1) O documento discute o histórico do monitoramento do crescimento infantil e as curvas de crescimento propostas pela OMS ao longo dos anos.
2) Na década de 1990, um grupo de trabalho da OMS analisou dados que mostraram que a curva de crescimento NCHS de 1977 era inadequada para lactentes, levando a OMS a propor novas curvas de crescimento para crianças de 0 a 5 anos.
3) As novas curvas da OMS buscavam corrigir problemas metodológicos das curvas anteri
Problemas de abordagem difícil: “não come” e “não dorme”Dr. Benevenuto
Nutrição em Pediatria:
Problemas de abordagem difícil: “não come” e “não dorme”
• “Meu filho não come”
• Comportamento alimentar evolutivo da criança
• Anorexia na infância
• Diagnóstico
• Manejo da criança que “não come”
• “Meu filho não dorme”
• O sono normal da criança
• Dificuldade em adormecer e despertares noturnos
• Diagnóstico
• Manejo da criança que “não dorme”
Site: www.nutricionista.cc
Blog: www.nutricionista.ntr.br
Facebook:https://www.facebook.com/NutricionistaDrBenevenuto
Twitter: https://twitter.com/nutricionistadr
O Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP - Sociedade Brasileira de Pediatria divulgou o documento científico “Amamentação e sexualidade”, abordando fatores de ordem psíquica que a amamentação desencadeia, os quais nem sempre são levados em consideração nas consultas pediátricas de acompanhamento durante o período de amamentação.
Segundo o documento, os fenômenos intrapsíquicos têm influência significativa no desempenho da função materna de amamentar, tantas vezes sugerida como simples e natural.
...
O DC está de parabéns!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
Problemas de abordagem difícil: “não come” e “não dorme”Dr. Benevenuto
Nutrição em Pediatria:
Problemas de abordagem difícil: “não come” e “não dorme”
• “Meu filho não come”
• Comportamento alimentar evolutivo da criança
• Anorexia na infância
• Diagnóstico
• Manejo da criança que “não come”
• “Meu filho não dorme”
• O sono normal da criança
• Dificuldade em adormecer e despertares noturnos
• Diagnóstico
• Manejo da criança que “não dorme”
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O Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP - Sociedade Brasileira de Pediatria divulgou o documento científico “Amamentação e sexualidade”, abordando fatores de ordem psíquica que a amamentação desencadeia, os quais nem sempre são levados em consideração nas consultas pediátricas de acompanhamento durante o período de amamentação.
Segundo o documento, os fenômenos intrapsíquicos têm influência significativa no desempenho da função materna de amamentar, tantas vezes sugerida como simples e natural.
...
O DC está de parabéns!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
A Revista científica The Lancet reconhece avanços do Brasil nas Políticas de ALEITAMENTO.
Dr. Cesar Victora foi o coordenador da série e conferencista principal do Simpósio sobre os AVANÇOS e DESAFIOS da Política Nacional de ALEITAMENTO.
É o que mostra nova série sobre amamentação da revista The Lancet lançada na sede da OPAS/OMS em Brasília que analisou dados de 153 países.
Artigo 1 - Amamentação no Século 21: epidemiologia, mecanismos e efeitos ao longo da vida.
(O texto mostra a importância da amamentação para países de renda baixa, média e alta).
A experiência no aleitamento é destacada na publicação, que compara o progresso brasileiro frente aos EUA, Reino Unido e China. Entre os avanços, inclui-se:
• Em 1974-1975, as crianças brasileiras eram amamentadas por 2,5 meses em média. Em 2006-2007, essa média subiu para 14 meses.
• Em 1986, 2% das crianças de até 6 meses eram alimentadas exclusivamente com leite materno. Em 2006, esse número saltou para 39%
• De acordo com o Relatório “Estado Mundial da Infância 2015” da UNICEF, no Brasil:
o 68% das crianças são amamentadas dentro da primeira hora após o nascimento
o 50% das crianças continuam sendo amamentadas até um ano de idade; e 25% das crianças são amamentadas até os dois anos de idade.
Agradecimento a RESS - A Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do Sistema Único de Saúde do Brasil (RESS), periódico trimestral de caráter científico e acesso livre, é editada pela Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços, do Departamento de Gestão da Vigilância em Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde do Brasil.
Amanhã publicaremos o 2o. artigo:
Por que investir e o que é necessário para melhorar a prática do aleitamento?
(Mostra os benefícios econômicos da amamentação e as políticas necessárias para eliminar as barreiras à amamentação).
O Ministério da Saúde lançou o novo
Guia Alimentar para a População Brasileira.
A atualização da publicação relata quais cuidados e caminhos são recomendados para se alcançar uma alimentação saudável, saborosa e balanceada.
A nova edição, ao invés de trabalhar com grupos alimentares e porções recomendadas, indica que a alimentação tenha como base alimentos frescos (frutas, carnes, legumes) e minimamente processados (arroz, feijão e frutas secas), além de evitar os ultraprocessados (como macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote e refrigerantes).
A intenção do Guia Alimentar é promover a saúde e a boa alimentação, combatendo a desnutrição, em forte declínio em todo o País, e prevenindo enfermidades em ascensão, como a obesidade, o diabetes e outras doenças crônicas, como AVC, infarto e câncer.
Além de orientar sobre qual tipo de alimento comer, a publicação traz informações de como comer e preparar a refeição, e sugestões para enfrentar os obstáculos do cotidiano para manter um padrão alimentar saudável, como falta de tempo e inabilidade culinária.
“A carga de doença associada à obesidade é imensa. Para sair da agenda da doença, precisamos trabalhar pela melhoria da alimentação e incentivar a prática de hábitos saudáveis. Não estamos proibindo nada, mas temos recomendações claras de qual alimento priorizar”, destaca o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Dados da pesquisa Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) indicam que atualmente 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal e 17,5% são obesos. Os percentuais são 19% e 48% superiores que os registrados em 2006 - quando a proporção de pessoas acima do peso era de 42,6% e de obesos era de 11,8%.
A Revista científica The Lancet reconhece avanços do Brasil nas Políticas de ALEITAMENTO.
Dr. Cesar Victora foi o coordenador da série e conferencista principal do Simpósio sobre os AVANÇOS e DESAFIOS da Política Nacional de ALEITAMENTO.
É o que mostra nova série sobre amamentação da revista The Lancet lançada na sede da OPAS/OMS em Brasília que analisou dados de 153 países.
Artigo 1 - Amamentação no Século 21: epidemiologia, mecanismos e efeitos ao longo da vida.
(O texto mostra a importância da amamentação para países de renda baixa, média e alta).
A experiência no aleitamento é destacada na publicação, que compara o progresso brasileiro frente aos EUA, Reino Unido e China. Entre os avanços, inclui-se:
• Em 1974-1975, as crianças brasileiras eram amamentadas por 2,5 meses em média. Em 2006-2007, essa média subiu para 14 meses.
• Em 1986, 2% das crianças de até 6 meses eram alimentadas exclusivamente com leite materno. Em 2006, esse número saltou para 39%
• De acordo com o Relatório “Estado Mundial da Infância 2015” da UNICEF, no Brasil:
o 68% das crianças são amamentadas dentro da primeira hora após o nascimento
o 50% das crianças continuam sendo amamentadas até um ano de idade; e 25% das crianças são amamentadas até os dois anos de idade.
Agradecimento a RESS - A Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do Sistema Único de Saúde do Brasil (RESS), periódico trimestral de caráter científico e acesso livre, é editada pela Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços, do Departamento de Gestão da Vigilância em Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde do Brasil.
Amanhã publicaremos o 2o. artigo:
Por que investir e o que é necessário para melhorar a prática do aleitamento?
(Mostra os benefícios econômicos da amamentação e as políticas necessárias para eliminar as barreiras à amamentação).
O Ministério da Saúde lançou o novo
Guia Alimentar para a População Brasileira.
A atualização da publicação relata quais cuidados e caminhos são recomendados para se alcançar uma alimentação saudável, saborosa e balanceada.
A nova edição, ao invés de trabalhar com grupos alimentares e porções recomendadas, indica que a alimentação tenha como base alimentos frescos (frutas, carnes, legumes) e minimamente processados (arroz, feijão e frutas secas), além de evitar os ultraprocessados (como macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote e refrigerantes).
A intenção do Guia Alimentar é promover a saúde e a boa alimentação, combatendo a desnutrição, em forte declínio em todo o País, e prevenindo enfermidades em ascensão, como a obesidade, o diabetes e outras doenças crônicas, como AVC, infarto e câncer.
Além de orientar sobre qual tipo de alimento comer, a publicação traz informações de como comer e preparar a refeição, e sugestões para enfrentar os obstáculos do cotidiano para manter um padrão alimentar saudável, como falta de tempo e inabilidade culinária.
“A carga de doença associada à obesidade é imensa. Para sair da agenda da doença, precisamos trabalhar pela melhoria da alimentação e incentivar a prática de hábitos saudáveis. Não estamos proibindo nada, mas temos recomendações claras de qual alimento priorizar”, destaca o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Dados da pesquisa Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) indicam que atualmente 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal e 17,5% são obesos. Os percentuais são 19% e 48% superiores que os registrados em 2006 - quando a proporção de pessoas acima do peso era de 42,6% e de obesos era de 11,8%.
É com prazer que apresentamos este relatório sobre o XI ENAM e I ENACS, realizado em Santos, SP, de 08 a 12 de junho de 2010, pela Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (IBFAN Brasil) em colaboração com a Rede Social de Amamentação de Santos e Região.
O ENAM já é tradicional no calendário de eventos científicos do país. O primeiro Encontro ocorreu em Niterói, RJ (1991) e foi organizado pelo grupo de mães Amigas do Peito. Posteriormente, foi realizado nas seguintes cidades: Camaquã, RS (1992), Recife, PE (1993), Brasília, DF (1995), Londrina, PR (1977), Belo Horizonte, MG (1999), Salvador, BA (2001), Cuiabá, MT (2003), Porto Alegre, RS (2006) e Belém, PA (2008).
O ENAM tem sido uma vitrine do que se tem produzido no país com relação a pesquisa e ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. E, principalmente, tem sido um espaço importante de troca entre profissionais de saúde, pesquisadores, gestores públicos, representantes de grupos de mães e estudantes.
Os esforços realizados em prol do aleitamento materno, não só pelo Ministério da Saúde, como também por cada um de nós em seus respectivos locais de atuação, têm valido a pena. No entanto, as pesquisas apontam que esse mesmo movimento precisa ser construído para favorecer a prática de uma alimentação complementar saudável. Por isso, este também foi o I ENACS. Sabemos, por outro lado, que uma amamentação bem sucedida depende de como as mulheres são cuidadas, sendo inaceitável taxas tão elevadas de cesarianas em nosso país.
O tema central deste XI Encontro -FORTALECENDO AS REDES DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E APOIO DO ALEITAMENTO MATERNO E DA ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR -traduziu nosso desejo de reunir pessoas interessadas na construção e no fortalecimento das políticas em prol do aleitamento materno, da alimentação complementar saudável e da humanização da assistência às mulheres e crianças brasileiras.
...
Tereza Toma
A Amamentação ideal deve ocorrer desde a sala de parto até dois anos ou mais, exclusivo e em livre-demanda até o 6º mês e complementado, a partir daí, com alimentação saudável e equilibrada.
Parabenizamos os integrantes do Departamento de Aleitamento da Sociedade Brasileira de Pediatria por mais essa publicação atualizada, abrangente e útil aos profissionais de saúde.
Sumário:
Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM):
29 anos de história
Os Reflexos da Amamentação na Vida Adulta
Como ser um “Pediatra Amigo da Amamentação?”
Cuidados no pós-parto influenciam o futuro sucesso
na amamentação
Avaliação da perda de peso no período neonatal imediato
Leite materno para prematuros: obstáculos
e suporte nas unidades neonatais
Doação de leite humano: o que o pediatra precisa saber?
Aleitamento materno e distúrbios gastrintestinais funcionais
Como apoiar a mulher que amamenta na volta ao trabalho
Como e quando desmamar
*Faltou mencionar a Iniciativa Consultório Amigo da Amamentação.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
REDE CEGONHA: Avanços e Desafios para Gestão em Saúde no BrasilEliane Santos
A estratégia governamental nacional intitulada rede cegonha (RC) foi implantada através da portaria n° 1.459 de 24/6/2011 e traz um novo modelo de atenção à Saúde Materno-infantil com uma assistência garantida à mulher desde o planejamento reprodutivo, passando pelo pré-natal, pré-parto, parto, pós parto e assistência infantil. É uma estratégia que apresenta caráter de acolhimento e resolutividade, onde é garantido a gestante o acesso ao pré-natal, parto e puerpério, garantindo inclusive o direito de um acompanhante durante todo o processo. A rede cegonha enfoca a redução da mortalidade materna e infantil. O artigo objetiva conhecer os avanços e desafios obtidos na implementação da Rede Cegonha. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica em que foram utilizados levantamentos nas bases de dados: LILACS, SciELO, MEDLINE e BVS, com temas referentes à Rede cegonha. Utilizou-se os descritores: Rede Cegonha, Saúde da Mulher e Gravidez, de forma agrupada ou isolada. A amostra final desta revisão foi constituída por onze artigos científicos, selecionados pelos critérios de inclusão previamente estabelecidos. Desses, quatro foram encontrados na base de dados LILACS que estavam sobrepostos aos quatro pesquisados na SciELO e vinte e dois na BVS. O quadro 1 representa as especificações de cada um dos artigos. Sobre os tipos de estudos encontrados, observou-se que (27,27%) dos artigos tratava-se de artigos qualitativos, com abordagem quantiqualitativa, relato de experiência e revisão narrativa (27%), pesquisa documental e quantitativas somaram (45,73%). Dentro da política materno-infantil o Brasil já avançou bastante, mas precisa atingir ainda algumas metas, como reduzir as taxas de mortalidade materna, assim como conseguiu reduzir a mortalidade infantil. Já teve a iniciativa de criar várias estrategias para melhorar a assistência à saúde da mulher, que foram citadas nesse artigo e que por mais que precise de implementação já o coloca a frentes de alguns paises emergentes no que diz respeito a temática. Os desafios são muitos, pois não basta apenas formular políticas e não fazer a população conhecer os seus direitos. Precisa-se garantir os direitos da mulher e da criança, reduzir o número de cesareanas, diminuir a prática de medicalização no parto, dentre outros.
A obesidade é uma doença crônica cujo avanço tem se dado de forma acelerada em todo o mundo nos últimos anos. No Brasil, a situação não é diferente. Estima-se que mais de metade da população brasileira esteja com excesso de peso ou obesidade. Com o intuito de analisar a questão sob o ponto de vista das possibilidades de ação no setor de saúde suplementar foi criado em março de 2017 o Grupo Multidisciplinar para Enfrentamento da Obesidade na Saúde Suplementar. Esse
Grupo foi composto por pesquisadores, técnicos da ANS e representantes de diversas entidades públicas e privadas.
Nessa publicação, ganha destaque a AMAMENTAÇÃO como uma das formas de prevenir a obesidade.
Recomendamos.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
1. M A R Ç O D E 2 0 0 8
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA
DOCUMENTO CIENTÍFICO
N U T R O L O G I A
I M P R E S S O
Nofinaldadécadade50einíciodade60,diversosautorespassamaenfatizar
a importância de monitorar o crescimento das crianças até os 5 anos de idade. Uma das
razões disso é a maior vulnerabilidade a agravos infecciosos e nutricionais nessa faixa
etária, particularmente nos países mais pobres. Destacam-se entre esses autores W.F.
Cuthbertson e David Morley, que já em 1962 publicam um artigo intitulado “A health and
weight chart for children from birth to five”, no qual relatam a experiência de três anos
comautilizaçãodecurvasdecrescimentonaÁfricaOcidental1
.Anosmaistarde,opróprio
Morleypropõeoutraformademonitoramento,oCartãoCaminhoparaaSaúde(TheRoad-
to-healthCard)2
.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas
para Agricultura e Alimentação (FAO) realizam em 1961 uma reunião do Comitê Misto
FAO/OMS de Peritos em Nutrição da qual resulta um documento publicado pela OMS em
1963 sob o número 245 da Série de Informes Técnicos, que em um dos seus capítulos
textualmenterecomenda:“2.Elempleodeformulariossimplesynormalizadospararegistrar
em forma gráfica el peso de cada uno de los lactantes y niños em edad preescolar. Siempre
que sea possible, se anotará también la talla ... Importa conocer también la estatura y el
pesodelosniñosbienalimentadospertenecientesalasmismaspoblaciones,conobjetivode
disponer normas válidas para el estudio comparativo.” Alguns aspectos dessa afirmativa
chamam a atenção. O primeiro deles é o acompanhamento individual do crescimento como
preocupaçãorelacionadaprincipalmenteaosagravosnutricionais,muitofreqüentesnaépoca,
enfocando-se basicamente o acompanhamento do peso, indicador desses agravos e mais
sensível a curto prazo. O segundo ponto é a atenção à estatura (comprimento supino para os
lactentes), que, embora não prioritariamente, já aparece como recomendação, pela relação
com os agravos crônicos. Finalmente, observa-se a preocupação em ter um parâmetro de
crescimento adequado, com o qual seja possível comparar os dados da criança que está em
avaliação.
Nestes quase 50 anos que se passaram, muito se trilhou desse caminho para a
saúde. A própria OMS promoveu seminários e encontros procurando aprimorar esses
posicionamentos iniciais, criou discussões sobre a realização e a confecção de referenciais
decrescimentoválidoseestimulouiniciativasnessesentidoemdiversospaíses,promovendo
aevoluçãometodológica,alémdediscutiredivulgarcritériosúteisparaautilizaçãodesses
referenciais e a interpretação dos resultados.4,5,6 e 7
LogoapósaDeclaraçãodeAlma-Ata,quetrazasrecomendaçõesdaConferência
InternacionalsobreCuidadosPrimáriosdeSaúderealizadaem1978,oacompanhamentodo
crescimento passa a integrar o conjunto das denominadas ações básicas de saúde propostas
pela OMS para atenção às crianças menores de 5 anos. Essas ações seriam depois revistas e
transformadas naAtenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (cuja sigla éAIDPI
em português e IMCI em inglês), sempre com o mesmo intuito: contribuir para a redução da
mortalidade infantil.8
Assim, o acompanhamento do crescimento foi ganhando interesse como
indicador positivo de saúde e de bem-estar da criança e do jovem – isto é, quanto melhor a
saúde e o bem-estar, melhor o crescimento do indivíduo. Isso fez com que a ação de
monitorar o crescimento não mais se restringisse a crianças e jovens de classes menos
favorecidas, incorporando-se à rotina assistencial de toda criança e todo adolescente. Pela
mesma razão, também ganha dimensão importante a vigilância do crescimento, agora
como instrumento de avaliação das condições de saúde e de bem-estar de grupos
populacionais, graças à denominada tendência secular de crescimento.9
Nas últimas décadas vem se acentuando em quase todo o mundo um processo
de transição epidemiológica, com redução principalmente das doenças transmissíveis e da
mortalidade infantil e aumento das doenças crônicas. Essa transição é acompanhada da
nutricional, que passa a afetar rapidamente também países em desenvolvimento (por
exemplo o Brasil). Com isso, observa-se uma redução acentuada das formas graves de
desnutrição na infância e rápida elevação da prevalência de sobrepeso e obesidade, que se
instalam inclusive nas camadas de menor poder aquisitivo e comprometem crianças cada
vez mais jovens.10 e 11
Essa nova realidade reforça a importância do crescimento, assim como de seu
acompanhamento, como indicador positivo de saúde e bem-estar, gerando a necessidade
derevisãodosdadosedousodascurvasdecrescimentoàluzdessenovomomentohistórico-
social.
Nesseprocesso,aOMSrecomendaqueospaísestenhamumacurvareferencial
decrescimentoprópriadesuapopulação.Aomesmotempo,reconhecendoasdificuldades
e os custos inerentes à confecção de um padrão próprio, salienta que os países que dele
não dispõem podem adotar um referencial internacional com abordagem metodológica o
mais adequada possível à sua realidade, particularmente para as crianças menores de 5
anos. O referencial do National Center for Health Statistics (NCHS), dos Estados Unidos,
produzido em 1977, é recomendado pela organização como apropriado nesses casos.7 e 12
Em 2000, os Centers for Disease Control and Prevention (CDC), dos Estados
Unidos, cientes dos problemas metodológicos existentes com o referencial do NCHS,
propõem outro, que utiliza parte dos dados do anterior, incorpora uma nova casuística de
menoresde3anosdeidade,aperfeiçoaomodelomatemáticodeajustedascurvaseamplia
a faixa etária para até 20 anos.13
Onovoreferencial(CDC/NCHS)ampliouastabelaseosgráficosdisponíveis,
incluindoalémdepesoeestaturaoperímetrocefálicoeoíndicedemassacorpórea(IMC),
este último apenas para a faixa etária de 2 a 20 anos. Isso foi estabelecido em maio de
2000. Desde então, o CDC/NCHS passou a ser recomendado para uso internacional, pois
alguns dos problemas metodológicos do referencial anterior haviam sido superados.
No início dos anos 90 a OMS organizou um grupo de trabalho de crescimento
infantil, que se encarregaria de estabelecer normas e recomendações para utilização e
interpretação do referencial do NCHS, de 1977. Considerando as importantes críticas que
já vinham se acumulando acerca desse referencial, o grupo reuniu um conjunto de dados
sobrecrescimentodelactentesamamentadosaopeitoqueviviamemambientesfavoráveis
(dados até então não publicados) e comparou a evolução dessas crianças com a mostrada
pelo NCHS.
Eram 225 lactentes, cujos dados evidenciaram um padrão médio de
crescimento, durante os primeiros 12 meses de vida, inferior ao do referencial. O que mais
preocupou foi que a diferença observada era suficiente para que se justificasse uma
intervenção na alimentação dessas crianças. Pela análise de seus antecedentes, de suas
condiçõesdevidaedealimentação,nãotinhamporquecrescerinadequadamente.Análises
deoutrosgruposdecriançasqueapresentavamasmesmascondiçõesdevidaealimentares
revelaram uma tendência muito semelhante.
A conclusão do grupo de trabalho foi que o referencial do NCHS era
inadequado, pelo menos para lactentes. Diante isso, o grupo propôs à OMS a elaboração
de uma nova curva de crescimento, que obviasse os problemas metodológicos do antigo
DEPARTAMENTO CIENTÍFICO DE NUTROLOGIA
DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA
DOCUMENTO
CIENTÍFICO
SOCIEDADEBRASILEIRADEPEDIATRIA
NUTROLOGIA
DEPARTAMENTO CIENTÍFICO DE NUTROLOGIA
DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA
(Triênio 2004-2006 e 2007-2009)
Ângela Peixoto de Mattos
Anne Lise Dias Brasil
Carlos Alberto Nogueira
de Almeida
Cláudia Hallal Alves Gazal
Cláudio Leone
Elza Daniel de Mello
Fábio Ancona Lopez
Fernanda Luisa Ceragioli
de Oliveira
Hélcio de Sousa Maranhão
Hugo da Costa Ribeiro Júnior
Luiz Anderson Lopes
Maria Arlete Meil S. Escrivão
(Vice-presidente)
Maria Marlene de Souza Pires
Maria Paula Albuquerque
Marileise dos Santos Obelar
Mauro Fisberg
Naylor Alves Lopes de Oliveira
Paulo Pimenta de Figueiredo Filho
Rocksane de Carvalho Norton
Rose Vega Patin
Roseli Oselka Saccardo Sarni
(Presidente)
Severino Dantas Filho
Silvana Gomes Benzecry
Virgínia Resende Silva Weffort
(Secretária)
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA
Rua Santa Clara, 292 - Telefone: (021) 2548.1999
CEP 22041-010 - Rio de Janeiro - RJ
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA
Diretoria - (Triênio 2007-2009)
Presidente
Dioclécio Campos Júnior
1º Vice-Presidente
Fábio Ancona Lopez
2º Vice-Presidente
Eduardo da Silva Vaz
Secretário Geral
Edson Ferreira Liberal
1º Secretária
Sheila Souza Muniz Tavares
2º Secretário
Dennis Alexander Rabelo Burns
3º Secretário
Márcio Moacyr de Vasconcelos
Diretoria Financeira
Marilene Augusta R. Crispino Santos
2º Diretor Financeiro
Márcia Garcia Alves Galvão
3º Diretor Financeiro
Mônica Tessinari Rangel Tura
ASSESSORIAS DA PRESIDÊNCIA
Integração Regional
Valéria Maria Bezerra Silva Luna
Planejamento e Reforma Administrativa
Rubens Trombini Garcia
Saúde Pública
Anamaria Cavalcante e Silva
Saúde Ambiental
Eliane Mara Cesário Pereira
Políticas Públicas
Carlos Eduardo Nery Paes
PPP (Procedim. Pediátricos Padronizados)
Mário Lavorato da Rocha
Legislação Escolar
Maria de Lourdes Fonseca Vieira
Apoio às filiadas
Mariângela de Medeiros Barbosa
Grupos de Trabalho e Núcleos Permanentes
Luiz Cláudio Gonçalves de Castro
Assuntos da Amazônia Continental
Denise Corrêa de Paula Nunes
Assuntos Legislativos
Célia Maria Stolze Silvany
Assuntos Estratégicos
Ney Marques Fonseca
Elaboração de Projetos
Maria Arlete Meil Schimith Escrivão
DIRETORIAS E COORDENAÇÕES
Diretor de Qualificação e Certificação
Profissionais
José Hugo Lins Pessoa
Coordenador do CEXTEP
Hélcio Villaça Simões
Coordenadora de Áreas de Atuação
Virginia Resende Silva Weffort
Coordenador de Certificação Profissional
Mitsuru Miyaki
Diretor de Relações Internacionais
Fernando José de Nóbrega
Representante na IPA
Sérgio Cabral
Representante no MERCOSUL
Vera Regina Fernandes
Diretor dos Departamentos Científicos e
Coordenador de Documentos Científicos
José Sabino de Oliveira
Diretor-Adjunto dos Departamentos Científicos
Joel Alves Lamounier
Diretor de Cursos, Eventos e Promoções
Ércio Amaro de Oliveira Filho
Coordenação dos Cursos de Reanimação
Paulo Roberto Antonacci Carvalho
Coordenador de Congressos
Luiz Anderson Lopes
Coordenador de Simpósios
Helio Santos de Queiroz Filho
Coordenador(a) da Reanimação Neonatal
Maria Fernanda Branco de Almeida
Coordenador(a) da Reanimação Neonatal
Ruth Guinsburg
Coordenador da Reanimação Pediátrica
Luiz Fernando Loch
Coordenador(a) do Suporte Básico de Vida
Valéria Maria Bezerra Silva Luna
Coordenação CIRAPS
Rocksane de Carvalho Norton
Diretoria de Ensino e Pesquisa
Gisélia Alves Pontes da Silva
Coordenação de Graduação
Angélica Maria Bicudo Zeferino
Coord.Adjunta de Graduação
Silvia Wanick Sarinho
Coordenadora de Residência
e de Estágios em Pediatria
Vera Lucia Vilar de Araújo Bezerra
Coordenadora de Pesquisa
Cristina Miuki Abe Jacob
Coordenadora de Pós Graduação
Fernanda Luisa Ceragioli Oliveira
Coordenadora de Doutrina Pediátrica
Luciana Rodrigues Silva
Diretor de Publicações
Danilo Blank
Editor do JPED
Renato Procianoy
Coordenadora do PRONAP
Lucia Ferro Bricks
Coordenador do Centro de Informação
Científica
José Paulo Vasconcellos Ferreira
Diretora de Benefícios e Previdência
Ana Maria Ramos
Coordenadora de Campanhas
Rachel Niskier Sanchez
COMISSÃO DE SINDICÂNCIA
Antonio da Silva Macedo
Analíria Moraes Pimentel
Edmar de Azambuja Salles
Rosa de Fátima da Silva Vieira Marques
Aroldo Prohmann de Carvalho
CONSELHO FISCAL
Presidente
José Rubens do Amaral Zaitune
Vice Presidente
Silviano Figueira de Cerqueira
Secretário
João Serafim Filho
ACADEMIA BRASILEIRA DE PEDIATRIA
Presidente
Edward Tonelli
Secretário
José Dias Rego
Claudio Leone
(Relator)
AS NOVAS CURVAS DA ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DA SAÚDE PROPOSTAS PARA
CRIANÇAS DE 0 A 5 ANOS
2. Sociedade Brasileira de Pediatria AS NOVAS CURVAS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA
SAÚDE PROPOSTAS PARA CRIANÇAS DE 0 A 5 ANOS
referencial e que, em vez de se constituir em simples referência, realmente evidenciasse o
padrão biologicamente esperado de crescimento ótimo de crianças com até 5 anos.
Com isso, em 1995 a OMS formou um novo grupo de trabalho. O objetivo
era desenvolver novas curvas de crescimento, que representassem de fato o melhor
referencial possível, tivessem aplicação praticamente universal e pudessem ser prescritos
– isto é, um padrão de como as crianças deveriam crescer.14, 15, 16 e 17
Então, foi desenvolvido um estudo que adotou uma metodologia considerada
a melhor para atingir tal objetivo:
1. Desenhodoestudo:semilongitudinal,comumcomponentelongitudinaldeseguimento
de uma mesma amostra de crianças de 0 a 24 meses de idade e um componente
transversalcomdiversasamostrasdecriançascom18a71meses,agrupadasdeforma
a haver uma diferença de três meses de idade entre os grupos. (O prolongamento da
coleta até 71 meses foi necessário para garantir que fosse possível construir uma boa
curva, com um modelo matemático bem ajustado, até os 60 meses.)
2. A amostra tinha de ser multicêntrica, representando diferentes grupos étnicos. Foram
escolhidas seis cidades, de continentes diferentes. Era necessário que possuíssem grupos
aptos (ou quase aptos) a ser incluídos no estudo e que eles concordassem em participar.
Ascidadesdeviamaindacontarcomrecursospúblicose/oudeagênciasfinanciadorasde
pesquisa. Desse modo, foram selecionadas: Pelotas (Brasil), Davis (Estados Unidos),
Muscat (Omã), Oslo (Noruega),Acra (Gana) e Nova Deli
3. Os critérios de elegibilidade das crianças para a amostra foram: ter nascido de
parto único a termo, mesmo que com baixo peso; condições de vida e de saúde
que garantissem a possibilidade de crescimento em conformidade com o potencial
genético; mães com intenção de amamentar de acordo com o padrão proposto
como adequado pela OMS (na época, aleitamento materno por quatro meses,
exclusivo ou predominante, e sua manutenção parcial por pelo menos um ano); e
mães não-fumantes. Para a amostra transversal as exigências foram iguais, com
exceção da alimentação: o aleitamento deveria ser de no mínimo três meses,
exclusivo ou não.
4. Tamanho da amostra: para garantir a precisão tanto dos valores centrais da mediana
(percentil 50) quanto dos extremos (percentis menores e maiores), estimou-se que
seriam necessárias 200 crianças de cada sexo em cada grupo de idade (nascimento
inclusive), o que significava que cada centro teria de contribuir com cerca de 70
crianças para cada idade avaliada. Para os recém-nascidos a amostra foi de 300 em
cada centro, já que se esperava a ocorrência de uma grande perda de casos ao longo
do seguimento longitudinal, pois muitas mães acabariam não cumprindo todos os
requisitos ou desistiriam de participar do estudo.
5. O estudo longitudinal arrolou inicialmente 1.737 crianças, das quais 882 concluíram
o seguimento de dois anos (428 meninos e 454 meninas). A maior adesão foi em
Gana, onde 69% dos participantes completaram o follow up, observando-se os
menores percentuais em Oslo e Pelotas, de respectivamente 34,1% e 21,4%. A
amostra transversal final foi de 6.669 crianças de ambos os sexos, com o maior
recrutamento em Nova Deli, de 1.487 participantes, e os menores em Pelotas, de
480, e em Davis, de 476. Tudo isso resultou em 13.553 avaliações em meninos e
13.781 em meninas.
6. Cuidados metodológicos: todos os profissionais envolvidos nas mensurações foram
treinados especificamente para tal. Seu trabalho era supervisionado em curtos
intervalos de tempo e os dados obtidos eram aferidos periodicamente. Utilizaram as
técnicas mais adequadas para realizar seu trabalho, empregando um instrumental
padronizado e o mais atual possível, de maneira a garantir precisão e confiabilidade
nas medições. Aos dados de caracterização da família e das condições de vida e de
morbidade, adicionaram-se as seguintes medidas corpóreas em cada avaliação: peso,
perímetro craniano, comprimento supino (no seguimento longitudinal), estatura,
perímetrobraquialedobrascutâneastricipitalesubescapular.Tambémforamcoletados
dados de desenvolvimento, de maneira a poder criar marcos da evolução das crianças
que pudessem ser avaliados sistematicamente em conjunto com o crescimento.
7. Processamento dos resultados: foram utilizadas as técnicas estatísticas mais atuais e
mais adequadas, de maneira que o modelo matemático resultante do alisamento das
curvasapresentasseomaisaltonívelpossíveldeajustecomosvaloresreaiscoletados.
8. Após o desenvolvimento do modelo foram efetuados controles, acrescentando-se
ou retirando-se parte da casuística, por local de coleta, sem que se notassem
diferenças significativas nos dados resultantes. Dessa forma, evidenciou-se uma
grande semelhança de comportamento nas seis populações estudadas.
A parte de coleta de dados do estudo foi concluída em 2003; no primeiro
semestre de 2006 o conjunto inaugural de dados de crescimento foi apresentado
publicamente e colocado à disposição no site da OMS. Esse conjunto englobava tabelas
e gráficos de percentis e de escores z por sexo e idade (de 0 a 60 meses), relativos a
peso, comprimento supino, estatura e índice de massa corpórea (IMC). Cabe salientar
que o IMC abarca também os dois primeiros anos de vida, o que não acontece com o
referencial CDC/NCHS 2000; também já traz o referencial de desenvolvimento.
Atualmente no mesmo site estão disponíveis também tabelas e gráficos de
perímetro cefálico, perímetro braquial e dobras cutâneas tricipital e subescapular. Pode-
se obter cópia de qualquer desses arquivos, livremente, para uso na prática diária.
No mesmo site está disponível um software de antropometria (WHO
Anthro 2005), que pode ser utilizado para avaliações individuais ou de grupos
populacionais. O software não está ativado ainda para todos os parâmetros
antropométricos, mas permite calcular percentis e escores z de peso, estatura e IMC.
Pode ser copiado, é de uso livre e vem acompanhado de um manual de instruções de
uso (www.who.int/childgrowth).
AS NOVAS CURVAS
É óbvio que a recomendação da OMS, no Brasil agora endossada também
pelo Ministério da Saúde, é de utilização do novo referencial, considerado realmente
prescritivo, ou seja, o padrão de crescimento ideal a ser seguido para crianças até 5 anos
de idade.
Paraentendermelhoroquesignificaessamudançadereferencial(ouessepadrão),
torna-se necessário efetuar algumas comparações com o anterior, o CDC/NCHS, e também
com o do Euro-Growth Study18
realizado por diversos países europeus na segunda metade da
década de 90. Embora multicêntrico, este estudo não se revestiu dos mesmos cuidados
metodológicos utilizados pela OMS.
A seguir são apresentados alguns gráficos que comparam dados dos três
referenciais.
Figura 1: Comparação
da estatura (medida em
centímetros) de meninos –
valores medianos e
percentis 3 e 97 da OMS,
assim transformados
conforme referencial
CDC/NCHS – e tendência
de evolução desde
o nascimento até os
60 meses.
Como se pode observar, ao nascimento os valores são semelhantes, mas no
primeiro semestre crescem muito mais rápido entre as crianças da OMS, desacelerando a
seguir, até que, ao redor de 1 ano de idade, atingem níveis próximos dos do CDC/NCHS.
Entre 1 e 2 anos há nova aceleração dos valores da OMS, que no segundo ano chegam a
ficar mais de 10 percentis acima da mediana do CDC/NCHS; desse ponto até os 60 meses
a mediana da OMS se mantém cerca de 10 unidades de percentil acima da mediana do
CDC/NCHS.
Nos percentis 3 e 97 também se observam diferenças importantes de valores,
principalmente nos primeiros 24 meses de vida
Figura 2: Comparação
do peso (medido em
quilos) de meninos –
valores medianos e
percentis 3 e 97 da OMS,
assim transformados
conforme referencial
CDC/NCHS – e tendência
de evolução desde
o nascimento até os
60 meses.
Nota-se aqui comportamento similar ao observado na estatura, só que muito
maisacentuado.Apesardeosmeninosnasceremcompesomedianoep97bastantebaixos,
ocorre um incremento de peso muito grande no primeiro trimestre, a mediana da OMS
chegaquaseaop75doCDC/NCHSeaseguirdecaiintensaeprogressivamente,atépróximo
dos 18 meses, quando chega a corresponder ao p25. Recupera-se a partir daí, atingindo
valores muito próximos dos do CDC/NCHS aos 3 anos, e assim se mantém até os 5. No
geral, após também mostrar um crescimento mais rápido até os 3 meses, os percentis 3 e
97 também caem para níveis mais baixos que os do CDC/NCHS até os 18 meses; a partir
daí o p97 se recupera, mas o p3 permanece em valores menores.
Figura 3: Comparação da
evolução do crescimento de
meninos, representado pelos
valores medianos da
OMS relativos a estatura
(em centímetros) e peso
(em quilos), transformados
em percentis conforme
referencial CDC/NCHS,
desde o nascimento até
os 60 meses.
Esta figura mostra que a evolução do peso e a da estatura têm
comportamentos semelhantes, como tendência, embora o peso apresente desvios mais
acentuados.A preocupação que a evolução do peso entre os 3 e os 18 meses pode provocar
parece ser atenuada se considerarmos que o crescimento estatural se reduz muito menos
intensamente, nunca chegando a ficar abaixo dos níveis recomendados pelo CDC/NCHS,
e se recupera mais rapidamente do que o peso, atingindo, aos 5 anos, valores superiores
aos daquele referencial.
Figura 4: Comparação
da evolução do peso
(medido em quilos)
de meninos (M) e
meninas (F),
representado pelos
valores medianos da
OMS transformados em
percentis conforme
referencial CDC/NCHS,
desde o nascimento até
os 60 meses.
Afiguraevidenciaqueaevoluçãodopesoépraticamenteidênticaparaambos
ossexos,oquepodesugerirquedefatoesseseriaopadrãoesperadodeevoluçãobiológica
do peso.
Figura 5: Comparação
da evolução dos valores
medianos de estatura
(medida em centímetros)
de meninos, de acordo com
a OMS e o Euro-Growth,
valores esses
transformados em percentis
conforme referencial
do CDC/NCHS, desde
o nascimento até
os 60 meses.
Nota-se que, no que se refere à estatura, à semelhança do que ocorre com
os valores da OMS, os do Euro-Growth também permanecem constantemente em níveis
superiores aos do referencial CDC/NCHS, apesar de apresentarem variações de ritmo
de crescimento diferentes das observadas na curva da OMS.
Figura 6: Comparação
da evolução dos valores
medianos de peso (medido
em quilos) de meninos,
de acordo com a OMS e o
Euro-Growth, valores esses
transformados em percentis
conforme referencial
CDC/NCHS, desde
o nascimento até os
60 meses.
Quanto ao peso nota-se muita semelhança entre a curva da OMS e a do
Euro-Growth quanto à tendência evolutiva, apesar de em termos de valores a segunda,
com exceção do primeiro semestre, estar sempre acima em relação à da OMS e quase
sempre acima em relação à do CDC/NCHS. Chama a atenção a deflexão observada
entre 6 e 24 meses, quando os valores do Euro-Growth também ficam abaixo dos do
CDC/NCHS: esse descenso em relação ao CDC/NCHS pode ser considerado como
fisiológico? Novos estudos e novas comparações com outras casuísticas poderão
confirmar ou não essa hipótese, bastante plausível até o momento.
Figura 7: Comparação
da evolução dos valores
medianos de IMC de
meninos (em kg/m2
), de
acordo com a OMS e o
Euro-Growth, valores esses
transformados em percentis
conforme referencial
CDC/NCHS, dos 24 aos
60 meses.
OIMC,quedecertaforma(refleteumpoucodarelaçãodeproporcionalidade
peso-estatura) evidencia semelhança de comportamentos entre Euro-Growth e OMS. No
entanto, os valores da OMS estão em um patamar muito mais interessante e mostram
tendência evolutiva muito menos preocupante, já que dos 2 aos 5 anos seus percentis
permanecem inferiores aos do CDC/NCHS.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Departamento Científico de Nutrologia da SBP recomenda a utilização das
curvas da OMS para o acompanhamento do crescimento das crianças, com base nas
premissas técnicas com que essas curvas foram realizadas. A indicação é que sejam
utilizadas até os 5 anos de idade, em substituição às curvas anteriormente propostas pelo
CDC/NCHS.
No entanto, considerando que as novas curvas descrevem ritmos diferentes
de crescimento em relação às anteriormente preconizadas, principalmente no que se
refere ao peso, sua utilização requer particular cuidado na faixa etária de 6 a 18 meses.
Além da evolução do peso, nesse período deve-se analisar simultânea e cuidadosamente
também a evolução do comprimento, do perímetro cefálico e da circunferência braquial,
de modo a ter razoável segurança de que a evolução do peso é realmente adequada.
O Departamento enfatiza ainda que a antropometria é um dos componentes
da avaliação clínica, não devendo ser usada de maneira isolada para diagnóstico e/ou para
acompanhamento de puericultura.
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