O documento discute uma pesquisa sobre o uso de jogos e brincadeiras para desenvolver as múltiplas inteligências de alunos do 3o ano do ensino fundamental, com base nas teorias de Gardner, Sternberg e Veiga. Um programa com vários jogos foi aplicado semanalmente durante quatro meses, resultando no desenvolvimento das inteligências linguística, intrapessoal e interpessoal. A abordagem psicopedagógica modular usada parte das áreas mais desenvolvidas para trabalhar habilidades menos favorecidas, mostrando a import
O Papel do Brinquedo no Desenvolvimento - Pontos de Reflexão Gabrielle Silva
O papel do brinquedo no desenvolvimento
Capítulo do livro
A formação social da mente
de L. S. Vygotsky.
Fonte: Portal da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo - http://www.portalsme.prefeitura.sp.gov.br/default.aspx
O Papel do Brinquedo no Desenvolvimento - Pontos de Reflexão Gabrielle Silva
O papel do brinquedo no desenvolvimento
Capítulo do livro
A formação social da mente
de L. S. Vygotsky.
Fonte: Portal da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo - http://www.portalsme.prefeitura.sp.gov.br/default.aspx
UTILIZAÇÃO DE JOGOS EDUCATIVOS COMO ESTRATÉGIA DE ENSINOjesse santana
Este artigo resultou de uma pesquisa bibliográfica que obteve como resposta a importância dos jogos como metodologia de ensino nas diversas disciplinas, enfatiza que estes quando convenientemente preparados, são estratégia pedagógicas eficazes para a construção do conhecimento. O uso de jogos no ensino das diversas disciplinas tem o objetivo de fazer com que as crianças e os adolescentes despertem o interesse e gostem de aprender os diversos assuntos abordados nas aulas mudando a rotina tornando – as mais lúdicas e dinâmicas. A aprendizagem através dos jogos, como palavras cruzadas, amarelinha, jogo da memória e outros permite que o aluno veja a aprendizagem de forma contextualizada, ou seja, o conhecimento sendo aplicado na prática. Para que isso aconteça e necessário que o professor tenha um plano de ação onde os jogos sejam utilizados como facilitadores da aprendizagem e não como instrumento recreativo, devem ocupar um horário dentro do planejamento das aulas. A escolha do jogo não é de forma aleatória, deve-se escolher os que estimulam a resolução de problemas, principalmente quando o conteúdo a ser estudado for abstrato, difícil e desvinculado da pratica diária. Essas atividades práticas não devem ser muito fáceis e nem muito difíceis para não desmotivar os aprendizes, é importante também testar as atividades antes de adotar como estratégia de ensino. :
http://www.construirnoticias.com.br/utilizacao-de-jogos-educativos-como-estrategia-de-ensino/
Artigo escrito por Luciana Alves e Maysa Bianchin em 2010, que aborda o jogo como recurso de aprendizagem.
Resumo: Diante do fato de que os jogos são frequentemente ignorados por educadores e instituições escolares em geral, almeja-se pontuar a importância do aspecto lúdico para o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança. Dentro desse contexto, trata-se de demonstrar que usando atividades lúdicas desenvolvemos várias capacidades, exploramos e refletimos sobre a realidade, a cultura na qual vivemos, incorporamos e, ao mesmo tempo, questionamos regras e papeis sociais. O presente artigo tem como objetivo evidenciar o papel do jogo como recurso facilitador na aprendizagem, reconhecendo-o como um instrumento pedagógico importante no desenvolvimento intelectual e social do educando. Conclui-se que são apresentadas as principais ideias dos diferentes papeis que o jogo exerce no trabalho pedagógico com o intuito de estimular no profissional docente a reflexão sobre a utilização do lúdico na aprendizagem.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: A PERSPECTIVA DO SAEBAraiArataKwahary
Considerando que o ensino de Língua Portuguesa deve estar voltado para o
exercício da função social da língua, o presente artigo tem por objetivo refletir como os
professores de Língua Portuguesa organizam suas aulas tendo em vista o Sistema de Avaliação
da Educação Básica (SAEB). Para isso, utilizou-se referenciais teóricos como: GERALDI
(1984), HOFFMANN (1996), LUCKESI (1990), KOCH, (1996), entre outros e empreendeuse uma pesquisa de abordagem qualitativa realizada por meio da aplicação de questionários a
professores pertencentes a rede municipal de ensino da cidade de São Miguel do Guamá/PA.
A sistematização dos dados coletados possibilitou perceber as variadas formas que os
professores atuam para que seus alunos obtenham um desempenho considerável nessa
avaliação instalado no atual contexto, sendo este importante para ajudar na qualidade da
Educação Básica no Brasil.
Projeto de articulação curricular:
"aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos" - Seleção de poemas da obra «Bicho em perigo», de Maria Teresa Maia Gonzalez
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proposta curricular para educação de jovens e adultos- Língua portuguesa- anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano). Planejamento de unidades letivas para professores da EJA da disciplina língua portuguesa- pode ser trabalhado nos dois segmentos - proposta para trabalhar com alunos da EJA com a disciplina língua portuguesa.Sugestão de proposta curricular da disciplina português para turmas de educação de jovens e adultos - ensino fundamental. A proposta curricular da EJa lingua portuguesa traz sugestões para professores dos anos finais (6º ao 9º ano), sabendo que essa modalidade deve ser trabalhada com metodologias diversificadas para que o aluno não desista de estudar.
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ILetras Mágicas
Sequência didática para trabalhar o gênero literário CORDEL, a sugestão traz o trabalho com verbos, mas pode ser adequado com base a sua realidade, retirar dos textos palavras que iniciam com R ou pintar as palavras dissílabas ...
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir" - Jorge e MateusMary Alvarenga
A música 'Tem Que Sorrir', da dupla sertaneja Jorge & Mateus, é um apelo à reflexão sobre a simplicidade e a importância dos sentimentos positivos na vida. A letra transmite uma mensagem de superação, esperança e otimismo. Ela destaca a importância de enfrentar as adversidades da vida com um sorriso no rosto, mesmo quando a jornada é difícil.
1. JOGOS E PSICOPEDAGOGIA MODULAR: UMA EXPERIÊNCIA
COM 3ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL.
FERREIRA, Nancy Sípoli Sert – UNIFIL
nansert@irapida.com.br
CAPRA, Juliana – UNIFIL
capra@sercomtel.com.br
VEIGA, Elizabeth Carvalho da – PUCPR
bethveiga@hotmail.com
Eixo Temático: Didática: Teorias, Metodologias e Práticas
Agência Financiadora: Não contou com financiamento
Resumo
O presente artigo refere-se a uma pesquisa sobre a importância dos jogos e brincadeiras no
desenvolvimento das Múltiplas Inteligências, sob o enfoque da Psicopedagogia Modular.
Tendo como base os estudos de Howard Gardner, Robert J. Sternberg e Elizabeth Carvalho da
Veiga,elaborou-se um programa, abrangendo vários jogos, o qual foi aplicado em um turma
de 3ª série do ensino fundamental de uma escola municipal no Norte do Paraná,
semanalmente, durante quatro meses. Os principais resultados obtidos estão relacionados às
inteligências linguística, intrapessoal e interpessoal, que foram trabalhadas com os jogos e
posteriores atividades acadêmicas que eram propostas para verificar o desenvolvimento das
habilidades que estavam envolvidas na proposta lúdica. Com este trabalho, propõe-se uma
visão diferenciada sobre a importância dos jogos em intervenções psicopedagógicas, pois se
trata de um enfoque modular, em que se parte de áreas mais desenvolvidas do indivíduo para
desenvolver outras habilidades, usando sempre de mediação para atingir novos níveis
cognitivos do sujeito.
Palavras–chave: Psicopedagogia Modular. Jogos. Inteligências Múltiplas. Teoria Triárquica
da Inteligência.
Introdução
Devido ao interesse de comprovar a eficácia da utilização de estratégias
psicopedagógicas modulares, através de jogos, propõe-se um projeto de intervenção centrada
2. 10339
na dimensão prática dos sistemas inteligentes, focando as Inteligências Múltiplas, a fim de
potencializar habilidades linguísticas.
Atividades lúdicas são habitualmente utilizadas em salas de aula e intervenções
psicopedagógicas, o que diferencia o presente trabalho é a abordagem Psicopedagógica
Modular, a qual propõe que se inicie a intervenção a partir de atividades que são mais fáceis
para o sujeito executar, aquelas que lhe sejam mais práticas, as quais ele tenha habilidade e
goste, para desenvolver as áreas menos favorecidas.
A motivação intrínseca ao ato de jogar e brincar mostra-se como um fator
imprescindível na atuação psicopedagógica. Toda atividade prazerosa e realizada com
interesse poderá proporcionar maior envolvimento do sujeito e consequentemente maiores
possibilidades de aquisição e estabilização de condutas em menos tempo do que tarefas
meramente acadêmicas.
Outro critério a se destacar nos jogos/brincadeiras é o papel da mediação, a qual
possibilita ao profissional que se dedica a estudar e pesquisar o comportamento do sujeito
em jogos/brincadeiras, intervir de modo eficaz, servindo realmente, conforme Vygotsky
(1988), como um andaime para atingir novos patamares de pensamentos, novos níveis
cognitivos.
As brincadeiras e os jogos fazem parte da vida do indivíduo desde a infância até a vida
adulta. A gênese do pensamento e o princípio de socialização são marcados por brincadeiras
que acabam permitindo que cada um se desenvolva, crie sua aprendizagem através de
representações da vida real, imitação, repetição, imaginação.
“O jogo constitui a forma de atividade inicial de quase toda tendência, ou pelo menos
um exercício funcional desta tendência que o ativa ao lado da aprendizagem propriamente
dita, e que, agindo sobre este, o reforça.” (PIAGET ,2007, p.28)
Dessa forma, Piaget (2007) postula que o desenvolvimento da criança é marcado por
transformações em sua maneira de entender os jogos/brincadeiras. Para ele, mesmo antes da
linguagem, já é possível experienciar a vida através de jogos, os quais inicialmente são apenas
senso-motores, puro exercício e sem intervenção do pensamento. Dos 02 aos 06 anos a
criança faz uso do jogo simbólico (faz de conta para Vygotsky) ou jogo de imaginação ou
imitação, quando surge a atividade real do pensamento, onde a criança exercita a realidade
através da ficção, refazendo sua própria vida, corrigindo-a e revivendo prazeres e conflitos. A
partir dos 07 anos surgem, nos jogos entre crianças, certas regras comuns (as regras do jogo).
3. 10340
Os jogos com regras têm duas etapas, inicialmente a criança entende as regras como se
fossem leis proibidas de serem transpostas, mas com o passar do tempo desenvolve seu
pensamento para a noção de que as regras foram inventadas, mas podem ser modificadas,
desde que haja um comum acordo entre os jogadores.
O ato de brincar/jogar provoca sensações prazerosas, faz o indivíduo se envolver, ficar
motivado pelo desafio, por vezes o desequilibra e permite que ele busque novos caminhos,
outras formas de pensar, auxilia na socialização e possibilita a mediação de uma forma
bastante tranqüila. Quando se joga/brinca há sempre a oportunidade de experimentar,
descobrir, criar, enfim, vivenciar.
No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de
sua idade, além de seu comportamento diário; no brinquedo é como se ela fosse
maior do que é na realidade. Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo
contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo, ele
mesmo, uma grande fonte de desenvolvimento. (VYGOTSKY, 1988, p.117)
A influência da motivação na aprendizagem é claramente apresentada por Oliveira,
quando trata da importância do afeto na teoria de Vygotsky, segundo a autora:
Vygotsky menciona, explicitamente, que um dos principais defeitos da psicologia
tradicional é a separação entre os aspectos intelectuais, de um lado, e os volitivos e
afetivos, de outro, propondo a consideração da unidade entre esses processos.
Coloca que o pensamento tem sua origem na esfera da motivação, a qual inclui
inclinações, necessidades, interesses, impulsos, afeto e emoção. (OLIVEIRA, 1992,
p.76)
Além dos aspectos motivacionais, o uso de jogos e brincadeiras possibilita que o
sujeito sinta-se autor ou protagonista de seu processo de aprendizagem e deixe a posição de
mero ouvindo /espectador de um “superior”, seja esse pai ou professor. Dessa forma, todos os
conhecimentos tornam-se mais significativos, reais, possíveis de serem aplicados na vida
prática e capazes de se solidificarem a ponto de originar novas idéias, ativando a análise e a
criatividade.
“Quando o outro dirige meu andar, não me perguntará porque escolhi esse caminho.
Se escolho e até construo meu próprio caminho ao andar, necessitarei explicar e explicar-me o
porquê.” (FERNANDEZ, 2001, p. 35)
As brincadeiras estão sempre presentes na vida das crianças, elas são essenciais para o
desenvolvimento físico, afetivo, social e cognitivo. Brincando a criança entra em contato
consigo mesma, com o outro, com suas necessidades, dúvidas, crenças e conhecimentos, isso
possibilita que ela se construa e reconstrua a cada atividade, a partir dos contatos que trava,
4. 10341
das estratégias que utiliza e principalmente através das experiências e sentimentos que
vivencia durante o ato de brincar.
As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano
fundamentam-se em sua idéia de que as funções psicológicas superiores são
construídas ao longo da história social do homem. Na sua relação com o mundo,
mediada pelos instrumentos e símbolos desenvolvidos culturalmente, o ser humano
cria as formas de ação que o distingue de outros animais. (OLIVEIRA,1992, p. 24)
Dessa forma Vygostsky (1988) entendia o cérebro humano como um sistema aberto e
de grande plasticidade, que poderia se desenvolver e se transformar de acordo com o meio em
que o indivíduo estivesse inserido e da maneira como suas aprendizagens fossem mediadas.
Nos processos de intervenção em que se faz uso de jogos, quando o psicopedagogo
utiliza a linguagem falada para explicar como pensa antes de agir (jogar), através de uma
conversação que mais se aproxima de uma fala egocêntrica do que um ensinamento
propriamente dito, ele está dando modelo de estratégias que posteriormente podem ser
utilizadas pelo sujeito que participa da atividade, possibilitando que se crie uma zona de
desenvolvimento proximal.
O brinquedo provê, assim, uma situação de transição entre a ação da criança com
objetos concretos e suas ações com significados. (...) As regras da brincadeira que
fazem com que a criança se comporte de forma mais avançada do que aquela
habitual para sua idade. (...) Tanto pela criação da situação imaginária, como pela
definição de regras específicas, o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento
proximal na criança. (...) contribuindo claramente para o desenvolvimento da
criança. (OLIVEIRA, 1997, p. 67)
A ideia descrita acima permite avaliar o quanto a vivência lúdica mediada se faz
importante na aprendizagem verdadeiramente significativa, pois enquanto brinca, a criança
trabalha com o concreto de tudo aquilo que está buscando aprender, ela vivencia, experimenta
novas possibilidades, cria novos caminhos, novas maneiras de fazer, crescendo, evoluindo e
aprendendo sempre.
Sabendo que a aprendizagem é constituída pela assimilação e acomodação, avaliando
que grande parte das dificuldades acadêmicas se deve a falta de equilíbrio entre esses
movimentos e notando a importância do brincar para a elaboração de novos conhecimentos é
que se propõe o uso de jogos e brincadeiras no trabalho psicopedagógico.
“O quanto se faz necessário, para a psicopedagogia, incluir o jogar não apenas, nem
principalmente como técnica de trabalho, mas como aquilo que é o terreno do qual poderá
libertar-se a inteligência!” (FERNANDEZ, 2001, p. 128)
5. 10342
No entanto, não se intenciona apenas divulgar ou discutir o tema do uso de jogos para
promover e facilitar o processo de aprendizagem, o que se pretende é fazer uso dos novos
estudos sobre a inteligência e a psicopedagogia, agregando as teorias de Gardner, Sternberg e
Grigorenko e Veiga e Garcia para formular um projeto de intervenção lúdico-modular e
aplicá-lo em uma turma de 3ª série do Ensino Fundamental.
Howard Gardner, psicólogo cognitivista educacional norte-americano, através de suas
pesquisas e constatações das diferentes capacidades humanas que extrapolam aquelas
avaliadas nos testes de QI e compreendendo a pluralidade do intelecto, deu origem a Teoria
das Inteligências Múltiplas.
Para Gardner (2007) as inteligências não são como objetos contáveis que possam ser
mensurados, mas como capacidades que atuam de forma integrada, podendo ou não ser
ativadas, dependendo da atividade e de acordo com as diferenças individuais, sendo que são
amplamente influenciadas e valorizadas de acordo com o contexto cultural em que o
indivíduo esteja inserido.
Essa teoria aborda as potencialidades humanas e define a existência de oito dimensões
da inteligência (musical, corporal-cinestésica, lógico-matemática, linguística, espacial,
interpessoal, intrapessoal e naturalista).
A inteligência linguística é a que permite ao sujeito manifestar-se habilmente e de
maneira criativa através do uso das palavras. Inclui a facilidade de lidar com a língua corrente
oral ou escrita, bem como aprender outros idiomas e a capacidade de usar a linguagem como
meio para se alcançar determinados objetivos.
A inteligência lógico-matemática determina a habilidade para o raciocínio dedutivo
em sistemas matemáticos, em noções de quantidade, além da capacidade de solucionar
problemas envolvendo números, sensibilidade para padrões, normas e sistematização. De
acordo com Gardner:
Juntamente com a capacidade de linguagem, o raciocínio lógico- matemático
proporciona a principal base para os testes de QI. Esta forma de inteligência foi
imensamente investigada pelos psicólogos tradicionais, e é o arquétipo da
“inteligência pura” ou da faculdade de resolver problemas(...). (2007, p. 25)
A inteligência musical caracteriza-se pela capacidade de transformar e expressar
formas musicais de forma criativa. Representa a sensibilidade de se compreender os sons,
ritmos e melodias, inclui a habilidade de tocar instrumentos musicais, compor e apreciar
padrões provenientes da música.
6. 10343
Na inteligência espacial, nota-se a facilidade de perceber e representar o visual de
forma detalhada. Abrange a minuciosidade na percepção do mundo viso-espacial, cores,
formas e linhas, permitindo grande orientação no espaço.
A inteligência corporal-cinestésica relaciona-se com a capacidade de expressar-se
com o corpo, permite que o indivíduo resolva situações-problema utilizando todo o corpo, ou
apenas uma parte. Além disso, contempla habilidades de coordenação, equilíbrio, destrezas,
força, flexibilidade, entre outras.
A inteligência naturalista é a que compreende interesse por elementos naturais
variados da fauna e flora, inclui a categorização de tais elementos em nocivos ou dóceis,
valiosos ou perigosos. De acordo com Gardner, a inteligência naturalista desenvolveu-se a
partir das necessidades de sobrevivência dos primeiros seres humanos.
A inteligência interpessoal está vinculada à compreensão e ao interesse pelos desejos
e motivações dos outros. Dessa maneira, o uso adequado dessa habilidade faz com que o
indivíduo relacione-se bem e de maneira hábil em questões que envolvam o coletivo.
A inteligência intrapessoal refere-se à habilidade de conhecer-se e conseguir lidar
bem com suas emoções e sentimentos. Além disso, o indivíduo que possui a inteligência
intrapessoal bem desenvolvida caracteriza-se por “ter um modelo útil e eficaz de si mesmo,
que inclua os próprios desejos, medos, e capacidades de empregar esta informação com
eficiência na regulação da própria vida.”(VEIGA e GARCIA, 2006, p.57)
Além da teoria das Inteligências Múltiplas, outro referencial teórico importante para o
desenvolvimento dessa pesquisa com jogos e brincadeiras, foram os estudos de Sternberg, o
qual defende que para ter êxito na vida não basta obter bons resultados no contexto acadêmico
ou em testes de QI, que o sucesso provém da combinação de três capacidades de pensamento:
Prático, Analítico e Criativo, que dão origem ao que ele denomina de Inteligência Plena.
Inteligência Plena é o conjunto integrado das capacidades necessárias para o
indivíduo obter sucesso na vida, independentemente de como o defina, em seu
contexto sociocultural. As pessoas são plenamente inteligentes quando reconhecem
suas forças e aproveitam-nas ao máximo, ao mesmo tempo em que reconhecem suas
fraquezas e descobrem maneiras de corrigi-las ou de compensá-las. As pessoas
plenamente inteligentes se adaptam a, modificam e selecionam ambientes por meio
do emprego equilibrado das capacidades analíticas, criativas e
práticas.(STERNBERG e GRIGORENKO, 2003, p.16)
Pode-se observar que os conteúdos acadêmicos, predominantemente analíticos, são
mais facilmente assimilados quando vinculados à vida prática dos alunos, quando esses
conseguem entender a aplicabilidade dos conceitos transmitidos para sua vida cotidiana e a
7. 10344
partir disso poderão empregar o pensamento criativo para buscar modificações em seu
ambiente.
Veiga integrou as teorias de Gardner e Sternberg à sua formação e experiência
psicopedagógica para dar origem à Intervenção Psicopedagógica Modular:
A psicopedagogia na perspectiva da modularidade sai do enfoque centrado nas
patologias das dificuldades de aprendizagem para um enfoque modular, ou seja, leva
em conta a pluralidade das competências intelectuais que atuam no processo de
aprendizagem. (VEIGA e GARCIA, 2006, p.103)
A utilização da modularidade da mente em psicopedagogia só pode ser incorporada
quando se entende que essa perspectiva não é excludente, não anula as teorias e autores que
até então eram estudados, mas se trata de um pensar que agrega novos conceitos e amplia o
olhar psicopedagógico.
Buscando associar vários pensamentos, mas convergindo para a superação do
obstáculo, avalia-se que o brincar e os jogos são possibilidades incomparáveis de disparadores
para o atendimento psicopedagógico, uma vez que se constata a importância do lúdico para a
articulação do pensamento.
“A inteligência não se constrói no vazio: ela se nutre da experiência de prazer pela
autoria. Por sua vez, nas próprias experiências de aprendizagem, o sujeito é capaz de
transformar a realidade e a si mesmo.” (FERNANDEZ, 2001, p. 82)
Não o jogar por lazer, mas direcionado, orientado para ativar aspectos que
possibilitarão a formação de um sujeito autônomo, mais capacitado para pensar, refletir, criar.
Ao utilizar jogos na intervenção psicopedagógica modular, faz-se uma interligação entre as
dimensões prática, analítica e criativa das inteligências que se necessite potencializar, uma
vez que esses permitem transmitir concretamente conceitos/conteúdos do domínio analítico,
quando dão significado prático às questões teóricas abordadas, e nesse movimento a
criatividade é ativada.
Segundo uma análise feita por Sternberg e Grigorenko:
Quanto mais abstratos e distantes dos contextos de mundo real estiverem os
problemas apresentados, pior as crianças se saíam nos problemas. Esses resultados
sugerem que as diferenças de contexto podem ter um efeito poderoso sobre o
desempenho. (2003, p. 43)
Na psicopedagogia modular, um dos componentes bastante valorizado, desde a
avaliação, é o papel do mediador. O processo de diagnóstico psicopedagógico modular inclui
8. 10345
a utilização de provas dinâmicas, as quais contam com a intervenção educativa do profissional
que está avaliando, a fim de que se atinjam melhores resultados.
Na vida acadêmica, habilidades aparentemente simples como ler e escrever dependem
de pré-requisitos que estão relacionados às múltiplas inteligências e que são adquiridos nos
primeiros anos de vida da criança com atividades lúdicas e repletas de afetividade.
Para ter fluência na leitura é necessário ritmo (inteligência musical), para escrita deve-
se ter bom tônus muscular, agilidade na coordenação motora fina (inteligência corporal –
cinestésica), bem como noções de lateralidade (inteligência espacial).
Somente para mencionar dois aspectos da inteligência linguística, talvez a mais
valorizada no meio acadêmico, foi preciso recorrer a outras habilidades (inteligências) para
entender o aparato cognitivo necessário à aprendizagem humana.
Segundo VEIGA e GARCIA: “As inteligências não atuam de forma isolada. Salvo em
caso excepcional de pessoas com determinadas anormalidades, as inteligências trabalham
combinadas e qualquer tarefa minimamente complexa implica a presença de várias
inteligências.” (2006, p.32)
Na concepção modular parte-se do entendimento da multiplicidade de habilidades que
o indivíduo possui, da compreensão que elas não agem de forma isolada, mas combinadas,
dependendo da necessidade de cada atividade e do contexto cultural que o sujeito esteja
inserido, mas acima de tudo, observando o poder de plasticidade do cérebro humano e que
essa capacidade de se moldar, melhorar, evoluir, pode ser orientada pela utilização de
atividades/trabalhos que despertem, envolvam, ativem o maior número de habilidades do
sujeito, permitindo que ele construa saberes, não somente de forma analítica, mas que
transforme e utilize suas idéias e projetos em sua vida prática e seja capaz, principalmente , de
criar, a partir da vivência e integração de seus conceitos assimilados e acomodados.
A partir dos estudos teóricos realizados, elaborou-se um programa de intervenção
Psicopedagógica Modular para aplicação em uma turma de 21 alunos da terceira série do
Ensino Fundamental, de uma escola municipal, localizada no norte do Paraná.
Dentre os 21 alunos, 04 reprovaram a 3ª série e 05 reprovaram a 2ª série.
Para tentar amenizar as dificuldades, o município conta com um programa de
atendimento fonoaudiológico e psicológico, que acontece na própria escola, no horário
normal de aula, sendo que, dessa sala 04 alunos recebem atendimento fonoaudiológico e 02
9. 10346
recebem atendimento psicológico e outros quatro estão sendo encaminhados para avaliação
multidisciplinar.
O programa de intervenção modular foi estruturado em três etapas, sendo que
primeiramente fez-se uma avaliação do nível da linguagem escrita e leitura dos alunos, após
deu-se início ao processo de aplicação dos jogos e brincadeiras, finalizando com a análise dos
resultados.
Os instrumentos utilizados (jogos e brincadeiras) foram categorizados de acordo com
as inteligências que envolviam, os quais serviram como disparador de atividades que visaram
potencializar habilidades das áreas linguística, interpessoal e intrapessoal.
O trabalho com os alunos teve início no dia 10 de março de 2009 e terminou em 30 de
junho de 2009, totalizando 16 encontros, com aproximadamente duas horas de duração cada.
Os alunos foram atendidos na própria escola e as atividades foram executadas em sala de aula
e na biblioteca. No processo de intervenção, a turma, em alguns momentos, trabalhava junta e
em outros era dividida em grupos, dependendo da quantidade estipulada em cada jogo ou
brincadeira.
Partindo do enfoque modular, entende-se que a avaliação já faz parte do processo
corretor, pois inclusive nessa etapa inseriu-se jogos para se conhecer o nível de linguagem
escrita e leitura dos indivíduos que faziam parte do grupo de pesquisa.
A avaliação dinâmica considera não só o resultado obtido nas provas, mas também
os resultados após a intervenção do examinador durante o processo de avaliação.
Esta intervenção refere-se ao processo de ensinar o sujeito durante a avaliação a
render mais nas provas que está sendo submetido. (VEIGA e GARCIA, 2006, p.
114)
Para a coleta de dados foram utilizadas atividades lúdicas, buscando desde o início um
ambiente favorável, que os envolvesse, pois, acredita-se que uma das vantagens da utilização
de jogos seja o aumento da disponibilidade de aprender dos alunos, assim como a prontidão
para entrar na tarefa.
Todos os jogos foram acompanhados de suas regras por escrito, até mesmo os
confeccionados, para que a leitura e interpretação do modo de jogar já os envolvessem no
processo de contato com textos escritos, os quais deveriam entender, para poderem colocar
em prática e jogar. Porém, vale ressaltar que sempre que necessário houve mediação com o
propósito de que eles compreendessem o que estavam fazendo e pudessem tirar proveito no
10. 10347
momento em que necessitassem resgatar as estratégias dos jogos para desenvolver tarefas
acadêmicas.
A professora teve envolvimento nas atividades para que pudesse também utilizar esses
recursos no desenvolvimento de habilidades em seus educandos.
Se concordamos que o brincar faz parte da infância e é promotor de
desenvolvimento e de aprendizagens, concordaremos também que as brincadeiras,
os jogos, os brinquedos são ferramentas indispensáveis ao professor, em sala de
aula. (PAROLIN, 2005, p. 139)
Os jogos utilizados foram escolhidos de acordo com a possibilidade de se trabalhar
aspectos da inteligência linguística, interpessoal e intrapessoal, visto que, segundo o relato da
professora essas eram as áreas mais difíceis de serem tratadas: linguística observada no
obstáculo quanto à produção e interpretação de textos, interpessoal no que se refere às
dificuldades de relacionamento entre os alunos e de desrespeito a figura dos professores e
intrapessoal que está relacionada à baixa tolerância à frustração desses alunos, tal que muitas
vezes era esse o fator que os levava a manter um comportamento agressivo e indisciplinado.
CONCLUSÃO
Durante o processo de intervenção já era possível notar alguns avanços obtidos com o
apoio dos jogos em um contexto que possibilitou recorrer a várias inteligências para atingir o
resultado esperado.
O trabalho com jogos possibilitou a melhoria da motivação desses alunos para
execução de tarefas acadêmicas, pois eles acabaram se envolvendo com atividades da área
linguística com mais prontidão, uma vez que tiveram um disparador atraente, fazendo com
que tarefas anteriormente tidas como pouco agradáveis se tornassem gradativamente parte de
atividades prazerosas.
Outro aspecto a se destacar, com relação às mudanças obtidas através da intervenção
com jogos, sob o enfoque da Psicopedagogia Modular, é o fato de que esses alunos,
inicialmente com dificuldades na inteligência interpessoal, pois não conseguiam trabalhar em
grupo, eram bastante individualistas e não aceitavam formar equipe com pessoas que não
fossem as que eles escolhiam, passaram a trabalhar nos jogos de forma produtiva,
independente das pessoas que compunham seus grupos.
11. 10348
Quanto à inteligência intrapessoal, percebe-se que melhoraram a consciência em
relação à frustração de perder, entenderam que o esforço individual, com apoio coletivo,
transforma o momento dos jogos em oportunidades que vão além da competição e do ganhar
a qualquer custo, que através deles pode-se ter experiências agradáveis, usufruir da
companhia dos colegas e aprender coisas novas, independente da pontuação final.
Parece que o fato de não terem apenas uma aula expositiva, com conteúdo sendo
transmitido de forma mecânica auxiliou na mudança dessas condutas, pois através do ato de
jogar, das estratégias e de todo processo dos jogos, puderam vivenciar as informações que
estavam sendo transmitidas e desta forma foram capazes de construir novos conhecimentos e
assimilar de uma maneira diferente o que estavam aprendendo.
Pode-se dizer que após todo processo de avaliação, intervenção e análise dos
resultados, observa-se o quanto os indivíduos necessitam de atividades envolventes, que os
possibilitem colocar “o saber em jogo”.
Brincar faz parte do desenvolvimento da criança. A criança brinca para entender o seu mundo, para
expressar-se, para organizar-se e, principalmente, para socializar-se. Os jogos, as brincadeiras e os
brinquedos são atividades fundamentais para uma infância sadia e um desenvolvimento adequado. As
atividades lúdicas, sejam elas jogos ou brincadeiras, viabilizam que a criança se desenvolva sob os
aspectos da organização das coisas relacionadas ao seu cotidiano, desenvolvem a linguagem e seus
significados, as estruturas do pensamento, a criatividade, a concentração, enfim, os inúmeros aspectos
da ordem do desenvolvimento e, portanto, da aprendizagem. (PAROLIN, 2005, p. 139)
O comprometimento com as atividades propostas e a expectativa para os próximos
encontros permitem que se perceba o quanto essas crianças, consideradas desinteressadas,
passaram a se envolver com suas aprendizagens.
Acredita-se que é cada vez mais importante que o meio acadêmico incentive e valorize
o uso das múltiplas inteligências dos alunos e que se tenha consciência de que as pessoas são
inteligentes de diferentes maneiras, através da combinação de uma série de habilidades e da
capacidade de colocá-las em prática para terem sucesso em suas vidas.
Referências
FERNÁNDEZ, Alicia. O saber em jogo: A psicopedagogia propiciando autorias de
pensamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo
sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1997.
OLIVEIRA, M. K de In: La Talle, Y et alii. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias
psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.
12. 10349
PAROLIN, Isabel. Professores Formadores: a relação entre a família, a escola e a
aprendizagem. Curitiba: Positivo, 2005.
PIAGET, Jean. Seis Estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.
STERNBERG, Robert J.; GRIGORENKO, Elena L.Inteligência Plena. Porto Alegre:
Artmed, 2003.
VEIGA, Elizabeth Carvalho da; GARCIA, Emilio Garcia. Psicopedagogia e a Teoria
Modular da Mente. São José dos Campos, Pulso, 2006.
VYGOTSKY, L. S. Formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1988.