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Linguística e Poética
Roman Jakobson
Funções da Linguagem
Contexto
Contato
DestinatárioRemetente
Mensagem
Código
Função Emotiva
O emissor exprime a sua atitude perante
aquilo de que fala, tornando reconhecível
uma emoção em relação ao assunto tratado,
podendo ser algo simulado ou não.
“É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!”
(Fernando Pessoa)
Função Conativa
Utilizada para influenciar ou mandar no receptor, o
que torna comum o uso de vocativos e frases no
imperativo. Na publicidade e na política, esta função
é muito utilizada para apelar para o consumidor ou
eleitor, por isso também é chamada de função
apelativa.
“Consumidor, exija nota fiscal.” (Cartaz do governo de Goiás)
Função Referencial
O emissor fornece informações da realidade
de modo objetivo. Não entram nesta
situação avaliações pessoais, e o texto não
permite interpretações diferentes da que foi
exposta
"Brasil celebra o Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira
do país”. (site Terra Brasil)
Função Fática
Utilizada para manter o contato com o interlocutor
ou verificar o canal de comunicação.
- Bem – disse o rapaz.
- Bem! – respondeu ela.
- Bem, cá estamos – disse ele.
- Cá estamos – confirmou ela, - não estamos?
- Pois estamos mesmo – disse ele, - Upa! Cá estamos.
- Bem! – disse ela.
-Bem! – confirmou ele – bem!
(JAKOBSON, Roman. Linguística e comunicação.)
Função Metalinguística
É utilizada para falar da própria língua.
“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
[…]
(PESSOA, Fernando. Obra poética.)
Função Poética
É determinada pela forma da mensagem, com uma
valorização das palavras, suas combinações e a
sonoridade. As figuras de linguagem são muito
utilizadas, assim como a manipulação inusitada do
código.
“Qualidade de vida começa com Qualy”
Projeção do eixo Paradigmático
sobre o eixo Sintagmático
As palavras selecionadas se combinam na cadeia
verbal, de tal forma que a SELEÇÃO dessas
ocorre no eixo paradigmático e é feita em base de
equivalência, semelhança e dessemelhança, sino-
nímia e antonímia.
Já a COMBINAÇÃO ocorre no eixo sintagmá-
tico em que a construção da sequência se baseia
na contiguidade.
Construção – Chico Buarque
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Função Poética & Metalinguagem
Enquanto na função poética o conteúdo não é
valorizado, na metalinguagem, esse é de maior
importância, pois deve voltar-se a si próprio. Na
Metalinguagem não há, por parte do autor, uma
preocupação com a construção harmoniosa do
texto, característica básica da função poética.
Campanha Publicitária NATURA
A alegria é a rotina do verão
A ousadia é a rotina da invenção
A brisa é a rotina da carícia
A rotina da água é a delícia
O encontro é a rotina da esquina
A rotina dos olhos é a menina
A sensação é a rotina do calor
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A rima é a rotina da poesia
A rotina da folga é o meio-dia
A liberdade é a rotina de ser
A rotina dos sentidos é o prazer
Função Poética & Função Referencial
A função poética não cancela por completo a
fun-ção referencial. Em uma poesia ainda que a
fun-ção poética exista é impossível negar a
presença do contexto a que se refere, mas como a
mensa-gem está voltada para si própria ela traz
como conseqüência a geração de ambigüidades.
Outros Exemplos:
Para calar a boca: Rícino
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Para viagem longa: Jato
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Para pular a onda: Litoral
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Para vigias em ronda: Café
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Para a galocha: Verlon
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Linguística e Poética

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Linguística e Poética

  • 3. Função Emotiva O emissor exprime a sua atitude perante aquilo de que fala, tornando reconhecível uma emoção em relação ao assunto tratado, podendo ser algo simulado ou não. “É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!” (Fernando Pessoa)
  • 4. Função Conativa Utilizada para influenciar ou mandar no receptor, o que torna comum o uso de vocativos e frases no imperativo. Na publicidade e na política, esta função é muito utilizada para apelar para o consumidor ou eleitor, por isso também é chamada de função apelativa. “Consumidor, exija nota fiscal.” (Cartaz do governo de Goiás)
  • 5. Função Referencial O emissor fornece informações da realidade de modo objetivo. Não entram nesta situação avaliações pessoais, e o texto não permite interpretações diferentes da que foi exposta "Brasil celebra o Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do país”. (site Terra Brasil)
  • 6. Função Fática Utilizada para manter o contato com o interlocutor ou verificar o canal de comunicação. - Bem – disse o rapaz. - Bem! – respondeu ela. - Bem, cá estamos – disse ele. - Cá estamos – confirmou ela, - não estamos? - Pois estamos mesmo – disse ele, - Upa! Cá estamos. - Bem! – disse ela. -Bem! – confirmou ele – bem! (JAKOBSON, Roman. Linguística e comunicação.)
  • 7. Função Metalinguística É utilizada para falar da própria língua. “O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. […] (PESSOA, Fernando. Obra poética.)
  • 8. Função Poética É determinada pela forma da mensagem, com uma valorização das palavras, suas combinações e a sonoridade. As figuras de linguagem são muito utilizadas, assim como a manipulação inusitada do código. “Qualidade de vida começa com Qualy”
  • 9. Projeção do eixo Paradigmático sobre o eixo Sintagmático As palavras selecionadas se combinam na cadeia verbal, de tal forma que a SELEÇÃO dessas ocorre no eixo paradigmático e é feita em base de equivalência, semelhança e dessemelhança, sino- nímia e antonímia. Já a COMBINAÇÃO ocorre no eixo sintagmá- tico em que a construção da sequência se baseia na contiguidade.
  • 10. Construção – Chico Buarque Amou daquela vez como se fosse a última Beijou sua mulher como se fosse a última E cada filho seu como se fosse o único E atravessou a rua com seu passo tímido Subiu a construção como se fosse máquina Ergueu no patamar quatro paredes sólidas Tijolo com tijolo num desenho mágico Seus olhos embotados de cimento e lágrima Sentou pra descansar como se fosse sábado Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago Dançou e gargalhou como se ouvisse música E tropeçou no céu como se fosse um bêbado E flutuou no ar como se fosse um pássaro E se acabou no chão feito um pacote flácido Agonizou no meio do passeio público Morreu na contramão atrapalhando o tráfego Amou daquela vez como se fosse o último Beijou sua mulher como se fosse a única E cada filho seu como se fosse o pródigo E atravessou a rua com seu passo bêbado Subiu a construção como se fosse sólido Ergueu no patamar quatro paredes mágicas Tijolo com tijolo num desenho lógico Seus olhos embotados de cimento e tráfego Sentou pra descansar como se fosse um príncipe Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo Bebeu e soluçou como se fosse máquina Dançou e gargalhou como se fosse o próximo E tropeçou no céu como se ouvisse música E flutuou no ar como se fosse sábado E se acabou no chão feito um pacote tímido Agonizou no meio do passeio náufrago Morreu na contramão atrapalhando o público
  • 11. Função Poética & Metalinguagem Enquanto na função poética o conteúdo não é valorizado, na metalinguagem, esse é de maior importância, pois deve voltar-se a si próprio. Na Metalinguagem não há, por parte do autor, uma preocupação com a construção harmoniosa do texto, característica básica da função poética.
  • 12. Campanha Publicitária NATURA A alegria é a rotina do verão A ousadia é a rotina da invenção A brisa é a rotina da carícia A rotina da água é a delícia O encontro é a rotina da esquina A rotina dos olhos é a menina A sensação é a rotina do calor A rotina do corpo é o frescor A rima é a rotina da poesia A rotina da folga é o meio-dia A liberdade é a rotina de ser A rotina dos sentidos é o prazer
  • 13. Função Poética & Função Referencial A função poética não cancela por completo a fun-ção referencial. Em uma poesia ainda que a fun-ção poética exista é impossível negar a presença do contexto a que se refere, mas como a mensa-gem está voltada para si própria ela traz como conseqüência a geração de ambigüidades.
  • 14. Outros Exemplos: Para calar a boca: Rícino Para lavar a roupa: Omo Para viagem longa: Jato Para difíceis contas: Calculadora Para o pneu na lona: Jacaré Para a pantalona: Nesga Para pular a onda: Litoral Para lápis ter ponta: apontador Para o Pará e o Amazonas: Látex Para parar na Pamplona: Assis Para trazer à tona: Homem-rã Para a melhor azeitona: Ibéria Para o presente da noiva: Marzipã Para adidas o conga: Nacional Para o outono a folha: Exclusão Para embaixo da sombra: Guarda-sol Para todas as coisas: Dicionário Para que fiquem prontas: Paciência Para dormir a fronha: Madrigal Para brincar na gangorra: Dois Para fazer uma toca: Bobs Para beber uma coca: Drops Para ferver uma sopa: Graus Para a luz lá na roça: 220 volts Para vigias em ronda: Café Para limpar a lousa: Apagador Para o beijo da moça: Paladar Para uma voz muito rouca: Hortelã Para a cor roxa: Ataúde Para a galocha: Verlon Para ser model: Melancia Para abrir a rosa: Temporada Para aumentar a vitrola: Sábado Para a cama de mola: Hóspede Para trancar bem a porta: Cadeado Para que serve a calota: Volkswagen Diariamente – Nando Reis