3. Função Emotiva
O emissor exprime a sua atitude perante
aquilo de que fala, tornando reconhecível
uma emoção em relação ao assunto tratado,
podendo ser algo simulado ou não.
“É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!”
(Fernando Pessoa)
4. Função Conativa
Utilizada para influenciar ou mandar no receptor, o
que torna comum o uso de vocativos e frases no
imperativo. Na publicidade e na política, esta função
é muito utilizada para apelar para o consumidor ou
eleitor, por isso também é chamada de função
apelativa.
“Consumidor, exija nota fiscal.” (Cartaz do governo de Goiás)
5. Função Referencial
O emissor fornece informações da realidade
de modo objetivo. Não entram nesta
situação avaliações pessoais, e o texto não
permite interpretações diferentes da que foi
exposta
"Brasil celebra o Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira
do país”. (site Terra Brasil)
6. Função Fática
Utilizada para manter o contato com o interlocutor
ou verificar o canal de comunicação.
- Bem – disse o rapaz.
- Bem! – respondeu ela.
- Bem, cá estamos – disse ele.
- Cá estamos – confirmou ela, - não estamos?
- Pois estamos mesmo – disse ele, - Upa! Cá estamos.
- Bem! – disse ela.
-Bem! – confirmou ele – bem!
(JAKOBSON, Roman. Linguística e comunicação.)
7. Função Metalinguística
É utilizada para falar da própria língua.
“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
[…]
(PESSOA, Fernando. Obra poética.)
8. Função Poética
É determinada pela forma da mensagem, com uma
valorização das palavras, suas combinações e a
sonoridade. As figuras de linguagem são muito
utilizadas, assim como a manipulação inusitada do
código.
“Qualidade de vida começa com Qualy”
9. Projeção do eixo Paradigmático
sobre o eixo Sintagmático
As palavras selecionadas se combinam na cadeia
verbal, de tal forma que a SELEÇÃO dessas
ocorre no eixo paradigmático e é feita em base de
equivalência, semelhança e dessemelhança, sino-
nímia e antonímia.
Já a COMBINAÇÃO ocorre no eixo sintagmá-
tico em que a construção da sequência se baseia
na contiguidade.
10. Construção – Chico Buarque
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
11. Função Poética & Metalinguagem
Enquanto na função poética o conteúdo não é
valorizado, na metalinguagem, esse é de maior
importância, pois deve voltar-se a si próprio. Na
Metalinguagem não há, por parte do autor, uma
preocupação com a construção harmoniosa do
texto, característica básica da função poética.
12. Campanha Publicitária NATURA
A alegria é a rotina do verão
A ousadia é a rotina da invenção
A brisa é a rotina da carícia
A rotina da água é a delícia
O encontro é a rotina da esquina
A rotina dos olhos é a menina
A sensação é a rotina do calor
A rotina do corpo é o frescor
A rima é a rotina da poesia
A rotina da folga é o meio-dia
A liberdade é a rotina de ser
A rotina dos sentidos é o prazer
13. Função Poética & Função Referencial
A função poética não cancela por completo a
fun-ção referencial. Em uma poesia ainda que a
fun-ção poética exista é impossível negar a
presença do contexto a que se refere, mas como a
mensa-gem está voltada para si própria ela traz
como conseqüência a geração de ambigüidades.
14. Outros Exemplos:
Para calar a boca: Rícino
Para lavar a roupa: Omo
Para viagem longa: Jato
Para difíceis contas: Calculadora
Para o pneu na lona: Jacaré
Para a pantalona: Nesga
Para pular a onda: Litoral
Para lápis ter ponta: apontador
Para o Pará e o Amazonas: Látex
Para parar na Pamplona: Assis
Para trazer à tona: Homem-rã
Para a melhor azeitona: Ibéria
Para o presente da noiva: Marzipã
Para adidas o conga: Nacional
Para o outono a folha: Exclusão
Para embaixo da sombra: Guarda-sol
Para todas as coisas: Dicionário
Para que fiquem prontas: Paciência
Para dormir a fronha: Madrigal
Para brincar na gangorra: Dois
Para fazer uma toca: Bobs
Para beber uma coca: Drops
Para ferver uma sopa: Graus
Para a luz lá na roça: 220 volts
Para vigias em ronda: Café
Para limpar a lousa: Apagador
Para o beijo da moça: Paladar
Para uma voz muito rouca: Hortelã
Para a cor roxa: Ataúde
Para a galocha: Verlon
Para ser model: Melancia
Para abrir a rosa: Temporada
Para aumentar a vitrola: Sábado
Para a cama de mola: Hóspede
Para trancar bem a porta: Cadeado
Para que serve a calota: Volkswagen
Diariamente – Nando Reis