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s retrocessos sem precedentes que o
governoilegítimodeTemertemconseguido
implantar, rasgando a Constituição e
direitos sociais garantidos há quase um século,
vem nos surpreendendo a cada dia. Antes mesmo
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é revelada, e parece que a população brasileira se
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pelos trabalhadores com muita luta, provocando
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país (podemos citar como exemplo a Embrapa,
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,que
já anunciou que tem a pretensão de terceirizar os
cargos de jornalistas), e a reforma política está
prestes a ser votada com regras que permitem
que a casta política, que atende aos interesses do
capital, se perpetue no poder.Todo esse processo
de desmonte da soberania nacional é louvado por
aqueles que rezam pela cartilha do liberalismo à
brasileira, que defendem a entrega das empresas
públicas e o desmantelamento que tem objetivo
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O pior de tudo é a ainda tímida reação dos
setores progressistas e da esquerda brasileira,
que parecem estar perdidos e não conseguem
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jornalistas do município do Rio preferiu marcar um
ato isolado na Cinelândia ao meio dia, ao invés de
convocar a categoria a aderir ao ato marcado para
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Mobilização unitária para barrar os ataques
aos direitos da população
Jornalistas em Luta
Contra o Retrocesso e a Precarização
Blog: http://jornalistasemluta.blogspot.com.br/
E-mail: jornalistasemlutarj@gmail.com
Facebook: fb.me/jornalistasemlutarj
Boletim eletrônico
Ano I - número 2
Setembro de 2017
“Jornalistas em Luta: Contra o Retrocesso e a Precarização” promove o debate:
sindicatos da cidade que deixaram suas diferenças
de lado e marcharam juntos. Parece que, para
alguns, jornalista não se mistura com o restante da
classe trabalhadora.
As crises internas de grande número de
sindicatos revelam que os trabalhadores já não
acreditam mais em suas entidades representativas,
e num momento em que elas se fazem ainda mais
necessárias para garantir a resistência à retirada
de direitos. O fim do imposto sindical obrigatório,
que poderia ter o efeito positivo de quebrar
o ciclo de algumas castas que se apropriaram
dos instrumentos de luta dos trabalhadores em
benefíciopróprio,foiaprovadodeformaautoritária
e automática, sem tempo para que as entidades
sindicais se organizassem. E a perspectiva é que
volte,já que algumas centrais defendem a proposta
de retorno do imposto de maneira piorada.
Entre os setores progressistas,muitos acreditam
no“messianismo”com foco nas eleições de 2018 e
afirmamquearetiradadasconquistasdapopulação
será facilmente revertida. Esses setores acabam
por impactar a população dificultando ainda mais
a organização e a luta pelos seus direitos em um
processo de resistência.O medo impera e a crença
no salvador da pátria paralisa ainda mais.
Outro aspecto que faz com que a população se
sinta perdida é a enxurrada de informações que
bombardeiam todos os dias os trabalhadores. As
pós-verdades e as fake news - novas classificações
para atenuar o conceito de informações falsas,que
são utilizadas politicamente para causar pânico
e ódio na população contra os setores que lutam
em defesa dos direitos fundamentais do povo
- se espalham em profusão nas redes sociais e
plataformas de relacionamento (como Facebook,
Twitter, Whatsapp e similares), reforçando a
individualidade a serviço da letargia política
da população e dando fôlego a movimentos
totalitários como o nazi-fascismo que cresce e
encontra eco em representantes políticos outrora
sem expressão.
Não podemos esquecer que as maiores
empresas da grande mídia brasileira também
participam ativamente dessa desmobilização
popular. Em combate direto, Organizações Globo
e Record disputam palmo a palmo a hegemonia
da comunicação/imprensa brasileira, mas seus
discursos se afinam quando a pauta é a retirada de
direitos da população, como a defesa da reforma
trabalhista.
É preciso sair do imobilismo e se posicionar.
Porque é a única forma de paralisar a descida
do Brasil ladeira abaixo. Temos que fazer um
chamado aberto para a construção unitária, nas
ruas, da luta de resistência contra os ataques
do capital. É um massacre: atualmente no Brasil
são quase 14 milhões de desempregados, além
dos trabalhadores que estão sendo esmagados
dentro das empresas pela repressão dos patrões,
prática que a classe jornalística conhece muito
bem e sofre cotidianamente. O Jornalistas em
Luta aproveita a oportunidade para propor um
debate amplo sobre a produção jornalística na
internet, o papel e a importância das redes em
tempos de fake news. Com o título “Jornalismo e
disputa de narrativas: blogs, redes sociais e contra
hegemonia”, pretendemos debater o papel da
imprensa em todo o processo de desmonte do
país e as possibilidades de organização para a luta
e defesa da soberania nacional frente ao capital
estrangeiro.
Página 2
Jornalistas em Luta
Contra o Retrocesso e a Precarização
Jornalismo e disputa de narrativas
blogs, redes sociais e contra hegemonia
Dia 21/09/2017 - 18 horas
Mais informações em breve
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Desmonte dos direitos e resistência unitária

  • 1. O s retrocessos sem precedentes que o governoilegítimodeTemertemconseguido implantar, rasgando a Constituição e direitos sociais garantidos há quase um século, vem nos surpreendendo a cada dia. Antes mesmo que uma nova ação ganhe repercussão, outra pior é revelada, e parece que a população brasileira se acostumou ao massacre. No Congresso Nacional, a reforma trabalhista implodiuaCLTeamaioriadosdireitosconquistados pelos trabalhadores com muita luta, provocando um processo de terceirização generalizado no país (podemos citar como exemplo a Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,que já anunciou que tem a pretensão de terceirizar os cargos de jornalistas), e a reforma política está prestes a ser votada com regras que permitem que a casta política, que atende aos interesses do capital, se perpetue no poder.Todo esse processo de desmonte da soberania nacional é louvado por aqueles que rezam pela cartilha do liberalismo à brasileira, que defendem a entrega das empresas públicas e o desmantelamento que tem objetivo de transformar o país em uma economia periférica Imagens: Samuel Tosta e dependente dos grandes barões financeiros internacionais, e um bom exemplo é a declaração da ex-diretora de privatizações do BNDES na era FHC, Elena Landau, que em entrevista ao Estadão elogiou o pacote de privatizações e ressaltou que espera que este chegue à Petrobrás, nossa maior empresa nacional. O pior de tudo é a ainda tímida reação dos setores progressistas e da esquerda brasileira, que parecem estar perdidos e não conseguem mobilizar a população em prol da resistência. Nunca se falou tanto em unidade, mas ações práticas nesse sentido não se concretizam. E se a letargia toma conta de grandes parcelas do movimento sindical,o que dizer da categoria de jornalistas,queoutrorajátevegrandeprotagonismo na defesa dos direitos sociais? Apatia total.A nossa federação,Fenaj,não participou de forma concreta de nenhum movimento de resistência às reformas. Na greve geral do dia 30 de junho, o sindicato dos jornalistas do município do Rio preferiu marcar um ato isolado na Cinelândia ao meio dia, ao invés de convocar a categoria a aderir ao ato marcado para a noite, uma passeata unitária organizada pelos Mobilização unitária para barrar os ataques aos direitos da população Jornalistas em Luta Contra o Retrocesso e a Precarização Blog: http://jornalistasemluta.blogspot.com.br/ E-mail: jornalistasemlutarj@gmail.com Facebook: fb.me/jornalistasemlutarj Boletim eletrônico Ano I - número 2 Setembro de 2017
  • 2. “Jornalistas em Luta: Contra o Retrocesso e a Precarização” promove o debate: sindicatos da cidade que deixaram suas diferenças de lado e marcharam juntos. Parece que, para alguns, jornalista não se mistura com o restante da classe trabalhadora. As crises internas de grande número de sindicatos revelam que os trabalhadores já não acreditam mais em suas entidades representativas, e num momento em que elas se fazem ainda mais necessárias para garantir a resistência à retirada de direitos. O fim do imposto sindical obrigatório, que poderia ter o efeito positivo de quebrar o ciclo de algumas castas que se apropriaram dos instrumentos de luta dos trabalhadores em benefíciopróprio,foiaprovadodeformaautoritária e automática, sem tempo para que as entidades sindicais se organizassem. E a perspectiva é que volte,já que algumas centrais defendem a proposta de retorno do imposto de maneira piorada. Entre os setores progressistas,muitos acreditam no“messianismo”com foco nas eleições de 2018 e afirmamquearetiradadasconquistasdapopulação será facilmente revertida. Esses setores acabam por impactar a população dificultando ainda mais a organização e a luta pelos seus direitos em um processo de resistência.O medo impera e a crença no salvador da pátria paralisa ainda mais. Outro aspecto que faz com que a população se sinta perdida é a enxurrada de informações que bombardeiam todos os dias os trabalhadores. As pós-verdades e as fake news - novas classificações para atenuar o conceito de informações falsas,que são utilizadas politicamente para causar pânico e ódio na população contra os setores que lutam em defesa dos direitos fundamentais do povo - se espalham em profusão nas redes sociais e plataformas de relacionamento (como Facebook, Twitter, Whatsapp e similares), reforçando a individualidade a serviço da letargia política da população e dando fôlego a movimentos totalitários como o nazi-fascismo que cresce e encontra eco em representantes políticos outrora sem expressão. Não podemos esquecer que as maiores empresas da grande mídia brasileira também participam ativamente dessa desmobilização popular. Em combate direto, Organizações Globo e Record disputam palmo a palmo a hegemonia da comunicação/imprensa brasileira, mas seus discursos se afinam quando a pauta é a retirada de direitos da população, como a defesa da reforma trabalhista. É preciso sair do imobilismo e se posicionar. Porque é a única forma de paralisar a descida do Brasil ladeira abaixo. Temos que fazer um chamado aberto para a construção unitária, nas ruas, da luta de resistência contra os ataques do capital. É um massacre: atualmente no Brasil são quase 14 milhões de desempregados, além dos trabalhadores que estão sendo esmagados dentro das empresas pela repressão dos patrões, prática que a classe jornalística conhece muito bem e sofre cotidianamente. O Jornalistas em Luta aproveita a oportunidade para propor um debate amplo sobre a produção jornalística na internet, o papel e a importância das redes em tempos de fake news. Com o título “Jornalismo e disputa de narrativas: blogs, redes sociais e contra hegemonia”, pretendemos debater o papel da imprensa em todo o processo de desmonte do país e as possibilidades de organização para a luta e defesa da soberania nacional frente ao capital estrangeiro. Página 2 Jornalistas em Luta Contra o Retrocesso e a Precarização Jornalismo e disputa de narrativas blogs, redes sociais e contra hegemonia Dia 21/09/2017 - 18 horas Mais informações em breve Acompanhe pelo nosso Facebook: fb.me/jornalistasemlutarj