O documento descreve a carreira profissional do autor Antonio J.S.I. Fiorito, engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Após trabalhar na prefeitura de São Paulo e em empresas construtoras, Fiorito passou a se dedicar a estudos sobre materiais de revestimento e assentamento a partir de 1964. Seu trabalho contribuiu para o desenvolvimento de argamassas colantes no Brasil, racionalizando o processo de instalação de revestimentos cerâmicos.
a) Pela TABELA CONCRETO, para o traço 1:2,5:3,5 temos:
- Altura das padiolas de areia: 0,239m
- Quantidade de padiolas de areia por saco de cimento: 3 padiolas
b) Pela TABELA CONCRETO, para o traço 1:2,5:3,5 temos:
- Altura das padiolas de brita: 0,336m
- Quantidade de padiolas de brita por saco de cimento: 1 padiola
Portanto, as respostas são:
a) Altura das padiol
O documento apresenta conceitos básicos sobre alvenaria, incluindo definição, tipos de materiais usados e classificação de paredes. Também descreve técnicas construtivas como assentamento, encunhamento e cuidados, além de abordar alvenaria estrutural e possíveis patologias.
Habitações com paredes em concreto armadoLuigi Ribeiro
O documento descreve o sistema construtivo de paredes de concreto armado moldadas in loco, incluindo seus componentes, equipamentos, normas, execução e potenciais problemas. O sistema é recomendado para construções repetitivas como condomínios residenciais de até 5 andares, permitindo paredes e lajes em uma única etapa de concretagem.
1. O documento discute tesouras de madeira para telhados, incluindo definições, tipologias, projeto e detalhamento.
2. São apresentados os principais tipos de tesouras de acordo com sua geometria e traçados, assim como a nomenclatura das barras.
3. O projeto de tesouras inclui a definição geométrica, carregamentos, determinação de esforços, dimensionamento e detalhamento.
Este documento apresenta os requisitos técnicos para argamassas utilizadas em assentamento e revestimento de paredes e tetos de acordo com a norma técnica brasileira ABNT NBR 13281. A norma especifica os requisitos mínimos para características como resistência à compressão, densidade aparente, resistência à tração e coeficiente de capilaridade, classificando os tipos de argamassa de acordo com faixas de desempenho nessas propriedades.
O documento discute revestimentos de paredes e pisos, especificamente revestimentos cerâmicos. Ele descreve as funções dos revestimentos, a classificação de revestimentos cerâmicos, os materiais e processos envolvidos na sua instalação e possíveis falhas como o descolamento.
1) Os aglomerantes são materiais ativos que promovem a união entre os grãos do agregado em argamassas e concretos. 2) Eles podem ser classificados em aéreos, hidráulicos ou poliméricos. 3) A pega é o processo de perda de fluidez da pasta até sua solidificação completa.
a) Pela TABELA CONCRETO, para o traço 1:2,5:3,5 temos:
- Altura das padiolas de areia: 0,239m
- Quantidade de padiolas de areia por saco de cimento: 3 padiolas
b) Pela TABELA CONCRETO, para o traço 1:2,5:3,5 temos:
- Altura das padiolas de brita: 0,336m
- Quantidade de padiolas de brita por saco de cimento: 1 padiola
Portanto, as respostas são:
a) Altura das padiol
O documento apresenta conceitos básicos sobre alvenaria, incluindo definição, tipos de materiais usados e classificação de paredes. Também descreve técnicas construtivas como assentamento, encunhamento e cuidados, além de abordar alvenaria estrutural e possíveis patologias.
Habitações com paredes em concreto armadoLuigi Ribeiro
O documento descreve o sistema construtivo de paredes de concreto armado moldadas in loco, incluindo seus componentes, equipamentos, normas, execução e potenciais problemas. O sistema é recomendado para construções repetitivas como condomínios residenciais de até 5 andares, permitindo paredes e lajes em uma única etapa de concretagem.
1. O documento discute tesouras de madeira para telhados, incluindo definições, tipologias, projeto e detalhamento.
2. São apresentados os principais tipos de tesouras de acordo com sua geometria e traçados, assim como a nomenclatura das barras.
3. O projeto de tesouras inclui a definição geométrica, carregamentos, determinação de esforços, dimensionamento e detalhamento.
Este documento apresenta os requisitos técnicos para argamassas utilizadas em assentamento e revestimento de paredes e tetos de acordo com a norma técnica brasileira ABNT NBR 13281. A norma especifica os requisitos mínimos para características como resistência à compressão, densidade aparente, resistência à tração e coeficiente de capilaridade, classificando os tipos de argamassa de acordo com faixas de desempenho nessas propriedades.
O documento discute revestimentos de paredes e pisos, especificamente revestimentos cerâmicos. Ele descreve as funções dos revestimentos, a classificação de revestimentos cerâmicos, os materiais e processos envolvidos na sua instalação e possíveis falhas como o descolamento.
1) Os aglomerantes são materiais ativos que promovem a união entre os grãos do agregado em argamassas e concretos. 2) Eles podem ser classificados em aéreos, hidráulicos ou poliméricos. 3) A pega é o processo de perda de fluidez da pasta até sua solidificação completa.
Catálogo 2011 Atex do Brasil - A Fôrma da Laje NervuradaAtex Brasil
O documento descreve a empresa Atex do Brasil, que produz fôrmas para lajes nervuradas em polipropileno. A empresa contribui para a evolução da construção civil no Brasil com produtos que geram simplicidade, produtividade e atendem às novas demandas do mercado. As fôrmas Atex trazem inúmeras vantagens como redução de custos e tempo de obra, além de serem ecológicas por dispensarem o uso de compensado. As fôrmas são utilizadas em diversos empreendimentos no Brasil, onde rece
O documento discute os tipos de esquadrias em alumínio e PVC, incluindo suas características, como leveza e resistência para alumínio, e isolamento térmico e acústico para PVC. Também descreve os processos de instalação, como verificar dimensões do vão, fixar o contramarco, e aplicar silicone para vedar janelas de alumínio.
1. Este documento estabelece o procedimento para a execução de revestimentos de paredes e tetos com argamassas inorgânicas.
2. Ele descreve as etapas da execução, incluindo preparação da base, produção e aplicação da argamassa, e acabamento da superfície.
3. O documento também fornece diretrizes para armazenamento de materiais, cronograma de execução e acompanhamento dos serviços de revestimento.
O documento discute estruturas de madeira, incluindo a fisiologia da árvore, peças de madeira usadas em estruturas, resistência de cálculo e disposições construtivas. Aborda também ações, elementos tracionados e comprimidos, e flambagem.
[1] O documento discute as propriedades do concreto no estado fresco, incluindo trabalhabilidade, coesão, segregação e exsudação. [2] Ele descreve ensaios como o slump test para medir a consistência e inspeções visuais para avaliar a coesão. [3] Também fornece detalhes sobre a moldagem de corpos de prova de concreto.
O documento discute diversos tipos de coberturas e telhas, incluindo telhas cerâmicas, de fibrocimento, metálicas e de policarbonato. Apresenta detalhes sobre a fabricação de telhas cerâmicas e geometria de coberturas, incluindo inclinação, tipos de telhados e elementos estruturais como cumeeira, espigão e rincão. Também descreve estruturas de cobertura como pórticos, treliças em madeira e aço e telhas auto-portantes em concreto pré-m
O documento apresenta os principais conceitos sobre estruturas de concreto armado, incluindo sua composição, características mecânicas, histórico e normas aplicáveis. Aborda tópicos como resistência à compressão do concreto, classificação de concretos e tipos de estruturas de concreto.
1) O documento discute os aglomerantes usados em construção civil, incluindo cal, gesso e cimento Portland.
2) Os aglomerantes podem ser classificados como aéreos, hidráulicos ou poliméricos dependendo de como endurecem.
3) A cal é obtida da calcinação de rochas calcárias e pode ser virgem, hidratada ou hidráulica. O cimento Portland é produzido a partir de calcário e argila moídos e queimados a altas temperaturas.
O documento discute diretrizes para canteiros de obras, incluindo o que é um PCMAT e como ele deve ser elaborado. O PCMAT estabelece condições de segurança e saúde para obras com mais de 20 trabalhadores. Ele deve ser elaborado por profissional habilitado e implementar medidas preventivas para proteger a saúde dos trabalhadores.
O documento apresenta o catálogo de produtos da Comercial Gerdau, incluindo telas de aço, vergalhões, barras e perfis. A empresa oferece uma ampla variedade de produtos siderúrgicos para construção civil e indústria, com atendimento personalizado em filiais por todo o Brasil.
1. O documento discute as causas e mecanismos de formação de fissuras em estruturas de concreto armado e alvenarias cerâmicas.
2. As principais causas de fissuras incluem movimentações térmicas, higroscópicas e recalques dos apoios, além de erros de projeto e execução.
3. O documento apresenta exemplos reais de fissuras e suas consequências, e métodos para diminuir a incidência deste problema em construções civis.
O documento discute vários tópicos relacionados a revestimentos e patologias em obras de construção civil, incluindo: 1) Fatores que influenciam a qualidade de uma obra como planejamento, gerenciamento e segurança; 2) Ciclo PDCA e erros comuns; 3) Normas técnicas e desempenho de edifícios; 4) Função e especificações de argamassas para isolamento; 5) Condições para iniciar revestimentos; 6) Problemas como eflorescência, empolamento e soluções.
1) O documento discute tipos de fundações profundas chamadas estacas, incluindo suas classificações, materiais, vantagens e desvantagens.
2) Estacas podem ser de madeira, aço ou concreto e são usadas para transmitir cargas através de solos fracos até camadas mais resistentes.
3) Há estacas pré-moldadas e moldadas in loco, e cada tipo tem características específicas como diâmetro, capacidade de carga e facilidade de instalação.
Propriedades do Concreto - Materiais de ConstruçãoDavid Grubba
Nesta aula, são abordados vários assuntos relativos as propriedades do concreto fresco e endurecido, tais como: trabalhabilidade, Slump Test (ensaio de abatimento), Slump Flow, resistência à compressão, fck, etc.
O documento discute patologias em alvenarias, incluindo causas de fissuras em paredes estruturais e não estruturais, como movimentações térmicas e higroscópicas, sobrecargas, recalques de fundação e retração do concreto. Também aborda fatores que influenciam a resistência das alvenarias e a previsibilidade de fissuras.
Este documento fornece instruções passo a passo para a construção de um telhado convencional de telhas de barro apoiadas em estrutura de madeira. Primeiro, explica os tipos de estruturas, telhas e madeiras usadas no telhado. Em seguida, detalha etapa por etapa a construção das partes do telhado, incluindo apoio, linha, pendural, empenas, diagonais, terças, caibros e ripas. Por fim, fornece dicas sobre emendas e cuidados na montagem.
Resolução da lista de exercícios 1 complementos de rm-7Eduardo Spech
Este documento fornece exemplos de exercícios sobre resistência dos materiais, incluindo cálculos de tensões, alongamentos e determinação de áreas de seção transversal de barras sob cargas axiais. Resolve exemplos como determinar tensões em diferentes trechos de uma barra sob múltiplas forças, calcular alongamentos em barras elásticas e dimensionar perfis estruturais.
O documento discute os tipos de cargas que atuam em pontes de concreto armado, incluindo carga permanente, carga móvel, impacto vertical, frenagem e aceleração, vento e linhas de influência. É apresentado o conceito de trem-tipo para simplificar os cálculos de carga móvel e como as linhas de influência podem ser usadas para determinar os momentos fletores e esforços cortantes máximos na estrutura.
Este documento fornece orientações sobre a execução de calçadas de concreto estampado e convencional moldadas in loco. Ele descreve os procedimentos de segurança, materiais necessários, como preparar a obra e executar corretamente cada etapa do processo de construção destas calçadas.
O documento descreve a história do design brasileiro, mencionando designers e produtos importantes como Sergio Rodrigues e sua poltrona Mole, José Carlos Bornancini e suas facas e talheres inovadores, a empresa Gurgel Veículos e seus carros nacionais, e os irmãos Campana e suas criações.
Catálogo 2011 Atex do Brasil - A Fôrma da Laje NervuradaAtex Brasil
O documento descreve a empresa Atex do Brasil, que produz fôrmas para lajes nervuradas em polipropileno. A empresa contribui para a evolução da construção civil no Brasil com produtos que geram simplicidade, produtividade e atendem às novas demandas do mercado. As fôrmas Atex trazem inúmeras vantagens como redução de custos e tempo de obra, além de serem ecológicas por dispensarem o uso de compensado. As fôrmas são utilizadas em diversos empreendimentos no Brasil, onde rece
O documento discute os tipos de esquadrias em alumínio e PVC, incluindo suas características, como leveza e resistência para alumínio, e isolamento térmico e acústico para PVC. Também descreve os processos de instalação, como verificar dimensões do vão, fixar o contramarco, e aplicar silicone para vedar janelas de alumínio.
1. Este documento estabelece o procedimento para a execução de revestimentos de paredes e tetos com argamassas inorgânicas.
2. Ele descreve as etapas da execução, incluindo preparação da base, produção e aplicação da argamassa, e acabamento da superfície.
3. O documento também fornece diretrizes para armazenamento de materiais, cronograma de execução e acompanhamento dos serviços de revestimento.
O documento discute estruturas de madeira, incluindo a fisiologia da árvore, peças de madeira usadas em estruturas, resistência de cálculo e disposições construtivas. Aborda também ações, elementos tracionados e comprimidos, e flambagem.
[1] O documento discute as propriedades do concreto no estado fresco, incluindo trabalhabilidade, coesão, segregação e exsudação. [2] Ele descreve ensaios como o slump test para medir a consistência e inspeções visuais para avaliar a coesão. [3] Também fornece detalhes sobre a moldagem de corpos de prova de concreto.
O documento discute diversos tipos de coberturas e telhas, incluindo telhas cerâmicas, de fibrocimento, metálicas e de policarbonato. Apresenta detalhes sobre a fabricação de telhas cerâmicas e geometria de coberturas, incluindo inclinação, tipos de telhados e elementos estruturais como cumeeira, espigão e rincão. Também descreve estruturas de cobertura como pórticos, treliças em madeira e aço e telhas auto-portantes em concreto pré-m
O documento apresenta os principais conceitos sobre estruturas de concreto armado, incluindo sua composição, características mecânicas, histórico e normas aplicáveis. Aborda tópicos como resistência à compressão do concreto, classificação de concretos e tipos de estruturas de concreto.
1) O documento discute os aglomerantes usados em construção civil, incluindo cal, gesso e cimento Portland.
2) Os aglomerantes podem ser classificados como aéreos, hidráulicos ou poliméricos dependendo de como endurecem.
3) A cal é obtida da calcinação de rochas calcárias e pode ser virgem, hidratada ou hidráulica. O cimento Portland é produzido a partir de calcário e argila moídos e queimados a altas temperaturas.
O documento discute diretrizes para canteiros de obras, incluindo o que é um PCMAT e como ele deve ser elaborado. O PCMAT estabelece condições de segurança e saúde para obras com mais de 20 trabalhadores. Ele deve ser elaborado por profissional habilitado e implementar medidas preventivas para proteger a saúde dos trabalhadores.
O documento apresenta o catálogo de produtos da Comercial Gerdau, incluindo telas de aço, vergalhões, barras e perfis. A empresa oferece uma ampla variedade de produtos siderúrgicos para construção civil e indústria, com atendimento personalizado em filiais por todo o Brasil.
1. O documento discute as causas e mecanismos de formação de fissuras em estruturas de concreto armado e alvenarias cerâmicas.
2. As principais causas de fissuras incluem movimentações térmicas, higroscópicas e recalques dos apoios, além de erros de projeto e execução.
3. O documento apresenta exemplos reais de fissuras e suas consequências, e métodos para diminuir a incidência deste problema em construções civis.
O documento discute vários tópicos relacionados a revestimentos e patologias em obras de construção civil, incluindo: 1) Fatores que influenciam a qualidade de uma obra como planejamento, gerenciamento e segurança; 2) Ciclo PDCA e erros comuns; 3) Normas técnicas e desempenho de edifícios; 4) Função e especificações de argamassas para isolamento; 5) Condições para iniciar revestimentos; 6) Problemas como eflorescência, empolamento e soluções.
1) O documento discute tipos de fundações profundas chamadas estacas, incluindo suas classificações, materiais, vantagens e desvantagens.
2) Estacas podem ser de madeira, aço ou concreto e são usadas para transmitir cargas através de solos fracos até camadas mais resistentes.
3) Há estacas pré-moldadas e moldadas in loco, e cada tipo tem características específicas como diâmetro, capacidade de carga e facilidade de instalação.
Propriedades do Concreto - Materiais de ConstruçãoDavid Grubba
Nesta aula, são abordados vários assuntos relativos as propriedades do concreto fresco e endurecido, tais como: trabalhabilidade, Slump Test (ensaio de abatimento), Slump Flow, resistência à compressão, fck, etc.
O documento discute patologias em alvenarias, incluindo causas de fissuras em paredes estruturais e não estruturais, como movimentações térmicas e higroscópicas, sobrecargas, recalques de fundação e retração do concreto. Também aborda fatores que influenciam a resistência das alvenarias e a previsibilidade de fissuras.
Este documento fornece instruções passo a passo para a construção de um telhado convencional de telhas de barro apoiadas em estrutura de madeira. Primeiro, explica os tipos de estruturas, telhas e madeiras usadas no telhado. Em seguida, detalha etapa por etapa a construção das partes do telhado, incluindo apoio, linha, pendural, empenas, diagonais, terças, caibros e ripas. Por fim, fornece dicas sobre emendas e cuidados na montagem.
Resolução da lista de exercícios 1 complementos de rm-7Eduardo Spech
Este documento fornece exemplos de exercícios sobre resistência dos materiais, incluindo cálculos de tensões, alongamentos e determinação de áreas de seção transversal de barras sob cargas axiais. Resolve exemplos como determinar tensões em diferentes trechos de uma barra sob múltiplas forças, calcular alongamentos em barras elásticas e dimensionar perfis estruturais.
O documento discute os tipos de cargas que atuam em pontes de concreto armado, incluindo carga permanente, carga móvel, impacto vertical, frenagem e aceleração, vento e linhas de influência. É apresentado o conceito de trem-tipo para simplificar os cálculos de carga móvel e como as linhas de influência podem ser usadas para determinar os momentos fletores e esforços cortantes máximos na estrutura.
Este documento fornece orientações sobre a execução de calçadas de concreto estampado e convencional moldadas in loco. Ele descreve os procedimentos de segurança, materiais necessários, como preparar a obra e executar corretamente cada etapa do processo de construção destas calçadas.
O documento descreve a história do design brasileiro, mencionando designers e produtos importantes como Sergio Rodrigues e sua poltrona Mole, José Carlos Bornancini e suas facas e talheres inovadores, a empresa Gurgel Veículos e seus carros nacionais, e os irmãos Campana e suas criações.
Este documento apresenta um resumo da monografia "Evolução do uso do vidro como material de construção civil" de Fábio Carlos Pinheiro. O trabalho descreve a história do vidro, seus tipos, processos de fabricação e beneficiamento. Apresenta também conceitos sobre especificação, aplicações e instalação de vidros na construção civil, além de dados sobre o desempenho da indústria do vidro.
Aterros sobre solos moles projeto e desempenhoPaulo Henrique
O documento apresenta informações sobre os autores do livro "Aterros sobre solos moles: projeto e desempenho". O livro aborda métodos construtivos de aterros sobre solos moles, investigações geotécnicas, previsão de recalques, estabilidade de aterros e monitoramento de obras. O prefácio destaca a importância do tema devido à escassez de áreas com solos competentes e a ocorrência de solos moles no Brasil.
O documento discute a construção metálica no Brasil. Apresenta um perfil dos fabricantes de estruturas metálicas no país, com dados de uma pesquisa realizada pela ABCEM e CBCA. Também destaca projetos que utilizaram aço, como a cobertura do estádio Mineirão, em Belo Horizonte, e artigos técnicos sobre dimensionamento de pilares mistos de aço e concreto.
Evolução do uso do vidro como material na construção civil tccOrientação Acadêmica
O documento descreve a evolução do uso do vidro na construção civil no Brasil. Apresenta a história do vidro, seus tipos e processos de fabricação, além de técnicas de beneficiamento. Também aborda conceitos sobre especificação e instalação de vidros, recomendações técnicas e desempenho da indústria do vidro.
Oficio enviado à Prefeitura de Barueri no dia 17/11/2014, mostrando o Projeto de Calçada Acessível na Aldeia de Barueri. Nos anos seguintes várias ligações foram feitas, no entanto a Prefeitura de Barueri enrolou os moradores, mostrando pouco caso com este projeto.
Este documento apresenta resumos de sete projetos de pesquisa no âmbito do programa HABITARE que desenvolveram produtos utilizando resíduos como matérias-primas. Os projetos desenvolveram telhas, painéis e tijolos utilizando cinzas pesadas, escória de aciaria, lodos de esgoto e resíduos de construção, demonstrando uma metodologia para transformar resíduos em produtos sustentáveis. O documento também discute os desafios e avanços na área de pesquisa com resíduos no Bras
O documento descreve a Casa Dino Zamattaro projetada pelo arquiteto brasileiro Rodrigo Lefèvre em 1970. A casa se destaca pelo uso de técnicas tradicionais como alvenaria e lajes abobadadas, além de soluções inovadoras como locar os banheiros em volumes independentes.
Este documento apresenta os resultados de um estudo sobre as características da poeira gerada no processo de fabricação de revestimentos cerâmicos em nove indústrias no município de Santa Gertrudes, São Paulo. A pesquisa analisou amostras de poeira coletadas nos ambientes de trabalho, identificando a presença de partículas respiráveis e de α-quartzo cristalino em 72% das amostras. O objetivo era avaliar os riscos à saúde dos trabalhadores devido à exposição à poeira cont
Este documento apresenta um resumo sobre juntas de movimentação em revestimentos cerâmicos de fachadas. Aborda conceitos sobre o comportamento dos revestimentos sob tensões e como projetar e executar juntas para acomodar movimentos. Também discute materiais para selagem de juntas e requisitos de desempenho. O objetivo é fornecer orientações técnicas para garantir a durabilidade dos revestimentos.
Este documento apresenta um resumo sobre juntas de movimentação em revestimentos cerâmicos de fachadas. Aborda conceitos sobre o comportamento dos revestimentos e origem de tensões, classificação e constituição de juntas seladas, desempenho desejado e defeitos comuns. Inclui também orientações sobre projeto e execução de juntas, visando garantir a durabilidade dos revestimentos cerâmicos.
Semelhante a Manual_de_argamassas_e_revestimentos.pdf (12)
O documento apresenta o currículo de Márcio Antonio Ramalho, engenheiro civil com mestrado, doutorado e título de livre-docente. Ramalho leciona disciplinas de graduação e pós-graduação relacionadas à alvenaria estrutural e análise de estruturas de concreto na Universidade de São Paulo, onde desenvolve pesquisas nessas áreas.
Este documento fornece orientações sobre a construção de edifícios, cobrindo tópicos como estudo preliminar, projeto, fundações, estrutura de concreto armado, alvenaria, telhado e mais. O foco é fornecer informações técnicas sobre os processos de construção para orientar estudantes de engenharia civil.
O documento discute instalações elétricas, hidrossanitárias e esquadrias em edifícios, incluindo tópicos como distribuição elétrica, rede de água e esgoto, portas, janelas e revestimentos de parede.
Este manual técnico apresenta informações sobre o dimensionamento, cálculos e montagem de diferentes tipos de fôrmas e escoramentos para concreto, incluindo painéis modulares metálicos, fôrmas para fundações, pilares, paredes, vigas, lajes e obras especiais. Inclui também detalhes sobre andaimes utilizados na construção civil.
Livro - A Técnica de Edificar - Walid Yazigi 250.pdfGeovana Thiara
O documento descreve a carreira e experiência profissional de Walid Yazigi, engenheiro civil formado pela USP. Desde 1960, Yazigi dirige a Construtora Yazigi, responsável pela construção de milhares de moradias e prédios comerciais. Ele também atuou em diversos comitês e normas técnicas relacionadas à construção civil. Seus conhecimentos técnicos e experiência profissional estão condensados neste livro.
1) O documento discute como a logística e a tecnologia da informação podem ser estratégias para dinamizar a construção civil.
2) Atualmente, a construção civil tem baixa produtividade e altos custos devido a problemas logísticos como desperdícios, prazos não cumpridos e retrabalhos.
3) O documento defende que a construção civil deve dar mais importância aos aspectos logísticos da produção, igualando-os à importância dada aos aspectos técnicos.
Este documento apresenta o índice detalhado de um manual de projeto de edificações baseado em códigos de obras e boas práticas. O manual contém normas gerais e específicas para projetar diversos tipos de edificações, como residenciais, comerciais, industriais, entre outros. Também inclui normas administrativas e de execução de obras.
Planejamento e controle de obras. O documento discute os seguintes tópicos: importância do planejamento, ciclo de vida do projeto, ciclo PDCA, roteiro do planejamento, estrutura analítica do projeto, duração das atividades, precedência, diagrama de rede, caminho crítico, folgas, cronograma e abordagem probabilística.
1) O documento descreve a estrutura e função de um setor de planejamento técnico em uma empresa de construção civil, incluindo sua interação com outros setores como arquitetura, engenharia e compras.
2) É apresentado um fluxograma do sistema de planejamento, dividido em 4 fases: viabilidade da construção, planejamento técnico-econômico, controle físico-financeiro e resultados físico-financeiros.
3) Detalhes são fornecidos sobre como o setor de planejamento influencia a escolha de
O documento discute a implantação de um Sistema de Gestão Integrada (SGI) em construtoras de edifícios, abordando questões de qualidade, meio ambiente, saúde e segurança no trabalho. Apresenta um modelo estrutural do SGI e requisitos das normas ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001. Fornece exemplos de aplicação destes requisitos na construção civil.
O documento resume a formação acadêmica e experiência profissional do autor, com ênfase em engenharia civil. Também apresenta critérios para escolha e dimensionamento de sistemas de formas para edifícios, analisando aspectos econômicos e técnicos de vigas, pilares e lajes. Inclui estudo sobre madeiras, compensados e ligantes usados em formas.
1. O documento discute os aspectos técnicos e legais do orçamento na construção civil, incluindo a remuneração de serviços de engenharia e arquitetura.
2. São abordados tópicos como critérios de remuneração, execução de obras, cálculo de custos diretos e indiretos, legislação trabalhista, metodologias de orçamento e exemplos práticos.
3. O documento fornece diretrizes para que profissionais da área possam elaborar orçamentos precisos de acordo com as normas técn
Este documento trata de estruturas de concreto submetidas a solicitações tangenciais como forças cortantes e momento de torção. Ele aborda conceitos básicos sobre cisalhamento em regime elástico e forças cortantes reduzidas, além de analisar vigas de concreto armado e protendido sob diferentes tipos de solicitações tangenciais. O documento fornece regras para dimensionamento de peças de concreto submetidas a cisalhamento.
GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL: POLÍTICAS PÚBLICAS E PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA NA BUSCA DA SUSTENTABILIDADE
1) O crescimento das cidades e da construção civil aumentou a geração de resíduos no Brasil, gerando impactos ambientais.
2) A indústria da construção civil gera grande volume de resíduos e tem alto desperdício de matérias-primas.
3) Somente políticas públicas eficientes e par
O documento descreve a carreira do engenheiro civil Walid Yazigi, que se formou na USP em 1954 e desde 1960 dirige a Construtora Yazigi, responsável pela construção de cerca de 5 mil moradias e outros tipos de edifícios. Yazigi participou de diversos comitês e cursos técnicos relacionados à construção civil. Seus conhecimentos técnicos e experiência profissional estão condensados neste livro.
La Unión Europea ha acordado un paquete de sanciones contra Rusia por su invasión de Ucrania. Las sanciones incluyen restricciones a las transacciones con bancos rusos clave y la prohibición de la venta de aviones y equipos a Rusia. Los líderes de la UE esperan que las sanciones aumenten la presión económica sobre Rusia y la disuadan de continuar su agresión contra Ucrania.
Fundamentos Matemáticos para a Ciência da Computação 3ª Edição Judith L Gerst...Geovana Thiara
Este documento apresenta um resumo do livro "Fundamentos Matemáticos para a Ciência da Computação", 3a edição. O prefácio descreve as principais alterações feitas nesta edição em relação à anterior, incluindo a ampliação de tópicos como lógica formal e definições recursivas, além da introdução de novos tópicos como programação lógica e princípios combinatórios. Também fornece uma tabela com os pré e pós-requisitos de cada seção para auxiliar na escolha da ordem
AE03 - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL INDÚSTRIA E TRANSFORMAÇÃO DIGITAL ...Consultoria Acadêmica
“O processo de inovação envolve a geração de ideias para desenvolver projetos que podem ser testados e implementados na empresa, nesse sentido, uma empresa pode escolher entre inovação aberta ou inovação fechada” (Carvalho, 2024, p.17).
CARVALHO, Maria Fernanda Francelin. Estudo contemporâneo e transversal: indústria e transformação digital. Florianópolis, SC: Arqué, 2024.
Com base no exposto e nos conteúdos estudados na disciplina, analise as afirmativas a seguir:
I - A inovação aberta envolve a colaboração com outras empresas ou parceiros externos para impulsionar ainovação.
II – A inovação aberta é o modelo tradicional, em que a empresa conduz todo o processo internamente,desde pesquisa e desenvolvimento até a comercialização do produto.
III – A inovação fechada é realizada inteiramente com recursos internos da empresa, garantindo o sigilo dasinformações e conhecimento exclusivo para uso interno.
IV – O processo que envolve a colaboração com profissionais de outras empresas, reunindo diversasperspectivas e conhecimentos, trata-se de inovação fechada.
É correto o que se afirma em:
ALTERNATIVAS
I e II, apenas.
I e III, apenas.
I, III e IV, apenas.
II, III e IV, apenas.
I, II, III e IV.
Entre em contato conosco
54 99956-3050
Os nanomateriais são materiais com dimensões na escala nanométrica, apresentando propriedades únicas devido ao seu tamanho reduzido. Eles são amplamente explorados em áreas como eletrônica, medicina e energia, promovendo avanços tecnológicos e aplicações inovadoras.
Sobre os nanomateriais, analise as afirmativas a seguir:
-6
I. Os nanomateriais são aqueles que estão na escala manométrica, ou seja, 10 do metro.
II. O Fumo negro é um exemplo de nanomaterial.
III. Os nanotubos de carbono e o grafeno são exemplos de nanomateriais, e possuem apenas carbono emsua composição.
IV. O fulereno é um exemplo de nanomaterial que possuí carbono e silício em sua composição.
É correto o que se afirma em:
ALTERNATIVAS
I e II, apenas.
I, II e III, apenas.
I, II e IV, apenas.
II, III e IV, apenas.
I, II, III e IV.
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AE03 - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE UNIC...Consultoria Acadêmica
Os termos "sustentabilidade" e "desenvolvimento sustentável" só ganharam repercussão mundial com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida como Rio 92. O encontro reuniu 179 representantes de países e estabeleceu de vez a pauta ambiental no cenário mundial. Outra mudança de paradigma foi a responsabilidade que os países desenvolvidos têm para um planeta mais sustentável, como planos de redução da emissão de poluentes e investimento de recursos para que os países pobres degradem menos. Atualmente, os termos
"sustentabilidade" e "desenvolvimento sustentável" fazem parte da agenda e do compromisso de todos os países e organizações que pensam no futuro e estão preocupados com a preservação da vida dos seres vivos.
Elaborado pelo professor, 2023.
Diante do contexto apresentado, assinale a alternativa correta sobre a definição de desenvolvimento sustentável:
ALTERNATIVAS
Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
Desenvolvimento sustantável é o desenvolvimento que supre as necessidades momentâneas das pessoas.
Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento incapaz de garantir o atendimento das necessidades da geração futura.
Desenvolvimento sustentável é um modelo de desenvolvimento econômico, social e político que esteja contraposto ao meio ambiente.
Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração anterior, comprometendo a capacidade de atender às necessidades das futuras gerações.
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Se você possui smartphone há mais de 10 anos, talvez não tenha percebido que, no início da onda da
instalação de aplicativos para celulares, quando era instalado um novo aplicativo, ele não perguntava se
podia ter acesso às suas fotos, e-mails, lista de contatos, localização, informações de outros aplicativos
instalados, etc. Isso não significa que agora todos pedem autorização de tudo, mas percebe-se que os
próprios sistemas operacionais (atualmente conhecidos como Android da Google ou IOS da Apple) têm
aumentado a camada de segurança quando algum aplicativo tenta acessar os seus dados, abrindo uma
janela e solicitando sua autorização.
CASTRO, Sílvio. Tecnologia. Formação Sociocultural e Ética II. Unicesumar: Maringá, 2024.
Considerando o exposto, analise as asserções a seguir e assinale a que descreve corretamente.
ALTERNATIVAS
I, apenas.
I e III, apenas.
II e IV, apenas.
II, III e IV, apenas.
I, II, III e IV.
Entre em contato conosco
54 99956-3050
2. O Autor
Diplomado em Engenharia Civil pela Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo
(EPUSP), em 1954, Antonio J.S.I. Fiorito vem se
dedicando desde 1964 aos materiais de
revestimento e de assentamento, bem como à
sua inter-relação.
Iniciou sua carreira profissional como
engenheiro da Divisão de Projetos da Prefeitura
do Município de São Paulo, tendo
posteriormente participado da implantação da
Divisão de Engenharia Patrimonial, anexa ao
Departamento Jurídico.
Em 1962 foi contratado pela Construtora e
Comercial Soberana (hoje extinta) para
gerenciar obra em São Paulo, e depois na Alta
Sorocabana, Alta Paulista e Campinas. Entre
1962 e 1964 foram iniciadas e concluídas 18
obras: Fóruns, Escolas Agrícolas, Escola de 1o
grau, Ginásios Estaduais, Posto de Saúde,
Posto de Sementes, Delegacias, uma Estação
de Tratamento de Águas e quatro pontes em
estradas vicinais.
Em 1964 foi contratado pela então Cerâmica
São Caetano S.A., líder em produção e
tecnologia, na época, onde permaneceu até
1973. Sua função primordial era a pesquisa
sobre assentamento de revestimentos
c e r â m i c o s e a p r o b l e m á t i c a dos
descolamentos, e encontrar solução para tal
patologia. Nasceu daí então a idéia de colar os
revestimentos eliminando, pelo menos, a
influência nefasta da retração das argamassas
de assentamento e, paralelamente, superar a
grande deficiência quantitativa e qualitativa da
mão de obra.
3.
4.
5. pmr
ENG. ANTONIO J. S. I. FIORITO
MANUAL de ARGAMASSAS
e REVESTIMENTOS
ESTUDOS e
PROCEDIMENTOS
de EXECUÇÃO
2a edição
7. Prefácio
Objetivo desta obra
Por volta de 1970, os revestimentos eram assentados com argamassas comuns de
cimento e areia ou cimento, cal e areia.
Até então, nunca foi dada atenção especial ao processo de assentamento e
pouco cuidado ao comportamento das argamassas que, inevitavelmente, estão
presentes em qualquer revestimento, desde um simples piso cimentado ou
parede rebocada, até um acabamento mais nobre com o uso de revestimento
cerâmicos ou pedras naturais.
A partir de 1964 e motivado por problemas de estabilidade nos revestimentos
cerâmicos, foi-me dada a oportunidade de iniciar o estudo das argamassas e sua
inter-relação com os revestimentos cerâmicos. Nasceu daí a necessidade de
modificar, de modo substancial, o processo de assentamento com a introdução
da primeira argamassa colante no mercado consumidor nacional, o que ocorreu
em 1970.
Esta longajornada, iniciada em 1964, continua até os dias de hoje, quandoprosseguem
as pesquisas para o desenvolvimento e a fabricação de novos produtos destinados a
situações peculiares, em que intervém os revestimentos.
Este trabalho tem por finalidade colocar a disposição do leitor toda a teoria dos
revestimentos e as conclusões práticas dela advindas.
Agradeço sinceramente a minha esposa pela sua compreensão e colaboração e a
meu filho Luis Fiorito, Também companheiro de profissão, que me acompanha e
me encoraja, desde 1976, nesta longa jornada.
Externo os meus agradecimentos à direção da Editora Pini e toda a equipe de
incansáveis colaboradores, pelo espaço que sempre me abriram para divulgar
assuntos técnicos relevantes e pelo estímulo que sempre me conferiram.
São Paulo, agostc de 1994
Antonio J.S.I. Fiorito
Eng. Civil -Poli/54
8.
9. Palavras do patrocinador
" Se não houver frutos, valeu a beleza das flores.
Se não houver flores, valeu a sombra das folhas.
Se não houver folhas, valeu a intenção da semente."
(Henfil)
C
om este prefácio, no lançamento da 1a
edição deste Manual, em agosto
de 1994, iniciamos esta página mostrando a indispensável necessidade
das argamassas colantes face à elevada demanda de revestimentos
cerâmicos. Somente com a utilização das argamassas colantes foi possível
racionalizar os serviços de assentamento de placas cerâmicas, aumentando
dramaticamente aprodutividade, e conferindo-lhes qualidade e durabilidade.
Toda a teoria exposta neste Manual de Argamassas e Revestimentos e sua
imediata aplicação prática, foram paulatinamente absorvidas ao longo desses
anos.
Finalmente, tornaram-se indispensáveis asjuntas entre as placas cerâmicas -
juntas de assentamento - dando ao revestimento a tão almejada estabilidade
e, consequentemente, maior durabilidade, por compensarem os efeitos da
EPU das placas cerâmicas; da retração das argamassas; da temperatura; e de
outras solicitações.
Desde 1996 houve diversos Simpósios Brasileiros de Tecnologia das
Argamassas promovidos pela ANTAC-Associação Nacional de Tecnologia do
Ambiente Construído - durante os quais foram apresentados e discutidos
inúmeros e alentados trabalhos de alta qualidade, produzidos por
pesquisadores envolvidos com as argamassas, em todo o país. As
argamassas, finalmente, ocuparam um lugar de importância - que lhe era
devido-na Construção Civil.
Portanto, é de se concluir que "além da intenção da semente, houve folhas,
flores e frutos."
Argamassas Industrializadas MM, fabricante dos produtos MASTERCOLA®
mantém a primazia e o privilégio de contar com vasta experiência no campo
das argamassas colantes adquirida desde 1964. Isso nos traz a
responsabilidade de fabricarmos sempre produtos de qualidade e de transmitir
aos consumidores o conhecimento verdadeiramente técnico de que dispomos.
cimento colante
m A S T E R C O L f l
K O Í 3
ARGAMASSAS
10.
11. Introdução
/4s argamassas colantes começaram a ser pesquisadas nos Estados Unidos, a partir
do fim da II Guerra Mundial (1.945), com a finalidade de racionalizar o$ serviços de
colocação de revestimentos cerâmicos e oferecer aos consumidores uma alta qualidade
nas instalações destes revestimentos a um menor custo possível.
A racionalização se fazia necessária, uma vez que o processo tradicional exigia múltiplos
e simultâneos serviços, provocando indesejável lentidão. Por outro lado, como veremos
no capítulo sobre tensões nos revestimentos, o método Tradicional requeria
conhecimentos especiais, o que nem sempre ocorria, resultando imperfeições
causadoras de vida útil relativamente curta dos revestimentos.
A partir desses objetivos surgiu o "dry-set mortar", uma argamassa colante para
assentar revestimentos cerâmicos sem necessidade de imergi-los em água.
No Brasil, a pesquisa foi iniciada em 1964, motivada por problemas de descolamentos
de revestimentos de pisos e paredes, causados por inesperado e elevado consumo
de materiais cerâmicos que, em contrapartida, não encontrou mão-de-obra preparada
e em quantidade necessária. Improvisaram-se assentadores para fazer frente aos
cronogramas das obras. Argamassas muito ricas em cimento e espessas e processos
de assentamento inadequados proliferaram. A pressa em concluir os serviços acabou
por eliminar as tão necessárias juntas entre as peças; as juntas de movimentação; e,
desconheceram-se asjuntas estruturais quando existentes, passando os revestimentos
sobre elas de modo contínuo.
Descuidou-se da impermeabilização dos pisos sobre terraplenos e usou-se entulho e
areia unida como enchimento de lajes rebaixadas, gerando o novo problema das
eflorescências, que terá também um capítulo especial.
Os conhecimentos da arte e técnica de revestir foram se perdendo e, na mesma medida,
foram se multiplicando os casos de desprendimento de peças dos revestimentos.
O problema foi solucionado com um novo processo de assentamento, colando os
revestimentos sobre bases já estáveis, inspirado no"dry-set mortar". Por volta de 1971,
foi introduzida a primeira argamassa colante brasileira.
12. Hoje, o processo de colagem está plenamente implantado. As dúvidas iniciais
em relação a custos e à segurança dos resultados estão superadas. Profissionais
de colocação de revestimentos têm conhecimento razoável sobre o uso das
argamassas colantes e, quanto ao treinamento de mão de obra, é louvável o
esforço do SENAI na formação de profissionais cada vez mais conscientes e
conhecedores de seu trabalho.
Desde o começo da década de 1970, que marca o início da existência das
argamassas colantes brasileiras, foram utilizadas milhares de toneladas do produto
para, praticamente, todo o território nacional e com sucesso nas mais variadas
situações dos revestimentos: pisos, paredes, interiores, exteriores, piscinas,
fachadas, terraços, coberturas etc.
Muitas fábricas de argamassa colante proliferaram e, devido à inexistência inicial
de Especificações, nem sempre a qualidade norteou sua produção. Hoje em
dia, a qualidade e diversidade de produtos vêm sendo discutidas, e, por certo,
o mercado consumidor deverá se tornar mais sensível ao uso de produtos de
melhor desempenho.
Por outro lado, o Método Convencional, ou Tradicional, encontra ainda seus
adeptos notadamente nas regiões onde a argamassa colante ainda não
conseguiu chegar ou, então, quando se trata de revestimentos de pisos. A eles
será de muita valia a teoria desenvolvida neste trabalho e, principalmente, as
suas conclusões práticas.
13. C a p í t u l o 1 - A s p e c t o s g e r a i s
1.1 - Produção de revestimentos cerâmicos 17
1.2 - Argamassas convencionais 18
1.2.1 - Paredes 18
1.2.2-Pisos 18
1.2.3 - Método convencional 19
1.3 - Argamassas colantes 19
1.3.1 - Paredes 19
1.3.2 - Pisos 20
1.3.3 - Método de colagem 21
1.4 - Mão de obra 21
1.4.1 - Pelo método convencional 21
1.4.2 - Pelo método de colagem 21
1.4.3 - Cursos profissionalizantes 21
1.5 - Estimativa do mercado de argamassas colantes 21
1.6 - Interdependência das indústrias 22
Bibliografia 22
C a p í t u l o 2 - E s t r u t u r a d o s r e v e s t i m e n t o s
2.1 - Estrutura de revestimento executado pelo método convencional 23
2.1.1 - Paredes 23
2.1.2-Pisos 24
2.2 - Estrutura de revestimento executado pelo método de colagem 26
2.2.1 - Paredes 26
2.2.2 - Pisos 26
Bibliografia 27
C a p í t u l o 3 - A r g a m a s s a s c o m u n s : c o m p o s i ç ã o / u s o s , r e n d i m e n t o e c l a s s i f i c a ç ã o
3.1 - Definição, composição e usos 29
3.2 - Traço 29
3.3 - Características dos componentes 30
3.4 - Rendimento das argamassas 32
3.5 - Classificação das argamassas 35
Bibliografia 35
C a p í t u l o 4 - A r g a m a s s a s p a r a a l v e n a r i a
4.1 - Composições 37
4.2 - Propriedades físicas 39
Bibliografia 40
C a p í t u l o 5 - D i s t r i b u i ç ã o d a s t e n s õ e s q u e i n t e r e s s a m a o e s t u d o d o s r e v e s t i m e n t o s
5.1 - Aspectos gerais 41
5.2 - Revestimento sujeito à tensão de tração 42
5.3 - Revestimento sujeito à tensão de compressão 43
Bibliografia 46
14. C a p í t u l o 6 - R e t r a ç ã o d a s a r g a m a s s a s
6.1 - Retração 47
6.2 - Ensaios para medir a retração 48
6.2.1 - Procedimentos do ensaios 48
6.2.2 - Resultados 49
6.3 - Valores da retração 54
Bibliografia 54
C a p í t u l o 7 - P r o p r i e d a d e s físicas d a s c a m a d a s q u e c o m p õ e m o s r e v e s t i m e n t o s
7.1 - Revestimentos cerâmicos 55
7.1.1 - Resistência à compressão 55
7.1.2 - Módulo de elasticidade 55
7.1.3 - Coeficiente de dilatação térmica linear 55
7.1.4 - Dilatação higroscópica 55
7.2 - Argamassas 56
7.2.1 - Módulo de elasticidade 56
7.2.2 - Retração das argamassas aos 28 dias e por secagem exclusivamente ao ar 56
7.2.3 - Coeficiente de dilatação térmica linear 56
7.3 - Concreto 56
7.3.1 - Módulo de elasticidade 56
7.3.2 - Coeficiente de dilatação térmica linear 56
C a p í t u l o 8 - T e n s õ e s n o s r e v e s t i m e n t o s e m a r g a m a s s a s , p i s o s e p a r e d e s
d e v i d a s à s u a r e t r a ç ã o
8.1 - Correlação da retração das argamassas aos 7 e 28 dias 57
8.2 - Tensão de retração 57
8.3 - Tensões nos revestimentos da argamassas em paredes e pisos 58
8.4 - Evolução das tensões de retração nos revestimentos em argamassas 62
8.5 - Conclusões 63
Bibliografia 64
C a p í t u l o 9 - R e t r a ç ã o e r e v e s t i m e n t o
9.1 - Revestimentos e camada de argamassa 65
9.2 - Revestimento, camada de argamassa e suporte de concreto 67
9.3 - Tensões nas argamassas 70
9.4 - Considerações gerais 72
9.5 - Análise e conclusões 74
9.6 - Evolução das tensões nos revestimentos assentados devido à retração da
argamassa de assentamento 76
Bibliografia 80
C a p í t u l o 10 - T e m p e r a t u r a e r e v e s t i m e n t o s
10.1 - Conceitos 81
10.2 - Temperatura e revestimentos 84
10.3 - Conclusões 91
Bibliografia 92
15. C a p í t u l o 11 - D i l a t a ç ã o h i g r o s c ó p i c a d o s r e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s
11.1 - Conceitos 93
11.2 - Revestimento, camada de argamassa e suporte de concreto interligados 97
11.3- Análises e conclusões 100
Bibliografia 104
C a p í t u l o 12 - O u t r a s c a u s a s q u e o r i g i n a m t e n s õ e s e p a t o l o g i a s
12.1 - Considerações gerais 105
12.2 - Falhas construtivas 105
12.3 - Tensões de cargas acidentais em pisos 106
Bibliografia 107
C a p í t u l o 13 - C i m e n t o P o r t l a n d c o m o a d e s i v o n o m é t o d o c o n v e n c i o n a l
13.1 - Utilização nos assentamentos 109
13.1.1 - Revestimento em paredes 109
13.1.2- Revestimento em pisos 110
13.1.3- Pastilhas 110
13.2 - A pasta de cimento 111
13.2.1 - Aderência da pasta de cimento à cerâmica 112
13.3 - Relação água/cimento 112
13.4 - Pesquisa 113
13.5 - Conclusões 115
Bibliografia 116
C a p í t u l o 1 4 - E f l o r e s c ê n c i a : u m a p a t o l o g i a q u e p o d e ser p r e v e n i d a
14.1 - Aspectos gerais 117
14.2 - Como se forma a eflorescência 118
14.3 - Umidade: de onde vem e como evitá-la 119
14.3.1 - Natureza do solo 119
14.3.2 - Lastro de concreto 120
14.3.3 - Contrapiso 120
14.3.4 - Limpeza com ácido 121
14.3.5 - Outras causas 121
Bibliografia 122
C a p í t u l o 1 5 - A s j u n t a s n o s r e v e s t i m e n t o s
15.1 - Tipos de juntas 123
15.1.1 - Juntas de assentamento 123
15.1.2 - Juntas estruturais 127
15.1.3- Juntas de movimentação 128
15.1.4 - Juntas especiais 130
15.2 - Quando executar o rejuntamento 130
15.3 - Materiais para rejuntamento 130
15.4 - Processo de rejuntamento e ferramentas 130
Bibliografia 131
16. C a p í t u l o 1 6 - 0 m é t o d o c o n v e n c i o n a l o u t r a d i c i o n a l
16.1 - Definição 133
16.1.1 - Em paredes e em fachadas 133
16.1.1.1 - Chapisco 134
16.1.1.2- Prumo da superfície 134
16.1.1.3-Emboço 135
16.1.1.4 - Pasta de cimento 135
16.1.1.5- Revestimento 135
16.1.1.6 - Rejuntamento 135
16.1.2 - Em pisos 136
16.1.2.1 - Superfície da laje ou lastro de concreto 136
16.1.2.2- Pasta de cimento 136
16.1.2.3 - Nivelamento da superfície 136
16.1.2.4 - Contrapiso 137
16.1.2.5 - Contrapiso com tela metálica 137
16.1.2.6- Pasta de cimento 137
16.1.2.7- Revestimento 138
16.1.2.8 - Rejuntamento 138
Bibliografia 138
C a p í t u l o 1 7 - P a t o l o g i a s d o m é t o d o c o n v e n c i o n a l
17.1 - Aspectos gerais 139
17.2 - Falhas construtivas no método convencional 139
17.2.1 - Juntas de assentamento 139
17.2.2 - Juntas de movimentação 140
17.2.3 - Juntas estruturais 140
17.2.4 - Ligação com a laje 140
17.2.5 - Espessura das camadas de argamassa 140
17.2.6 - Traço das argamassas 141
17.2.7 - Imersão em água 141
17.2.8 - Pasta de cimento 141
17.2.9 - Expansão por umidade 142
17.2.10 - Eflorescência 142
17.2.11 - Outras patologias 143
17.2.12- Ácido muriático 143
Bibliografia 143
C a p í t u l o 1 8 - 0 m é t o d o d e c o l a g e m c o m a r g a m a s s a s c o l a n t e s
18.1 - Colar revestimentos
18.2 - Argamassa colante
18.3 - Desempenadeiras denteadas
18.3.1 - Desempenadeiras 6 x 6 x 6 mm
18.3.2 - Desempenadeiras 8 x 8 x 8 mm
18.3.3 - Desempenadeiras com aberturas semicirculares
18.3.4 - Desempenadeiras padronizadas
18.3.5 - Espessura final da camada de argamassa colante
145
147
147
147
148
148
149
149
17. 18.4 - Método de colagem 151
18.4.1 - Preparo das bases 151
18.4.1.1 - Paredes-emboço 151
18.4.1.2 - Pisos - contrapiso 151
18.4.2 - Colagem dos revestimentos 152
18.4.2.1 - Projeto das juntas 152
18.4.2.2 - Cuidados preliminares 152
18.4.2.3 - Área de espalhamento 153
18.4.2.4 - Água de amassamento 154
18.4.2.5 - Revestimento cerâmico 155
18.4.2.6 - Rejuntamento 155
18.5 - Argamassas elásticas 155
Bibliografia 158
C a p í t u l o 19 - C o n s u m o d e a r g a m a s s a c o l a n t e e m d i v e r s a s a p l i c a ç õ e s
19.1 - Densidade aparente da argamassa colante em pó 159
19.2 - Densidade da massa fresca de argamassa colante 159
19.3 - Assentamento de revestimentos cerâmicos 160
19.4 - Pastilhas cerâmicas 162
19.5 - Assentamento de blocos de concreto leve 163
19.6 - Blocos de concreto simples 163
19.7 - Placas de borracha com cavidades na base 164
19.8 - Chapisco 165
19.9 - Assentamento de ardósia 165
Bibliografia 165
C a p í t u l o 2 0 - E n s a i o s d e a r g a m a s s a s c o l a n t e s e N o r m a s B r a s i l e i r a s
20.1 - Ensaios de argamassas colantes 167
20.1.1 - Argamassa colante em pó 167
20.1.2 - Argamassa colante quando ainda pasta 167
20.1.3 - Argamassa colante preparada e endurecida 167
20.2 - Normas brasileiras 168
20.2.1 - Observações sobre a velocidade da carga de tração e a área da
superfície tracionada nos ensaios que medem a aderência 169
20.2.1.1 - Definição de uma velocidade e das dimensões do corpo-de-prova 169
20.2.1.2 - Ensaios realizados - comentários 170
20.2.1.3 - Conclusões 172
A p ê n d i c e I - E x e m p l o d e c á l c u l o d a largura d a s j u n t a s e m ó d u l o d e e l a s t i c i d a d e
d o m a t e r i a l d e r e j u n t a m e n t o 173
A p ê n d i c e II - I n t e r p r e t a ç ã o d e t e s t e e x p e d i t o d e a d e r ê n c i a e m o b r a s
e s u a n ã o v a l i d a d e 181
A p ê n d i c e III - U m e s t r a n h o c a s o d e " E f l o r e s c ê n c i a " 187
P r o c e d i m e n t o s d e e x e c u ç ã o c o m e n t a d o s
Revestimentos/Instalação 189
18.
19. Aspectos gerais
A produção de revestimentos cerâmicos, de argamassas convencionais e de
argamassa colantes, de um lado, e a mão de obra para aplicação dos revesti-
mentos, de outro, envolvem quantidades e valores alentados.
Em seguida, é realizada uma análise de cada um deste itens, à época do lançamento
da argamassa colante no mercado nacional, mostrando sua importância e
interdependência.
1.1 P r o d u ç ã o d e r e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s
Em 1972 e 1973, a produção de revestimentos cerâmicos(1>
era de aproximadamente:
1972 1973
Azulejos 1.600.000 m2
/mês 1.850.000 m2
/mês
Ou 19.200.000 m2
/ano 22.200.000 m2
/ano
Pisos 954.000 m2
/ mês 1.100.000 m2
/mês
Ou 11.450.000 m2
/ano 13.200.000 m2
/ano
Totais 30.650.000 m2
/ano 35.400.000 m2
/ano
Dez anos depois'2
', em 1982, a produção foi cerca de:
Azulejos 5.113.000 m2
/mês ou 61.350.000 m2
/ano
Pisos 5.130.000 m2
/mês ou 61.560.000 m2
/ano
Total 122.910.000 m2
/ano
A Itália sempre foi considerada líder mundial, seguida do Brasil e da Espanha que
se alternavam em segundo lugar*3
'. Todavia, esse panorama mudou a partir da
conferência Internacional "Cerâmica Ano 2000", realizada em Modena (Itália),
em 24 de junho de 1996. No evento, ficou revelado que, no ano *995, a China
apareceu como uma das grandes produtoras mundiais, com a expressiva produção
de 900 milhões de metros quadrados<4)
, quase dobrando a produção de 1993,
que foi cerca de 533 milhões de metros quadrados15
*.
Estima-se que a produção brasileira de revestimentos cerâmicos e de aproxi-
madamente:
20. Azulejos (55 % ) 9.900.000 m2
/mês
Pisos (45 % ) 8.100.000 m2
/mês
Total 18.000.000 m2
/mês
ou 216.000.000 m2
/ano
Para efeito das projeções dos itens a seguir, estimamos que 15% desta produção é
exportada, resultando para o consumo interno as quantidades abaixo:
Azulejos 8.400.000 m2
/mês
Pisos 6.900.000 m2
/mês
Total 15.300.000 m2
/mês
ou 183.000.000 rrvYano
1.2 - A r g a m a s s a s c o n v e n c i o n a i s
1.2.1 - Parede
O revestimento é constituído por:
- chapisco 1:3;
- emboço de regularização com 2 cm de espessura e traço 1:2:9;
- argamassa de assentamento com 2 cm de espessura e traço 1:1/2:5.
Consumido por metro quadrado:
Cimento (kg) Cal hidratada Areia (m3)
Chapisco 2,92 — 0,0072
Emboço 3,24 3,24 0,0243
Assentamento 5,84 1,46 0,0243
Totais 12,00 kg 4,70 kg 0,0558
1.2.1.1 - Se todos os revestimentos cerâmicos para paredes (8.400.000 m2
/ mês) fossem
assentados pelo método convencional, necessitaríamos mensalmente de:
Cimento 100.800 toneladas/mês
Cal hidratada 39.480 toneladas/mês
Areia 468.720 m3
/mês
1.2.2 - Pisos
O revestimento de pisos é constituído de:
21. - pasta de cimento sobre a laje para aderência da argamassa;
-argamassa de assentamento 1:1/2:5 e espessura de 2,5 cm;
- pasta de cimento para fixação: 1 mm.
Consumindo por metro quadrado:
Cimento Cal hidratada Areia
1a
pasta 1,50 Kg — —
Argamassa 7,30 Kg 1,83 Kg 0,0304 m3
23
pasta 1.50 Kg — —
Totais/m2
10,30 Kg 1,83 Kg 0,0304 m3
1.2.2.1 - Se todos os revestimentos cerâmicos para pisos (6.900.000 m?
/mês) fossem
assentados pelo método convencional, necessitaríamos mensalmente de:
Cimento 71.070 toneladas/mês
Cal hidratada 12.627 toneladas/mês
Areia 209.760 m3
/mês
1.2.3 - Método convencional
Se a totalidade dos revestimentos cerâmicos para pisos e paredes fosse assentada
por este método, a demanda mensal de materiais seria de:
Cimento 171.870 toneladas/mês
Cal hidratada 52.107 toneladas/mês
Areia 678.480 m3
/mês
- A r g a m a s s a s c o l a n t e s
1 - Paredes
O revestimento é constituído por:
- chapicco 1:3;
- emboço (2 cm) 1:2:9;
- argamassa colante.
Consumindo por metro quadrado:
22. a - Chapisco e emboço:
Cimento 6,16 Kg
Cal hidratada 3,24 Kg
Areia 0,0315 m3
/m2
b - Argamassa colante: 5 kg/m2
1.3.1.1 - Se todos os revestimentos cerâmicos para paredes (8.400.000 m2
/nês) fossem
assentados pelo método de colagem, necessitaríamos mensalmente de:
Cimento 51.744 toneladas/mês
Cal hidratada 27.216 toneladas/mês
Areia 264.600 m3
/mês
Argamassa colante 42.000 toneladas/mês
2 - Pisos
O revestimento é constituído por:
- pasta de cimento sobre laje (1 mm ou 1,5 Kg/m2
) para aderência da argamassa
do contrapiso;
- contrapiso 1:1/2:5 com 2,5 cm de espessura;
- argamassa colante.
Consumindo por metro quadrado:
a - Até o contrapiso
Cimento 8,80 Kg/m2
Cal hidratada 1,83 Kg/m2
Areia 0,0304 m3
/m2
b - Argamassa colante: 5 Kg/m2
1.3.2.1 - Se todos os revestimentos cerâmicos para pisos (6.900.000 m2
/mês) fossem
assentados por colagem, necessitaríamos mensalmente de:
Cimento 60.720 toneladas/mês
Cal hidratada 12.627 toneladas/mês
Areia 209.760 m3
/mês
Argamassa colante 34.500 toneladas/mês
23. 1.3.3 - Método de colagem
Se a totalidade de revestimentos cerâmicos para pisos e paredes fosse assentada
por este método, a demanda mensal de materiais seria:
Cimento 112.646 toneladas/mês
Cal hidratada 39.843 toneladas/mês
Areia 474.360 m3
/mês
Argamassa colante 76.500 toneladas/mês
1.4 - M ã o d e o b r a
Contingente de assentadores necessários para a aplicação dos revestimentos
cerâmicos consumidos pelo mercado interno.
1.4.1 - Pelo método convencional
Total a aplicar 15.300.000 m2
/mês
Produção media diária por assentador 7 m2
/dia/assentador
Dias trabalhados por mês 20 dias
Quantidade de assentadores necessários, trabalhando 110.000
todos os dias úteis e o ano inteiro, sem intervalos.
1.4.2 - Pelo método de Colagem
Total a aplicar 15.300.000 m2
/mês
Produção média diária por assentador 20 m2
/dia/assentador
Dias trabalhados por mês 20 dias
Quantidade de assentadores necessários, trabalhando 38.250
todos os dias úteis e o ano inteiro, sem intervalos.
1.4.3 - Cursos profissionalizantes
A partir destes números, podem ser projetados cursos profissionalizantes, formando
mão de obra compatível com os métodos de assentamento, com conhecimento da
técnica de colocação e dos materiais envolvidos nos revestimentos.
1.5 - E s t i m a t i v a d o m e r c a d o d e a r g a m a s s a s c o l a n t e s
Levando em conta apenas a argamassa colante destinada a assentar revestimen-
tos cerâmicos, é possível, a partir da produção desses revestimentos, avaliar o
mercado das argamassas colantes.
Sendo a produção mensal de revestimentos da ordem de 15,3 milhões de metros
quadrados por mês, e sendo necessários cerca de 5 Kg por metro quadrado para
o assentamento, teremos a estimativa de:
5 Kg/m2
x 15.300.000 m2
/mês = 76.500 ton/mês
24. 1.6 - I n t e r d e p e n d ê n c i a s d a s i n d ú s t r i a s
Como dissemos no início deste capítulo, as indústrias de revestimentos; argamassas
colantes, e mão de obra especializada constituem três polos interdependentes. As
argamassas colantes não existiriam sem os revestimentos cerâmicos. Por outro
lado, seria impossível a indústria de revestimentos ter atingido o nível de produção
atual sem a existência das argamassas colantes que lhe proporcionam, graças à
rapidez no assentamento, o escoamento do quanto produzido. De outra parte, cabe
à mão de obra da construção civil a responsabilidade de usar adecuadamente
ambos os produtos, para se obter um revestimento final de alta qualidade técnica,
estética e de vida útil prolongada.
O assentamento pelo método convencional é inviável, atualmente, pela sua baixa
produtividade e pelo alto risco na estabilidade dos revestimentos, dada a falta de
conhecimento, por parte dos assentadores, sobre o comportamento dos materiais.
Finalizando, as quantidades estimadas neste capítulo dão a dimensão do campo
de abrangência e importância da matéria exposta neste livro.
B i b l i o g r a f i a
"> IBGE - Dados de produção publicados no boletim n2
1/5 do Sindicato das Indústrias da Extração
de Minerais Não-Metálicos do Estado de São Paulo - 1973.
<
*
> Anuário da Associação Brasileira de Cerâmica - 1987.
(3
> Palmonari, C. e Timmellini, G: "Air pollution from the ceramic industry" - Bulletin o' the American
Ceramic Society 68 (8) - 1989 - Revista "Cerâmica" n- 252, nov./dez./91.
<4)
Jornal Pólo Cerâmico - Ano I - n° 2 - página 10 - Editado em Criciúma - SC.
(6
> Revista Mundo Cerâmico - n2
26 - jun./96 - página 28.
(tt)
Composições pelo TPCO - Ed. Pini.
25. Estrutura dos revestimentos
Os revestimentos de modo geral são sempre constituídos de diversas camadas
de materiais diferentes ligadas entre si. Como estão intimamente ligadas, qualquer
deformação em uma dessas camadas resultará no aparecimento de tensões em
todo o conjunto. Tais tensões dependem da espessura, do módulo de elasticidade
e, enfim, de todas as características físicas de cada camada.
As deformações a que nos referimos podem ser de causas endógenas como, por
exemplo, a retração do concreto e das argamassas e a dilataçãc higroscópica
dos revestimentos cerâmicos, ou causadas por esforços externos.
2.1 - E s t r u t u r a d e r e v e s t i m e n t o e x e c u t a d o p e l o m é t o d o c o n v e n c i o n a l
Há diversas possibilidades de construir as camadas, conforme casos específicos
detalhados nos procedimentos práticos comentados no final deste trabalho.
De modo genérico, estão presentes as seguintes camadas:
2.1.1 - Paredes
-Base
Chapisco
-Argamassa cie assentamento
-Pasta de cimento
-Junta
Revestimento cerâmico
máximo 2 cm
se maior, executar
camada de regularização
Fig. 1 - Método convencional - Revestimento de paredes
26. a - Base constituída por elementos de alvenaria, como:
- Alvenaria de tijolos maciços;
- Alvenaria de tijolos furados;
- Alvenaria de blocos de concreto;
- Alvenaria de blocos de concreto leve;
- Alvenaria de blocos silico-calcários;
- Concreto.
b - Chapisco<1)
, composto de argamassa de cimento e areia grossa no traço em
volume de 1:3 e projetado sobre a superfície da base. O acabamento é extre-
mamente áspero e irregular, criando ancoragens mecânicas para aderência
de camada seguinte.
c - Camada de argamassa de regularização no traço em volumes 1:2:9 de cimen-
to, cal hidratada e areia média úmida (3%). É executada sempre que há
irregularidades da base a serem corrigidas e superiores a 20 mm.
d - Camada de argamassa de assentamento no traço em volumes 1:0,5:5 de
cimento; cal hidratada, e areia média úmida (3%). É executada com espessura
de 20 mm, diretamente sobre o chapisco, caso a base seja bem-aprumada,
ou sobre a camada de regularização.
e - Camada uniforme de pasta de cimento com espessura de cerca de 1 mm, e
consumo de 1,5 Kg de cimento por metro quadrado e relação água/cimento
de 0,3.
f - Revestimento cerâmico.
2.1.2 - Pisos
a - Laje de concreto ou lastro de concreto simples, dependendo da posição do
piso, se sobre estrutura ou sobre terrapleno.
b - Camada de pasta de cimento, cuja função é de garantir a aderência entre as
argamassas e a superfície da laje. A espessura é de cerca de 1 mm, e o
consumo de cimento, de 1,5 Kg por metro quadrado, com relação água/cimento
de 0,3.
c - Camada de argamassa de regularização no traço em volumes 1:6 de cimento
e areia média úmida (3%). É executada sempre que há irregularidades da
base a serem corrigidas e superiores a 20 mm.
d - Camada de argamassa de assentamento no traço em volumes 1:6 de cimento
e areia média úmida (3%). É executada com espessura de 20 mm diretamente
27. sobre a laje ou lastro, caso estas bases estejam bem-niveladas ou, ainda,
sobre a camada de argamassa de regularização.
e - Camada uniforme de pasta de cimento com espessura de cerca de 1 mm e
consumo de 1,5 Kg de cimento/m2
e relação água/cimento 0,3.
f - Revestimento cerâmico.
Junta de expansâo/contraçáo Camada de regularização
e/ou argamassa de assentamento
Revestimento cerâmico
Pasta de cimento sobre a laje Junta estrutural
Pasta de cimento
Junta normal
L , . l H . , i I
J , I |
'
j I
- . v . ' . r ••• :>.:• fr /a;./»..». .
Laje de concreto armado Revestimento do forro do andar inferior
(Chapisco + Emboço + Reboco)
Fig. 2 - Método convencional - Piso sobre laje
Junta expansão/
contração
Manta impermeável
Terrapleno
Revestimento cerâmico
Pasta de cimento
Lastro de concreto simples
Argamassa de assentamento
Pasta de cimento
Junta normal
Junta estrutural
Fig. 3 - Método convencional - Piso sobre terrapleno
28. 2.2 - E s t r u t u r a d e r e v e s t i m e n t o e x e c u t a d o p e l o m é t o d o d e c o l a g e m
Também aqui há diversas possibilidades que serão detalhadas nos "Procedimentos
Práticos" comentados na parte final deste livro.
De modo geral, estão presentes as seguintes camadas, cujas arganassas têm
composições idênticas as já descritas nos itens 2.1.1 e 2.1.2.
2.2.1 - Paredes
• Baso
— Chapisco
Argamassa do regularização (omboço)
Argamassa Colante
- i * Junta
• Revestimento cerâmico
T t rriiuòfro2cm
to mw. oxocuur
em CAT-idít de 2 em cacia
Fig 4 - Método de colagem - Revestimento de parede
a - Base constituída por elementos de alvenaria em 2.1.1 "a",
b - Chapisco.
c - Camada de argamassa de regularização,
d - Emboço.
e - Camada de argamassa colante com espessura de cerca de 3 a 6 mm,
dependendo das dimensões da superfície da peça cerâmica.
f - Revestimento cerâmico.
2.2.2 - Pisos
a - Laje ou lastro de concreto simples,
b - Camada de pasta de cimento,
c - Camada de argamassa de regularização,
d - Contrapiso.
e - Camada de argamassa colante com espessura uniforme de cerca de 3 a 6 mm,
dependendo das dimensões da superfície da peça cerâmica.
f - Revestimento cerâmico.
29. Junta do oxpansâo/contraçâo Camada da regularização
ou corK/apiso
Revestimento cerâmico
Argamassa colanto
A
wm^S*
Pasta do cimento sobro a lajo Junta estrutural
Junta normal
lajo do concreto armado Rovostimonto do forro do andar inferior
(Chapisco • Emboço + Reboco)
Fig. 5 - Método de colagem - Piso sobre laje
RcvosCmonto cerâmico Lastro do concreto simples
Argamassa colanto
Junta expansão/
contração
Contrapiso
Pasta do cimento Junta estrutural
Junta normal
TT
Manta Impermeável
L
Terraptano
Fig. 6 - Método de colagem - Piso sobre terrapleno
Bibliografia
(1)
NBR-7200: Revestimento de paredes e tetos com argamassas. Materiais, preparo, aplicação
e manutenção.
32. O traço em peso nos daria segurança absoluta, quando a qualidade da argamassa
e quantidades no consumo e apropriação de custos. Todavia, é impraticável no
canteiro da obra.
Os traços das argamassas são tradicionalmente indicados em volumes.
Assim, uma argamassa de cimento e areia 1:3 significa que no seu preparo
entra um volume de cimento para três volumes de areia. Quanlo a esta é
imprescindível que se adicione a informação sobre o seu teor de umidade, ou
se se trata de areia seca. E isso devido ao fenômeno do inchamento da areia
em função do teor de umidade.
A própria tabela 1 da NBR-7200 indica traços em volume de argamassas para
revestimentos, informando que para a areia o teor de umidade e de 2% a 5%, e
seu volume não foi corrigido quanto ao inchamento.
Isso significa que, na avaliação das quantidades dos componentes, é indispensável
determinar ou adotar valores para a massa específica absoluta ou real e para a
massa específica aparente ou peso unitário para a areia, cimento e cal utilizados.
Para a areia caracterizada a seguir, estudamos cinco traços de argamassas,
ilustrando alguns comentários sobre o rendimento em função da composição e
do modo de aplicar a argamassa.
3.3 - C a r a c t e r í s t i c a s d o s c o m p o n e n t e s
3.3.1 - Cimento
Usamos o cimento Portland, adotando 3,07 Kg/dm3
para sua massa específica absoluta.
A literatura sobre cimento Portland sugere para sua massa específica aparente os
valores da ordem de 1,50 Kg/dm3
e 35 dm3
para um saco de 50 Kg, o que eqüivale a
1,43 Kg/dm3
.
No preparo das argamassa, objeto desta pesquisa, encontramos 1,20 Kg/dm3
,
sendo este o valor adotado.
3.3.2 - Cal hidratada
Adotamos 1,80 Kg/dm3
para massa específica absoluta ou real. No preparo das
argamassas pesquisadas, encontramos 0,58 Kg/dm3
para massa específica
aparente.
3.3.3 - Areia
A massa específica real adotada foi 2,65 Kg/dm3
. A massa específica aparente
para a areia seca foi determinada em 1,45 Kg/dm3
.
A areia foi utilizada com 3% de umidade, sendo 1,30 seu coeficiente de inchamento.
Ou seja, o volume de areia com 3% de umidade é 30% maior do que o volume seco.
33. As medidas em volume úmido para compor as argamassas estudadas indicaram
ser 1,15 kg/dm3
a massa específica aparente do agregado com 3% de umidade.
A areia utilizada apresentou a composição granulométrica do Quadre 1.0 diâmetro
máximo, sendo 2,4 mm e o módulo de finura sendo 2, classificam a areia utilizada
como média-fina.
Quadro 1
Peneiras Porcentagens
mm Retidas Acumuladas
4 4,8 0 0
8 2,4 3 3
16 1,2 10 13
30 0,6 20 33
50 0,3 31 64
100 0,15 25 89
soma = 202
módulo de finura = 2,02
A NBR-7211: Agregados para concreto, ao definir os limites da composição
granulométrica do agregado miúdo sugere que podemos classificar a areia em
fina, média e grossa. Veja Quadro 2.
Quadro 2
Peneiras % Retida acumulada
n° mm Utilizável Ótima
para concreto para concreto
3/8 9,5 0 0 0
4 4,8 0 a 3 a 5
8 2,4 13 a 29 a 43
16 1,2 23 a 49 a 64
30 0,6 42 a 68 a 83
50 0,3 73 a 83 a 94
100 0,15 88 a 93 a 98
Somatória 239 325 387
Módulo de finura = MF 2,39 3,25 3,87
Dimensão Máxima Dm < 2,4 4,8 > Dm > 2,4 Dm > 4,8
característica (mm) areia fina areia média areia grossa
onde:
Módulo de finura é a soma das porcentagens retidas acumuladas, dividida por 100.
Diâmetro máximo é a abertura da malha, em milímetros, da peneira da série
padrão à qual corresponde uma porcentagem retida acumulada igual ou
imediatamente inferior a 5%.
34. A partir destes valores a areia pode ser classificada conforme o Quadro 3 a seguir.
3 . 4 - R e n d i m e n t o d a s a r g a m a s s a s
Para verificar o rendimento das argamassas, foram compostas as argamassas da
tabela do Quadro 4.
A areia foi medida em volumes aparentes, com 3 % de umidade. Os aglomerantes
também foram medidos em volumes aparentes, tomando-se o cuidado de conferir
sua massa.
A água foi adicionada ate obter-se uma trabalhabilidade adequada, avaliada
qualitativamente.
A mistura foi feita manualmente. Visando avaliar o rendimento, espalhamos a
argamassa fresca sobre uma base plana e horizontal, assegurando uma espessura
uniforme de 25 mm com auxílio de sarrafos de madeira. A argamassa fresca foi
apertada com colher de pedreiro e desempenada.
A seguir, medimos a área coberta e calculamos o volume resultante. No quadro 4,
são indicamos os valores encontrados.
Para os traços estudados já era sabido de antemão que o rendimento, ou seja, o
volume de argamassa fresca resultante, deveria ser igual para todas as composições,
desde que mantido o mesmo cuidado no espalhamento e adensamento da
argamassa fresca. E isto porque para os traços estudados a quantidade de areia e
tal que seu volume de vazios (não confundir com os vazios de argamassa por falha
de adensamento) não chega a ser ocupado pelos volumes reais do cimento e
água, ou do cimento, cal hidratada e água, que entraram em sua cornsosição.
O volume de vazios da areia em questão pode ser determinado pelo coeficiente
de vazios (Cv) ou pela diferença entre volume total aparente seco (Vt) e o volume
de cheios (Vc), ocupados pela areia.
Inicialmente corrigimos o volume úmido aparente (Vh) para volume total aparente
seco (Vt), dividindo-o pelo coeficiente de inchamento 1,30:
Quadro 3
Areia
Fina
Média
Grossa
DM ( m m )
Dm < 2,4
4,8 > Dm > 2,4
Dm > 4,8
MF
MF < 2,39
3,87 > MF > 2,39
MF > 3,87
V,h 12,1
V. = = 9,3 dm3
1,30 1,30
35. Sendo a massa específica real da areia 2,65 Kg/dm3
e sua massa específica
aparente 1,45, temos:
Volume de cheios:
Vc = 1 4 5 x 9,3 = 5,1 dm3
2,65
e
Volume de vazios = Vv = 9,3 - 5,1 = 4,2 dm3
A água conduzida pela areia úmida é calculada por:
Ph = dh x Vh = 1,15 x 12,1 = 13,9 kg
Pt = d, xV, = 1,45x9,3= 13,5 kg
Água conduzida pela areia = Ph - Pt = 13,9 - 13,5 = 0,4 kg ou dm3
sendo
Volume real do cimento = massa/3,07
Volume real da cal hidratada = massa/1,8
calculamos e chegamos aos valores dos Quadros 5 e 6.
Quadro 4
Traços
c C A
i a r
m I e
e j Cimento Cal hidr. Areia Água VC)
n h a adie.
t i
o d 3%
dm3
kg dm3
kg dm3
dm3
dm3
1 - 5 2,42 2,90 - - 12,1 2,17 10
- 6 2,02 2,41 - - 12,1 2,12 10
1 1/2 5 2,42 2,90 1,21 0,70 12,1 2,33 10
1 1/2 6 2,02 2,41 1,00 0,59 12,1 2,42 10
1 1/5 6 2,02 2,41 0,40 0,23 12,1 2,09 10
(•) V = Volume da argamassa fresca
36. Quadro 5 - Volumes reais para 10 dm3
de argamassa fresca, adensada a
colher e desempenada
Traço Cimento Cal Hidr. Areia Á g u a Volume Vazios da
da areia adie. Total V argamassa
10-V
dm3 dm3 dm3 dm3 dm3 dm3 dm3
1:5 0,94 — 5,10 0,40 2,17 8,61 1,39
1:6 0,79 — 5,10 0,40 2,12 8,40 1,60
1:1/2:5 0,94 0,39 5,10 0,40 2,33 9,16 0,84
1:1/2:6 0,79 0,33 5,10 0,40 2,42 9,04 0,96
1:1/5:6 0,79 0,13 5,10 0,40 2,09 8,50 1,50
Os vazios indicados no Quadro 5 correspondem aos vazios não-ocupados da
areia, mais os vazios oriundos do nível de adensamento na aplicação da
argamassa fresca. Portanto, o modo de aplicar a argamassa fresca, é fundamental
tanto na avaliação do rendimento como no nível de qualidade da argamassa
quanto a sua absorção de água e permeabilidade.
Conforme a posição do revestimento a executar, o pedreiro e obrigado a comprimir
(adensar) mais a argamassa, quando da sua aplicação. A mesma argamassa
poderá ter um aumento de vazios à medida que é aplicada no emboço de um
forro, no emboço de uma parede ou em um contrapiso. No forro, é obrigatório
projetá-la e depois comprimi-la com a desempenadeira. Na parede os cuidados
já são menores do que no forro.
Nos pisos, argamassa de regularização ou do contrapiso sofre maior risco de ter
sua qualidade sacrificada dada a facilidade de espalhamento e sarrafeamento.
Podem originar-se daí problemas construtivos, como uma maior permeabilidade
da argamassa endurecida, permitindo a passagem de água em pisos não
impermeabilizados adequadamente, instalando-se o processo de eflorescências
sobre os revestimentos dos pisos.
Quadro 6 - Volume de vazios disponíveis na areia
Traço Volume
aparente
seco da
areia
Volume
dos grãos
Volume
vazio
da areia
Volume
real
o c u p a d o
pelo cimento,
cal e água
Vazios
não-
ocupados
dm3 dm3 dm3 dm3 dm3
1:5 9,30 5,10 4,20 3,51 0,69
1:6 9,30 5,10 4,20 3,30 0,90
1:1/2:5 9,30 5,10 4,20 4,06 0,14
1:1/2:6 9,30 5,10 4,20 3,94 0,26
1:1/5:6 9,30 5,10 4,20 3,40 0,80
37. A última coluna do Quadro 6 indica os vazios não ocupados pela pasta de aglome-
rante total.
3.5 - C l a s s i f i c a ç ã o d a s a r g a m a s s a s
O nível de ocupação de vazios oferecidos pela areia nas argamassas sugere um
critério de classificação descrito pelo Eng. Leonardo M. Caricchio (2) e constante
do Quadro 7.
Quadro 7
Argamassa Cimento: Cal hidratada Cimento: Cal
areia
1:2
areia
1:1,5
hidratada: areia
1:3:7
1:2,5 1:2 1:3:8
A partir destas proporções
1:2,5 1:3:9
B i b l i o g r a f i a
Fiorito A.J.S.I. - Revista "Construção" n9
1.922 - dez./84.
,2
> Caricchio L.M., "Construção Civil" - Vol.- li - Ed. 1955.
38.
39. Argamassa para alvenaria
4.1 - C o m p o s i ç õ e s e u s o s
No início do Capítulo 3 definimos as argamassas como sendo a mistura de
aglomerantes e agregados minerais com água, possuindo capacidade de
endurecimento e aderência. Entendemos que esta definição é abrangente podendo
ser adotada também para as argamassas destinadas às alvenarias.
Nos livros sobre construções, tabelas de composições, cadernos de encargos e
literatura em geral sobre argamassas utilizadas no assentamento de elementos
das alvenarias, há uma profusão de traços geralmente transmitidos pela tradição.
Não há ainda normas brasileiras específicas para argamassas utilizadas em alve-
narias. Em contrapartida, encontramos na ASTM-American Society for Testing
and Materials diversas Normas, entre as quais a C 270-82 sobre argamassas
para Alvenaria (Mortar for Unit Masonry). Esta Norma indica, em um Anexo, quatro
tipos de argamassas destinadas a alvenarias portantes e não-porlantes.
Quadro 8 - Guia para seleção de argamassas para alvenaria ( ASTM - C 270-82)
Posição Função Tipo de argamassa
da alvenaria Recomendada Alternativa
Exterior de • Portante N Sou M
elevação • Não-portante O (2) K ou S
• Parapeitos N S
Exterior, no nível Fundações
ou abaixo do nível Muro de arrimo
do solo Poços-Galerias S(3) M ou n (3)
Calçamentos
Passeios-Pátios
Interior • Portante N S ou M
• Não-portante 0 S ou N
(1) Esta tabela não indica argamassas para fins especiais, como chaminés, alvenaria armada ou argamassas
antiácidas.
(2) Tipo "O" é recomendada para uso onde não há probabilidade de congelamento, quando saturada de água ou
não há probabilidade de a alvenaria estar sujeita ã ação do vento ou outras cargas laterais significativas.
(3) Alvenaria exposta ao tempo, nas superfícies horizontais, ó extremamente vulnerável às intempéries.
A argamassa para tais casos deverá ser especificada com maior atenção.
40. O Quadro 8 é um guia geral para escolha do tipo de argamassa a ser utilizada
conforme a finalidade da alvenaria. A escolha do tipo de argamassa poderá, tam-
bém, ser baseada no tipo de elemento a ser assentado ou em normas construti-
vas ou, ainda, de acordo com os esforços a serem suportados pela alvenaria. Por
exemplo, a argamassa poderá ser correlacionada com o tipo ou características
dos elementos a serem assentados: blocos de concreto; blocos de cerâmica: tijolos
maciços: tijolos furados; placas de concreto leve etc. Assim, um elemento de
alvenaria com alta velocidade inicial de absorção de água deverá ser compatível
com a argamassa de alta retenção de água.
Na Tabela 1 encontramos os traços para as argamassas do Quadro 8. Os aglome-
rantes são o cimento Portland, o cimento de alvenaria, a cal hidratada e a pasta
de cal. As proporções de areia solta e úmida, em volume, estão limitadas entre
um mínimo de 2,25 vezes e um máximo de três vezes em relação à soma dos
volumes dos aglomerantes considerados isoladamente.
Tabela 1 - Proporções especificadas - ASTM - C 270-82
Aglomerantes
Proporções em volume
Argamassa
de:
Tipo
Cimemto
Portland
Cimento
de
alvenaria
Cal
hidratada
ou
pasta
de
cal
Agregado
medido úmido e solto (1)
M 1 _ Va 2,81 a 3,75
Cimento/cal S 1 -
1
/4 a 1
/2 de (2,81 a 3,75) até (3,38 a 4,50)
N 1 -
1
/2 a 1 1
/4 de (3,38 a 4,50) até (5,06 a 6,75)
0 1 - 1 1
/4 a 2 1
/2 de (5,06 a 6,75) até (7,88 a 10,50)
M 1 1 - 4,50 a 6,00
Cimento de S 1
/2 1 - 3,38 a 4,50
alvenaria N - 1 - 2,25 a 3,00
O - 1 - 2,25 a 300
(1) O agregado medido úmido e solto não deve ter volume menor do que 2.25 vezes nem maior do que três
vezes a soma. em separado, dos volumes dos aglomerantes.
Para converter os traços tabelados em volume para traços em massa, a Norma ASTM
- C 270-82 sugere utilizar as seguintes massas específicas aparentes ou pesos unitários:
cimento Portland 1.505 Kg/m3
cal hidratada 640 Kg/m3
pasta de cal 1.280 Kg/m3
areia úmida e solta 1.280 Kg/m3
41. 4.2 - P r o p r i e d a d e s físicas
A Tabela 2 especifica as propriedades dos quatro tipos de argamassa do Quadro 8,
tais como resistência à compressão, a retenção de água e ar incorporado.
Na Tabela 2, fizemos a conversão das resistências especificadas para corpos-de-
prova cúbicos para corpos-de-prova cilíndricos, lembrando que, para estes últimos,
o valor corresponde a cerca de 85% daquele obtido para os corpos-de-prova cúbicos.
A resistência à compressão medida em laboratório e em corpos-de-prova de formato
cúbico de aresta de 2" (5cm) ou cilíndrico de diâmetro de 2" e altura de 4" (10 cm)
permite avaliar esta característica da argamassa quando usada em alvenaria.
Tabela 2 - Propriedades especificadas para argamassas preparadas em
laboratório ASTM - C 270-82
1
<
0
<
/
>
Mínimo de resistências à compressão
aos 28 dias - corpos-de-prova: i
>
<
3
0)
<
0
s
8> o
Cúbico 2" (5 cm) (1) Cilíndrico 2x4
(5 x 10 cm)
S i
o
.c
*
Si
.o.
£ psi MPa Kgf/cm2
psi MPa Kgf/cm2
£
V. O)
M 2.500 17,2 172 2.125 14,6 146 75 12
Cimento/cal S 1.800 12,4 124 1.530 10,5 105 75 12
N 750 5,2 52 638 4,4 44 75 14(2)
0 350 2,4 24 298 2,0 20 75 14(2)
(4)
M 2.500 17,2 172 2.125 14,6 146 75 (3)
Cimento de S 1.800 12,4 124 1.530 10,5 105 75 (3)
Alvenaria N 750 5,2 52 638 4,4 44 75 (3)
O 350 2,4 24 298 2,0 20 75 (3)
(1) Conforme ASTM - C780 item 4.2.6 - nota 1, para a mesma argamassa os t/alores obtidos
em corpos-de-prova cilíndricos podem ser considerados iguais a 85% dos valores em corpos-
de-prova cúbicos.
(2) Para alvenaria armada e argamassa de cimento/cal, o máximo de ar-incorporado deve ser 12%.
(3) Para alvenaria armada e argamassa de cimento de alvenaria, o máximo de ar-incorporado
deve ser 18%.
(4) O agregado é medido úmido e solto, e sua proporção, em laboratório, deve ser no mínimo
2,25 vezes e no máximo 3,5 vezes a soma, em separado, do volume dos aglomerantes.
Todavia, em obra, a performance da alvenaria depende de vários fatores e caracte-
rísticas da argamassa e dos elementos da alvenaria, uma vez que estão intimamente
ligados e trabalhando em conjunto. Tais fatores e características são: trabalhabilidade
da argamassa refletida na quantidade de água de amassamento; alta ou baixa
velocidade inicial de absorção de água pelo elementos da alvenaria; retenção de
água da argamassa; resistência ao cisalhamento; expansão dos elementos; retração
da argamassa; resistência à compressão da argamassa e do elemento da alvenaria;
dilatação higroscópica dos elementos quando cerâmicos; condições climáticas etc.
42. Portanto, quando necessário, o teste feito sobre corpos-de-prova retirados da
alvenarias (parte desta) ou sobre paredes experimentais é mais próximo da realidade
do que aqueles feitos individualmente sobre os componentes da alvenaria.
No Quadro 9, a título ilustrativo, são indicadas as resistências preconizadas pela
NBR-6136/80 para blocos de concreto, as quais poderão ser cotejadas com as
resistências das argamassas que poderão ser utilizadas em seu assentamento.
Quadro 9 - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria estrutural -
NBR-6136/80
Resistência Umidade Absorção
Bloco Alvenaria característica natural total de água
à compressão do bloco do bloco
Classe A Externa, sem / b k > 6 MPa p > 40 % a a < 10%
qualquer (60 Kgf/cm2
)
revestimento
Classe B Int. ou ext. com / b k > 4,5 MPa M < 40 % a a < 10%
revestimento (45 Kgf/cm2
)
B i b l i o g r a f i a
ASTM-C 270/82 - Mortar for unit masonry.
(2)
ASTM-C 780 - Preconstrution and constrution evaluation of mortars for plain and reinforced
unit masonry.
,3
> NBR-7184 - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria sem função estrutural
- Método de Ensaio.
w
NBR-7186 - Bloco vazado de concreto simples para alvenaria com função estrutural -
Método de Ensaio.
<
5
> NBR-6136 - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria estrutural - Especificação.
<
6
> Fiorito A.J.S.I. - Revista "Construção" n9
2.056 - jul/87 - Ed. Pini.
43. Distribuição das tensões que interessam
ao estudo dos revestimentos(3)
5.1 - A s p e c t o s g e r a i s
No Capítulo 2 apresentamos diversas estruturas de revestimentos, quer horizontais,
quer verticais.
Todas as camadas estão intimamente ligadas, existindo maior ou menor grau de
ligação (aderência) em função dos cuidados dispensados pela mão-de-obra na
preparação de cada camada e na preparação das suas superfícies para receberem
as camadas seguintes.
Estando as camadas ligadas, a deformação de qualquer uma delas, devido a
causas endógenas ou esforços externos, resultará em tensões atuando sobre
cada camada.
As tensões que atuam sobre os revestimentos são de especial interesse.
Entre as deformações podem ser citadas: a retração da argamassa que liga os
elementos das alvenarias; a retração da argamassa utilizada no emboço ou no
contrapiso; a deformação lenta do concreto da estrutura atuando, a dos pilares e
vigas sobre os revestimentos verticais e, a das lajes, sobre os revestimentos dos
pisos; recalque das fundações; as deformações originadas pela variação da
umidade relativa do ar atuando sobre as argamassas endurecidas; a dilatação
higroscópica dos elementos cerâmicos; as deformações originadas pela atuação
de cargas acidentais sobre os pisos; e, evidentemente, as originadas por varia-
ções térmicas. Em casos especiais devem ser levadas em conta as vibrações
de máquinas.
As tensões assim originadas sempre existem, são extremamente variáveis e podem
se compensar ou, então, somar, gerando, neste caso, uma compressão máxima
no revestimento.
Exemplificando, o efeito de uma variação de temperatura é um termo do somatório
de diversas causas possivelmente já presentes. Um revestimento poderá, em
determinado instante, estar sujeito a uma tensão de compressão. Uma variação
térmica poderá diminuir ou aumentar esta compressão. Uma seqüência de
variações térmicas, para mais e para menos, poderá romper gradativamente por
fadiga a ligação revestimento/suporte. Nestas condições, uma variação adicional
de temperatura será o diferencial que fará o somatório das forças de compressão
atingir e ultrapassar a carga de flambagem do revestimento.
44. Às causas citadas devemos, forçosamente, somar as falhas de mão-de-obra. Entre
outras, como veremos nos capítulos específicos sobre tensões, citamos: o uso de
argamassas espessas e ricas em cimento; a falta de cuidado na ligação íntima da
argamassa de regularização ao suporte, notadamente em pisos; a falta de cuidado
na ligação íntima entre toda a superfície do tardoz das peças do revestimento e a
argamassa de assentamento, ou material usado no assentamento (colas, por
exemplo); e, o que julgamos de importância capital, o descuido em relação às
juntas entre as peças do revestimento.
Não será demais lembrar que o assentamento com juntas secas - peças
encostadas umas às outras - deve ser proibido. O correto será limitar as tensões
de compressão a uma só peça do revestimento. Esta, sendo rígida, não terá a
possibilidade de flambar. E isso só se consegue com juntas em todo o perímetro
das peças.
Igualmente, peças cerâmicas com espaçadores incorporados à sua base (spacer
lugs) não devem ser utilizadas, pois criam uma pseudojunta, o que eqüivale a
assentar com juntas secas e com a agravante de concentrar os esforços de
compressão nos dois pontos em que se situam os espaçadores.
5.2 - R e v e s t i m e n t o s u j e i t o à t e n s ã o d e t r a ç ã o
Seja o trecho de revestimento da Fig. 7 que, para exemplificar, esteja a uma
temperatura inicial T, passando gradativamente para uma temperatura T, > T.
(ex.:T2<T)
Fig. 7 - Revestimento solicitado à tração
45. Neste caso, as peças do revestimento (pisos ou paredes) tenderiam a se afastar
umas das outras. As juntas se abririam e teríamos instalado um processo de cisa-
Ihamento simples entre a base das peças (tardoz) e o material usado no assentamento
(Fig. 7A). Atingida a ruptura, as peças se soltariam simplesmente da base.
Seguindo-se um encurtamento devido, por exemplo, a uma queda gradual de tem-
peratura T2 < T, as peças soltas tomariam a conformação de um "V" invertido (Fig. 7B).
Tal hipótese nunca foi observada na prática. A título informativo, ensaios de ruptura
ao cisalhamento mostraram valores da ordem de 10 kgf/cm2
(1 MPa) para a pasta
de cimento comum, e de 12 kgf/cm2
(1,2 MPa) para a argamassa colante. São
valores elevados e, antes de serem atingidos, as peças do revestimento se soltam
da base devido a uma força de tração atuando perpendicularmente ao plano do
revestimento, como explicado no item 5.3.
5.3 - R e v e s t i m e n t o sujeito à t e n s ã o d e c o m p r e s s ã o
Considere a Fig. 8, onde há compressão atuando no revestimento causada pela
retração da argamassa de assentamento. As peças que compõem o revestimento
se aproximam e a tendência é a flambagem da placa de revestimento. Nas
extremidades da placa, há tensões de cisalhamento, atuando na interface peça/
argamassa (Fig. 8B).
No centro, há tensões de compressão atuando na secção transversal das peças
(Fig. 8A). A compressão dará origem a componentes verticais "p" de tração, as
quais tendem a arrancar o revestimento de sua base. A elas se opõe a aderência
"q" proporcionada pelo cimento portland no método convencional, ou por alguma
argamassa colante utilizada na fixação do revestimento.
Para q > p haverá compressão, mas o revestimento permanece estável - Fig. 8C.
Para q < p as peças se soltam da base por tração simples causando o abaulamento
da placa de revestimento e seu posterior colapso - Figs. 8D e 8E.
Enquanto o valor de "p" é máximo no centro do trecho considerado de revestimento,
diminuindo uniformemente até se anular nas extremidades, os valores de "q"
(aderência) são irregulares em função de defeitos construtivos maiores ou menores.
No Método Convencional, por exemplo, o espalhamento do pó de cimento e a má
formação da pasta por excesso ou falta de água levam a valores irregulares e
baixos para aderência "q". facilitando o colapso que ocorrerá, inclusive, em posição
aleatória.
Note que, nas extremidades da placa comprimida há tensões de cisalhamento.
Caso houvesse ruptura por cisalhamento na ligação da base das peças extremas
com o material de assentamento, tais peças ficariam soltas, reduzindo o
comprimento "d" da placa e, consequentemente, do próprio risco de flambagem,
diminuindo os valores de "p"- Isto pode ser mais bem compreendido, se lembrarmos
que a carga de flambagem é dada por:
47. d „ = _d_
2
Nn = carga de flambagem
E = módulo de elasticidade
J = momento de inércia
d = comprimento da barra
Como dissemos anteriormente, para valores menores de "d" nos afastaremos
cada vez mais do risco de flambagem. Daí a necessidade de juntas entre as
peças, de modo a reduzir "d" ao comprimento de uma única peça cerâmica que,
sendo extremamente rígida, não é passível de flambagem.
Na prática, todavia, as peças da extremidade nunca aparecem seitas em pisos
que sofreram colapso devido à compressão a que estavam submetidos. E isso é
confirmado por valores medidos em laboratório.
As medidas da resistência ao cisalhamento feitas conforme o Método de Ensaio
ASTM - C 482{1>
, nos levaram a valores da ordem de 10 kgf/cm2
(1 MPa) para a
ligação da pasta de cimento com a placa cerâmica (Método Convencional).
Na pesquisa relatada no Capítulo 9<2)
"Evolution des contraintes dans les carreaux
de revêtement posés", a retração de uma argamassa de cimento e areia 1:3,
utilizada no assentamento de azulejos, originou tensão de compressão nos
azulejos da ordem de 45 kgf/cm2
(4,5 MPa).
Este foi o maior valor encontrado e, diga-se de passagem, para uma argamassa
imprópria por ser extremamente rica e não utilizada comumente em obras para o
assentamento.
Supondo (Fig. 9) uma placa cerâmica com 5 mm de espessura e 15 x 15 cm de
superfície, o esforço de compressão atuando em sua secção transversal é:
Fig. 9
F = A . a = (0,5 cm x 15 cm) x 45 kgf / cm2
e F = 337,5 kgf
e a tensão de cisalhamento atuando na ligação peça/material de assentamento será:
337,5 kgf = 1 5 k g f / c m 2 = 0 1 5 M p a
15 cm x 15 cm y
48. ou seja, praticamente sete vezes menor do que a tensão de ruptura ao cisa-
Ihamento encontrada nos ensaios (10 Kgf/cm2
).
Portanto, as peças extremas da placa de revestimento continuarão presas à base,
garantindo a indesejada compressão no centro da placa de revestimento.
B i b l i o g r a f i a
ASTM - C 482 - Bond strenght of ceramic tile to portland cement.
,2)
Baudran A. A. e Aveline M. - Evolution des contraintes dans les carreaux de revétement posés
- IX Congrés Internacional Céramique - Bruxelles - 1964.
<
3
> Fiorito A.J.S.I. - Revista "Construção" n5
1.051. 1.054. 1.058. 1.062. 1.070 1.086 e 1.087 -
Ed. Pini- 1968.
49. Retração das argamassas
6.1 - R e t r a ç ã o
As argamassas de cimento e areia ou cimento, cal e areia são utilizadas em múlti-
plas aplicações nas construções.
Assentamento de tijolos; blocos de cerâmica ou de concreto; chapisco; emboço;
reboco; contrapisos; pisos cimentados; assentamento de revestimentos cerâmicos
em pisos, paredes, fachadas e piscinas; pedra naturais e todo tipo de revestimento.
Sua composição e espessura, quando de sua aplicação, são muito variáveis.
Seu endurecimento é acompanhado por uma diminuição de volume, quer devido
à perda de água evaporável, quer devido às reações de hidratação.
Mesmo após a secagem, e com mais de quatro meses de idade, notamos varia-
ções dimensionais em função do grau higrométrico do ambiente.
Tal fenômeno, há longa data estudado para concretos, é conhecido como
"retração".
Para as argamassas a retração também deve ser analisada atentamente, procu-
rando extrair do comportamento e evolução da mesma, em função da idade e
condições ambientes, alguns procedimentos práticos aplicáveis em obras.
Por exemplo, é prática obrigatória "cunhar" as alvenarias de elevação. Todavia, tal
operação tem época oportuna para ser realizada. A alvenaria deve "assentar", o
que eqüivale dizer que a argamassa de assentamento já secou e retraiu estando,
então, estável. Só depois disso é feito o encunhamento. Em relação aos emboços
e revestimentos com argamassas, as espessuras são limitadas a valores máximos
devido a sua retração. Argamassas ricas e espessas estão sujeitas a fissuras.
Outro efeito da retração já nos ocorreu observar em pisos cimentados que sofre-
ram processo de destaque por flambagem.
Finalmente, é incontestável que a retração da argamassa de assentamento usada
no método convencional já destruiu inúmeros revestimentos de pisos e paredes.
Na colagem de revestimento com argamassas colantes, é obrigatório aguardar
que a argamassa do contrapiso ou do emboço atinja um elevado grau de sua
retração antes que se processe o assentamento do revestimento.
50. 6.2 - E n s a i o s p a r a m e d i r a r e t r a ç ã o
A seguir, apresentamos medidas de retração feitas para a pasta de cirrento e para
um grupo de seis argamassas, cujos traços estão na Tabela 3.
Tabela 3
Componentes Argamassas de
cimento e areia
Volumes aparentes -
Areia c/ 3% de umidade
Argamassas
cimento: cal: areia
vol. apar.
- areia 3% um.
Pasta
de
cimento
1:3 1:4 1:5 1:6 1:1/2:5 1:3:12
Cimento Portland 481 321 341 258,5 384 133 1.000
Cal hidratada - - 81 169 -
Areia c/3% 1.253 1.255 1.335 1.350 1.576 1.313 -
Areia - Peso seco 1.216,5 1.218,5 1.296 1.310,5 1.530 1.275 -
Água da areia 36,5 36,5 39 39,5 46 38 -
Água adicionada 188 176 180 186,5 279,6 227 -
Água Total 224,5 212,5 219 226 325,6 265 300
Água / aglomerante 0,47 0,66 0,64 0,87 0,70 0,88 0,30
(1) Os valores da tabela são em gramas.
(2) Os componentes foram medidos em volume e convertidos em massa.
(3) Areia utilizada com 3% umidade.
A retração foi medida em barrinhas de argamassa com dimensões 25x25x280 mm,
conforme ensaio ASTM - C 157 e procedimento modificado conforme item 6.2.1
As medidas da retração e massa são valores médios de três barrinhas.
6.2.1 - Procedimentos do ensaio
a - Após o enchimento, as formas foram cobertas com filme plástico para garantir
umidade relativa superior a 90 % até 24 horas após a adição de água.
b - Completadas 24 horas foram feitas a desforma e imersão em água durante
15 minutos antes da primeira medida e pesagem precedidas de enxugamento
superficial das barrinhas.
c - As barrinhas foram estocadas ao ar ambiente e medidas seguidamente até
28 dias de idade. A umidade relativa do ambiente variou de 60% a 80%, e
temperatura de 16 a 25°C.
d - Após a leitura e pesagem aos 28 dias, as barrinhas foram colocadas em
estufa por 48 horas. Após retiradas e esfriadas à temperatura ambiente
procedeu-se a nova medida e pesagem.
e - As barrinhas foram estocadas ao ar ambiente e novas medidas e pesagem
foram feitas aos 120 dias, seguidas de imersão em água fria por 48 horas e
novamente medidas e pesadas.
51. f - Novas medidas e pesagem foram feitas além de 230 dias e até 400 dias.
g - Para as medidas, utilizamos um micrômetro Kafer com leitura direta de 0,001 mm.
6.2.2 - Resultados
As Figuras de 10A a 10G mostram a evolução da retração e variação da massa
das barrinhas para cada traço estudado.
Fig. 10A
Fig. 10B
53. O RETRAÇÃO
PERDA DE PESO
Fig. 10E
Argamassa, cimento: cal
hidratada: areia (1:3:12)
7 28 30 120 122 245DIAS
Fig. 10F
54. CL
O RETRAÇÃO
A PERDA DE PESO
Fig. 10G
Na Fig. 11 mostramos o gráfico consolidado da evolução da retação para as seis
argamassas da Tabela 3 e para a pasta de cimento.
3%.
2.5%.
i Soco
30 dias
2%. 120 dias
1.5*-
1%.
28 dias
7 dias
0.5%.
0.5%.
2
in to V)
1:3:12
Fig. 11 - Gráfico consolidado da retração
55. Analisando os gráficos da retração das argamassas podemos, resumidamen-
te, concluir.
a - A retração é aproximadamente a mesma para todas as argamassas, sendo
ligeiramente menor para o traço em volumes 1:3:12 de cimento Portland, cal
hidratada e areia média úmida 3%.
b - Nos gráficos da Fig. 10, as oscilações correspondem as variações da umidade
relativa. Para uma umidade relativa maior, a retração cai e vice-versa.
c - Para todas as argamassas e para a pasta de cimento, a retração aos sete
dias de idade é de 65% a 80% da retração aos 28 dias (secagem ao ar).
d - Considerando como retração total a medida feita aos 30 dias de idade após as
barrinhas permanecerem 48 horas em estufa (ver item 6.2.1.d), verifica-se que:
- aos sete dias, já ocorreu 35% a 45% da retração total;
- aos 28 dias, ocorreu 50% a 60% da retração total; e
- aos 120 dias estocadas ao ar ambiente, as barrinhas reabsor^em umidade,
e a retração passa a ser 80% a 95% da retração total.
e - Para a pasta de cimento os valores são praticamente duas vezes maiores do
que para as argamassas, sendo a retração total três vezes maior.
f - Por serem mais permeáveis e conterem mais água, as argamassas perderam
80% a 90% de água evaporável já aos sete dias de idade, permanecendo
com teor de umidade natural cerca de 1% a 2%. A pasta de cimento perdeu
apenas 50% de água aos sete dias, permanecendo com um teor de umidade
natural cerca de 5%.
g - A retração aos 28 dias por secagem ao ar é cerca de 50% a 60% da retração total.
h - É de interesse também notar que há crescimento das barrinhas após 120
dias de secagem ao ar seguida de imersão em água por 48 horas:
- A pasta de cimento se expande e a retração diminui 25% em relação à
retração medida aos 120 dias de secagem ao ar. Ou seja, o aumento é
de 0,5%o ou 0,5 mm/m, ou ainda 0,0005 mm/mm; e a retração passa de
0,0020 mm/mm para 0,0015 mm/mm.
- Para as argamassas mais ricas em cimento como 1:3 e 1:4, tal expansão é
de 0,1 %o ou 0,1 mm/m ou, ainda, 0,0001 mm/mm.
- Para traço 1:5, é de 0,07%o ou 0,07 mm/m ou, ainda, 0,00007 mm/mm.
- Para traço 1:6, é de 0 , 0 5 % o ou 0 , 0 5 mm/m ou, ainda, 0 , 0 0 0 0 5 mm/mm.
56. 6.3 - V a l o r e s d a r e t r a ç ã o
Considerando que, em obras, as argamassas secam ao ar, e considerando os
resultados obtidos por secagem ao ar aos 28 dias, podemos adotar os seguintes
valores para a retração:
- argamassa em geral 0,0006 mm/mm ou 0,6 %o ou 0,6 mm/m
- pasta de cimento 0 , 0 0 1 5 mm/mm ou 1,5 %o ou 1,5 mm/m
B i b l i o g r a f i a
<
•
> ASTM - C 157-80 - Lenght change of hardened cement mortar and concrete.
<2)
Fiorito, A.J.S.I. - Retração das argamassas - Revista "Construção" n° 1.929 - jan/85 - Ed. Pini
57. Capítulo 7
Propriedades físicas das camadas que
compõem os revestimentos
Nos capítulos adiante, são apresentadas expressões das tensões que atuam nos
revestimentos e demais camadas em função de algumas propriedades físicas
dos materiais que constituem cada camada.
A fim de podermos avaliar a ordem de grandeza destas tensões daTios, a seguir,
valores médios de algumas destas propriedades.
7.1 - R e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s
7.1.1 - Resistência à compressão
a rev = 800 kgf / cm2
a 1.000 kgf / cm2
ou o rev = 80 MPa a 100 MPa
7.1.2 - Módulo de elasticidade
7.1.2.1 - Revestimentos cerâmicos não-esmaltados
El = 350.000 kgf / cm2
ou 35 GPa
7.1.2.2 - Esmaltados e azulejos
El = 300.000 kgf / cm2
ou 30 GPa
7.1.2.3 - Peças de grés (absorção de água 0,07%)
El = 700.000 kgf / cm2
ou 70 GPa
7.1.3 - Coeficiente de dilatação térmica linear
a, = 0,000005 a 0,000006/°C
7.1.4 - Dilatação higroscópica (moisture expansion)
ÔL = 0,0003 a 0,0007 mm/mm
58. 7 . 2 - A r g a m a s s a s
7.2.1 - Módulo de elasticidade
É extremamente variável, dependendo da composição. A seguir adotamos alguns
valores para efeito de raciocínio e cálculos:
- argamassas ricas e rígidas
Ea = 140.000 kgf / cm2
= 14 GPa
- argamassas mais elásticas
Ea = 50.000 kgf / cm2
= 5 GPa
- argamassas extremamente elásticas
Ea = 10.500 kgf / cm2
= 1,05 GPa
7.2.2 - Retração das argamassas aos 28 dias e por s e c a g e m exclusivamente ao
ar (ver Capítulo 6)
er = 0,0006 mm/mm ou 0,6%o
7.2.3 - Coeficiente de dilatação térmica linear
aA =0,000010 a 0,000012/°C
ou
10 a 12x10'6
/°C
7 . 3 - C o n c r e t o
7.3.1 - Módulo de elasticidade
EC = 210.000 kgf /cm2
ou 21 GPa
7.3.2 - Coeficiente de dilatação térmica linear
CL = 0,000010 a 0,000012/°C
C
ou
10 a 12x10'6
/°C
59. Tensões nos revestimentos em argamassa,
em pisos e paredes devidas à sua retração(1)
8.1 - C o r r e l a ç ã o d a r e t r a ç ã o d a s a r g a m a s s a s a o s 7 e 2 8 d i a s
No Capítulo 6, tratamos da retração de algumas argamassas e da pasta de cimento
Portland durante sua secagem. Concluímos que a retração aos 28 dias e por secagem
exclusivamente ao ar é da ordem de 0,00060 mm/mm, ou 0,6 %o independentemente
do traço da argamassa.
No Quadro 10, detalhamos a retração aos 28 dias e aos sete dias, correlacionando
estes valores.
Quadro 10
Argamassa Retração aos Retração aos sete dias
28 dias %o %o % aos 28 dias
1 : 3 0 , 6 0 7 0 , 3 9 6 6 5 %
1 : 4 0 , 6 4 8 0 , 4 3 1 6 6 , 5 %
1:5 0 , 6 4 9 0 , 3 7 9 5 8 , 4 %
1 : 6 0 , 6 0 1 0 , 4 7 2 7 8 , 5 %
1 : 0 , 5 : 5 0 , 6 6 1 0 , 5 1 4 7 7 , 8 %
1 : 3 : 1 2 0 , 6 4 2 0 , 4 8 9 7 6 %
Pasta cimento 1 , 4 1 6 1 , 0 1 8 7 1 , 9 %
Note-se que aos sete dias de idade, e por secagem ao ar, a retração já é da
ordem de 60% a 80% do seu valor aos 28 dias.
Daí, nos procedimentos para a execução de revestimentos em argamassa, quando
esta servirá de base para outras camadas de argamassa ou revestimentos colados,
deve-se recomendar que se aguarde, no mínimo, sete dias para a execução das
camadas ou serviços subsequentes. Com isso garantimos boa estabilidade
dimensional das camadas de argamassa utilizadas como base, estabilidade essa
necessária para evitar tensões de retração, como será detalhado nos itens a seguir.
8.2 - T e n s ã o d e r e t r a ç ã o
Quando uma barra de argamassa considerada isoladamente retrai, a distância"d"
entre dois pontos quaisquer (Fig. 12) passa a ser "d/, menor do qte "d".
60. NA
Fig. 12
O encurtamento AAr devido à retraçao er será :
AAr = £r .d
Teoricamente tudo se passa como se tivéssemos aplicado uma força externa NA
na secção transversal SA da barra de argamassa causando o deslocamento &Ar
Sendo EA o modulo de elasticidade da argamassa, a força NA é calculada com
= NA=-EASA
S, d
com sinal negativo (-) pois AA( é negativo
NA=-EASA.zr
e,
Na sendo negativa, será a força teórica de compressão que causou a deformação
equivalente à retração da argamassa.
Consequentemente, para voltamos ao comprimento inicial antes da retração ter
ocorrido, teríamos que aplicar uma força de tração + NA na secção transversal
da barra endurecida.
8.3 - T e n s õ e s n o s r e v e s t i m e n t o s d e a r g a m a s s a e m p a r e d e s e pisos
Considerando que uma camada de argamassa é sempre aplicada sobre uma
parede (emboço) ou sobre uma laje (contrapiso) ou, ainda, sob uma laje (forro)
com a função de regularizar e dar acabamento às superfícies, vamos calcular as
tensões que advêm da retração das argamassa quando ligada a um suporte
estável, por exemplo, uma base de concreto.
Sejam Sc e Ec a seção e o módulo de elasticidade da camada suporte (Fig. 13A).
Considere-se a extensão "d" do suporte estável (laje ou alvenaria) que recebeu
uma camada de argamassa fresca.
Devido à retração ef da argamassa haveria um encurtamento AAr caso fosse
permitida sua livre e total retração (Fig.13B).
Todavia, havendo solidariedade das duas camadas obtidas, por exemplo, pelo
uso de chapisco na alvenaria ou pasta de cimento no piso, o equilíbrio final
dl AAr
- e - o
61. (Fig. 13C) é alcançado pela introdução das forças NA positiva ce (tração) na
argamassa, e Nc negativa (compressão) no suporte, tais que:
NA + Nc = 0
e AC = AAr + AA
ou seja, as forças estão sempre em equilíbrio e o deslocamento do suporte e igual
ao deslocamento da argamassa: sendo:
d
r
®
argamassa fresca
7—7—7—7
suporte estável
/ / / /
—desloc.
3 **r o
A A . A C .
N A M
NC(->
AC = ^
EC.SC
AAr = 8r.d
AA=NA(d+d.er)
eáSa
resulta:
Fig. 13
EA easa
Sendo: NC=-NA e ( l + e r ) = l
NA NA
— — = er + — -
ECSC easa
N
eaSa
— + 1
_ECSC
N = JA
A
ES
.e.
1 +
A^A
ECSC
62. Sendo cr sempre negativo, NA será sempre positiva, ou seja, tração na camada
de argamassa. Considerando uma faixa de largura unitária:
SA = c A . l c Sc = c c . l
AI = E a
' 6 a
£
A
F p '
onde" eA" e "ec" são as espessuras da argamassa e do suporte.
A tensão de tração na argamassa para largura unitária será:
EA
G
" =
e T * '
Ecec
Para um suporte de concreto com:
Ec = 210.000 Kgf./cm2
e espessura ec = 7 cm
tabelamos no Quadro 11 valores para tensão de traço aA na argamassa em função
de sua retração:
ef = 0,00060 mm/mm
de sua espessura "eA", variando de 1 cm a 6 cm e de três valores para o módulo
de elasticidade das argamassas, conforme seção 7.2.1
63. Quadro 11
Espessura da cA = tração na argamassa KgfJcm2
devido à
argamassa retração C. = 0,00060 mm/mm
EA = 10.500 Kgf/cm2
50.000 Kgf/cm2
140.000 Kgf/cm2
1 cm aA = 6,25 29 76,7
Í;a= 0,00060 0,00058 0,00055
2 cm aA = 6,21 28 70,6
eA= 0,00059 0,00056 0,00050
3 cm ct
A = 6,17 27 65,3
I:A = 0,00059 0,00054 0,00047
4 cm aA = 6,12 26,4 60,8
eA= 0,00058 0,00053 0,00043
5 cm aA = 6,08 25,6 56,9
cA= 0,00058 0,00051 0,00041
6 cm aA = 6,04 24,9 53,5
cA = 0,00058 0,00050 0,00038
As tensões de tração na argamassa, quando há vínculo com uma camada suporte
e originadas pela sua própria retração, nos conduzem a conclusões construtivas.
Nas argamassas ricas, ou muito ricas, por terem elevado módulo de elasticidade,
deformam-se menos, e as tensões de tração permanecem elevadas.
No Quadro 11, verifica-se que as tensões de tração que atuam sobre argamassas
muito ricas são da ordem de nove a doze maiores do que aquelas que atuam nas
argamassas mais elásticas.
Portanto, nas argamassas ricas e muito ricas, há notável influência da retração e,
consequentemente, essas argamassas estarão mais sujeitas a tensões de tração
que causarão trincas e possíveis descolamentos de sua camada suporte à medida
que sua espessura cresce.
Enquanto para as argamassas mais elásticas (menor módulo de elasticidade), as
tensões de tração são baixas e praticamente constantes qualquer que seja a
espessura da camada de argamassa (Quadro11). As deformações eA devido à
tensão de tração aA e calculadas pela relação:
64. são também praticamente iguais para todas as espessuras da camada de arga
massa, e da mesma ordem de grandeza da retração:
não havendo, portanto, riscos de trincas ou de desprendimentos de sua camada
suporte.
8 . 4 - E v o l u ç ã o d a s t e n s õ e s d e r e t r a ç ã o n o s r e v e s t i m e n t o s e m a r g a m a s s a
Os valores de aAdo Quadro 11 foram obtidos a partir do comportamento elástico
das camadas, e com uma deformação igual à sua retração er para a argamassa
considerada já endurecida.
Na realidade isso não ocorre exatamente assim, se lembramos que a ligação inicial
entre a argamassa e o suporte é feita com aquela ainda fresca. Assim sendo, à
medida que a argamassa vai secando, retrai-se, e vão aparecendo tensões
crescentes nela e na camada suporte. Tais tensões, de tração na argamassa, farão
com que ela sofra deformações de sentido contrário ao da retração durante a
secagem bem maiores do que quando já endurecida, uma vez que seu módulo de
elasticidade é inferior ao valor final.
Assim sendo, no final da fase de endurecimento da argamassa, as tensões
presentes na camada suporte e na argamassa serão obrigatoriamente inferiores
àquelas calculadas teoricamente (Quadro 11).
Nova redução dessas tensões aA e oc terão lugar devido, agora, à deformação
lenta da argamassa endurecida sob ação de aA que passará sucessivamente a
valores menores, até um estado de equilíbrio (Fig. 14)
tA = c = 0,00060 mm/mm
A
Equilíbrio
Final
Tempo
Fig. 14
65. Mais uma vez as argamassas com baixo módulo de elasticidade apresentam
vantagem sobre as mais ricas e mais espessas, pois sua deformação lenta terá
maiores valores tendendo neutralizar os efeitos da retração er, e, conse-
quentemente, as tensões oA e ac tenderão a diminuir consideravelmente, não
mais afetando a qualidade do revestimento.
De modo esquemático, as tensões de tração atuando nas argamassas aplicadas
sobre uma camada suporte, e originadas pela sua própria retração, vão variar em
função do tempo, conforme o gráfico da Fig. 14.
8.5 - C o n c l u s õ e s
As argamassas serão sempre utilizadas:
a - para ligar os elementos das alvenarias;
b - como revestimento final: emboço e reboco em paredes e forros;
c - como camada de base (emboço e contrapiso) para colagem de revestimentos;
d - como camada de regularização, de proteção e/ou suporte para impermeabi-
lizações, isolamento térmico e acústico;
e - para chumbamentos em geral.
É indispensável lembrar que:
8.5.1 - Ligação da argamassa ao suporte
As argamassas utilizadas nos revestimentos devem estar perfeitamente ligadas
ao suporte. Isto é conseguido com apicoamento da superfície do suporte; remoção
de poeira de obra; umedecimento e chapisco para suportes verticais e forros; ou
umedecimento e emenda com pasta de cimento para os contrapisos.
Pela sua posição geométrica, atenção especial deve ser dada aos contrapisos.
Nestes, a ausência de ligação entre a camada de argamassa e o suporte (concreto)
fará com que ocorra livremente toda a retração, provocando a flambagem da
camada de argamassa.
Não são raros pisos simplesmente cimentados que apresentam som cavo ao
trânsito de pessoas ou queda de objetos.
8.5.2 - Módulo de elasticidade
Preferir argamassas elásticas, ou seja, com teor moderado de cimento, ou mistas.
66. 8.5.3 - Espessura
Utilizar a menor espessura possível, especialmente nos casos em que for exigida
argamassa muito rica.
8.5.4 - Espessura maior do que 25 m m
Se exigidas maiores espessuras, como no caso de canalizações embutidas no
piso para telefones, ou elétricas, ou ainda grandes áreas com caimentos, a
argamassa do contrapiso deverá ser executada em camadas sucessivas de cerca
de 25 mm.
A camada anterior deve sempre estar seca (já retraída), quando da aplicação da
camada seguinte.
8.5.5 - Tempo de cura
Quando a camada de argamassa tem função de base para outras camadas mais
superficiais ou para receber revestimentos colados, é indispensável que tenha
idade mínima de sete dias, ocasião em que terá boa estabilidade dimensional
(60% a 80% da retração já acontecida). Fica claro, também, que com maior prazo
maior será a estabilidade dimensional da camada de argamassa.
8.5.6 - Aditivos inibidores da retração
O prazo a que se refere o item 8.5.5 poderá ser reduzido quando verem a ser
implantados aditivos para argamassas com o fim de inibir sua retração e com o
fim de dar-lhes alta resistência inicial.
Cabe ao construtor optar entre o custo destes aditivos, ou argamassas já
aditivadas, com ganho de tempo no cronograma da obra, ou aguardar o prazo
mínimo de sete dias para a utilização correta das argamassas convencionais.
8.5.7 - Tela metálica soldada
Sempre que, por motivos construtivos, a espessura da argamassa exceder 25 a
35 mm, tanto em revestimentos verticais como horizontais, e especialmente em
fachadas, há que utilizar uma tela metálica soldada de malha de 5x5 cm e fio 16
BWG (1,6mm aproximadamente) chumbada na estrutura suporte. A finalidade
será absorver a retração da argamassa e como suporte do peso próprio da espessa
camada de argamassa.
O chumbamento da tela é feito em quatro pontos por metro quadrado e, nos can-
tos, três pontos por metro linear.
B i b l i o g r a f i a
<
•
> Fiorito A.J.S.I. - Revista "Construção" n5
1.936 - mar./85 - Ed.Pini.
67. Capítulo 9
Retração e revestimentos
No Capítulo 8, avaliamos a influência da retração das argamassas quando estas são
utilizadas como revestimentos. Porém, as argamassas poderão ser utilizadas para a
fixação de revestimentos e, nesse caso, sua retração exercerá influência sobre os
revestimentos de qualquer natureza, e sobre a camada suporte (laje ou alvenaria).
9.1 - R e v e s t i m e n t o e c a m a d a d e a r g a m a s s a
Nos pisos é muito freqüente não haver preocupação em ligar a argamassa de
assentamento à laje ou a alguma camada de regularização ou de enchimento, às
vezes existente. Estas e a superfície da laje, tendo sido executadas geralmente
há algum tempo, apresentam grande quantidade de poeira originada pelo atrito
ao qual estão sujeitas devido ao trânsito de operários e movimentação de materiais.
É oportuno lembrar que as superfícies de lajes apresentam uma fina camada
bastante friável dado o excesso de água que ocorre após operação de vibração
ou adensamento do concreto.
Não havendo união íntima entre a argamassa e o suporte, o revestimento e a argamassa
de assentamento formam apenas um conjunto de duas camadas que são solidárias.
Neste caso, considere-se uma extensão "d" de um revestimento sobre uma arga-
massa de assentamento ainda fresca ( Fig.15A). A extensão "d" poderá ser fração
de uma peça, ou uma peça inteira, ou diversas peças.
d
Revestimento
® Argamassa Fresca
» M
Argamassa Seca
Revestimento NL (-)
NA (+ )
-Desloc. m @
Fig. 15
68. Devido à retração ef haveria um deslocamento AA da argamassa, caso fosse
permitida sua livre e total retração (Fig. 15B).
Havendo solidariedade do revestimento à argamassa de assentamento (Fig. 15C),
o equilíbrio final é alcançado pela introdução das forças internas NL (de compressão)
no revestimento e NA (de tração) na argamassa endurecida, tais que:
NA+NL =0
Al = AAr + AA
ou seja, as forças internas devem estar sempre em equilíbrio e os deslocamentos
das duas camadas deverão ser iguais.
Sendo EL e SL o módulo de elasticidade e secção do revestimento e EA e S A o
módulo de elasticidade e seção da argamassa, temos:
A
EL.SL
AA, = Zr.d
Para a condição de igualdade de deslocamento, temos:
N.d . NÁd + dzr)
— = d z r + —4
- —
sendo N, =-NÁ e ( l + 8 r ) = l
obteremos
M = E
iS
I- e
L
, E, S, Er
easa
Sendo cr sempre negativo, NL será sempre negativa, ou seja, de compressão no
revestimento devido à retração da argamassa de assentamento.
Para uma faixa de largura unitária,
SL = eLe SA = eA
onde "eL" e "eA" são as espessuras do revestimento e da argamassa, e a tensão
de compressão no revestimento será:
69. E,
= ' é -£
r
l+f*
E
Ae
A
e a tensão de tração na argamassa
N.
o , =
*a
onde
N
a = ~ N
l
A partir da expressão de oL construímos o gráfico da Fig. 16, considerando a retração
er= 0,0006 mm/mm, e variando EA para três valores ou três tipos de argamassas,
e considerando duas espessuras para o revestimento, a saber, 5 mm e 10 mm.
< =
o* =
k :
£ r =
=
tensão de compressão no
revestimento
espessura da argamassa
espessura do revestimento final
módulo de elasticidade das
argamassas
0.0006 mm/mm
módulo de elasticidade do
revestimento cerâmico 350 mil
kgf/cm
Fig. 16 - Gráfico das tensões de compressão no revestimento por retração
da argamassa (argamassa/revestimento intimamente ligados)
9.2 - R e v e s t i m e n t o , c a m a d a d e a r g a m a s s a e s u p o r t e d e c o n c r e t o
Para o caso de revestimentos verticais, devido à sua posição, há obrigatoriedade
de ligar bem e manter solidárias as camadas de revestimento, argamassa e supor-
te. E tal solidariedade deverá ser exigida também para os pisos, a fim de minimizar
os efeitos da retração das argamassas.
Neste caso, como veremos, a retração das argamassas continua existindo, porém
as tensões que nela têm origem são substancialmente menores do que aquelas
calculadas conforme o item 9.1, pois a retração da argamassa fresca scfrerá oposição
70. quer do revestimento quer suporte. Na Fig. 17, esquematizamos os deslocamentos
e forças internas em equilíbrio.
Neste caso, teremos:
NA + N, +NC=0
A,=AAr + AA
& d
(1) Revestimento
(1)
® . Argamassa Fresca
(2) / / / / / } * ¥ > / / / /
v ,
AC = AL
e
AAr=cL e,
E, • SL
A C = ^ L
EC.SC
(3)
(4)
(5)
Revestimento
(6)
AA,
—r—r
Suporte
/ ' / / / / A
o A A
Revestimento
Argamassa Soca
•7—7—7
Suporte
/ ( /
N,
N,
AA -
_NÁ {d + dir)
EA • SÃ
(7)
Fig. 17
A partir destes valores e condições, chegam-se as forças e respectivas tensões
que atuam nas três camadas consideradas solidárias.
Substituindo os valores de AAf (4); AL (5) e Aa (7) na equação (2), obteremos: NA
ELJSL
R
EASA
s e n d 0
0 + e
r ) s l
(I)
71. Substituindo os valores de AL (5) e Ac (6) na equação (3), obteremos: Nc
(II)
Colocando (I) e (II) na equação (1) de equilíbrio das forças internas, teremos:
ELSL
.N, ~{EA.SA.tr) + Ni +
ECSC
-.NL l=0
l elSl
H,
< E tS i EfSf
1 H —
—
— H —— = EA SA zr
M L
multiplicando ambos os membros por r c
N, I | ! EçSç
= ElSfir
Sendo
K
I , E
i.S
L E ç S c
E
A$A EJ5À
Teremos N, = KELSLZr (III)
Sendo K E( St sempre positivo e ef sempre negativo, N, será sempre negativa ou
de compressão no revestimento devido à retração da argamassa.
Substituindo (III) em (I) obteremos:
Na = EASA£r(K-1)
sendo 1/k sempre maior do que 1 e positivo
K será sempre menor do que um e positivo
72. então (K - 1) será sempre negativo
Como EA Sa e sempre positivo e C
F sempre negativo, a força interna que atuará sobre
a argamassa e devida à sua própria retração será sempre positiva ou de tração.
Substituindo (III) em (II) obteremos: Nc = KEcScc,
Sendo K Ec Sc sempre positivo e er sempre negativo, teremos Nc que é a força
interna que atua no suporte (por exemplo, concreto ou alvenaria) sempre negativa
ou de compressão.
O gráfico da Fig. 18 representa a tensão de compressão no revestimanto devido
à retração da argamassa e para solidariedade desta camada com o suporte.
Fig. 18 - Gráfico das tensões de compressão no revestimento por retração
da argamassa (concreto/argamassa/revestimento intimamente ligados)
o.
C
r
E,
= tensão de compressão no revestimento - Kgf/cm2
= espessura da argamassa - cm
= espessura do revestimento — cm
= módulo de elasticidade da argamassa - Kgf/cm2
= 0,6 %o retração da argamassa
= módulo de elasticidade do revestimento cerâmico 350 mil Kgf/cm;
= espessura do concreto — 7 cm
= módulo de elasticidade do concreto — 210 mil Kgf/cm2
9.3 - T e n s õ e s n a s a r g a m a s s a s
As tensões que atuam nas três camadas e para a largura unitária são calculadas
a partir das expressões das forças, deduzidas como segue:
N. N. N,
=
73. A fim de analisar as tensões de tração nas camadas de argamassa, construímos
os gráficos da Fig. 19 e Fig. 20, respectivamente, para um revestimento constituído
por apenas duas camadas solidárias e para um revestimento correto onde há
solidariedade também com a camada suporte.
Fig. 19 - Tensões de tração nas argamassas devido à sua retração e para
camada de argamassa e revestimento cerâmico (duas camadas solidárias)
Para a construção dos dois gráficos utilizados:
aA = tensão de tração na argamassa - Kgf/cm2
eA = espessura da argamassa - cm
e, = espessura do revestimento cerâmico — cm
Ea = módulo de elasticidade da argamassa - Kgf/cm2
er = retração das argamassas = 0,0006 mm/mm
El = módulo de elasticidade da cerâmica = 350 mil Kgf/cm2
75. Aqui, convém citar que as Normas Americanas recomendam, para o caso de
revestimento de pisos sobre estruturas sujeitas a flexões gerando flechas, a
colocação de membrana de feltro ou filme de polietileno com a nítida finalidade
de impedir a transmissão de deformações da estrutura, e conseqüentes tensões,
aos materiais de revestimento. Portanto, a não-ligação com a camada suporte é
intencional, mas provocará maiores tensões de compressão no revestimento
cerâmico devidas à retração livre das argamassas. Para minimizar os efeitos da
retração das argamassas de assentamento, tais Normas especificam o uso de
tela metálica soldada de bitola 16 BWG e malha quadrada de duas polegadas.
Esta tela é colocada no interior da camada de argamassa de assentamento.
Os gráficos das Figs. 16, 18, 19 e 20 permitem uma primeira análise do processo
convencional de assentamento, ou seja, quando se usa uma argamassa fresca,
como meio de fixação de revestimentos, quer sejam revestimentos cerâmicos
para pisos ou paredes, quer revestimentos de ladrilhos hidráulicos, pastilhas
cerâmicas, placas de pedras naturais e, enfim, todo o tipo de acabamento.
É evidente que os quatro gráficos citados foram construídos a partir da hipótese
de que revestimento/argamassa, ou revestimento/argamassa/suporte de
concreto permanecem intimamente ligados, havendo transmissão de tensões
entre as diferentes camadas devidas exclusivamente à retração da argamassa
de assentamento durante no secagem.
Na prática, os valores muito elevados das tensões de compressão no revestimento,
ou tração na argamassa, possivelmente não chegarão a ocorrer, pcis antes disso
as camadas vão se separar, havendo flambagem de revestimento ou então ruptura
da argamassa por tração, deixando de existir qualquer compressão no revestimento.
Todavia, estes gráficos são válidos para interpretar como evoluem as tensões
nos revestimentos e argamassas em função de suas características, ensejando o
estabelecimento de Normas de Procedimento para o método convencional e,
principalmente, ressaltar quais os riscos deste método quanto ao resultando final.
Por outro lado, fica mais uma vez evidenciada a vantagem do uso das argamassas
colantes na fixação de revestimentos, uma vez que a argamassa dexa de ser "de
assentamento" para ser apenas "de regularização" de superfícies verticais
(emboço) ou horizontais (contrapiso), estado completamente seca e retraída
quando da colagem dos revestimentos cerâmicos.
Nesta condições a retração por secagem da argamassa nenhuma nfluência terá
sobre os revestimentos. Restarão apenas os efeitos da variação da umidade rela-
tiva sobre a argamassa já endurecida, da temperatura, das deformações da cama-
da suporte de concreto, da dilatação higroscópica do revestimento cerâmico e
outras, como será descrito oportunamente.
76. 9.5 - A n á l i s e e c o n c l u s õ e s
9.5.1 - Tensões de compressão
A retração da argamassa de assentamento origina tensões de compressão no
revestimento.
9.5.2 - Tensões e dimensões
Esta compressão no revestimento independe das dimensões da parede ou piso.
9.5.3 - Flambagem
Limitada a uma só peça de revestimento (azulejo, piso etc), esta compressão não
poderá causar desprendimento por flambagem, dada a rigidez usual de uma peça do
revestimento. Não há possibilidade de ruptura por cisalhamento, pois a resistência ao
cisalhamento da ligação cerâmica/argamassa é elevada e, na prática, tal rompimento
nunca foi observado. Se tal ocorresse, as peças se soltariam individualmente, ao
contrário de todos os casos examinados em obras, os quais foram marcados por
evidente estado de compressão de um conjunto de peças cerâmicas.
9.5.4 - Riscos na ausência d e juntas
A ausência de juntas entre as peças (juntas secas) fará com que a compressão
se transmita de uma peça para outra, aumentando o risco de flambagem.
Lembramos que a carga de flambagem em uma barra prismática é dada pela
expressão: Nfl = k2
EJ/d2
. Quanto maior for "d", ou seja, quanto maior o número
de peças encostadas, menor será Nfl.
Isto significa que a compressão NL no revestimento, devido à retração da arga-
massa, poderá atingir facilmente valor superior a Nn, dependendo do tipo de junta
utilizada, ocasionando o desprendimento do revestimento.
Atenção especial deve ser dada para espaçadores utilizados no assentamento,
com o fim de auxiliar o alinhamento das peças. Tais espaçadores deverão ter
elasticidade suficiente para se deformarem sob as tensões de compressão, de
modo a não transmitir esforços de uma peça para outra.
9.5.5 - Compressão, espessura e módulo de elasticidade
A compressão no revestimento devido à retração da argamassa, cresce com a
espessura da camada de argamassa utilizada e também será tanto maior quanto
mais rica for em cimento. Ver gráfico das Figuras 16 e 18.
9.5.6 - Argamassa não ligada ao suporte
Quando não há ligação da argamassa ao suporte, como geralmente ocorre nos
pisos, as tensões de compressão no revestimento, devido à retraçãc, são muito
superiores àquelas originadas quando há o cuidado de fazer tal ligação. Compare
os gráficos das Figuras 16 e 18.
77. 9.5.7 - Espessura do revestimento
É evidente que as tensões de compressão no revestimento são maiores para os
revestimentos de menor espessura. Todavia, a espessura da argamassa e seu
traço geram compressões de importância incomparavelmente maior. Ver Quadro
12 e gráficos das Figuras 16 e 18.
Quadro 12
Tipo de Espessura da em Kgf/cm2
argamassa EA cerâmica eL Para eA = 4 cm Para eA = 2 cm
140.000 0,5 cm 53 31
1,0 cm 49 28
50.000 0,5 cm 23 12
1,0 cm 21 11
10.500 0,5 cm 5 2,6
1,0 cm 5 2,4
9.5.8 - Por que argamassa pouco espessa
A tração na argamassa gerada pela sua própria retração e aliada à solidariedade
revestimento/argamassa, e esta ligada ou não ao suporte, é tanto maior quanto
menor for sua espessura. Isto nos interessa, pois quanto maior a tração e quanto
mais elástica for a argamassa, mais ela se deforma. E esta deformação tem sentido
contrário ao da retração, compensando-a em grande parte. Isto significa que as
tensões de compressão no revestimento diminuem à medida que a argamassa for
menos espessa e mais elástica. Ver gráficos das Figuras 19 e 20 e Quadro 13.
Quadro 13 - Tração e deformação na argamassa para eL = 1 eme revestimento/
argamassa/suporte intimamente ligados - cA KgfJcm2
e cA em mm/mm
Tipo de argamassa EA Para eA = 4 cm Para eA= 2 cm
140.000 oA = 64,23 aA = 72,79
eA= 0,00046 eA = 0,00052
50.000 aA = 27,03 aA = 28,43
eA = 0,00054 eA = 0,00057
10.500 aA =6,15 a A = 6,23
= 0,00060 cA = 0,00059
9.5.9 - Tela metálica soldada
Em pisos, quando é exigível que o contrapiso esteja separado da estrutura de
concreto; e em pisos e especialmente paredes (fachadas), quando por motivos
construtivos a espessura da argamassa do contrapiso ou do emboço for superior