, outorga e demanda por recursos hídricos na Bacia do Almada,
  • 19. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE Fonte: (COPPE, 2009 p. 113) Questiona-se: 33) Como serão garantidas as demandas por recursos hídricos na área proposta para o empreendimento, considerando a necessidade prioritária de garantí-los para o consumo humano, agropecuário e industrial dos municípios que dependem da Bacia do rio Almada? Considerando os riscos associados à redução na precipitação entre 30 e 50% na faixa litorânea do Estado da Bahia, devido às mudanças climáticas apontada por recentes estudos científicos (Figura 2) (TANAJURA ET AL., 2010), questiona-se: 34) Os estudos de oferta de recursos hídricos do EIA consideraram a perspectiva de alteração do padrão de precipitação associado às mudanças climáticas? Considerando que poderá haver captação significativa de recursos pelo empreendimento, os quais poderão influenciar negativamente a oferta de água relacionada à toda a área da Bacia Hidrográfica, questiona-se: 35) Porque os demais municípios da Bacia não foram considerados na AII do empreendimento?
  • 20. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE Figura 2 – Alterações esperadas para a precipitação no Estado da Bahia com base no modelo HadRM3P (TANAJURA ET AL., 2010).
  • 21. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE ASPECTOS RELACIONADOS À SAÚDE O estudo descreve com base nos dados da SEI, as doenças endêmicas dos municípios pertencentes às áreas diretamente afetadas, de influência direta e indireta. Com base nos municípios da AID e AII, descreve-se um panorama das patologias de notificação compulsória sem correlacionar com os fatores ambientais e antrópicos, haja vista a interferência que o empreendimento fará nestes meios. A questão endêmica foi avaliada superficialmente, sendo importante um diagnóstico claro e preciso da situação de saúde. Ressalta-se que muitas patologias endêmicas citadas no EIA (Tomo II, Volume 4, 8-34, 8- 35) que não constam no RIMA, a exemplo da leishmaniose (endêmica em Ilhéus), são de cunho da relação antrópica com o meio ambiente. O mosquito transmissor da patologia citada, cujo habitat era a mata, passou a ocupar a zona urbanizada devido ao desmatamento. Ações mitigadoras precisam ser pontuadas de forma mais clara e com metodologias que demonstrem que o panorama citado não gerará, a curto prazo, surto de doenças que já possuem taxa de morbidade elevadas, mesmo dentro de faixas endêmicas, o que causa redução da qualidade de vida da população em geral, assim como aumento do absenteísmo do grupo produtivo. Diante do que o EIA expõe surgem perguntas referentes a estrutura de saúde existente na poligonal e nos municípios de Ilhéus e Itabuna para atendimento da demanda. Considerando o homem como parte inerente do ecossistema e que interferências no ambiente afetam diretamente sua qualidade de vida. Questiona-se: 36) Quais os parâmetros epidemiológicos foram adotados para a realização deste estudo? Considerando o perfil epidemiológico desta região, a implantação deste empreendimento poderá ser considerada como Problema de Saúde Pública uma vez que trará um aumento expressivo de doenças e agravos que não foram dimensionados no EIA/RIMA. 37) Quais são as estimativas de incidência das patologias infectocontagiosas, emergentes e reemergentes, em função da alta endemicidade das mesmas na região? 38) Quais são as medidas mitigadoras previstas de Atenção Primária, Secundária e Terciária para a promoção à saúde e prevenção de doenças nas áreas de influência ao entender que faltam leitos e que o sistema de saúde não possui estrutura para suprir a demanda da populacional atual?
  • 22. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE REFERÊNCIAS CITADAS AB'SABER, Aziz Nacib; MIILLER-PLANTENBERG, Clarita. Previsão de impactos: o estudo de impacto ambiental no Leste, Oeste e Sul - experiências no Brasil, na Russia e na Alemanha. 2.ed. São Paulo: EDUSP, 2002. 569 p. BARRA et al. Especiação de Arsênio – Uma revisão. QUÍMICA NOVA, v.23, n.1, p.58-70. 2000. BIODINÂMICA/BAMIN. Estudo de impacto ambiental: Terminal Portuário Ponta da Tulha. Biodinâmica Engenharia e Meio Ambiente / Bahia Mineração Ltda. Rio de Janeiro, agosto de 2009. 1751p. BISINOTI, M.C.; JARDIM, W.F.O emprego de técnicas analíticas na especiação de metais pesados e sua importância para o estudo do ambiente. Caderno temático. Volume 2. Universidade Estadual de Campinas. Campinas. 2004. CAPITANI, E. M.; ALGRANTI, E. Outras pneumoconioses. Jornal Brasileiro de Pneumologia, vol.32. São Paulo, 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1806-37132006000800010&script=sci_arttext. Acesso em: 08 de novembro de 2011. CETESB, 2011. Disponível em http://www.cetesb.sp.gov.br/tecnologia- ambiental/laboratorios/73-perguntas-frequentes. Último acesso em 08/11/2011. COPPE/UFRJ. Avaliação Ambiental Estratégica do Programa Multimodal de Transporte e Desenvolvimento Mínero-industrial da Região Cacaueira - Complexo Porto Sul. Produto 3 – Diagnóstico. Laboratório Interdisciplinar de meio Ambiente (LIMA) COPPE/UFRJ, maio de 2009, 187p. não publicado. COPPE/UFRJ. Implicações da Avaliação Ambiental Estratégica para a Análise das Alternativas Locacionais de Implantação do Programa Multimodal de Transporte e Desenvolvimento Mínero- industrial da Região Cacaueira - Complexo Porto Sul. Relatório de Consultoria. Laboratório Interdisciplinar de meio Ambiente (LIMA) COPPE/UFRJ, 2008, 79p. não publicado. GOBBI, Nivar; TAUK-TORNISIELO, Samia Maria. Análise ambiental: uma visão multidisciplinar. 2.ed. São Paulo: UNESP, 1995. 206p. HYDROS / ORIENTA. Estudo de impacto ambiental (EIA) e Relatório de impacto ambiental (RIMA) para implantação do Porto Sul em Ilhéus. Hydros Engenharia e Consultoria Ltda / Departamento de Infraestrutura de Transporte da Bahia. Tomos I, II (Vol. 1, 2, 3, 4, 5-1, 5-2, 6) e III. Salvador, agosto de 2011. LENNTECH, 2011. Disponível em http://www.lenntech.com/periodic/water/arsenic/arsenic- and-water.htm e http://www.lenntech.com/periodic/elements/as.htm. Último acesso em 08/11/2011.
  • 23. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE RODRIGUES, A.S.L.; MALAFAIA, G. Efeitos da exposição ao Arsênio na saúde humana. Rev.Saúde.Com. v.4, n.2, p.148-159.2008. TANAJURA, Clemente Augusto Souza; GENZ, Fernando; ARAUJO, Heráclio Alves de. Mudanças climáticas e recursos hídricos na Bahia: validação da simulação do clima presente do HadRM3P e comparação com os cenários A2 e B2 para 2070-2100. Rev. bras. meteorol., São Paulo, v. 25, n. 3, Sept. 2010 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0102-77862010000300006&lng=en&nrm=iso>. accesso em 11 Nov. 2011. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-77862010000300006. World Health Organization (WHO). Arsenic and arsenic compounds. Geneva: International Programme on Chemical Safety; 2001. São estas as considerações e questionamentos, aos quais espera-se a devida resposta por parte do empreendedor e sua consultoria, e o conseqüente encaminhamento aos subscritores, para cumprimento das determinações legais atinentes à espécie. Atenciosamente, ________________________________________________ Gil Marcelo Reuss – Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais _________________________________________________ Francisco de Paula Fernandes – Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais _______________________________________________ José Adolfo de Almeida Neto – Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais _________________________________________________ Daniel Mauro Souza Lemos – Representante discente da disciplina Estudo de Impactos Ambientais do MDRMA / PRODEMA