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Acerca do Governo Agnelo e das eleições de 2014
Depois da vitória dada pela militância no segundo turno nas ruas, a indicação de ministros como Joaquim Levy,
Armando Monteiro, Katia Abreu entre outros soa aos militantes como provocação, por que no fundo está em
questão a implementação da política dos derrotados nas urnas. Ato na contra mão das manifestações de junho de
2013, onde em cada lugar do país lia-se nas cartolinas de jovens e trabalhadores: chega! Basta! É preciso mudar o
sistema político! É preciso atender as reivindicações do povo! Movimento que levou a presidente a defender uma
constituinte exclusiva, proposta correta que levou a quase 8 milhões às urnas do plebiscito popular, mesmo com
todo o boicote da imprensa. Esse fato leva A uma frustração que abre uma crise interna no partido, o que também
conduz ao debate ao V Congresso que será necessário discutir uma profunda reforma política do PT, que precisa
acabar com o PED para retomar os encontros para dar a palavra à base.
Não restam duvidas de que foi no governo do Agnelo (PT) que os trabalhadores conseguiram arrancar as maiores
conquistas em relação aos governos anteriores nas diversas áreas. O Sinpro-DF teve que fazer greve, ocupação do
Buriti para que fosse possível avançar na área da educação, onde foram convocados mais de 6 mil professores, foi
feita a reestruturação da carreira, a incorporação da gratificação TIDEM e criação de novas creches. Diversas
categorias do serviço público conquistaram reajustes além da implementação do novo estatuto do servidor. Há
diversos exemplos em que após greves, paralizações e outras formas de lutas, categorias conseguiram conquistas:
Sindser, Metroviários, DETRAN, Bombeiros, Policiais Militares, etc. Foram mais de 30 mil concursados convocados
em 4 anos, esforço considerável para repor o déficit de servidores. Trabalhadores terceirizados, dentre outros,
como do SLU se mobilizaram e também conseguiram no ano passado reajuste de 25%. Não é todo governo que se
sensibiliza às demandas da classe trabalhadora. Claro que também por outro lado, todas as categorias tiveram
dificuldades de negociação, por inabilidade política, atraso em recebê-las e diversas negativas em atender
reivindicações fez com que na base sempre tenha prevalecido até mesmo depois das negociações um sentimento
de que nada havia sido conquistado. Faltou diálogo com os sindicatos.
O que explica as críticas ao governo?
Em 2009, a direção do PT-DF trouxe do PCdoB, Agnelo alegando ter falta de quadros capazes de representar o
partido na disputa ao governo do DF. A militância nunca sentiu Agnelo como um verdadeiro petista, comprometido
com as bandeiras do partido. Sua insegurança política e a falta de uma base social fazia com que ele não se
comunicasse de forma adequada, fragilizando a imagem do seu governo.
No Encontro Regional de 2010 deliberou “ampla aliança” com quem não tivesse participado do esquema da caixa
de pandora. Na ocasião combatemos com emenda para incluir entre parênteses o nome dos partidos que haviam
participado desse esquema e nossa proposta foi rejeitada, mas contou com o voto de cerca de 45% do plenário. Em
2014, depois de o partido experimentar de perto 4 anos da política de coalizão com 17 partidos, o Encontro
Regional foi esvaziado pela direção após a votação da candidatura petista ao Senado e não discutiu nem deliberou
nada sobre diretrizes e táticas eleitorais. A política de aliança não contou com o aval da militância, que com esse
tipo de manobra não se sentiu contemplada para ir às ruas. A tentativa de limar a discussão e encurtar o caminho,
passando por cima dos filiados não surtiu o efeito esperado pela direção partidária.
A ofensiva da burguesia em liquidar o PT através da AP 470 talvez tenha se repercutido no DF em maiores
proporções no DF, por ser palco da maioria dos acontecimentos, sede do STF e onde ficaram presos os dirigentes
petistas, também onde foi montado o acampamento Resistência e Luta. Os ataques à Petrobrás antes e depois das
eleições demonstra que o imperialismo quer seguir adiante ao criar essa onda anti-petista. A indecisão da direção
em combater desde o início fez com que a militância ficasse desarmada e na defensiva, sem saber como reagir.
O governador Agnelo interveio positivamente nas empresas de transporte de Amaral e Canhedo, mas Constantino
acabou assumindo diversas linhas. Agnelo melhorou a frota de ônibus, mas a gestão e o serviço continuaram
péssimos. Com a implementação do BRT, a população deixou de ter um ônibus direto do Gama ou da Santa Maria
para determinados destinos e foi obrigada a ter que pegar 3 conduções, levando mais tempo do que o que levava
antes. Não se avançou na implementação do bilhete único e a revitalização da estatal TCB foi extremamente
tímida, pois poderia assumir o sistema de todo o DF e do entorno para garantir qualidade e passagens gratuitas
para toda a população, como fez o prefeito petista de Maricá-RJ recentemente.
Agnelo prometeu em campanha que seria secretario de saúde no inicio de sua gestão. Mesmo que tenha
aumentado a quantidade de transplantes, criado o hospital de criança, criação de UPAs dentre algumas medidas,
segue o sentimento de que o sistema de saúde não atende às demandas da população. Faltam médicos, as filas nas
emergências continuam para alguns ambulatórios, como a ortopedia que é o caso mais crônico, levando os
pacientes a diversas horas e são necessários meses de espera para atendimento ambulatorial. A maioria da
população depende exclusivamente do sistema público de saúde e sempre que precisa dele se sente vulnerável.
Mesmo se há uma melhora em relação ao governo anterior com o fim da terceirização do hospital de Santa Maria e
reforma de outras unidades.
Arrogância e sectarismo da direção do PT-DF
Dirigentes petistas repetem o mantra de que teria faltado defesa do governo. Os dirigentes cobram inclusive que os
sindicalistas petistas joguem na lata do lixo os mandatos sindicais dados pelos trabalhadores para fazer a defesa do
governo, contrariando a própria natureza do sindicato, de defesa das reivindicações e ameaçando com sua
independência perante aos patrões e ao Estado. Tem se tornado comum confundir governo com partido e
sindicato. A direção do partido na contra mão dos métodos de organização da época da fundação precisa revitalizar
os organismos da base para discussão e participação nas decisões durante todo o seu mandato e não apenas á
época do período eleitoral. Os militantes não se sentiam representados por um governo tomado por aliados. Até
opositores como Celina Leão tinham seu espaço garantido e outros inimigos de classe como Cristiano Araújo,
Robério Negreiros, Agaciel Maia tinham tudo o que pediam ao governador, enquanto os próprios gestores petistas
tinham dificuldades de implementar políticas, boicotados e perseguidos pelo PMDB e outros partidos coligados que
combateram constantemente o Agnelo e o PT durante a gestão, criando uma imagem ruim e desgastada em toda a
cidade. Nenhum militante pode se sentir obrigado a defender uma política fadada ao fracasso. O governo não tinha
um recorte de classe, parecia querer contemplar a todos e não satisfez ninguém. As políticas pareciam sempre
estar voltadas para o setor empresarial e se por acaso isso pudesse dar algum beneficio ao trabalhador, tudo bem.
As obras para empreiteiras não faltaram, seja no estádio, no novo setor noroeste, nos viadutos espalhados pela
cidade, parecia dar uma seqüência à época do Arruda. A cúpula partidária esquece que quando o governo é
reconhecido pelo povo, naturalmente o povo irá defendê-lo como conseqüência. Mas no geral o governo estava
inclinado pro setor empresarial, tudo a ver com o artigo publicado pelo Agnelo que logo no início do governo dizia
que não existiria mais esse negócio de esquerda e direita. Essencialmente Agnelo governou para a burguesia,
dando migalhas aos trabalhadores e no final as migalhas não foram suficientes para o povo se agarrar nelas e as
benesses dadas aos empresários também não foram suficientes, afinal eles sabem que é preferível para eles um
governo composto por um partido que esteja mais próximo aos interesses capitalistas.
Partido e governo
O PT-DF ficou atrofiado com seus principais dirigentes ocupando cargos no governo. O diretório regional ficou
abandonado por um grande período sem reunião, foram meses sem qualquer reunião. Depois de um período com
funcionamento burocrático ele passou a fazer debates temáticos com gestores petistas e mesmo de partidos
coligados, mas sem qualquer poder de deliberação, apenas discussão. O papel do partido deveria ser o de
alimentar politicamente e direcionar o governo para atender melhor seu programa e as demandas do povo
trabalhador. Nos momentos decisivos o partido foi omisso, como em relação ao descaso do governador após o
resultado das eleições, onde trabalhadores do setor público e de empresas contratadas pelo GDF acabaram tendo
atraso de seus salários e até ficaram sem receber pagamento, 13º e férias. O pior foi a falta de resposta política, na
medida em que o PT deveria ter atacado a LRF1
que obrigava Agnelo a cumpri-la no momento em que ele tinha
menos controle do governo. A CUT-DF teve que ir pra rua diversas vezes ao longo do governo, especialmente no
final do governo, ainda que com atraso e oscilação ao não iniciar o acampamento no Buriti logo em dezembro.
1
Lei de Responsabilidade Fiscal – Mecanismo criado no governo FHC para adequar o orçamento público das diversas esferas
(federal, estadual e municipal) ao pagamento da dívida pública, limitando os gastos com pagamento de servidores e impedindo
que os governantes possam priorizar as áreas sociais como saúde, educação, moradia, transporte, etc.
PT nas eleições
O PT tradicionalmente na cidade ficava entre os 2 primeiros lugares na disputa para o governo, mas desta vez foi
diferente. Ficamos no melancólico terceiro lugar. Não elegemos nosso candidato ao senado. Caímos de 3
deputados federais para 1 e de 6 deputados distritais para 4. Nossos candidatos eleitos e não eleitos tiveram na
maioria dos casos votação inferior à que tiveram em 2010. O segundo turno no DF foi uma confusão ainda maior. O
desespero da perda de cargos fez com que dirigentes ficassem procurando acordo por debaixo dos panos tanto
com Rollemberg (PSB) como com o Frejat (PR). Sendo que ambos os candidatos declararam apoio ao Aécio do PSDB
no plano nacional. Rollemberg chegou a distribuir exemplares da edição golpista da Veja na Rodoviária do Plano e
Frejat conseguiu atrair parte dos dirigentes petistas para sua campanha, com material rodado pelo próprio PT para
o candidato apoiado por Roriz e Arruda, dois dos principais adversários políticos do partido. Seria coerente que o
PT fizesse campanha aberta pelo voto 13 no segundo turno. A militância e o povo trabalhador voltou pras ruas no
segundo turno para eleger Dilma, para ter melhores condições de seguir sua luta e Dilma conseguiu melhorar sua
votação em relação ao primeiro turno. Depois das eleições a confusão era tanta que mesmo depois do PT se
declarar oposição ao Rollemberg apareceram dirigentes querendo que o PT participasse do governo, mesmo sendo
oposição. O PT deveria ter feito lista de militantes e quadros que estavam empregados no governo para ajudá-los a
organizar sua transição e por outro lado outra lista para expulsar aqueles que negociavam e articulavam campanha
do Rollemberg por debaixo dos panos para manter seus cargos. Nenhum petista pode participar do governo do
Rollemberg e quem descumprir a orientação do partido deve ser expulso.
Um dos principais motivos para derrota eleitoral de Agnelo foi a política errada adotada pela direção do PT de
« ampla aliança ». Agnelo parecia querer atrair a oposição para dentro do governo e não percebia que com isso ao
invés de acumular aliados estava alimentando seus opositores que o boicotaram de dentro do governo o tempo
todo. Os seus aliados foram os primeiros a abandonar o barco.
Sobre a expulsão de Agnelo
Seria muito simples jogar todas as culpas dos erros da direção do partido no Agnelo e expulsá-lo como bode
expiatório para continuar cometendo os mesmos erros. Sua pretensa expulsão talvez possa servir como um
símbolo de mudança radical do funcionamento do partido. Mas ao que tudo indica não parece bem o intuito de sua
expulsão, que tem mais a cara de manobra de setores “petistas” seguidistas de Rollemberg para poder justificar a
participação no governo, expulsando o Agnelo do PT para eles pode significar “limpar o partido” para poder
compor com os Aecistas da atual gestão do GDF. A questão na verdade é que é preciso expulsar a política que levou
o PT à derrota.
Renovação da direção partidária
É comum ver no partido a perseguição a novos quadros políticos que vão surgindo. O personalismo predominante
derivado da disputa eleitoral nominal do atual sistema político atrofia o partido e impede qualquer renovação e
ainda deseduca o partido que faz com que os próprios jovens mais respeitados sejam os burocratas, puxa-saco e
carreiristas, que sonham em ocupar cargos no lugar de se dedicar à luta da classe trabalhadora pelo socialismo. É
preciso superar o funcionamento de feudos onde os parlamentares substituem o trabalho coletivo de construção
de uma direção partidária. Os projetos individuais não deveriam se colocar acima dos interesses do conjunto da
classe e dos militantes. Por isso nada mais justo do que convocar um Encontro Livre do PT-DF para que os
militantes tenham o direito de definir os rumos do partido e convocar novas eleições do PT-DF em todos os níveis,
recompondo o partido desde a base.
Construir o Dialogo e Ação Petista
O PT chega aos seus 35 anos e muita coisa tem mudado ao longo dos anos. É preciso repensar e retomar as
bandeiras de origem que se perderam no meio do caminho e agir como o PT agia, com o engajamento dos
militantes nas lutas políticas do povo trabalhador. Estão se organizando grupos de apoio nas diversas cidades do DF
e entorno. Entre em contato conosco! Participe!
Brasília, 29 de janeiro de 2015. Corrente O Trabalho-DF

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Resolução Política da Comissão Executiva Nacional do PT - 26/02/2015
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  • 1. Acerca do Governo Agnelo e das eleições de 2014 Depois da vitória dada pela militância no segundo turno nas ruas, a indicação de ministros como Joaquim Levy, Armando Monteiro, Katia Abreu entre outros soa aos militantes como provocação, por que no fundo está em questão a implementação da política dos derrotados nas urnas. Ato na contra mão das manifestações de junho de 2013, onde em cada lugar do país lia-se nas cartolinas de jovens e trabalhadores: chega! Basta! É preciso mudar o sistema político! É preciso atender as reivindicações do povo! Movimento que levou a presidente a defender uma constituinte exclusiva, proposta correta que levou a quase 8 milhões às urnas do plebiscito popular, mesmo com todo o boicote da imprensa. Esse fato leva A uma frustração que abre uma crise interna no partido, o que também conduz ao debate ao V Congresso que será necessário discutir uma profunda reforma política do PT, que precisa acabar com o PED para retomar os encontros para dar a palavra à base. Não restam duvidas de que foi no governo do Agnelo (PT) que os trabalhadores conseguiram arrancar as maiores conquistas em relação aos governos anteriores nas diversas áreas. O Sinpro-DF teve que fazer greve, ocupação do Buriti para que fosse possível avançar na área da educação, onde foram convocados mais de 6 mil professores, foi feita a reestruturação da carreira, a incorporação da gratificação TIDEM e criação de novas creches. Diversas categorias do serviço público conquistaram reajustes além da implementação do novo estatuto do servidor. Há diversos exemplos em que após greves, paralizações e outras formas de lutas, categorias conseguiram conquistas: Sindser, Metroviários, DETRAN, Bombeiros, Policiais Militares, etc. Foram mais de 30 mil concursados convocados em 4 anos, esforço considerável para repor o déficit de servidores. Trabalhadores terceirizados, dentre outros, como do SLU se mobilizaram e também conseguiram no ano passado reajuste de 25%. Não é todo governo que se sensibiliza às demandas da classe trabalhadora. Claro que também por outro lado, todas as categorias tiveram dificuldades de negociação, por inabilidade política, atraso em recebê-las e diversas negativas em atender reivindicações fez com que na base sempre tenha prevalecido até mesmo depois das negociações um sentimento de que nada havia sido conquistado. Faltou diálogo com os sindicatos. O que explica as críticas ao governo? Em 2009, a direção do PT-DF trouxe do PCdoB, Agnelo alegando ter falta de quadros capazes de representar o partido na disputa ao governo do DF. A militância nunca sentiu Agnelo como um verdadeiro petista, comprometido com as bandeiras do partido. Sua insegurança política e a falta de uma base social fazia com que ele não se comunicasse de forma adequada, fragilizando a imagem do seu governo. No Encontro Regional de 2010 deliberou “ampla aliança” com quem não tivesse participado do esquema da caixa de pandora. Na ocasião combatemos com emenda para incluir entre parênteses o nome dos partidos que haviam participado desse esquema e nossa proposta foi rejeitada, mas contou com o voto de cerca de 45% do plenário. Em 2014, depois de o partido experimentar de perto 4 anos da política de coalizão com 17 partidos, o Encontro Regional foi esvaziado pela direção após a votação da candidatura petista ao Senado e não discutiu nem deliberou nada sobre diretrizes e táticas eleitorais. A política de aliança não contou com o aval da militância, que com esse tipo de manobra não se sentiu contemplada para ir às ruas. A tentativa de limar a discussão e encurtar o caminho, passando por cima dos filiados não surtiu o efeito esperado pela direção partidária. A ofensiva da burguesia em liquidar o PT através da AP 470 talvez tenha se repercutido no DF em maiores proporções no DF, por ser palco da maioria dos acontecimentos, sede do STF e onde ficaram presos os dirigentes petistas, também onde foi montado o acampamento Resistência e Luta. Os ataques à Petrobrás antes e depois das eleições demonstra que o imperialismo quer seguir adiante ao criar essa onda anti-petista. A indecisão da direção em combater desde o início fez com que a militância ficasse desarmada e na defensiva, sem saber como reagir. O governador Agnelo interveio positivamente nas empresas de transporte de Amaral e Canhedo, mas Constantino acabou assumindo diversas linhas. Agnelo melhorou a frota de ônibus, mas a gestão e o serviço continuaram péssimos. Com a implementação do BRT, a população deixou de ter um ônibus direto do Gama ou da Santa Maria para determinados destinos e foi obrigada a ter que pegar 3 conduções, levando mais tempo do que o que levava antes. Não se avançou na implementação do bilhete único e a revitalização da estatal TCB foi extremamente
  • 2. tímida, pois poderia assumir o sistema de todo o DF e do entorno para garantir qualidade e passagens gratuitas para toda a população, como fez o prefeito petista de Maricá-RJ recentemente. Agnelo prometeu em campanha que seria secretario de saúde no inicio de sua gestão. Mesmo que tenha aumentado a quantidade de transplantes, criado o hospital de criança, criação de UPAs dentre algumas medidas, segue o sentimento de que o sistema de saúde não atende às demandas da população. Faltam médicos, as filas nas emergências continuam para alguns ambulatórios, como a ortopedia que é o caso mais crônico, levando os pacientes a diversas horas e são necessários meses de espera para atendimento ambulatorial. A maioria da população depende exclusivamente do sistema público de saúde e sempre que precisa dele se sente vulnerável. Mesmo se há uma melhora em relação ao governo anterior com o fim da terceirização do hospital de Santa Maria e reforma de outras unidades. Arrogância e sectarismo da direção do PT-DF Dirigentes petistas repetem o mantra de que teria faltado defesa do governo. Os dirigentes cobram inclusive que os sindicalistas petistas joguem na lata do lixo os mandatos sindicais dados pelos trabalhadores para fazer a defesa do governo, contrariando a própria natureza do sindicato, de defesa das reivindicações e ameaçando com sua independência perante aos patrões e ao Estado. Tem se tornado comum confundir governo com partido e sindicato. A direção do partido na contra mão dos métodos de organização da época da fundação precisa revitalizar os organismos da base para discussão e participação nas decisões durante todo o seu mandato e não apenas á época do período eleitoral. Os militantes não se sentiam representados por um governo tomado por aliados. Até opositores como Celina Leão tinham seu espaço garantido e outros inimigos de classe como Cristiano Araújo, Robério Negreiros, Agaciel Maia tinham tudo o que pediam ao governador, enquanto os próprios gestores petistas tinham dificuldades de implementar políticas, boicotados e perseguidos pelo PMDB e outros partidos coligados que combateram constantemente o Agnelo e o PT durante a gestão, criando uma imagem ruim e desgastada em toda a cidade. Nenhum militante pode se sentir obrigado a defender uma política fadada ao fracasso. O governo não tinha um recorte de classe, parecia querer contemplar a todos e não satisfez ninguém. As políticas pareciam sempre estar voltadas para o setor empresarial e se por acaso isso pudesse dar algum beneficio ao trabalhador, tudo bem. As obras para empreiteiras não faltaram, seja no estádio, no novo setor noroeste, nos viadutos espalhados pela cidade, parecia dar uma seqüência à época do Arruda. A cúpula partidária esquece que quando o governo é reconhecido pelo povo, naturalmente o povo irá defendê-lo como conseqüência. Mas no geral o governo estava inclinado pro setor empresarial, tudo a ver com o artigo publicado pelo Agnelo que logo no início do governo dizia que não existiria mais esse negócio de esquerda e direita. Essencialmente Agnelo governou para a burguesia, dando migalhas aos trabalhadores e no final as migalhas não foram suficientes para o povo se agarrar nelas e as benesses dadas aos empresários também não foram suficientes, afinal eles sabem que é preferível para eles um governo composto por um partido que esteja mais próximo aos interesses capitalistas. Partido e governo O PT-DF ficou atrofiado com seus principais dirigentes ocupando cargos no governo. O diretório regional ficou abandonado por um grande período sem reunião, foram meses sem qualquer reunião. Depois de um período com funcionamento burocrático ele passou a fazer debates temáticos com gestores petistas e mesmo de partidos coligados, mas sem qualquer poder de deliberação, apenas discussão. O papel do partido deveria ser o de alimentar politicamente e direcionar o governo para atender melhor seu programa e as demandas do povo trabalhador. Nos momentos decisivos o partido foi omisso, como em relação ao descaso do governador após o resultado das eleições, onde trabalhadores do setor público e de empresas contratadas pelo GDF acabaram tendo atraso de seus salários e até ficaram sem receber pagamento, 13º e férias. O pior foi a falta de resposta política, na medida em que o PT deveria ter atacado a LRF1 que obrigava Agnelo a cumpri-la no momento em que ele tinha menos controle do governo. A CUT-DF teve que ir pra rua diversas vezes ao longo do governo, especialmente no final do governo, ainda que com atraso e oscilação ao não iniciar o acampamento no Buriti logo em dezembro. 1 Lei de Responsabilidade Fiscal – Mecanismo criado no governo FHC para adequar o orçamento público das diversas esferas (federal, estadual e municipal) ao pagamento da dívida pública, limitando os gastos com pagamento de servidores e impedindo que os governantes possam priorizar as áreas sociais como saúde, educação, moradia, transporte, etc.
  • 3. PT nas eleições O PT tradicionalmente na cidade ficava entre os 2 primeiros lugares na disputa para o governo, mas desta vez foi diferente. Ficamos no melancólico terceiro lugar. Não elegemos nosso candidato ao senado. Caímos de 3 deputados federais para 1 e de 6 deputados distritais para 4. Nossos candidatos eleitos e não eleitos tiveram na maioria dos casos votação inferior à que tiveram em 2010. O segundo turno no DF foi uma confusão ainda maior. O desespero da perda de cargos fez com que dirigentes ficassem procurando acordo por debaixo dos panos tanto com Rollemberg (PSB) como com o Frejat (PR). Sendo que ambos os candidatos declararam apoio ao Aécio do PSDB no plano nacional. Rollemberg chegou a distribuir exemplares da edição golpista da Veja na Rodoviária do Plano e Frejat conseguiu atrair parte dos dirigentes petistas para sua campanha, com material rodado pelo próprio PT para o candidato apoiado por Roriz e Arruda, dois dos principais adversários políticos do partido. Seria coerente que o PT fizesse campanha aberta pelo voto 13 no segundo turno. A militância e o povo trabalhador voltou pras ruas no segundo turno para eleger Dilma, para ter melhores condições de seguir sua luta e Dilma conseguiu melhorar sua votação em relação ao primeiro turno. Depois das eleições a confusão era tanta que mesmo depois do PT se declarar oposição ao Rollemberg apareceram dirigentes querendo que o PT participasse do governo, mesmo sendo oposição. O PT deveria ter feito lista de militantes e quadros que estavam empregados no governo para ajudá-los a organizar sua transição e por outro lado outra lista para expulsar aqueles que negociavam e articulavam campanha do Rollemberg por debaixo dos panos para manter seus cargos. Nenhum petista pode participar do governo do Rollemberg e quem descumprir a orientação do partido deve ser expulso. Um dos principais motivos para derrota eleitoral de Agnelo foi a política errada adotada pela direção do PT de « ampla aliança ». Agnelo parecia querer atrair a oposição para dentro do governo e não percebia que com isso ao invés de acumular aliados estava alimentando seus opositores que o boicotaram de dentro do governo o tempo todo. Os seus aliados foram os primeiros a abandonar o barco. Sobre a expulsão de Agnelo Seria muito simples jogar todas as culpas dos erros da direção do partido no Agnelo e expulsá-lo como bode expiatório para continuar cometendo os mesmos erros. Sua pretensa expulsão talvez possa servir como um símbolo de mudança radical do funcionamento do partido. Mas ao que tudo indica não parece bem o intuito de sua expulsão, que tem mais a cara de manobra de setores “petistas” seguidistas de Rollemberg para poder justificar a participação no governo, expulsando o Agnelo do PT para eles pode significar “limpar o partido” para poder compor com os Aecistas da atual gestão do GDF. A questão na verdade é que é preciso expulsar a política que levou o PT à derrota. Renovação da direção partidária É comum ver no partido a perseguição a novos quadros políticos que vão surgindo. O personalismo predominante derivado da disputa eleitoral nominal do atual sistema político atrofia o partido e impede qualquer renovação e ainda deseduca o partido que faz com que os próprios jovens mais respeitados sejam os burocratas, puxa-saco e carreiristas, que sonham em ocupar cargos no lugar de se dedicar à luta da classe trabalhadora pelo socialismo. É preciso superar o funcionamento de feudos onde os parlamentares substituem o trabalho coletivo de construção de uma direção partidária. Os projetos individuais não deveriam se colocar acima dos interesses do conjunto da classe e dos militantes. Por isso nada mais justo do que convocar um Encontro Livre do PT-DF para que os militantes tenham o direito de definir os rumos do partido e convocar novas eleições do PT-DF em todos os níveis, recompondo o partido desde a base. Construir o Dialogo e Ação Petista O PT chega aos seus 35 anos e muita coisa tem mudado ao longo dos anos. É preciso repensar e retomar as bandeiras de origem que se perderam no meio do caminho e agir como o PT agia, com o engajamento dos militantes nas lutas políticas do povo trabalhador. Estão se organizando grupos de apoio nas diversas cidades do DF e entorno. Entre em contato conosco! Participe! Brasília, 29 de janeiro de 2015. Corrente O Trabalho-DF