O documento descreve a origem e características da commedia dell'arte na Itália Renascentista, com ênfase nos personagens fixos representados por máscaras e na comicidade gerada pelas duplas cômicas. Destaca Arlequim como a principal figura e explica como a tradição das máscaras e duplas remonta ao teatro popular romano e influenciou dramaturgos como Plauto, Molière e Shakespeare.
A commedia dell'arte- Máscaras, duplicidade e riso diabólico de Arlequim- Nan...studio silvio selva
O documento discute a commedia dell'arte na Renascença européia. Resume que a commedia dell'arte era um teatro popular italiano construído em torno de máscaras e tipos fixos, como Arlequim. Embora o teatro erudito seguisse regras clássicas, a commedia dell'arte alcançou grande popularidade com suas trupes itinerantes.
O texto descreve a estréia da peça Ubu Rei de Alfred Jarry em 1896, que marcou o início do teatro de vanguarda. A peça causou escândalo por romper com as convenções do teatro francês da época através da linguagem e da quebra da quarta parede. O texto também resume os principais eventos da primeira cena da peça, onde Pai Ubu e Mãe Ubu discutem a possibilidade de Pai Ubu usurpar o trono polonês.
História do Teatro - teatro burguês ao teatro do diretor, espaço físico, teatro comercial e teatro de arte, interpretação, Teatro de Arte de Moscou, vanguarda teatral, europa e Estados Unidos, dramaturgia pós-guerra, pesquisa sobre o corpo.
Nomes com grafias diferenciadas devido a diversidade de formas como as mesmas podem ser publicadas.
O documento descreve o contexto histórico do século XVI marcado pelos movimentos do Humanismo, Renascimento e Classicismo. Aborda também a vida e obra de Luís de Camões, autor dos Lusíadas, poema épico publicado em 1572 que narra a epopeia dos descobrimentos portugueses.
Homero provavelmente viveu no século VIII a.C. na Jônia e é autor de duas das obras mais importantes da antiguidade grega: a Ilíada e a Odisséia. As obras narram histórias heroicas e tiveram grande influência na literatura grega e mundial. Embora poucos detalhes sobre sua vida sejam conhecidos, Homero teve grande significado para o povo grego.
Este documento fornece uma breve introdução a Os Lusíadas, a epopeia nacional portuguesa escrita por Luís de Camões. Resume a biografia do autor e explica os principais elementos da estrutura de uma epopeia, como a invocação, narrativa e proposição. Também contextualiza a obra no período do Renascimento.
I - O documento resume a obra épica Os Lusíadas, de Luís de Camões, contando sua história, estrutura e principais características. II - A obra narra as façanhas dos portugueses nas navegações pelo mundo, tendo como herói coletivo o povo português. III - Possui características do épico clássico como linguagem nobre, exaltação dos heróis nacionais e presença de elementos mitológicos.
A commedia dell'arte- Máscaras, duplicidade e riso diabólico de Arlequim- Nan...studio silvio selva
O documento discute a commedia dell'arte na Renascença européia. Resume que a commedia dell'arte era um teatro popular italiano construído em torno de máscaras e tipos fixos, como Arlequim. Embora o teatro erudito seguisse regras clássicas, a commedia dell'arte alcançou grande popularidade com suas trupes itinerantes.
O texto descreve a estréia da peça Ubu Rei de Alfred Jarry em 1896, que marcou o início do teatro de vanguarda. A peça causou escândalo por romper com as convenções do teatro francês da época através da linguagem e da quebra da quarta parede. O texto também resume os principais eventos da primeira cena da peça, onde Pai Ubu e Mãe Ubu discutem a possibilidade de Pai Ubu usurpar o trono polonês.
História do Teatro - teatro burguês ao teatro do diretor, espaço físico, teatro comercial e teatro de arte, interpretação, Teatro de Arte de Moscou, vanguarda teatral, europa e Estados Unidos, dramaturgia pós-guerra, pesquisa sobre o corpo.
Nomes com grafias diferenciadas devido a diversidade de formas como as mesmas podem ser publicadas.
O documento descreve o contexto histórico do século XVI marcado pelos movimentos do Humanismo, Renascimento e Classicismo. Aborda também a vida e obra de Luís de Camões, autor dos Lusíadas, poema épico publicado em 1572 que narra a epopeia dos descobrimentos portugueses.
Homero provavelmente viveu no século VIII a.C. na Jônia e é autor de duas das obras mais importantes da antiguidade grega: a Ilíada e a Odisséia. As obras narram histórias heroicas e tiveram grande influência na literatura grega e mundial. Embora poucos detalhes sobre sua vida sejam conhecidos, Homero teve grande significado para o povo grego.
Este documento fornece uma breve introdução a Os Lusíadas, a epopeia nacional portuguesa escrita por Luís de Camões. Resume a biografia do autor e explica os principais elementos da estrutura de uma epopeia, como a invocação, narrativa e proposição. Também contextualiza a obra no período do Renascimento.
I - O documento resume a obra épica Os Lusíadas, de Luís de Camões, contando sua história, estrutura e principais características. II - A obra narra as façanhas dos portugueses nas navegações pelo mundo, tendo como herói coletivo o povo português. III - Possui características do épico clássico como linguagem nobre, exaltação dos heróis nacionais e presença de elementos mitológicos.
O documento descreve o trovadorismo, estilo literário português da Idade Média caracterizado por poemas cantados sobre amor e sátira social. Dividia-se em gêneros líricos como cantigas de amigo e cantigas de amor, e gênero satírico como cantigas de escárnio e cantigas de maldizer. Refletia valores teocêntricos da época e influência provençal.
Este documento resume a lirica latina de autores como Catulo e Horacio no século I a.C. em Roma. Descute as primeiras manifestações líricas e como Catulo trouxe influências alexandrinas, focando na vida cotidiana ao invés de grandes temas épicos. Também analisa como Horacio usou as Odes para apoiar Augusto depois de criticar os triúnviros, sintetizando influências gregas com a nova sociedade romana sob o principado.
Este documento descreve os elementos do gênero épico e como eles são concretizados em "Os Lusíadas". Ele discute a unidade da ação, os personagens, o maravilhoso e a forma poética da obra. Também analisa a introdução, o desenvolvimento com a viagem, a história de Portugal e os deuses, e a conclusão da epopeia camoniana.
O documento descreve a prosa medieval portuguesa no período trovadoresco, caracterizado por diferentes gêneros literários como crônicas, livros de linhagem e novelas de cavalaria.
Luís de Camões (1524-1580) foi um poeta português considerado o maior expoente da literatura portuguesa. Passou grande parte de sua vida no Oriente, onde participou de expedições militares. Publicou em 1572 seu épico Os Lusíadas, obra máxima da literatura portuguesa. Faleceu em Lisboa em situação de pobreza, apesar de ter recebido uma tença real pelo seu trabalho.
O documento discute a origem do termo "sátira" e sua relação com a deusa romana Ceres. Também apresenta alguns dos principais poetas satíricos da Roma Antiga, como Horácio, Persius e Juvenal, destacando suas obras e estilo de criticar os defeitos humanos de forma irônica.
Imagens do teatro no século de ouro espanholTaís Ferreira
Este documento apresenta imagens e informações sobre o teatro no século de ouro espanhol, incluindo desenhos de corrais de comédias, cenários de teatro do século XVII, e imagens de festividades públicas como autos sacramentais realizados na Plaza Mayor de Madri.
Trovadorismo, Novelas de Cavalaria e HumanismoCrisBiagio
O documento resume três períodos literários da Idade Média: o Trovadorismo, as Novelas de Cavalaria e o Humanismo. O Trovadorismo trata da poesia de amor produzida por trovadores itinerantes. As Novelas de Cavalaria narram as façanhas heroicos de cavaleiros seguindo um código de honra. O Humanismo emerge no século XV promovendo novos desenvolvimentos nas artes e na literatura como a obra de Dante Alighieri e o teatro de Gil Vicente em Portugal.
Camões dirige-se às ninfas do Tejo pedindo ajuda para cantar os feitos dos portugueses de forma sublime. Ele estabelece um confronto entre a poesia lírica e a poesia épica, que exige um estilo mais elevado. Na dedicatória, Camões dedica a obra a D. Sebastião, então jovem rei de Portugal, elogiando-o e tentando convencê-lo a aceitar seu canto através de uma linguagem argumentativa e apelativa.
(1) O poeta pede às ninfas do rio Tejo, as Tágides, que o ajudem a encontrar um estilo grandioso e sublime para cantar os altos feitos dos Portugueses na epopeia Os Lusíadas. (2) Ele reconhece que precisa de algo além da poesia lírica que costuma fazer, necessitando agora de uma inspiração épica para a tarefa. (3) Promete tornar as Tágides ainda mais famosas do que a fonte de Hipocrene, se o auxiliarem na composição da epo
Os documentos discutem o Renascimento, Humanismo e Classicismo no século XVI e como esses conceitos se refletem na obra épica de Luís de Camões, Os Lusíadas. O documento também resume a estrutura e os elementos da epopeia como gênero literário.
Nas estrofes de invocação, Camões pede ajuda às ninfas do rio Tejo para que o inspirem a cantar em estilo elevado os feitos dos portugueses, comparando a nova inspiração que necessita à de Hipocrene, fonte das Musas na mitologia grega. O poeta deseja uma "fúria grande e sonorosa" para exaltar em verso os feitos da nação portuguesa de forma digna.
Fichamento de A personagem no teatro, de Décio de Almeida PradoCarla Souto
1) O documento discute as diferenças entre personagens no teatro e no romance. No teatro, as personagens constituem quase a totalidade da obra e falam diretamente ao público, sem a mediação de um narrador.
2) As principais formas de caracterização de personagens no teatro são: o que elas revelam sobre si mesmas através de monólogos, confidentes e apartes; o que elas fazem por meio de ações e conflitos com outras personagens; e o que outros dizem sobre elas.
3) Devido aos limites de
Apostila 02 2 ano 2012 teatro romano e teatro medievalIsabella Silva
O documento descreve a evolução do teatro ao longo da história de Roma e da Idade Média. No teatro romano, as peças eram apresentadas em festivais para distrair o povo, diferentemente da Grécia. Na Idade Média, a Igreja proibiu o teatro por um tempo, mas ele acabou se adaptando para contar histórias bíblicas, como mistérios e milagres. Novas formas como a farsa também surgiram nesse período.
1) O documento apresenta a biografia do dramaturgo e ator português Miguel Franco, destacando sua fundação do Grupo de Teatro Miguel Leitão em 1950 e suas montagens teatrais que abordavam a história de Portugal.
2) Franco concebia o teatro como uma ferramenta didática para educar o povo, e sua maior obra, O Motim, criticava o poder totalitário do Estado Novo português.
3) O Motim estreou profissionalmente no Teatro Avenida em 1965 e foi elogiado pela crítica, mas também gerou aten
Noite na taverna - a presença do medo em Álvares de Ázevedojasonrplima
Este documento analisa a obra "Noite na Taverna" de Álvares de Azevedo como literatura do medo. A autora utiliza as teorias de Jeffrey Jerome Cohen e Noël Carroll para entender como a obra produz o afeto do medo nos leitores através de elementos góticos, personagens perversos e temas tabus como necrofilia e canibalismo. A autora também discute como a obra foi fortemente influenciada pelo escritor Lord Byron e como os personagens podem ser vistos como projeções do próprio Ál
O documento discute as origens do trágico e do cômico na Grécia Antiga segundo Aristóteles e Nietzsche. Também aborda como a figura do louco foi usada para fins críticos e cômicos na Idade Média e Renascimento, notadamente no Elogio da Loucura de Erasmo.
1) O documento apresenta uma breve biografia de Luís Vaz de Camões, poeta português do século XVI que escreveu a epopeia nacional portuguesa "Os Lusíadas".
2) Discutem-se as características de uma epopeia e como "Os Lusíadas" celebra os feitos dos navegadores portugueses como Vasco da Gama.
3) Explica-se o contexto do Renascimento e do orgulho nacional português que levaram à criação de "Os Lusíadas
Trabalho escolar sobre as reflexões do poeta- Os Lusíadas. Inclui uma pequena síntese, ilustrações e versos representativos correspondentes a cada canto
O documento resume os principais contextos históricos e artísticos do período barroco em Portugal e no Brasil, destacando datas importantes e estilos literários como o cultismo e o conceptismo.
A Commedia dell'arte foi uma forma de teatro popular italiano que surgiu no século 15 e se espalhou pela Europa, caracterizada por personagens fixos e histórias improvisadas. Grupos itinerantes se apresentavam em praças públicas usando máscaras e figurinos coloridos para entreter o público com suas performances cômicas e acrobacias. A forma teatral influenciou dramaturgos por sua caracterização marcante de personagens como Arlequim.
A Commedia dell'arte foi uma forma de teatro popular italiano que surgiu no século 15 e se espalhou pela Europa. Grupos itinerantes apresentavam peças de comédia improvisadas baseadas em personagens fixos como Arlequim e Colombina. As performances ocorriam em praças públicas com cenários e adereços simples, focando na habilidade cômica dos atores.
O documento descreve o trovadorismo, estilo literário português da Idade Média caracterizado por poemas cantados sobre amor e sátira social. Dividia-se em gêneros líricos como cantigas de amigo e cantigas de amor, e gênero satírico como cantigas de escárnio e cantigas de maldizer. Refletia valores teocêntricos da época e influência provençal.
Este documento resume a lirica latina de autores como Catulo e Horacio no século I a.C. em Roma. Descute as primeiras manifestações líricas e como Catulo trouxe influências alexandrinas, focando na vida cotidiana ao invés de grandes temas épicos. Também analisa como Horacio usou as Odes para apoiar Augusto depois de criticar os triúnviros, sintetizando influências gregas com a nova sociedade romana sob o principado.
Este documento descreve os elementos do gênero épico e como eles são concretizados em "Os Lusíadas". Ele discute a unidade da ação, os personagens, o maravilhoso e a forma poética da obra. Também analisa a introdução, o desenvolvimento com a viagem, a história de Portugal e os deuses, e a conclusão da epopeia camoniana.
O documento descreve a prosa medieval portuguesa no período trovadoresco, caracterizado por diferentes gêneros literários como crônicas, livros de linhagem e novelas de cavalaria.
Luís de Camões (1524-1580) foi um poeta português considerado o maior expoente da literatura portuguesa. Passou grande parte de sua vida no Oriente, onde participou de expedições militares. Publicou em 1572 seu épico Os Lusíadas, obra máxima da literatura portuguesa. Faleceu em Lisboa em situação de pobreza, apesar de ter recebido uma tença real pelo seu trabalho.
O documento discute a origem do termo "sátira" e sua relação com a deusa romana Ceres. Também apresenta alguns dos principais poetas satíricos da Roma Antiga, como Horácio, Persius e Juvenal, destacando suas obras e estilo de criticar os defeitos humanos de forma irônica.
Imagens do teatro no século de ouro espanholTaís Ferreira
Este documento apresenta imagens e informações sobre o teatro no século de ouro espanhol, incluindo desenhos de corrais de comédias, cenários de teatro do século XVII, e imagens de festividades públicas como autos sacramentais realizados na Plaza Mayor de Madri.
Trovadorismo, Novelas de Cavalaria e HumanismoCrisBiagio
O documento resume três períodos literários da Idade Média: o Trovadorismo, as Novelas de Cavalaria e o Humanismo. O Trovadorismo trata da poesia de amor produzida por trovadores itinerantes. As Novelas de Cavalaria narram as façanhas heroicos de cavaleiros seguindo um código de honra. O Humanismo emerge no século XV promovendo novos desenvolvimentos nas artes e na literatura como a obra de Dante Alighieri e o teatro de Gil Vicente em Portugal.
Camões dirige-se às ninfas do Tejo pedindo ajuda para cantar os feitos dos portugueses de forma sublime. Ele estabelece um confronto entre a poesia lírica e a poesia épica, que exige um estilo mais elevado. Na dedicatória, Camões dedica a obra a D. Sebastião, então jovem rei de Portugal, elogiando-o e tentando convencê-lo a aceitar seu canto através de uma linguagem argumentativa e apelativa.
(1) O poeta pede às ninfas do rio Tejo, as Tágides, que o ajudem a encontrar um estilo grandioso e sublime para cantar os altos feitos dos Portugueses na epopeia Os Lusíadas. (2) Ele reconhece que precisa de algo além da poesia lírica que costuma fazer, necessitando agora de uma inspiração épica para a tarefa. (3) Promete tornar as Tágides ainda mais famosas do que a fonte de Hipocrene, se o auxiliarem na composição da epo
Os documentos discutem o Renascimento, Humanismo e Classicismo no século XVI e como esses conceitos se refletem na obra épica de Luís de Camões, Os Lusíadas. O documento também resume a estrutura e os elementos da epopeia como gênero literário.
Nas estrofes de invocação, Camões pede ajuda às ninfas do rio Tejo para que o inspirem a cantar em estilo elevado os feitos dos portugueses, comparando a nova inspiração que necessita à de Hipocrene, fonte das Musas na mitologia grega. O poeta deseja uma "fúria grande e sonorosa" para exaltar em verso os feitos da nação portuguesa de forma digna.
Fichamento de A personagem no teatro, de Décio de Almeida PradoCarla Souto
1) O documento discute as diferenças entre personagens no teatro e no romance. No teatro, as personagens constituem quase a totalidade da obra e falam diretamente ao público, sem a mediação de um narrador.
2) As principais formas de caracterização de personagens no teatro são: o que elas revelam sobre si mesmas através de monólogos, confidentes e apartes; o que elas fazem por meio de ações e conflitos com outras personagens; e o que outros dizem sobre elas.
3) Devido aos limites de
Apostila 02 2 ano 2012 teatro romano e teatro medievalIsabella Silva
O documento descreve a evolução do teatro ao longo da história de Roma e da Idade Média. No teatro romano, as peças eram apresentadas em festivais para distrair o povo, diferentemente da Grécia. Na Idade Média, a Igreja proibiu o teatro por um tempo, mas ele acabou se adaptando para contar histórias bíblicas, como mistérios e milagres. Novas formas como a farsa também surgiram nesse período.
1) O documento apresenta a biografia do dramaturgo e ator português Miguel Franco, destacando sua fundação do Grupo de Teatro Miguel Leitão em 1950 e suas montagens teatrais que abordavam a história de Portugal.
2) Franco concebia o teatro como uma ferramenta didática para educar o povo, e sua maior obra, O Motim, criticava o poder totalitário do Estado Novo português.
3) O Motim estreou profissionalmente no Teatro Avenida em 1965 e foi elogiado pela crítica, mas também gerou aten
Noite na taverna - a presença do medo em Álvares de Ázevedojasonrplima
Este documento analisa a obra "Noite na Taverna" de Álvares de Azevedo como literatura do medo. A autora utiliza as teorias de Jeffrey Jerome Cohen e Noël Carroll para entender como a obra produz o afeto do medo nos leitores através de elementos góticos, personagens perversos e temas tabus como necrofilia e canibalismo. A autora também discute como a obra foi fortemente influenciada pelo escritor Lord Byron e como os personagens podem ser vistos como projeções do próprio Ál
O documento discute as origens do trágico e do cômico na Grécia Antiga segundo Aristóteles e Nietzsche. Também aborda como a figura do louco foi usada para fins críticos e cômicos na Idade Média e Renascimento, notadamente no Elogio da Loucura de Erasmo.
1) O documento apresenta uma breve biografia de Luís Vaz de Camões, poeta português do século XVI que escreveu a epopeia nacional portuguesa "Os Lusíadas".
2) Discutem-se as características de uma epopeia e como "Os Lusíadas" celebra os feitos dos navegadores portugueses como Vasco da Gama.
3) Explica-se o contexto do Renascimento e do orgulho nacional português que levaram à criação de "Os Lusíadas
Trabalho escolar sobre as reflexões do poeta- Os Lusíadas. Inclui uma pequena síntese, ilustrações e versos representativos correspondentes a cada canto
O documento resume os principais contextos históricos e artísticos do período barroco em Portugal e no Brasil, destacando datas importantes e estilos literários como o cultismo e o conceptismo.
A Commedia dell'arte foi uma forma de teatro popular italiano que surgiu no século 15 e se espalhou pela Europa, caracterizada por personagens fixos e histórias improvisadas. Grupos itinerantes se apresentavam em praças públicas usando máscaras e figurinos coloridos para entreter o público com suas performances cômicas e acrobacias. A forma teatral influenciou dramaturgos por sua caracterização marcante de personagens como Arlequim.
A Commedia dell'arte foi uma forma de teatro popular italiano que surgiu no século 15 e se espalhou pela Europa. Grupos itinerantes apresentavam peças de comédia improvisadas baseadas em personagens fixos como Arlequim e Colombina. As performances ocorriam em praças públicas com cenários e adereços simples, focando na habilidade cômica dos atores.
História do teatro - Elisabetano e Século de Ouro - contexto historico, espaço físico. Teatro barroco, teatro Espanhol, teatro francês, teatro italiano, teatro burguês, teatro alemão, teatro romântico
O Teatro como mundo da ilusão e espaço privilegiado do espetáculo IIHca Faro
O documento descreve a evolução do teatro na França do século XVIII, com foco na Comédie-Française. Luís XIV patrocinou as artes, incluindo dramaturgos como Corneille, Racine e Molière. A Comédie-Française foi fundada em 1680 para unir as companhias teatrais de Paris sob o controle do Estado. O teatro se tornou um assunto de Estado sob o reinado de Luís XIV.
O teatro romano evoluiu a partir de influências etruscas e gregas, copiando inicialmente as formas teatrais gregas como a tragédia e comédia. No seu apogeu nos séculos III-II a.C., destacaram-se autores como Plauto e Terêncio. Mais tarde, surgiram novos gêneros mais simples e espetaculares que atraíam maior público, levando ao declínio do teatro tradicional.
O Teatro tem origem nos festivais religiosos gregos em honra a Dionísio no século VII a.C. Na Grécia do século VI a.C., Téspis foi o primeiro ator ao destacar-se do coro. Em Roma, os primeiros jogos cênicos ocorreram em 364 a.C. com peças traduzidas do grego.
O teatro na Grécia Antiga teve origem nos rituais em honra a Dionísio e evoluiu para peças completamente encenadas. Atenas foi o centro do seu florescimento entre 550-220 a.C., com os gêneros da tragédia e comédia se desenvolvendo. Grandes autores como Ésquilo, Sófocles e Aristófanes marcaram esta era dourada e influenciaram o teatro até hoje.
O documento resume o gênero teatral conhecido como melodrama. Aborda suas origens na ópera italiana do século XVII, seu desenvolvimento como gênero reconhecido na França no século XIX, e suas características como enredos sentimentais, personagens, temas, uso de apartes e monólogos. Também discute as variedades de melodrama na ópera, teatro, novelas e circo.
A mímica é a arte de expressão corporal através de gestos, movimentos e expressões faciais sem fala. O documento descreve as origens da mímica na Grécia Antiga e seu desenvolvimento na Roma Antiga e Idade Média, com ênfase nos séculos XX e XXI, quando artistas como Decroux, Marceau e Lecoq criaram novas formas de mímica corporal e a popularizaram mundialmente.
Apostila 01 2 ano 2012 grécia tragédia e comédiaIsabella Silva
O documento descreve a origem e desenvolvimento do teatro na Grécia antiga. Começou com procissões em homenagem ao deus Dionísio, que com o tempo foram ficando mais elaboradas, surgindo os primeiros diretores de coro. Téspis foi o primeiro ator, subindo em um tablado para responder ao coro. Isso deu origem aos diálogos e ao teatro como o conhecemos. A tragédia e a comédia gregas eram apresentadas nas festas de Dionísio, tratando de temas como mitos e crítica política, respect
1) O teatro medieval surgiu entre os séculos X-XV e foi influenciado por dramas litúrgicos em latim encenados por membros do clero.
2) As peças tratavam principalmente de temas religiosos como a Paixão de Cristo e eram encenadas em igrejas e praças públicas.
3) No final da Idade Média surgiram também peças profanas satirizando a sociedade, como "sotties" e "farsas".
O documento discute a história, conceito, gêneros e ícones do teatro. Começa explicando o conceito de teatro e sua origem na Grécia antiga, depois passa a discutir sua evolução histórica e chegada no Brasil. Também apresenta e explica diversos gêneros teatrais como comédia, drama, musical e teatro de rua. Por fim, destaca alguns ícones do teatro brasileiro.
O documento descreve a evolução do teatro ao longo da história, desde os rituais primitivos relacionados a Dionísio na Grécia Antiga, passando pelos grandes tragediógrafos gregos como Ésquilo, Eurípedes e Sófocles, até o desenvolvimento do teatro romano e renascentista, com destaque para Gil Vicente, Shakespeare e as transformações ocorridas no século XIX.
O teatro teve suas origens em rituais religiosos na Grécia Antiga em homenagem a Dionísio. Os gregos desenvolveram o teatro trágico e cômico, influenciando os romanos. Ao longo dos séculos, o teatro evoluiu com influências de diferentes culturas e períodos históricos, como a Idade Média, Renascimento e modernidade. Hoje o teatro é uma arte diversificada e rica.
Este documento descreve a origem e desenvolvimento do teatro grego antigo. Começou como parte das festividades religiosas em honra ao deus Dionísio, evoluindo para apresentações teatrais em anfiteatros de pedra. Dois gêneros se destacaram: a tragédia, retratando o sofrimento humano, e a comédia, fazendo sátiras sociais. Atores usavam máscaras para interpretar papéis de ambos os sexos.
O documento fornece informações sobre conceitos e termos literários relacionados à obra de Eça de Queirós "Os Maias". Entre eles estão o Romantismo, o Realismo, o Naturalismo, a Geração de 70, a Questão Coimbrã, a simbologia presente na obra e conceitos como dandismo, impressionismo e vencidos da vida.
Este documento analisa duas peças de teatro que utilizam o tango como tema central: "Che Madam" e "Metejón, guarda con el tango". As peças apresentam a mesma estrutura dramática de um triângulo amoroso, mas estilisticamente diferentes: "Che Madam" segue uma estética realista enquanto "Metejón" adota uma estética pós-moderna. O documento discute como cada peça narra o triângulo amoroso através de códigos cênicos e de atuação diferentes.
O documento descreve a evolução do teatro romano desde suas origens até o período imperial. Inicialmente influenciado pelos gregos, o teatro romano copiou seus gêneros como a tragédia e comédia, traduzindo e adaptando obras gregas. No apogeu do século III-II a.C., autores como Plauto e Terêncio escreveram peças originais baseadas em temas romanos ou gregos. Posteriormente, surgiram novos gêneros mais populares e o teatro entrou em declínio, sobrev
Semelhante a A commedia dell'arte: máscaras, duplicidade e o riso diabólico do Arlequim, Nanci de freitas (20)
Este documento apresenta o Estatuto dos Servidores Públicos Municipais de Bauru, São Paulo. O estatuto define termos como cargo público, carreira e quadro e estabelece regras para provimento de cargos por nomeação, transferência, reintegração, reversão e outras formas. Também trata de concursos públicos, substituições, licenças, promoções, aposentadoria e outras questões relativas aos direitos e deveres dos servidores públicos municipais.
Este documento discute a importância dos profissionais cenotécnicos no teatro brasileiro, destacando a necessidade de valorização e reconhecimento desta classe. Refere-se ao I Encontro Nacional de Profissionais Arquitetos Cênicos, Cenógrafos e Cenotécnicos em 1987, que sistematizou a nomenclatura da área e despertou consciência sobre a contribuição dos cenotécnicos. Também aborda as funções da cenotécnica no teatro e a escassez de literatura e formação técnica
Ninguém Escreve ao Coronel (El coronel no tiene quien le escriba) foi um dos primeiros contos a serem escritos por Gabriel García Márquez, publicado no final de 1961.
O Coronel foi um dos muitos oficiais da revolução, e por isso passa anos esperando a chegada de uma carta que iria anunciar a sua tão esperada pensão. Enquanto ele espera, a sua vida vai passando. A sua mulher tem uma doença respiratória e ambos vivem numa extrema pobreza. O seu filho morre e deixa como herança um galo de briga, que se torna a única esperança - além da tão esperada carta - de pagar suas dívidas e conseguir alimento para a família.
Em 1597, um pedido da rainha Elizabeth incumbiu Shakespeare (1564-1616) de escrever uma peça às pressas. O resultado, criado em quatorze dias, foi As alegres matronas de Windsor, esta comédia de costumes farsesca, protagonizada por Sir John Falstaff (personagem também da peça Henrique IV). Falstaff é considerado por muitos um dos melhores personagens de Shakespeare. É o caso de Harold Bloom, para quem Falstaff figura, juntamente com Hamlet, no centro do universo criativo shakesperiano. A ação de passa na cidade de Windsor, na Inglaterra. Falstaff, um cavalheiro falido que se encontra numa maré de azar, inventa um plano para enriquecer. Seduzirá não uma, mas duas senhoras ricas da região, a sra. Ford e a sra. Pajem, na tentativa de pôr as mãos no dinheiro do marido de cada uma delas. Mas aparentemente as matronas de Windsor são mais espertas que ele, que vai se ver em apuros. Irônica, cheia de reviravoltas e peripécias, a peça acompanha de um modo engraçado, mas também fraterno, os ciúmes, as suspeitas, adultérios e outras cômicas situações matrimoniais. Esta tradução de Millôr Fernandes conserva toda a hilariedade original da pena do bardo inglês.
Única comédia em prosa do Bardo, conta como Falstaff, metido a garanhão, quer seduzir duas senhoras e a partir daí, toda confusão se forma. Conta-se que esta pea teria sido escrita por encomenda da Rainha.
Um casamento marcado pelo conflito. De um lado amigos; do outro familiares. A troca de ironias e acusações ganha formas e expressões nesta peça em que o dramaturgo alemão Bertold Brecht retrata a decadência do pensamento burguês.
Neste documento, dois homens famintos, Chumbinho e Julião, tentam arranjar comida de diferentes maneiras sem sucesso. Julião ouve o dono Joaquim pedir para sua esposa Maria entregar um pastelão para alguém que faça um sinal específico. Julião sugere que Chumbinho vá até Maria fingindo ser o mensageiro de Joaquim para conseguir o pastelão.
Dois homens famintos, Chumbinho e Julião, elaboram um plano para enganar a esposa de um fazendeiro, Dona Maria, e conseguir o pastelão que ela havia preparado. Chumbinho finge ser o mensageiro enviado pelo marido dela para buscar o pastelão. A estratagema funciona e ele consegue o pastelão, para deleite dele e de Julião. Porém, o marido chega em casa mais cedo e descobre o engano.
This document provides step-by-step instructions for turning a person's face into a latex Halloween mask. It begins by taking a lifecast of the face using alginate, then creating a plaster mold. From this mold, a clay copy is made and sculpted to add deformities and create a "monster mask". Another mold is made from the clay sculpture and latex is poured in to create the final mask. The mask is then painted to resemble diseased and decaying flesh.
O resumo é do primeiro ato da peça "Esperando Godot", de Samuel Beckett. Os personagens Vladimir e Estragon aguardam na beira de uma estrada a chegada de alguém chamado Godot, sem saber ao certo o dia ou motivo da espera. Eles discutem eventos passados e tentam matar o tempo, enquanto lidam com a incerteza e tédio de sua situação.
Tartufo (em francês Le Tartuffe) é uma comédia de Molière, e uma das mais famosas da língua francesa em todos os tempos. Sua primeira encenação data de 1664 e foi quase que imediatamente censurada pelos devotos religiosos que, no texto, foram retratados na personagem-título como hipócritas e dissimulados.
Os devotos sentiram-se ofendidos, e a peça quase foi proibida por esta razão, pelos tribunais do rei Luís XIV de França, onde tinham grande influência.
Na língua portuguesa, o termo tartufo, como em outro idiomas, passou a ter a acepção de pessoa hipócrita ou falso religioso, originando ainda uma série de derivados como tartufice, tartúfico ou ainda o verbo tartuficar - significando enganar, ludibriar com atos de tartufice.
O trabalho de Karl Marx O 18 de Brumário de Luís Bonaparte (em alemão: "Der achtzehnte Brumaire des Louis Bonaparte"), escrito entre dezembro de 1851 e março de 18521 , publicado originalmente na revista Die Revolution, parte da análise concreta dos acontecimentos revolucionários em França, entre 1848 e 1851, que levaram ao golpe de estado pelo qual Napoleão III se nomeou imperador, à semelhança de seu tio Napoleão I .
Nesse trabalho, são desenvolvidas as teses fundamentais do materialismo histórico: a teoria da luta de classes e da revolução proletária, a doutrina do Estado e da ditadura do proletariado. Destaca-se a conclusão de Marx sobre a questão da atitude do proletariado em relação ao Estado burguês: "Todas as revoluções aperfeiçoavam esta máquina em vez de a destruir". A questão campesinato como aliado da classe operária na revolução iminente, o papel dos partidos políticos na vida social e uma caracterização profunda da essência do bonapartismo são outros aspectos marcantes desta obra
1. O homem conversa com um garoto que aparece frequentemente em sua casa sem avisar e lê seus livros.
2. O garoto fala sobre seu pai ausente e sobre a relação distante que tem com ele.
3. O homem revela que passou alguns anos em um seminário quando era adolescente.
1) O documento é uma peça teatral de Luigi Pirandello chamada "O Homem da Flor na Boca".
2) A peça se passa em uma rua à noite, onde um homem estranho conversa com um pacato viajante que perdeu o trem.
3) O homem estranho gosta de observar as vidas dos outros e imaginar detalhes sobre eles, para se agarrar à vida de uma forma.
O documento é uma peça teatral de Luigi Pirandello chamada "O Homem da Flor na Boca". A peça apresenta um diálogo noturno entre o Homem da Flor na Boca e um Pacífico Freguês que perdeu o último trem. O Homem da Flor na Boca reflete sobre a vida e a morte de forma sombria e angustiada, enquanto observa a vida dos outros.
1) O documento apresenta o prólogo e as ideias do autor para seu drama Leonor de Mendonça. Ele explora a temática da fatalidade e como as circunstâncias podem levar um homem a cometer um crime.
2) O autor desenhou personagens como a duquesa Leonor de Mendonça, o duque D. Jaime, e a família Alcoforado para explorar os temas da sujeição feminina e como os defeitos dos personagens os levam a se oporem.
3) O autor pretende usar a interação dos personagens para cri
NIOUKHINE dá uma conferência sobre os malefícios do tabaco a pedido de sua esposa, apesar de ser ele próprio um fumador inveterado. Ele desvia-se do tema falando sobre sua vida doméstica difícil com sua esposa controladora e sete filhas. Ele revela seu desejo de fugir dessa vida medíocre e se lembrar dos dias em que era jovem e livre.
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Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Biblioteca UCS
A biblioteca abriga, em seu acervo de coleções especiais o terceiro volume da obra editada em Lisboa, em 1843. Sua exibe
detalhes dourados e vermelhos. A obra narra um romance de cavalaria, relatando a
vida e façanhas do cavaleiro Clarimundo,
que se torna Rei da Hungria e Imperador
de Constantinopla.
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfenpfilosofiaufu
Caderno de Resumos XVIII Encontro de Pesquisa em Filosofia da UFU, IX Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU e VII Encontro de Pesquisa em Filosofia no Ensino Médio
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.Mary Alvarenga
A música 'Espalhe Amor', interpretada pela cantora Anavitória é uma celebração do amor e de sua capacidade de transformar e conectar as pessoas. A letra sugere uma reflexão sobre como o amor, quando verdadeiramente compartilhado, pode ultrapassar barreiras alcançando outros corações e provocando mudanças positivas.
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A commedia dell'arte: máscaras, duplicidade e o riso diabólico do Arlequim, Nanci de freitas
1. A COMMEDIa DELL’aRTE
MÁSCaRaS, DUPLICIDaDE
E O RISO DIaBÓLICO DE ARLEQUIM.
Nanci de Freitas
A partir do Renascimento, o teatro europeu iria aprimorar
seus recursos cênicos. Se, por um lado, os cânones dramatúrgicos da Antiguidade ditariam os parâmetros de um
teatro erudito, por outro lado, a commedia dell’arte italiana, construída sobre bases teatrais extraliterárias e tipos
representados por máscara, alcançaria ampla recepção.
Os tipos mais populares eram os zanni, criados bufos, esfomeados e trapaceiros. Dentre eles, o Arlequim viria a
ser a principal figura, incorporando em sua forma aspectos grotescos do diabo medieval.
Arlequim, Duplas cômicas, teatro popular,
máscaras, commedia dell’arte
FREITAS, Nanci de. A commedia dell’arte: máscaras,
duplicidade e o riso diabólico do arlequim. Textos escolhidos de cultura e arte populares, Rio de Janeiro,
v.5, n.1, p. 65-74, 2008.
FREITAS, Nanci de. A commedia dell’arte.
65
2. A partir do Renascimento, o teatro europeu encontraria um terreno fértil para
seu desenvolvimento e popularização, em particular na Itália. A aproximação das elites
intelectuais ao universo da cultura clássica greco-romana, estimulada pelo reaparecimento dos textos dramatúrgicos e filosóficos; dos manuscritos sobre arquitetura, música e
pintura (documentos confinados, ao longo da Idade Média, a restritos setores da igreja),
propiciaria a expansão do campo do espetáculo, com o aprimoramento dos recursos arquitetônicos e cênicos, que permitiriam a criação do palco italiano e de novas formas de
representação como a ópera.
No entanto, o retorno dos textos dramatúrgicos aos cânones clássicos, com suas
exigências de linearidade e de causalidade, e de respeito às regras das unidades de ação,
tempo e lugar, estabelecidas como modelos para a tragédia (que os franceses atribuíram,
supostamente, a Aristóteles, numa leitura da Arte Poética), acabaria por ditar os parâmetros de um teatro erudito e palaciano. Este teatro atingiria uma parcela de público restrita aos círculos aristocráticos e burgueses, mas iria determinar a oficialidade e a nobreza
da dramaturgia clássica.
Por outro lado, a commedia dell’arte italiana, construída sobre bases teatrais nãocanônicas e extraliterárias, alcançaria enorme repercussão popular, estabelecendo um
paralelismo importante em relação ao teatro oficial, transformando as práticas teatrais
europeias. As trupes itinerantes subsistiriam do século XVI ao século XVIII, espalhandose por toda a Europa, buscando, em maior ou menor grau, uma modalidade de expressão artística que iria exigir domínio técnico dos comediantes na execução de cantos, danças e acrobacias, o que iria determinar o caráter de ofício de sua atividade. Aspectos que
levariam diversos historiadores a considerar as companhias de commedia dell’arte como
sendo responsáveis pelas primeiras práticas profissionais em teatro, além de serem vistas
como o primeiro grande laboratório do ator.
As companhias dell’arte, de caráter itinerante, eram formadas por integrantes
oriundos das camadas mais pobres da sociedade, que encontravam nas atividades das
trupes uma possibilidade de sobrevivência, aí incluindo mulheres e nobres decadentes.
Estes últimos passavam a se responsabilizar pela escrita dos roteiros e repertórios, já que
se destacavam por sua origem cultural letrada.
Utilizando um acervo de materiais em que constavam trechos paródicos de comédias clássicas, sátiras, farsas, poemas, citações musicais, piadas e danças obscenas,
números circenses, cenas de amor e pantomimas os espetáculos organizavam-se a partir
dos canovaccios ou scenarios, constituindo-se de roteiros de ações e enredos, por meio
dos quais os atores improvisavam. Com a repetição dessas estruturas de ações, os comediantes remontavam e associavam os elementos de seus próprios acervos artísticos, de
acordo com o lugar e a ocasião, numa performance viva, que conferia espontaneidade e
atualidade a cada apresentação.
Os comediantes trabalhavam durante anos no aprimoramento de sua técnica corporal e vocal, dedicando, geralmente, toda a vida à representação de um único personagem-tipo. Estes personagens eram caracterizados por máscaras, sem expressividade pró-
66
Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares, v. 5, n. 1, 2008
3. pria, que deixavam a boca e a parte inferior do rosto descobertas, cabendo aos atores a
tarefa de conferir-lhes vida por meio de suas performances. Sem as suas virtudes técnicas e sensibilidade artística, vislumbramos apenas um esquema estéril e repetitivo, pois
a força da representação delle maschere reside no fato do ator verter criatividade e vigor
na especialização de um tipo. Presume-se que, com o passar do tempo, houvesse uma
forte apropriação do personagem pelo ator, que poderia ser alçado à categoria de grande
intérprete. Além de preservar a tradição dos tipos, a máscara instaurava uma comunicação direta com os espectadores, pois apresentava traços de comportamento mais ou menos fixos, já decodificados e reconhecíveis como tal pelo público.
As máscaras ganhavam contorno e denominações diferentes de acordo com a região em que eram representadas. De modo geral, a tipologia da commedia dell’arte se
caracterizava em figuras que atuavam com frequência na forma de dupla, como os zanni, categoria de criados miseráveis e cômicos, incluindo Arlequim, Brighela e Colombina,
dentre outros. Arlequim compunha uma famosa dupla com Brighela, mas também com a
Colombina. Uma dupla de velhos era representada por Pantaleão (o patrão) e pelo Doutor (o sábio). Havia ainda os casais de enamorados, que não usavam máscaras, e o Capitão, um soldado espanhol que sempre tentava conquistar uma dama, sem conseguir seu
intento.
As duplas de personagens cômicos fazem parte de uma longa tradição, presente
nas performances dos mimos1, antes mesmo do apogeu do teatro grego clássico. A comicidade produzida pelas intrigas das duplas, gerando situações ambíguas e confusões de
identidade, foi se multiplicando ao longo da trajetória do gênero cômico e tornando-se
um artifício teatral com largo uso na criação de peripécias.
No mundo ocidental, uma das formas mais antigas da atuação cômica de duplas
e da tradição das máscaras como portadoras de tipos fixos surgiu no teatro popular romano, em particular em um gênero chamado farsa atellana, surgido na cidade de Atella.
A farsa se constituía em uma peça curta que, “embora escrita, deixava larga margem à
atualidade política, lembrando a estrutura técnica do moderno sketch do teatro de revista: história linear rápida, de fácil compreensão e servindo como pretexto para sátira da
atualidade”, como explica Jacobi (1956).
Os principais tipos da atellana teriam sido: Pappus, um velho libidinoso, bonachão e ridículo, constantemente enamorado de mocinhas e vítima da pilhéria; Dossenus, um corcunda astucioso, com pretensões de filósofo e linguajar empolado, contrastando com a fala dos camponeses; Baccus e Maccus, uma dupla de glutões, sendo Baccus um camponês grosseiro, idiota, guloso, bêbado e infeliz nas aventuras amorosas, enquanto Maccus era um tipo fanfarrão, esperto e avarento, sempre se vangloriando de
suas torpezas.
Plauto, o mais popular dos comediógrafos romanos, autor de peças do gênero
“comédia nova”, tornou-se célebre por conseguir dar forma literária a estas manifestações antigas de teatro popular, dando-lhes feições de personagens. Acrescentando-lhes
recursos de intrigas, surpresas, peripécias e quiproquós hilariantes, Plauto chegaria a suFREITAS, Nanci de. A commedia dell’arte.
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4. plantar o próprio comediógrafo grego, Aristófanes, na opinião de Ruggero Jacobi (1956,
p. 23). Enquanto na comédia grega a ênfase temática estaria na sátira social e política,
na comédia nova ganharia destaque a crítica de costumes, com a representação de tipos
que apontavam para certa caracterização individual, sem perder o foco em categorias sociais, caso de figuras como: o pai resmungão, o camponês, a cortesã, o debochado, o interesseiro, o avarento, o alcoviteiro, o parasita, aduladores, escravos e cozinheiros, típicos do mundo romano.
As peças Os dois menecmos e O anfitrião, de Plauto, são exemplares no modo
como o recurso da duplicidade era utilizado. Em Os dois menecmos, dois gêmeos, separados após o nascimento, encontram-se, homens feitos, em uma mesma cidade. Dotados de temperamentos diversos – um malandro e outro mais ingênuo –, envolvem-se em
confusões, nas quais as ações de um deles passam a ser atribuídas ao outro. Em O anfitrião, o deus Júpiter, querendo conquistar Alcmêna, mulher de Anfitrião, que está na
guerra, assume a aparência de seu marido, para tomar o seu lugar ao leito. A duplicação se repete no âmbito dos servos, com Mercúrio, criado de Júpiter, tomando a forma
de Sósia, criado de Anfitrião. Os quiproquós ocorrem em diversos modos: tanto pelo contraste entre os dois níveis sociais representados (patrões e criados) quanto pela oposição entre deuses e homens, intensificados pelas peripécias provocadas pela diferença de
identidades dos duplos. Nesse sentido, afirma Ivo C. Bender:
A inovação de Plauto, determinante para a trajetória da narrativa sob a forma de comédia, será a duplicação dos duplos: a metamorfose, que tradicionalmente havia sido um privilégio de Júpiter, é aqui estendida a Mercúrio. Em outras palavras, Plauto enriquece a trama fazendo com que dois deuses participem do enredo e ambos com a aparência roubada aos mortais. A duplicação,
em dois níveis – amo e servo – fará com que o dramaturgo consiga criar situações cômicas, que se originarão da constante pancadaria de que Sósia é vítima
e dos equívocos propiciados pelos desdobramentos duplicados. Ao desviar-se
da lacônica narrativa tradicional, Plauto, por exigência do gênero, acirra-lhe a
comicidade. (BENDER, 1996, p. l7)
Molière também utilizou duplos de criados como artifício para o afloramento da
comicidade. Além de uma releitura de O anfitrião, de Plauto, explorou este recurso em
comédias como As malandragens de Scapino e O avarento. Aliás, também Shakespeare tomaria Plauto como uma referência fundamental para a criação de suas comédias.
Haja vista, sua peça, A comédia dos erros, que fez uma releitura de Os dois menecmos, de
Plauto. Outro exemplo clássico do recurso de duplicidade encontra-se na genial peça do
italiano Carlo Goldoni, Arlequim, servidor de dois amos, na qual a duplicação recai sobre
um só personagem, Arlequim, que se reveza como criado de dois patrões. A culminância
fica com a cena do almoço, no 2° ato, em que ele é obrigado a se desdobrar e a correr de
uma mesa à outra, para servir aos dois amos. A comicidade torna-se hilariante, pela velocidade com que o personagem consegue alternar suas ações, criando uma ilusão de duplicidade e de simultaneidade.
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Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares, v. 5, n. 1, 2008
5. Estes exemplos apontados acima deixam claro o modo como a história do teatro
ocidental se instituiu a partir do paralelismo e também interseção entre o teatro literário,
de âmbito institucionalizado, e o teatro popular. Em relação à presença do ator na commedia dell’arte é importante perceber suas origens nas tradições cômico-populares.
A atividade do ator e suas táticas de sobrevivência por meio do trabalho das duplas atravessariam todo o período da Idade Média, contrariando as predisposições das
leis dos doutores da Igreja, que excomungavam os atores e o seu ofício, considerado obra
do diabo, proibindo os cristãos de assistirem às representações. No entanto, “o ator, com
sua inesgotável arte de fabular, escondendo-se pelas praças, cortes, castelos e, inclusive,
pelas igrejas, iria preservar sub-repticiamente a semente imorredoura do teatro”. Conseguindo, assim, subsistir com suas metamorfoses, “parecendo reprisar as mesmas origens,
como remanescente dos festivais pagãos ligados com o renascimento das atividades da
terra ou com as colheitas, especialmente as vindimas, como se quisesse confirmar o patronato do deus pagão Dioniso sobre o teatro”, segundo Carvalho (1989, p. 27).
Desse modo, os atores nômades, na pele de mimos, acrobatas, bufões, trovadores, saltimbancos, jograis, menestréis, cantores, dançarinos e prestidigitadores, representariam uma multiplicidade de manifestações teatrais. Estas formas artísticas, configuradas no corpo do ator, como um fluxo de prazer e necessidade, conseguiriam, profanamente, burlar os mecanismos de dominação da ideologia cristã, afirmando a vida, através dos sentidos e do riso satírico, contaminando os próprios liames do teatro religioso e
seus rituais.
São inúmeras as fontes da criatividade popular que participaram do processo de
fixação dos personagens da commedia dell’arte. Os costumes de carnaval, os tipos explorados na comédia clássica, a ressonância das atelanas e de outras formas regionais de espetáculos, os mímicos das feiras e os bufões das cortes, os jograis e malabaristas, todos
esses elementos dispersos abririam caminho para a criação de um gênero, a commedia
dell’arte, com sua gama de personagens-resumo das atitudes psicológicas e sociais, daquele mundo novo que se abrira com os ventos pós-renascentistas.
Na galeria de personagens-tipo da commedia dell’arte, as máscaras de Pantaleão
e do Doutor configuravam homens velhos e representantes dos setores mais influentes
da recente sociedade burguesa, detentores do poder econômico, do saber estabelecido e
dos códigos morais vigentes. Para Jacobi (1956), Pantaleão seria o velho mercador, oriundo de Veneza, a cidade mais desenvolvida em termos comerciais, no período do Renascimento. Carregando uma bolsa de moedas amarrada à cintura, representaria assim uma
nova camada social, sinalizando os conflitos que iriam eclodir, de modo claro, às vésperas
da Revolução Francesa. Nos enredos, geralmente, Pantaleão discorda das escolhas amorosas das filhas, assumindo ele próprio a tarefa de designar-lhes o pretendente em condições de oferecer o maior dote e as maiores possibilidades de ampliação da fortuna familiar. O velho quase sempre aparece de forma ridicularizada por pretender conquistar uma
esposa bela e jovem. Apesar de avarento e autoritário em relação aos seus criados, é um
pai amoroso e dedicado, demonstrando um enorme ciúme em relação às filhas. Ainda
FREITAS, Nanci de. A commedia dell’arte.
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6. segundo Jacobi, o patrão exigente seria descendente do antigo Pappus das farsas atelanas, típicas do teatro popular romano.
Pantaleão é um tipo que influenciaria não apenas Molière, na pele de seu memorável Harpagon, de O avarento, como inúmeros outros autores, tais como Gil Vicente (O
Velho da horta) e Federico Garcia Lorca (Dom Perlimplim com Belisa em seu jardim). Na
dramaturgia brasileira, aparece como o Ederaldo, de A farsa da boa preguiça, de Ariano
Suassuna, e como o próprio Pantaleão, de O mambembe, de Arthur Azevedo.
A configuração do Doutor estaria ligada a alguns tipos emergentes na sociedade
burguesa, tais como o advogado e o médico, detentores do monopólio intelectual. Caricaturado como falso portador do saber no campo das letras, das ciências e das leis, carrega um pesado livro debaixo do braço e se esmera nas citações em latim. Torna-se o aliado natural de Pantaleão. O Doutor seria, na leitura de Jacobi, descendente do sabichão
Dossenus, da farsa atellana, tipo que viria a ser explorado mais de uma vez por Molière,
numa crítica ao charlatanismo da medicina de sua época, em peças como O médico à força e O doente imaginário.
O Capitão era representado como um soldado fanfarrão, preguiçoso, mentiroso,
contador de vantagens e incapaz de resolver os obstáculos quando estes surgiam. Descendente do Miles Gloriosus ou O soldado fanfarrão, de Plauto, o Capitão da commedia
dell’arte viria a ser uma sátira ao poder militar grandiloquente e à ocupação da Itália pelos espanhóis, caracterizando-se por sotaque espanhol. Era um tipo desacreditado e ridicularizado pelo público, assumindo a pose de conquistador de mulheres e constantemente rejeitado por elas, tornando-se uma figura bufa, ocupando um lugar de destaque na
produção da comicidade. Era conhecido como Capitão Fracassa, Matamoro ou Spavento.
No Brasil, o tipo aparece como o Cabo Setenta, em obras de Ariano Suassuna (A pena e a
lei); em peças de Hermilo Borba Filho, na revista Forrobodó, de Luiz Peixoto e Carlos Bittencourt, e na peça de Luís Marinho, Viva o cordão encarnado.
Os enamorados não eram tipos cômicos e, portanto, não se caracterizavam pelo
uso de máscaras. Os amorosos e as amorosas das tramas, que normalmente se opunham
à vontade dos pais na escolha de seus parceiros, eram responsáveis pelo toque poético
das comédias, abusando em seus discursos de figuras de linguagem, tais como metáforas, antíteses, metonímias. Para seus intérpretes, o conhecimento de retórica era fundamental e, em função disso, geralmente, eram representados pelos atores mais cultos, poetas e nobres decadentes que se juntavam às companhias. As amorosas recebiam nomes
como Isabela, Flavínia, Lavínia, Rosalba, e os amorosos eram mais comumente conhecidos por Leandro.
Podemos ver nos casais de enamorados a gênese de uma tipologia que iria marcar para sempre o teatro ocidental, transformando-se, com o tempo, no galã e na ingênua das comédias de costumes. Esses tipos influenciaram Molière e Beaumarchais, na
França; atingiram Carlo Goldoni, na Itália; ganhando força nos melodramas, que inundariam o teatro do século XIX e alcançando inúmeros autores modernos de comédias, ainda hoje. O filão seria amplamente explorado pelo cinema, com seus mocinhos e moci-
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Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares, v. 5, n. 1, 2008
7. nhas envolvidos em romances e aventuras. E, no Brasil, não há como se escrever um folhetim eletrônico sem a presença dos casais enamorados.
Dentre todos os tipos representados na commedia dell’arte, sem dúvida, os mais
populares eram os zanni, terminologia que indica uma abreviação de Giovanni, um nome
bastante popular na Itália, funcionando como uma referência a determinado setor da
vida social, aquele que abriga os criados, os esfomeados, os desvalidos. Assim como, entre nós, o José se torna Zé e pode ser visto como o Zé ninguém.
Os tipos que se aproximavam do zanni se caracterizavam como criados bufos,
glutões esfomeados e trapaceiros, originários de regiões pobres da Itália, como Bérgamo, aos quais restava apenas a criatividade, a comicidade e certa malandragem, como
forma de sobrevivência social. Dessas características, provavelmente um reflexo da condição social também do público, decorreria a enorme identificação popular que alcançavam. Seus vários nomes, de acordo com as diferentes regiões em que eram representados, relacionavam-se a objetos de uso cotidiano e, às vezes, faziam referência a determinados alimentos, enfatizando os aspectos de glutões. Arlechino, Truffaldino, Pasqualino,
Tortelino, Nacherino, Gradellino, Mezzetino, Nepolino, Fagotino, Pregolino, Temellino, Tabachino, Polpettino, Bagolino, Fritellino, Trivallino, Coviello, Pecholino, Pulcinella, Polichinelle, Brighela, Pedrollino, Mascarille, Bertollino, são alguns dos nomes mais recorrentes.
Na França, apareceram como Scapin e Sganarelle, entre outros, frequentes nas comédias
de Molière. E também o Pierrô, como ficou mais conhecido, a partir das versões francesas da commedia dell’arte.
Os mais famosos representantes zanni eram o Arlequim e Brighella, uma dupla
com características opostas e complementares, como explica Angela Materno:
O primeiro, Brighela, era o mais esperto, o mais astuto, aquele que inventava as trapaças e conduzia as artimanhas. Seus principais trunfos eram a agilidade do corpo e das idéias. O segundo, Arlequim, o personagem mais popular
e conhecido da Commedia dell’arte, era ingênuo, tolo e atrapalhado. Ao contrário de Brighela, que premeditava e manobrava as situações, Arlequim embaralhava tudo sem querer e, no final, levava a surra e a culpa pelas maquinações de Brighela. Isto não significa que Arlequim também não pudesse aparecer, algumas vezes, com certa dose de malícia e engenhosidade. Afinal de contas, este e outros personagens sofreram transformações ao longo do tempo.
(MATERNO, 1994, p. 63)
A Colombina também era uma criada, considerada um Arlequim de saias, por
seus modos graciosos, sua agilidade corporal e sua esperteza na parceria das tramas. Namorava o Arlequim e fazia dupla com ele nas intrigas para proteger os enamorados, que
eram, quase sempre, filhos de seus patrões. A Colombina não se caracterizava por máscara e era conhecida também como fantesca ou servetta, ou ainda pelos nomes de Pasquela, Ricciolina, Argentina, Coralina, Franceschina, Esmeraldina, Diamantina. Na França,
era a soubrette, nome que chegou ao Brasil e se manteve no teatro de revista como uma
determinada categoria de atriz, que representava a criada em alguns quadros de comédia ou cantava em pequenos números musicais.
FREITAS, Nanci de. A commedia dell’arte.
71
8. Nas tramas, estruturadas basicamente em torno de desencontros amorosos e
proibições de matrimônio entre os jovens enamorados, por parte de pais burgueses e
ciumentos, o casal Arlequim/Colombina socorria seus amos, auxiliando-os na conquista do amor verdadeiro e desinteressado, numa valorização da liberdade de escolha. Nos
entreatos das intrigas, ressaltavam-se os gestos cômicos e obscenos do casal de servos,
que aproveitava a oportunidade para sua própria aproximação amorosa, protagonizando
acontecimentos teatrais afirmadores da pulsão de vida.
Arlequim, no entanto, viria a ser a principal figura da commedia dell’arte, sofrendo influências importantes dos costumes de sua época, mas, ao mesmo tempo, incorporando em sua forma trapaças e artimanhas, aspectos animalescos e grotescos do diabo medieval. Os estudos de Paolo Toschi (1976) sobre as máscaras demoníacas do carnaval italiano mostram que as “mascaradas” – festas populares nas quais o diabo aparecia como chefe – extrapolam o folclore italiano, tendo sido constatadas sua presença
desde o século IX, em território francês. As várias representações do diabo foram encontradas em festas que nos remetem a uma fonte comum, as celebrações dos ritos de calendários: mudanças de estações e inícios de novos ciclos, como a festa do ano novo e a
do primeiro de maio, na França, data que marca o começo da primavera; ou ainda, o dia
dos mortos, comemorado em dois de novembro na Itália. O diabo, portando máscara negra, se fazia anunciar ao som de sinos e guizos, cavalgando animais que sopravam fogo e
fumo pelas narinas. A aparição dessas divindades infernais e subterrâneas iria garantir,
segundo as crenças populares, a proteção da terra e a manutenção dos ciclos da vida. Explica Toschi, a propósito das possíveis relações etimológicas entre Arlequim e a figura do
diabo:
Um primeiro sinal da natureza demoníaca de Arlequim é dado pelo seu próprio nome. Embora sua etimologia seja muito discutida e não totalmente segura, podemos, no entanto, reconhecer em hellequin a raiz hell- inferno, espelhada ainda perfeitamente no alemão moderno hölle. Hellequin deu, por disseminação, em herlequin e, por outro lado, desde o século XIII, em Paris e seus
arredores, verificou-se o fenômeno pelo qual o “e” diante do “r” passava normalmente para “a”: daí a forma harlequin. Quanto à segunda parte da palavra, deve ser conduzida ao gótico kuni, latino genus. Foi feita também a aproximação com o erlkönig da mitologia germânica. Arlequim significa, então, o infernal ou o rei do inferno. Por outra estrada, um eminente estudioso, T. Siebs,
partindo de uma raiz henne, que explicaria as formas pelas quais o Arlequim é
indicado como hennequin, chega a estabelecer o significado originário de alma
de morto [...]. A máscara de Arlequim sempre foi negra e com expressão diabólica, com aquilo que os franceses chamam hure, “cara azeda, descabelada e
deformada”, própria de uma fisionomia demoníaca e animalesca, ao mesmo
tempo. (TOSCHI, 1976, s.p.)2
As informações parecem deixar claro o parentesco do Arlequim da commedia
dell’arte com os aspectos grotescos do diabo medieval. Entretanto, a figura que ganharia
popularidade no teatro dos cômicos italianos é a de um diabo desacreditado e cômico,
resultado da fusão com o tipo teatral zanni. O tipo secularizou-se, perdendo seu senti-
72
Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares, v. 5, n. 1, 2008
9. do sagrado/profano de origem, tornando-se uma figura laicizada e esquemática, que iria
sobreviver nas máscaras de carnaval, mantendo, contudo, certos elementos diabólicos e
cômicos. Nesse sentido, afirma Toschi:
o Arlequim apresenta os lazzi mais obscenos. Gira os olhos, surpreende os homens com os abraços, salta sobre suas costas, se equilibra no ar, executa os jogos mais acrobáticos, dança, faz discursos bobos [...] range os dentes, arranha,
assobia e “faz do cu trombeta” [...] o seu corpo é mais apto a se mover no ar
que na terra; e o passo de dança o segue em qualquer contingência da vida.
(TOSCHI, 1976, s.p.)
Arlequim é um tipo simbólico do teatro ocidental, tanto quanto o mítico Dioniso,
da antiguidade grega, aos quais diversos encenadores e atores, ao longo do século XX (e
ainda hoje), iriam buscar como arquétipos do teatro. Nesse sentido, o Arlequim tornou-se
uma figura referencial como fonte de ensinamentos e de práticas seculares de atuação. É o
caso do encenador russo, Meyerhold, que estudou os tipos da commedia dell’arte no processo de sistematização de um treinamento físico conhecido como “biomecânica”.
Referindo-se ao caráter popular das encenações de Meyerhold, o crítico russo, S.
Mokoulski, afirmaria, nos anos 1930:
Ao falar de teatro popular, não penso nem na utopia “comunitária” ou “panhumana”, forjada pela intelligentsia, nem na teoria de um “teatro para analfabetos”, encarregada de defendê-los dos princípios da ideologia burguesa. Penso no teatro das massas inferiores que, em todos os tempos, opuseram sua
arte espontânea à arte das classes dominantes. Livres das cadeias da civilização oficial, estas massas deram satisfação a seu instinto teatral ao criar formas
e princípios que, entre os povos mais diversos, apresentam às vezes coincidências espantosas que não podem ser explicadas sempre pela teoria da imitação.
Constata-se certo estilo popular universal, englobando o mímico grego, a comédia de máscaras romanas, os jograis-histrião medievais ou os skomokhi russos, os comediantes dell’arte italianos, os atores espanhóis ou ingleses, e, finalmente, os atores do Japão e da China. (MOKOULSKI, 1969, p. 149-150).
Não se trata, com esta citação, de defender uma hipótese idealista da permanência dessas figuras arquetípicas através dos tempos. Talvez seja muito forte falar em “estilo popular universal”, como diz o autor, mas é possível reconhecer em diversas manifestações da cultura e da cena contemporânea traços cômicos que se inspiram e referendam as figuras da commedia dell’arte, engendradas numa difícil justaposição entre virtuosismo e espontaneidade; ingenuidade e sofisticação; tradição e contemporaneidade;
aspectos que conseguem instaurar um elo de encanto e vitalidade na comunicação com
as plateias das mais diversas camadas sociais. Nesses casos, a centralidade da cena se faz
com a presença soberana do ator, como podemos constatar nas performances do italiano
Dario Fo e em atores brasileiros como Antônio Nóbrega, Júlio Adrião e Roberto Birindelli,
apenas para citar alguns artistas que vêm se destacando nesta vertente do cenário atual.
São atores que apresentam em suas memoráveis performances ecos arlequinescos repletos de humor e de poesia.
FREITAS, Nanci de. A commedia dell’arte.
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10. NOTAS
1 Os mimos representavam, através de pantomimas, ações gestuais e expressões fisionômicas. Eles não usavam máscaras, expressando-se através de todo o corpo, com uma
enorme capacidade de transformação. Utilizavam gestuais obscenos e imitavam animais, relembrando antigas danças sagradas em honra aos deuses da fecundidade. Gradativamente, foram incluindo trechos falados e piadas em suas performances, de modo
a tornar mais claras as pantomimas e ganhar maior comunicação com a plateia.
2 No presente artigo, utilizamo-nos da tradução realizada pela Prof. Dra. Beti Rabetti, pata
o texto de Toschi.
BIBLIOGRAFIA
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CARVALHO, Enio. História e formação do ator. São Paulo: Ática, 1989.
JACOBI, Ruggero. A expressão dramática. Rio de Janeiro: INL, 1956
MATERNO, Angela. A commedia dell’arte. In: NUÑES, Carlinda Fragale Pate et alli. O teatro através da história. 2 v. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil/Entourage
Produções Artísticas, 1994.
TOSCHI, Paolo. La origini del teatro italiano; origini rituali della rappresentazione popolare
in Itália. Torino: Boringhieri, 1976.
MOKOULSKI, S. A revisão das tradições. In: CONRADO, Aldomar (org.). O teatro de
Meyerhold. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.
Nanci de Freitas é Doutora em Poéticas do Teatro pela Universidade Federal do Estado
do Rio de Janeiro - UNIRIO e Professora Adjunta do Instituto de Artes da Universidade
Estadual do Rio de Janeiro.
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Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares, v. 5, n. 1, 2008