3. _Oficina de escrita | edição 1
Módulo 1: uma escrita correta, clara e concisa
➢ Introdução a gêneros e formatos em nonfiction writing
➢ Back to the basics
➢ Os paradigmas do jornalismo e das melhores práticas de redação
➢ Literatura e fontes recomendadas
➢ Preparação para módulo 2
Próximos módulos
Módulo 2: propósito, voz, ferramentas e estrutura narrativa
Módulo 3: intercâmbio de textos
4. _Gêneros
Perfil
http://www.sergiovilasboas.com.br/thinking/a-arte
-do-perfil/
> Gênero nobre do JL
> (Única) pessoa viva
> “É preciso sentir a expressão humana, e
essa só vem no seu instante”
> Empatia
> Biográfico e autobiográfico
Biografias
http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/201
0/resumos/R5-2112-1.pdf
> Biográfico não é sempre biografia
> Composição de episódios
> O biografado segundo o biógrafo
> História, jornalismo e literatura
Memória
> Autor + protagonista
> Autobiografia (“story of a life”, delimitada pelo tempo)
x memoir (“story from a life”, seleção de tema)
> Maleável, intimista
“A memoir is how one remembers
one’s own life, while autobiography
is history, requiring research, dates,
facts double-checked”
(Writing the Memoir, Judith
Barrington)
5. _Gêneros
Artigo
> Mais que informativo - opinativo
> Credibilidade
> Liberdade estrutural e de linguagem (em relação
ao jornalismo)
Ensaio pessoal
http://rascunho.com.br/a-fragilidade-em-sua-razao/
> Significa mesclar a experiência pessoal com
reflexões sobre um tema que o autor aprecia
> Reflexões são mais importantes do que fatos
> Técnicas literárias
“Cada pessoa traz em si a condição existencial de
toda a humanidade” - Montaigne
Why I write – Joan Didion (The New York Times,
1976)
Jornalismo literário (jornalismo narrativo)
http://www.sergiovilasboas.com.br/thinking/jornalism
o-literatura/
> Imersão, humanização, exatidão, autoria e
criatividade.
> Observação profunda, redação artística (literária)
> O que não é: notícia, puro fato, ficção
Livro-reportagem
Blink: the power of thinking without thinking (Malcolm
Gladwell, 2005)
What the Dog Saw (Malcolm Gladwell, 2009)
The rape of Nanking (Iris Chang, 1997)
Periódicos
The New York Times
https://www.nytimes.com/2017/01/17/magazine/what
-americans-wrote-to-obama.html?_r=0
6. _Back to the basics
1. Subjetividade
2. Excesso
(clear the clutter)
3. Clichê
4. Ser/estar | voz passiva
5. Falsa sofisticação
6. Juízo de valor
7. Adjetivos
8. Uso de genéricos
7. _Back to the basics
1. Subjetividade
“No matter how much work the director, the assistant director, the cameraman
or the lightning technicians put into a film, the audience never knows. What is
necessary is to show them something that is complete and has no excess. When
you are shooting, of course, you film only what you believe is necessary. But very
often you realize only after having shot it that you didn’t need it after all. You don’t
need what you don’t need. Yet human nature wants to place value on things in
direct proportion to the amount of labor that went into making them. In film editing,
this natural inclination is the most dangerous of all attitudes. The art of the cinema
has been called an art of time, but time used to no purpose cannot be called
anything but wasted time.”
Akira Kurosawa
- Metáforas
- Pronomes (pessoais, demonstrativos)
8. _Back to the basics
2. “Clear the clutter”
“Good writing is lean and confident”
William Zinsser
- Termos vagos
“O fenômeno da saúde”, “o movimento da transformação digital”
- Palavras em excesso (no que diz respeito a)
- Advérbios (totalmente, profundamente, basicamente)
Totalmente desnecessário, ok?
“Acariciar gentilmente, rejeitar totalmente, realmente único”
- Eufemismos (escondem a realidade em vez de revelá-la)
Demissão X reestruturação; lembrete X instrução
- Um pouco, um tipo de, muito... (pequenas palavras que qualificam o que você se sente e o
que pensa, mas que diluem seu estilo e sua persuasão
9. _Back to the basics
3. Clichê
“Frases (expressões, metáforas) banais enfraquecidas de significado pelo seu uso
em excesso”
- Está chovendo pedra.
- Que a justiça seja feita.
- ...é a sua paixão.
- Quem vê cara não vê coração.
- Fechar com chave de ouro.
- Ultrapassar barreiras.
- Correr atrás do prejuízo.
...
10. _Back to the basics
4. Ser/estar | voz passiva
“Mais do que qualquer outra parte do discurso, é o verbo que irá determinar se
um escritor é um covarde ou um mago”
- Verbos estáticos X verbos dinâmicos
Sofrer, terminar, mudar, desejar, acordar, direcionar...
Ser, estar, manter, tornar-se, parecer, sentir...
- Voz passiva X voz ativa: tentativa de desfocar a relação entre quem comete a
a ação e a ação
11. _Back to the basics
5. Falsa sofisticação
“Pompous phrasing often serves no purpose other than to puff up the speaker”.
Constance Hale
- Jargões
- Ordem indireta de frase
- Sinônimos que sabotam o significado
12. _Back to the basics
6. Juízo de valor
- Preconceito
- Arbitrariedade
- Visão limitada
13. _Back to the basics
7. Adjetivos
“Ao construírem descrições de pessoas e coisas, muitos escritores cometem o
erro de carregar o texto de adjetivos. Seja seletivo.”
Constance Hale
- Descrições: adjetivos x substantivos (pessoas, lugares, coisas concretas e
coisas intangíveis)
- Show, don’t tell
- Diálogos: ...ele disse tranquilamente.
14. _Back to the basics
8. Uso de genéricos
“To say the very thing you really mean, the whole of it, nothing more or less or
other than what you really mean; that's the whole art and joy of words.”
C.S. Lewis
- Seleção de palavras (segunda versão)
- Falta de criatividade e precisão que recai sobre a estrutura de frase
- Sinônimos: a voz que ouvimos na cabeça
15. _Back to the basics _1
Em cada crise, dificuldade e aflição que existe no mundo, mora um ensejo.
Se o empreendedor fosse um carro, eu diria que esses ciclos desafiadores
são o seu combustível. E como um bom piloto, o empreendedor precisa
sempre conseguir manter a calma e ter serenidade para se arriscar no
momento certo, com prudência e responsabilidade.
(Laércio Cosentino, LinkedIn)
16. _Back to the basics_2
Praia do Leblon, posto 12, sexta-feira de carnaval. Ou você está no clima
ou não está. Vai estar tudo cheio, vai ter gente com caixa de som na praia e
vai ter uma bela meia dúzia de bêbados ao seu redor. Estava tudo bem, eu
resolvi entrar no clima, pedi minha caipirinha e passei menos protetor solar
do que deveria. Um grupo com 10 ou 12 homens e mulheres com corpos
esculturais era o responsável pela trilha sonora. Pelo cenário já é possível
imaginar mais ou menos o que tocou.
(Ruth Manus)
17. _Back to the basics_3
Poucos sabem, mas em 1987, quando fazia intercâmbio nos Estados
Unidos, jogava basquete. Meu 1 metro e 68 centímetros destoava da altura
dos meus colegas de time e dos adversários, que poderiam até julgar os 20
centímetros a menos como desvantagem. Não era alto como eles, mas o
futebol, que pratiquei durante toda a infância e juventude, me ajudou a
desenvolver doses de velocidade e pensamento analítico. Também
conhecia minhas forças e fraquezas na quadra: me sobrava a agilidade
necessária ao armador e a capacidade de ficar, o tempo todo, conectado
com o resto da equipe, para que, com o máximo possível de visão
sistêmica, conseguisse formar as jogadas.
Ser CEO e country manager é, quase, ser um armador de basquete: se a
altura não faz diferença, o tamanho do executivo dentro do contexto da
multinacional, sim.
(essense)
18. _Back to the basics_4
Todas as vezes que me propus a começar algo, fosse um novo emprego,
um relacionamento e mesmo as minhas empresas (alerta de spoiler!), não
foi de ‘caso pensado’. As coisas (ou se quiser chamar de ‘o universo’)
simplesmente aconteceram (ou conspiraram a favor). E tantas outras delas
se sucederam para que eu chegasse no ponto em que estou hoje, com o
trabalho que tenho e, claro, com a família que criei.
Há quem diga também que isso é uma questão de física quântica. Tudo
está interligado por um grande sistema com acesso universal. Isso quer
dizer que pessoas como Einstein, por exemplo, tido como um gênio,
poderiam ser o seu vizinho ou seu filho, desde que conseguissem acessar
o conhecimento que está disponível no sistema.
19. _Back to the basics_5
Sou uma defensora de que a escrita, para quem a escolhe como profissão,
não deve ser inspiração, mas transpiração. Não que não tenhamos que ser
criativos, ter ideias e nos inspirar com o que escrevemos, mas quando
escrever vira uma obrigação, temos que fazer e ponto.
Inserida mais do que nunca nesse universo – para escrever e revisar a tal
série que comentei acima – me senti inspirada por um pequeno insight:
quero escrever um texto como eu fazia antigamente. Um texto para
pessoas - que talvez não tenha o maior alcance e que não ganhe milhões
de compartilhamentos – mas feito à moda antiga.
20. _Back to the basics_6
Minha infância foi passada em Belo Horizonte de maneira bem distinta aos
colegas da mesma idade. Meu pai, diretor-presidente dos Laboratórios
Lepetit - Dow Química no Brasil, fretava Kombis e CK12 para levar médicos
e estudantes em eventos voltados a profissionais de Saúde. Me vestia com
aqueles ternos de criança - que levam um shorts mais curto no lugar da
calça, suspensório, camisa social e gravata borboleta - e acompanhava a
excursão, sempre disponível para ajudar os convidados no que fosse
necessário. Com o mesmo terninho, também passei minhas tardes
visitando laboratórios, clínicas e consultórios para entregar amostras de
Citrovit - vitamina C e discos de sensibilidade antibiótica. Os doutores eram
doidos comigo. Nessas andanças, tomei beliscão na bochecha de médicos
muito famosos, como do doutor Hermes Pardini. Todos me conheciam
como "filho do Hugo ‘Lepetit’".
(essense)
21. _Back to the basics_7
Existem momentos na vida em que fatos nos fazem repensar sobre tudo e
sobre todos. Isso acontece com todo mundo por várias vezes ao longo de
nossas vidas, e um desses momentos acontece comigo agora, por ocasião
da perda de meu pai há alguns dias.
22. _Back to the basics_8
Assim são os tempos modernos: a globalização, o rápido avanço da tecnologia, a facilidade
para buscar informação e a capacidade de adquirir ou fazer o que se deseja expandem nossas
possibilidades. Porém, ao mesmo tempo, geram mais pressão e angústia, principalmente
quando não compreendemos, claramente, o caminho para a mudança. O processo torna-se
mais doloroso quando existe um estresse em relação à capacidade de sobrevivência dos
negócios.
23. _Back to the basics_9
Para chegar a essa nova sociedade do cuidar, que surge da união de todos
os agentes do setor, é preciso começar a trabalhar já, principalmente no
aprimoramento da assistência. A expectativa de vida cresce cada vez mais
em todo o mundo. No Brasil, atualmente está em torno de 70 anos, mas
deve ultrapassar os 80 anos em 2050 - é urgente pensar em formas de
atender essa crescente demanda e a mudança do perfil epidemiológico que
vem junto com ela, por meio do aumento das doenças crônicas.
24. _Back to the basics_10
Pertenço a uma espécie que sofre: a que julga que silenciar é compactuar
com o que está acontecendo, independente de sua posição política. Por
isso nós nos manifestamos, discutimos, nos chateamos, chateamos os
outros e nos desiludimos com o mundo. Não tenho dúvidas de que a minha
vida seria mais fácil se eu me interessasse apenas sobre cores de batom e
campeonato brasileiro.
(Ruth Manus)
25. _Back to the basics_11
Quando se tem um sonho e força de vontade, tudo o que parece
impossível, se torna possível.
(aboutCOM)
26. _Back to the basics_12
Quando encerra seu expediente diário como CIO da Serasa Experian, Lisias
Lauretti segue para outra rotina, que demanda praticamente a mesma
dedicação do trabalho: jogar tênis, esporte que pratica desde seus 13 anos.
(…)
Mas o esporte não ficou apenas para as horas vagas. Há grande ligação com
sua maneira de lidar com seus colaboradores, uma equipe de 450 pessoas no
Brasil e 80 na Colômbia. “O esporte ensina estratégia, trabalho em equipe,
colaboração e responsabilidade - competências essenciais no ambiente
corporativo”, diz.
(essense)
27. _Back to the basics_13
Nos últimos meses, tenho recebido dezenas de atualizações dos termos de
uso dos serviços que utilizo. A verdade? Como cliente, minha sensação é de
que, embora seja notificado dessas mudanças, de tudo o que pode e não
pode acontecer, nada está mudando na prática. É provável que 99% das
pessoas não leia as novas regras e apenas clique em “aceito” sem saber, de
fato, o que está acontecendo. Algo semelhante me ocorre quando passo
dezenas de recomendações ao meu filho e, por fim, digo “divirta-se”, só que
ele ouve apenas a última parte.
28. _Back to the basics_14
Um dos tantos legados que o correspondente de guerra, locutor e escritor
norte-americano Andrew Rooney deixou à humanidade foi uma perturbadora e
provocante reflexão: "é paradoxal que a ideia de viver uma vida longa agrade a
todos, mas que a ideia de envelhecer não agrade a ninguém". Ele próprio teve
uma longa vida: morreu em 2011, aos 92 anos. E a forma como partiu - no
hospital, por complicações de um procedimento cirúrgico não revelado - não
poderia representar melhor as bases nas quais o sistema de Saúde está
ancorado e que, arrisco, suscitaram essa célebre frase.
(essense)
29. _Back to the basics_15
Shakespeare nos ensinou, há mais de quatro séculos, que "a
transformação é uma porta que se abre por dentro". E quem se arrisca a
atravessar os corredores internos em busca da maçaneta, geralmente, tem
dificuldade em acessar passagens essenciais para conclusão do percurso.
Extrapolando a metáfora para o universo corporativo e aproveitando o
ímpeto pela mudança diante da transformação digital, esses percalços
costumeiramente tomam forma de processos mal desenhados, inexistentes
ou ignorados; e absoluta ou parcial falta de comunicação
intradepartamental. A não correção desses problemas tem dois possíveis
cenários: estagnação ou extinção.
(essense)
30. _Back to the basics_16
Desde pequena meu sonho é ser jornalista. Ouvia os relatos do meu
avô, piloto da FAB, sobre os treinamentos da equipe de resgate,
salvamento de cientistas perdidos na floresta amazônica, os macacos
ou bichos silvestres que tentavam lhe dar como presente pelos
serviços prestados… era minha atividade predileta.
31. _Back to the basics_18
Poderia começar este artigo listando um bom número de companhias que
eram líderes em seus segmentos de atuação, mas por não acompanharem
as expectativas e mudanças da sociedade, simplesmente deixaram de
existir. Afinal, de música e filmes, por exemplo, as pessoas sempre vão
gostar. Mas como eles querem consumir é a chave para ser bem-sucedido
no mercado hoje.
Foi assim que chegamos à era do “mude ou morra”.
32. _Back to the basics_17
E lá fui eu ver ao vivo a robô humanoide Sophia. Parti para o IT Forum X onde Sophia
era a estrela do evento. Ela foi ao palco carregada como uma boneca e colocada
numa mesinha. Apenas da cintura para cima. Sem pernas.
Sophia foi desenvolvida pela Hanson Robotics, com inteligência artificial, e reproduz
expressões faciais. É famosa por ser o primeiro robô a receber a cidadania de um
país com grande cobertura da mídia. Ahhh marketing!
Um técnico entrou no palco para ajustar algumas coisas no meio da demonstração. O
apresentador fez interações com a Sophia, que quase sempre deu respostas curtas e
pouco elaboradas. Não rolou muita conversa. A Sophia teve que ser reiniciada. Após
esse "reboot" ela me pareceu mais esperta. Começou a acompanhar com a cabeça
os movimentos do apresentador e a responder com expressões faciais. Me lembrou
os animatronics dos parques da Disney.
A experiência confirma que robôs estão chegando por aí, combinando novas
tecnologias, porém ainda existe um caminho pela frente para realmente vermos essas
máquinas como amigos. E, qualquer coisa, basta desligarmos da tomada ou apertar o
botão "restart".