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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
MEMORIAL REFLEXIVO SOBRE A FORMAÇÃO ESCOLAR
Mariana - MG
Novembro de 2018
Rômulo Márcio Ferreira
31
"A meus pais, por abraçarem juntamente comigo o curso
universitário e o curso da vida,
À minha companheira Flávia pelas horas de dedicação e espera,
Às minhas colegas de classe. Pessoas a quem aprendi a respeitar e
valorizar a cada dia durante o curso,
Aos professores do curso que foram pacientes e perseverantes ao
ensinar “o pulo do gato” da prática pedagógica.
agradecimentos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
MEMORIAL REFLEXIVO SOBRE A FORMAÇÃO ESCOLAR
Mariana - MG
Novembro de 2018
Rômulo Márcio Ferreira
‘‘Memorial apresentado ao curso de Pedagogia da
Universidade Federal de Ouro Preto, MG, campus Mariana
ICHS, como um dos pré-requisitos para conclusão de semestre
letivo de graduação em Pedagogia.’’
30
considerações finais
29
Escrever este memorial foi uma ida ao passado, para que de
forma crítica meu futuro pudesse também ser analisado. Como diz
Paulo Freire (1996, p. 44) “mas escrever, registrar, refletir não é
fácil...dá muito medo, provoca dores e até pesadelos. A escrita
compromete. Obriga o distanciamento do produtor com o seu produto.
Rompe a anestesia do cotidiano alienante”.
Através desse memorial, podemos compreender de forma
clara a importância do saber, de forma que as práticas humanas
educacionais em nós investidas no passado, refletem em nós, hoje
em dia um saber.
Este saber que adquiri deu-me as ferramentas necessárias
para que a análise do meu processo educacional fosse menos
carregada de um olhar romântico e tivesse um tom mais crítico/técnico
de entender o contexto ao qual estou inserido e assim trabalhar dentro
dele para construir novos espaços e espalhar o saber que tive o
privilégio de receber, bem como repassar e os novos; os que agora
comporão quem eu serei como educador, como ser social dentro de
uma sociedade carente de saberes práticos e não comercializáveis.
“A verdadeira viagem da descoberta não é achar novas terras,
mas ver o território com novos olhos”.
Marcel Proust
apresentação
presente memorial condensa de maneira amadora
Ouma longa jornada de estudos, dedicação e amor ao
ato de aprender, amor esse que nasce e se recria a
cada dia em ambas partes afetadas (aluno e professor) durante todo
o processo educacional deste que vos fala (ops, escreve), mostra a
verdade que existe no amor ao ato de desaprender para depois
aprenderdenovo.
O presente memorial é uma forma de me presentear sob uma
análise ainda que imatura – pois, acredito que todo primeiro grande
trabalho acaba pecando pela falta de experiência e destreza ao
trabalhar dentro dos limites e da necessidade de determinada
ocasião, enfim, é uma forma de me presentear com memorias de
minha educação infantil, passando pelo estudos primários,
relembrando os estudos fundamentais e as aventuras do ensino
médioeculminando comaentradanavidauniversitária.
Embora convencionou-se em algum lugar na história que
sempre teremos tempo o suficiente para reviver nossas memórias,
escrever sobre elas se torna um fardo difícil e ao mesmo tempo
carregavel. Nossa história educacional é atravessada por diversos
fatores que se conectam entre si formando novas histórias, e assim
vamos de lembrança em lembrança, através desse memorial,
revivendo cada instante importante e decisivo dessa caminhada,
vamos sentindo o cheiro de cada livro que por nossa mão passou,
sentindo de novo a aspereza de cada toco de giz, relembrando a
esperadecadasirenederecreiotocada...
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
ANDRADE Carlos Drummond de, 1930, Alguma Poesia,
Página 23
Foto 01- Diploma de conclusão do pré-primário (1989) diploma
esse que fora entregue numa cerimônia linda na Casa da Ópera (Ouro Preto).
Foto 02 - Desenho feito a mão livre quando estudava na 3ª série.
Página 24
Foto 03 - Meu primeiro poema transcrito.
Foto 04 - Um desenho a mão livre. ambos feitos no caderno usado nos ensinos
da 3ª série, na disciplina Educação Artística (uma das matérias que mais me
brilhava aos olhos)
Página 25
Foto 05 - Foto oficial da turma de formandos na 8ª série.
Foto 06 - Convite de formatura,
Foto 07 - Convite de formatura com datas.
Página 26
Foto 08 - Caderneta de presença (capa)
Foto 09 - Caderneta de presença (interior),
Foto 10 - Caderneta de presença com notas (centro).
Página 27
Foto 11 - Capa do Manuel do Aluno ETFOP - 1999
Foto 12 - Foto do interior do manual, reunião de apresentação do campus
Fotos: Acervo pessoal.
528
dados das imagens
As lembranças tomam conta de tudo nesse momento, nos
fazem rever pontos de vista, nos fazem querer ser como aqueles
professores que com maior parcela de carinho nos lembramos, e nos
faz querer mudar a forma como os professores que não gostamos
tantoatuaramemnossavidaescolar.
Esse ato de lembrar as origens educacionais é um passo
importante na avenida que pretendemos seguir, onde um de nossos
destinos finais se encontra dentro de uma sala de aula, na esperança
de que num futuro próximo, alguma outra criança tenha um momento
como esse, onde o conforto da memória faz uma bela cama para que
os sonhos setornemreais.
Espero que esse memorial consiga alcançar a precisão dada
por alguns de meus passos nas escolas por onde andei, que esse
memorial consiga acordar um ‘‘eu criança’’ meio adormecido pelos
anos rudes e corridos. Que esse memorial consiga seu objetivo
alcançar, que no fundo no fundo é nos fazer lembrar que somos
sempreaindaumacriançaemeternadescobertaperanteavida.
E que as palavras aqui ditas tenham a força de todas as coisas
que acreditamos, a palavra carrega uma força incrível, ela vai como
que despertando umas as outras e assim a frase se forma, assim o texto
se cria, assim a memória se revive, alí, bem na nossa frente. É quase
como mágica, é quase como ser o dono do tempo dentro de nossa
memória.
Mas o tempo não perdoa, come algumas ‘‘coisas’’ não ditas
nesse memorial, sem piedade do futuro, ele passa... Ahhhh o tempo,
senhor que vez ou outra desbota as imagens vividas nesse memorial;
senhorimplacávelesemlimiteoutroquenão o fimdetudo.
276
foto 11
foto 12
sumário
1. Apresentação ..................................................................
2. Minha infância e as experiências na educação
infantil ..............
3. Minha pós infância e as novas experiências
educacionais .................
4. Imagens .........................................................................
5. Sobre as imagens ...........................................................
6. Considerações finais ......................................................
7. Agradecimentos .............................................................
5
11
14
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foto 08
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‘‘A vocês eu deixo o sono
o sonho não,
esse eu mesmo carrego
Paulo Leminski’’
24
foto 03
foto 04
23
1122
Fiz alguns cursos livres de formação de professores, cursos voltados
para o lado mais humano e experimental da profissão docente. E por não
possuir formação acadêmica comecei a perder trabalhos e também a perder as
vagas já adquiridas anteriormente. Aproveitei alguns fatores pessoais, somei
ao aumento brusco da violência e do custo de vida na capital carioca e decidi
retornar a minha terra natal, voltei a morar temporariamente com meus pais e
tentarauniversidadeaquiemMinas Gerais.
E essa tentativa deu certo logo na primeira tentativa, em setembro de
2018 com a ajuda do ENEM, passei para o curso que pretendia fazer,
Pedagogia, com isso pretendo suprir essa base mais acadêmica que tanto me
falta e melhorar a forma como administro o que ensino as crianças, de forma a
manter meus anteriores modos livres de conceber uma educação mais humana
esemfreios.
Desde minha volta a Minas Gerais, venho trabalhando com Fanzines
e mídia independente dentro de algumas escolas e instituições de ensino na
região.Aversatilidade do Fanzine me permite abordar temas variados dentro
do estipulado pelas escolas aos estudantes, bem como incentivar a conexão
entre matérias estudadas, incentivando dessa forma a pesquisa dentro e fora
das salas de aula, minha experiência mais recente pode ser conferida na
parceria feita com a Fundação de Arte de Ouro Preto, onde uma vez ao mês
levamos um pouco de arte as crianças das escolas da rede municipal de Ouro
Preto,deformagratuita.
Chamo-me Rômulo, tenho 35 de idade e acredito que minha infância
fora um episódio bem especial minha vida, eu tive um baita quintal para
brincar e aprender coisas da terra, aprendi desde cedo a cuidar de plantas, a
plantar algumas coisas, mas o aprendizado fora dado de maneira mais linda e
especial, fora ofertado com o exemplo, nunca fui obrigado a fazer nada lá, mas
acabava fazendo por gostar de ver a evolução e a surpresa que cada planta
podia conter, eu achava que isso era magia, e com isso “eu queria ser quando
crescesse”algumacoisarelacionadacomisso, maseunemsabiaoquequeria.
Minha mãe saia para trabalhar desde que eu era criança pequena, e
com isso convivi mais com a minha Avó, até os meus seis ou sete anos, ano
esse emqueentreiparaaescolaeanoessetambémqueelaveioafalecer.
Mas mesmo com pouco tempo juntos, ela deu conta de influenciar muito no
queeusou hoje(segundo aminhamãediz...).
Não posso nunca me esquecer de que fora ela que me apresentou as letras, me
apresentou de forma simples, um pedaço de piçarra e o chão, ela desenhava
algumas letras e eu repetia.Aos poucos fui aprendendo bem superficialmente
as vogaisealgumasconsoantes.
Não frequentei jardim, creche ou outro tipo de educação infantil além do pré-
primário, entrei direto para a escola de ensino fundamental (Escola Estadual
Marília de Dirceu) em 1989, um pouco atrasado na turma (entrei com sete
anos), devido a minha insistência em não querer me separar de minha mãe, e
também porque havia acabado de perder minha avó e, provavelmente, isso
deve ter me posto algum medo na cabeça, e não queria ficar lá, sem minha mãe
por perto.
Enfim, minha mãe conseguiu me levar à escola, não sei qual
argumento usou, maseufui...
1.
Minha infância
e as experiências na educação infantil
1
2112
E quando cheguei lá, me lembro da professora, Dona Mirlena.
Professora severa e que tinha a cara mais fechada do mundo. Lembro-me que
havia, numa das paredes, uma colagem bem grande com os três porquinhos e
o lobomau.
Até aí estava tudo caminhando bem, eu estava na sala com meus
novos amigos e amigas de classe, e minha mãe estava do lado de fora da sala
explicando algo para a professora (provavelmente sobre trabalho que eu daria
sobre nãoquererficarnaaula).
Quando havia acabado a curiosidade do olhar pela primeira vez a sala
e as pessoas lá, eu fui olhar pra ver se minha mãe estava lá do lado de fora, e
para minha surpresa, ela estava indo embora. Nessa hora eu fiquei
desesperado, queria sair daquela sala e ir embora com ela de qualquer modo, a
sala era no segundo andar de um prédio antigo, baixo, porém perigoso para
uma criança de seis ou sete anos, e eu nem ligando para o braço quebrado que
poderia ter, saí escalando a janela em busca do salto que me colocaria em
casa,enoabrigodos braçosdeminhamãe.
Não deu certo, acabei ficando por 8 anos naquela maravilhosa escola.
Só um detalhe, no dia seguinte quando cheguei (forçado) com minha mãe na
escola já haviam providenciado um cadeado e a janela só foi aberta após umas
semanas.
Gostava do cheiro dos lápis de colorir, dos desenhos, das atividades
que envolviam cores e traços. Eu confesso que não gostava muito da
professora Mirlena, ela era muito severa com os alunos, mas eu vejo hoje que
isso era da personalidade dela, e ela nunca fez mal a nenhum aluno, pelo
contrário, foi ela que despertou em mim a vontade de ficar na escola. Hoje, a
história poderia ser diferente se ela não tivesse investido o tempo fora de
escoladelaemarrumarumcadeadoetrancarajanela.
No geral, acho que gostava mais da escola do que desgostava. Eu só tinha
problemas de me sociabilizar com o resto das pessoas, eu sempre fui muito
tímido.
Lembro-me pouco das atividades de um modo geral, eram coisas bem
simples que nós fazíamos, havia vários joguinhos de cores, tudo guardado em
um armário que podíamos pegar e usar na aula, nós pintávamos muito
também, e completávamos aquelas letras pontilhadas. Havia a hora em que a
professora sempre lia uma história também. Nós nos sentávamos em roda e
professora Mirlena sempre lia a história. Quando eu entrei na escola, a
professora eos alunosestavamlendoahistóriados trêsporquinhos.
Não tive muitos professores diferentes, após o pré-primário foi que
começouamudançadeprofessores acadaano.Mas tiveprofessoras bem
Outro professor que me ajudou demais nesse processo da arte em
minha vida foi oAroldo, amigo até os dias de hoje. Foi outro que sempre doou
sua cotadecópiasparameusprojetosesonhos depoesia.
Um professor com o qual nunca consegui me dar bem, no âmbito da
matéria, foi o Professor Caio, de física. Meu deus, toda prova dele eu tirava
zero, ele me reprovou duas vezes, cheguei ao terceiro ano do ensino médio
devendo a ele a matéria, Conseguia desenvolver bem em todas as outras
matérias do terceiro ano do ensino médio, as matérias onde encontrei maior
dificuldade no terceiro ano foram matemática, química e claro, física... Fui
reprovado dias vezes seguidas no terceiro ano por conta dessas matérias, e
com o boom dos supletivos na época eu acabei largando o estudo e me
dedicandoatrabalhar.
Acabei dando um tempo nos estudos e fui trabalhar com um conhecido
de minha família numa loja de eletrônicos. Fiquei trabalhando lá por alguns
anos. Aprendi muito no ambiente onde só havia adultos. Criei nesse período
umgosto quecarregoatéhojepelocafé.
Nessa época também havia aprendido superficialmente sobre “auto
didatismo” e passei a estudar por conta própria em casa várias coisas
pertinentesaomomento.
Isso se estendeu até o final de 2005, quando decidi voltar a estudar em
uma instituição de ensino normal, no caso a UFOP. Fiz o vestibular para
história, acho que foi uma das últimas provas no molde antigo de ingresso as
universidades que eu tenho notícia. Havia conseguido uma nota boa, daria
para fazer de história, porém fui morar fora do Brasil por seis meses em busca
de viver de arte. Acabei ficando mais alguns meses no Chile. Lá só foi
aumentando o meu gosto pela arte e pela busca alternativa de conhecimento,
nessa fasedavidajáestavacomuns 23 anos, euqueriaencontrarumaformade
encaixar educação prática nas coisas que eu estava produzindo, eu produzia
xilogravuras, quadros, escrevia para dois jornais de Ouro Preto, já havia
escrito um livro de poesias, e ilustrado alguns trabalhos de outros amigos. E
tinha dentro de mim muita vontade de passar adiante o que havia aprendido até
então, sempre ganhei mais conhecimento repassando o que eu tinha a outras
pessoas, gostava demais de citar uma frase “ensinar algo a alguém é aprender
denovo”.Estavaenfimvivendodeminhaarteevivendoparaela.
Em 2007 me mudei para o Rio de Janeiro, onde vi meus três filhos
nascerem, e lá consegui integrar melhor a coisa da arte com educação nas
escolas por onde passei, dei aulas em escolas particulares e públicas de arte-
educação,comtemáticafocadanos estudos deliteraturaeportuguês.
1320
legais e que ainda encontro com elas pelas ruas, pois todos moravam bem
pertodaescolaeas professoras conheciamminhafamíliadesdemuitoantes.
Tive a professora Lúcia, que sempre nos incentivou a escrever nossas
histórias e foi com ela que conheci poesia. Tive a Professora Dilvan, que era
muito educada, falava tão baixo e acho que ela nunca se exaltou em sala de
aula, essa foi minha professora na terceira série, ela pegou um pouco no meu
pé por conta da minha letra feia na época.Após as aulas dela, eu tinha que ficar
sempre um pouco mais para exercitar a escrita, com ela conheci aqueles
cadernos de caligrafia. Depois disso entrei para o ensino que eu sempre achei o
maislegal...Aquartasérie...
Agora, dos colegas e das colegas de escola lembro-me, de alguns em
especial. Quando entrei para a escola e não queria ficar na sala de aula, havia
um menino, que era um dos mais efusivos na sala, e ele ficou me mostrando
tudo lá... Falava e falava demais, até hoje ele é meu amigo, fomos amigos a
infância toda, mesmo não estudando mais em mesmas salas depois. Ele se
chamaSamuel.
Tinha mais gente... Tinha a Carina (menina que um dia fui pego
copiandoumpoemapraentregarparaela).
A passagem da educação infantil (meu pré-primário) para o ensino
fundamental (primeira a terceira série) parece que foi mais tranquila. A
professora nos preparou bem para isso, já fomos para a série seguinte com boa
noção de escrita. Eu me sentia uma pessoa maior, almejava estudar na quinta
série, formar e entrar para a Escola Técnica (atual IFMG) e depois para a
universidade,seguiros passos depessoas maisvelhasqueeufuitendonotícia.
A novidade a cada ano novo me dava alegria, e eu gostava de estudar,
gostava de entender o funcionamento das letras, das frases... Eu aprendi a ler
fácil. Escrever que eu demorei mais, por conta mais da letra feia, e de pouco
entendimentoqueos professores viamnela.
No geral, esses poucos anos que esse trabalho me fez recordar agora,
valeram a pena demais. Termino aqui doido pra sair buscando os amigos da
época e ver como eles estão, todos; todas. Entrar em contato com todas as
professoras e lhes abraçar por terem se dedicado tanto a nós, numa época tão
nova para elas também. No ano de 1989 ainda se via os reflexos de mais de 20
anos de um período ditatorial no Brasil. Imagina como não estava a cabeça
dessas professoras novas, em idade. E a cabeça das professoras já velhas em
idade...
corretamente. Porem só poderia concretizar a mudança se alguém do turno da
manhã ou da tarde manifestasse o mesmo desejo, e conversando com uns
amigos, a solução veio.Troquei de turno com um amigo do amigo do amigo de
fulanodetal.
Fui estudar a tarde. Estudava no mesmo turno que um grande amigo na
época, o Leonardo, a gente se conheci desde os tempos de 8ª série e
morávamos quase que na mesma rua.Agente passou a fazer quase tudo junto,
parecíamos irmãos. Ele jogava mais futebol e isso acabou por refletir em um
retorno meu ao esporte. Jogávamos bola quase todo dia numa das três quadras
queaETFOPdisponibilizavaaos alunos.Aquelelugareraumamaravilha.
Aliberdade de ensino aliada a liberdade de circulação na parte interna
da instituição, nos favorecia matar aula, mas a gente nem precisa matar aula, a
alegria de estar na escola e de participar de algo grande era enorme que a
preguiça logo passava e nem notávamos, mas já estávamos todos envolvidos
como sentimentodeunidadequeas escolasfornecemaosalunos.
As matérias que eu mais gostei no ensino médio foram história e
química e física. Me lembro do laboratório onde Seu Juca dava as aulas, do
Júlio, que hoje é o coordenador do departamento de física do IFMG. O
primeiro ano correu bem, as matérias eram facilmente assimiladas por todos
nós do primeiro ano, embora tudo fosse novo, a forma de ensino nos atraía,
muita gente aprendeu a amar seus professores ali naqueles prédios quentes e
com telhado de zinco. Tive uns professores geniais, como a de geografia que
se chamava Florentina (Tina, para os alunos) ela era linda, jovem, de esquerda,
cabelos marrom cor de troco de árvore, uma voz doce e suave, gentil como
uma flor, e séria como uma tia doidona... Ela era demais como professora.
Nessa época a gente encontrava algumas vezes com ela pelas ruas da cidade e
elasempreconversavacomagentealgointeressante.
Tive um professor muito legal que inclusive partiu esses dias. Arthur
Versianni, grande poeta, grande homem, grande incentivador cultural, grande
provocador de cultura. Tive com ele aulas de cinema, onde numa das aulas, fio
pego com uma garrafa de vinho, pois a garrafa veio a cair e quebrar no meio da
sala de aula. Ele olhou calmamente e deu pra ver nos olhos dele a raiva da
besteira que eu e o meu amigo Rafael havíamos feito, mas qualquer coisa que
ele falasse, não adiantaria em nada; então ele pegou a turma pediu desculpas
aos demais e me pediu para limpar a bagunça e simplesmente saiu da sala. Eu
fiquei muito sem graça, foi a pior desaprovação que tive até então. Fiquei
refletindo sobre aquilo dias depois. Quase fui expulso do já Centro Federal de
EnsinoTécnico(aETFOPmudoudenomenomeiodonosso curso).
1914
Acredito que todo processo de alfabetização parte, antes, de um ato de
carinho, educar é ceder tempo a algo que não se tem como esperar por uma
resposta imediata e não cabe outra ação que não seja a espera pelo futuro para
asementebrotarenajustacolheitanos brindarmoscomo cálicedasabedoria.
Olhando o processo educacional de meus filhos nos dias de hoje, me
vejo agraciado com uma coisa que não mais sei se teremos mais em vida – o
tempo - há poucos anos atrás, cerca de 20 anos - os dias pareciam ser mais
longos, me recordo das tardes sem fim sentado na cadeira de madeira branca,
na cozinha da casa de minha avó, minha mãe se “esfolando” para fazer o jantar
e eu doido para brincar com alguma coisa que não fosse aqueles cadernos,
lápis,textosetudoqueagentechamavade“deverdecasa”.
Tenho ecoando em minha cabeça até hoje o som de quantas vezes eu
repeti aquela tabuada, aquelas regras de português, eu adorava a geografia, os
mapas, as cores, a ideia de que o mundo era gigante, e eu poderia um dia andar
por todo ele. Mas eu tinha que estudar a tabuada, e não entendia o motivo de tal
obrigação,afaziasemgosto, masfazia.
O tempo passando e eu e meus novos amigos de escola estávamos
entrando na roda do sistema sem perceber, criava-se pequenas rixas em torno
da nota maior, criava-se também solidariedade em torno da nota menor. Nisso
a gente aprendia algo muito importante, de modo inconsciente, que a
solidariedade e a concorrência pelas notas podiam andar juntas numa esfera
menordesociedade.
A passagem da pré-escola para a primeira série (na época – 1990 – se
chamava CBA) era uma coisa que não estava muito clara ainda para nós
alunos. A metodologia parecia ser a mesma; mudavam-se os professores, os
assuntos, aumentavam-seastarefasdecasa,masofluxo parecia normalenão
2.
Minha pós infância
e as experiências educacionais
Essas e outras mudanças na rotina escolar contribuíram para que todos os
alunosmatriculadosna8ªsériedaqueleanofossemaprovadosanovaetapa.
Surgia então em nossa frente a prova para ingresso na Escola Técnica
FederaldeOuro Preto.
A prova era extensa e o ambiente era completamente diferente do já
visitado pelos olhos acostumados ao ensino fundamental.Ao mesmo tempo a
experiência já fora vivida em menor escala com a mudança de 4ª para 5ª série.
Parece que no ano de 1998 para 1999 não tive férias de fim de ano. Estudei o
período de férias inteiro para passar na prova da ETFOP, eram apostilas,
livros, cadernos com anotações e em um dia de domingo eu me vi subindo a
ladeira do Gambá para fazer a prova. Nessa altura da vida eu com meus 16
anos já tinha vivido umas experiências legais e achava que sabia do mundo, e
pior achava que já sabia o que queria ser na fase adulta. Eu queria ser algo entre
o quetemoscomopublicitárionos diasdehoje.
A prova foi até então a mais difícil para mim, me senti um burro por
não entender com clareza algumas questões escritas (analfabetismo
funcional), e ao mesmo tempo cheio de esperanças em conseguir a nota para
entrar na ETFOP. Veio a primeira leva de resultados e meu nome não estava
entre os aprovados, me decepcionei e cheguei pensar que não iria mais poder
estudar, pois eu ficaria um ano inteiro sem estudar. Precisava da
movimentação da escola, precisava da rotina para seguir vivo. Era uma coisa
que eu tinha aprendido a amar e a fazer com maestria. Minha família me
orientou a estudar no Colégio Dom Pedro II, que havia virado colégio de
ensinomédio.Eeuseguiasorientações.
Porém em um dia em que as esperanças já estavam depositadas no
fundo do tempo, eis que saiu mais uma lista de aprovados, e entre os nomes
estava lá o meu, em letras impressas numa lista com outros nove aprovados,
minha mãe ficou um orgulho que só vendo, teve até festa em casa.Até então eu
era o que mais havia ido longe a casa em matéria de estudo. Se já completar a
5ª série era coisa difícil imagina entrar na escola técnica, parece que na época a
formação de mão de obra qualificada era muito difundida, a parte mais
acadêmica (no caso da UFOP) nem passava pelos planos dos meus amigos e
alunosemgeral.
Mas lá estava, primeiro dia de aula no ensino médio, março de 1999.
Era noite, estudei primeiramente no prédio do curso de Edificações. Perto da
piscina, perto da biblioteca. O curso a noite era puxado, e eu achava que ia
gostar mais de estudar a noite para durante o dia me dedicar a outras coisas, já
era notívago. Enfim, estudar a noite não deu muito certo, procurei a secretária
daETFOPemostreiinteresseemmudardeturnopor nãoestarmeadaptando
1518
sei se era essa a intenção, mas isso nos ajudava a criar laços mais profundos
com os colegas de sala, pois esses seriam os mesmos até a entrada da quinta
série, caso ninguém se reprovasse, ou tomasse a tão temerosa “bomba”. Esse
contato cotidiano com esse grupo de pessoas iria acabar de alguma forma
favorecendo no futuro uma boa convivência com outras pessoas em todas as
esferasdavida.
Só fui começar a notar uma mudança mais drástica nesse formato de
aprendizado quando fui para a 4ª série, nessa época os trabalhos ficavam mais
fortes em conteúdo, a gente frequentava mais a biblioteca para realizar
pesquisas e flertar com as colegas de classe. Sempre me lembro dos inúmeros
trabalhos que fazíamos nas tardes, após as aulas para entregar nas datas
comemorativasaosnossos familiares.
Nessa mesma época de transição me lembro que adorava ir para a
biblioteca da escola ler os livros da série vagalume e uma série de manuais
sobre como fazer as coisas, era a coisa mais divertida do mundo para mim ali
naquele momento. Eu comecei a achar que seria uma espécie de professor
pardal, e inventaria as coisas que ele ainda não havia inventado. Mas ai eu
conheci o livro mais legal de toda minha vida: O Barquinho Amarelo; o
primeiro que tinha uma história única e possuía uma linha de sequência com
começo, meio e fim. Esse foi o primeiro livro que concluí a leitura de maneira
solitária, sem ser mandado, ou sem ser uma forma de castigo (sim, recebia
muito “castigo” em forma de leitura), me lembro da história toda, me lembro
do dia que o Marcelo se despedia do barquinho amarelo. Sinto o cheiro do
livro velhinho, a textura das folhas entre meus dedos agora, esse livro foi um
marconaminhavida.
Esse livro abriu uma porta e me levou pra esse lugar imaginário e lindo
ondeencontroamparonaliteraturahojeemdia.
Esse gosto pelo ambiente da biblioteca quem muito nos ajudou a
despertar foi a professora Lúcia, e a bibliotecária Maria Luiza, ambas, com
todo carinho e atenção nos incentivou muito o gosto pela leitura de livros, a
professora Lúcia chegava a nos levar livros em casa na época para que os pais
pudessem ver o valor daquele gesto (hoje vejo com esse olhar, antes eu achava
que era maldade mesmo...) não me lembro com exatidão o ano que tive aulas
com a Professora Lúcia, mas suponho que seja ou na segunda série ou na
terceira série. Ainda tenho um caderno de desenhos com as atividades que
fazia com muito apreço, nessa época, também queria ser desenhista de
histórias de folclore. Meus primeiros anos de escola foram marcantes nesses
detalhes, toda aula havia alguma lição sobre algo relacionado ao folclore, ao
Brasil,anatureza,abondade...
Parecia que a vida estava perdendo seu brilho. Tem um poema do
Carlos Drummond de Andrade que diz sobre nunca deixarmos de perder a
criança que sempre foi poeta dentro da gente... Os anos seguintes a minha
reprovação devem ter refletido no processo desta perda da criança poeta de
dentrodemim.
Nessa época me dediquei mais aos estudos de modo sério, quando
cheguei a 8ª série, estava como uma bomba prestes a explodir ou quem sabe
implodir.
Quando fui para a 8ª série que as festas nas casas dos amigos
aumentaram quantitativamente, passei a ir mais a essas festas, passei a sair
mais de casa sozinho, e ir a essas festas quase sempre implicava no ato de
beber e a flertar com outras drogas que a propaganda sempre recriminava,
tínhamos muito medo das drogas, mas tínhamos curiosidade e em mesma
quantidade; havia uma campanha muito forte e bem negativa contra o uso das
drogas em todo material midiático que chegava a nossas mãos. E eu, rebelde,
achando que assim “me daria melhor” na vida adulta, que teria mais amigos
legais, bom, comecei a fumar cigarros da marca Hollywood. E com isso, veio
uma avalanche de coisas onde eu me maravilhava cada vez com o surgimento
de cada uma dessas novidades. Aquele brilho no olhar de quando era mais
criança estava reluzindo novamente na ponta vermelha do cigarro, que eu
fumavaescondidodeminhamãenaportadaescola.
Nessa época descobri que eu gostava de desenhar, eu sonhava em fazer
capas de discos de bandas de rock... De fazer trabalhos onde a arte estivesse
presente, eu aprendi a ter uma letra bonita e pequena, meus trabalhos de
escola eram bem elaborados, eu gostava de estudar, eu gostava do ambiente da
escola. Eu acho que sentia o reflexo das outras mudanças que estavam sendo
postas em prática no mundo todo, bem ali em Ouro Preto, no interior do
mundo...
Embora o mundo houvesse mudado suas configurações e atuado na
formação de um pensamento mais livre entre jovens naquela época, a escola
seguia seu padrão de ensino e com uma novidade: a aprovação em massa, me
lembro de que estava acontecendo algo de muito sério no sistema escolar em
Ouro Preto e em Minas Gerais, quase no meio do ano letivo várias turmas do
Colégio Dom Pedro II se mudaram para a Escola Marília de Dirceu, isso
causou um reboliço tremendo na estrutura da escola, e na forma como nos
víamos, eram pessoas diferentes da gente, elas eram maiores e pareciam muito
mais educadas socialmente que nós. Conheciam mais o mundo. Isso trouxe
uma coisa legal pra gente, variedade, hoje mais conhecida pelo termo
“diversidade”.
Alguns valores bons e outros estranhos, estranhos como a hora da
bandeira. Todo dia ao iniciar as aulas tinha-se que ficar uma meia hora no pátio
de entrada da escola e bater continência para a bandeira e cantar o hino
nacional. Resquícios da “morta” ditadura recente.
Esses pensamentos tortos deixados pelo período de imposição do
pensamento e de criação de valores “do cidadão de bem) no Brasil deixaram
rastros que se refletiam nas escolas, percebo hoje essas formatações sociais
mais claramente pela forma como éramos tratados quanto a questão do gênero.
Eu, como todo menino criado numa sociedade fortemente machista e
patriarcal, que acordou em algum momento da história acreditando que
menino/homem tem que fazer é esporte quando criança, acabava que com o
avançar da idade era mais incentivado a frequentar a quadra de esportes mais
que a biblioteca, eu adorava de qualquer forma o momento de jogar bola, de
marcar gol, sempre ao final do ano tínhamos mais folga no horário de aulas, e
eu e meus amigos parávamos sempre na quadra de esportes da escola.Aescola
onde estudei sempre teve um bom olhar sobre os alunos, digo isso por que
depois de certo tempo, um professor de Educação Física, que o chamávamos
carinhosamente de “Edinho” criou uma forma de unir mais ainda os alunos e a
escola de um modo geral; tínhamos a partir da iniciativa desse professor um
campeonato interno de futebol de salão todo fim de ano. Era muito
emocionante e gerou o gosto nos alunos de tirar nota boa, pois era quase um
pré requisito ter notas boas e ser aprovado para entrar para algum time, mas
não era cobrado em nenhum momento essa postura, foi algo que foi se
convencionando organicamente.
Nesse momento acontecia talvez a primeira grande mudança que
notaríamos clara e evidentemente como pessoas no mundo, estávamos indo
para a tão temida e esperada 5ª série, viria com isso a mudança de horários, de
pessoas, de “status” na sociedade, (muitas pessoas não passavam da 5ª série)
viria também a abertura de novas oportunidades e tudo mais que uma pessoa
pré-adolescente pode esperar da nova vida. Alguns hábitos foram caindo por
terra, outros nascendo, o ano era 1995, até essa data minha mãe me levava para
a escola, penteava meus cabelos, cuidava da minha roupa de uniforme.
Lembro-me que havia uma grande expectativa nas crianças quando se falava
da 5ª série, primeiro por que parecia algo difícil de alcançar e segundo por toda
a mudança que, de certa forma, causava medo.Agente via essa mudança como
uma entrada na vida adulta; relembrando que muita gente não tinha acesso ao
ensino ginasial, eestávamos recém-saídos de uma ditadura.
Todo o mundo parecia estar diminuindo de tamanho, ali, bem na nossa
frente, pela primeira vez eu devo ter notado aquestão do tempo esua passagem
1716
pela vida, estávamos crescendo, começando a tratar de assuntos mais
grandiosos na vida, me lembro que foi na quinta série que eu vi o termo “arte”
com outro olhar, antes eu achava que artista era somente o pessoal da Globo,
do SBT... Da Manchete. Eu devo ter ficado confuso, era como se todos fossem
iguais, e somos, e éramos. Isso me fascina até hoje, imagina o que não fez na
cabeçadeumacriançaacostumadaapequenezdo mundo.
A5ª série foi definitivamente a melhor e mais linda “pedra no meio do
meucaminho”.
Na quinta série conheci melhor a História, descobri a filosofia, havia
uma aula que se chamava “Ensino Religioso” e foi nessa aula com uma
professora baixinha, que usava óculos com as bordas escuras e o cabelo todo
enrolado, infelizmente não me lembro do nome dela; enfim, foi com essa
professora que aprendi muito sobre a filosofia, aprendi que existia outra forma
de pensar diferente das respostas prontas que a televisão e as broncas da mãe
dagentenos davam.
Era um mundo novo, onde ao mesmo tempo em que me sentia
crescendo em tamanho, me sentia criança ainda em algumas atitudes, os
medos sempre vinham com novas roupagens, era uma matéria difícil, era uma
professora que pegava no nosso pé, era o medo de ser reprovado e ficar
atrasado nos estudos. Tudo era novidade e eu como todo bom jovem, caí de
cara no mundo novo. Sentia dificuldade pela primeira vez em algumas
matérias,matemática,química(naépocaciências).
A dificuldade veio comprovada em forma de reprovação ao fim do
ano, tive minha primeira reprovação escolar na vida, fiquei assustado e ao
mesmo tempo achando que daquela série nunca mais sairia. Contudo, veio o
ano seguinte e a matéria era a mesma, nessa hora percebi que quanto maior
fosse o esforço que as professoras faziam para ajudar no aprendizado dos
alunos, a fórmula inicial era sempre a mesma, um conteúdo parado no tempo e
que se repetia ano após ano, isso provavelmente devia gerar um desgaste
profissional ecomisso, certodesânimoedescrençano método.
Nos anos seguintes tudo corre com de costume, aprendendo a ser mais
competitivo no mundo, esse pensamento sempre foi muito falado em todo
meu período escolar, criando competições entre os alunos pela melhor nota
em tudo. Nesses anos seguintes me dediquei mais a escola, acordava já cedo
sozinho, deixava tudo pronto na noite anterior, material, uniforme. O tempo
parecia ter sumido muito nessa época.Tinha pouco tempo para brincar e muito
tempo fazendo deveres e trabalhos para a escola. Nessa época comecei a tocar
sinos em Ouro Preto, e com isso me distraía, os esportes ficaram para trás, a
bibliotecaerafrequentadasomenteemcasos detrabalho.

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Memorial livro ok

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA MEMORIAL REFLEXIVO SOBRE A FORMAÇÃO ESCOLAR Mariana - MG Novembro de 2018 Rômulo Márcio Ferreira
  • 2. 31 "A meus pais, por abraçarem juntamente comigo o curso universitário e o curso da vida, À minha companheira Flávia pelas horas de dedicação e espera, Às minhas colegas de classe. Pessoas a quem aprendi a respeitar e valorizar a cada dia durante o curso, Aos professores do curso que foram pacientes e perseverantes ao ensinar “o pulo do gato” da prática pedagógica. agradecimentos
  • 3. UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA MEMORIAL REFLEXIVO SOBRE A FORMAÇÃO ESCOLAR Mariana - MG Novembro de 2018 Rômulo Márcio Ferreira ‘‘Memorial apresentado ao curso de Pedagogia da Universidade Federal de Ouro Preto, MG, campus Mariana ICHS, como um dos pré-requisitos para conclusão de semestre letivo de graduação em Pedagogia.’’ 30
  • 4. considerações finais 29 Escrever este memorial foi uma ida ao passado, para que de forma crítica meu futuro pudesse também ser analisado. Como diz Paulo Freire (1996, p. 44) “mas escrever, registrar, refletir não é fácil...dá muito medo, provoca dores e até pesadelos. A escrita compromete. Obriga o distanciamento do produtor com o seu produto. Rompe a anestesia do cotidiano alienante”. Através desse memorial, podemos compreender de forma clara a importância do saber, de forma que as práticas humanas educacionais em nós investidas no passado, refletem em nós, hoje em dia um saber. Este saber que adquiri deu-me as ferramentas necessárias para que a análise do meu processo educacional fosse menos carregada de um olhar romântico e tivesse um tom mais crítico/técnico de entender o contexto ao qual estou inserido e assim trabalhar dentro dele para construir novos espaços e espalhar o saber que tive o privilégio de receber, bem como repassar e os novos; os que agora comporão quem eu serei como educador, como ser social dentro de uma sociedade carente de saberes práticos e não comercializáveis. “A verdadeira viagem da descoberta não é achar novas terras, mas ver o território com novos olhos”. Marcel Proust
  • 5. apresentação presente memorial condensa de maneira amadora Ouma longa jornada de estudos, dedicação e amor ao ato de aprender, amor esse que nasce e se recria a cada dia em ambas partes afetadas (aluno e professor) durante todo o processo educacional deste que vos fala (ops, escreve), mostra a verdade que existe no amor ao ato de desaprender para depois aprenderdenovo. O presente memorial é uma forma de me presentear sob uma análise ainda que imatura – pois, acredito que todo primeiro grande trabalho acaba pecando pela falta de experiência e destreza ao trabalhar dentro dos limites e da necessidade de determinada ocasião, enfim, é uma forma de me presentear com memorias de minha educação infantil, passando pelo estudos primários, relembrando os estudos fundamentais e as aventuras do ensino médioeculminando comaentradanavidauniversitária. Embora convencionou-se em algum lugar na história que sempre teremos tempo o suficiente para reviver nossas memórias, escrever sobre elas se torna um fardo difícil e ao mesmo tempo carregavel. Nossa história educacional é atravessada por diversos fatores que se conectam entre si formando novas histórias, e assim vamos de lembrança em lembrança, através desse memorial, revivendo cada instante importante e decisivo dessa caminhada, vamos sentindo o cheiro de cada livro que por nossa mão passou, sentindo de novo a aspereza de cada toco de giz, relembrando a esperadecadasirenederecreiotocada... No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra. ANDRADE Carlos Drummond de, 1930, Alguma Poesia, Página 23 Foto 01- Diploma de conclusão do pré-primário (1989) diploma esse que fora entregue numa cerimônia linda na Casa da Ópera (Ouro Preto). Foto 02 - Desenho feito a mão livre quando estudava na 3ª série. Página 24 Foto 03 - Meu primeiro poema transcrito. Foto 04 - Um desenho a mão livre. ambos feitos no caderno usado nos ensinos da 3ª série, na disciplina Educação Artística (uma das matérias que mais me brilhava aos olhos) Página 25 Foto 05 - Foto oficial da turma de formandos na 8ª série. Foto 06 - Convite de formatura, Foto 07 - Convite de formatura com datas. Página 26 Foto 08 - Caderneta de presença (capa) Foto 09 - Caderneta de presença (interior), Foto 10 - Caderneta de presença com notas (centro). Página 27 Foto 11 - Capa do Manuel do Aluno ETFOP - 1999 Foto 12 - Foto do interior do manual, reunião de apresentação do campus Fotos: Acervo pessoal. 528 dados das imagens
  • 6. As lembranças tomam conta de tudo nesse momento, nos fazem rever pontos de vista, nos fazem querer ser como aqueles professores que com maior parcela de carinho nos lembramos, e nos faz querer mudar a forma como os professores que não gostamos tantoatuaramemnossavidaescolar. Esse ato de lembrar as origens educacionais é um passo importante na avenida que pretendemos seguir, onde um de nossos destinos finais se encontra dentro de uma sala de aula, na esperança de que num futuro próximo, alguma outra criança tenha um momento como esse, onde o conforto da memória faz uma bela cama para que os sonhos setornemreais. Espero que esse memorial consiga alcançar a precisão dada por alguns de meus passos nas escolas por onde andei, que esse memorial consiga acordar um ‘‘eu criança’’ meio adormecido pelos anos rudes e corridos. Que esse memorial consiga seu objetivo alcançar, que no fundo no fundo é nos fazer lembrar que somos sempreaindaumacriançaemeternadescobertaperanteavida. E que as palavras aqui ditas tenham a força de todas as coisas que acreditamos, a palavra carrega uma força incrível, ela vai como que despertando umas as outras e assim a frase se forma, assim o texto se cria, assim a memória se revive, alí, bem na nossa frente. É quase como mágica, é quase como ser o dono do tempo dentro de nossa memória. Mas o tempo não perdoa, come algumas ‘‘coisas’’ não ditas nesse memorial, sem piedade do futuro, ele passa... Ahhhh o tempo, senhor que vez ou outra desbota as imagens vividas nesse memorial; senhorimplacávelesemlimiteoutroquenão o fimdetudo. 276 foto 11 foto 12
  • 7. sumário 1. Apresentação .................................................................. 2. Minha infância e as experiências na educação infantil .............. 3. Minha pós infância e as novas experiências educacionais ................. 4. Imagens ......................................................................... 5. Sobre as imagens ........................................................... 6. Considerações finais ...................................................... 7. Agradecimentos ............................................................. 5 11 14 23 28 29 31 24 foto 08 foto 09 foto 10
  • 9. ‘‘A vocês eu deixo o sono o sonho não, esse eu mesmo carrego Paulo Leminski’’ 24 foto 03 foto 04
  • 10. 23
  • 11. 1122 Fiz alguns cursos livres de formação de professores, cursos voltados para o lado mais humano e experimental da profissão docente. E por não possuir formação acadêmica comecei a perder trabalhos e também a perder as vagas já adquiridas anteriormente. Aproveitei alguns fatores pessoais, somei ao aumento brusco da violência e do custo de vida na capital carioca e decidi retornar a minha terra natal, voltei a morar temporariamente com meus pais e tentarauniversidadeaquiemMinas Gerais. E essa tentativa deu certo logo na primeira tentativa, em setembro de 2018 com a ajuda do ENEM, passei para o curso que pretendia fazer, Pedagogia, com isso pretendo suprir essa base mais acadêmica que tanto me falta e melhorar a forma como administro o que ensino as crianças, de forma a manter meus anteriores modos livres de conceber uma educação mais humana esemfreios. Desde minha volta a Minas Gerais, venho trabalhando com Fanzines e mídia independente dentro de algumas escolas e instituições de ensino na região.Aversatilidade do Fanzine me permite abordar temas variados dentro do estipulado pelas escolas aos estudantes, bem como incentivar a conexão entre matérias estudadas, incentivando dessa forma a pesquisa dentro e fora das salas de aula, minha experiência mais recente pode ser conferida na parceria feita com a Fundação de Arte de Ouro Preto, onde uma vez ao mês levamos um pouco de arte as crianças das escolas da rede municipal de Ouro Preto,deformagratuita. Chamo-me Rômulo, tenho 35 de idade e acredito que minha infância fora um episódio bem especial minha vida, eu tive um baita quintal para brincar e aprender coisas da terra, aprendi desde cedo a cuidar de plantas, a plantar algumas coisas, mas o aprendizado fora dado de maneira mais linda e especial, fora ofertado com o exemplo, nunca fui obrigado a fazer nada lá, mas acabava fazendo por gostar de ver a evolução e a surpresa que cada planta podia conter, eu achava que isso era magia, e com isso “eu queria ser quando crescesse”algumacoisarelacionadacomisso, maseunemsabiaoquequeria. Minha mãe saia para trabalhar desde que eu era criança pequena, e com isso convivi mais com a minha Avó, até os meus seis ou sete anos, ano esse emqueentreiparaaescolaeanoessetambémqueelaveioafalecer. Mas mesmo com pouco tempo juntos, ela deu conta de influenciar muito no queeusou hoje(segundo aminhamãediz...). Não posso nunca me esquecer de que fora ela que me apresentou as letras, me apresentou de forma simples, um pedaço de piçarra e o chão, ela desenhava algumas letras e eu repetia.Aos poucos fui aprendendo bem superficialmente as vogaisealgumasconsoantes. Não frequentei jardim, creche ou outro tipo de educação infantil além do pré- primário, entrei direto para a escola de ensino fundamental (Escola Estadual Marília de Dirceu) em 1989, um pouco atrasado na turma (entrei com sete anos), devido a minha insistência em não querer me separar de minha mãe, e também porque havia acabado de perder minha avó e, provavelmente, isso deve ter me posto algum medo na cabeça, e não queria ficar lá, sem minha mãe por perto. Enfim, minha mãe conseguiu me levar à escola, não sei qual argumento usou, maseufui... 1. Minha infância e as experiências na educação infantil 1
  • 12. 2112 E quando cheguei lá, me lembro da professora, Dona Mirlena. Professora severa e que tinha a cara mais fechada do mundo. Lembro-me que havia, numa das paredes, uma colagem bem grande com os três porquinhos e o lobomau. Até aí estava tudo caminhando bem, eu estava na sala com meus novos amigos e amigas de classe, e minha mãe estava do lado de fora da sala explicando algo para a professora (provavelmente sobre trabalho que eu daria sobre nãoquererficarnaaula). Quando havia acabado a curiosidade do olhar pela primeira vez a sala e as pessoas lá, eu fui olhar pra ver se minha mãe estava lá do lado de fora, e para minha surpresa, ela estava indo embora. Nessa hora eu fiquei desesperado, queria sair daquela sala e ir embora com ela de qualquer modo, a sala era no segundo andar de um prédio antigo, baixo, porém perigoso para uma criança de seis ou sete anos, e eu nem ligando para o braço quebrado que poderia ter, saí escalando a janela em busca do salto que me colocaria em casa,enoabrigodos braçosdeminhamãe. Não deu certo, acabei ficando por 8 anos naquela maravilhosa escola. Só um detalhe, no dia seguinte quando cheguei (forçado) com minha mãe na escola já haviam providenciado um cadeado e a janela só foi aberta após umas semanas. Gostava do cheiro dos lápis de colorir, dos desenhos, das atividades que envolviam cores e traços. Eu confesso que não gostava muito da professora Mirlena, ela era muito severa com os alunos, mas eu vejo hoje que isso era da personalidade dela, e ela nunca fez mal a nenhum aluno, pelo contrário, foi ela que despertou em mim a vontade de ficar na escola. Hoje, a história poderia ser diferente se ela não tivesse investido o tempo fora de escoladelaemarrumarumcadeadoetrancarajanela. No geral, acho que gostava mais da escola do que desgostava. Eu só tinha problemas de me sociabilizar com o resto das pessoas, eu sempre fui muito tímido. Lembro-me pouco das atividades de um modo geral, eram coisas bem simples que nós fazíamos, havia vários joguinhos de cores, tudo guardado em um armário que podíamos pegar e usar na aula, nós pintávamos muito também, e completávamos aquelas letras pontilhadas. Havia a hora em que a professora sempre lia uma história também. Nós nos sentávamos em roda e professora Mirlena sempre lia a história. Quando eu entrei na escola, a professora eos alunosestavamlendoahistóriados trêsporquinhos. Não tive muitos professores diferentes, após o pré-primário foi que começouamudançadeprofessores acadaano.Mas tiveprofessoras bem Outro professor que me ajudou demais nesse processo da arte em minha vida foi oAroldo, amigo até os dias de hoje. Foi outro que sempre doou sua cotadecópiasparameusprojetosesonhos depoesia. Um professor com o qual nunca consegui me dar bem, no âmbito da matéria, foi o Professor Caio, de física. Meu deus, toda prova dele eu tirava zero, ele me reprovou duas vezes, cheguei ao terceiro ano do ensino médio devendo a ele a matéria, Conseguia desenvolver bem em todas as outras matérias do terceiro ano do ensino médio, as matérias onde encontrei maior dificuldade no terceiro ano foram matemática, química e claro, física... Fui reprovado dias vezes seguidas no terceiro ano por conta dessas matérias, e com o boom dos supletivos na época eu acabei largando o estudo e me dedicandoatrabalhar. Acabei dando um tempo nos estudos e fui trabalhar com um conhecido de minha família numa loja de eletrônicos. Fiquei trabalhando lá por alguns anos. Aprendi muito no ambiente onde só havia adultos. Criei nesse período umgosto quecarregoatéhojepelocafé. Nessa época também havia aprendido superficialmente sobre “auto didatismo” e passei a estudar por conta própria em casa várias coisas pertinentesaomomento. Isso se estendeu até o final de 2005, quando decidi voltar a estudar em uma instituição de ensino normal, no caso a UFOP. Fiz o vestibular para história, acho que foi uma das últimas provas no molde antigo de ingresso as universidades que eu tenho notícia. Havia conseguido uma nota boa, daria para fazer de história, porém fui morar fora do Brasil por seis meses em busca de viver de arte. Acabei ficando mais alguns meses no Chile. Lá só foi aumentando o meu gosto pela arte e pela busca alternativa de conhecimento, nessa fasedavidajáestavacomuns 23 anos, euqueriaencontrarumaformade encaixar educação prática nas coisas que eu estava produzindo, eu produzia xilogravuras, quadros, escrevia para dois jornais de Ouro Preto, já havia escrito um livro de poesias, e ilustrado alguns trabalhos de outros amigos. E tinha dentro de mim muita vontade de passar adiante o que havia aprendido até então, sempre ganhei mais conhecimento repassando o que eu tinha a outras pessoas, gostava demais de citar uma frase “ensinar algo a alguém é aprender denovo”.Estavaenfimvivendodeminhaarteevivendoparaela. Em 2007 me mudei para o Rio de Janeiro, onde vi meus três filhos nascerem, e lá consegui integrar melhor a coisa da arte com educação nas escolas por onde passei, dei aulas em escolas particulares e públicas de arte- educação,comtemáticafocadanos estudos deliteraturaeportuguês.
  • 13. 1320 legais e que ainda encontro com elas pelas ruas, pois todos moravam bem pertodaescolaeas professoras conheciamminhafamíliadesdemuitoantes. Tive a professora Lúcia, que sempre nos incentivou a escrever nossas histórias e foi com ela que conheci poesia. Tive a Professora Dilvan, que era muito educada, falava tão baixo e acho que ela nunca se exaltou em sala de aula, essa foi minha professora na terceira série, ela pegou um pouco no meu pé por conta da minha letra feia na época.Após as aulas dela, eu tinha que ficar sempre um pouco mais para exercitar a escrita, com ela conheci aqueles cadernos de caligrafia. Depois disso entrei para o ensino que eu sempre achei o maislegal...Aquartasérie... Agora, dos colegas e das colegas de escola lembro-me, de alguns em especial. Quando entrei para a escola e não queria ficar na sala de aula, havia um menino, que era um dos mais efusivos na sala, e ele ficou me mostrando tudo lá... Falava e falava demais, até hoje ele é meu amigo, fomos amigos a infância toda, mesmo não estudando mais em mesmas salas depois. Ele se chamaSamuel. Tinha mais gente... Tinha a Carina (menina que um dia fui pego copiandoumpoemapraentregarparaela). A passagem da educação infantil (meu pré-primário) para o ensino fundamental (primeira a terceira série) parece que foi mais tranquila. A professora nos preparou bem para isso, já fomos para a série seguinte com boa noção de escrita. Eu me sentia uma pessoa maior, almejava estudar na quinta série, formar e entrar para a Escola Técnica (atual IFMG) e depois para a universidade,seguiros passos depessoas maisvelhasqueeufuitendonotícia. A novidade a cada ano novo me dava alegria, e eu gostava de estudar, gostava de entender o funcionamento das letras, das frases... Eu aprendi a ler fácil. Escrever que eu demorei mais, por conta mais da letra feia, e de pouco entendimentoqueos professores viamnela. No geral, esses poucos anos que esse trabalho me fez recordar agora, valeram a pena demais. Termino aqui doido pra sair buscando os amigos da época e ver como eles estão, todos; todas. Entrar em contato com todas as professoras e lhes abraçar por terem se dedicado tanto a nós, numa época tão nova para elas também. No ano de 1989 ainda se via os reflexos de mais de 20 anos de um período ditatorial no Brasil. Imagina como não estava a cabeça dessas professoras novas, em idade. E a cabeça das professoras já velhas em idade... corretamente. Porem só poderia concretizar a mudança se alguém do turno da manhã ou da tarde manifestasse o mesmo desejo, e conversando com uns amigos, a solução veio.Troquei de turno com um amigo do amigo do amigo de fulanodetal. Fui estudar a tarde. Estudava no mesmo turno que um grande amigo na época, o Leonardo, a gente se conheci desde os tempos de 8ª série e morávamos quase que na mesma rua.Agente passou a fazer quase tudo junto, parecíamos irmãos. Ele jogava mais futebol e isso acabou por refletir em um retorno meu ao esporte. Jogávamos bola quase todo dia numa das três quadras queaETFOPdisponibilizavaaos alunos.Aquelelugareraumamaravilha. Aliberdade de ensino aliada a liberdade de circulação na parte interna da instituição, nos favorecia matar aula, mas a gente nem precisa matar aula, a alegria de estar na escola e de participar de algo grande era enorme que a preguiça logo passava e nem notávamos, mas já estávamos todos envolvidos como sentimentodeunidadequeas escolasfornecemaosalunos. As matérias que eu mais gostei no ensino médio foram história e química e física. Me lembro do laboratório onde Seu Juca dava as aulas, do Júlio, que hoje é o coordenador do departamento de física do IFMG. O primeiro ano correu bem, as matérias eram facilmente assimiladas por todos nós do primeiro ano, embora tudo fosse novo, a forma de ensino nos atraía, muita gente aprendeu a amar seus professores ali naqueles prédios quentes e com telhado de zinco. Tive uns professores geniais, como a de geografia que se chamava Florentina (Tina, para os alunos) ela era linda, jovem, de esquerda, cabelos marrom cor de troco de árvore, uma voz doce e suave, gentil como uma flor, e séria como uma tia doidona... Ela era demais como professora. Nessa época a gente encontrava algumas vezes com ela pelas ruas da cidade e elasempreconversavacomagentealgointeressante. Tive um professor muito legal que inclusive partiu esses dias. Arthur Versianni, grande poeta, grande homem, grande incentivador cultural, grande provocador de cultura. Tive com ele aulas de cinema, onde numa das aulas, fio pego com uma garrafa de vinho, pois a garrafa veio a cair e quebrar no meio da sala de aula. Ele olhou calmamente e deu pra ver nos olhos dele a raiva da besteira que eu e o meu amigo Rafael havíamos feito, mas qualquer coisa que ele falasse, não adiantaria em nada; então ele pegou a turma pediu desculpas aos demais e me pediu para limpar a bagunça e simplesmente saiu da sala. Eu fiquei muito sem graça, foi a pior desaprovação que tive até então. Fiquei refletindo sobre aquilo dias depois. Quase fui expulso do já Centro Federal de EnsinoTécnico(aETFOPmudoudenomenomeiodonosso curso).
  • 14. 1914 Acredito que todo processo de alfabetização parte, antes, de um ato de carinho, educar é ceder tempo a algo que não se tem como esperar por uma resposta imediata e não cabe outra ação que não seja a espera pelo futuro para asementebrotarenajustacolheitanos brindarmoscomo cálicedasabedoria. Olhando o processo educacional de meus filhos nos dias de hoje, me vejo agraciado com uma coisa que não mais sei se teremos mais em vida – o tempo - há poucos anos atrás, cerca de 20 anos - os dias pareciam ser mais longos, me recordo das tardes sem fim sentado na cadeira de madeira branca, na cozinha da casa de minha avó, minha mãe se “esfolando” para fazer o jantar e eu doido para brincar com alguma coisa que não fosse aqueles cadernos, lápis,textosetudoqueagentechamavade“deverdecasa”. Tenho ecoando em minha cabeça até hoje o som de quantas vezes eu repeti aquela tabuada, aquelas regras de português, eu adorava a geografia, os mapas, as cores, a ideia de que o mundo era gigante, e eu poderia um dia andar por todo ele. Mas eu tinha que estudar a tabuada, e não entendia o motivo de tal obrigação,afaziasemgosto, masfazia. O tempo passando e eu e meus novos amigos de escola estávamos entrando na roda do sistema sem perceber, criava-se pequenas rixas em torno da nota maior, criava-se também solidariedade em torno da nota menor. Nisso a gente aprendia algo muito importante, de modo inconsciente, que a solidariedade e a concorrência pelas notas podiam andar juntas numa esfera menordesociedade. A passagem da pré-escola para a primeira série (na época – 1990 – se chamava CBA) era uma coisa que não estava muito clara ainda para nós alunos. A metodologia parecia ser a mesma; mudavam-se os professores, os assuntos, aumentavam-seastarefasdecasa,masofluxo parecia normalenão 2. Minha pós infância e as experiências educacionais Essas e outras mudanças na rotina escolar contribuíram para que todos os alunosmatriculadosna8ªsériedaqueleanofossemaprovadosanovaetapa. Surgia então em nossa frente a prova para ingresso na Escola Técnica FederaldeOuro Preto. A prova era extensa e o ambiente era completamente diferente do já visitado pelos olhos acostumados ao ensino fundamental.Ao mesmo tempo a experiência já fora vivida em menor escala com a mudança de 4ª para 5ª série. Parece que no ano de 1998 para 1999 não tive férias de fim de ano. Estudei o período de férias inteiro para passar na prova da ETFOP, eram apostilas, livros, cadernos com anotações e em um dia de domingo eu me vi subindo a ladeira do Gambá para fazer a prova. Nessa altura da vida eu com meus 16 anos já tinha vivido umas experiências legais e achava que sabia do mundo, e pior achava que já sabia o que queria ser na fase adulta. Eu queria ser algo entre o quetemoscomopublicitárionos diasdehoje. A prova foi até então a mais difícil para mim, me senti um burro por não entender com clareza algumas questões escritas (analfabetismo funcional), e ao mesmo tempo cheio de esperanças em conseguir a nota para entrar na ETFOP. Veio a primeira leva de resultados e meu nome não estava entre os aprovados, me decepcionei e cheguei pensar que não iria mais poder estudar, pois eu ficaria um ano inteiro sem estudar. Precisava da movimentação da escola, precisava da rotina para seguir vivo. Era uma coisa que eu tinha aprendido a amar e a fazer com maestria. Minha família me orientou a estudar no Colégio Dom Pedro II, que havia virado colégio de ensinomédio.Eeuseguiasorientações. Porém em um dia em que as esperanças já estavam depositadas no fundo do tempo, eis que saiu mais uma lista de aprovados, e entre os nomes estava lá o meu, em letras impressas numa lista com outros nove aprovados, minha mãe ficou um orgulho que só vendo, teve até festa em casa.Até então eu era o que mais havia ido longe a casa em matéria de estudo. Se já completar a 5ª série era coisa difícil imagina entrar na escola técnica, parece que na época a formação de mão de obra qualificada era muito difundida, a parte mais acadêmica (no caso da UFOP) nem passava pelos planos dos meus amigos e alunosemgeral. Mas lá estava, primeiro dia de aula no ensino médio, março de 1999. Era noite, estudei primeiramente no prédio do curso de Edificações. Perto da piscina, perto da biblioteca. O curso a noite era puxado, e eu achava que ia gostar mais de estudar a noite para durante o dia me dedicar a outras coisas, já era notívago. Enfim, estudar a noite não deu muito certo, procurei a secretária daETFOPemostreiinteresseemmudardeturnopor nãoestarmeadaptando
  • 15. 1518 sei se era essa a intenção, mas isso nos ajudava a criar laços mais profundos com os colegas de sala, pois esses seriam os mesmos até a entrada da quinta série, caso ninguém se reprovasse, ou tomasse a tão temerosa “bomba”. Esse contato cotidiano com esse grupo de pessoas iria acabar de alguma forma favorecendo no futuro uma boa convivência com outras pessoas em todas as esferasdavida. Só fui começar a notar uma mudança mais drástica nesse formato de aprendizado quando fui para a 4ª série, nessa época os trabalhos ficavam mais fortes em conteúdo, a gente frequentava mais a biblioteca para realizar pesquisas e flertar com as colegas de classe. Sempre me lembro dos inúmeros trabalhos que fazíamos nas tardes, após as aulas para entregar nas datas comemorativasaosnossos familiares. Nessa mesma época de transição me lembro que adorava ir para a biblioteca da escola ler os livros da série vagalume e uma série de manuais sobre como fazer as coisas, era a coisa mais divertida do mundo para mim ali naquele momento. Eu comecei a achar que seria uma espécie de professor pardal, e inventaria as coisas que ele ainda não havia inventado. Mas ai eu conheci o livro mais legal de toda minha vida: O Barquinho Amarelo; o primeiro que tinha uma história única e possuía uma linha de sequência com começo, meio e fim. Esse foi o primeiro livro que concluí a leitura de maneira solitária, sem ser mandado, ou sem ser uma forma de castigo (sim, recebia muito “castigo” em forma de leitura), me lembro da história toda, me lembro do dia que o Marcelo se despedia do barquinho amarelo. Sinto o cheiro do livro velhinho, a textura das folhas entre meus dedos agora, esse livro foi um marconaminhavida. Esse livro abriu uma porta e me levou pra esse lugar imaginário e lindo ondeencontroamparonaliteraturahojeemdia. Esse gosto pelo ambiente da biblioteca quem muito nos ajudou a despertar foi a professora Lúcia, e a bibliotecária Maria Luiza, ambas, com todo carinho e atenção nos incentivou muito o gosto pela leitura de livros, a professora Lúcia chegava a nos levar livros em casa na época para que os pais pudessem ver o valor daquele gesto (hoje vejo com esse olhar, antes eu achava que era maldade mesmo...) não me lembro com exatidão o ano que tive aulas com a Professora Lúcia, mas suponho que seja ou na segunda série ou na terceira série. Ainda tenho um caderno de desenhos com as atividades que fazia com muito apreço, nessa época, também queria ser desenhista de histórias de folclore. Meus primeiros anos de escola foram marcantes nesses detalhes, toda aula havia alguma lição sobre algo relacionado ao folclore, ao Brasil,anatureza,abondade... Parecia que a vida estava perdendo seu brilho. Tem um poema do Carlos Drummond de Andrade que diz sobre nunca deixarmos de perder a criança que sempre foi poeta dentro da gente... Os anos seguintes a minha reprovação devem ter refletido no processo desta perda da criança poeta de dentrodemim. Nessa época me dediquei mais aos estudos de modo sério, quando cheguei a 8ª série, estava como uma bomba prestes a explodir ou quem sabe implodir. Quando fui para a 8ª série que as festas nas casas dos amigos aumentaram quantitativamente, passei a ir mais a essas festas, passei a sair mais de casa sozinho, e ir a essas festas quase sempre implicava no ato de beber e a flertar com outras drogas que a propaganda sempre recriminava, tínhamos muito medo das drogas, mas tínhamos curiosidade e em mesma quantidade; havia uma campanha muito forte e bem negativa contra o uso das drogas em todo material midiático que chegava a nossas mãos. E eu, rebelde, achando que assim “me daria melhor” na vida adulta, que teria mais amigos legais, bom, comecei a fumar cigarros da marca Hollywood. E com isso, veio uma avalanche de coisas onde eu me maravilhava cada vez com o surgimento de cada uma dessas novidades. Aquele brilho no olhar de quando era mais criança estava reluzindo novamente na ponta vermelha do cigarro, que eu fumavaescondidodeminhamãenaportadaescola. Nessa época descobri que eu gostava de desenhar, eu sonhava em fazer capas de discos de bandas de rock... De fazer trabalhos onde a arte estivesse presente, eu aprendi a ter uma letra bonita e pequena, meus trabalhos de escola eram bem elaborados, eu gostava de estudar, eu gostava do ambiente da escola. Eu acho que sentia o reflexo das outras mudanças que estavam sendo postas em prática no mundo todo, bem ali em Ouro Preto, no interior do mundo... Embora o mundo houvesse mudado suas configurações e atuado na formação de um pensamento mais livre entre jovens naquela época, a escola seguia seu padrão de ensino e com uma novidade: a aprovação em massa, me lembro de que estava acontecendo algo de muito sério no sistema escolar em Ouro Preto e em Minas Gerais, quase no meio do ano letivo várias turmas do Colégio Dom Pedro II se mudaram para a Escola Marília de Dirceu, isso causou um reboliço tremendo na estrutura da escola, e na forma como nos víamos, eram pessoas diferentes da gente, elas eram maiores e pareciam muito mais educadas socialmente que nós. Conheciam mais o mundo. Isso trouxe uma coisa legal pra gente, variedade, hoje mais conhecida pelo termo “diversidade”.
  • 16. Alguns valores bons e outros estranhos, estranhos como a hora da bandeira. Todo dia ao iniciar as aulas tinha-se que ficar uma meia hora no pátio de entrada da escola e bater continência para a bandeira e cantar o hino nacional. Resquícios da “morta” ditadura recente. Esses pensamentos tortos deixados pelo período de imposição do pensamento e de criação de valores “do cidadão de bem) no Brasil deixaram rastros que se refletiam nas escolas, percebo hoje essas formatações sociais mais claramente pela forma como éramos tratados quanto a questão do gênero. Eu, como todo menino criado numa sociedade fortemente machista e patriarcal, que acordou em algum momento da história acreditando que menino/homem tem que fazer é esporte quando criança, acabava que com o avançar da idade era mais incentivado a frequentar a quadra de esportes mais que a biblioteca, eu adorava de qualquer forma o momento de jogar bola, de marcar gol, sempre ao final do ano tínhamos mais folga no horário de aulas, e eu e meus amigos parávamos sempre na quadra de esportes da escola.Aescola onde estudei sempre teve um bom olhar sobre os alunos, digo isso por que depois de certo tempo, um professor de Educação Física, que o chamávamos carinhosamente de “Edinho” criou uma forma de unir mais ainda os alunos e a escola de um modo geral; tínhamos a partir da iniciativa desse professor um campeonato interno de futebol de salão todo fim de ano. Era muito emocionante e gerou o gosto nos alunos de tirar nota boa, pois era quase um pré requisito ter notas boas e ser aprovado para entrar para algum time, mas não era cobrado em nenhum momento essa postura, foi algo que foi se convencionando organicamente. Nesse momento acontecia talvez a primeira grande mudança que notaríamos clara e evidentemente como pessoas no mundo, estávamos indo para a tão temida e esperada 5ª série, viria com isso a mudança de horários, de pessoas, de “status” na sociedade, (muitas pessoas não passavam da 5ª série) viria também a abertura de novas oportunidades e tudo mais que uma pessoa pré-adolescente pode esperar da nova vida. Alguns hábitos foram caindo por terra, outros nascendo, o ano era 1995, até essa data minha mãe me levava para a escola, penteava meus cabelos, cuidava da minha roupa de uniforme. Lembro-me que havia uma grande expectativa nas crianças quando se falava da 5ª série, primeiro por que parecia algo difícil de alcançar e segundo por toda a mudança que, de certa forma, causava medo.Agente via essa mudança como uma entrada na vida adulta; relembrando que muita gente não tinha acesso ao ensino ginasial, eestávamos recém-saídos de uma ditadura. Todo o mundo parecia estar diminuindo de tamanho, ali, bem na nossa frente, pela primeira vez eu devo ter notado aquestão do tempo esua passagem 1716 pela vida, estávamos crescendo, começando a tratar de assuntos mais grandiosos na vida, me lembro que foi na quinta série que eu vi o termo “arte” com outro olhar, antes eu achava que artista era somente o pessoal da Globo, do SBT... Da Manchete. Eu devo ter ficado confuso, era como se todos fossem iguais, e somos, e éramos. Isso me fascina até hoje, imagina o que não fez na cabeçadeumacriançaacostumadaapequenezdo mundo. A5ª série foi definitivamente a melhor e mais linda “pedra no meio do meucaminho”. Na quinta série conheci melhor a História, descobri a filosofia, havia uma aula que se chamava “Ensino Religioso” e foi nessa aula com uma professora baixinha, que usava óculos com as bordas escuras e o cabelo todo enrolado, infelizmente não me lembro do nome dela; enfim, foi com essa professora que aprendi muito sobre a filosofia, aprendi que existia outra forma de pensar diferente das respostas prontas que a televisão e as broncas da mãe dagentenos davam. Era um mundo novo, onde ao mesmo tempo em que me sentia crescendo em tamanho, me sentia criança ainda em algumas atitudes, os medos sempre vinham com novas roupagens, era uma matéria difícil, era uma professora que pegava no nosso pé, era o medo de ser reprovado e ficar atrasado nos estudos. Tudo era novidade e eu como todo bom jovem, caí de cara no mundo novo. Sentia dificuldade pela primeira vez em algumas matérias,matemática,química(naépocaciências). A dificuldade veio comprovada em forma de reprovação ao fim do ano, tive minha primeira reprovação escolar na vida, fiquei assustado e ao mesmo tempo achando que daquela série nunca mais sairia. Contudo, veio o ano seguinte e a matéria era a mesma, nessa hora percebi que quanto maior fosse o esforço que as professoras faziam para ajudar no aprendizado dos alunos, a fórmula inicial era sempre a mesma, um conteúdo parado no tempo e que se repetia ano após ano, isso provavelmente devia gerar um desgaste profissional ecomisso, certodesânimoedescrençano método. Nos anos seguintes tudo corre com de costume, aprendendo a ser mais competitivo no mundo, esse pensamento sempre foi muito falado em todo meu período escolar, criando competições entre os alunos pela melhor nota em tudo. Nesses anos seguintes me dediquei mais a escola, acordava já cedo sozinho, deixava tudo pronto na noite anterior, material, uniforme. O tempo parecia ter sumido muito nessa época.Tinha pouco tempo para brincar e muito tempo fazendo deveres e trabalhos para a escola. Nessa época comecei a tocar sinos em Ouro Preto, e com isso me distraía, os esportes ficaram para trás, a bibliotecaerafrequentadasomenteemcasos detrabalho.