SlideShare uma empresa Scribd logo
MÁQUINAS E TRANSFORMADORES ELÉTRICOS                                             Prof. Eurico G. de Castro Neves




MOTORES DE INDUÇÃO MONOFÁSICOS

1. CARACTERIZAÇÃO. COMPARAÇÃO COM MOTORES TRIFÁSICOS.

         Construtivamente, os motores monofásicos são semelhantes aos trifásicos, já
estudados anteriormente, com a diferença de possuírem um único enrolamento de fase.
         Sua grande vantagem é a de poderem ser ligados à tensão de fase das redes elétricas,
normalmente disponíveis em residências e pequenas propriedades rurais - ao contrário do
que sucede com as redes trifásicas. Em contrapartida, possuem o inconveniente de serem
incapazes de partir sem a ajuda de um circuito auxiliar, o que não ocorre com os motores
trifásicos.
         Em uma comparação com motores trifásicos, os monofásicos apresentam muitas
desvantagens:
• apresentam maiores volume e peso para potências e velocidades iguais (em média 4
     vezes); em razão disto, seu custo é também mais elevado que os de motores trifásicos
     de mesma potência e velocidade;
• necessitam de manutenção mais apurada devido ao circuito de partida e seus acessórios;
• apresentam rendimento e fator de potência menores para a mesma potência (V. TAB.
     1); em função disso apresentam maior consumo de energia (em média 20% a mais);
• possuem menor conjugado de partida;
• são difíceis de encontrar no comércio para potências mais elevadas (acima de 10 cv).

       TABELA 1 - Comparação entre rendimento (η) e fator de potência (cos ϕ) de
            motores mono e trifásicos para a mesma faixa de potência.
           Faixa de                                η                                 cos ϕ
         potências (cv)           Monofásico            Trifásico          Monofásico      Trifásico
           1/6 - 1,0              0,50 - 0,65          0,59 - 0,74         0,50 - 0,65   0,58 - 0,70
           1,5 - 10,0             0,67 - 0,76          0,74 - 0,78         0,68 - 0,80   0,75 - 0,85
          11,0 - 25,0             0,76 - 0,80          0,78 - 0,89         0,80 - 0,83   0,85 - 0,86
       FONTE: O motor elétrico rural - Companhia Energética de São Paulo, 1980




2. PARTIDA DE MOTORES MONOFÁSICOS.

        Motores monofásicos não podem partir sozinhos porque não conseguem formar o
campo girante, como fazem os motores trifásicos. A Fig. 1 mostra a formação do campo
magnético devido a uma só fase. Como se vê, este campo é pulsante, tendo sempre a
mesma direção e não permitindo a indução de correntes significativas nos enrolamentos
rotóricos.




                                                                                                              1
MÁQUINAS E TRANSFORMADORES ELÉTRICOS                         Prof. Eurico G. de Castro Neves

                        B
                   Bp




                                                                                       t
                    0




                -Bp




     FIGURA 1 - Campo magnético pulsante B gerado por alimentação monofásica.

        Porém, se de alguma forma se puder conseguir um segundo campo com defasagem
de 90° em relação à alimentação, se terá um sistema bifásico, com a conseqüente formação
de um campo girante capaz de promover a partida, como mostra a Fig. 2. Existem várias
maneiras de proporcionar esta defasagem. Cada uma delas corresponde a um determinado
tipo de motor monofásico, como se verá na próxima seção.

               B            Fase 1   Fase 2
          Bp




                                                                                 t
           0




          Bp




               Campo devido à Fase 1     Campo devido à Fase 2    Campo resultante

       FIGURA 2 - Campo magnético girante B formado por alimentação bifásica



                                                                                           2
MÁQUINAS E TRANSFORMADORES ELÉTRICOS                        Prof. Eurico G. de Castro Neves


       É importante salientar que após atingir certa velocidade (entre 65 - 80% de sua
velocidade síncrona), o motor pode continuar trabalhando com uma só fase. Isto quer dizer
que, após acelerado, o circuito auxiliar de partida pode ser "desligado" sem que o motor
pare.


3. PRINCIPAIS TIPOS DE MOTORES DE INDUÇÃO MONOFÁSICOS

•   Motor de Fase Dividida
        Possui um enrolamento auxiliar espacialmente defasado de 90° em relação ao
enrolamento principal. Quando é atingida uma determinada rotação, este enrolamento
auxiliar é desconectado do circuito do motor por intermédio de uma chave centrífuga. Já
que é dimensionado para atuar somente durante a partida, se não for desconectado acabará
por queimar.
        Na prática, o ângulo de defasagem entre os campos nos dois enrolamentos (principal
e auxiliar) é bem menor que 90°, o que resulta em conjugado de partida igual ou pouco
superior ao nominal. Por isso esse tipo de motor é usado para cargas de pequena potência e
conjugados de partida moderados (por exemplo: ventiladores, exaustores, bombas
centrífugas, etc.).

                                        %C
                                     300

                Fase auxiliar
                                     200
    principal
      Fase




                  ROTOR              100                             Desconexão da
                                                                     fase auxiliar


                                                                                        % ns
                                       0         20       40       60        80      100
             Chave
           centrífuga
FIGURA 3 - Circuito equivalente e característica conjugado × velocidade de um motor de
                                    fase dividida

•   Motor com Capacitor de Partida
        O que diferencia este motor do de fase dividida é a inclusão de um capacitor em
série com a fase auxiliar, o que permite a obtenção de ângulos de defasagem bem maiores
e, consequentemente, conjugados de partida bem mais elevados (entre 200 e 350% do
conjugado nominal).
        O circuito do enrolamento auxiliar também é desligado através de chave centrífuga
quando o motor atinge entre 75 e 80% da rotação síncrona.
        É fabricado na faixa de potências de 1/4 a 15 cv e é usado numa grande variedade
de aplicações.


                                                                                         3
MÁQUINAS E TRANSFORMADORES ELÉTRICOS                         Prof. Eurico G. de Castro Neves


                                                %C
                Fase auxiliar                300


                                             200
    principal
      Fase




                  ROTOR         Capacitor
                                de partida                                    Desconexão da
                                             100                              fase auxiliar



             Chave
                                                                                         % ns
           centrífuga                        0        20       40     60       80     100
FIGURA 4 - Circuito equivalente e curva conjugado × rotação de um motor com capacitor
                                      de partida.

•   Motor com Capacitor Permanente
        Neste tipo de motor, o enrolamento auxiliar e seu capacitor em série ficam
permanentemente conectados, não sendo necessária a chave centrífuga. Isto é bom porquê a
ausência de partes móveis facilita a manutenção.
        O conjugado máximo, o rendimento e o fator de potência desses motores são
melhores que os de outros tipos, aproximando-se aos valores obtidos em motores trifásicos.
Em contrapartida, seu conjugado de partida é menor que o dos motores de fase dividida
(entre 50% e 100% do conjugado nominal), limitando sua utilização a equipamentos como
pequenas serras, furadeiras, condicionadores de ar e máquinas de escritório. São fabricados
normalmente para potências entre 1/5 a 1,5 cv.

                                                %C
                Fase auxiliar                300


                                             200
    principal
      Fase




                  ROTOR         Capacitor
                                permanente
                                             100


                                                                                                     % ns
                                            0         20       40      60      80                 100
FIGURA 5 - Circuito equivalente e curva conjugado × rotação de um motor com capacitor
                                     permanente

• Motor com Dois Capacitores
É uma "mistura" dos 2 anteriores: possui um capacitor de partida, desligado através de
chave centrífuga quando o motor atinge cerca de 80% de sua rotação síncrona, e um outro
que se encontra permanente mente ligado. Com isso, possui todas as vantagens daqueles
motores: alto conjugado de partida, alta eficiência e fator de potência elevado.


                                                                                              4
MÁQUINAS E TRANSFORMADORES ELÉTRICOS                                 Prof. Eurico G. de Castro Neves


            No entanto seu custo é elevado e só é fabricado para potências superiores a 1 cv.




              Fase auxiliar   permanente
principal




                                                                                            Desconexão do
                              Capacitor



                                                    Capacitor                             capacitor de partida
  Fase




                ROTOR                               de partida
                                                     Chave
                                                   centrífuga

      FIGURA 6 - Circuito equivalente e curva conjugado × rotação de um motor com dois
                                         capacitores

•   Motor de Campo Distorcido
       Também chamado de motor de pólos sombreados, este motor consegue criar um
campo girante através de modificações feitas em seus pólos, o que pode ser feito de várias
maneiras, caracterizando 3 tipos de motores:
• pólos salientes
• "esqueleto"
• de enrolamentos distribuídos
       Um dos mais comuns é o de pólos salientes (figura abaixo), onde uma parte da cada
pólos (entre 25% e 35%) é abraçada por uma espira de cobre em curto-circuito. O fluxo
magnético produzido nesta espira fica atrasado em relação ao fluxo da parte não abraçada
pela mesma, resultando num campo girante que sempre se move na direção da parte não
abraçada para a parte abraçada do pólo.
                                                % Cn
       pólo
 sombreado
                                                           100




 espira de
 cobre

               pólo                        rotor                                                        % ns
                                                        20     400   60     80 100
    FIGURA 7 - Vista esquematizada e curva conjugado × rotação de um motor de campo
                            distorcido com pólos salientes.



                                                                                                    5
MÁQUINAS E TRANSFORMADORES ELÉTRICOS                                   Prof. Eurico G. de Castro Neves



        Estes motores apresentam um único sentido de rotação. A maneira mais prática de
obter-se rotação no sentido oposto é mudar a posição da ponta do eixo em relação ao
estator; outros métodos são possíveis, porém muito onerosos.
        Devido ao seu método de partida, é o motor mais simples, confiável e econômico.
Porém, seu conjugado de partida é bastante baixo (15% a 50% do Cnom) e apresenta fator de
potência e rendimento baixos. Por este motivo é fabricado para pequenas potências
(tipicamente de alguns milésimos de cv até 1/4 cv), podendo ser usado em processos de
movimentação de ar (ventiladores, exaustores, secadores de roupa e de cabelo), pequenas
bombas, compressores, projetores de slides, toca-discos e outros eletrodomésticos.


4. LIGAÇÃO DE MOTORES MONOFÁSICOS À REDE DE ALIMENTAÇÃO

        Assim como os motores trifásicos, os monofásicos são projetados para trabalhar em
duas tensões distintas, como 110-220 V ou 220-440 V. Para isso, o enrolamento principal é
dividido em duas partes (enrolamentos 1 - 3 e 2 - 4), como mostra a Fig. 8(a)1 e uma
terceira parte corresponde ao circuito auxiliar de partida (que, nesta figura é do tipo
capacitor de partida), o enrolamento 5 - 6; na Fig. 8(b) se mostra a caixa de terminais do
motor, com os bornes à vista.

                  1           2           5

                                               Chave
                                               centrífuga
                                               Capacitor
                                               de partida




                  3           4          6
                  Enrolamento        Enrolamento
       (a)          principal          auxiliar                (b)

    FIGURA 8 - Enrolamentos de um motor monofásico (com capacitor de partida): (a)
                    diagrama esquemático; (b) caixa de terminais.

        As ligações devem ser feitas de tal forma que a tensão nos enrolamentos seja
sempre a mais baixa entre aquelas especificadas na placa do motor. Admite-se certa
flexibilidade nesta tensão: por exemplo, os enrolamentos podem trabalhar na faixa de 110 a
127 V sem problemas.



1
  Observe-se que nem todos os fabricantes identificam os terminais de seus motores da mesma forma. A
numeração que aparece na Fig. 8 e nas subseqüentes corresponde a um determinado fabricante e será usada ao
longo deste texto.


                                                                                                        6
MÁQUINAS E TRANSFORMADORES ELÉTRICOS                      Prof. Eurico G. de Castro Neves


Exemplo 1 - Fazer o diagrama de ligações de um motor de indução monofásico de 110-220
se o mesmo deve ser ligado a rede de: (a) 220/127 V; (b) 380/220 V.
Solução: A tensão em cada enrolamento deverá ser 110 V (ou 127, o que dá na mesma).
(a) Como a fase é 127 V, os enrolamentos são ligados em paralelo, como mostra a Fig.
9(a). (b) Neste caso, as duas partes do enrolamento principal são ligadas em série e o
enrolamento auxiliar é ligado em paralelo com uma dessas duas metades, conforme se vê
na Fig. 9(b).




FIGURA 9 - Conexões de um motor monofásico de 110-220 V: (a) em paralelo, para rede
               de 220/127 V; (b) em série, para rede de 380/220 V.

        Como se pode observar pelos esquemas da Fig. 9, o circuito auxiliar a chave
centrífuga desconecta quando o motor quando este estiver convenientemente acelerado.




                                                                                       7
MÁQUINAS E TRANSFORMADORES ELÉTRICOS                                               Prof. Eurico G. de Castro Neves


MOTORES DE INDUÇÃO MONOFÁSICOS
Características Típicas - 60 Hz
(Fonte: Catálogo 121.04.0586.P - WEG Motores S. A.)

                                   • TIPO CAPACITOR DE PARTIDA
                                   Rotor gaiola
                                   Proteçã IP54
                                   Isolamento classe B (130oC)
                                   Tensão: 115/230V, 120V ou 220V
    POTÊNCIA                             CORENTE        CORRENTE     CONJUGADO
                   CARCAÇA                                                       CONJUGADO    CONJUGADO      FATOR          PESO
                                         NOMINAL            DE        NOMINAL
                    ABNT          rpm                                            DE PARTIDA    MÁXIMO          DE          APROX.
    cv      kW                           EM 220 V        PARTIDA          Cn
                     IEC                                                            Cp/Cn       C máx/C n   SERVIÇO          kg
                                          In (A)1          I P/I n     (kgf/m)
3600 rpm
 1/8    0,09           63       3.480       1,6            5,2         0,026        2,80         2,80        1,35           7,5
 1/6    0,12           63       3.480       2,0            5,2         0,035        2,70         2,80        1,35           8,0
 1/4    0,18           63       3.500       2,6            5,5         0,052        2,60         2,70        1,35           8,0
 1/3    0,25           63       3.500       3,2            5,6         0,070        2,50         2,70        1,25           8,5
 1/2    0,37           71       3.510       4,0            5,6         0,104        2,30         2,60        1,15           11,5
 3/4    0,55           80       3.510       5,5            5,7         0,156        2,30         2,70        1,25           16,0
 1,0    0,75           80       3.500       6,6            6,8         0,208        2,20         2,80        1,25           17,0
1800 rpm
 1/8    0,09           63       1.725       1,8            4,2         0,052        2,50         2,20        1,35           8,0
 1/6    0,12           63       1.725       2,2            4,2         0,070        2,50         2,00        1,25           8,5
 1/4    0,18           71       1.730       3,0            4,0         0,105        2,80         2,10        1,25           11,5
 1/3    0,25           71       1.725       3,5            4,0         0,140        2,30         2,10        1,15           12,5
 1/2    0,37           80       1.725       4,5            5,2         0,208        2,30         2,20        1,15           17,0
 3/4    0,55           80       1.725       6,0            5,5         0,310        2,30         2,40        1,15           18,0



                              •  TIPO CAPACITOR PERMANENTE
                              Rotor gaiola
                              Proteçã IP54
                              Isolamento classe B (130oC)
                              Tensão: 120V ou 220V


    POTÊNCIA                             CORENTE        CORRENTE     CONJUGADO                               CAPACITOR
                   CARCAÇA                                                       CONJUGADO    CONJUGADO     PERMANENTE         PESO
                                         NOMINAL            DE        NOMINAL
                    ABNT          rpm                                            DE PARTIDA    MÁXIMO           (µf)          APROX.
    cv      kW                           EM 220 V        PARTIDA          Cn
                     IEC                                                            Cp/Cn       C máx/C n                       kg
                                          In (A)1          I P/I n     (kgf/m)                              120V    220 V
3600 rpm
  1/8   0,09           63       3.400       1,00           3,0         0,026        0,77          2,2        10        3           6,0
  1/6   0,12           63       3.380       1,20           3,2         0,035        0,75          2,0        16        5           6,0
  1/4   0,18           63       3.400       1,70           3,5         0,053        0,85          2,0        25        7           6,5
  1/3   0,25           63       3.430       2,30           3,9         0,070        0,78          2,1        30        7           6,5
  1/2   0,37           71       3.410       3,00           3,6         0,105        0,60          1,9        35       10           7,0
  3/4   0,55           71       3.400       4,40           3,7         0,158        0,47          2,0        40       10           9,5
1800 rpm
 1/12   0,06           63       1.670       0,85           2,0         0,036        0,95          1,8        10        3        6,0
  1/8   0,09           63       1.650       1,00           2,0         0,054        0,82          1,8        16        5        6,5
  1/6   0,12           63       1.630       1,30           2,2         0,073        0,68          1,7        20        5        6,5
  1/4   0,18           63       1.640       1,90           2,1         0,110        0,65          1,7        25        7        6,5
  1/3   0,25           71       1.650       2,40           2,5         0,145        0,68          1,8        30        7        8,0
  1/2   0,37           71       1.610       3,40           2,4         0,222        0,58          1,6        35       10       10,5
  3/4   0,55           80       1.680       4,60           2,8         0,320        0,43          1,8        40       10       13,0

1
    Para obter a corrente em 110 V multiplicar por 2.




                                                                                                                      8

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

[Motores sincronos e assincronos]
[Motores sincronos e assincronos][Motores sincronos e assincronos]
[Motores sincronos e assincronos]
Daniel Santos
 
Motores de passo
Motores de passoMotores de passo
Motores de passo
Henrique Dória
 
Apostila maquinas eletricas_2
Apostila maquinas eletricas_2Apostila maquinas eletricas_2
Apostila maquinas eletricas_2
João Carlos Silva
 
32731 apost motores-de_inducao_cefetes
32731 apost motores-de_inducao_cefetes32731 apost motores-de_inducao_cefetes
32731 apost motores-de_inducao_cefetes
Sebastião Jorge Barroso de Souza
 
U09 instalacoes para motores eletricos
U09 instalacoes para motores eletricosU09 instalacoes para motores eletricos
U09 instalacoes para motores eletricos
\Renato costa
 
Maquinas eletricas
Maquinas eletricasMaquinas eletricas
Maquinas eletricas
Francisco Costa
 
motores e geradores
motores e geradoresmotores e geradores
motores e geradores
Gabriela Lopes
 
Máquinas síncronas
Máquinas síncronasMáquinas síncronas
Máquinas síncronas
eselco
 
22751145 conceitos-motor-de-passo
22751145 conceitos-motor-de-passo22751145 conceitos-motor-de-passo
22751145 conceitos-motor-de-passo
Edaplo
 
Apresentação de motores e servomecanismos slideshare
Apresentação de motores e servomecanismos slideshareApresentação de motores e servomecanismos slideshare
Apresentação de motores e servomecanismos slideshare
Watson Oliveira
 
Acionamentos Elétricos
Acionamentos ElétricosAcionamentos Elétricos
Acionamentos Elétricos
elliando dias
 
Maquinas assincronas
Maquinas assincronasMaquinas assincronas
Maquinas assincronas
Samuel R
 
Assincronas
AssincronasAssincronas
Assincronas
redesinforma
 
Single phase and special propose motors
Single phase and special propose motorsSingle phase and special propose motors
Single phase and special propose motors
Angelo Hafner
 
Motores de Indução - Parte 1
Motores de Indução - Parte 1Motores de Indução - Parte 1
Motores de Indução - Parte 1
guest9c114b
 
Manual motores ac manut
Manual motores ac   manutManual motores ac   manut
Manual motores ac manut
empregocampos2000
 
Acionamentos eletricos 2008 neemias
Acionamentos eletricos 2008 neemiasAcionamentos eletricos 2008 neemias
Acionamentos eletricos 2008 neemias
andydurdem
 
Motor sincrono especific_w
Motor sincrono especific_wMotor sincrono especific_w
Motor sincrono especific_w
DENIVALDO
 

Mais procurados (18)

[Motores sincronos e assincronos]
[Motores sincronos e assincronos][Motores sincronos e assincronos]
[Motores sincronos e assincronos]
 
Motores de passo
Motores de passoMotores de passo
Motores de passo
 
Apostila maquinas eletricas_2
Apostila maquinas eletricas_2Apostila maquinas eletricas_2
Apostila maquinas eletricas_2
 
32731 apost motores-de_inducao_cefetes
32731 apost motores-de_inducao_cefetes32731 apost motores-de_inducao_cefetes
32731 apost motores-de_inducao_cefetes
 
U09 instalacoes para motores eletricos
U09 instalacoes para motores eletricosU09 instalacoes para motores eletricos
U09 instalacoes para motores eletricos
 
Maquinas eletricas
Maquinas eletricasMaquinas eletricas
Maquinas eletricas
 
motores e geradores
motores e geradoresmotores e geradores
motores e geradores
 
Máquinas síncronas
Máquinas síncronasMáquinas síncronas
Máquinas síncronas
 
22751145 conceitos-motor-de-passo
22751145 conceitos-motor-de-passo22751145 conceitos-motor-de-passo
22751145 conceitos-motor-de-passo
 
Apresentação de motores e servomecanismos slideshare
Apresentação de motores e servomecanismos slideshareApresentação de motores e servomecanismos slideshare
Apresentação de motores e servomecanismos slideshare
 
Acionamentos Elétricos
Acionamentos ElétricosAcionamentos Elétricos
Acionamentos Elétricos
 
Maquinas assincronas
Maquinas assincronasMaquinas assincronas
Maquinas assincronas
 
Assincronas
AssincronasAssincronas
Assincronas
 
Single phase and special propose motors
Single phase and special propose motorsSingle phase and special propose motors
Single phase and special propose motors
 
Motores de Indução - Parte 1
Motores de Indução - Parte 1Motores de Indução - Parte 1
Motores de Indução - Parte 1
 
Manual motores ac manut
Manual motores ac   manutManual motores ac   manut
Manual motores ac manut
 
Acionamentos eletricos 2008 neemias
Acionamentos eletricos 2008 neemiasAcionamentos eletricos 2008 neemias
Acionamentos eletricos 2008 neemias
 
Motor sincrono especific_w
Motor sincrono especific_wMotor sincrono especific_w
Motor sincrono especific_w
 

Semelhante a Motor Mono

Relatório motores monofásicos
Relatório motores monofásicosRelatório motores monofásicos
Relatório motores monofásicos
Victor Said
 
Motores de Indução 2023.pptx
Motores de Indução 2023.pptxMotores de Indução 2023.pptx
Motores de Indução 2023.pptx
joelson37
 
Motores elétricos de ca
Motores elétricos de caMotores elétricos de ca
Motores elétricos de ca
Claudio Queiroz Nascimento
 
Modulo1 geradores ca 1 a 21_2007
Modulo1 geradores ca 1 a 21_2007Modulo1 geradores ca 1 a 21_2007
Modulo1 geradores ca 1 a 21_2007
DeyvidDacoregio
 
5ª aula pratica com inversor de frequencia
5ª aula pratica com inversor de frequencia5ª aula pratica com inversor de frequencia
5ª aula pratica com inversor de frequencia
AnaMacedoeletrical
 
Aula motores elétricos
Aula motores elétricosAula motores elétricos
Aula motores elétricos
Deyvide de Souza
 
Comandos elétricos
Comandos elétricosComandos elétricos
Comandos elétricos
Anderson Silva
 
Gerador Eólico
Gerador EólicoGerador Eólico
Gerador Eólico
Ricardo Akerman
 
gerador sincrono aula 1.pdf
gerador sincrono aula 1.pdfgerador sincrono aula 1.pdf
gerador sincrono aula 1.pdf
vasco74
 
motores trifasicos de ca
  motores trifasicos de ca  motores trifasicos de ca
motores trifasicos de ca
Renato Campos
 
Equipamento de transformação - Transformador de Força e de Instrumento. Equip...
Equipamento de transformação - Transformador de Força e de Instrumento. Equip...Equipamento de transformação - Transformador de Força e de Instrumento. Equip...
Equipamento de transformação - Transformador de Força e de Instrumento. Equip...
Rafael Silveira
 
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemiasApostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Lincoln Ribeiro
 
Apostila acionamentos eletricos
Apostila acionamentos eletricosApostila acionamentos eletricos
Apostila acionamentos eletricos
Paulo Martins
 
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemiasApostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Paulo Ricardo
 
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemiasApostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Helânia Rodrigues
 
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemiasApostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Fabio Kravetz
 
APOSTILA_DE_ACIONAMENTOS_ELETRICOS.pdf
APOSTILA_DE_ACIONAMENTOS_ELETRICOS.pdfAPOSTILA_DE_ACIONAMENTOS_ELETRICOS.pdf
APOSTILA_DE_ACIONAMENTOS_ELETRICOS.pdf
ssuser823aef
 
Acionamentos eletricos 2008 neemias
Acionamentos eletricos 2008 neemiasAcionamentos eletricos 2008 neemias
Acionamentos eletricos 2008 neemias
andydurdem
 
Apostila acionamentos eletricos 2016
Apostila acionamentos eletricos 2016Apostila acionamentos eletricos 2016
Apostila acionamentos eletricos 2016
reginaseliai
 
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemiasApostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Leonam Cordeiro
 

Semelhante a Motor Mono (20)

Relatório motores monofásicos
Relatório motores monofásicosRelatório motores monofásicos
Relatório motores monofásicos
 
Motores de Indução 2023.pptx
Motores de Indução 2023.pptxMotores de Indução 2023.pptx
Motores de Indução 2023.pptx
 
Motores elétricos de ca
Motores elétricos de caMotores elétricos de ca
Motores elétricos de ca
 
Modulo1 geradores ca 1 a 21_2007
Modulo1 geradores ca 1 a 21_2007Modulo1 geradores ca 1 a 21_2007
Modulo1 geradores ca 1 a 21_2007
 
5ª aula pratica com inversor de frequencia
5ª aula pratica com inversor de frequencia5ª aula pratica com inversor de frequencia
5ª aula pratica com inversor de frequencia
 
Aula motores elétricos
Aula motores elétricosAula motores elétricos
Aula motores elétricos
 
Comandos elétricos
Comandos elétricosComandos elétricos
Comandos elétricos
 
Gerador Eólico
Gerador EólicoGerador Eólico
Gerador Eólico
 
gerador sincrono aula 1.pdf
gerador sincrono aula 1.pdfgerador sincrono aula 1.pdf
gerador sincrono aula 1.pdf
 
motores trifasicos de ca
  motores trifasicos de ca  motores trifasicos de ca
motores trifasicos de ca
 
Equipamento de transformação - Transformador de Força e de Instrumento. Equip...
Equipamento de transformação - Transformador de Força e de Instrumento. Equip...Equipamento de transformação - Transformador de Força e de Instrumento. Equip...
Equipamento de transformação - Transformador de Força e de Instrumento. Equip...
 
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemiasApostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
 
Apostila acionamentos eletricos
Apostila acionamentos eletricosApostila acionamentos eletricos
Apostila acionamentos eletricos
 
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemiasApostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
 
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemiasApostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
 
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemiasApostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
 
APOSTILA_DE_ACIONAMENTOS_ELETRICOS.pdf
APOSTILA_DE_ACIONAMENTOS_ELETRICOS.pdfAPOSTILA_DE_ACIONAMENTOS_ELETRICOS.pdf
APOSTILA_DE_ACIONAMENTOS_ELETRICOS.pdf
 
Acionamentos eletricos 2008 neemias
Acionamentos eletricos 2008 neemiasAcionamentos eletricos 2008 neemias
Acionamentos eletricos 2008 neemias
 
Apostila acionamentos eletricos 2016
Apostila acionamentos eletricos 2016Apostila acionamentos eletricos 2016
Apostila acionamentos eletricos 2016
 
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemiasApostila acionamentos eletricos 2008_neemias
Apostila acionamentos eletricos 2008_neemias
 

Último

Segurança Digital Pessoal e Boas Práticas
Segurança Digital Pessoal e Boas PráticasSegurança Digital Pessoal e Boas Práticas
Segurança Digital Pessoal e Boas Práticas
Danilo Pinotti
 
Certificado Jornada Python Da Hashtag.pdf
Certificado Jornada Python Da Hashtag.pdfCertificado Jornada Python Da Hashtag.pdf
Certificado Jornada Python Da Hashtag.pdf
joaovmp3
 
TOO - TÉCNICAS DE ORIENTAÇÃO A OBJETOS aula 1.pdf
TOO - TÉCNICAS DE ORIENTAÇÃO A OBJETOS aula 1.pdfTOO - TÉCNICAS DE ORIENTAÇÃO A OBJETOS aula 1.pdf
TOO - TÉCNICAS DE ORIENTAÇÃO A OBJETOS aula 1.pdf
Momento da Informática
 
História da Rádio- 1936-1970 século XIX .2.pptx
História da Rádio- 1936-1970 século XIX   .2.pptxHistória da Rádio- 1936-1970 século XIX   .2.pptx
História da Rádio- 1936-1970 século XIX .2.pptx
TomasSousa7
 
Logica de Progamacao - Aula (1) (1).pptx
Logica de Progamacao - Aula (1) (1).pptxLogica de Progamacao - Aula (1) (1).pptx
Logica de Progamacao - Aula (1) (1).pptx
Momento da Informática
 
Manual-de-Credenciamento ANATER 2023.pdf
Manual-de-Credenciamento ANATER 2023.pdfManual-de-Credenciamento ANATER 2023.pdf
Manual-de-Credenciamento ANATER 2023.pdf
WELITONNOGUEIRA3
 
Escola Virtual - Fundação Bradesco - ITIL - Gabriel Faustino.pdf
Escola Virtual - Fundação Bradesco - ITIL - Gabriel Faustino.pdfEscola Virtual - Fundação Bradesco - ITIL - Gabriel Faustino.pdf
Escola Virtual - Fundação Bradesco - ITIL - Gabriel Faustino.pdf
Gabriel de Mattos Faustino
 
PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA DA PRÉ-HISTÓRIA À ERA CONTEMPORÂNEA E SUA EVOLU...
PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA DA PRÉ-HISTÓRIA À ERA CONTEMPORÂNEA E SUA EVOLU...PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA DA PRÉ-HISTÓRIA À ERA CONTEMPORÂNEA E SUA EVOLU...
PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA DA PRÉ-HISTÓRIA À ERA CONTEMPORÂNEA E SUA EVOLU...
Faga1939
 

Último (8)

Segurança Digital Pessoal e Boas Práticas
Segurança Digital Pessoal e Boas PráticasSegurança Digital Pessoal e Boas Práticas
Segurança Digital Pessoal e Boas Práticas
 
Certificado Jornada Python Da Hashtag.pdf
Certificado Jornada Python Da Hashtag.pdfCertificado Jornada Python Da Hashtag.pdf
Certificado Jornada Python Da Hashtag.pdf
 
TOO - TÉCNICAS DE ORIENTAÇÃO A OBJETOS aula 1.pdf
TOO - TÉCNICAS DE ORIENTAÇÃO A OBJETOS aula 1.pdfTOO - TÉCNICAS DE ORIENTAÇÃO A OBJETOS aula 1.pdf
TOO - TÉCNICAS DE ORIENTAÇÃO A OBJETOS aula 1.pdf
 
História da Rádio- 1936-1970 século XIX .2.pptx
História da Rádio- 1936-1970 século XIX   .2.pptxHistória da Rádio- 1936-1970 século XIX   .2.pptx
História da Rádio- 1936-1970 século XIX .2.pptx
 
Logica de Progamacao - Aula (1) (1).pptx
Logica de Progamacao - Aula (1) (1).pptxLogica de Progamacao - Aula (1) (1).pptx
Logica de Progamacao - Aula (1) (1).pptx
 
Manual-de-Credenciamento ANATER 2023.pdf
Manual-de-Credenciamento ANATER 2023.pdfManual-de-Credenciamento ANATER 2023.pdf
Manual-de-Credenciamento ANATER 2023.pdf
 
Escola Virtual - Fundação Bradesco - ITIL - Gabriel Faustino.pdf
Escola Virtual - Fundação Bradesco - ITIL - Gabriel Faustino.pdfEscola Virtual - Fundação Bradesco - ITIL - Gabriel Faustino.pdf
Escola Virtual - Fundação Bradesco - ITIL - Gabriel Faustino.pdf
 
PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA DA PRÉ-HISTÓRIA À ERA CONTEMPORÂNEA E SUA EVOLU...
PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA DA PRÉ-HISTÓRIA À ERA CONTEMPORÂNEA E SUA EVOLU...PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA DA PRÉ-HISTÓRIA À ERA CONTEMPORÂNEA E SUA EVOLU...
PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA DA PRÉ-HISTÓRIA À ERA CONTEMPORÂNEA E SUA EVOLU...
 

Motor Mono

  • 1. MÁQUINAS E TRANSFORMADORES ELÉTRICOS Prof. Eurico G. de Castro Neves MOTORES DE INDUÇÃO MONOFÁSICOS 1. CARACTERIZAÇÃO. COMPARAÇÃO COM MOTORES TRIFÁSICOS. Construtivamente, os motores monofásicos são semelhantes aos trifásicos, já estudados anteriormente, com a diferença de possuírem um único enrolamento de fase. Sua grande vantagem é a de poderem ser ligados à tensão de fase das redes elétricas, normalmente disponíveis em residências e pequenas propriedades rurais - ao contrário do que sucede com as redes trifásicas. Em contrapartida, possuem o inconveniente de serem incapazes de partir sem a ajuda de um circuito auxiliar, o que não ocorre com os motores trifásicos. Em uma comparação com motores trifásicos, os monofásicos apresentam muitas desvantagens: • apresentam maiores volume e peso para potências e velocidades iguais (em média 4 vezes); em razão disto, seu custo é também mais elevado que os de motores trifásicos de mesma potência e velocidade; • necessitam de manutenção mais apurada devido ao circuito de partida e seus acessórios; • apresentam rendimento e fator de potência menores para a mesma potência (V. TAB. 1); em função disso apresentam maior consumo de energia (em média 20% a mais); • possuem menor conjugado de partida; • são difíceis de encontrar no comércio para potências mais elevadas (acima de 10 cv). TABELA 1 - Comparação entre rendimento (η) e fator de potência (cos ϕ) de motores mono e trifásicos para a mesma faixa de potência. Faixa de η cos ϕ potências (cv) Monofásico Trifásico Monofásico Trifásico 1/6 - 1,0 0,50 - 0,65 0,59 - 0,74 0,50 - 0,65 0,58 - 0,70 1,5 - 10,0 0,67 - 0,76 0,74 - 0,78 0,68 - 0,80 0,75 - 0,85 11,0 - 25,0 0,76 - 0,80 0,78 - 0,89 0,80 - 0,83 0,85 - 0,86 FONTE: O motor elétrico rural - Companhia Energética de São Paulo, 1980 2. PARTIDA DE MOTORES MONOFÁSICOS. Motores monofásicos não podem partir sozinhos porque não conseguem formar o campo girante, como fazem os motores trifásicos. A Fig. 1 mostra a formação do campo magnético devido a uma só fase. Como se vê, este campo é pulsante, tendo sempre a mesma direção e não permitindo a indução de correntes significativas nos enrolamentos rotóricos. 1
  • 2. MÁQUINAS E TRANSFORMADORES ELÉTRICOS Prof. Eurico G. de Castro Neves B Bp t 0 -Bp FIGURA 1 - Campo magnético pulsante B gerado por alimentação monofásica. Porém, se de alguma forma se puder conseguir um segundo campo com defasagem de 90° em relação à alimentação, se terá um sistema bifásico, com a conseqüente formação de um campo girante capaz de promover a partida, como mostra a Fig. 2. Existem várias maneiras de proporcionar esta defasagem. Cada uma delas corresponde a um determinado tipo de motor monofásico, como se verá na próxima seção. B Fase 1 Fase 2 Bp t 0 Bp Campo devido à Fase 1 Campo devido à Fase 2 Campo resultante FIGURA 2 - Campo magnético girante B formado por alimentação bifásica 2
  • 3. MÁQUINAS E TRANSFORMADORES ELÉTRICOS Prof. Eurico G. de Castro Neves É importante salientar que após atingir certa velocidade (entre 65 - 80% de sua velocidade síncrona), o motor pode continuar trabalhando com uma só fase. Isto quer dizer que, após acelerado, o circuito auxiliar de partida pode ser "desligado" sem que o motor pare. 3. PRINCIPAIS TIPOS DE MOTORES DE INDUÇÃO MONOFÁSICOS • Motor de Fase Dividida Possui um enrolamento auxiliar espacialmente defasado de 90° em relação ao enrolamento principal. Quando é atingida uma determinada rotação, este enrolamento auxiliar é desconectado do circuito do motor por intermédio de uma chave centrífuga. Já que é dimensionado para atuar somente durante a partida, se não for desconectado acabará por queimar. Na prática, o ângulo de defasagem entre os campos nos dois enrolamentos (principal e auxiliar) é bem menor que 90°, o que resulta em conjugado de partida igual ou pouco superior ao nominal. Por isso esse tipo de motor é usado para cargas de pequena potência e conjugados de partida moderados (por exemplo: ventiladores, exaustores, bombas centrífugas, etc.). %C 300 Fase auxiliar 200 principal Fase ROTOR 100 Desconexão da fase auxiliar % ns 0 20 40 60 80 100 Chave centrífuga FIGURA 3 - Circuito equivalente e característica conjugado × velocidade de um motor de fase dividida • Motor com Capacitor de Partida O que diferencia este motor do de fase dividida é a inclusão de um capacitor em série com a fase auxiliar, o que permite a obtenção de ângulos de defasagem bem maiores e, consequentemente, conjugados de partida bem mais elevados (entre 200 e 350% do conjugado nominal). O circuito do enrolamento auxiliar também é desligado através de chave centrífuga quando o motor atinge entre 75 e 80% da rotação síncrona. É fabricado na faixa de potências de 1/4 a 15 cv e é usado numa grande variedade de aplicações. 3
  • 4. MÁQUINAS E TRANSFORMADORES ELÉTRICOS Prof. Eurico G. de Castro Neves %C Fase auxiliar 300 200 principal Fase ROTOR Capacitor de partida Desconexão da 100 fase auxiliar Chave % ns centrífuga 0 20 40 60 80 100 FIGURA 4 - Circuito equivalente e curva conjugado × rotação de um motor com capacitor de partida. • Motor com Capacitor Permanente Neste tipo de motor, o enrolamento auxiliar e seu capacitor em série ficam permanentemente conectados, não sendo necessária a chave centrífuga. Isto é bom porquê a ausência de partes móveis facilita a manutenção. O conjugado máximo, o rendimento e o fator de potência desses motores são melhores que os de outros tipos, aproximando-se aos valores obtidos em motores trifásicos. Em contrapartida, seu conjugado de partida é menor que o dos motores de fase dividida (entre 50% e 100% do conjugado nominal), limitando sua utilização a equipamentos como pequenas serras, furadeiras, condicionadores de ar e máquinas de escritório. São fabricados normalmente para potências entre 1/5 a 1,5 cv. %C Fase auxiliar 300 200 principal Fase ROTOR Capacitor permanente 100 % ns 0 20 40 60 80 100 FIGURA 5 - Circuito equivalente e curva conjugado × rotação de um motor com capacitor permanente • Motor com Dois Capacitores É uma "mistura" dos 2 anteriores: possui um capacitor de partida, desligado através de chave centrífuga quando o motor atinge cerca de 80% de sua rotação síncrona, e um outro que se encontra permanente mente ligado. Com isso, possui todas as vantagens daqueles motores: alto conjugado de partida, alta eficiência e fator de potência elevado. 4
  • 5. MÁQUINAS E TRANSFORMADORES ELÉTRICOS Prof. Eurico G. de Castro Neves No entanto seu custo é elevado e só é fabricado para potências superiores a 1 cv. Fase auxiliar permanente principal Desconexão do Capacitor Capacitor capacitor de partida Fase ROTOR de partida Chave centrífuga FIGURA 6 - Circuito equivalente e curva conjugado × rotação de um motor com dois capacitores • Motor de Campo Distorcido Também chamado de motor de pólos sombreados, este motor consegue criar um campo girante através de modificações feitas em seus pólos, o que pode ser feito de várias maneiras, caracterizando 3 tipos de motores: • pólos salientes • "esqueleto" • de enrolamentos distribuídos Um dos mais comuns é o de pólos salientes (figura abaixo), onde uma parte da cada pólos (entre 25% e 35%) é abraçada por uma espira de cobre em curto-circuito. O fluxo magnético produzido nesta espira fica atrasado em relação ao fluxo da parte não abraçada pela mesma, resultando num campo girante que sempre se move na direção da parte não abraçada para a parte abraçada do pólo. % Cn pólo sombreado 100 espira de cobre pólo rotor % ns 20 400 60 80 100 FIGURA 7 - Vista esquematizada e curva conjugado × rotação de um motor de campo distorcido com pólos salientes. 5
  • 6. MÁQUINAS E TRANSFORMADORES ELÉTRICOS Prof. Eurico G. de Castro Neves Estes motores apresentam um único sentido de rotação. A maneira mais prática de obter-se rotação no sentido oposto é mudar a posição da ponta do eixo em relação ao estator; outros métodos são possíveis, porém muito onerosos. Devido ao seu método de partida, é o motor mais simples, confiável e econômico. Porém, seu conjugado de partida é bastante baixo (15% a 50% do Cnom) e apresenta fator de potência e rendimento baixos. Por este motivo é fabricado para pequenas potências (tipicamente de alguns milésimos de cv até 1/4 cv), podendo ser usado em processos de movimentação de ar (ventiladores, exaustores, secadores de roupa e de cabelo), pequenas bombas, compressores, projetores de slides, toca-discos e outros eletrodomésticos. 4. LIGAÇÃO DE MOTORES MONOFÁSICOS À REDE DE ALIMENTAÇÃO Assim como os motores trifásicos, os monofásicos são projetados para trabalhar em duas tensões distintas, como 110-220 V ou 220-440 V. Para isso, o enrolamento principal é dividido em duas partes (enrolamentos 1 - 3 e 2 - 4), como mostra a Fig. 8(a)1 e uma terceira parte corresponde ao circuito auxiliar de partida (que, nesta figura é do tipo capacitor de partida), o enrolamento 5 - 6; na Fig. 8(b) se mostra a caixa de terminais do motor, com os bornes à vista. 1 2 5 Chave centrífuga Capacitor de partida 3 4 6 Enrolamento Enrolamento (a) principal auxiliar (b) FIGURA 8 - Enrolamentos de um motor monofásico (com capacitor de partida): (a) diagrama esquemático; (b) caixa de terminais. As ligações devem ser feitas de tal forma que a tensão nos enrolamentos seja sempre a mais baixa entre aquelas especificadas na placa do motor. Admite-se certa flexibilidade nesta tensão: por exemplo, os enrolamentos podem trabalhar na faixa de 110 a 127 V sem problemas. 1 Observe-se que nem todos os fabricantes identificam os terminais de seus motores da mesma forma. A numeração que aparece na Fig. 8 e nas subseqüentes corresponde a um determinado fabricante e será usada ao longo deste texto. 6
  • 7. MÁQUINAS E TRANSFORMADORES ELÉTRICOS Prof. Eurico G. de Castro Neves Exemplo 1 - Fazer o diagrama de ligações de um motor de indução monofásico de 110-220 se o mesmo deve ser ligado a rede de: (a) 220/127 V; (b) 380/220 V. Solução: A tensão em cada enrolamento deverá ser 110 V (ou 127, o que dá na mesma). (a) Como a fase é 127 V, os enrolamentos são ligados em paralelo, como mostra a Fig. 9(a). (b) Neste caso, as duas partes do enrolamento principal são ligadas em série e o enrolamento auxiliar é ligado em paralelo com uma dessas duas metades, conforme se vê na Fig. 9(b). FIGURA 9 - Conexões de um motor monofásico de 110-220 V: (a) em paralelo, para rede de 220/127 V; (b) em série, para rede de 380/220 V. Como se pode observar pelos esquemas da Fig. 9, o circuito auxiliar a chave centrífuga desconecta quando o motor quando este estiver convenientemente acelerado. 7
  • 8. MÁQUINAS E TRANSFORMADORES ELÉTRICOS Prof. Eurico G. de Castro Neves MOTORES DE INDUÇÃO MONOFÁSICOS Características Típicas - 60 Hz (Fonte: Catálogo 121.04.0586.P - WEG Motores S. A.) • TIPO CAPACITOR DE PARTIDA Rotor gaiola Proteçã IP54 Isolamento classe B (130oC) Tensão: 115/230V, 120V ou 220V POTÊNCIA CORENTE CORRENTE CONJUGADO CARCAÇA CONJUGADO CONJUGADO FATOR PESO NOMINAL DE NOMINAL ABNT rpm DE PARTIDA MÁXIMO DE APROX. cv kW EM 220 V PARTIDA Cn IEC Cp/Cn C máx/C n SERVIÇO kg In (A)1 I P/I n (kgf/m) 3600 rpm 1/8 0,09 63 3.480 1,6 5,2 0,026 2,80 2,80 1,35 7,5 1/6 0,12 63 3.480 2,0 5,2 0,035 2,70 2,80 1,35 8,0 1/4 0,18 63 3.500 2,6 5,5 0,052 2,60 2,70 1,35 8,0 1/3 0,25 63 3.500 3,2 5,6 0,070 2,50 2,70 1,25 8,5 1/2 0,37 71 3.510 4,0 5,6 0,104 2,30 2,60 1,15 11,5 3/4 0,55 80 3.510 5,5 5,7 0,156 2,30 2,70 1,25 16,0 1,0 0,75 80 3.500 6,6 6,8 0,208 2,20 2,80 1,25 17,0 1800 rpm 1/8 0,09 63 1.725 1,8 4,2 0,052 2,50 2,20 1,35 8,0 1/6 0,12 63 1.725 2,2 4,2 0,070 2,50 2,00 1,25 8,5 1/4 0,18 71 1.730 3,0 4,0 0,105 2,80 2,10 1,25 11,5 1/3 0,25 71 1.725 3,5 4,0 0,140 2,30 2,10 1,15 12,5 1/2 0,37 80 1.725 4,5 5,2 0,208 2,30 2,20 1,15 17,0 3/4 0,55 80 1.725 6,0 5,5 0,310 2,30 2,40 1,15 18,0 • TIPO CAPACITOR PERMANENTE Rotor gaiola Proteçã IP54 Isolamento classe B (130oC) Tensão: 120V ou 220V POTÊNCIA CORENTE CORRENTE CONJUGADO CAPACITOR CARCAÇA CONJUGADO CONJUGADO PERMANENTE PESO NOMINAL DE NOMINAL ABNT rpm DE PARTIDA MÁXIMO (µf) APROX. cv kW EM 220 V PARTIDA Cn IEC Cp/Cn C máx/C n kg In (A)1 I P/I n (kgf/m) 120V 220 V 3600 rpm 1/8 0,09 63 3.400 1,00 3,0 0,026 0,77 2,2 10 3 6,0 1/6 0,12 63 3.380 1,20 3,2 0,035 0,75 2,0 16 5 6,0 1/4 0,18 63 3.400 1,70 3,5 0,053 0,85 2,0 25 7 6,5 1/3 0,25 63 3.430 2,30 3,9 0,070 0,78 2,1 30 7 6,5 1/2 0,37 71 3.410 3,00 3,6 0,105 0,60 1,9 35 10 7,0 3/4 0,55 71 3.400 4,40 3,7 0,158 0,47 2,0 40 10 9,5 1800 rpm 1/12 0,06 63 1.670 0,85 2,0 0,036 0,95 1,8 10 3 6,0 1/8 0,09 63 1.650 1,00 2,0 0,054 0,82 1,8 16 5 6,5 1/6 0,12 63 1.630 1,30 2,2 0,073 0,68 1,7 20 5 6,5 1/4 0,18 63 1.640 1,90 2,1 0,110 0,65 1,7 25 7 6,5 1/3 0,25 71 1.650 2,40 2,5 0,145 0,68 1,8 30 7 8,0 1/2 0,37 71 1.610 3,40 2,4 0,222 0,58 1,6 35 10 10,5 3/4 0,55 80 1.680 4,60 2,8 0,320 0,43 1,8 40 10 13,0 1 Para obter a corrente em 110 V multiplicar por 2. 8