O texto descreve a atividade de um aluno do curso de pedagogia que analisou o conto "Não Chore, Papai" de Sérgio Franco. O aluno respondeu perguntas sobre o conto e comparou o texto literário aos objetivos do PCN para a área de língua portuguesa.
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Atividade formacao e serviço
1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
CURSO : PEDAGOGIA I-PARFOR
Maria Lúcia Sodré de Miranda
ATIVIDADE EM FORMAÇÃO DE SERVIÇO
ILHÉUS-BA
2012
2. Maria Lúcia Sodré de Miranda
ATIVIDADE EM FORMAÇÃO EM SERVIÇO
Atividade apresentada ao Curso de Pedagogia-
Plataforma Freire da UESC – Universidade
Estadual de Santa Cruz, para a disciplina Leitura e
Produção Textual.
Docente: Msc. Urbano Cavalcante Filho
ILHÉUS-BA
2012
3. 1.Atividade de retextualização
Texto Escolhido : O conto: Não Chore, Papai de Sérgio Franco
Não chore, papai
Embora você proibisse, tínhamos combinado: depois da sesta iríamos
ao rio e a bicicleta já estava no corredor que ia dar na rua. Era uma
Birmingham que Tia Gioconda comprara em São Paulo e enlouquecia os piás
da vizinhança, que a pediam para andar na praça e depois, agradecidos, me
presenteavam com estampas do Sabonete Eucalol.Na hora da sesta nossa rua
era como as ruas de uma cidade morta. Os raros automóveis pareciam sestear
também, à sombra dos cinamomos, e nenhum vivente se expunha ao fogo das
calçadas. Às vezes passava chiando uma carroça e então alguém, querendo,
podia pensar: como é triste a vida de cavalo.Em casa a sesta era completa, o
cachorro sesteava, o gato, sesteavam as galinhas nos cantos sombrios do
galinheiro. Mariozinho e eu, você mandava, sesteávamos também, mas
naquela tarde a obediência era fingida.Longe, longíssimo era o rio, para
alcançá-lo era preciso atravessar a cidade, o subúrbio e um descampado de
perigosa solidão. Mas o que e a quem temeríamos, se tínhamos a
Birmingham? Era a melhor bicicleta do mundo, macia de pedalar coxilha acima
e como dava gosto de ouvir, nos lançantes, o delicado sussurro da catraca!
Tínhamos a Birmingham, mas era a primeira vez que, no rio, não tínhamos
você, por isso redobrei os cuidados com o mano. Fiz com que sentasse na
areia para juntar seixos e conchinhas e enquanto isso, eu, que era maior e
tinha pernas compridas, entrava n’água até o peito e me segurava no pilar da
ponte ferroviária.Estava nu e ali mesmo me deixei ficar, a fruir cada minuto,
cada segundo daquela mansa liberdade, vendo o rio como jamais o vira, tão
amável e bonito como teriam sido, quem sabe, os rios do Paraíso. E era muito
bom saber que ele ia dar num grande rui e este num maior ainda, e que as
mesmas águas, dando no mar, iam banhar terras distantes, tão distantes que
nem a Tia Gioconda conhecia.Eu viajava nessas águas e cada porto era uma
estampa do cheiroso sabonete.Senhores passageiros, este é o Taj Mahal, na
Índia, e vejam a Catedral de Notre Dame na capital da França, a Esfinge do
Egito, o Partenon da Grécia e esta, senhores passageiros, é a Grande Muralha
da China – isso sem falar nas antigas maravilhas, entre elas a que eu mais
admirava, os Jardins Suspensos que Nabucodonosor mandara fazer para sua
amada, a filha de Ciáxares, que desafeita ao pó da Babilônia vivia nostálgica
das verduras da Média.E me prometia viajar de verdade, um dia, quando
crescesse, e levar meu irmãozinho para que não se tornasse, ai que pena,
mais um cavalo nas ruas da cidade morta, e então vi no alto do barranco você
e seu Austin.Comecei a voltar e perdi o pé e nadei tão furiosamente que,
adiante, já braceava no raso e não sabia. Levantei-me, exausto, você estava à
minha frente, rubro e com as mãos crispadas.Mariozinho foi com você no
Austin, eu pedalando atrás e adivinhando o outro lado da ventura: aquele rio
4. que parecia vir do Paraíso ia desembocar no Inferno.Você estacionou o carro e
mandou o mano entrar. Pôs-se a amaldiçoar Tia Gioconda e, agarrando a
bicicleta, ergueu-a sobre a cabeça e a jogou no chão. Minha Birmingham, gritei.
Corri para levantá-la, mas você se interpôs, desapertou o cinto e apontou para
a garagem, medonho lugar dos meus corretivos.Sentado no chão, entre
cabeceiras de velhas camas e caixotes de ferragem caseira, esperei que você
viesse. Esperei sem medo, nenhum castigo seria mais doloroso do que aquele
que você já dera. Mas você não veio. Quem veio foi mamãe, com um copo de
leite e um pires de bolachinha-maria. Pediu que comesse e fosse lhe pedir
perdão. E passava a mão na minha cabeça, compassiva e triste.Entrei no
quarto. Você estava sentado na cama, com o rosto entre as mãos. ―Papai‖, e
você me olhou como se não me conhecesse ou eu não estivesse ali. ―Perdão‖,
pedi. Você fez que sim com a cabeça e no mesmo instante dei meia-volta, fui
recolher minha pobre bicicleta, dizendo a mim mesmo, jurando até, que você
podia perdoar quantas vezes quisesse, mas que eu jamais o perdoaria.Mas
não chore, papai. Quem, em menino, desafeito ao pó de sua cidade, sonhou
com os Jardins da Babilônia e outras estampas do Sabonete Eucalol não acha
em seu coração lugar para o rancor. Eu jurei em falso. Eu perdoei você.
Exercício :
Banhar-se no rio traz uma dupla satisfação para o menino: o contato
físico com a água e o que essas mesmas águas representam para esse
narrador.
a) Que sensações o menino experimenta ao entrar no rio ?
b) Que outras impressões às águas do rio trazem à imaginação do
menino?
Releia.
―Eu viajava nessas águas e cada porto era uma estampa do cheiroso
sabonete‖.
a) Que sentido tem a palavra viajava nesse trecho?
b) Que relação há entre a viagem do menino e as estampas do
sabonete?
c) Que características da personalidade do narrador-personagem fica
evidente nessa passagem?
Os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam como objetivos do ensino
fundamental que os alunos sejam capazes de:
conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões
sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente
a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência
5. ao País;
conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural
brasileiro,bem como aspectos socioculturais de outros povos e
nações,posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em
diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou
outras características individuais e sociais;
utilizar as diferentes linguagens — verbal, matemática, gráfica, plástica e
corporal — como meio para produzir, expressar e comunicar suasidéias,
interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e
privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação;
A diversidade textual que existe fora da escola pode e deve estar a serviço da
expansão do conhecimento letrado do aluno
É importante que o trabalho com o texto literário esteja incorporado às práticas
cotidianas da sala de aula, visto tratar-se de uma forma específica de
conhecimento.
A literatura não é cópia do real, nem puro exercício de linguagem, tampouco
mera fantasia que se asilou dos sentidos do mundo e da história dos homens.
Se tomada como uma maneira particular de compor o conhecimento, é
necessário reconhecer que sua relação com o real é indireta.
Ou seja, o plano da realidade pode ser apropriado e transgredido pelo plano
do imaginário como uma instância concretamente formulada pela mediação
dos signos verbais compreender os textos orais e escritos com os quais se
defrontam em diferentes situações de participação social, interpretando-os
corretamente e inferindo as intenções de quem os produz;
Usar os conhecimentos adquiridos por meio da prática de reflexão sobre a
língua para expandirem as possibilidades de uso da linguagem e a capacidade
de análise crítica;
A transversalidade em Língua Portuguesa pode ser abordada a partir de
duas questões nucleares: o fato de a língua ser um veículo de representações,
concepções e valores socioculturais e o seu caráter de instrumento de
intervenção social.
Ao selecionar recursos didáticos para o trabalho pedagógico na área de
Língua Portuguesa, deve-se levar em consideração os seguintes aspectos: sua
utilização nas diferentes situações de comunicação de fato; e as necessidade
colocadas pelas situações de ensino e aprendizagem.
Considerações
No texto escolhido percebe-se que algumas informações do texto
coincide com a vida do autor como as cenas do cotidiano voltadas a realidade
de sua cidade de origem ( citado no livro) , Alegrete ( cidade do interior do Rio
Grande do Sul), bem como o fato de ter sido morador de zona de fronteira,e ter
sido exilado : o que faz o personagem do texto enquanto nada no rio sonhar
com outros lugares que gostaria de conhecer e que algumas estavam
impressas no selo do sabonete Eucalol que de fato existiu, bem como suas
lembranças com a bicicleta de marca também existente na realidade , bem
como a marca do carro do pai, elementos que permite ao professor pedir ao
6. aluno que pesquise sobre cada um destes, bem como expressões próprias da
região sul do país e assim trabalhar aspectos do regionalismo, pedindo aos
alunos que substitua por termos da região nordeste e depois comparar as
diferenças, utilizar a internet como importante ferramenta de pesquisa, bem
como conversa com pessoas idosas que podem ter conhecido esses
elementos.
Analisando o texto e comparando com o PCN percebe-se que o
exercício do texto trabalho e a metodologia aplicada está de acordo .
Abaixo segue demonstração das considerações:
Parte do Conto que poderia ser trabalho com os alunos comparativo com as
imagens abaixo:
Eu viajava nessas águas e cada porto era uma estampa do cheiroso sabonete.
Senhores passageiros, este é o Taj Mahal, na Índia, e vejam a Catedral de
Notre Dame na capital da França, a Esfinge do Egito, o Partenon da Grécia e
esta, senhores passageiros, é a Grande Muralha da China – isso sem falar nas
antigas maravilhas, entre elas a que eu mais admirava, os Jardins Suspensos
que Nabucodonosor mandara fazer para sua amada, a filha de Ciáxares, que
desafeita ao pó da Babilônia vivia nostálgica das verduras da Média.
E me prometia viajar de verdade, um dia, quando crescesse, e levar meu
irmãozinho para que não se tornasse
Quem, em menino, desafeito ao pó de sua cidade, sonhou com os Jardins da
Babilônia e outras estampas do Sabonete Eucalol não acha em seu coração
lugar para o rancor
7. "Banho, para uns, é de sol;
Outros de mar o preferem;
Uns banho de igreja querem,
Mas eu cá todo me assanho
Se penso em tomar um banho
Com sabonete EUCALOL"
...
Fernando Reis - Rio
Poema promocional criado e premiado.
"O QUE SÃO ESTAMPAS EUCALOL"
Samuel Gorberg
(Pesquisador e colecionador das Estampas
Liebig e Eucalol)
Em 1917, na Rua São Pedro localizada no Centro do Rio de Janeiro, o
imigrante judeu alemão PAULO STERN fundou a empresa CORREA DA SILVA
& CIA LTDA. com a atividade de venda de essências, as quais eram fabricadas
no sobrado em cima da loja. Terminada a 1ª Guerra Mundial aqui chegou seu
irmão, RICARDO STERN, que ingressou na sociedade e a dinamizou, assim é
que em 1923 foram iniciadas as obras de construção de uma fábrica na Rua
Ribeiro Guimarães n° 15, inaugurada por volta de 1924. Nas novas instalações
fabris a empresa alterou a sua razão social para PAULO STERN & CIA LTDA.
e partiu para a ampliação da linha dos produtos por ela fabricados, lançando
inicialmente o sabonete EUCALOL e mais tarde a pasta de dentes e o talco.Os
sabonetes que eram aqui fabricados à época o eram na cor rosa ou branca, e o
8. EUCALOL, por ser derivado do eucalipto, era na cor verde, o que acarretou
uma razoável rejeição dos consumidores com conseqüente pouca venda.
Inicialmente tentaram conquistar o público com um concurso de poemas
tendo por tema o sabonete EUCALOL, tendo os vencedores com prêmios em
dinheiro e mais as menções honrsas sido publicados na Revista Fon-Fon em
1928 como o abaixo que recebeu o primeiro prêmio.Mesmo assim as vendas
do sabonete EUCALOL não eram satisfatórias, e os irmãos Stern lembraram-se
das estampas Liebig que tanto sucesso faziam na Europa e resolveram lançar
as ESTAMPAS EUCALOL, convidando o público a colecioná-las com um
anúncio publicado no suplemento do jornal "A Noite" em 11 de junho de 1930.
O sucesso foi estrondoso, crianças e adultos colecionavam as estampas
impulsionando as vendas do sabonete e a empresa crescia vertiginosamente.
Em 1932 ingressou na sociedade o terceiro irmão, ERICH STERN e a empresa
alterou a razão social para PERFUMARIA MYRTA S/A. No decorrer da década
de 30 foram sendo adquiridos os terrenos vizinhos e a fábrica sendo ampliada,
tendo na década de 40 atingido a numeração de3 a 99 na Rua Ribeiro
Guimarães.
As primeiras séries das ESTAMPAS EUCALOL tiveram temas bem brasileiros:
A VIDA DE SANTOS DUMONT, EPISÓDIOS NACIONAIS, PRODUTOS DO
BRASIL, CACHOEIRAS DO BRASIL, AVES DO BRASIL intercalados com
outros temas de âmbito universal como DON QUIXOTE e COMPOSITORES
CÉLEBRES, e nesta última incluíram CARLOS GOMES.Após a 2ª Guerra
Mundial a 1ª geração dos STERN foi se afastando da faina diária, passando o
bastão para a Segunda geração. Durante a década de 50 a PERFUMARIA
MYRTA teve forte presença na mídia, tanto no rádio como em revistas, tendo
patrocinado o programa BALANÇA MAS NÃO CAI da Rádio Nacional durante
muitos anos. Um tema que proporcionou belas estampas é o das HISTÓRIAS
INFANTIS com João e Maria, Branca de Neve, Gato de Botas, Gata
Borralheira, Chapeuzinho Vermelho e A Bela Adormecida. Visando a reduzir
custos a fim de enfrentar a concorrência das multinacionais que se
estabeleciam no Brasil, em 1957 a PERFUMARIA MYRTA decidiu encerrar a
impressão das ESTAMPAS EUCALOL, e o último tema impresso foi
ESCOTISMO, cujos aficcionados até hoje procuram por estas estampas.
Apesar do esforço desprendido a empresa não suportou a concorrência e em
1978 acabou por ser vendida, tendo sido requerida a falência da empresa em
1980. As ESTAMPAS EUCALOL são as estampas mais importantes da
América Latina, encontrando-se colecionadores das mesmas em vários países
do Hemisfério Sul. Fizeram parte da vida brasileira durante quase 30 anos,
deixando marcada sua presença nas gerações que as vivenciaram.
9. Birmingham é uma cidade e distrito metropolitano do condado de Midlands
Ocidentais, na Inglaterra. É a segunda maior e mais importante cidade do Reino
Unido,
Bicicleta Inglesa Birmingham
10. Carro Austin – do pai do personagem
ALEGRETE: município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul.
Alegrete se localiza no oeste do estado, a 506 quilômetros de distância da
capital Porto Alegre. Possui uma população de aproximadamente 78.984
habitantes.
Sua etnia foi originada por grupo nômades indígenas e posteriormente os
elementos colonizadores foram os espanhóis, portugueses e africanos. As
correntes migratórias modernas são representadas por italianos, alemães,
espanhóis, franceses, árabes e poloneses,
O RIO DE ALEGRETE PODE SER O MESMO RIO DO TEXTO
11. Referências
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental.Parâmetros curriculares
nacionais: língua portuguesa /Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília
:144p.
FARACO, Sérgio.Não chore, papai. In:Costa, Cibele L. C.. et al . Para viver
juntos: português, 7º ano : ensino fundamental. 1. Ed.rev.-São Paulo: Edições
SM, 2009. – ( Para viver juntos).
Disponível em :<http://www.birmingham.gov.uk/>. Acesso em : 20 fev 2012.
Disponívelem:<http://www.brasilcult.pro.br/eucalol/estampas_eucalol/eucalol.ht
m>. Acesso em : 21fev 2012.
Disponível em :<http://carissimascatrevagens.blogspot.com/2009/01/as-
famosas-estampas-do-sabonete-eucalol.html>. Acesso em : 29 fev 2012.
12. 2. PRODUÇÃO TEXTUAL: ―Como comecei a escrever‖
Eu, Maria Lúcia Sodré de Miranda, residente em Una-Bahia, comecei a
estudar com aulas particulares em casa de uma amiga da família. Na época eu
tinha quatro anos de idade, foi quando aprendi as primeiras letras com o ABC
dos animais. Eu lia assim : A de águia, B de baleia, C de cavalo e assim por
diante . Meu pai também me ajudou aprender a ler e escrever, pois ele era
professor e se preocupava com a educação dos filhos.
Aos cinco anos estudei com a professora Rita que também era amiga
dos meus pais, as aulas eram em um salão de um bar que ainda não estava
funcionando, estava em preparação. Com ela aprendi a ler e escrever o meu
nome corretamente e algumas palavras e frases. Aos seis anos entrei para o
primeiro ano do ensino fundamental com chamavam naquela época, eu já lia e
escrevia tudo e não tinha dificuldade. Eu estudava na escola André Rebouças
a primeira escola da minha cidade, pelo dia era o ensino primário e noite o
ginásio, porque só existia essa escola.
Quando entrei no segundo ano já fazia as quatro operações e escrevia
muito bem, minhas professoras sempre me elogiavam pra meus pais que eu
era boa aluna, só conversava muito. Daí em diante, não tive dificuldade com a
escrita, terminei o primário lendo e escrevendo corretamente, porque eu
estudava um turno na escola e outro em aulas particulares para reforçar bem
na leitura e escrita. Sempre passava em primeiro ou segundo lugar,e, recebia
presente por isso. Quando passei do quarto ano para o quinto, fiquei muito
contente, mas aí acabou com o quinto ano e eu tive que ir pro ginásio sem está
preparada , mas consegui me sair bem. Nunca tive dificuldades com a leitura e
escrita, só com matemática que para mim era um bicho de sete cabeças, foi
tanto que na sexta série perdi o ano porque não conseguir aprender equação.
Fiquei um ano de castigo, meu pai dizia que eu não fazia nada só vivia para
estudar e não admitia que eu perdesse de ano. Nós tínhamos uma biblioteca
em casa e meu pai pegava os livros com leituras mais difíceis para eu e meus
irmãos lerem, para aprendermos mais. Mas, eu sempre fui preguiçosa e não
gostava de ler, só lia por obrigação. Os livros que eu ainda me interessava
eram: gibis, revista de quadrinhos, livros de piada e histórias infantis. Já os
romances detestava. Hoje existem romances melhores de ler, mas naquele
tempo eram livros grossos e com contos que não me interessavam.
Meu pai era um homem muito culto ensinou minha mãe a ler e os filhos
também. Eu devia ser uma pessoa bem culta em relação a leitura, porque é
através dela que aperfeiçoamos a escrita. Na época meu pai comprava
coleções de livros que nem precisávamos ir a biblioteca pesquisar, ele fazia de
tudo para termos uma boa educação. Pois ler é muito importante, sem leitura
nos tornamos pessoas vazias. Quando aprendi a ler e escrever certo, sempre
13. fazia poesias, cartas, bilhetes para os meninos que eu fantasiava ser meu
namorado.
Quando entrei para a catequese eu lia e catequese eu lia o catecismo
todo me preparando para a primeira comunhão, também aprendi a ler os
ministérios do terço. A leitura é fundamental na vida do ser humano, só
devemos ler o que é certo e não coisas que não faz parte da nossa cultura. A
pessoa que lê viaja pelo mundo. Nós escrevemos a partir do que lemos por
isso a leitura é muito importante.
Quando cursei o magistério e comecei a ensinar eu vi a dificuldade dos
alunos em aprender a escrever, devido a problemas com a leitura. Agora estou
me graduando em pedagogia que me fez tomar gosto pela leitura que embasa
minha escrita e tenho aprendido muitas coisas importantes através dela.
14. 3. RESUMO DO CAPÍTULO GÊNEROS S TIPOS TEXTUAIS
Onde quer que estejamos estamos rodeados de texto , seja de forma
oral , escrita, percebe-se que é comum a confusão entre os termos Gêneros
textuais e Tipos textuais para melhor compreensão.
Com base em Marcuschi(2005), os gêneros devem ser entendidos como
uma noção que faz referência aos textos materializados, com os quais temos
contato no nosso dia a dia, marcados por suas características
sóciocomunicativas , assim, todas as formas de expressão textual são
consideradas gêneros textuais como por exemplo: um telefonema, a
propaganda, um diálogo, uma carta, um email, um cordel, uma receita, uma
notícia.
Os tipos textuais designam uma sequência definida pela natureza
lingüística e sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais,
relações lógicas), o tipo textual é um conjunto de traços linguísticos que podem
ser apresentados em forma de narração, descrição, argumentação.
É muito comum vermos em vestibulares e concursos públicos os tipos textuais
sendo colocados como se fossem gêneros textuais.
Ex: No modelo abaixo temos um exemplo que possui tanto gênero textual quanto tipos
textuais .
Gênero Textual: Notícia, Receita
Tipo Textual : Texto Descritivo
Edição do dia 27/02/2012
27/02/2012 13h28 - Atualizado em 27/02/2012 14h10
Doce francês faz sucesso no Brasil
O macaron é um doce clássico na França e pode ser feito de vários sabores.
Para agradar o paladar brasileiro, as opções de maracujá, amendoim e doce de
leite foram incluídas nos cardapios das docerias.
Adriana Krauss Florianópolis, SC
15. Eles já estão colorindo as padarias, em Florianópolis, mas ainda são novidade
para muita gente.
Em uma única loja, são vendidos 12 sabores do macaron, um doce clássico na
França. ―No conceito de loja gourmet não poderia faltar doces de várias partes
do mundo. Principalmente os franceses, que a doceria francesa é tão
tradicional. Escolhendo dentre os doces o mais destacado, que é emblemático,
são os macarons‖, diz Luciane Daux, consultora gastronômica.
Entre os macarons mais famosos da França estão os de baunilha, framboesa e
chocolate, mas a lista de sabores é imensa. Tem até de azeite de oliva. Já que
é possível criar, as docerias daqui decidiram usar os sabores bem brasileiros.
―O maracujá, que é uma fruta típica brasileira, ele está no meu cardápio e o de
doce de leite que agrada a todos. O doce de leite mesmo sendo um doce muito
tradicional na Argentina, no Uruguai, mas o brasileiro adora um doce de leite‖,
explica a dona da casa de chás, Mayra Pauli.
A designer de sobrancelhas Stela Mansur trocou os bem casados que daria de
lembrança no aniversário por macarons coloridos. ―Eu acho uma idéia super
original, porque eu não tinha visto ainda em nenhuma festa, esse tipo de
opção. Como eu queria fazer uma coisa diferente, eu achei que era o ideal, a
ideia ideal, porque surpreende‖.
A massa é à base de claras, açúcar e farinha de amêndoas. Existem alguns
truques para a receita não desandar. ―Eu vou dar umas batidinhas, para ele
ficar mais lisinho na parte superior e vou deixar descansando aqui por 12
minutos‖, conta Paula Popi.
Os macarons devem ir para o forno pré-aquecido na menor temperatura
possível. A doceira dá outras dicas: ―vou contar um segredinho, eu coloco essa
forma na parte inferior para proteger a base dos meus macarons na hora de
assar. Deixo aqui agora por 12 minutos‖.
Depois é só esperar que esfriem e começar a montagem. ―A gente vai pegar as
duas conchinhas e vai unir com o recheio que eu fiz aqui. Eu escolhi fazer de
16. limão siciliano e de ganache de chocolate, mas isso é opção sua. Pode ser de
pistache, pode ser de doce de leite, pode ser de amendoim, isso vai do gosto
de cada um‖, garante.
Ingredientes do macaron:
- 3 claras de ovo
- ¾ de xícara de açúcar refinado
- 1 xícara de farinha de amêndoas peneirada
- 1 xícara de açúcar de confeiteiro peneirado
- corante alimentício em gel
Créditos: Paula Popi
Fonte: http://glo.bo/ywZnkg