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MAIS PT, MAIS CONQUISTAS
Passados 35 anos de sua fundação, o PT tem hoje o seu maior desafio: Defender a sua história, o seu
legado e reacender a chama que motivou milhares de militantes a ousar romper com os quinhentos anos de
submissão e construir um novo tempo para o Brasil.
Não foi fácil chegar aqui: a trajetória começou muito antes da fundação do PT. Começou na
clandestinidade do enfrentamento à ditadura militar e pela redemocratização do País, passando pela
organização dos trabalhadores nos locais de trabalho, no campo, nos embates das greves; na luta pela posse
da terra e por ampliação dos direitos civis. Não ficou de fora a organização dos trabalhadores no setor público
e nos movimentos sociais.
Muitos participantes desse ideário ficaram pelo caminho, assassinados por defenderem ideais
libertários. Foram-se, mas são exemplos de dedicação à luta por um Brasil digno e com oportunidades para
todos. Foi o caso de Margarida Maria Alves, do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural e do
Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande - PB.
Chico Mendes, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia – AC; padre Jósimo, coordenador
da Comissão pastoral da Terra do Bico do Papagaio; a missionária Dorothy Stang, assassinada por defender
assentados. Importante destacar ainda Maria do Espírito Santo e José Cláudio Ribeiro da Silva, casal de
extrativistas assassinados em 2011, no município de Nova Ipixuna – PA.
Construir um partido que catalisasse essas lutas e rompesse a ordem instituída não foi fácil. Tivemos
que enfrentar latifundiários, usineiros, barões das indústrias, os setores abastados da sociedade, militares
reacionários, e a grande mídia que sempre se colocou a serviço desses interesses. Para construir a sua
história, o PT teve de se defender dos ataques desses setores, que sempre buscaram desconstruir a imagem
do partido. E o fez com muita competência, baseando-se numa estratégia para a libertação da classe
trabalhadora e assumindo a ofensiva do protagonismo das lutas sociais no país.
Ao longo da história do PT, além de prisões e assassinatos de seus militantes, o partido foi atacado
sistematicamente no seu ideário. Tentaram colar no PT os sequestradores do empresário Abílio Diniz, à
destruição de propriedades privadas. Nada disso impediu o companheiro Lula de chegar à Presidência da
República e fazer o melhor governo que esse país já teve.
O mensalão, em 2005, foi mais uma trama para tentar tirar do PT a bandeira da ética. Naquele
momento o companheiro Lula foi às ruas e liderou a militância petista numa contraofensiva que resultou na
reafirmação do modo petista de governar e na reeleição do nosso projeto. O segundo mandato de Lula foi
melhor que o primeiro e com isso elegeu a companheira Dilma.
Os setores reacionários, aliados a interesses externos que sempre tiveram no Brasil um quinhão a ser
expropriado, nunca se conformaram com a política de distribuição de renda que resgatou milhões de
trabalhadores da miséria, fortaleceu o mercado interno, e elevou o Brasil à condição de expoente no tabuleiro
da geopolítica mundial.
Para interromper essa marcha são capazes de tudo, inclusive de destruir um dos maiores patrimônios
dos brasileiros: a Petrobrás.
A corrupção na empresa sempre existiu, mas nunca foi combatida. Ao instrumentalizar a Polícia
Federal e dar liberdade para apurar, o governo do PT possibilitou a descoberta desses malfeitos. Mas, a
verdade é que não estamos conseguindo capitalizar o combate à corrupção e ainda estamos saindo como
quem a pratica. Não conseguimos sequer garantir policiais isentos e imparciais na condução do inquérito.
Com isso, a apuração está sendo conduzida com um único objetivo: destruir o PT e depor a presidenta Dilma.
É hora de reagirmos! Mas para isso, a companheira Dilma tem que contribuir construindo políticas
que façam avançar as conquistas dos trabalhadores e dos setores médios da sociedade.
A conjuntura exige do PT a explicitação clara de suas posições:
- Nenhuma complacência com a corrupção, e apoio a todas as ações que visem combatê-la;
- Combate às fraudes no Seguro-desemprego, sem abrir mão de garantir os direitos dos
trabalhadores;
- Apoio à pauta do movimento sindical, e conclamação à militância para engrossar as jornadas de luta
dos trabalhadores;
- Ir às ruas para defender a Petrobrás, o pré-sal e o regime de partilha dos royalties;
- Luta incansável por uma reforma política que retire das empresas a condição de financiadoras das
campanhas.
Brasília: os filhos teus não fogem da luta.
A derrota eleitoral do PT no último pleito é fruto de uma conjuntura nacional adversa, contaminada
pela morte de Eduardo Campos; de uma aliança ampla demais: dezesseis partidos sem qualquer unidade
ideológica, que se mostraram descompromissados com o projeto político e com a reeleição de Agnelo; e de
erros do próprio governo.
A campanha que os grandes veículos de comunicação vêm fazendo diuturnamente para colar no PT
a pecha de agremiação corrupta, prejudicou o desempenho do partido nos estados do centro-sul. Os setores
médios da sociedade, insatisfeitos com as políticas desenvolvidas pelo Governo Federal e com a falta de
diálogo com a presidenta, foram influenciados por essa campanha e praticaram o voto de protesto contra o
PT. Esse sentimento contaminou o Distrito Federal e afastou eleitores que sempre votaram no PT.
Rollemberg, beneficiado pela comoção criada em torno da morte de Eduardo Campos, soube
conduzir a campanha para arregimentar em torno de si esses insatisfeitos, tirando eleitores da base do PT e
da direita. Para isso declarou voto a Aécio Neves e abjurou o PT.
O nosso governo contribuiu também ao patrocinar uma aliança, que de tão ampla se demonstrou
fluída, sem substância. Os partidos e seus cargos de confianças abandonaram Agnelo e se dividiram entre as
candidaturas adversárias. A maioria dos cargos comissionados sequer colou adesivos do nosso candidato nos
seus carros. E quando cobrados exigiam a militância do PT nas ruas.
A campanha se mostrou igual ao governo: a tropa dispersa, sem unidade de ação, cada um por si. Por
isso o resultado: a aliança fez 15 dos 24 deputados distritais, e nosso candidato a governador ficou fora do
segundo turno.
Agnelo conduziu as políticas que resultaram em fornecedores sem pagamentos na campanha e
posteriormente em atraso de salário de servidores. O não pagamento de salários, além de ofuscar todos os
avanços do governo, causou um arranhão sem precedentes à imagem do PT no DF.
O PT vai ter agora um longo caminho a trilhar para se recuperar. O partido, mais do que nunca, precisa
definir quem são os seus aliados e elaborar políticas que instrumentalize a nossa militância para defender o
legado do partido e corrija os desvios.
Nossas tarefas:
- Construir a unidade interna. Nossos adversários são aqueles que propugnam a derrota das políticas
de inclusão e a destruição do patrimônio nacional;
- Deixar claro que o PT não compactuou com atraso de salários;
- Promover a participação da militância no debate interno e na condução do partido;
- Reafirmar a posição de fazer oposição ao atual governo do DF;
- Defender o cumprimento de todos os acordos firmados pelo GDF com os trabalhadores;
Conclusão
Mais do que em qualquer outro momento da história, o PT precisa da sua militância, e o Brasil precisa
do PT. A ofensiva da direita contra a ascensão da classe trabalhadora só será detida se o PT reassumir o
protagonismo das lutas sociais no país. Em Brasília, a nossa aliança de 2010 pariu aquele que está se
conduzindo para ser o nosso principal adversário. Ele se esquece da militância do PT. Acostumada a ressurgir
das cinzas, ela tem os pés fincados em Brasília. Jamais fugirá à luta!
Movimento Alternativa Socialista

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PT precisa militância para defender legado

  • 1. MAIS PT, MAIS CONQUISTAS Passados 35 anos de sua fundação, o PT tem hoje o seu maior desafio: Defender a sua história, o seu legado e reacender a chama que motivou milhares de militantes a ousar romper com os quinhentos anos de submissão e construir um novo tempo para o Brasil. Não foi fácil chegar aqui: a trajetória começou muito antes da fundação do PT. Começou na clandestinidade do enfrentamento à ditadura militar e pela redemocratização do País, passando pela organização dos trabalhadores nos locais de trabalho, no campo, nos embates das greves; na luta pela posse da terra e por ampliação dos direitos civis. Não ficou de fora a organização dos trabalhadores no setor público e nos movimentos sociais. Muitos participantes desse ideário ficaram pelo caminho, assassinados por defenderem ideais libertários. Foram-se, mas são exemplos de dedicação à luta por um Brasil digno e com oportunidades para todos. Foi o caso de Margarida Maria Alves, do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural e do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande - PB. Chico Mendes, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia – AC; padre Jósimo, coordenador da Comissão pastoral da Terra do Bico do Papagaio; a missionária Dorothy Stang, assassinada por defender assentados. Importante destacar ainda Maria do Espírito Santo e José Cláudio Ribeiro da Silva, casal de extrativistas assassinados em 2011, no município de Nova Ipixuna – PA. Construir um partido que catalisasse essas lutas e rompesse a ordem instituída não foi fácil. Tivemos que enfrentar latifundiários, usineiros, barões das indústrias, os setores abastados da sociedade, militares reacionários, e a grande mídia que sempre se colocou a serviço desses interesses. Para construir a sua história, o PT teve de se defender dos ataques desses setores, que sempre buscaram desconstruir a imagem do partido. E o fez com muita competência, baseando-se numa estratégia para a libertação da classe trabalhadora e assumindo a ofensiva do protagonismo das lutas sociais no país. Ao longo da história do PT, além de prisões e assassinatos de seus militantes, o partido foi atacado sistematicamente no seu ideário. Tentaram colar no PT os sequestradores do empresário Abílio Diniz, à destruição de propriedades privadas. Nada disso impediu o companheiro Lula de chegar à Presidência da República e fazer o melhor governo que esse país já teve. O mensalão, em 2005, foi mais uma trama para tentar tirar do PT a bandeira da ética. Naquele momento o companheiro Lula foi às ruas e liderou a militância petista numa contraofensiva que resultou na reafirmação do modo petista de governar e na reeleição do nosso projeto. O segundo mandato de Lula foi melhor que o primeiro e com isso elegeu a companheira Dilma. Os setores reacionários, aliados a interesses externos que sempre tiveram no Brasil um quinhão a ser expropriado, nunca se conformaram com a política de distribuição de renda que resgatou milhões de trabalhadores da miséria, fortaleceu o mercado interno, e elevou o Brasil à condição de expoente no tabuleiro da geopolítica mundial. Para interromper essa marcha são capazes de tudo, inclusive de destruir um dos maiores patrimônios dos brasileiros: a Petrobrás. A corrupção na empresa sempre existiu, mas nunca foi combatida. Ao instrumentalizar a Polícia Federal e dar liberdade para apurar, o governo do PT possibilitou a descoberta desses malfeitos. Mas, a verdade é que não estamos conseguindo capitalizar o combate à corrupção e ainda estamos saindo como quem a pratica. Não conseguimos sequer garantir policiais isentos e imparciais na condução do inquérito. Com isso, a apuração está sendo conduzida com um único objetivo: destruir o PT e depor a presidenta Dilma. É hora de reagirmos! Mas para isso, a companheira Dilma tem que contribuir construindo políticas que façam avançar as conquistas dos trabalhadores e dos setores médios da sociedade. A conjuntura exige do PT a explicitação clara de suas posições: - Nenhuma complacência com a corrupção, e apoio a todas as ações que visem combatê-la; - Combate às fraudes no Seguro-desemprego, sem abrir mão de garantir os direitos dos trabalhadores; - Apoio à pauta do movimento sindical, e conclamação à militância para engrossar as jornadas de luta dos trabalhadores;
  • 2. - Ir às ruas para defender a Petrobrás, o pré-sal e o regime de partilha dos royalties; - Luta incansável por uma reforma política que retire das empresas a condição de financiadoras das campanhas. Brasília: os filhos teus não fogem da luta. A derrota eleitoral do PT no último pleito é fruto de uma conjuntura nacional adversa, contaminada pela morte de Eduardo Campos; de uma aliança ampla demais: dezesseis partidos sem qualquer unidade ideológica, que se mostraram descompromissados com o projeto político e com a reeleição de Agnelo; e de erros do próprio governo. A campanha que os grandes veículos de comunicação vêm fazendo diuturnamente para colar no PT a pecha de agremiação corrupta, prejudicou o desempenho do partido nos estados do centro-sul. Os setores médios da sociedade, insatisfeitos com as políticas desenvolvidas pelo Governo Federal e com a falta de diálogo com a presidenta, foram influenciados por essa campanha e praticaram o voto de protesto contra o PT. Esse sentimento contaminou o Distrito Federal e afastou eleitores que sempre votaram no PT. Rollemberg, beneficiado pela comoção criada em torno da morte de Eduardo Campos, soube conduzir a campanha para arregimentar em torno de si esses insatisfeitos, tirando eleitores da base do PT e da direita. Para isso declarou voto a Aécio Neves e abjurou o PT. O nosso governo contribuiu também ao patrocinar uma aliança, que de tão ampla se demonstrou fluída, sem substância. Os partidos e seus cargos de confianças abandonaram Agnelo e se dividiram entre as candidaturas adversárias. A maioria dos cargos comissionados sequer colou adesivos do nosso candidato nos seus carros. E quando cobrados exigiam a militância do PT nas ruas. A campanha se mostrou igual ao governo: a tropa dispersa, sem unidade de ação, cada um por si. Por isso o resultado: a aliança fez 15 dos 24 deputados distritais, e nosso candidato a governador ficou fora do segundo turno. Agnelo conduziu as políticas que resultaram em fornecedores sem pagamentos na campanha e posteriormente em atraso de salário de servidores. O não pagamento de salários, além de ofuscar todos os avanços do governo, causou um arranhão sem precedentes à imagem do PT no DF. O PT vai ter agora um longo caminho a trilhar para se recuperar. O partido, mais do que nunca, precisa definir quem são os seus aliados e elaborar políticas que instrumentalize a nossa militância para defender o legado do partido e corrija os desvios. Nossas tarefas: - Construir a unidade interna. Nossos adversários são aqueles que propugnam a derrota das políticas de inclusão e a destruição do patrimônio nacional; - Deixar claro que o PT não compactuou com atraso de salários; - Promover a participação da militância no debate interno e na condução do partido; - Reafirmar a posição de fazer oposição ao atual governo do DF; - Defender o cumprimento de todos os acordos firmados pelo GDF com os trabalhadores; Conclusão Mais do que em qualquer outro momento da história, o PT precisa da sua militância, e o Brasil precisa do PT. A ofensiva da direita contra a ascensão da classe trabalhadora só será detida se o PT reassumir o protagonismo das lutas sociais no país. Em Brasília, a nossa aliança de 2010 pariu aquele que está se conduzindo para ser o nosso principal adversário. Ele se esquece da militância do PT. Acostumada a ressurgir das cinzas, ela tem os pés fincados em Brasília. Jamais fugirá à luta! Movimento Alternativa Socialista