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Manual de OratóriaManual de OratóriaManual de OratóriaManual de Oratória
Reinaldo PolitoReinaldo PolitoReinaldo PolitoReinaldo Polito
1111 ---- Estou chegando para dar dicas de como falarEstou chegando para dar dicas de como falarEstou chegando para dar dicas de como falarEstou chegando para dar dicas de como falar
Estou começando hoje. Cheguei com a caneta cheia de tinta para
ocupar este espaço. A partir de agora, todas as semanas, vamos nos
encontrar aqui para falar de comunicação e de outros temas relacionados a
comportamento e carreira.
Vou dar dicas bem práticas para que você possa falar com confiança,
desembaraço e consiga se sair bem nas reuniões sociais e de negócios; nos
processos de negociação; nas palestras, lendo, falando de improviso, ou
usando recursos de apoio; nas apresentações de projetos profissionais ou
acadêmicos; nas entrevistas de emprego; nas apresentações de produtos e
serviços; nos debates; nas entrevistas para o rádio e para a televisão; nas
aulas, como professor ou como aluno; no xaveco.
Sim, porque, como ninguém é de ferro, de vez em quando vamos
mudar o rumo da prosa e falar sobre assuntos bem amenos, como, por
exemplo, sobre as regras infalíveis para o homem conquistar a mulher, a
mulher conquistar o homem, e, para que ninguém fique de fora, como o
homem conquistar o homem e a mulher conquistar a mulher.
Enfim, onde você tiver de falar terá aqui a orientação simples e
correta para que possa se sair bem e brilhar nas suas empreitadas. Tudo
bem arejado, divertido, com bastante humor e, ao mesmo tempo, com
bastante profundidade.
Não importa qual seja a sua formação ou atividade profissional, se
tiver necessidade de falar para grupos de pessoas, ou conversar com
alguém isoladamente, com certeza, você vai encontrar aqui as respostas
que estiver procurando.
Se ocorrer algum fato relevante com a comunicação de alguma figura
de destaque da política, do mundo artístico, ou empresarial, vou refletir e
analisar com você onde foi que ela errou ou acertou, e o que poderemos
aproveitar desse episódio para melhorar a nossa própria vida.
Por exemplo, se eu já estivesse por aqui na semana passada, não
deixaria passar a oportunidade de falar a respeito do destempero do
prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, expulsando um manifestante na
AMA (Assistência Médica Ambulatorial).
Página2
Mas, agüente firme porque esse é um dos temas que já está na
manga: as conseqüências negativas de agir com atitude destemperada.
Já escrevi 15 livros que venderam mais de um milhão de exemplares.
Todos esses conceitos que tenho pesquisado para escrever essas obras e
orientar meus alunos para que aprendam a falar corretamente e sem
inibições daqui para frente estarão neste espaço aguardando a sua visita.
Será um enorme prazer responder às questões que você queira
formular e resolver as dúvidas que por ventura venha me apresentar.
Minha experiência publicando textos pela Internet tem sido muito
gratificante.
Basta dizer que o meu último livro 'Superdicas para falar bem em
conversas e apresentações', um dos dez mais vendidos no Brasil em 2006,
e que em pouco mais de um ano vendeu mais de 200 mil exemplares, foi
produzido quase totalmente a partir de artigos que escrevi para a Internet.
Aqui no UOL achei o melhor espaço que poderia desejar para
conversar com você sobre esses temas aos quais tenho me dedicado ao
longo dos últimos 30 anos. Espero ficar por aqui conversando sempre com
você por muitos e muitos anos.
2222---- Lágrimas presidenciaisLágrimas presidenciaisLágrimas presidenciaisLágrimas presidenciais
Lula chorou. De novo.
Ao participar do jantar que abriu o encontro do Diretório Nacional
do PT, na cidade de Salvador, o presidente Lula, mais uma vez, derramou
lágrimas em público.
Como normalmente ocorre em suas apresentações, o presidente
discursava com veemência tentando persuadir os companheiros de partido
a procurarem os inimigos nas trincheiras adversárias, e não dentro da
própria agremiação, como tem ocorrido com freqüência nos últimos
tempos, numa verdadeira troca de fogo amigo.
Em determinado instante, quando fez referência aos momentos
maravilhosos vividos no PT, e sobre as dificuldades que precisou enfrentar
quando foi obrigado a disputar o segundo turno das eleições presidenciais
em 2006, Lula ficou emocionado e chorou.
Essa não é a primeira vez em que o presidente chora em público e,
provavelmente, não será a última, pois, ao que parece, Lula fez do choro
mais um recurso para conquistar a simpatia da população. Quando falo
'fez do choro' não estou insinuando que se trata de um teatro, semelhante
ao artista que derrama as lágrimas de acordo com as conveniências do
Página3
papel que desenvolve. Não, o presidente apenas não se incomoda de que o
vejam chorando em público. Literalmente, deixa rolar.
As lágrimas de Lula já regaram as mais diferentes regiões do país. A
primeira vez como presidente foi no momento em que soube que havia
vencido as eleições; a seguinte ao ser diplomado; outras duas ocorreram no
mesmo dia 26 de janeiro de 2003, uma ao ouvir o garoto de 6 anos Luan
Conceição cantar uma música típica do Rio Grande do Sul, e pouco mais
tarde quando ouviu um jovem contando a própria história como menino
de rua.
Bem, o que não falta é exemplo de situações onde o presidente Lula
chorou. Só como curiosidade coloquei a expressão 'Lula chorou' num site
de busca e o resultado mostrou mais de mil ocorrências.
Em todas essas circunstâncias, o choro não prejudicou a imagem do
presidente, pois foi interpretado como demonstração de sentimento
verdadeiro e se transformou até em excelente meio para conquistar a
empatia de muitos brasileiros.
Nem sempre, entretanto, o choro é visto com tanta naturalidade.
Imagine um executivo apresentando um projeto diante do conselho da
empresa e se desmanchando em lágrimas. Provavelmente, essa
demonstração de ter sido dominado pela emoção, nessa circunstância,
seria desastrosa.
Infelizmente ainda há uma sombra cultural machista imbecil que
permeia a nossa sociedade, mesmo que estejamos em pleno século 21. A
velha frase que pressionou gerações recentes -'homem não chora'-
continua produzindo eco nos dias de hoje.
Como as mulheres disputam os mesmos espaços que os homens, e,
não raro, com muito mais competência, de certa maneira também foram
apanhadas pela mesma advertência. Como a conquista profissional da
mulher é mais ou menos recente, a maioria faz um enorme esforço para
não chorar em público e, portanto, não se mostrar vulnerável, já que o
choro poderia ser visto como uma demonstração desfavorável dessa
fragilidade. Assim, embora a frase seja 'homem não chora', para a nossa
reflexão, as mulheres também vão participar da roda.
Por outro lado, há situações em que o choro pode ser bem recebido.
Alguém chorar ao receber um prêmio ou uma homenagem poderia ser
visto com simpatia. Como você pode observar, cada caso deve ser
analisado dentro das suas próprias circunstâncias.
Como nem sempre é conveniente chorar em público, é prudente
saber como esse comportamento pode ser evitado.
Página4
Alguns assuntos nos emocionam e podem nos fazer chorar. Os mais
comuns são aqueles que falam de nossos familiares e amigos,
especialmente daqueles que já faleceram. Para essas situações temos duas
saídas. A primeira é treinar várias vezes a apresentação da mensagem.
Você irá chorar na primeira vez em que falar no nome deles, e irá se
tranqüilizando cada vez mais à medida que for repetindo a informação.
Quando chegar o momento de se apresentar diante do público, talvez
volte a se emocionar e até chore, mas não com a intensidade como se
comportou no ensaio ao proferir as palavras pelas primeiras vezes.
Se depois de todas as repetições, ainda assim sentir que não irá resistir
e que será dominado pela emoção diante da plateia, simplesmente evite a
informação e não toque no nome dessas pessoas.
Tenho observado também que o choro funciona em determinadas
circunstâncias como espécie de fuga. A pessoa começa a se sentir
fragilizada, incompetente para continuar transmitindo a mensagem de
maneira segura, e, sem ter a quem ou ao que recorrer, chora.
Se você for surpreendido pelo choro, procure se recuperar fazendo
pausas prolongadas. Depois da pausa, volte a falar mais baixo e, se sentir
que o choro ainda está por perto, faça mais uma pausa. Quando perceber
que está conseguindo dominar a apresentação, fale mais alto, até para
desenroscar a voz que ficou embargada.
Alguns goles de água logo nas primeiras pausas proporcionam bons
resultados, pois você terá mais tempo de recuperação e, ao beber água,
estará desenvolvendo outra atividade e desviando a concentração das suas
preocupações.
É provável que o presidente Lula continue chorando. Se, entretanto,
resolver mudar a atitude, poderia começar pelas sugestões que acabei de
passar. É a minha contribuição para o segundo mandato.
3333 ---- Vença o medo de falar em públicoVença o medo de falar em públicoVença o medo de falar em públicoVença o medo de falar em público
Meu contato com os leitores do UOL tem sido excelente. Tem gente
do país inteiro mandando e-mail para comentar sobre os textos que escrevi
e dando sugestões para novos temas. A maioria quer dicas de como vencer
o medo de falar. Por isso, hoje já vou tratar desse assunto tão importante na
vida de quem precisa falar em público.
O medo é um mecanismo natural de defesa que foi aperfeiçoado pelo
homem desde os tempos mais primitivos. Naquela época quando as
pessoas viam, por exemplo, um raio caindo, com receio de ser atingidas,
fugiam para se defender. Com o tempo, o organismo foi aprendendo a se
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proteger para poder fugir mais depressa. Quando o homem via o raio
caindo, ficava com medo, mas antes que começasse a fugir ocorria uma
descarga de adrenalina que aumentava a pressão sanguínea, fortalecia os
músculos e o preparava para uma fuga mais rápida.
Herdamos esse mecanismo de defesa. Hoje, quando sentimos medo,
sofremos uma descarga de adrenalina para que possamos nos movimentar
mais depressa enquanto ela vai sendo metabolizada. Só que, para falar em
público, nós sentimos medo, sofremos a descarga de adrenalina para que
possamos nos movimentar mais rápido durante a fuga-, mas não dá para
fugir. Por isso, ela permanece um tempo maior no organismo e provoca a
confusão que todos conhecemos: as pernas tremem, as mãos suam, o
coração bate mais forte, a voz enrosca na garganta e até os pensamentos
maravilhosos que eram tão claros antes de falar desaparecem diante do
público.
Agora que entendemos o mecanismo do medo, fica mais simples
compreender as suas causas na hora de falar em público.
São três os motivos do medo de falar em público:
1111 ---- Falta de conFalta de conFalta de conFalta de conhecimento sobre o assuntohecimento sobre o assuntohecimento sobre o assuntohecimento sobre o assunto
Se não conhecemos o assunto, durante a apresentação, estaremos
sempre seguindo por um caminho desconhecido, com receio de esquecer
algum dado importante ou até de que apareça alguém na plateia
conhecendo mais o assunto do que nós. Com receio de que esse fato possa
mesmo ocorrer, entra em funcionamento o mecanismo do medo e, como
conseqüência, a descarga de adrenalina para nos proteger.
2222 ---- Falta de prática no uso da palavra em públicoFalta de prática no uso da palavra em públicoFalta de prática no uso da palavra em públicoFalta de prática no uso da palavra em público
Se não tivermos experiência no uso da palavra em público, estaremos
desenvolvendo uma atividade desconhecida diante da plateia e com receio
de fazer mal esse trabalho, pois, se não nos apresentarmos bem, nossa
imagem também poderá ser prejudicada. Com receio de que o resultado
possa ser esse, mais uma vez entra em funcionamento o mecanismo do
medo e, como conseqüência, a presença da adrenalina para nos proteger.
3333 ---- Falta de autoconhecimentoFalta de autoconhecimentoFalta de autoconhecimentoFalta de autoconhecimento
Nós não nos conhecemos. Principalmente quando estamos diante de
uma plateia é que não sabemos mesmo quem somos.
Nós temos internamente dois oradores distintos: um real e outro
imaginado. O real é o verdadeiro, aquele que as pessoas vêem
Página6
efetivamente. O imaginado é fruto da nossa imaginação, aquele que nós
pensamos que as pessoas vêem quando falamos.
Esse orador imaginado é construído principalmente pelos registros
negativos que recebemos os momentos de tristeza, de derrota, de
cerceamento que passamos ao longo da vida. Esses registros formam uma
auto-imagem negativa, distorcida, diferente da imagem verdadeira que
possuímos.
O orador imaginado se apoia nessa auto-imagem e, por isso,
normalmente é também muito negativo. Como conseqüência, ficamos
com receio das críticas e julgamos que as pessoas estão censurando nossa
apresentação. Temendo estar passando por essa situação, ficamos com
medo e, mais uma vez, a adrenalina surge para nos defender.
Como combater o medo de falar em público
Conhecendo as causas do medo de falar em público, fica um pouco
mais fácil encontrar o caminho para combatê-lo:
1111 ---- Conheça o assunto cConheça o assunto cConheça o assunto cConheça o assunto com profundidadeom profundidadeom profundidadeom profundidade
Conheça sempre muito bem o assunto que irá apresentar. Saiba
muito mais do que deverá expor-se precisar falar durante uma hora,
prepare pelo menos duas horas de fala a respeito da matéria. É preciso que
saiba sobre o assunto para que tenha tranqüilidade e fale com confiança.
Saiba também organizar a seqüência da apresentação. Divida sua
exposição em quatro ou cinco etapas e tenha consciência das informações
que deverão compor cada uma delas. Conhecer e dominar a seqüência da
apresentação dá mais confiança e ajuda a dominar o medo.
2222 ---- Pratique e adquira experiênciaPratique e adquira experiênciaPratique e adquira experiênciaPratique e adquira experiência
Aproveite todas as oportunidades para se apresentar diante das
pessoas. Faça perguntas nas palestras a que assistir, aceite convites para
expor trabalhos escolares, apresentar oradores, dar avisos, enfim, sempre
que tiver chance de falar em público, mesmo que se sinta constrangido, vá
em frente e fale. Você precisa de prática para ter segurança e combater o
medo.
3333 ---- Identifique suas qualidadesIdentifique suas qualidadesIdentifique suas qualidadesIdentifique suas qualidades
Nós temos, geralmente, muita facilidade para identificar nossos
defeitos, mas muita dificuldade para falar das nossas qualidades. Por isso,
aprenda a conhecer suas qualidades. Veja se você tem boa voz, bom
vocabulário, boa expressão corporal, presença de espírito, humor,
Página7
raciocínio bem ordenado, enfim, descubra suas qualidades de
comunicação e encontre a partir delas segurança para falar.
O medo não desaparece. Você poderá combater e dominar o medo
de falar, mas ele sempre poderá estar por perto. Com essas três regrinhas
que acabamos de estudar, você reduzirá o excesso de adrenalina e ficará
mais tranqüilo para falar. Essa quantidade reduzida de adrenalina poderá
se transformar em energia positiva que o ajudará a falar com mais
envolvimento e emoção. Domine o medo de falar, seja mais confiante e
conquiste vitórias com suas apresentações.
SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA
Para ajudar a combater o medo, observe as dicas desta semana:
• Leve sempre um roteiro escrito com os principais passos de
apresentação, mesmo que não precise dele. É só para dar mais
segurança.
• Ao chegar diante do público, não tenha pressa para começar.
Respire o mais tranqüilo que puder, acerte devagar a altura do
microfone (sem demonstrar que age assim de propósito), olhe
para todos os lados da plateia e comece a falar mais lentamente
e com volume de voz mais baixo. Assim, não demonstrará
instabilidade emocional para o público.
• No início, quando o desconforto de ficar na frente do público é
maior, se houver uma mesa diretora, cumprimente cada um
dos componentes com calma. Desta forma, ganhará tempo
para superar os momentos iniciais tão difíceis.
• Antes de fazer sua apresentação, reúna os colegas de trabalho
ou pessoas próximas e treine várias vezes. Lembre-se de
exercitar respostas para possíveis perguntas ou objeções. Com
esse cuidado, não se surpreenderá diante do público.
4444 ---- Melhore o vocabulário e a fluência verbalMelhore o vocabulário e a fluência verbalMelhore o vocabulário e a fluência verbalMelhore o vocabulário e a fluência verbal
Se você for como a maioria das pessoas que freqüentam meu curso de
Expressão Verbal, garanto que possui um vocabulário melhor do que
imagina. Vou mostrar como pode ser simples tornar sua comunicação
muito mais eficiente apenas usando as palavras que já aprendeu ao longo
da vida.
Página8
Antes quero refletir com você sobre exemplos curiosos que estão à
nossa volta e nos ajudam a entender os motivos que travam a língua de
algumas pessoas, impedindo-as de falar de forma fluente e desembaraçada.
Confesso. Quando leio um texto do Luis Fernando Veríssimo fico
morrendo de inveja. Falo para mim mesmo: como é que ele consegue
construir períodos tão perfeitos, com ideias completas, prontas e acabadas?
Entretanto, com esse vocabulário excepcional que o ajuda a produzir
páginas que serão imortais, ao falar, Luis Fernando Veríssimo é um
desastre. Pronuncia as palavras como se fosse um aprendiz de datilógrafo
(digitador, para dar uma atualizada) catando milho, tecla por tecla.
Da mesma maneira, se você quiser falar, selecionando palavras com o
mesmo rigor usado para escrever, ou revestir sua comunicação de uma
formalidade que não seja usual no seu cotidiano, as chances de se dar mal
aumentam. A não ser, evidentemente, que a circunstância exija.
Considere também que, quando falamos, podemos ficar preocupados
com a opinião que as outras pessoas terão da nossa mensagem e da nossa
imagem e, por isso, procuramos caprichar ainda mais. Um cuidado
excessivo que acaba nos tolhendo.
Quando escrevemos, mesmo que tenhamos preocupação com a
opinião das outras pessoas, temos tempo de meditar sobre o que vamos
comunicar e reescrever o que não julgarmos oportuno.
Fico arrepiado, entretanto, quando vejo alguém tentando escrever o
que pretende falar, principalmente se não ensaiar o que vai dizer.
O ritmo, a cadência, a pausa, a estrutura melódica da comunicação
oral são aspectos muito diferentes dos da comunicação escrita. Uma
palavra, uma vírgula, uma entonação distinta da planejada são detalhes
que modificam a seqüência e a maneira de transmitir a mensagem.
A falta de compreensão dessa realidade pode levar a alguns enganos
de avaliação. Ao longo desses 30 anos ministrando cursos de expressão
verbal, tenho recebido, com freqüência, alunos que chegam reclamando
da falta de vocabulário ou da dificuldade que sentem para encontrar as
palavras que identifiquem de maneira correta o seu pensamento.
Nessas circunstâncias, peço que a pessoa me conte qual é exatamente
sua dificuldade com o vocabulário. E durante uns dois ou três minutos ela
passa a falar sobre os problemas que tem enfrentado e de como, às vezes,
sofre sem saber como agir diante de um grupo quando as palavras não
aparecem. Conseguem até escrever com facilidade, mas não se saem tão
bem ao falar. O mais curioso, entretanto, é que para explicar o problema
do vocabulário encontram todas as palavras de que precisam, sem
nenhuma dificuldade.
Página9
O problema do vocabulário, de maneira geral, está mais na atitude
que temos do que propriamente nele em si. Se, numa situação formal,
diante de um grupo de pessoas, lançarmos mão das palavras que usamos
no dia-a-dia, quando estamos conversando com amigos, parentes, ou
colegas de trabalho teremos à disposição um vocabulário mais do que
suficiente para corporificar e expressar todas as nossas ideias.
Entretanto, em ocasiões mais formais, algumas pessoas costumam se
expressar com palavras diferentes daquelas que usam nas situações do
cotidiano. Procuram construir frases com estrutura mais sofisticada e por
isso sentem dificuldade para transmitir o que estão pensando. Ou, como
no caso de certos escritores, que pensam e meditam sobre cada palavra
que põem no papel ou na tela do computador, e se atrapalham e dão
verdadeiro nó na língua quando precisam se expressar oralmente.
Não estou dizendo que quem escreve bem não fala bem. Muito ao
contrário, normalmente, quem escreve bem também possui boa
comunicação oral. Quem tem boa redação, de maneira geral, é dotado de
bom preparo intelectual e está familiarizado com um vocabulário mais
abrangente, que o ajuda a transmitir o que pensa. Mesmo assim, insisto,
falar e escrever são duas atividades distintas.
Por isso, se você deseja falar com fluência e desembaraço, precisa
treinar e praticar a comunicação oral para adquirir essa espécie de
automatismo da fala, essa capacidade de pensar e, praticamente, falar ao
mesmo tempo.
Um bom exercício para desenvolver o hábito de verbalizar o
pensamento é ler artigos de jornais e revistas e, na primeira oportunidade,
comentar sobre essas informações com as pessoas que encontrar.
Assim, habituando-se a verbalizar os pensamentos, a falar sobre as
informações que acabar de ler e a usar nas situações mais formais o
mesmo tipo de vocabulário que costuma empregar nas conversas com as
pessoas mais próximas; no dia-a-dia, além de tornar sua comunicação
muito mais eficiente poderá contar com um apoio excepcional para
transmitir suas ideias e projetos, aprimorando-se na arte de persuadir e de
se relacionar bem com os seus semelhantes.
Vamos lá, ponha esse objetivo de falar de maneira mais fluente em
qualquer circunstância entre suas prioridades e se transforme num
comunicador ainda melhor.
Página10
SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA
• Anote a palavra que desconhecer ou sobre a qual tiver dúvida
do significado
• Esclareça a dúvida com o auxílio de um dicionário
• Escreva algumas frases diferentes incluindo a nova palavra
• Aproveite a primeira conversa ou o primeiro texto para usá-la
• Procure utilizá-la o mais rápido que puder em outras ocasiões,
para que a palavra se incorpore definitivamente ao seu
vocabulário
5555 ---- Arrebente na entrevista de empregoArrebente na entrevista de empregoArrebente na entrevista de empregoArrebente na entrevista de emprego
Cada vez que vejo o número de candidatos a uma vaga de emprego
limpo os olhos para me certificar de que não estou enganado. Sinto pena
dessa garotada que se atropela para encontrar um lugar ao sol.
A estatística chega a ser desanimadora - de 15 mil a 25 mil candidatos
para 15 a 20 vagas. Há casos em que a procura para esse número de vagas
ultrapassa a marca dos 100 mil pretendentes. Lógico que não são todas as
empresas, nem todas as atividades que oferecem tão poucas vagas para esse
número elevado de candidatos, mas a concorrência é sempre muito
grande.
Nos últimos anos, tenho recebido no meu curso de expressão verbal,
com freqüência crescente, jovens interessados a aprender a falar bem na
peregrinação que fazem em busca de uma chance no mercado de
trabalho. As mesmas orientações que tenho dado a eles vou passar agora a
você, para que amplie suas chances de se sair bem numa entrevista e
conquiste o emprego que tanto deseja.
Ah, e se você já estiver empregado, fique atento, porque as mudanças
na vida profissional ocorrem quando menos se espera.
Talvez você não se dê conta, mas ao chegar para a entrevista já terá
passado por uma fina seleção. Estará entre candidatos que possuem mais
ou menos o seu preparo. A mesma formação acadêmica, o domínio das
mesmas línguas, a mesma competência tecnológica, a mesma experiência
profissional. A entrevista irá avaliar se além de todos esses pré-requisitos
você possui o perfil ideal para a empresa e para a função que deverá
ocupar.
É agora, no momento da entrevista, que começa a verdadeira
competição. O que você tinha de fazer para se capacitar e chegar até ser
entrevistado já fez; daqui para frente estará por sua conta.
Página11
Hoje vou falar das preliminares, alertar para os cuidados que você
deve tomar antes de chegar à frente do entrevistador. Na próxima semana
vou mostrar como deverá agir quando estiver diante dele.
Faça a lição de casa antes da entrevista
Vamos começar pela página um da cartilha. São detalhes que
provavelmente nem precisariam ser comentados, mas que se forem
deixados de lado você não passará nem sequer da primeira conversa.
Se você for homem, por mais que você goste da sua juba, não vacile,
meta a tesoura na cabeleira. Quase todos os entrevistadores dão
preferência aos entrevistados com cabelos curtos. São raras as atividades
que não se incomodam com esse aspecto da aparência - algumas agências
de publicidade, empresas de informática e mais meia dúzia de
organizações 'descoladas'. E só. Por isso, se deseja conquistar o emprego,
apare os cachos.
Você usa bigode? Bonito, bem aparado? Mas, precisa muito do
emprego? Hum, pelo menos no período das entrevistas seria melhor tirá-lo
da frente. Eu sei que, se você usa, é porque gosta do bigodinho, ou é uma
exigência da mulher ou da namorada que não se cansa de dizer como ele
dá um charme todo especial a você. Entretanto, mais de 90% dos
entrevistadores preferem candidatos que não usam bigode.
Dê uma checada nas unhas. Verifique se elas estão cortadas e limpas.
Com unhas de gavião talvez você não passe nem da recepcionista.
Capriche no figurino. Se não quiser errar, use terno azul marinho,
cinza escuro ou preto. Para essas cores a melhor combinação é feita com
meias da mesma cor do terno. Você sabia que os primeiros detalhes que as
mulheres observam no homem são os sapatos e a gravata? Com o
entrevistador talvez não seja muito diferente. Por isso, para essas roupas
que acabei de sugerir, escolha sapatos pretos - sempre limpos e engraxados.
Embora tenha certa liberdade para combinar a gravata, tome cuidado com
as cores espalhafatosas ou que fiquem em desarmonia com o conjunto.
Se você for mulher, prefira vestir um tailleur elegante, discreto. Use
maquiagem suave e, assim como os homens, cabelos preferencialmente
curtos e com bom corte. Quando for participar de dinâmicas de grupo
prefira usar calça comprida para ter mais liberdade e se sentir mais à
vontade.
Em todos os casos, sendo você homem ou mulher, vá para a
entrevista vestido sempre de maneira formal, mesmo que a região seja
propícia para roupas mais informais, como cidades praianas e interioranas.
Vale a pena seguir as orientações de um bom livro de moda. Verifique
Página12
especialmente o capítulo sobre roupas clássicas, para conhecer melhor as
combinações mais adequadas.
Como você deseja acertar, talvez quisesse fazer esta pergunta: Polito,
o que mata as chances de um candidato? Segure firme que lá vão os
pecados capitais.
Se o candidato for fumante ou rechonchudo já chegará em
desvantagem. Se você entrou para esse grupo de risco, não fique chateado
comigo, são as pesquisas que constatam que mais de 70% dos
entrevistadores têm restrições a fumantes e a obesos.
Assim como também torcem o bico quando descobrem que o
candidato presta serviços de consultoria independente. A receptividade
não é das melhores se o candidato for dono de uma empresa ou se dedicar
a algum negócio paralelo. É importante você ter essas informações para
não chegar falando maravilhas do seu negocinho paralelo, como se fosse
uma grande vantagem.
Pode levar desvantagem também quem estiver beirando um ano
como desempregado, ou ainda ultrapassando a linha dos 50. Eu sei que é
nessa idade que você está no auge da experiência e da produtividade. Mas
o que fazer se essa turma é chegada nos garotões?
Mulher com filho em idade que exija muito da sua atenção também
perde uns pontinhos na competição. Digamos que é um pecado venial.
E para concluir a lista dos contra, as chances do candidato
despencarão se permaneceu empregado por menos de dois anos em cada
empresa.
Não significa que você será barrado se esbarrar em um ou mais desses
aspectos restritivos, mas é bom botar a barbinha de molho para enfrentar
dificuldades maiores. Ah, já que a barbinha ficou de molho, dê uma boa
aparada nela.
Continue cuidando das preliminares
Falando em lição de casa, procure saber o máximo que puder sobre a
empresa que irá entrevistá-lo. Quase todas possuem informações
disponíveis na Internet que poderão ser muito úteis nas conversas que
mantiver com os entrevistadores.
Tome cuidado para não querer ensinar o pai-nosso ao vigário e
começar a dar aulas para o entrevistador. Mas inteire-se da nacionalidade,
origem, países onde atua, ramo de negócio, principais produtos,
faturamento, concorrência, clientes e, principalmente, se foi motivo de
alguma boa notícia nos últimos tempos. Será muito mais apropriado falar
sobre a empresa do que a respeito de assuntos que não estejam
relacionados com o trabalho que irá desenvolver.
Página13
Durante a semana da entrevista, leia os jornais para saber quais são as
notícias mais importantes. Esteja muito bem informado para falar sobre
qualquer tipo de assunto.
Parece absurdo precisar dar esta orientação, mas a experiência mostra
que é um cuidado muito relevante. Estude muito bem seu próprio
currículo. Durante a entrevista você precisará ser coerente. Assim, se
informou no currículo que seu inglês é fluente, não poderá mudar a
história e dizer que possui apenas o nível intermediário; ou, da mesma
forma, se disse que tem facilidade para falar em público, não poderá
revelar depois que nunca enfrentou uma plateia. Esse tipo de incoerência
poderá ser fatal para suas pretensões.
Saiba também quem será o entrevistador, o cargo que ocupa, qual o
nome dele e como deve ser pronunciado.
Faz parte da lição de casa dirigir-se ao local da entrevista com
antecedência suficiente para chegar pelo menos 15 minutos antes do
horário marcado.
Antes de sair, verifique se está levando seus documentos e uma cópia
do currículo. Mesmo que já tenha mandado um exemplar, não custa nada
se prevenir e levar mais um.
Você está prontinho para enfrentar a fera. Na semana que vem vou
mostrar como você deverá falar com o entrevistador.
SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA
• Vista-se de maneira sóbria e elegante. Nada de espalhafato para
a entrevista
• Chegue para a entrevista com pelo menos quinze minutos de
antecedência
• Estude bem seu próprio currículo, para dar informações
sempre coerentes
• Pesquise bastante sobre a história e as atividades da empresa
que irá entrevistá-lo
• Se você for universitário e quiser saber mais sobre o tema,
procure a ONG Via de Acesso
Página14
6666 ---- Fale bem na entrevista de empregoFale bem na entrevista de empregoFale bem na entrevista de empregoFale bem na entrevista de emprego
Na última semana, eu falei das preliminares de uma entrevista de
emprego. O texto está disponível para sua leitura aqui ou em 'índice de
artigos' no pé da página. Hoje vou colocá-lo diante do entrevistador e
mostrar como poderá ter um ótimo desempenho. E quem sabe faturar
aquele emprego tão desejado.
Você já fez direitinho a lição de casa. Está bem vestido, unhas e
cabelos cortados, devidamente inteirado das atividades da empresa, sabe
quem é o entrevistador e como se pronuncia o nome dele. Agora é só
enfrentar a fera.
Assim que for recebido, cumprimente-o com aperto de mão firme,
sem exagero. Pega mal cumprimentar com a mão mole, como se não
tivesse vontade de estar ali. Da mesma maneira, é irritante e desagradável
aquele que faz da mão um alicate e cumprimenta com tanta força que
parece querer esmagar a mão da outra pessoa.
Se você for encaminhado para uma sala de reunião, com várias
cadeiras em volta da mesa, espere que o entrevistador indique o lugar para
se sentar. Assim, não correrá o risco de se sentar exatamente na cadeira
preferida dele.
Desligue o telefone celular e concentre-se apenas na entrevista.
Comporte-se com naturalidade, como se estivesse conversando de
maneira animada, sem exagero, com uma pessoa amiga, com quem
mantém relacionamento mais formal. Você deve conversar de forma
cordial, sem ser engraçadinho. Fale com educação, sem se colocar em
posição de desvantagem. Ouça com atenção, sem excesso de intimidade.
Vá direto ao assunto, sem secar a conversa.
Isto é, seja uma pessoa agradável, simpática e comunicativa. Embora
não seja tão simples agir assim numa conversa com o entrevistador, pois é
natural que você fique nervoso e apreensivo. Esse é o comportamento
ideal para que possa se sair bem numa entrevista.
Amenidades iniciais
Praticamente todas as entrevistas se iniciam com assuntos leves e
descontraídos. O entrevistador experiente age assim para deixar o
entrevistado mais à vontade e obter dele as informações de que necessita
para sua avaliação. Embora você não deva perder o foco da entrevista,
aproveite esses instantes para relaxar e queimar um pouco da adrenalina
que, provavelmente, estará fervendo no seu organismo.
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O ideal seria manter esse tom natural e espontâneo da conversa
inicial durante toda a entrevista. Para saber se você não está sendo
artificial, falando como se fosse um político em cima do palanque, ou
parecido com aquele vendedor que, tendo decorado tudo o que precisa
dizer, fala como se fosse uma maquininha de produzir palavras, faça a
você mesmo esta pergunta: se eu estivesse conversando em minha própria
casa com aquela pessoa amiga, com quem tenho relacionamento mais
formal, o meu comportamento seria o mesmo? Assim, saberá como se
comportar da maneira mais apropriada.
Ponha-se no lugar do empregador
Se você fosse o empregador, que tipo de resposta esperaria ouvir do
entrevistado? Nessa posição, você saberá que as respostas mais apropriadas
são aquelas que revelam sua experiência e seus feitos nas atividades que já
exerceu. Ele deseja saber se você tem competência e habilidade para
resolver problemas, se relacionar bem com as pessoas por tempo
prolongado, liderar grupos, negociar, trabalhar e agir sob pressão.
Atenção: em nenhuma hipótese critique seus ex-empregadores.
Mesmo que você os odeie, guarde esse segredinho para você! Atitude
positiva e discrição profissional são qualidades indispensáveis no atual
mercado de trabalho.
A empresa irá contratá-lo se perceber que você poderá ajudá-la a
atender necessidades do mercado. Por isso, mostre como suas aptidões são
úteis para alcançar esse objetivo. Se você tiver dúvida a respeito do que a
empresa pretende conquistar no segmento em que atua, não hesite em
fazer perguntas que o ajudem a encontrar a resposta de que precisa. O
entrevistador irá valorizar essa sua iniciativa, pois é esse comportamento
que precisará ter quando estiver trabalhando com eles.
A objetividade é uma característica sempre apreciada, mas se precisar
de um pouco mais de tempo para explicar como conseguiu resolver um
problema grave, ou agiu para atingir determinado resultado excepcional,
desde que o fato seja pertinente ao objetivo da entrevista, o entrevistador
terá certamente interesse em ouvi-lo.
Como deve ser sua comunicação
Além da naturalidade na maneira de falar e da motivação que deverá
demonstrar, tome alguns cuidados com sua comunicação que poderão se
constituir na diferença para que seja ou não admitido.
Independentemente de sua idade e da função que esteja pleiteando,
evite o uso de gírias e de palavrões e não queira bancar o engraçado
fazendo piadas ou trocadilhos.
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Tome cuidado com a gramática. Esse é um estudo que deve ser
desenvolvido a vida inteira, mas no momento da entrevista fique atento às
concordâncias, à conjugação dos verbos, à construção das frases. Observe
se não está interrompendo pensamentos pela metade, que poderiam
dificultar o entendimento da sua mensagem ou produzir distorções no que
tentou transmitir.
Quando estamos mais nervosos, a tendência é a de acelerar a fala. Se
perceber que está agindo assim, procure controlar a respiração e passe a
falar de maneira mais cadenciada. A fala acelerada poderá demonstrar um
comportamento ansioso e descontrolado. Leitura de poesias em voz alta
ajuda a desenvolver o ritmo e a cadência da fala, além de melhorar
bastante a dicção e a respiração.
Quando estiver falando ou ouvindo, não fuja com os olhos, nem
fique encarando o entrevistador. A primeira atitude poderá passar a ideia
de timidez, enquanto que a última, ao contrário, poderá ser entendida
como demonstração de arrogância.
De todos os defeitos que você poderia apresentar numa entrevista,
falar muito pode ser um dos mais graves. Por isso, procure interagir com o
entrevistador deixando que ele possa falar e fazer as perguntas que julgar
mais importantes.
Não interrompa o entrevistador só para mostrar que tem
conhecimento sobre o tema que ele desenvolve. Tenha calma e aguarde
que ele conclua o que está dizendo. Entretanto, nunca deixe de tomar
iniciativa para falar, quando julgar o momento oportuno. Essas atitudes
são bem vistas pelas empresas.
Se conseguir ser natural e parecer sincero, sorria nos momentos que
entender serem oportunos. Manter o semblante simpático tornará sua
presença mais agradável e envolvente. Como sempre, só tome cuidado
com as atitudes exageradas.
Você deverá ser sempre sincero ao responder às perguntas. Só quebre
essa regra quando tiver de falar de seus pontos fracos. Não caia na besteira
de dizer que é dorminhoco, que não consegue pensar direito antes das dez
da manhã, e outras fraquezas que poderão prejudicá-lo na avaliação.
Prefira falar de como é rígido com funcionário que desconsidera
hierarquia. Mas, alerte que já está mudando esse comportamento, pois
percebeu que profissionais com um pouco mais de liberdade podem
produzir melhor. Também pode mencionar como tem dificuldade para
delegar tarefas que são vitais para a empresa.
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Mas, da mesma forma, revele como tem procurado preparar melhor
as pessoas para essas emergências, porque sabe que às vezes outros terão de
resolver essas questões mais relevantes.
Essas são algumas sugestões de como você poderá se comportar para
se sair bem numa entrevista. Entretanto, você irá descobrir pela própria
experiência que cada caso é distinto do outro e que, às vezes, um
candidato que fuma um cigarro atrás do outro, se veste mal e conta
piadinhas poderá ser o escolhido.
Enquanto você, que seguiu todas as orientações de como se
comportar para se sair bem na entrevista, foi preterido. Realmente esses
fatos podem ocorrer, mas apenas de vez em quando, pois na maioria das
ocasiões os escolhidos são aqueles que se apresentaram, sob a ótica da
empresa, de maneira correta.
Boa sorte e que você seja feliz no emprego que conquistar.
SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA
• Fale de maneira natural, mas com certa formalidade
• Nunca critique ex-empregadores
• Evite o excesso de piadas e trocadilhos
• Fique atento à correção gramatical
• Fale e ouça sem fugir com os olhos. Mas também sem encarar
7777 ---- SaibaSaibaSaibaSaiba enfrentar o brancoenfrentar o brancoenfrentar o brancoenfrentar o branco
É desesperador quando, ao transmitir uma mensagem diante de um
grupo de pessoas, sem mais nem menos dá branco e você não tem a
mínima ideia do que pretendia falar.
Meio atordoado, você tenta descobrir o motivo daquele lapso.
Imagina tratar-se de uma falha passageira do vocabulário e procura outra
palavra para dar seqüência ao raciocínio. Em seguida, transcorridos alguns
poucos segundos, o que na cabeça de quem está diante do público parece
ser um tempo interminável, conclui que não foi apenas uma palavra que
desapareceu, mas sim praticamente toda a linha de pensamento.
O coração parece querer sair pela boca. Quanto mais você luta para
contornar o problema, mais as ideias fogem. Além do coração acelerado,
bate uma espécie de vertigem que provoca mal-estar e até certa tontura. As
pernas dão uma bambeada. O rosto fica branco, como se fosse de cera. As
mãos desobedecem qualquer comando e não sabem o que fazer nem onde
se posicionar. E ao olhar para os ouvintes só consegue ver o público
envolto numa nuvem escura e bastante espessa.
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O sentimento de impotência é tão forte que a vontade nesse
momento é a de que o chão se abra para que você possa desaparecer e
fugir daquele verdadeiro pesadelo.
Se você já se meteu nesse tipo de saia justa, deve ficar arrepiado só de
relembrar o episódio. Se não for o seu caso, provavelmente faz figa para
escapar dessa armadilha desconfortável, pois sabe que todos estamos
sujeitos a ela.
Por ser uma preocupação da maioria, o tema é recorrente: 'Polito,
morro de medo de que me dê branco diante dos ouvintes. O que fazer
nessa hora?'
As dicas que vou passar funcionam e poderão ajudá-lo a livrar-se desse
verdadeiro fantasma que vive assombrando as apresentações de
principiantes e de oradores experimentados.
Esteja preparado e muito bem treinado
Não dê chances ao azar. É ingenuidade pensar que uma ou duas
lidas na matéria que irá expor o deixarão preparado para se apresentar
diante da plateia.
Prepare-se da melhor maneira que puder. Se tiver uma semana para
se preparar, prepare-se durante toda a semana; se tiver um mês, prepare-se
durante todo o mês. Enfim, quanto mais preparado estiver, menores serão
as chances de que ocorra o branco.
Ensaie de maneiras diferentes, mudando as palavras, a ordem dos
tópicos, com e sem o apoio de recursos visuais. Com esse cuidado, irá
adquirir capacidade de adaptação para promover alterações que a
circunstância exigir.
Você não deve se limitar a apenas um tipo de treinamento porque, se
diante do público esquecer-se de uma informação relevante na seqüência
da mensagem, suas possibilidades de manobra serão reduzidas para
contornar o problema.
São inúmeros os exemplos de executivos que me procuram
traumatizados por causa da experiência negativa de terem tido um branco
durante uma apresentação importante. Alguns revelam que sua imagem
profissional chegou a ser arranhada em conseqüência do incidente.
Portanto, não arrisque. Prepare-se, prepare-se, prepare-se.
Tenha um pequeno roteiro à mão
Se antes de uma apresentação você ficar preocupado com a
possibilidade de que dê um branco, leve um roteiro como apoio.
Ponha no roteiro frases que o orientem na seqüência da exposição,
especialmente os números, datas e cifras que precisam ser decorados.
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Você ficará surpreso com o efeito psicológico desses roteiros. Como
você sabe que se esquecer de uma informação terá um recurso para se
apoiar, irá se sentir muito mais tranqüilo e, provavelmente, se lembrará de
todos os detalhes da apresentação.
O que fazer se der branco
Atenção, muita atenção: procure não se desesperar nem entrar em
pânico se tiver um branco. O desespero é o pior de todos os inimigos de
uma apresentação bem- sucedida.
Quanto mais você se desesperar mais irá se pressionar e menores
serão suas chances para encontrar uma saída. Eu sei que não é tão simples
assim, mas o caminho é esse mesmo, empenhe-se nessa direção e tente
manter a calma.
A insistência só atrapalha. Ao perceber que deu branco insista apenas
uma vez para tentar se lembrar da informação, se não conseguir resgatá-la
na primeira tentativa, repita a última frase que pronunciou, como se
estivesse querendo dar ênfase àquela parte da mensagem - é provável que
ao chegar ao ponto em que deu branco a informação surja naturalmente.
Se essa estratégia falhar, use a expressão mágica, que se constitui no
melhor remédio contra o branco. É tiro e queda. Diga: - na verdade o que
eu quero dizer é... Com essa expressão você se obrigará a explicar a
informação por outro ângulo e o pensamento se reorganizará para retomar
a seqüência planejada. Não falha, use que dá certo.
E, se por qualquer motivo não funcionar, informe aos ouvintes que
logo mais voltará a discorrer sobre aquele aspecto da mensagem e passe
imediatamente para outro tópico.
Mais tranqüilo e sem a pressão de ter que encontrar a informação,
provavelmente no transcorrer da exposição você se lembrará dela com
mais facilidade. E mesmo que não consiga se lembrar, dificilmente você
será cobrado por isso.
SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA
• Esteja preparado e bem treinado para falar
• Tenha um roteiro escrito à mão
• Se der branco, não seja insistente
• Repita a última frase como se quisesse dar ênfase à mensagem
• Diga - na verdade o que eu quero dizer é...
• Informe que voltará ao tema mais à frente
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8888 ---- Como apresentar e aprovar um projetoComo apresentar e aprovar um projetoComo apresentar e aprovar um projetoComo apresentar e aprovar um projeto
Aprendemos cedo que em Roma devemos agir como os romanos. A
aplicação dessa velha e sábia filosofia dos nossos avós cai como uma luva
no momento de apresentar um projeto, pois com essa capacidade de
adaptação as chances de que ele seja aprovado aumentam
consideravelmente.
O caminho é simples. Basta fazer a lição de casa e analisar bem quais
são as expectativas que as pessoas têm com relação ao projeto e se preparar
para dançar de acordo com a música.
Para esclarecer melhor, vamos supor que você tenha grana sobrando
e que um banco proponha uma aplicação para o seu rico dinheirinho.
Se você é tipo pé no chão, que vai ao cassino e põe uma ficha no
preto e outra no vermelho para ter risco zero, qual seria sua atitude se o
gerente da instituição financeira insistisse em lhe oferecer negócios que
envolvessem ações, ou outros produtos de risco?
Mesmo a proposta sendo boa, com esse perfil conservador, é quase
certo que depois de saber que haveria chances de ganhar, mas também de
perder, diria com toda convicção: obrigado, mas me inclua fora dessa.
Por outro lado, se você tiver estilo mais arrojado e gostar de viver
perigosamente, ainda que a operação parecesse vantajosa, fugiria das
propostas que ele fizesse sobre fundos de renda fixa como o diabo foge da
cruz.
Para a apresentação de um projeto, os aspectos a serem considerados
são os mesmos. Se desejar que sua proposta seja bem-sucedida, você
deverá dirigir os argumentos em direção às aspirações e às características
dos ouvintes.
Portanto, ao se preparar para defender um projeto, o primeiro passo é
descobrir que vantagens poderiam interessar aos responsáveis pela sua
aprovação e elaborar a exposição nesse sentido.
Observe que estou me referindo às vantagens que poderiam interessar
aos responsáveis pela aprovação, pois de nada adiantaria ser uma vantagem
se o ouvinte não estivesse tão interessado nela.
Vamos supor que o projeto seja destinado à área industrial, e que os
diretores estejam interessados em acabar com as paralisações da linha de
produção por causa dos freqüentes gargalhos no acabamento.
Nessa circunstância, a introdução que serviria como chave de ouro
para abrir o apetite dos ouvintes seria esclarecer logo nas primeiras palavras
que a sua proposta visa o rápido escoamento da produção.
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Entretanto, se o interesse dos ouvintes fosse diferente, como, por
exemplo, conquistar num prazo mais curto maior fatia do mercado pelo
aprimoramento da qualidade do produto, ao revelar que essa será a grande
finalidade do projeto, suas palavras soariam como música aos ouvidos da
plateia.
Fica claro que para fisgar o interesse dos ouvintes na apresentação de
um projeto e deixá-los atentos até o final, você deve usar as primeiras
palavras para mostrar que as vantagens da implementação da sua proposta
vão ao encontro das expectativas deles.
Por isso empenhe-se em descobrir quais os benefícios que irão
interessar mais aos ouvintes e inicie falando sobre eles para que as pessoas
fiquem mais receptivas desde o princípio.
Polito, quer dizer que vale até enganar um pouquinho?
Em nenhuma hipótese. Tenha muito cuidado. Você só poderá fazer
promessas sobre as vantagens do projeto se elas forem verdadeiras. Caso
contrário, além de frustrar as expectativas dos ouvintes e criar resistências
às suas ideias, correrá sério risco de comprometer sua reputação.
Além disso, durante toda a exposição, você deverá lançar mão de
argumentos que comprovem a veracidade da existência das vantagens
prometidas desde o início.
Pode ser também que as suas sugestões firam os interesses de algumas
pessoas. O que não é tão incomum no mundo corporativo. Neste caso,
acautele-se para não tentar fazer com que sua opinião prevaleça logo no
princípio.
Por mais divergentes que sejam as opiniões, com certeza você irá
encontrar vários pontos coincidentes entre sua forma de pensar e a dos
ouvintes.
Em momentos como esse, comece falando sobre esses pontos
comuns até que as pessoas sejam levadas a deduzir que vocês pensam da
mesma maneira. A partir daí elas se desarmarão, passarão a ouvi-lo sem
resistências e você terá muito mais chances de conquistá-las.
Só depois de ter construído esse campo de neutralidade é que poderá
dizer o que realmente deseja. Também nesse caso, não concorde com os
ouvintes apenas por concordar. Por mais opostas que sejam suas
trincheiras, sempre existirão pontos de convergência verdadeiros.
Tenha cuidado para não demonstrar que concordou com as pessoas
apenas como um ardil pra conquistá-las. Se essa artimanha for descoberta,
você talvez tenha que dar adeus à vitória do seu projeto.
A não ser que você seja muito conhecido no ramo em que atua, ou
fale para pessoas com as quais trabalha na mesma empresa, não parta da
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pressuposição de que todos conhecem sua autoridade para apresentar o
projeto.
Para quebrar a resistência dos ouvintes com relação a você, porque
não confiam na sua autoridade sobre o assunto, comente com sutileza
sobre outros projetos que desenvolveu, ou empreendimentos de que tenha
participado. Ao tomar conhecimento da sua experiência, naturalmente
ficarão mais receptivos.
Tomando esses cuidados, suas chances de ver seu projeto aprovado
serão maiores.
SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA
• Descubra os desejos dos ouvintes
• Revele as vantagens do projeto que atendam a esses desejos
• Conquiste a atenção e o interesse dos ouvintes logo no início
• Antes de dar sua opinião, fale dos pontos comuns que possui
com os ouvintes
• Fale sutilmente das suas experiências
9999 ---- Planeje apresentações vencedorasPlaneje apresentações vencedorasPlaneje apresentações vencedorasPlaneje apresentações vencedoras
Quando me entrevistam para dar 'dicas' de comunicação,
invariavelmente os jornalistas perguntam quais os erros mais comuns de
quem fala em público.
Quase todos esperam que eu fale sobre problemas relacionados à voz,
ao vocabulário ou à postura do orador. Por isso, ficam surpresos ao ouvir
que um dos deslizes mais graves na comunicação está na estrutura e na
organização das ideias.
De maneira geral, as pessoas não sabem como planejar as
apresentações de forma lógica, persuasiva e eficiente. Julgam que basta ter
um bom conteúdo para obter sucesso em suas exposições.
É evidente que ter conteúdo de boa qualidade é fundamental para
que a comunicação seja bem-sucedida. Mas de nada adiantará ter a posse
desse conhecimento se não houver concatenação organizada do
raciocínio.
Por isso hoje vou passar a você um roteiro que, apesar de simples, dá
excelentes resultados no planejamento de qualquer tipo de apresentação.
Seja para entabular uma conversa informal, ministrar uma palestra, fazer a
exposição de um produto ou projeto ou proferir uma complexa
conferência.
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Além da utilidade para a comunicação oral, essas orientações são
úteis também para escrever todos os tipos de mensagens, desde simples
relatórios na vida corporativa até importantes projetos acadêmicos ou
profissionais.
Imagino que você concorda comigo que é difícil prestar atenção em
quem se apresenta sem organizar de maneira correta a seqüência da fala.
Alguns oradores transformam suas apresentações num verdadeiro
samba do crioulo doido. Depois de muito tempo fazendo considerações
periféricas a respeito do tema, quando você espera que finalmente vão
entrar no assunto dão marcha à ré, coçam a cabeça, reviram os olhos, com
aquela expressão de quem está viajando no tempo e começam a contar
histórias da infância ou da cidade natal.
Mais adiante quando a hora é boa para concluir, pegam de novo a
ponta do novelo e voltam a falar tudo o que já haviam desenvolvido no
assunto central, repetindo com pormenores os mesmos argumentos, como
se as informações fossem inéditas e constituíssem uma grande novidade
para o público.
E surpresa! No instante em que seria preciso esclarecer pontos
relevantes da matéria, fazem cara de missão cumprida, batem as anotações
sobre a mesa ou a tribuna e ponto final, concluem de forma inesperada,
passando a sensação de que novos capítulos ainda deveriam ser
desvendados.
Polito, mas como é possível estruturar a fala de forma apropriada?
Na maioria dos casos, as apresentações não possuem seqüência lógica
e bem ordenada porque não são bem planejadas. E o aspecto mais curioso
nessa história toda é que pouca gente sabe que a ordem usada para
planejar uma apresentação deve ser diferente da seqüência da exposição.
Vamos observar algumas regrinhas que ajudam a planejar bem
qualquer tipo de apresentação, desde um simples bate-papo com amigos
até a mais importante conferência. Não é nada muito complicado e você
verá que tudo segue uma lógica fácil de ser percebida.
Deixe o começo para o final
Aqui vai uma dica preciosa: nada de iniciar o planejamento da fala
pela introdução. A maioria comete o erro de iniciar o plano da exposição
elaborando em primeiro lugar o que pretende transmitir no começo.
É fácil deduzir que você só poderá saber como deverá ser o início
depois de estar consciente do assunto que irá abordar e dos objetivos que
pretende atingir.
Talvez pareça estranho para alguns, mas a introdução deverá ser
planejada em último lugar, depois mesmo da conclusão, quando já souber
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qual o trajeto que a mensagem seguirá e quais as barreiras e os desafios
que precisará superar durante a exposição.
A introdução só poderá ser preparada de forma adequada quando
você já souber quem serão os ouvintes, que informações possuem sobre a
matéria e se irão ou não levantar resistências com relação a você ou ao
tema da exposição.
Por isso, ao planejar as etapas da apresentação leve em conta
inicialmente o tema que irá abordar e deixe a introdução e a conclusão
para o final.
Primeiro passo: identifique o assunto
Para que uma apresentação seja bem planejada, sua primeira atitude
deve ser a de identificar qual o assunto que pretende desenvolver.
Acredite, muitas pessoas falam em público sem ter noção clara sobre o
assunto que irão expor.
Por exemplo, poderão estar certas de que falarão sobre rentabilidade
das operações, quando na verdade esse era apenas um dos aspectos de um
assunto mais abrangente: planejamento estratégico.
Depois que você identificar qual é o assunto, elabore a linha de
argumentação que pretende utilizar: estatísticas, pesquisas, estudos
técnicos e científicos, teses, exemplos, comparações, testemunhos.
Dica especial: inicie a organização dos argumentos escolhendo para o
início um que seja bom, e na seqüência vá pela ordem crescente, desde o
mais frágil até chegar àquele que considere irrefutável.
Para descobrir que tipo de resistência poderá encontrar, imagine
como você reagiria se estivesse no lugar dos ouvintes. Na posição deles,
como se sentiria diante da proposta que você irá apresentar. Tente deduzir
que objeções eles poderiam levantar contra os argumentos e prepare-se
para refutá-las de maneira conveniente.
Saiba quais são os objetivos
Quero alertá-lo para o fato de que você ainda está no assunto central,
no primeiro passo do planejamento.
Após identificar o assunto descubra que objetivo o motivou a se
apresentar. Sugerir solução para um problema? Ou comunicar uma
novidade? Descobriu? Agora você já está pronto para planejar o segundo
passo da sua apresentação.
Segundo passo: facilite a compreensão dos ouvintes
O fato de você saber qual é o conteúdo da sua exposição não significa
que os ouvintes também já saibam. De maneira geral, não só não sabem
como precisam ser bem orientados, para que possam compreender o
assunto que irão ouvir.
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Para facilitar a compreensão dos ouvintes, revele a eles qual o assunto
que irá expor e esclareça qual o problema que precisa ser solucionado.
Se você pretende discorrer sobre um assunto novo, sobre o qual eles
não estejam devidamente inteirados, faça um retrospecto, um histórico
mostrando como os fatos evoluíram no transcorrer do tempo até chegar ao
momento presente.
Note que essas informações só serão possíveis depois de você ter
cumprido o primeiro passo do planejamento, isto é, ter identificado qual é
o assunto e quais são os objetivos da apresentação.
Terceiro passo: finalmente a conclusão e a introdução
Neste momento você já está em condições de planejar como fará a
conclusão, levando os ouvintes a refletir ou agir de acordo com a sua
mensagem ou sua proposta.
E depois de ter organizado todas as etapas da apresentação você
finalmente poderá se decidir pela melhor introdução.
Sabendo agora qual será a sequência da exposição e as dificuldades
que deverá suplantar, estará em condições de planejar o início da
apresentação. Estará consciente de como deverá agir para afastar desde o
princípio as resistências dos ouvintes e conquistar a atenção e a simpatia
de todos.
A partir desse planejamento simples você irá ordenar melhor o seu
pensamento e possibilitará que o ouvinte acompanhe sem esforço toda a
seqüência do discurso.
Com tudo planejado, agora é só ir para frente do público e começar a
falar pelo começo.
SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA
• Em primeiro lugar, identifique o assunto e quais são seus
objetivos
• Facilite a compreensão dos ouvintes, revelando qual é o
assunto que irá expor, o problema a ser solucionado ou fazendo
um histórico das informações
• Prepare a conclusão
• Escolha a introdução mais adequada
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10101010 ---- Aprenda a falar de improvisoAprenda a falar de improvisoAprenda a falar de improvisoAprenda a falar de improviso
Falar de improviso. Assim como ocorre com a maioria das pessoas,
talvez essa também seja uma das suas maiores aspirações.
Imagine este quadro: você está rodeado de gente, sem a mínima
noção de que alguém poderia ter a 'brilhante' ideia de convidá-lo a se
apresentar, e é chamado para falar em público de improviso!
Veja se este não é um sonho que merece ser acalentado.
Mesmo tomado de surpresa, sem nenhum preparo, você, diante de
uma circunstância tão adversa, tendo condições de falar com
desembaraço, muita desenvoltura e conseguindo alinhavar o pensamento,
concatenando as ideias com tranqüilidade e competência.
Vou lhe contar um segredo: realizar esse sonho de falar de improviso
em qualquer situação de maneira segura e eficiente é mais simples do que
você talvez esteja imaginando. Basta seguir os passos que vou sugerir neste
texto.
Saiba antes o que significa falar de improviso
Falar de improviso, diferentemente do que algumas pessoas
imaginam, não significa falar sem conhecer o assunto. Se uma pessoa se
atreve a falar em público sem ter informações sobre o tema que irá
transmitir, o adjetivo mais benevolente que poderíamos lhe atribuir é o de
irresponsável.
Quem fala sem conhecimento do conteúdo que pretende transmitir
põe em risco sua imagem e reputação. Assim, se você for convidado para
falar sobre um assunto que não conhece e não tiver tempo suficiente para
estudá-lo, a atitude mais sensata é recusar o convite.
Da mesma forma, um dos erros mais graves que você poderia
cometer é o de se sentir tão seguro e confiante para falar em público e
negligenciar a preparação, passando a refletir sobre o assunto que irá expor
apenas no momento em que já estiver frente a frente com os ouvintes.
Por isso, de todos os recursos com os quais poderá contar para se sair
bem numa apresentação os mais importantes serão sempre o preparo e o
domínio do conteúdo.
Agora que já chamei a atenção para esses aspectos que considero
fundamentais para uma boa apresentação em público, podemos tratar do
conceito e das técnicas do improviso.
Falar de improviso significa falar sem ter preparado de forma
conveniente a apresentação.
Suponha que você esteja em uma reunião ou em um evento e é
convidado para falar sobre determinado tema. Embora o assunto não lhe
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seja estranho, você terá de estruturar o pensamento e organizar a
seqüência da exposição ali diante dos ouvintes. Essa é uma situação que
identifica a fala de improviso.
Veja quais são as técnicas que poderão ajudá-lo a se sair bem em
momentos como esse.
Fale antes sobre um assunto de seu domínio
Antes de desenvolver o tema que é a matéria central da sua
apresentação, fale a respeito de um assunto que conheça com bastante
profundidade e que tenha alguma ligação direta ou indireta com o
conteúdo que deverá transmitir.
Esse assunto de apoio, que você domina, poderá ser uma notícia que
esteja acompanhando com interesse, fatos que tenha presenciado, cenas
dos filmes que foram marcantes, passagens de livros que tiveram
significado especial, viagens que realizou, desafios que enfrentou,
conquistas que experimentou, temas relacionados à sua atividade
profissional ou ao seu passatempo preferido. Enfim, qualquer assunto
sobre o qual possa falar com segurança e tranqüilidade.
Depois de discorrer algum tempo sobre esse assunto de apoio, você
deverá encontrar uma maneira de fazer a transição para o assunto
principal.
Nesse momento você poderia questionar: Polito, mas o ouvinte não
vai perceber o artifício? Se você agir de maneira correta, não. Veja onde
está o segredo.
É natural que ao falar você saiba quais as etapas que cumpre na
apresentação. Saberá quando faz a introdução, a preparação, o
desenvolvimento do assunto central e a conclusão. Entretanto, os ouvintes
receberão a mensagem como sendo uma só, desde o princípio até o final.
Ora, como você fala com desembaraço e desenvoltura ao abordar o
assunto de apoio, pois é uma matéria de seu domínio, o ouvinte,
recebendo a mensagem como sendo uma só desde a introdução até a
conclusão, terá a impressão de que o seu domínio é da informação toda.
Na verdade, você conhece bem o assunto de apoio, e talvez apenas
superficialmente o tema principal.
Resumindo: fale antes sobre o assunto que você conhece bastante e
depois ligue com o tema que talvez não conheça tanto, e que é o objetivo
da sua exposição.
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Alguns cuidados sobre o uso do assunto de apoio:
• Não desenvolva o assunto de apoio por tempo demasiado, para
não dar a impressão de que ele é mais importante que o tema
principal;
• Escolha como apoio aquele assunto que você conheça muito
bem. Não caia na armadilha de optar por um assunto para
apoiar a apresentação apenas pelo fato de existir algum tipo de
ligação entre ele e o principal;
• Não passe de maneira abrupta do assunto de apoio para o tema
principal;
• Não dê a impressão de estar 'enrolando' ou 'enchendo
linguiça', pois não é esse o objetivo da técnica do improviso.
Tenha em mente que o assunto de apoio deverá servir para que os
ouvintes o vejam como alguém que conhece bem o tema da apresentação
e também para auxiliá-lo a organizar de forma mais criteriosa e correta a
seqüência da fala.
Outras funções do assunto de apoio
Mesmo sabendo que a objetividade é cada vez mais requisitada, pois
com a vida corrida que levamos não sobra tempo para ouvir exposições
muito longas, secar conversa pode ser visto como atitude de gente chata.
Um bom orador nem sempre é aquele que já nos primeiros instantes
da exposição entra diretamente no assunto que pretende transmitir.
O orador de qualidade, às vezes, para tornar sua apresentação mais
interessante, mais estimulante, mais atraente, mesmo conhecendo bem o
tema que irá apresentar, separa o assunto e procura preservá-lo. Atinge essa
finalidade usando como apoio um assunto que lhe é muito familiar.
Ao abordar um assunto preliminar, de seu conhecimento, cria uma
expectativa adicional nos ouvintes, deixando-os mais interessados em
receber as informações da mensagem principal.
Observe o desempenho dos grandes oradores. Note que a maioria
deles se vale de assuntos que conhece muito bem para preparar de
maneira mais apropriada suas apresentações e torná-las ainda mais
interessantes.
Procure seguir o exemplo desses oradores. Antes de apresentar o
assunto central da sua mensagem, analise se não poderia se valer do apoio
de um assunto que conheça muito bem, e que tornasse sua exposição mais
instigante.
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Se os assuntos forem ligados um ao outro de forma natural, poderá
dar a impressão aos ouvintes de que se trata de uma só mensagem e tornar
a apresentação muito mais atraente.
Também serve para o improviso
Além dos assuntos de seu conhecimento que você poderá lançar mão
como recurso para as falas de improviso, será possível contar também com
os fatos que tenha observado pouco antes do momento da sua
apresentação.
Por exemplo, você poderá iniciar citando uma notícia que tenha
ouvido há pouco durante o trajeto em uma emissora de rádio, ou um fato
curioso que tenha lido no jornal pela manhã, ou ainda um diálogo que
manteve com alguns ouvintes pouco antes da apresentação.
Esses assuntos atuais darão a você mais confiança, por serem recentes.
E por causa dessa atualidade, provavelmente, serão ainda mais
estimulantes para os ouvintes.
Esses são apenas alguns dos recursos com os quais você poderá contar
para fazer bem os improvisos. Saiba, todavia, que quanto mais você
conhecer o assunto da sua apresentação, mais seguro se sentirá diante do
público e mais eficiente será a sua comunicação.
Por isso, por mais irônico que possa parecer, prepare-se
cuidadosamente para que possa fazer cada vez melhor seus improvisos.
SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA
• Tenha sempre na 'manga' um assunto de apoio para falar de
improviso
• Use como apoio notícias recentes para tornar o improviso mais
interessante
• O assunto da conversa que manteve há pouco pode ser um
ótimo apoio para o improviso
• Mesmo que a chance seja remota, pense no que dizer se for
convidado a falar de improviso
11111111 ---- Fale com naturalidadeFale com naturalidadeFale com naturalidadeFale com naturalidade
Nos últimos 30 anos, tenho empunhado uma bandeira que considero
uma das mais preciosas para o sucesso da comunicação: a naturalidade.
Parece ironia. Mas, você só conseguirá desenvolver uma
comunicação eficiente se aprender a explorar seu próprio potencial,
preservar suas características e falar com naturalidade. Isto é, terá de se
dedicar e aprender muito para no final conseguir ser você mesmo.
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Dá a impressão de ser muito simples. Afinal, basta que você se
comporte diante do público sem máscara, sem afetação, sem artificialismo
e passará a fazer parte do seleto grupo dos grandes comunicadores.
Entretanto, esse objetivo possível de ser atingido por todas as pessoas,
independentemente da sua situação econômica, social ou intelectual, é o
que exigirá de você maior esforço, estudo e dedicação.
Por isso, se você me perguntasse o que considero mais importante
para que a sua comunicação seja vitoriosa, com toda a convicção e sem
nenhum receio de errar eu diria: seja natural.
Aprenda e aplique todas as regras da comunicação, mas jamais perca
sua naturalidade. Fale nas reuniões da empresa, nos contatos sociais e de
negócios preservando seu estilo e respeitando seu jeito de ser.
A grande meta da comunicação é a credibilidade. Se os ouvintes
acreditarem em suas palavras, tudo poderá ser conquistado. Você terá a
aprovação do projeto, a assinatura no pedido, o voto em seu nome, a
solidariedade à sua causa. Enfim, todos os seus anseios serão atendidos se
você tiver credibilidade.
Para que essa qualidade esteja presente em sua comunicação, o
primeiro e mais relevante requisito é a naturalidade.
Se você cometer erros técnicos de comunicação, mas conseguir se
expressar de maneira natural e espontânea, as pessoas ainda poderão
confiar na sua mensagem. Se, entretanto, você aplicar todas as técnicas,
mas se apresentar com artificialismo, os ouvintes duvidarão das suas
intenções e se mostrarão resistentes ao que disser a eles.
Para saber como deve ser a sua comunicação quando você se
apresenta com naturalidade, observe como se comporta quando está
falando com as pessoas mais íntimas -amigos e familiares- e procure se
apresentar em outros ambientes mantendo essa mesma forma de ser.
Se você conseguir falar diante de uma plateia ou de um grupo em
reuniões formais com a mesma liberdade e desenvoltura com que se
expressa em situações mais descontraídas, atingirá o mais elevado nível de
comunicação que poderia pretender, pois estará transportando essa
competência para todas as circunstâncias.
Talvez contando como procedo com meus alunos no Curso de
Expressão Verbal você tenha uma ideia melhor de como deverá agir.
Ao receber o aluno, antes de iniciar a aula, converso com ele de
maneira amigável até que possa se sentir à vontade e se expressar com
espontaneidade.
Durante essa conversa descontraída posso analisar o ritmo da sua fala,
a maneira como faz as pausas, como gesticula, olha, ri, o tipo de
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vocabulário que utiliza, se possui e como explora a presença de espírito,
como ouve e participa do diálogo. Enfim, como se comunica a partir do
seu verdadeiro estilo.
Após essa observação o aprendizado passa a ser mais simples, pois ele
apenas terá que fazer na tribuna, diante do microfone e da câmera, o que
já sabe. Quando ele conseguir se apresentar nesta situação mais formal da
mesma maneira como estava se comunicando comigo naquela conversa
inicial mais solta, estará pronto para falar em qualquer situação com
desembaraço, confiança e eficiência.
Quase todos os alunos se mostram surpresos, pois esperavam
participar de um processo de aprendizado que impusesse regras prontas de
conduta. Entretanto, ficam aliviados ao descobrir que para ser bons
comunicadores não precisarão se violentar, interpretando papéis ou
vivendo personagens diferentes da sua realidade pessoal.
É evidente que você deverá buscar cada vez mais o seu
aprimoramento e se dedicar para assimilar e aplicar todas as boas técnicas
da comunicação, mas sem jamais perder sua naturalidade.
Saiba também que ser natural não significa continuar cometendo
erros, mas sim aproveitar os aspectos positivos que aprendeu e desenvolveu
ao longo da vida.
Falando com naturalidade você se sentirá muito mais confiante, e
essa segurança permitirá que explore melhor sua inteligência, bom humor
e capacidade de associar ideias e informações, o que tornará suas
apresentações muito mais expressivas, desembaraçadas e atraentes.
Aprenda, estude, pratique todas as boas técnicas, mas jamais deixe de
ser como é, pois -tenha certeza- o melhor de você será sempre você
mesmo.
SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA
• Fale diante da plateia como se conversasse em casa com
amigos
• Aprenda todas as técnicas, mas nunca deixe de ser natural
• Prefira errar na técnica e continuar sendo natural
• Prefira ser natural a acertar na técnica
• Estude e se aplique para acertar na técnica e continuar sendo
natural
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12121212 ---- Com inimigo não se brincaCom inimigo não se brincaCom inimigo não se brincaCom inimigo não se brinca
Aprendi muito cedo, ainda criança, sobre a importância dos limites
para o uso do humor e da brincadeira. Mais tarde descobri que próximo
do humor e da brincadeira há sutilezas que podem fazer toda a diferença
entre o sucesso e o fracasso na convivência social.
Vivi minha infância e juventude em Araraquara, localizada bem no
centro do Estado de São Paulo. Nessa cidade interiorana, famosa por sua
limpeza e efervescência cultural, eu e meus amiguinhos crescemos
brincando e aprendendo. Embora imaginássemos que mais brincávamos
do que aprendíamos, hoje vejo que a realidade pode ter sido outra, pois,
talvez, mais aprendíamos do que brincávamos.
Veja esta lição de casa. Literalmente de casa. Quando eu, meu irmão,
meus primos e toda garotada da rua invadíamos o sagrado espaço da
cozinha de casa, defendido com olhares de censura pela minha avó Joana,
depois de nos divertirmos com duas ou três brincadeiras mais ruidosas, ela
nos dizia pausadamente: opa, opa, opa, graça por graça uma vez só basta.
Acusávamos a reprimenda e batíamos em retirada. Aprendi assim,
depois de levar muitos desses puxões de orelhas, que brincadeiras ruidosas
podem irritar algumas pessoas e que não é um comportamento bem-vindo
em todos os lugares.
É possível que você esteja com vontade de questionar: mas, Polito,
você não vai me dizer que não se pode brincar? Pode e deve. A vida com
alegria é quase um sinônimo de felicidade. Pessoas bem-humoradas, de
espírito leve são muito bem recebidas em praticamente todas as rodas de
conversa.
Entretanto, aqui entra um complicômetro do relacionamento
humano. As piadas e brincadeiras barulhentas, além de irritar Joanas,
quase sempre prejudicam a imagem do engraçadinho. Por isso, o bom
humor exige investimento permanente no aprendizado e no
aperfeiçoamento da sutileza.
São dois extremos. Se por um lado o humor sutil, refinado
transforma-se num atestado de inteligência e de preparo intelectual, por
outro o trocadilho grosseiro e a piada rasteira demonstram rusticidade
social.
Mas, antes de respirar aliviado, achando que com o aprendizado
desse conceito todas as questões relacionadas ao humor foram
solucionadas, veja quantos detalhes ainda precisam ser considerados.
A ironia fina e as tiradas espirituosas, espontâneas, leves atestam
originalidade e formação requintada. Até aqui nada de novo nos dez
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mandamentos da convivência humana. Só que, por ser sutil, o mesmo
humor que pode nos projetar, pode também, às vezes, nos trazer
aborrecimentos.
Seria desnecessário explicar que a sutileza do humor funciona
quando o interlocutor também é dotado de sensibilidade e massa cinzenta.
Tanto que para nos relacionarmos bem com diferentes grupos precisamos
medir esse nível de sutileza, de acordo com a capacidade de compreensão
das pessoas com quem mantemos contato.
Quanto mais inteligentes e bem preparadas forem as pessoas, mais
sutil e subentendido pode ser o humor. Um simples jogo de palavras pode
ser suficiente para que a mensagem seja perfeitamente compreendida.
Quanto mais rústicas e despreparadas forem as pessoas, mais evidente
e ostensivo deve ser o humor. A informação deve ser tão clara e concreta
que ninguém precisará fazer nenhum esforço para compreendê-la.
Se depois de fazer uma brincadeira, você tiver de explicar que sua
intenção foi diferente daquela entendida pelo interlocutor, provavelmente
errou na medida e não soube usar o humor de forma adequada. Humor
usado de maneira apropriada não necessita de explicações
complementares.
Lembro-me de uma estratégia interessante usada pelo Chico Anísio.
Ele dizia que iniciava seus shows sempre com uma piada bem leve, que
poderia ser contada no chá das freiras, e media a reação do público.
Depois ia colocando mais tempero nas seguintes, até a risada da plateia
ficar meio forçada. Essa era a medida. Daí para cima era como se falasse
com a linguagem própria para os freqüentadores dos bares noturnos do
cais do porto.
Leve em conta também que o humor sutil, além de não ser
entendido por todos, pode se transformar numa poderosa arma nas mãos
dos nossos inimigos e adversários.
Esses Joaquim Silvério dos Reis de plantão ficam aguardando a
oportunidade para dar o bote e nos atacar. Pegam ao pé da letra as palavras
que deveriam ser entendidas apenas no sentido figurado, fingem que não
entenderam a intenção sutil da brincadeira e se mostram, normalmente
diante de outras pessoas, indignados.
E ficamos desesperados dando explicações de que tudo não passou de
uma ingênua brincadeira. A pessoa que nos atacou finge querer ajudar e
faz aquele ar de quem está perdoando nosso deslize. Só que as outras
pessoas que participam da conversa também podem ficar contaminadas e
acreditar que fomos mesmo grosseiros.
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Por isso, quando suspeitar da presença de algum inimigo na conversa,
não vacile. Faça brincadeiras com sutileza, use o humor sutil, que é a
medida do seu preparo e a marca da sua inteligência, mas exagere na
maneira de comunicar.
Fale fazendo caretas, imitando vozes estranhas, use pausas mais
prolongadas, para que não fique nenhuma dúvida de que a intenção é
muito distinta do que a mensagem direta comunica. Na dúvida, não
arrisque e fique na sua.
Redobre o cuidado quando for escrever. No papel, ou na tela do
computador você não poderá contar com a ajuda da expressão corporal ou
da voz para informar que está brincando. Portanto, aqui valem as aspas, as
reticências e até os avisos explícitos de 'brincadeirinha'.
Não deixe de brincar ou de usar seu humor sutil, mas fique atento
para se defender dos cabeças-de-ostra e das pessoas bem preparadas que
não possuem escrúpulos para dar uma boa puxada no seu tapete.
SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA
• Sempre que puder use o humor em sua comunicação
• Use humor sutil e presença de espírito como medida da sua
inteligência
• Lance mão de todos os recursos para que não o tomem ao pé
da letra
• Se brincar perto de um 'inimigo', não deixe dúvidas de que
está brincando
13131313 ---- Fuja do olho gordoFuja do olho gordoFuja do olho gordoFuja do olho gordo
Inveja, olho gordo, seca pimenteira. Xô, Satanás. Longe de mim essa
gente que não se conforma com o sucesso e o bem-estar dos outros.
Pessoas invejosas são como ervas daninhas: brotam e proliferam em
qualquer cantinho. Bastou aparecer alguém se dando bem na vida para
despertar à sua volta esse sentimento que além de ser rasteiro e desprezível
é tão antigo quanto a história da humanidade.
E põe antigo nisso! Caim matou Abel por inveja. Nãããooo! É
mesmo? Polito, com informações tão inéditas como essa, daqui a pouco
você vai dizer que já inventaram a roda.
Fique tranqüilo. Eu sei que essa passagem bíblica não é nenhuma
novidade. Fiz a citação só para lembrar que olho gordo não é invenção da
moçada de hoje - apareceu com o primeiro homem a pisar na Terra e que,
portanto, já deveríamos ter aprendido algo sobre esse sentimento.
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Entretanto, mesmo sendo a inveja uma velha de praça, é
impressionante como, de maneira geral, nós a estranhamos e estamos
sempre nos surpreendendo com ela.
Se refletirmos melhor sobre os motivos da inveja e conseguirmos
identificar as formas apropriadas de nos defendermos dela, talvez possamos
acrescentar um precioso ingrediente para melhorar o relacionamento com
as pessoas e para o sucesso da nossa comunicação. E ousaria dizer, não só
para nos protegermos da inveja dos outros, mas, quem sabe,
principalmente, da presença desse sentimento em nós mesmos.
Sim, porque se perguntarmos a dez pessoas se elas são invejosas,
talvez 11 respondam que não, pois temos a tendência de supor que os
outros é que são invejosos, não nós.
Por isso, ligue as antenas e fique esperto para não ser surpreendido
por esse sentimento tão negativo, que pode até impedir que nos
relacionemos de forma mais harmoniosa com as pessoas.
A partir de uma reflexão aristotélica, e supondo que você, como um
ser humano normal, sinta inveja, pense nas seguintes questões:
Você sentiria inveja do boy que acabou de ser admitido na empresa e
anda perdido de um lado para o outro, pagando o mico de principiante,
obrigado a procurar no almoxarifado a máquina de desentortar clipes?
Provavelmente não.
Você sentiria inveja do velhinho australiano que quase ao apagar da
última velinha ganhou o prêmio Nobel por descobrir as propriedades
nutritivas das patas do rinoceronte? Provavelmente não.
Sabe por quê? Segundo Aristóteles, porque 'invejamos os que nos são
iguais por nascença, parentesco, idade, disposição, reputação, bens em
geral', e tanto o boy como o velhinho cientista são avaliados num nível tão
distante de inferioridade ou de superioridade aos nossos olhos, ou aos
olhos dos outros, que não os consideraríamos iguais a nós.
Por isso sentimos inveja daqueles que almejam os mesmos objetivos
que nós, não daqueles que estão com a cabeça voltada para outros
horizontes. Daqueles que venceram com facilidade nas situações em que
fracassamos, ou tivemos que fazer muito sacrifício para atingir o mesmo
resultado, não daqueles que fracassaram nas situações em que nos
tornamos vencedores. Daqueles que conseguiram vantagens que um dia
foram nossas, ou que julgamos que deviam nos pertencer, não daqueles
que obtiveram benefícios que nunca aspiramos possuir.
Resumo da ópera: sentimos inveja de quem nasce ou vive na mesma
casa ou no mesmo bairro, freqüenta o mesmo clube, trabalha na mesma
empresa ou na mesma atividade, disputa o mesmo mercado. Isto é,
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parente, amigo, colega e concorrente. Você não? Ok, já estou alterando a
estatística de 11 para 12.
Observe que os invejosos estão mais próximos do que imaginamos. É
claro que não é para ficar paranóico e começar a tomar banho com sal
grosso ou andar com galho de arruda na orelha, mas sim saber quem são,
onde estão e como agir com eles da maneira mais adequada.
Embora eu tenha iniciado este texto fazendo uma espécie de prece
para ficar sempre longe dos invejosos, você percebeu que, por eles estarem
muito próximos de nós, até debaixo do mesmo teto, não há como evitá-los.
Precisamos compreendê-los e aprender a conviver com eles da forma mais
positiva possível.
Veja também como esse conhecimento pode ser útil no resultado da
sua comunicação. Ao fazer uma apresentação será possível, a partir dos
parâmetros que acabamos de destacar, saber se os ouvintes poderiam ou
não se mostrar resistentes por causa da inveja ou de uma rivalidade mais
acentuada.
Se entre os ouvintes houver uma boa parcela de pessoas que se
enquadram nesse 'grupo de risco', a melhor tática para quebrar essa
resistência é identificar as qualidades que elas possuem e enaltecê-las com
elogios sinceros que possam, sem nenhum tipo de desconfiança, parecer
verdadeiros. Essa atitude poderá fazer com que a plateia se desarme, afaste
as resistências e passe a ouvi-lo com maior benevolência.
Assim, se ao falar em público, concluir que a inveja é o verdadeiro
motivo da resistência dos ouvintes, seja compreensivo e entenda esse
sentimento sem mágoa ou revanchismo, pois compreendendo as pessoas
como elas são, com suas carências, seus medos, suas inseguranças e
defeitos, haverá de sua parte um movimento favorável que poderá ser o
caminho mais curto e eficiente para conquistá-las.
SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA
• Se você se incomodar com o sucesso ou o bem-estar dos outros,
talvez esteja com inveja
• Sentimos inveja dos que nos são iguais por nascença,
parentesco, idade, disposição, reputação, bens em geral
• Sentimos inveja de quem vive na mesma casa, trabalha na
mesma empresa, exerce a mesma atividade
• Invejamos quem vive na mesma época que nós. Não invejamos
quem já morreu ou ainda não nasceu
• Para combater a inveja ou a rivalidade da plateia, elogie os
ouvintes com sinceridade
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14141414 ---- Papa bom de papoPapa bom de papoPapa bom de papoPapa bom de papo
Em seus primeiros pronunciamentos no Brasil, o Papa Bento 16
mostrou que é quase tão bom de papo quanto seu antecessor, João Paulo
2º.
Ele precisava conquistar a simpatia e a benevolência dos brasileiros
no instante em que chegou ao Brasil. Só assim teria condições de fazer
suas pregações com boas chances de sucesso.
As circunstâncias que cercaram sua chegada não eram das mais
favoráveis. Com imagem de conservador, viu a Igreja Católica no Brasil
batendo cabeça e perdendo fiéis por todos os lados.
Só para dar uma ideia das dificuldades que encontrou ao chegar,
basta mencionar as seguintes: trombou de frente com a turma que defende
o aborto, falou grosso contra o sexo antes do casamento, condenou o uso
de preservativos, ameaçou gente graúda de Brasília de excomunhão,
mostrou o crucifixo aos que pregam a eutanásia.
Quer mais? Como ainda não está muito acostumado com o Brasil,
talvez não soubesse que informações sigilosas aqui vazam com bastante
facilidade. Por isso, a possível negociação do Vaticano com o governo
brasileiro, considerando alguns assuntos pra lá de delicados, não resistiu ao
primeiro cochicho e aterrissou nas primeiras páginas dos jornais antes que
seus sapatos vermelhos pisassem em solo tupiniquim.
Bem, dá para ver que não foram só flores que Sua Santidade
vislumbrou sobre o tapete que o acolheu ao desembarcar. Tem
consciência de que vai precisar lançar mão de sua ligação direta com o
Todo Poderoso e dançar miudinho para que suas pregações sejam
acatadas.
Por isso, sem perder tempo, afinou o gogó e botou o verbo para
funcionar. Mostrou que não está para brincadeira e que se depender da
sua competência oratória volta vitorioso para o Vaticano.
Falando para uma multidão de jovens católicos no Estádio do
Pacaembu, de maneira habilidosa, Bento 16 fez referência a João Paulo 2º
e foi interrompido pelo aplauso entusiasmado da plateia. Ele enfatizou
que os jovens são os primeiros protagonistas do terceiro milênio.
Em outro trecho de seu discurso, Bento 16, mais uma vez com
grande competência oratória, associou o conteúdo da sua mensagem ao
Hino Nacional Brasileiro. Seu objetivo era o de sensibilizar a plateia para
a preservação da Amazônia e o cuidado que devemos ter com seus
habitantes. Por isso, estabeleceu interdependência entre a letra do nosso
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hino e o tema da sua apresentação, ao dizer: 'Nossos bosques têm mais
vida'.
Esse aproveitamento de circunstância de pessoa (referência a João
Paulo 2º) e de circunstância de lugar (referência ao Hino Nacional
Brasileiro) foi um excelente recurso para estabelecer identidade com o
público e conquistar a simpatia das pessoas.
Ao mencionar João Paulo 2º, Bento 16 disse nas entrelinhas para os
ouvintes que, assim como a população do Brasil, ele também tinha
admiração por seu antecessor, tanto que o estava citando.
Ao mencionar o trecho do hino, também de maneira indireta, disse à
plateia que compartilhava a mesma informação conhecida por todos e
que, portanto, sabia do que estava dizendo ao discutir sobre a Amazônia.
Seus primeiros discursos em território brasileiro, portanto, já se
transformaram numa extraordinária aula de oratória. Reflita comigo.
A grande maioria dos brasileiros ainda se lembra com carinho e
bastante saudade do papa João Paulo 2º. Aquela carinha de vovô bonzinho
sorridente está sempre na nossa frente. Além de ser uma figura
carismática, o papa anterior foi um dos maiores mestres na arte oratória.
Os discursos que proferiu em nosso país podem ser vistos como lições
excepcionais de comunicação.
Bento 16 sabe que, para conquistar os brasileiros, precisa suar a
camisa, isto é, a batina, para ser visto com simpatia, pois, queira ou não,
será o tempo todo comparado com João Paulo 2º. E, para concorrer com
seu antecessor, precisa pôr em jogo tudo o que sabe e um pouco mais
sobre comunicação. Mas, já mostrou que é do ramo.
Entretanto, o placar imparcial da comunicação ainda marca uma
larga vantagem para João Paulo 2º. O papa anterior batia escanteio, corria
na área, cabeceava, fazia gol e comemorava feliz com a galera, que não se
cansava de aplaudi-lo.
É também por esse motivo que já estou tirando o chapéu para Bento
16. Ele sabe que se não dá para vencer o concorrente, o melhor a fazer é
se juntar a ele. Quer ver como João Paulo 2º era um craque no uso da
palavra? Saboreie estes trechos de discursos em que ele usou como recurso
oratório o elogio aos ouvintes e o aproveitamento de uma circunstância de
lugar.
O primeiro, em Belo Horizonte, ao falar com os jovens mineiros e
elogiando-os de maneira poética:
'Peço que me seja permitido dedicar aos jovens do Brasil esta
homilia.
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Pode-se olhar as montanhas, atrás, e se pode dizer: belo horizonte!
Pode-se olhar a cidade, e se deve dizer: belo horizonte! Mas, sobretudo,
pode-se olhar a vocês, e se deve dizer: que belo horizonte!'
O outro no Rio de Janeiro, aos pés do Cristo Redentor, aproveitando
a circunstância de lugar. Uma verdadeira obra-prima da oratória:
'Redentor. Os braços abertos abraçam a cidade aos seus pés. Feita de
luz e de cor e, ao mesmo tempo, de sombras e escuridão, a cidade é vida e
alegria, mas é também uma teia de aflições e sofrimentos, de violência e
desamor, de ódio, de mal e de pecado. Radiosa à luz do sol, silhueta
luminosa suspensa no ar à noite, o Redentor, em pregação muda, mas
eloqüente, aqui continua a problemar que 'Deus é luz', 'é amor'. Um
amor maior do que o pecado, do que a fraqueza e do que a 'caducidade do
que foi criado' mais forte do que a morte.
Sim, no cume destes montes, não há quem não possa contemplar a
sua imagem, em atitude de acolher e abraçar, e imaginá-lo como é,
sempre disposto ao encontro com o homem, desejo de que o homem
venha ao seu encontro'.
Fale a verdade: dá para concorrer com uma fera dessas? O jeito é
fazer como Bento 16 fez, juntar-se a ele.
A permanência do papa Bento 16 no Brasil, além de todos os motivos
e conseqüências que você poderá encontrar, será uma excelente
oportunidade para estudar um pouco mais sobre arte de falar em público e
aprofundar os conhecimentos de como conquistar plateias e afastar
resistências dos ouvintes.
Vamos aproveitar a oportunidade. Afinal, 'habemus papa'!
SUPERDICAS DA SEMANA:SUPERDICAS DA SEMANA:SUPERDICAS DA SEMANA:SUPERDICAS DA SEMANA:
• Angarie a simpatia dos ouvintes citando pessoas que eles
admiram.
• Aproxime-se da plateia mencionando lugares que conheçam.
• Conquiste a torcida das pessoas elogiando-as de forma sincera.
• Quebre resistências com relação ao assunto falando antes sobre
o que concordam.
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15151515 ---- Deixa dissoDeixa dissoDeixa dissoDeixa disso
Do nada, quando tudo parece estar na mais completa tranqüilidade,
você ouve alguém gritando lá no fundo da sala: se abrir a boca de novo,
vou te encher de porrada, seu safado.
Todo mundo olha para ver o que está acontecendo e você fica
perplexo com o que acaba de descobrir. Aquele que está esbravejando
todo destemperado é o João, um cara do bem, supergente boa.
Quem já não presenciou pessoas perdendo o controle e girando a
metralhadora verbal sem muita noção do que está fazendo? E o pior é que
a pessoa fica tão ensandecida que enquanto não gastar a última 'bala' não
consegue parar de falar.
Se você perceber alguém rodando a baiana, fungando como se fosse
um dragão, com o rosto arroxeado, a boca salivando, quase espumando,
fique esperto porque com gente brava assim nem sempre há condições de
apaziguar.
Esse quadro que aparentemente é tão surrealista, na verdade é uma
cena que pode ser presenciada em quase todos os lares, até naqueles onde
vivem famílias que são exemplos de harmonia e tranquilidade.
Sem mais nem menos, de vez em quando aparece um com a veneta
virada, arma o circo e o pau começa a comer. Se for numa casa que tem
gente boa por perto, com jeito, dá para acalmar a fera. Aparece a turminha
do deixa-disso e o ambiente vai se normalizando.
Quando o pega-pra-capar se restringe ao ambiente familiar, fica
parecendo caso especial de televisão, que começa e acaba no mesmo dia.
E não raro se transforma em história para ser lembrada com boas risadas
nos encontros sociais.
Em casa, salvo exceções mais pesadas, geralmente tudo é mais
simples porque entre marido e mulher, na cama, um leve toque no pé,
como se fosse por acaso, uma escorregada para perto do parceiro, acaba
pintando um clima, e tudo começa a se resolver.
A mesma paz pode voltar a reinar quando o entrevero ocorre com
pais e filhos, irmãos, pois como há amor no relacionamento, em pouco
tempo a raiva se dissipa e a paz nossa de cada dia retorna quase sem
seqüelas.
Já não se pode dizer o mesmo quando a história é protagonizada por
pessoas estranhas, que convivem sem que haja amor na relação. Por causa
de besteirinhas, armam o bico, viram a cara um para o outro e, nos casos
mais graves, fazem solenes promessas de vingança.
Página41
Passado algum tempo, as causas da desavença desaparecem e só fica
um sentimento de mágoa com a sensação de que alguém atravessou a
linha e abalou o relacionamento. Poucos conseguem explicar quais foram
os motivos da briga ou da discussão.
Veja que não estou tratando aqui de confrontos motivados por
atitudes que justificaram o rompimento. Refiro-me especialmente ao
destempero e à reação intempestiva das pessoas que não contam até três
antes de subir nas tamancas e armar um sururu. É o tipo de gente que
num piscar de olhos, por impulso, levantam a voz, esbravejam, abrem a
mochila e libertam as cobras e lagartos que levam de prontidão.
São aqueles que não conseguem se controlar, perdem
completamente a calma e só se satisfazem depois que despejam o estoque
de bílis naqueles que tiveram o topete de contrariá-los.
Eu sei que sangue de barata não é um líquido que corre nas veias da
maioria de nós, e que não é fácil engolir sapo e levar desaforo para casa.
Até para os mais santinhos, seguir os preceitos bíblicos e virar a outra face
é um sacrifício que exige bastante espírito de resignação. Já vi muitos
desses com diploma registrado de anjinho perderem a calma e na segunda
esperneada guardarem a auréola na gaveta.
Mesmo sendo difícil, é preciso aprender a contar além de dez para
evitar problemas que em determinadas circunstâncias podem ser
irreversíveis. Essas atitudes destemperadas e irrefletidas podem gerar
conseqüências muito desagradáveis na vida pessoal e nas relações do
ambiente corporativo.
Reagir de maneira impensada, tomar decisões em momentos de raiva,
só porque foi contrariado, para se defender de ofensas recebidas não é uma
boa prova de sensatez.
É quase matemático. Se você estiver descontrolado emocionalmente
e num acesso de cólera tomar uma decisão, no dia seguinte, muito
provavelmente, terá vontade de bater a cabeça na parede de tanto
arrependimento.
Para tomar decisões importantes que envolvam muito dinheiro ou
mexam com a vida das pessoas, você precisa no mínimo de uma boa noite
de sono.
Eu não me excluo. Também já desenvolvi o hábito de contar com a
noite como conselheira para as minhas decisões. Não foram poucas as
vezes em que redigi e-mails com adrenalina raivosa na ponta dos dedos,
mas antes de clicar o 'send' tive a lucidez e a prudência de deixar o texto
dormindo sossegado por uma noite e adiei o envio dos impropérios para o
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dia seguinte - como eu me arrependeria se tivesse me guiado pelos meus
impulsos e encaminhado a mensagem de maneira irrefletida.
Por isso, reflita com bastante cuidado antes de passar para frente uma
decisão importante. E, se depois de pensar bastante, ainda assim julgar que
deveria esperar mais um dia antes de agir, principalmente se estiver com a
emoção à flor da pele, revoltado ou indignado com as atitudes de alguém,
veja se é possível esperar passar a noite e, quem sabe, no dia seguinte se
surpreenda com sua nova disposição mais equilibrada e conciliadora.
Que ninguém nos ouça - neste caso, é muito mais simples dizer o
que fazer do que agir. Mas, enquanto falo com você eu também aprendo e
me conscientizo cada vez mais que devo esperar uma noite antes de dizer
o que não devia. Desta forma, vamos todos aprendendo a deixar para
amanhã o que não deveríamos dizer hoje.
SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA
• Nunca reaja emocionalmente. Conte sempre pelo menos até
dez antes de revidar
• Espere baixar a adrenalina antes de responder a uma ofensa
• Durma uma noite antes de tomar decisões importantes que
envolvam muito dinheiro
• Durma até mais de uma noite antes de tomar decisões que
mexam com a vida das pessoas
• Habitue-se a enviar e-mails 'raivosos' só no dia seguinte
16161616 ---- O vício de reclamarO vício de reclamarO vício de reclamarO vício de reclamar
João Carlos é um espalha-roda. Assim que se aproxima, a turma vai
encontrando um jeitinho de cair fora. Ninguém agüenta mais ouvir suas
lamúrias, pois se transformou num viciado em choramingar.
Se você estiver ao lado dele, talvez agüente uma choradinha, duas,
até três. Mas, como ele não consegue se conter, garanto que na primeira
chance você também baterá em retirada. João Carlos é incansável, três
choradas são suficientes só para aquecimento. Todo santo dia ele encontra
algum motivo para reclamar.
Uma hora a vítima é o governo que, segundo ele, está sempre
aumentando os impostos, ou caprichando sem perdão nas obscenas taxas
de juros, que se transformam em obstáculo para o desenvolvimento
econômico.
Pouco depois o alvo muda de direção e ele passa a descer o cacete
nos responsáveis pela falta de emprego que, também de acordo com suas
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  • 1. Página1 Manual de OratóriaManual de OratóriaManual de OratóriaManual de Oratória Reinaldo PolitoReinaldo PolitoReinaldo PolitoReinaldo Polito 1111 ---- Estou chegando para dar dicas de como falarEstou chegando para dar dicas de como falarEstou chegando para dar dicas de como falarEstou chegando para dar dicas de como falar Estou começando hoje. Cheguei com a caneta cheia de tinta para ocupar este espaço. A partir de agora, todas as semanas, vamos nos encontrar aqui para falar de comunicação e de outros temas relacionados a comportamento e carreira. Vou dar dicas bem práticas para que você possa falar com confiança, desembaraço e consiga se sair bem nas reuniões sociais e de negócios; nos processos de negociação; nas palestras, lendo, falando de improviso, ou usando recursos de apoio; nas apresentações de projetos profissionais ou acadêmicos; nas entrevistas de emprego; nas apresentações de produtos e serviços; nos debates; nas entrevistas para o rádio e para a televisão; nas aulas, como professor ou como aluno; no xaveco. Sim, porque, como ninguém é de ferro, de vez em quando vamos mudar o rumo da prosa e falar sobre assuntos bem amenos, como, por exemplo, sobre as regras infalíveis para o homem conquistar a mulher, a mulher conquistar o homem, e, para que ninguém fique de fora, como o homem conquistar o homem e a mulher conquistar a mulher. Enfim, onde você tiver de falar terá aqui a orientação simples e correta para que possa se sair bem e brilhar nas suas empreitadas. Tudo bem arejado, divertido, com bastante humor e, ao mesmo tempo, com bastante profundidade. Não importa qual seja a sua formação ou atividade profissional, se tiver necessidade de falar para grupos de pessoas, ou conversar com alguém isoladamente, com certeza, você vai encontrar aqui as respostas que estiver procurando. Se ocorrer algum fato relevante com a comunicação de alguma figura de destaque da política, do mundo artístico, ou empresarial, vou refletir e analisar com você onde foi que ela errou ou acertou, e o que poderemos aproveitar desse episódio para melhorar a nossa própria vida. Por exemplo, se eu já estivesse por aqui na semana passada, não deixaria passar a oportunidade de falar a respeito do destempero do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, expulsando um manifestante na AMA (Assistência Médica Ambulatorial).
  • 2. Página2 Mas, agüente firme porque esse é um dos temas que já está na manga: as conseqüências negativas de agir com atitude destemperada. Já escrevi 15 livros que venderam mais de um milhão de exemplares. Todos esses conceitos que tenho pesquisado para escrever essas obras e orientar meus alunos para que aprendam a falar corretamente e sem inibições daqui para frente estarão neste espaço aguardando a sua visita. Será um enorme prazer responder às questões que você queira formular e resolver as dúvidas que por ventura venha me apresentar. Minha experiência publicando textos pela Internet tem sido muito gratificante. Basta dizer que o meu último livro 'Superdicas para falar bem em conversas e apresentações', um dos dez mais vendidos no Brasil em 2006, e que em pouco mais de um ano vendeu mais de 200 mil exemplares, foi produzido quase totalmente a partir de artigos que escrevi para a Internet. Aqui no UOL achei o melhor espaço que poderia desejar para conversar com você sobre esses temas aos quais tenho me dedicado ao longo dos últimos 30 anos. Espero ficar por aqui conversando sempre com você por muitos e muitos anos. 2222---- Lágrimas presidenciaisLágrimas presidenciaisLágrimas presidenciaisLágrimas presidenciais Lula chorou. De novo. Ao participar do jantar que abriu o encontro do Diretório Nacional do PT, na cidade de Salvador, o presidente Lula, mais uma vez, derramou lágrimas em público. Como normalmente ocorre em suas apresentações, o presidente discursava com veemência tentando persuadir os companheiros de partido a procurarem os inimigos nas trincheiras adversárias, e não dentro da própria agremiação, como tem ocorrido com freqüência nos últimos tempos, numa verdadeira troca de fogo amigo. Em determinado instante, quando fez referência aos momentos maravilhosos vividos no PT, e sobre as dificuldades que precisou enfrentar quando foi obrigado a disputar o segundo turno das eleições presidenciais em 2006, Lula ficou emocionado e chorou. Essa não é a primeira vez em que o presidente chora em público e, provavelmente, não será a última, pois, ao que parece, Lula fez do choro mais um recurso para conquistar a simpatia da população. Quando falo 'fez do choro' não estou insinuando que se trata de um teatro, semelhante ao artista que derrama as lágrimas de acordo com as conveniências do
  • 3. Página3 papel que desenvolve. Não, o presidente apenas não se incomoda de que o vejam chorando em público. Literalmente, deixa rolar. As lágrimas de Lula já regaram as mais diferentes regiões do país. A primeira vez como presidente foi no momento em que soube que havia vencido as eleições; a seguinte ao ser diplomado; outras duas ocorreram no mesmo dia 26 de janeiro de 2003, uma ao ouvir o garoto de 6 anos Luan Conceição cantar uma música típica do Rio Grande do Sul, e pouco mais tarde quando ouviu um jovem contando a própria história como menino de rua. Bem, o que não falta é exemplo de situações onde o presidente Lula chorou. Só como curiosidade coloquei a expressão 'Lula chorou' num site de busca e o resultado mostrou mais de mil ocorrências. Em todas essas circunstâncias, o choro não prejudicou a imagem do presidente, pois foi interpretado como demonstração de sentimento verdadeiro e se transformou até em excelente meio para conquistar a empatia de muitos brasileiros. Nem sempre, entretanto, o choro é visto com tanta naturalidade. Imagine um executivo apresentando um projeto diante do conselho da empresa e se desmanchando em lágrimas. Provavelmente, essa demonstração de ter sido dominado pela emoção, nessa circunstância, seria desastrosa. Infelizmente ainda há uma sombra cultural machista imbecil que permeia a nossa sociedade, mesmo que estejamos em pleno século 21. A velha frase que pressionou gerações recentes -'homem não chora'- continua produzindo eco nos dias de hoje. Como as mulheres disputam os mesmos espaços que os homens, e, não raro, com muito mais competência, de certa maneira também foram apanhadas pela mesma advertência. Como a conquista profissional da mulher é mais ou menos recente, a maioria faz um enorme esforço para não chorar em público e, portanto, não se mostrar vulnerável, já que o choro poderia ser visto como uma demonstração desfavorável dessa fragilidade. Assim, embora a frase seja 'homem não chora', para a nossa reflexão, as mulheres também vão participar da roda. Por outro lado, há situações em que o choro pode ser bem recebido. Alguém chorar ao receber um prêmio ou uma homenagem poderia ser visto com simpatia. Como você pode observar, cada caso deve ser analisado dentro das suas próprias circunstâncias. Como nem sempre é conveniente chorar em público, é prudente saber como esse comportamento pode ser evitado.
  • 4. Página4 Alguns assuntos nos emocionam e podem nos fazer chorar. Os mais comuns são aqueles que falam de nossos familiares e amigos, especialmente daqueles que já faleceram. Para essas situações temos duas saídas. A primeira é treinar várias vezes a apresentação da mensagem. Você irá chorar na primeira vez em que falar no nome deles, e irá se tranqüilizando cada vez mais à medida que for repetindo a informação. Quando chegar o momento de se apresentar diante do público, talvez volte a se emocionar e até chore, mas não com a intensidade como se comportou no ensaio ao proferir as palavras pelas primeiras vezes. Se depois de todas as repetições, ainda assim sentir que não irá resistir e que será dominado pela emoção diante da plateia, simplesmente evite a informação e não toque no nome dessas pessoas. Tenho observado também que o choro funciona em determinadas circunstâncias como espécie de fuga. A pessoa começa a se sentir fragilizada, incompetente para continuar transmitindo a mensagem de maneira segura, e, sem ter a quem ou ao que recorrer, chora. Se você for surpreendido pelo choro, procure se recuperar fazendo pausas prolongadas. Depois da pausa, volte a falar mais baixo e, se sentir que o choro ainda está por perto, faça mais uma pausa. Quando perceber que está conseguindo dominar a apresentação, fale mais alto, até para desenroscar a voz que ficou embargada. Alguns goles de água logo nas primeiras pausas proporcionam bons resultados, pois você terá mais tempo de recuperação e, ao beber água, estará desenvolvendo outra atividade e desviando a concentração das suas preocupações. É provável que o presidente Lula continue chorando. Se, entretanto, resolver mudar a atitude, poderia começar pelas sugestões que acabei de passar. É a minha contribuição para o segundo mandato. 3333 ---- Vença o medo de falar em públicoVença o medo de falar em públicoVença o medo de falar em públicoVença o medo de falar em público Meu contato com os leitores do UOL tem sido excelente. Tem gente do país inteiro mandando e-mail para comentar sobre os textos que escrevi e dando sugestões para novos temas. A maioria quer dicas de como vencer o medo de falar. Por isso, hoje já vou tratar desse assunto tão importante na vida de quem precisa falar em público. O medo é um mecanismo natural de defesa que foi aperfeiçoado pelo homem desde os tempos mais primitivos. Naquela época quando as pessoas viam, por exemplo, um raio caindo, com receio de ser atingidas, fugiam para se defender. Com o tempo, o organismo foi aprendendo a se
  • 5. Página5 proteger para poder fugir mais depressa. Quando o homem via o raio caindo, ficava com medo, mas antes que começasse a fugir ocorria uma descarga de adrenalina que aumentava a pressão sanguínea, fortalecia os músculos e o preparava para uma fuga mais rápida. Herdamos esse mecanismo de defesa. Hoje, quando sentimos medo, sofremos uma descarga de adrenalina para que possamos nos movimentar mais depressa enquanto ela vai sendo metabolizada. Só que, para falar em público, nós sentimos medo, sofremos a descarga de adrenalina para que possamos nos movimentar mais rápido durante a fuga-, mas não dá para fugir. Por isso, ela permanece um tempo maior no organismo e provoca a confusão que todos conhecemos: as pernas tremem, as mãos suam, o coração bate mais forte, a voz enrosca na garganta e até os pensamentos maravilhosos que eram tão claros antes de falar desaparecem diante do público. Agora que entendemos o mecanismo do medo, fica mais simples compreender as suas causas na hora de falar em público. São três os motivos do medo de falar em público: 1111 ---- Falta de conFalta de conFalta de conFalta de conhecimento sobre o assuntohecimento sobre o assuntohecimento sobre o assuntohecimento sobre o assunto Se não conhecemos o assunto, durante a apresentação, estaremos sempre seguindo por um caminho desconhecido, com receio de esquecer algum dado importante ou até de que apareça alguém na plateia conhecendo mais o assunto do que nós. Com receio de que esse fato possa mesmo ocorrer, entra em funcionamento o mecanismo do medo e, como conseqüência, a descarga de adrenalina para nos proteger. 2222 ---- Falta de prática no uso da palavra em públicoFalta de prática no uso da palavra em públicoFalta de prática no uso da palavra em públicoFalta de prática no uso da palavra em público Se não tivermos experiência no uso da palavra em público, estaremos desenvolvendo uma atividade desconhecida diante da plateia e com receio de fazer mal esse trabalho, pois, se não nos apresentarmos bem, nossa imagem também poderá ser prejudicada. Com receio de que o resultado possa ser esse, mais uma vez entra em funcionamento o mecanismo do medo e, como conseqüência, a presença da adrenalina para nos proteger. 3333 ---- Falta de autoconhecimentoFalta de autoconhecimentoFalta de autoconhecimentoFalta de autoconhecimento Nós não nos conhecemos. Principalmente quando estamos diante de uma plateia é que não sabemos mesmo quem somos. Nós temos internamente dois oradores distintos: um real e outro imaginado. O real é o verdadeiro, aquele que as pessoas vêem
  • 6. Página6 efetivamente. O imaginado é fruto da nossa imaginação, aquele que nós pensamos que as pessoas vêem quando falamos. Esse orador imaginado é construído principalmente pelos registros negativos que recebemos os momentos de tristeza, de derrota, de cerceamento que passamos ao longo da vida. Esses registros formam uma auto-imagem negativa, distorcida, diferente da imagem verdadeira que possuímos. O orador imaginado se apoia nessa auto-imagem e, por isso, normalmente é também muito negativo. Como conseqüência, ficamos com receio das críticas e julgamos que as pessoas estão censurando nossa apresentação. Temendo estar passando por essa situação, ficamos com medo e, mais uma vez, a adrenalina surge para nos defender. Como combater o medo de falar em público Conhecendo as causas do medo de falar em público, fica um pouco mais fácil encontrar o caminho para combatê-lo: 1111 ---- Conheça o assunto cConheça o assunto cConheça o assunto cConheça o assunto com profundidadeom profundidadeom profundidadeom profundidade Conheça sempre muito bem o assunto que irá apresentar. Saiba muito mais do que deverá expor-se precisar falar durante uma hora, prepare pelo menos duas horas de fala a respeito da matéria. É preciso que saiba sobre o assunto para que tenha tranqüilidade e fale com confiança. Saiba também organizar a seqüência da apresentação. Divida sua exposição em quatro ou cinco etapas e tenha consciência das informações que deverão compor cada uma delas. Conhecer e dominar a seqüência da apresentação dá mais confiança e ajuda a dominar o medo. 2222 ---- Pratique e adquira experiênciaPratique e adquira experiênciaPratique e adquira experiênciaPratique e adquira experiência Aproveite todas as oportunidades para se apresentar diante das pessoas. Faça perguntas nas palestras a que assistir, aceite convites para expor trabalhos escolares, apresentar oradores, dar avisos, enfim, sempre que tiver chance de falar em público, mesmo que se sinta constrangido, vá em frente e fale. Você precisa de prática para ter segurança e combater o medo. 3333 ---- Identifique suas qualidadesIdentifique suas qualidadesIdentifique suas qualidadesIdentifique suas qualidades Nós temos, geralmente, muita facilidade para identificar nossos defeitos, mas muita dificuldade para falar das nossas qualidades. Por isso, aprenda a conhecer suas qualidades. Veja se você tem boa voz, bom vocabulário, boa expressão corporal, presença de espírito, humor,
  • 7. Página7 raciocínio bem ordenado, enfim, descubra suas qualidades de comunicação e encontre a partir delas segurança para falar. O medo não desaparece. Você poderá combater e dominar o medo de falar, mas ele sempre poderá estar por perto. Com essas três regrinhas que acabamos de estudar, você reduzirá o excesso de adrenalina e ficará mais tranqüilo para falar. Essa quantidade reduzida de adrenalina poderá se transformar em energia positiva que o ajudará a falar com mais envolvimento e emoção. Domine o medo de falar, seja mais confiante e conquiste vitórias com suas apresentações. SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA Para ajudar a combater o medo, observe as dicas desta semana: • Leve sempre um roteiro escrito com os principais passos de apresentação, mesmo que não precise dele. É só para dar mais segurança. • Ao chegar diante do público, não tenha pressa para começar. Respire o mais tranqüilo que puder, acerte devagar a altura do microfone (sem demonstrar que age assim de propósito), olhe para todos os lados da plateia e comece a falar mais lentamente e com volume de voz mais baixo. Assim, não demonstrará instabilidade emocional para o público. • No início, quando o desconforto de ficar na frente do público é maior, se houver uma mesa diretora, cumprimente cada um dos componentes com calma. Desta forma, ganhará tempo para superar os momentos iniciais tão difíceis. • Antes de fazer sua apresentação, reúna os colegas de trabalho ou pessoas próximas e treine várias vezes. Lembre-se de exercitar respostas para possíveis perguntas ou objeções. Com esse cuidado, não se surpreenderá diante do público. 4444 ---- Melhore o vocabulário e a fluência verbalMelhore o vocabulário e a fluência verbalMelhore o vocabulário e a fluência verbalMelhore o vocabulário e a fluência verbal Se você for como a maioria das pessoas que freqüentam meu curso de Expressão Verbal, garanto que possui um vocabulário melhor do que imagina. Vou mostrar como pode ser simples tornar sua comunicação muito mais eficiente apenas usando as palavras que já aprendeu ao longo da vida.
  • 8. Página8 Antes quero refletir com você sobre exemplos curiosos que estão à nossa volta e nos ajudam a entender os motivos que travam a língua de algumas pessoas, impedindo-as de falar de forma fluente e desembaraçada. Confesso. Quando leio um texto do Luis Fernando Veríssimo fico morrendo de inveja. Falo para mim mesmo: como é que ele consegue construir períodos tão perfeitos, com ideias completas, prontas e acabadas? Entretanto, com esse vocabulário excepcional que o ajuda a produzir páginas que serão imortais, ao falar, Luis Fernando Veríssimo é um desastre. Pronuncia as palavras como se fosse um aprendiz de datilógrafo (digitador, para dar uma atualizada) catando milho, tecla por tecla. Da mesma maneira, se você quiser falar, selecionando palavras com o mesmo rigor usado para escrever, ou revestir sua comunicação de uma formalidade que não seja usual no seu cotidiano, as chances de se dar mal aumentam. A não ser, evidentemente, que a circunstância exija. Considere também que, quando falamos, podemos ficar preocupados com a opinião que as outras pessoas terão da nossa mensagem e da nossa imagem e, por isso, procuramos caprichar ainda mais. Um cuidado excessivo que acaba nos tolhendo. Quando escrevemos, mesmo que tenhamos preocupação com a opinião das outras pessoas, temos tempo de meditar sobre o que vamos comunicar e reescrever o que não julgarmos oportuno. Fico arrepiado, entretanto, quando vejo alguém tentando escrever o que pretende falar, principalmente se não ensaiar o que vai dizer. O ritmo, a cadência, a pausa, a estrutura melódica da comunicação oral são aspectos muito diferentes dos da comunicação escrita. Uma palavra, uma vírgula, uma entonação distinta da planejada são detalhes que modificam a seqüência e a maneira de transmitir a mensagem. A falta de compreensão dessa realidade pode levar a alguns enganos de avaliação. Ao longo desses 30 anos ministrando cursos de expressão verbal, tenho recebido, com freqüência, alunos que chegam reclamando da falta de vocabulário ou da dificuldade que sentem para encontrar as palavras que identifiquem de maneira correta o seu pensamento. Nessas circunstâncias, peço que a pessoa me conte qual é exatamente sua dificuldade com o vocabulário. E durante uns dois ou três minutos ela passa a falar sobre os problemas que tem enfrentado e de como, às vezes, sofre sem saber como agir diante de um grupo quando as palavras não aparecem. Conseguem até escrever com facilidade, mas não se saem tão bem ao falar. O mais curioso, entretanto, é que para explicar o problema do vocabulário encontram todas as palavras de que precisam, sem nenhuma dificuldade.
  • 9. Página9 O problema do vocabulário, de maneira geral, está mais na atitude que temos do que propriamente nele em si. Se, numa situação formal, diante de um grupo de pessoas, lançarmos mão das palavras que usamos no dia-a-dia, quando estamos conversando com amigos, parentes, ou colegas de trabalho teremos à disposição um vocabulário mais do que suficiente para corporificar e expressar todas as nossas ideias. Entretanto, em ocasiões mais formais, algumas pessoas costumam se expressar com palavras diferentes daquelas que usam nas situações do cotidiano. Procuram construir frases com estrutura mais sofisticada e por isso sentem dificuldade para transmitir o que estão pensando. Ou, como no caso de certos escritores, que pensam e meditam sobre cada palavra que põem no papel ou na tela do computador, e se atrapalham e dão verdadeiro nó na língua quando precisam se expressar oralmente. Não estou dizendo que quem escreve bem não fala bem. Muito ao contrário, normalmente, quem escreve bem também possui boa comunicação oral. Quem tem boa redação, de maneira geral, é dotado de bom preparo intelectual e está familiarizado com um vocabulário mais abrangente, que o ajuda a transmitir o que pensa. Mesmo assim, insisto, falar e escrever são duas atividades distintas. Por isso, se você deseja falar com fluência e desembaraço, precisa treinar e praticar a comunicação oral para adquirir essa espécie de automatismo da fala, essa capacidade de pensar e, praticamente, falar ao mesmo tempo. Um bom exercício para desenvolver o hábito de verbalizar o pensamento é ler artigos de jornais e revistas e, na primeira oportunidade, comentar sobre essas informações com as pessoas que encontrar. Assim, habituando-se a verbalizar os pensamentos, a falar sobre as informações que acabar de ler e a usar nas situações mais formais o mesmo tipo de vocabulário que costuma empregar nas conversas com as pessoas mais próximas; no dia-a-dia, além de tornar sua comunicação muito mais eficiente poderá contar com um apoio excepcional para transmitir suas ideias e projetos, aprimorando-se na arte de persuadir e de se relacionar bem com os seus semelhantes. Vamos lá, ponha esse objetivo de falar de maneira mais fluente em qualquer circunstância entre suas prioridades e se transforme num comunicador ainda melhor.
  • 10. Página10 SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA • Anote a palavra que desconhecer ou sobre a qual tiver dúvida do significado • Esclareça a dúvida com o auxílio de um dicionário • Escreva algumas frases diferentes incluindo a nova palavra • Aproveite a primeira conversa ou o primeiro texto para usá-la • Procure utilizá-la o mais rápido que puder em outras ocasiões, para que a palavra se incorpore definitivamente ao seu vocabulário 5555 ---- Arrebente na entrevista de empregoArrebente na entrevista de empregoArrebente na entrevista de empregoArrebente na entrevista de emprego Cada vez que vejo o número de candidatos a uma vaga de emprego limpo os olhos para me certificar de que não estou enganado. Sinto pena dessa garotada que se atropela para encontrar um lugar ao sol. A estatística chega a ser desanimadora - de 15 mil a 25 mil candidatos para 15 a 20 vagas. Há casos em que a procura para esse número de vagas ultrapassa a marca dos 100 mil pretendentes. Lógico que não são todas as empresas, nem todas as atividades que oferecem tão poucas vagas para esse número elevado de candidatos, mas a concorrência é sempre muito grande. Nos últimos anos, tenho recebido no meu curso de expressão verbal, com freqüência crescente, jovens interessados a aprender a falar bem na peregrinação que fazem em busca de uma chance no mercado de trabalho. As mesmas orientações que tenho dado a eles vou passar agora a você, para que amplie suas chances de se sair bem numa entrevista e conquiste o emprego que tanto deseja. Ah, e se você já estiver empregado, fique atento, porque as mudanças na vida profissional ocorrem quando menos se espera. Talvez você não se dê conta, mas ao chegar para a entrevista já terá passado por uma fina seleção. Estará entre candidatos que possuem mais ou menos o seu preparo. A mesma formação acadêmica, o domínio das mesmas línguas, a mesma competência tecnológica, a mesma experiência profissional. A entrevista irá avaliar se além de todos esses pré-requisitos você possui o perfil ideal para a empresa e para a função que deverá ocupar. É agora, no momento da entrevista, que começa a verdadeira competição. O que você tinha de fazer para se capacitar e chegar até ser entrevistado já fez; daqui para frente estará por sua conta.
  • 11. Página11 Hoje vou falar das preliminares, alertar para os cuidados que você deve tomar antes de chegar à frente do entrevistador. Na próxima semana vou mostrar como deverá agir quando estiver diante dele. Faça a lição de casa antes da entrevista Vamos começar pela página um da cartilha. São detalhes que provavelmente nem precisariam ser comentados, mas que se forem deixados de lado você não passará nem sequer da primeira conversa. Se você for homem, por mais que você goste da sua juba, não vacile, meta a tesoura na cabeleira. Quase todos os entrevistadores dão preferência aos entrevistados com cabelos curtos. São raras as atividades que não se incomodam com esse aspecto da aparência - algumas agências de publicidade, empresas de informática e mais meia dúzia de organizações 'descoladas'. E só. Por isso, se deseja conquistar o emprego, apare os cachos. Você usa bigode? Bonito, bem aparado? Mas, precisa muito do emprego? Hum, pelo menos no período das entrevistas seria melhor tirá-lo da frente. Eu sei que, se você usa, é porque gosta do bigodinho, ou é uma exigência da mulher ou da namorada que não se cansa de dizer como ele dá um charme todo especial a você. Entretanto, mais de 90% dos entrevistadores preferem candidatos que não usam bigode. Dê uma checada nas unhas. Verifique se elas estão cortadas e limpas. Com unhas de gavião talvez você não passe nem da recepcionista. Capriche no figurino. Se não quiser errar, use terno azul marinho, cinza escuro ou preto. Para essas cores a melhor combinação é feita com meias da mesma cor do terno. Você sabia que os primeiros detalhes que as mulheres observam no homem são os sapatos e a gravata? Com o entrevistador talvez não seja muito diferente. Por isso, para essas roupas que acabei de sugerir, escolha sapatos pretos - sempre limpos e engraxados. Embora tenha certa liberdade para combinar a gravata, tome cuidado com as cores espalhafatosas ou que fiquem em desarmonia com o conjunto. Se você for mulher, prefira vestir um tailleur elegante, discreto. Use maquiagem suave e, assim como os homens, cabelos preferencialmente curtos e com bom corte. Quando for participar de dinâmicas de grupo prefira usar calça comprida para ter mais liberdade e se sentir mais à vontade. Em todos os casos, sendo você homem ou mulher, vá para a entrevista vestido sempre de maneira formal, mesmo que a região seja propícia para roupas mais informais, como cidades praianas e interioranas. Vale a pena seguir as orientações de um bom livro de moda. Verifique
  • 12. Página12 especialmente o capítulo sobre roupas clássicas, para conhecer melhor as combinações mais adequadas. Como você deseja acertar, talvez quisesse fazer esta pergunta: Polito, o que mata as chances de um candidato? Segure firme que lá vão os pecados capitais. Se o candidato for fumante ou rechonchudo já chegará em desvantagem. Se você entrou para esse grupo de risco, não fique chateado comigo, são as pesquisas que constatam que mais de 70% dos entrevistadores têm restrições a fumantes e a obesos. Assim como também torcem o bico quando descobrem que o candidato presta serviços de consultoria independente. A receptividade não é das melhores se o candidato for dono de uma empresa ou se dedicar a algum negócio paralelo. É importante você ter essas informações para não chegar falando maravilhas do seu negocinho paralelo, como se fosse uma grande vantagem. Pode levar desvantagem também quem estiver beirando um ano como desempregado, ou ainda ultrapassando a linha dos 50. Eu sei que é nessa idade que você está no auge da experiência e da produtividade. Mas o que fazer se essa turma é chegada nos garotões? Mulher com filho em idade que exija muito da sua atenção também perde uns pontinhos na competição. Digamos que é um pecado venial. E para concluir a lista dos contra, as chances do candidato despencarão se permaneceu empregado por menos de dois anos em cada empresa. Não significa que você será barrado se esbarrar em um ou mais desses aspectos restritivos, mas é bom botar a barbinha de molho para enfrentar dificuldades maiores. Ah, já que a barbinha ficou de molho, dê uma boa aparada nela. Continue cuidando das preliminares Falando em lição de casa, procure saber o máximo que puder sobre a empresa que irá entrevistá-lo. Quase todas possuem informações disponíveis na Internet que poderão ser muito úteis nas conversas que mantiver com os entrevistadores. Tome cuidado para não querer ensinar o pai-nosso ao vigário e começar a dar aulas para o entrevistador. Mas inteire-se da nacionalidade, origem, países onde atua, ramo de negócio, principais produtos, faturamento, concorrência, clientes e, principalmente, se foi motivo de alguma boa notícia nos últimos tempos. Será muito mais apropriado falar sobre a empresa do que a respeito de assuntos que não estejam relacionados com o trabalho que irá desenvolver.
  • 13. Página13 Durante a semana da entrevista, leia os jornais para saber quais são as notícias mais importantes. Esteja muito bem informado para falar sobre qualquer tipo de assunto. Parece absurdo precisar dar esta orientação, mas a experiência mostra que é um cuidado muito relevante. Estude muito bem seu próprio currículo. Durante a entrevista você precisará ser coerente. Assim, se informou no currículo que seu inglês é fluente, não poderá mudar a história e dizer que possui apenas o nível intermediário; ou, da mesma forma, se disse que tem facilidade para falar em público, não poderá revelar depois que nunca enfrentou uma plateia. Esse tipo de incoerência poderá ser fatal para suas pretensões. Saiba também quem será o entrevistador, o cargo que ocupa, qual o nome dele e como deve ser pronunciado. Faz parte da lição de casa dirigir-se ao local da entrevista com antecedência suficiente para chegar pelo menos 15 minutos antes do horário marcado. Antes de sair, verifique se está levando seus documentos e uma cópia do currículo. Mesmo que já tenha mandado um exemplar, não custa nada se prevenir e levar mais um. Você está prontinho para enfrentar a fera. Na semana que vem vou mostrar como você deverá falar com o entrevistador. SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA • Vista-se de maneira sóbria e elegante. Nada de espalhafato para a entrevista • Chegue para a entrevista com pelo menos quinze minutos de antecedência • Estude bem seu próprio currículo, para dar informações sempre coerentes • Pesquise bastante sobre a história e as atividades da empresa que irá entrevistá-lo • Se você for universitário e quiser saber mais sobre o tema, procure a ONG Via de Acesso
  • 14. Página14 6666 ---- Fale bem na entrevista de empregoFale bem na entrevista de empregoFale bem na entrevista de empregoFale bem na entrevista de emprego Na última semana, eu falei das preliminares de uma entrevista de emprego. O texto está disponível para sua leitura aqui ou em 'índice de artigos' no pé da página. Hoje vou colocá-lo diante do entrevistador e mostrar como poderá ter um ótimo desempenho. E quem sabe faturar aquele emprego tão desejado. Você já fez direitinho a lição de casa. Está bem vestido, unhas e cabelos cortados, devidamente inteirado das atividades da empresa, sabe quem é o entrevistador e como se pronuncia o nome dele. Agora é só enfrentar a fera. Assim que for recebido, cumprimente-o com aperto de mão firme, sem exagero. Pega mal cumprimentar com a mão mole, como se não tivesse vontade de estar ali. Da mesma maneira, é irritante e desagradável aquele que faz da mão um alicate e cumprimenta com tanta força que parece querer esmagar a mão da outra pessoa. Se você for encaminhado para uma sala de reunião, com várias cadeiras em volta da mesa, espere que o entrevistador indique o lugar para se sentar. Assim, não correrá o risco de se sentar exatamente na cadeira preferida dele. Desligue o telefone celular e concentre-se apenas na entrevista. Comporte-se com naturalidade, como se estivesse conversando de maneira animada, sem exagero, com uma pessoa amiga, com quem mantém relacionamento mais formal. Você deve conversar de forma cordial, sem ser engraçadinho. Fale com educação, sem se colocar em posição de desvantagem. Ouça com atenção, sem excesso de intimidade. Vá direto ao assunto, sem secar a conversa. Isto é, seja uma pessoa agradável, simpática e comunicativa. Embora não seja tão simples agir assim numa conversa com o entrevistador, pois é natural que você fique nervoso e apreensivo. Esse é o comportamento ideal para que possa se sair bem numa entrevista. Amenidades iniciais Praticamente todas as entrevistas se iniciam com assuntos leves e descontraídos. O entrevistador experiente age assim para deixar o entrevistado mais à vontade e obter dele as informações de que necessita para sua avaliação. Embora você não deva perder o foco da entrevista, aproveite esses instantes para relaxar e queimar um pouco da adrenalina que, provavelmente, estará fervendo no seu organismo.
  • 15. Página15 O ideal seria manter esse tom natural e espontâneo da conversa inicial durante toda a entrevista. Para saber se você não está sendo artificial, falando como se fosse um político em cima do palanque, ou parecido com aquele vendedor que, tendo decorado tudo o que precisa dizer, fala como se fosse uma maquininha de produzir palavras, faça a você mesmo esta pergunta: se eu estivesse conversando em minha própria casa com aquela pessoa amiga, com quem tenho relacionamento mais formal, o meu comportamento seria o mesmo? Assim, saberá como se comportar da maneira mais apropriada. Ponha-se no lugar do empregador Se você fosse o empregador, que tipo de resposta esperaria ouvir do entrevistado? Nessa posição, você saberá que as respostas mais apropriadas são aquelas que revelam sua experiência e seus feitos nas atividades que já exerceu. Ele deseja saber se você tem competência e habilidade para resolver problemas, se relacionar bem com as pessoas por tempo prolongado, liderar grupos, negociar, trabalhar e agir sob pressão. Atenção: em nenhuma hipótese critique seus ex-empregadores. Mesmo que você os odeie, guarde esse segredinho para você! Atitude positiva e discrição profissional são qualidades indispensáveis no atual mercado de trabalho. A empresa irá contratá-lo se perceber que você poderá ajudá-la a atender necessidades do mercado. Por isso, mostre como suas aptidões são úteis para alcançar esse objetivo. Se você tiver dúvida a respeito do que a empresa pretende conquistar no segmento em que atua, não hesite em fazer perguntas que o ajudem a encontrar a resposta de que precisa. O entrevistador irá valorizar essa sua iniciativa, pois é esse comportamento que precisará ter quando estiver trabalhando com eles. A objetividade é uma característica sempre apreciada, mas se precisar de um pouco mais de tempo para explicar como conseguiu resolver um problema grave, ou agiu para atingir determinado resultado excepcional, desde que o fato seja pertinente ao objetivo da entrevista, o entrevistador terá certamente interesse em ouvi-lo. Como deve ser sua comunicação Além da naturalidade na maneira de falar e da motivação que deverá demonstrar, tome alguns cuidados com sua comunicação que poderão se constituir na diferença para que seja ou não admitido. Independentemente de sua idade e da função que esteja pleiteando, evite o uso de gírias e de palavrões e não queira bancar o engraçado fazendo piadas ou trocadilhos.
  • 16. Página16 Tome cuidado com a gramática. Esse é um estudo que deve ser desenvolvido a vida inteira, mas no momento da entrevista fique atento às concordâncias, à conjugação dos verbos, à construção das frases. Observe se não está interrompendo pensamentos pela metade, que poderiam dificultar o entendimento da sua mensagem ou produzir distorções no que tentou transmitir. Quando estamos mais nervosos, a tendência é a de acelerar a fala. Se perceber que está agindo assim, procure controlar a respiração e passe a falar de maneira mais cadenciada. A fala acelerada poderá demonstrar um comportamento ansioso e descontrolado. Leitura de poesias em voz alta ajuda a desenvolver o ritmo e a cadência da fala, além de melhorar bastante a dicção e a respiração. Quando estiver falando ou ouvindo, não fuja com os olhos, nem fique encarando o entrevistador. A primeira atitude poderá passar a ideia de timidez, enquanto que a última, ao contrário, poderá ser entendida como demonstração de arrogância. De todos os defeitos que você poderia apresentar numa entrevista, falar muito pode ser um dos mais graves. Por isso, procure interagir com o entrevistador deixando que ele possa falar e fazer as perguntas que julgar mais importantes. Não interrompa o entrevistador só para mostrar que tem conhecimento sobre o tema que ele desenvolve. Tenha calma e aguarde que ele conclua o que está dizendo. Entretanto, nunca deixe de tomar iniciativa para falar, quando julgar o momento oportuno. Essas atitudes são bem vistas pelas empresas. Se conseguir ser natural e parecer sincero, sorria nos momentos que entender serem oportunos. Manter o semblante simpático tornará sua presença mais agradável e envolvente. Como sempre, só tome cuidado com as atitudes exageradas. Você deverá ser sempre sincero ao responder às perguntas. Só quebre essa regra quando tiver de falar de seus pontos fracos. Não caia na besteira de dizer que é dorminhoco, que não consegue pensar direito antes das dez da manhã, e outras fraquezas que poderão prejudicá-lo na avaliação. Prefira falar de como é rígido com funcionário que desconsidera hierarquia. Mas, alerte que já está mudando esse comportamento, pois percebeu que profissionais com um pouco mais de liberdade podem produzir melhor. Também pode mencionar como tem dificuldade para delegar tarefas que são vitais para a empresa.
  • 17. Página17 Mas, da mesma forma, revele como tem procurado preparar melhor as pessoas para essas emergências, porque sabe que às vezes outros terão de resolver essas questões mais relevantes. Essas são algumas sugestões de como você poderá se comportar para se sair bem numa entrevista. Entretanto, você irá descobrir pela própria experiência que cada caso é distinto do outro e que, às vezes, um candidato que fuma um cigarro atrás do outro, se veste mal e conta piadinhas poderá ser o escolhido. Enquanto você, que seguiu todas as orientações de como se comportar para se sair bem na entrevista, foi preterido. Realmente esses fatos podem ocorrer, mas apenas de vez em quando, pois na maioria das ocasiões os escolhidos são aqueles que se apresentaram, sob a ótica da empresa, de maneira correta. Boa sorte e que você seja feliz no emprego que conquistar. SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA • Fale de maneira natural, mas com certa formalidade • Nunca critique ex-empregadores • Evite o excesso de piadas e trocadilhos • Fique atento à correção gramatical • Fale e ouça sem fugir com os olhos. Mas também sem encarar 7777 ---- SaibaSaibaSaibaSaiba enfrentar o brancoenfrentar o brancoenfrentar o brancoenfrentar o branco É desesperador quando, ao transmitir uma mensagem diante de um grupo de pessoas, sem mais nem menos dá branco e você não tem a mínima ideia do que pretendia falar. Meio atordoado, você tenta descobrir o motivo daquele lapso. Imagina tratar-se de uma falha passageira do vocabulário e procura outra palavra para dar seqüência ao raciocínio. Em seguida, transcorridos alguns poucos segundos, o que na cabeça de quem está diante do público parece ser um tempo interminável, conclui que não foi apenas uma palavra que desapareceu, mas sim praticamente toda a linha de pensamento. O coração parece querer sair pela boca. Quanto mais você luta para contornar o problema, mais as ideias fogem. Além do coração acelerado, bate uma espécie de vertigem que provoca mal-estar e até certa tontura. As pernas dão uma bambeada. O rosto fica branco, como se fosse de cera. As mãos desobedecem qualquer comando e não sabem o que fazer nem onde se posicionar. E ao olhar para os ouvintes só consegue ver o público envolto numa nuvem escura e bastante espessa.
  • 18. Página18 O sentimento de impotência é tão forte que a vontade nesse momento é a de que o chão se abra para que você possa desaparecer e fugir daquele verdadeiro pesadelo. Se você já se meteu nesse tipo de saia justa, deve ficar arrepiado só de relembrar o episódio. Se não for o seu caso, provavelmente faz figa para escapar dessa armadilha desconfortável, pois sabe que todos estamos sujeitos a ela. Por ser uma preocupação da maioria, o tema é recorrente: 'Polito, morro de medo de que me dê branco diante dos ouvintes. O que fazer nessa hora?' As dicas que vou passar funcionam e poderão ajudá-lo a livrar-se desse verdadeiro fantasma que vive assombrando as apresentações de principiantes e de oradores experimentados. Esteja preparado e muito bem treinado Não dê chances ao azar. É ingenuidade pensar que uma ou duas lidas na matéria que irá expor o deixarão preparado para se apresentar diante da plateia. Prepare-se da melhor maneira que puder. Se tiver uma semana para se preparar, prepare-se durante toda a semana; se tiver um mês, prepare-se durante todo o mês. Enfim, quanto mais preparado estiver, menores serão as chances de que ocorra o branco. Ensaie de maneiras diferentes, mudando as palavras, a ordem dos tópicos, com e sem o apoio de recursos visuais. Com esse cuidado, irá adquirir capacidade de adaptação para promover alterações que a circunstância exigir. Você não deve se limitar a apenas um tipo de treinamento porque, se diante do público esquecer-se de uma informação relevante na seqüência da mensagem, suas possibilidades de manobra serão reduzidas para contornar o problema. São inúmeros os exemplos de executivos que me procuram traumatizados por causa da experiência negativa de terem tido um branco durante uma apresentação importante. Alguns revelam que sua imagem profissional chegou a ser arranhada em conseqüência do incidente. Portanto, não arrisque. Prepare-se, prepare-se, prepare-se. Tenha um pequeno roteiro à mão Se antes de uma apresentação você ficar preocupado com a possibilidade de que dê um branco, leve um roteiro como apoio. Ponha no roteiro frases que o orientem na seqüência da exposição, especialmente os números, datas e cifras que precisam ser decorados.
  • 19. Página19 Você ficará surpreso com o efeito psicológico desses roteiros. Como você sabe que se esquecer de uma informação terá um recurso para se apoiar, irá se sentir muito mais tranqüilo e, provavelmente, se lembrará de todos os detalhes da apresentação. O que fazer se der branco Atenção, muita atenção: procure não se desesperar nem entrar em pânico se tiver um branco. O desespero é o pior de todos os inimigos de uma apresentação bem- sucedida. Quanto mais você se desesperar mais irá se pressionar e menores serão suas chances para encontrar uma saída. Eu sei que não é tão simples assim, mas o caminho é esse mesmo, empenhe-se nessa direção e tente manter a calma. A insistência só atrapalha. Ao perceber que deu branco insista apenas uma vez para tentar se lembrar da informação, se não conseguir resgatá-la na primeira tentativa, repita a última frase que pronunciou, como se estivesse querendo dar ênfase àquela parte da mensagem - é provável que ao chegar ao ponto em que deu branco a informação surja naturalmente. Se essa estratégia falhar, use a expressão mágica, que se constitui no melhor remédio contra o branco. É tiro e queda. Diga: - na verdade o que eu quero dizer é... Com essa expressão você se obrigará a explicar a informação por outro ângulo e o pensamento se reorganizará para retomar a seqüência planejada. Não falha, use que dá certo. E, se por qualquer motivo não funcionar, informe aos ouvintes que logo mais voltará a discorrer sobre aquele aspecto da mensagem e passe imediatamente para outro tópico. Mais tranqüilo e sem a pressão de ter que encontrar a informação, provavelmente no transcorrer da exposição você se lembrará dela com mais facilidade. E mesmo que não consiga se lembrar, dificilmente você será cobrado por isso. SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA • Esteja preparado e bem treinado para falar • Tenha um roteiro escrito à mão • Se der branco, não seja insistente • Repita a última frase como se quisesse dar ênfase à mensagem • Diga - na verdade o que eu quero dizer é... • Informe que voltará ao tema mais à frente
  • 20. Página20 8888 ---- Como apresentar e aprovar um projetoComo apresentar e aprovar um projetoComo apresentar e aprovar um projetoComo apresentar e aprovar um projeto Aprendemos cedo que em Roma devemos agir como os romanos. A aplicação dessa velha e sábia filosofia dos nossos avós cai como uma luva no momento de apresentar um projeto, pois com essa capacidade de adaptação as chances de que ele seja aprovado aumentam consideravelmente. O caminho é simples. Basta fazer a lição de casa e analisar bem quais são as expectativas que as pessoas têm com relação ao projeto e se preparar para dançar de acordo com a música. Para esclarecer melhor, vamos supor que você tenha grana sobrando e que um banco proponha uma aplicação para o seu rico dinheirinho. Se você é tipo pé no chão, que vai ao cassino e põe uma ficha no preto e outra no vermelho para ter risco zero, qual seria sua atitude se o gerente da instituição financeira insistisse em lhe oferecer negócios que envolvessem ações, ou outros produtos de risco? Mesmo a proposta sendo boa, com esse perfil conservador, é quase certo que depois de saber que haveria chances de ganhar, mas também de perder, diria com toda convicção: obrigado, mas me inclua fora dessa. Por outro lado, se você tiver estilo mais arrojado e gostar de viver perigosamente, ainda que a operação parecesse vantajosa, fugiria das propostas que ele fizesse sobre fundos de renda fixa como o diabo foge da cruz. Para a apresentação de um projeto, os aspectos a serem considerados são os mesmos. Se desejar que sua proposta seja bem-sucedida, você deverá dirigir os argumentos em direção às aspirações e às características dos ouvintes. Portanto, ao se preparar para defender um projeto, o primeiro passo é descobrir que vantagens poderiam interessar aos responsáveis pela sua aprovação e elaborar a exposição nesse sentido. Observe que estou me referindo às vantagens que poderiam interessar aos responsáveis pela aprovação, pois de nada adiantaria ser uma vantagem se o ouvinte não estivesse tão interessado nela. Vamos supor que o projeto seja destinado à área industrial, e que os diretores estejam interessados em acabar com as paralisações da linha de produção por causa dos freqüentes gargalhos no acabamento. Nessa circunstância, a introdução que serviria como chave de ouro para abrir o apetite dos ouvintes seria esclarecer logo nas primeiras palavras que a sua proposta visa o rápido escoamento da produção.
  • 21. Página21 Entretanto, se o interesse dos ouvintes fosse diferente, como, por exemplo, conquistar num prazo mais curto maior fatia do mercado pelo aprimoramento da qualidade do produto, ao revelar que essa será a grande finalidade do projeto, suas palavras soariam como música aos ouvidos da plateia. Fica claro que para fisgar o interesse dos ouvintes na apresentação de um projeto e deixá-los atentos até o final, você deve usar as primeiras palavras para mostrar que as vantagens da implementação da sua proposta vão ao encontro das expectativas deles. Por isso empenhe-se em descobrir quais os benefícios que irão interessar mais aos ouvintes e inicie falando sobre eles para que as pessoas fiquem mais receptivas desde o princípio. Polito, quer dizer que vale até enganar um pouquinho? Em nenhuma hipótese. Tenha muito cuidado. Você só poderá fazer promessas sobre as vantagens do projeto se elas forem verdadeiras. Caso contrário, além de frustrar as expectativas dos ouvintes e criar resistências às suas ideias, correrá sério risco de comprometer sua reputação. Além disso, durante toda a exposição, você deverá lançar mão de argumentos que comprovem a veracidade da existência das vantagens prometidas desde o início. Pode ser também que as suas sugestões firam os interesses de algumas pessoas. O que não é tão incomum no mundo corporativo. Neste caso, acautele-se para não tentar fazer com que sua opinião prevaleça logo no princípio. Por mais divergentes que sejam as opiniões, com certeza você irá encontrar vários pontos coincidentes entre sua forma de pensar e a dos ouvintes. Em momentos como esse, comece falando sobre esses pontos comuns até que as pessoas sejam levadas a deduzir que vocês pensam da mesma maneira. A partir daí elas se desarmarão, passarão a ouvi-lo sem resistências e você terá muito mais chances de conquistá-las. Só depois de ter construído esse campo de neutralidade é que poderá dizer o que realmente deseja. Também nesse caso, não concorde com os ouvintes apenas por concordar. Por mais opostas que sejam suas trincheiras, sempre existirão pontos de convergência verdadeiros. Tenha cuidado para não demonstrar que concordou com as pessoas apenas como um ardil pra conquistá-las. Se essa artimanha for descoberta, você talvez tenha que dar adeus à vitória do seu projeto. A não ser que você seja muito conhecido no ramo em que atua, ou fale para pessoas com as quais trabalha na mesma empresa, não parta da
  • 22. Página22 pressuposição de que todos conhecem sua autoridade para apresentar o projeto. Para quebrar a resistência dos ouvintes com relação a você, porque não confiam na sua autoridade sobre o assunto, comente com sutileza sobre outros projetos que desenvolveu, ou empreendimentos de que tenha participado. Ao tomar conhecimento da sua experiência, naturalmente ficarão mais receptivos. Tomando esses cuidados, suas chances de ver seu projeto aprovado serão maiores. SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA • Descubra os desejos dos ouvintes • Revele as vantagens do projeto que atendam a esses desejos • Conquiste a atenção e o interesse dos ouvintes logo no início • Antes de dar sua opinião, fale dos pontos comuns que possui com os ouvintes • Fale sutilmente das suas experiências 9999 ---- Planeje apresentações vencedorasPlaneje apresentações vencedorasPlaneje apresentações vencedorasPlaneje apresentações vencedoras Quando me entrevistam para dar 'dicas' de comunicação, invariavelmente os jornalistas perguntam quais os erros mais comuns de quem fala em público. Quase todos esperam que eu fale sobre problemas relacionados à voz, ao vocabulário ou à postura do orador. Por isso, ficam surpresos ao ouvir que um dos deslizes mais graves na comunicação está na estrutura e na organização das ideias. De maneira geral, as pessoas não sabem como planejar as apresentações de forma lógica, persuasiva e eficiente. Julgam que basta ter um bom conteúdo para obter sucesso em suas exposições. É evidente que ter conteúdo de boa qualidade é fundamental para que a comunicação seja bem-sucedida. Mas de nada adiantará ter a posse desse conhecimento se não houver concatenação organizada do raciocínio. Por isso hoje vou passar a você um roteiro que, apesar de simples, dá excelentes resultados no planejamento de qualquer tipo de apresentação. Seja para entabular uma conversa informal, ministrar uma palestra, fazer a exposição de um produto ou projeto ou proferir uma complexa conferência.
  • 23. Página23 Além da utilidade para a comunicação oral, essas orientações são úteis também para escrever todos os tipos de mensagens, desde simples relatórios na vida corporativa até importantes projetos acadêmicos ou profissionais. Imagino que você concorda comigo que é difícil prestar atenção em quem se apresenta sem organizar de maneira correta a seqüência da fala. Alguns oradores transformam suas apresentações num verdadeiro samba do crioulo doido. Depois de muito tempo fazendo considerações periféricas a respeito do tema, quando você espera que finalmente vão entrar no assunto dão marcha à ré, coçam a cabeça, reviram os olhos, com aquela expressão de quem está viajando no tempo e começam a contar histórias da infância ou da cidade natal. Mais adiante quando a hora é boa para concluir, pegam de novo a ponta do novelo e voltam a falar tudo o que já haviam desenvolvido no assunto central, repetindo com pormenores os mesmos argumentos, como se as informações fossem inéditas e constituíssem uma grande novidade para o público. E surpresa! No instante em que seria preciso esclarecer pontos relevantes da matéria, fazem cara de missão cumprida, batem as anotações sobre a mesa ou a tribuna e ponto final, concluem de forma inesperada, passando a sensação de que novos capítulos ainda deveriam ser desvendados. Polito, mas como é possível estruturar a fala de forma apropriada? Na maioria dos casos, as apresentações não possuem seqüência lógica e bem ordenada porque não são bem planejadas. E o aspecto mais curioso nessa história toda é que pouca gente sabe que a ordem usada para planejar uma apresentação deve ser diferente da seqüência da exposição. Vamos observar algumas regrinhas que ajudam a planejar bem qualquer tipo de apresentação, desde um simples bate-papo com amigos até a mais importante conferência. Não é nada muito complicado e você verá que tudo segue uma lógica fácil de ser percebida. Deixe o começo para o final Aqui vai uma dica preciosa: nada de iniciar o planejamento da fala pela introdução. A maioria comete o erro de iniciar o plano da exposição elaborando em primeiro lugar o que pretende transmitir no começo. É fácil deduzir que você só poderá saber como deverá ser o início depois de estar consciente do assunto que irá abordar e dos objetivos que pretende atingir. Talvez pareça estranho para alguns, mas a introdução deverá ser planejada em último lugar, depois mesmo da conclusão, quando já souber
  • 24. Página24 qual o trajeto que a mensagem seguirá e quais as barreiras e os desafios que precisará superar durante a exposição. A introdução só poderá ser preparada de forma adequada quando você já souber quem serão os ouvintes, que informações possuem sobre a matéria e se irão ou não levantar resistências com relação a você ou ao tema da exposição. Por isso, ao planejar as etapas da apresentação leve em conta inicialmente o tema que irá abordar e deixe a introdução e a conclusão para o final. Primeiro passo: identifique o assunto Para que uma apresentação seja bem planejada, sua primeira atitude deve ser a de identificar qual o assunto que pretende desenvolver. Acredite, muitas pessoas falam em público sem ter noção clara sobre o assunto que irão expor. Por exemplo, poderão estar certas de que falarão sobre rentabilidade das operações, quando na verdade esse era apenas um dos aspectos de um assunto mais abrangente: planejamento estratégico. Depois que você identificar qual é o assunto, elabore a linha de argumentação que pretende utilizar: estatísticas, pesquisas, estudos técnicos e científicos, teses, exemplos, comparações, testemunhos. Dica especial: inicie a organização dos argumentos escolhendo para o início um que seja bom, e na seqüência vá pela ordem crescente, desde o mais frágil até chegar àquele que considere irrefutável. Para descobrir que tipo de resistência poderá encontrar, imagine como você reagiria se estivesse no lugar dos ouvintes. Na posição deles, como se sentiria diante da proposta que você irá apresentar. Tente deduzir que objeções eles poderiam levantar contra os argumentos e prepare-se para refutá-las de maneira conveniente. Saiba quais são os objetivos Quero alertá-lo para o fato de que você ainda está no assunto central, no primeiro passo do planejamento. Após identificar o assunto descubra que objetivo o motivou a se apresentar. Sugerir solução para um problema? Ou comunicar uma novidade? Descobriu? Agora você já está pronto para planejar o segundo passo da sua apresentação. Segundo passo: facilite a compreensão dos ouvintes O fato de você saber qual é o conteúdo da sua exposição não significa que os ouvintes também já saibam. De maneira geral, não só não sabem como precisam ser bem orientados, para que possam compreender o assunto que irão ouvir.
  • 25. Página25 Para facilitar a compreensão dos ouvintes, revele a eles qual o assunto que irá expor e esclareça qual o problema que precisa ser solucionado. Se você pretende discorrer sobre um assunto novo, sobre o qual eles não estejam devidamente inteirados, faça um retrospecto, um histórico mostrando como os fatos evoluíram no transcorrer do tempo até chegar ao momento presente. Note que essas informações só serão possíveis depois de você ter cumprido o primeiro passo do planejamento, isto é, ter identificado qual é o assunto e quais são os objetivos da apresentação. Terceiro passo: finalmente a conclusão e a introdução Neste momento você já está em condições de planejar como fará a conclusão, levando os ouvintes a refletir ou agir de acordo com a sua mensagem ou sua proposta. E depois de ter organizado todas as etapas da apresentação você finalmente poderá se decidir pela melhor introdução. Sabendo agora qual será a sequência da exposição e as dificuldades que deverá suplantar, estará em condições de planejar o início da apresentação. Estará consciente de como deverá agir para afastar desde o princípio as resistências dos ouvintes e conquistar a atenção e a simpatia de todos. A partir desse planejamento simples você irá ordenar melhor o seu pensamento e possibilitará que o ouvinte acompanhe sem esforço toda a seqüência do discurso. Com tudo planejado, agora é só ir para frente do público e começar a falar pelo começo. SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA • Em primeiro lugar, identifique o assunto e quais são seus objetivos • Facilite a compreensão dos ouvintes, revelando qual é o assunto que irá expor, o problema a ser solucionado ou fazendo um histórico das informações • Prepare a conclusão • Escolha a introdução mais adequada
  • 26. Página26 10101010 ---- Aprenda a falar de improvisoAprenda a falar de improvisoAprenda a falar de improvisoAprenda a falar de improviso Falar de improviso. Assim como ocorre com a maioria das pessoas, talvez essa também seja uma das suas maiores aspirações. Imagine este quadro: você está rodeado de gente, sem a mínima noção de que alguém poderia ter a 'brilhante' ideia de convidá-lo a se apresentar, e é chamado para falar em público de improviso! Veja se este não é um sonho que merece ser acalentado. Mesmo tomado de surpresa, sem nenhum preparo, você, diante de uma circunstância tão adversa, tendo condições de falar com desembaraço, muita desenvoltura e conseguindo alinhavar o pensamento, concatenando as ideias com tranqüilidade e competência. Vou lhe contar um segredo: realizar esse sonho de falar de improviso em qualquer situação de maneira segura e eficiente é mais simples do que você talvez esteja imaginando. Basta seguir os passos que vou sugerir neste texto. Saiba antes o que significa falar de improviso Falar de improviso, diferentemente do que algumas pessoas imaginam, não significa falar sem conhecer o assunto. Se uma pessoa se atreve a falar em público sem ter informações sobre o tema que irá transmitir, o adjetivo mais benevolente que poderíamos lhe atribuir é o de irresponsável. Quem fala sem conhecimento do conteúdo que pretende transmitir põe em risco sua imagem e reputação. Assim, se você for convidado para falar sobre um assunto que não conhece e não tiver tempo suficiente para estudá-lo, a atitude mais sensata é recusar o convite. Da mesma forma, um dos erros mais graves que você poderia cometer é o de se sentir tão seguro e confiante para falar em público e negligenciar a preparação, passando a refletir sobre o assunto que irá expor apenas no momento em que já estiver frente a frente com os ouvintes. Por isso, de todos os recursos com os quais poderá contar para se sair bem numa apresentação os mais importantes serão sempre o preparo e o domínio do conteúdo. Agora que já chamei a atenção para esses aspectos que considero fundamentais para uma boa apresentação em público, podemos tratar do conceito e das técnicas do improviso. Falar de improviso significa falar sem ter preparado de forma conveniente a apresentação. Suponha que você esteja em uma reunião ou em um evento e é convidado para falar sobre determinado tema. Embora o assunto não lhe
  • 27. Página27 seja estranho, você terá de estruturar o pensamento e organizar a seqüência da exposição ali diante dos ouvintes. Essa é uma situação que identifica a fala de improviso. Veja quais são as técnicas que poderão ajudá-lo a se sair bem em momentos como esse. Fale antes sobre um assunto de seu domínio Antes de desenvolver o tema que é a matéria central da sua apresentação, fale a respeito de um assunto que conheça com bastante profundidade e que tenha alguma ligação direta ou indireta com o conteúdo que deverá transmitir. Esse assunto de apoio, que você domina, poderá ser uma notícia que esteja acompanhando com interesse, fatos que tenha presenciado, cenas dos filmes que foram marcantes, passagens de livros que tiveram significado especial, viagens que realizou, desafios que enfrentou, conquistas que experimentou, temas relacionados à sua atividade profissional ou ao seu passatempo preferido. Enfim, qualquer assunto sobre o qual possa falar com segurança e tranqüilidade. Depois de discorrer algum tempo sobre esse assunto de apoio, você deverá encontrar uma maneira de fazer a transição para o assunto principal. Nesse momento você poderia questionar: Polito, mas o ouvinte não vai perceber o artifício? Se você agir de maneira correta, não. Veja onde está o segredo. É natural que ao falar você saiba quais as etapas que cumpre na apresentação. Saberá quando faz a introdução, a preparação, o desenvolvimento do assunto central e a conclusão. Entretanto, os ouvintes receberão a mensagem como sendo uma só, desde o princípio até o final. Ora, como você fala com desembaraço e desenvoltura ao abordar o assunto de apoio, pois é uma matéria de seu domínio, o ouvinte, recebendo a mensagem como sendo uma só desde a introdução até a conclusão, terá a impressão de que o seu domínio é da informação toda. Na verdade, você conhece bem o assunto de apoio, e talvez apenas superficialmente o tema principal. Resumindo: fale antes sobre o assunto que você conhece bastante e depois ligue com o tema que talvez não conheça tanto, e que é o objetivo da sua exposição.
  • 28. Página28 Alguns cuidados sobre o uso do assunto de apoio: • Não desenvolva o assunto de apoio por tempo demasiado, para não dar a impressão de que ele é mais importante que o tema principal; • Escolha como apoio aquele assunto que você conheça muito bem. Não caia na armadilha de optar por um assunto para apoiar a apresentação apenas pelo fato de existir algum tipo de ligação entre ele e o principal; • Não passe de maneira abrupta do assunto de apoio para o tema principal; • Não dê a impressão de estar 'enrolando' ou 'enchendo linguiça', pois não é esse o objetivo da técnica do improviso. Tenha em mente que o assunto de apoio deverá servir para que os ouvintes o vejam como alguém que conhece bem o tema da apresentação e também para auxiliá-lo a organizar de forma mais criteriosa e correta a seqüência da fala. Outras funções do assunto de apoio Mesmo sabendo que a objetividade é cada vez mais requisitada, pois com a vida corrida que levamos não sobra tempo para ouvir exposições muito longas, secar conversa pode ser visto como atitude de gente chata. Um bom orador nem sempre é aquele que já nos primeiros instantes da exposição entra diretamente no assunto que pretende transmitir. O orador de qualidade, às vezes, para tornar sua apresentação mais interessante, mais estimulante, mais atraente, mesmo conhecendo bem o tema que irá apresentar, separa o assunto e procura preservá-lo. Atinge essa finalidade usando como apoio um assunto que lhe é muito familiar. Ao abordar um assunto preliminar, de seu conhecimento, cria uma expectativa adicional nos ouvintes, deixando-os mais interessados em receber as informações da mensagem principal. Observe o desempenho dos grandes oradores. Note que a maioria deles se vale de assuntos que conhece muito bem para preparar de maneira mais apropriada suas apresentações e torná-las ainda mais interessantes. Procure seguir o exemplo desses oradores. Antes de apresentar o assunto central da sua mensagem, analise se não poderia se valer do apoio de um assunto que conheça muito bem, e que tornasse sua exposição mais instigante.
  • 29. Página29 Se os assuntos forem ligados um ao outro de forma natural, poderá dar a impressão aos ouvintes de que se trata de uma só mensagem e tornar a apresentação muito mais atraente. Também serve para o improviso Além dos assuntos de seu conhecimento que você poderá lançar mão como recurso para as falas de improviso, será possível contar também com os fatos que tenha observado pouco antes do momento da sua apresentação. Por exemplo, você poderá iniciar citando uma notícia que tenha ouvido há pouco durante o trajeto em uma emissora de rádio, ou um fato curioso que tenha lido no jornal pela manhã, ou ainda um diálogo que manteve com alguns ouvintes pouco antes da apresentação. Esses assuntos atuais darão a você mais confiança, por serem recentes. E por causa dessa atualidade, provavelmente, serão ainda mais estimulantes para os ouvintes. Esses são apenas alguns dos recursos com os quais você poderá contar para fazer bem os improvisos. Saiba, todavia, que quanto mais você conhecer o assunto da sua apresentação, mais seguro se sentirá diante do público e mais eficiente será a sua comunicação. Por isso, por mais irônico que possa parecer, prepare-se cuidadosamente para que possa fazer cada vez melhor seus improvisos. SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA • Tenha sempre na 'manga' um assunto de apoio para falar de improviso • Use como apoio notícias recentes para tornar o improviso mais interessante • O assunto da conversa que manteve há pouco pode ser um ótimo apoio para o improviso • Mesmo que a chance seja remota, pense no que dizer se for convidado a falar de improviso 11111111 ---- Fale com naturalidadeFale com naturalidadeFale com naturalidadeFale com naturalidade Nos últimos 30 anos, tenho empunhado uma bandeira que considero uma das mais preciosas para o sucesso da comunicação: a naturalidade. Parece ironia. Mas, você só conseguirá desenvolver uma comunicação eficiente se aprender a explorar seu próprio potencial, preservar suas características e falar com naturalidade. Isto é, terá de se dedicar e aprender muito para no final conseguir ser você mesmo.
  • 30. Página30 Dá a impressão de ser muito simples. Afinal, basta que você se comporte diante do público sem máscara, sem afetação, sem artificialismo e passará a fazer parte do seleto grupo dos grandes comunicadores. Entretanto, esse objetivo possível de ser atingido por todas as pessoas, independentemente da sua situação econômica, social ou intelectual, é o que exigirá de você maior esforço, estudo e dedicação. Por isso, se você me perguntasse o que considero mais importante para que a sua comunicação seja vitoriosa, com toda a convicção e sem nenhum receio de errar eu diria: seja natural. Aprenda e aplique todas as regras da comunicação, mas jamais perca sua naturalidade. Fale nas reuniões da empresa, nos contatos sociais e de negócios preservando seu estilo e respeitando seu jeito de ser. A grande meta da comunicação é a credibilidade. Se os ouvintes acreditarem em suas palavras, tudo poderá ser conquistado. Você terá a aprovação do projeto, a assinatura no pedido, o voto em seu nome, a solidariedade à sua causa. Enfim, todos os seus anseios serão atendidos se você tiver credibilidade. Para que essa qualidade esteja presente em sua comunicação, o primeiro e mais relevante requisito é a naturalidade. Se você cometer erros técnicos de comunicação, mas conseguir se expressar de maneira natural e espontânea, as pessoas ainda poderão confiar na sua mensagem. Se, entretanto, você aplicar todas as técnicas, mas se apresentar com artificialismo, os ouvintes duvidarão das suas intenções e se mostrarão resistentes ao que disser a eles. Para saber como deve ser a sua comunicação quando você se apresenta com naturalidade, observe como se comporta quando está falando com as pessoas mais íntimas -amigos e familiares- e procure se apresentar em outros ambientes mantendo essa mesma forma de ser. Se você conseguir falar diante de uma plateia ou de um grupo em reuniões formais com a mesma liberdade e desenvoltura com que se expressa em situações mais descontraídas, atingirá o mais elevado nível de comunicação que poderia pretender, pois estará transportando essa competência para todas as circunstâncias. Talvez contando como procedo com meus alunos no Curso de Expressão Verbal você tenha uma ideia melhor de como deverá agir. Ao receber o aluno, antes de iniciar a aula, converso com ele de maneira amigável até que possa se sentir à vontade e se expressar com espontaneidade. Durante essa conversa descontraída posso analisar o ritmo da sua fala, a maneira como faz as pausas, como gesticula, olha, ri, o tipo de
  • 31. Página31 vocabulário que utiliza, se possui e como explora a presença de espírito, como ouve e participa do diálogo. Enfim, como se comunica a partir do seu verdadeiro estilo. Após essa observação o aprendizado passa a ser mais simples, pois ele apenas terá que fazer na tribuna, diante do microfone e da câmera, o que já sabe. Quando ele conseguir se apresentar nesta situação mais formal da mesma maneira como estava se comunicando comigo naquela conversa inicial mais solta, estará pronto para falar em qualquer situação com desembaraço, confiança e eficiência. Quase todos os alunos se mostram surpresos, pois esperavam participar de um processo de aprendizado que impusesse regras prontas de conduta. Entretanto, ficam aliviados ao descobrir que para ser bons comunicadores não precisarão se violentar, interpretando papéis ou vivendo personagens diferentes da sua realidade pessoal. É evidente que você deverá buscar cada vez mais o seu aprimoramento e se dedicar para assimilar e aplicar todas as boas técnicas da comunicação, mas sem jamais perder sua naturalidade. Saiba também que ser natural não significa continuar cometendo erros, mas sim aproveitar os aspectos positivos que aprendeu e desenvolveu ao longo da vida. Falando com naturalidade você se sentirá muito mais confiante, e essa segurança permitirá que explore melhor sua inteligência, bom humor e capacidade de associar ideias e informações, o que tornará suas apresentações muito mais expressivas, desembaraçadas e atraentes. Aprenda, estude, pratique todas as boas técnicas, mas jamais deixe de ser como é, pois -tenha certeza- o melhor de você será sempre você mesmo. SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA • Fale diante da plateia como se conversasse em casa com amigos • Aprenda todas as técnicas, mas nunca deixe de ser natural • Prefira errar na técnica e continuar sendo natural • Prefira ser natural a acertar na técnica • Estude e se aplique para acertar na técnica e continuar sendo natural
  • 32. Página32 12121212 ---- Com inimigo não se brincaCom inimigo não se brincaCom inimigo não se brincaCom inimigo não se brinca Aprendi muito cedo, ainda criança, sobre a importância dos limites para o uso do humor e da brincadeira. Mais tarde descobri que próximo do humor e da brincadeira há sutilezas que podem fazer toda a diferença entre o sucesso e o fracasso na convivência social. Vivi minha infância e juventude em Araraquara, localizada bem no centro do Estado de São Paulo. Nessa cidade interiorana, famosa por sua limpeza e efervescência cultural, eu e meus amiguinhos crescemos brincando e aprendendo. Embora imaginássemos que mais brincávamos do que aprendíamos, hoje vejo que a realidade pode ter sido outra, pois, talvez, mais aprendíamos do que brincávamos. Veja esta lição de casa. Literalmente de casa. Quando eu, meu irmão, meus primos e toda garotada da rua invadíamos o sagrado espaço da cozinha de casa, defendido com olhares de censura pela minha avó Joana, depois de nos divertirmos com duas ou três brincadeiras mais ruidosas, ela nos dizia pausadamente: opa, opa, opa, graça por graça uma vez só basta. Acusávamos a reprimenda e batíamos em retirada. Aprendi assim, depois de levar muitos desses puxões de orelhas, que brincadeiras ruidosas podem irritar algumas pessoas e que não é um comportamento bem-vindo em todos os lugares. É possível que você esteja com vontade de questionar: mas, Polito, você não vai me dizer que não se pode brincar? Pode e deve. A vida com alegria é quase um sinônimo de felicidade. Pessoas bem-humoradas, de espírito leve são muito bem recebidas em praticamente todas as rodas de conversa. Entretanto, aqui entra um complicômetro do relacionamento humano. As piadas e brincadeiras barulhentas, além de irritar Joanas, quase sempre prejudicam a imagem do engraçadinho. Por isso, o bom humor exige investimento permanente no aprendizado e no aperfeiçoamento da sutileza. São dois extremos. Se por um lado o humor sutil, refinado transforma-se num atestado de inteligência e de preparo intelectual, por outro o trocadilho grosseiro e a piada rasteira demonstram rusticidade social. Mas, antes de respirar aliviado, achando que com o aprendizado desse conceito todas as questões relacionadas ao humor foram solucionadas, veja quantos detalhes ainda precisam ser considerados. A ironia fina e as tiradas espirituosas, espontâneas, leves atestam originalidade e formação requintada. Até aqui nada de novo nos dez
  • 33. Página33 mandamentos da convivência humana. Só que, por ser sutil, o mesmo humor que pode nos projetar, pode também, às vezes, nos trazer aborrecimentos. Seria desnecessário explicar que a sutileza do humor funciona quando o interlocutor também é dotado de sensibilidade e massa cinzenta. Tanto que para nos relacionarmos bem com diferentes grupos precisamos medir esse nível de sutileza, de acordo com a capacidade de compreensão das pessoas com quem mantemos contato. Quanto mais inteligentes e bem preparadas forem as pessoas, mais sutil e subentendido pode ser o humor. Um simples jogo de palavras pode ser suficiente para que a mensagem seja perfeitamente compreendida. Quanto mais rústicas e despreparadas forem as pessoas, mais evidente e ostensivo deve ser o humor. A informação deve ser tão clara e concreta que ninguém precisará fazer nenhum esforço para compreendê-la. Se depois de fazer uma brincadeira, você tiver de explicar que sua intenção foi diferente daquela entendida pelo interlocutor, provavelmente errou na medida e não soube usar o humor de forma adequada. Humor usado de maneira apropriada não necessita de explicações complementares. Lembro-me de uma estratégia interessante usada pelo Chico Anísio. Ele dizia que iniciava seus shows sempre com uma piada bem leve, que poderia ser contada no chá das freiras, e media a reação do público. Depois ia colocando mais tempero nas seguintes, até a risada da plateia ficar meio forçada. Essa era a medida. Daí para cima era como se falasse com a linguagem própria para os freqüentadores dos bares noturnos do cais do porto. Leve em conta também que o humor sutil, além de não ser entendido por todos, pode se transformar numa poderosa arma nas mãos dos nossos inimigos e adversários. Esses Joaquim Silvério dos Reis de plantão ficam aguardando a oportunidade para dar o bote e nos atacar. Pegam ao pé da letra as palavras que deveriam ser entendidas apenas no sentido figurado, fingem que não entenderam a intenção sutil da brincadeira e se mostram, normalmente diante de outras pessoas, indignados. E ficamos desesperados dando explicações de que tudo não passou de uma ingênua brincadeira. A pessoa que nos atacou finge querer ajudar e faz aquele ar de quem está perdoando nosso deslize. Só que as outras pessoas que participam da conversa também podem ficar contaminadas e acreditar que fomos mesmo grosseiros.
  • 34. Página34 Por isso, quando suspeitar da presença de algum inimigo na conversa, não vacile. Faça brincadeiras com sutileza, use o humor sutil, que é a medida do seu preparo e a marca da sua inteligência, mas exagere na maneira de comunicar. Fale fazendo caretas, imitando vozes estranhas, use pausas mais prolongadas, para que não fique nenhuma dúvida de que a intenção é muito distinta do que a mensagem direta comunica. Na dúvida, não arrisque e fique na sua. Redobre o cuidado quando for escrever. No papel, ou na tela do computador você não poderá contar com a ajuda da expressão corporal ou da voz para informar que está brincando. Portanto, aqui valem as aspas, as reticências e até os avisos explícitos de 'brincadeirinha'. Não deixe de brincar ou de usar seu humor sutil, mas fique atento para se defender dos cabeças-de-ostra e das pessoas bem preparadas que não possuem escrúpulos para dar uma boa puxada no seu tapete. SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA • Sempre que puder use o humor em sua comunicação • Use humor sutil e presença de espírito como medida da sua inteligência • Lance mão de todos os recursos para que não o tomem ao pé da letra • Se brincar perto de um 'inimigo', não deixe dúvidas de que está brincando 13131313 ---- Fuja do olho gordoFuja do olho gordoFuja do olho gordoFuja do olho gordo Inveja, olho gordo, seca pimenteira. Xô, Satanás. Longe de mim essa gente que não se conforma com o sucesso e o bem-estar dos outros. Pessoas invejosas são como ervas daninhas: brotam e proliferam em qualquer cantinho. Bastou aparecer alguém se dando bem na vida para despertar à sua volta esse sentimento que além de ser rasteiro e desprezível é tão antigo quanto a história da humanidade. E põe antigo nisso! Caim matou Abel por inveja. Nãããooo! É mesmo? Polito, com informações tão inéditas como essa, daqui a pouco você vai dizer que já inventaram a roda. Fique tranqüilo. Eu sei que essa passagem bíblica não é nenhuma novidade. Fiz a citação só para lembrar que olho gordo não é invenção da moçada de hoje - apareceu com o primeiro homem a pisar na Terra e que, portanto, já deveríamos ter aprendido algo sobre esse sentimento.
  • 35. Página35 Entretanto, mesmo sendo a inveja uma velha de praça, é impressionante como, de maneira geral, nós a estranhamos e estamos sempre nos surpreendendo com ela. Se refletirmos melhor sobre os motivos da inveja e conseguirmos identificar as formas apropriadas de nos defendermos dela, talvez possamos acrescentar um precioso ingrediente para melhorar o relacionamento com as pessoas e para o sucesso da nossa comunicação. E ousaria dizer, não só para nos protegermos da inveja dos outros, mas, quem sabe, principalmente, da presença desse sentimento em nós mesmos. Sim, porque se perguntarmos a dez pessoas se elas são invejosas, talvez 11 respondam que não, pois temos a tendência de supor que os outros é que são invejosos, não nós. Por isso, ligue as antenas e fique esperto para não ser surpreendido por esse sentimento tão negativo, que pode até impedir que nos relacionemos de forma mais harmoniosa com as pessoas. A partir de uma reflexão aristotélica, e supondo que você, como um ser humano normal, sinta inveja, pense nas seguintes questões: Você sentiria inveja do boy que acabou de ser admitido na empresa e anda perdido de um lado para o outro, pagando o mico de principiante, obrigado a procurar no almoxarifado a máquina de desentortar clipes? Provavelmente não. Você sentiria inveja do velhinho australiano que quase ao apagar da última velinha ganhou o prêmio Nobel por descobrir as propriedades nutritivas das patas do rinoceronte? Provavelmente não. Sabe por quê? Segundo Aristóteles, porque 'invejamos os que nos são iguais por nascença, parentesco, idade, disposição, reputação, bens em geral', e tanto o boy como o velhinho cientista são avaliados num nível tão distante de inferioridade ou de superioridade aos nossos olhos, ou aos olhos dos outros, que não os consideraríamos iguais a nós. Por isso sentimos inveja daqueles que almejam os mesmos objetivos que nós, não daqueles que estão com a cabeça voltada para outros horizontes. Daqueles que venceram com facilidade nas situações em que fracassamos, ou tivemos que fazer muito sacrifício para atingir o mesmo resultado, não daqueles que fracassaram nas situações em que nos tornamos vencedores. Daqueles que conseguiram vantagens que um dia foram nossas, ou que julgamos que deviam nos pertencer, não daqueles que obtiveram benefícios que nunca aspiramos possuir. Resumo da ópera: sentimos inveja de quem nasce ou vive na mesma casa ou no mesmo bairro, freqüenta o mesmo clube, trabalha na mesma empresa ou na mesma atividade, disputa o mesmo mercado. Isto é,
  • 36. Página36 parente, amigo, colega e concorrente. Você não? Ok, já estou alterando a estatística de 11 para 12. Observe que os invejosos estão mais próximos do que imaginamos. É claro que não é para ficar paranóico e começar a tomar banho com sal grosso ou andar com galho de arruda na orelha, mas sim saber quem são, onde estão e como agir com eles da maneira mais adequada. Embora eu tenha iniciado este texto fazendo uma espécie de prece para ficar sempre longe dos invejosos, você percebeu que, por eles estarem muito próximos de nós, até debaixo do mesmo teto, não há como evitá-los. Precisamos compreendê-los e aprender a conviver com eles da forma mais positiva possível. Veja também como esse conhecimento pode ser útil no resultado da sua comunicação. Ao fazer uma apresentação será possível, a partir dos parâmetros que acabamos de destacar, saber se os ouvintes poderiam ou não se mostrar resistentes por causa da inveja ou de uma rivalidade mais acentuada. Se entre os ouvintes houver uma boa parcela de pessoas que se enquadram nesse 'grupo de risco', a melhor tática para quebrar essa resistência é identificar as qualidades que elas possuem e enaltecê-las com elogios sinceros que possam, sem nenhum tipo de desconfiança, parecer verdadeiros. Essa atitude poderá fazer com que a plateia se desarme, afaste as resistências e passe a ouvi-lo com maior benevolência. Assim, se ao falar em público, concluir que a inveja é o verdadeiro motivo da resistência dos ouvintes, seja compreensivo e entenda esse sentimento sem mágoa ou revanchismo, pois compreendendo as pessoas como elas são, com suas carências, seus medos, suas inseguranças e defeitos, haverá de sua parte um movimento favorável que poderá ser o caminho mais curto e eficiente para conquistá-las. SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA • Se você se incomodar com o sucesso ou o bem-estar dos outros, talvez esteja com inveja • Sentimos inveja dos que nos são iguais por nascença, parentesco, idade, disposição, reputação, bens em geral • Sentimos inveja de quem vive na mesma casa, trabalha na mesma empresa, exerce a mesma atividade • Invejamos quem vive na mesma época que nós. Não invejamos quem já morreu ou ainda não nasceu • Para combater a inveja ou a rivalidade da plateia, elogie os ouvintes com sinceridade
  • 37. Página37 14141414 ---- Papa bom de papoPapa bom de papoPapa bom de papoPapa bom de papo Em seus primeiros pronunciamentos no Brasil, o Papa Bento 16 mostrou que é quase tão bom de papo quanto seu antecessor, João Paulo 2º. Ele precisava conquistar a simpatia e a benevolência dos brasileiros no instante em que chegou ao Brasil. Só assim teria condições de fazer suas pregações com boas chances de sucesso. As circunstâncias que cercaram sua chegada não eram das mais favoráveis. Com imagem de conservador, viu a Igreja Católica no Brasil batendo cabeça e perdendo fiéis por todos os lados. Só para dar uma ideia das dificuldades que encontrou ao chegar, basta mencionar as seguintes: trombou de frente com a turma que defende o aborto, falou grosso contra o sexo antes do casamento, condenou o uso de preservativos, ameaçou gente graúda de Brasília de excomunhão, mostrou o crucifixo aos que pregam a eutanásia. Quer mais? Como ainda não está muito acostumado com o Brasil, talvez não soubesse que informações sigilosas aqui vazam com bastante facilidade. Por isso, a possível negociação do Vaticano com o governo brasileiro, considerando alguns assuntos pra lá de delicados, não resistiu ao primeiro cochicho e aterrissou nas primeiras páginas dos jornais antes que seus sapatos vermelhos pisassem em solo tupiniquim. Bem, dá para ver que não foram só flores que Sua Santidade vislumbrou sobre o tapete que o acolheu ao desembarcar. Tem consciência de que vai precisar lançar mão de sua ligação direta com o Todo Poderoso e dançar miudinho para que suas pregações sejam acatadas. Por isso, sem perder tempo, afinou o gogó e botou o verbo para funcionar. Mostrou que não está para brincadeira e que se depender da sua competência oratória volta vitorioso para o Vaticano. Falando para uma multidão de jovens católicos no Estádio do Pacaembu, de maneira habilidosa, Bento 16 fez referência a João Paulo 2º e foi interrompido pelo aplauso entusiasmado da plateia. Ele enfatizou que os jovens são os primeiros protagonistas do terceiro milênio. Em outro trecho de seu discurso, Bento 16, mais uma vez com grande competência oratória, associou o conteúdo da sua mensagem ao Hino Nacional Brasileiro. Seu objetivo era o de sensibilizar a plateia para a preservação da Amazônia e o cuidado que devemos ter com seus habitantes. Por isso, estabeleceu interdependência entre a letra do nosso
  • 38. Página38 hino e o tema da sua apresentação, ao dizer: 'Nossos bosques têm mais vida'. Esse aproveitamento de circunstância de pessoa (referência a João Paulo 2º) e de circunstância de lugar (referência ao Hino Nacional Brasileiro) foi um excelente recurso para estabelecer identidade com o público e conquistar a simpatia das pessoas. Ao mencionar João Paulo 2º, Bento 16 disse nas entrelinhas para os ouvintes que, assim como a população do Brasil, ele também tinha admiração por seu antecessor, tanto que o estava citando. Ao mencionar o trecho do hino, também de maneira indireta, disse à plateia que compartilhava a mesma informação conhecida por todos e que, portanto, sabia do que estava dizendo ao discutir sobre a Amazônia. Seus primeiros discursos em território brasileiro, portanto, já se transformaram numa extraordinária aula de oratória. Reflita comigo. A grande maioria dos brasileiros ainda se lembra com carinho e bastante saudade do papa João Paulo 2º. Aquela carinha de vovô bonzinho sorridente está sempre na nossa frente. Além de ser uma figura carismática, o papa anterior foi um dos maiores mestres na arte oratória. Os discursos que proferiu em nosso país podem ser vistos como lições excepcionais de comunicação. Bento 16 sabe que, para conquistar os brasileiros, precisa suar a camisa, isto é, a batina, para ser visto com simpatia, pois, queira ou não, será o tempo todo comparado com João Paulo 2º. E, para concorrer com seu antecessor, precisa pôr em jogo tudo o que sabe e um pouco mais sobre comunicação. Mas, já mostrou que é do ramo. Entretanto, o placar imparcial da comunicação ainda marca uma larga vantagem para João Paulo 2º. O papa anterior batia escanteio, corria na área, cabeceava, fazia gol e comemorava feliz com a galera, que não se cansava de aplaudi-lo. É também por esse motivo que já estou tirando o chapéu para Bento 16. Ele sabe que se não dá para vencer o concorrente, o melhor a fazer é se juntar a ele. Quer ver como João Paulo 2º era um craque no uso da palavra? Saboreie estes trechos de discursos em que ele usou como recurso oratório o elogio aos ouvintes e o aproveitamento de uma circunstância de lugar. O primeiro, em Belo Horizonte, ao falar com os jovens mineiros e elogiando-os de maneira poética: 'Peço que me seja permitido dedicar aos jovens do Brasil esta homilia.
  • 39. Página39 Pode-se olhar as montanhas, atrás, e se pode dizer: belo horizonte! Pode-se olhar a cidade, e se deve dizer: belo horizonte! Mas, sobretudo, pode-se olhar a vocês, e se deve dizer: que belo horizonte!' O outro no Rio de Janeiro, aos pés do Cristo Redentor, aproveitando a circunstância de lugar. Uma verdadeira obra-prima da oratória: 'Redentor. Os braços abertos abraçam a cidade aos seus pés. Feita de luz e de cor e, ao mesmo tempo, de sombras e escuridão, a cidade é vida e alegria, mas é também uma teia de aflições e sofrimentos, de violência e desamor, de ódio, de mal e de pecado. Radiosa à luz do sol, silhueta luminosa suspensa no ar à noite, o Redentor, em pregação muda, mas eloqüente, aqui continua a problemar que 'Deus é luz', 'é amor'. Um amor maior do que o pecado, do que a fraqueza e do que a 'caducidade do que foi criado' mais forte do que a morte. Sim, no cume destes montes, não há quem não possa contemplar a sua imagem, em atitude de acolher e abraçar, e imaginá-lo como é, sempre disposto ao encontro com o homem, desejo de que o homem venha ao seu encontro'. Fale a verdade: dá para concorrer com uma fera dessas? O jeito é fazer como Bento 16 fez, juntar-se a ele. A permanência do papa Bento 16 no Brasil, além de todos os motivos e conseqüências que você poderá encontrar, será uma excelente oportunidade para estudar um pouco mais sobre arte de falar em público e aprofundar os conhecimentos de como conquistar plateias e afastar resistências dos ouvintes. Vamos aproveitar a oportunidade. Afinal, 'habemus papa'! SUPERDICAS DA SEMANA:SUPERDICAS DA SEMANA:SUPERDICAS DA SEMANA:SUPERDICAS DA SEMANA: • Angarie a simpatia dos ouvintes citando pessoas que eles admiram. • Aproxime-se da plateia mencionando lugares que conheçam. • Conquiste a torcida das pessoas elogiando-as de forma sincera. • Quebre resistências com relação ao assunto falando antes sobre o que concordam.
  • 40. Página40 15151515 ---- Deixa dissoDeixa dissoDeixa dissoDeixa disso Do nada, quando tudo parece estar na mais completa tranqüilidade, você ouve alguém gritando lá no fundo da sala: se abrir a boca de novo, vou te encher de porrada, seu safado. Todo mundo olha para ver o que está acontecendo e você fica perplexo com o que acaba de descobrir. Aquele que está esbravejando todo destemperado é o João, um cara do bem, supergente boa. Quem já não presenciou pessoas perdendo o controle e girando a metralhadora verbal sem muita noção do que está fazendo? E o pior é que a pessoa fica tão ensandecida que enquanto não gastar a última 'bala' não consegue parar de falar. Se você perceber alguém rodando a baiana, fungando como se fosse um dragão, com o rosto arroxeado, a boca salivando, quase espumando, fique esperto porque com gente brava assim nem sempre há condições de apaziguar. Esse quadro que aparentemente é tão surrealista, na verdade é uma cena que pode ser presenciada em quase todos os lares, até naqueles onde vivem famílias que são exemplos de harmonia e tranquilidade. Sem mais nem menos, de vez em quando aparece um com a veneta virada, arma o circo e o pau começa a comer. Se for numa casa que tem gente boa por perto, com jeito, dá para acalmar a fera. Aparece a turminha do deixa-disso e o ambiente vai se normalizando. Quando o pega-pra-capar se restringe ao ambiente familiar, fica parecendo caso especial de televisão, que começa e acaba no mesmo dia. E não raro se transforma em história para ser lembrada com boas risadas nos encontros sociais. Em casa, salvo exceções mais pesadas, geralmente tudo é mais simples porque entre marido e mulher, na cama, um leve toque no pé, como se fosse por acaso, uma escorregada para perto do parceiro, acaba pintando um clima, e tudo começa a se resolver. A mesma paz pode voltar a reinar quando o entrevero ocorre com pais e filhos, irmãos, pois como há amor no relacionamento, em pouco tempo a raiva se dissipa e a paz nossa de cada dia retorna quase sem seqüelas. Já não se pode dizer o mesmo quando a história é protagonizada por pessoas estranhas, que convivem sem que haja amor na relação. Por causa de besteirinhas, armam o bico, viram a cara um para o outro e, nos casos mais graves, fazem solenes promessas de vingança.
  • 41. Página41 Passado algum tempo, as causas da desavença desaparecem e só fica um sentimento de mágoa com a sensação de que alguém atravessou a linha e abalou o relacionamento. Poucos conseguem explicar quais foram os motivos da briga ou da discussão. Veja que não estou tratando aqui de confrontos motivados por atitudes que justificaram o rompimento. Refiro-me especialmente ao destempero e à reação intempestiva das pessoas que não contam até três antes de subir nas tamancas e armar um sururu. É o tipo de gente que num piscar de olhos, por impulso, levantam a voz, esbravejam, abrem a mochila e libertam as cobras e lagartos que levam de prontidão. São aqueles que não conseguem se controlar, perdem completamente a calma e só se satisfazem depois que despejam o estoque de bílis naqueles que tiveram o topete de contrariá-los. Eu sei que sangue de barata não é um líquido que corre nas veias da maioria de nós, e que não é fácil engolir sapo e levar desaforo para casa. Até para os mais santinhos, seguir os preceitos bíblicos e virar a outra face é um sacrifício que exige bastante espírito de resignação. Já vi muitos desses com diploma registrado de anjinho perderem a calma e na segunda esperneada guardarem a auréola na gaveta. Mesmo sendo difícil, é preciso aprender a contar além de dez para evitar problemas que em determinadas circunstâncias podem ser irreversíveis. Essas atitudes destemperadas e irrefletidas podem gerar conseqüências muito desagradáveis na vida pessoal e nas relações do ambiente corporativo. Reagir de maneira impensada, tomar decisões em momentos de raiva, só porque foi contrariado, para se defender de ofensas recebidas não é uma boa prova de sensatez. É quase matemático. Se você estiver descontrolado emocionalmente e num acesso de cólera tomar uma decisão, no dia seguinte, muito provavelmente, terá vontade de bater a cabeça na parede de tanto arrependimento. Para tomar decisões importantes que envolvam muito dinheiro ou mexam com a vida das pessoas, você precisa no mínimo de uma boa noite de sono. Eu não me excluo. Também já desenvolvi o hábito de contar com a noite como conselheira para as minhas decisões. Não foram poucas as vezes em que redigi e-mails com adrenalina raivosa na ponta dos dedos, mas antes de clicar o 'send' tive a lucidez e a prudência de deixar o texto dormindo sossegado por uma noite e adiei o envio dos impropérios para o
  • 42. Página42 dia seguinte - como eu me arrependeria se tivesse me guiado pelos meus impulsos e encaminhado a mensagem de maneira irrefletida. Por isso, reflita com bastante cuidado antes de passar para frente uma decisão importante. E, se depois de pensar bastante, ainda assim julgar que deveria esperar mais um dia antes de agir, principalmente se estiver com a emoção à flor da pele, revoltado ou indignado com as atitudes de alguém, veja se é possível esperar passar a noite e, quem sabe, no dia seguinte se surpreenda com sua nova disposição mais equilibrada e conciliadora. Que ninguém nos ouça - neste caso, é muito mais simples dizer o que fazer do que agir. Mas, enquanto falo com você eu também aprendo e me conscientizo cada vez mais que devo esperar uma noite antes de dizer o que não devia. Desta forma, vamos todos aprendendo a deixar para amanhã o que não deveríamos dizer hoje. SUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANASUPERDICAS DA SEMANA • Nunca reaja emocionalmente. Conte sempre pelo menos até dez antes de revidar • Espere baixar a adrenalina antes de responder a uma ofensa • Durma uma noite antes de tomar decisões importantes que envolvam muito dinheiro • Durma até mais de uma noite antes de tomar decisões que mexam com a vida das pessoas • Habitue-se a enviar e-mails 'raivosos' só no dia seguinte 16161616 ---- O vício de reclamarO vício de reclamarO vício de reclamarO vício de reclamar João Carlos é um espalha-roda. Assim que se aproxima, a turma vai encontrando um jeitinho de cair fora. Ninguém agüenta mais ouvir suas lamúrias, pois se transformou num viciado em choramingar. Se você estiver ao lado dele, talvez agüente uma choradinha, duas, até três. Mas, como ele não consegue se conter, garanto que na primeira chance você também baterá em retirada. João Carlos é incansável, três choradas são suficientes só para aquecimento. Todo santo dia ele encontra algum motivo para reclamar. Uma hora a vítima é o governo que, segundo ele, está sempre aumentando os impostos, ou caprichando sem perdão nas obscenas taxas de juros, que se transformam em obstáculo para o desenvolvimento econômico. Pouco depois o alvo muda de direção e ele passa a descer o cacete nos responsáveis pela falta de emprego que, também de acordo com suas