SlideShare uma empresa Scribd logo
DISCIPLINA: HISTÓRIA -PROFESSOR NELSON
ALUNO (A): _____________________________________ 8º ano de escolaridade - 2010

                                               O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO

 (...) a principal cousa que me moveu a mandar povoar as ditas terras do Brasil foi para que a gente dela se convertesse à
nossa santa fé católica. (...)
                (trecho da Carta de D. João III, escrita a Tomé de Souza, em 1548)

                                  Texto 1: Em Nome da Fé, do Rei e da Lei.
  Normalmente, se atribui à colonização efetiva do Brasil a uma necessidade do desenvolvimento mercantil e dos interesses
políticos portugueses. Mas, a cristianização também teve uma importância decisiva no programa colonizador de Portugal
em sua Colônia da América. Num período no qual a religião assumia uma importância fundamental para a vida, o português
acreditou realmente em seu papel missionário.
  A religião forneceu a base ideológica (o motivo) da conquista e da colonização da América e, além disso, encobriu com
justificativas as atrocidades cometidas em nome da fé. Portanto, foi motivado por questões materiais, políticas e religiosas
( de conversão dos povos nativos ), que o português se instalou em sua colônia americana.
  Com início da crise do comércio com o Oriente, o tratamento dispensado às terras americanas passou a ser outro. Para
garantir a defesa do território, dar sustentação ao escambo do pau-brasil e buscar metais e pedras preciosas, o governo
português iniciou sua política de povoamento.
Em 1532, Martin Afonso de Souza fundou a Vila de São Vicente, a primeira na América portuguesa. Mudas de cana-de-
açúcar e colonos com experiência no seu cultivo e na produção do açúcar foram trazidos para a América pelo capitão-mor.
Entretanto, o território era muito extenso e Martin Afonso de Souza não tinha condições de, sozinho, defendê-lo, povoá-lo e
colonizá-lo.

                                       Texto 2: As Capitanias Hereditárias
 Em 1534, para promover o povoamento efetivo e o desenvolvimento da Colônia portuguesa na América, o Rei D. João III
instituiu o sistema de Capitanias Hereditárias. Esse sistema consistiu na divisão do território por linhas paralelas ao
Equador, que partiam da costa estendendo-se até a linha do Tratado de Tordesilhas, num total de quinze lotes, que foram
doados a portugueses, católicos, que tivessem condições de defendê-los e colonizá-los.
 Os capitães-donatários, que recebiam a doação das capitanias, formavam um grupo composto por pessoas da pequena
nobreza, burocratas e comerciantes ligados à Coroa. Recebiam a capitania pela Carta de Doação, um documento que lhes
concedia a posse da terra. Como não tinha propriedade plena desse território, mas apenas a posse, não podiam vendê-la ou
doá-la. Esse direito era exclusivo do Rei de Portugal.
 Os direitos e deveres dos capitães-donatários eram definidos através de um documento chamado Foral. No setor
administrativo, tinham o direito de doar Sesmarias(lotes de terras não cultivados), de fundar vilas e de exercerem a justiça e
o comando militar.
No setor econômico, cabia-lhes o domínio das atividades econômicas, o direito à escravização dos índios e uma parte dos
impostos cobrados sobre a exploração do pau-brasil, da pesca e da exploração dos metais preciosos (se houvesse).
 Os objetivos do Estado português em promover a ocupação e o desenvolvimento de sua Colônia na América, por meio das
Capitanias Hereditárias, não foram completamente atingidos. Devido a fatores como a falta de recursos, a inexperiência de
alguns donatários, as dificuldades de transporte e comunicação e o relacionamento hostil entre portugueses e indígenas, a
quase totalidade das Capitanias fracassou. As exceções foram as Capitanias de Pernambuco e São Vicente, que prosperaram
graças à implantação da agro-indústria do açúcar.

                                          Texto 3: O Governo-Geral
 Constatando o relativo fracasso do sistema de capitanias, D. João III identificou a necessidade de ações coordenadas de
defesa contra índios e corsários, de modo a garantir aos colonos a tranqüilidade necessária para a produção de cana-de-
açúcar e o povoamento da Colônia. Assim, implantou o sistema de Governo-Geral, que não eliminou o sistema de
Capitanias Hereditárias, mas procurou complementá-lo, com a centralização administrativa nas mãos do governador geral.
 Criado oficialmente em 1548, o Governo-Geral foi normatizado por um documento denominado Regimento Real. Esse
documento concedia ao Governador poderes para nomear funcionários para todas as Capitanias, incentivar a implantação de
engenhos, procurar metais preciosos no interior, defender os colonos, explorar o pau-brasil e difundir a fé católica.
Os auxiliares diretos do governador eram o ouvidor-mor, responsável pela Justiça, o provedor-mor, encarregado das
finanças, e o capitão-mor, responsável pela defesa e vigilância do litoral.
  Foi escolhida, como sede do Governo-Geral, a capitania da Bahia, resgatada pelo rei de Portugal do filho de Francisco de
Pereira Coutinho, o primeiro donatário. A escolha dessa capitania foi motivada por interesses administrativos, pois ela se
localizava num ponto médio do nosso litoral, facilitando a comunicação com as demais capitanias.
  Paralelamente à criação do Governo-Geral, Portugal solicitou ao papa que enviasse ao Brasil um bispo para, em nome da
Igreja Católica, coordenar os assuntos religiosos da Colônia. Atendendo ao pedido do rei, o papa criou, em 1551, o primeiro
bispado do Brasil, que teve como representante D. Pero Fernandes Sardinha.

                                    Os Primeiros Governadores-Gerais
  - Governo de Tomé de Souza (1549-1553): Tomé de Souza veio ao Brasil numa frota de 06(seis) navios, trazendo,
aproximadamente, mil pessoas, entre soldados, degredados e funcionários da sua administração. De toda essa gente,
destacam-se os jesuítas, seis ao todo, chefiados pelo Padre Manoel da Nóbrega. Entre os principais problemas enfrentados
pelo primeiro governador-geral, estava a luta pelo reconhecimento de sua autoridade, contestada por diversos donatários,
entre os quais Duarte Coelho, da próspera capitania de Pernambuco. Tais donatários, mesmo sabendo que Tomé de Souza
era representante direto do rei, recusavam-se, na prática, a aceitar suas ordens. Isso gerou uma série de conflitos
administrativos que somente com o tempo foram sendo superados.
  - Governo de Duarte da Costa (1553-1558): Duarte da Costa trouxe outros jesuítas para o Brasil, dentre os quais destacava-
se o padre José de Anchieta. O período de governo de Duarte da Costa, foi, do ponto de vista dos interesses administrativos,
bastante confuso. Em seu governo ocorreram sérios desentendimentos com o bispo D. Pero Fernandes Sardinha. Ainda
durante esse período, em 1555, os franceses tentaram se estabelecer no Rio de Janeiro, fundando ali um povoamento que se
chamou França Antártica. Destaca-se a fundação do Colégio de São Paulo, em 25 de janeiro de 1554, pelos padres José de
Anchieta e Manoel da Nóbrega. Junto ao Colégio formou-se a vila que deu origem à cidade de São Paulo.
  - Governo de Mem de Sá (1558-172): Mem de Sá, descrito como violento matador de índios, conseguiu resolver durante
seu longo governo uma série de dificuldades deixadas por Duarte da Costa. O mais importantes acontecimentos que
marcaram seu período de governo foram:
. reconquista do bom relacionamento entre a Igreja e o Governo;
. expulsão dos franceses do Rio de Janeiro, em 1567, com ajuda do seu sobrinho Estácio de Sá;
. Encaminhamento da solução do problema da escassez de mão-de-obra para a agricultura, por meio da importação de
escravos negros.
  Entre 1572 e 1578, a América Portuguesa viveu uma situação político-administrativa diferente: tentando tornar a
administração mais eficiente, o rei D. Sebastião instituiu na Colônia dois Governos-Gerais. Um foi estabelecido ao norte,
tendo como sede Salvador, e outro ao sul, com sede no Rio de Janeiro. Mas o resultado insatisfatório levou a Metrópole a
reunificar o Governo. Em 1578, a administração foi reunificada, tendo como sede a cidade de Salvador.
  Em 1580, Portugal e suas colônias passam para o domínio espanhol através da União Ibérica.


                                     Texto 4: As Câmaras Municipais
  A organização político-administrativa do Brasil tinha um caráter central, tendo por base o Governo-Geral. Entretanto, essa
administração centralizada tinha um poder mais formal do que prático. Efetivamente, o poder estava descentralizado pelas
vilas e municípios, ficando, em geral, nas mãos dos grandes proprietários rurais.
  Paralelamente à formação das primeiras vilas, também foi sendo estruturada uma administração de âmbito local, a cargo
das câmaras municipais.
  As câmaras municipais eram controladas pelos chamados “homens bons”, representados pelos grandes proprietários de
terras, de escravos ou de gado. A atuação administrativa das câmaras era verdadeiramente ampla, abrangendo diversos
setores, como o de abastecimento, de tributação, de execução das leis, de relacionamento do colonizador com os indígenas,
etc. Assim, as câmaras municipais constituíam poderosos órgãos da administração local, controlados pela aristocracia rural
da colônia. Nessa condição, em alguns momentos, opunham-se ao centralismo administrativo, representado pelos órgãos da
coroa portuguesa.
  Atendendo aos interesses dos grandes proprietários de terras, as câmaras municipais assumiam posições autônomas,
passando por cima da autoridade dos funcionários e delegados do rei. O poder de fato superava o poder “teórico” da coroa.
Essa situação durou até meados do século XVII.
Terminado o domínio espanhol (1640), Portugal retomou com força o seu controle sobre sua Colônia na América. Em 1642,
foi criado o Conselho Ultramarino, que centralizava as tarefas da administração colonial e, tinha como um dos principais
objetivos, reduzir o poder e a autonomia das câmaras municipais, aumentando o poder dos governadores e demais
funcionários do rei.
início da colonização

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

O despotismo pombalino
O despotismo pombalinoO despotismo pombalino
O despotismo pombalinoborgia
 
Apostila de historia direito do brasil
Apostila de historia direito do brasilApostila de historia direito do brasil
Apostila de historia direito do brasilDireito2012sl08
 
Breve historico da_configuracao_politico_administrativa_brasileira (1)
Breve historico da_configuracao_politico_administrativa_brasileira (1)Breve historico da_configuracao_politico_administrativa_brasileira (1)
Breve historico da_configuracao_politico_administrativa_brasileira (1)Hely Rodrigues
 
Questoes feudalismo
Questoes feudalismoQuestoes feudalismo
Questoes feudalismoalcidon
 
A Morte de D. Sebastião e a Questão da Sucessão
A Morte de D. Sebastião e a Questão da SucessãoA Morte de D. Sebastião e a Questão da Sucessão
A Morte de D. Sebastião e a Questão da Sucessãoguestc43874e
 
Historia do brasil pg188
Historia do brasil pg188Historia do brasil pg188
Historia do brasil pg188kisb1337
 
Brasil minerio e indep avaliação de historia 3 ano em 2010
Brasil minerio e indep avaliação de historia 3 ano em 2010Brasil minerio e indep avaliação de historia 3 ano em 2010
Brasil minerio e indep avaliação de historia 3 ano em 2010Keila Caetano
 
Espírito santo na era getúlio vargas
Espírito santo na era getúlio vargasEspírito santo na era getúlio vargas
Espírito santo na era getúlio vargasraqueel_costa
 
Espírito santo república - 2M3 , G3
Espírito santo república - 2M3 , G3Espírito santo república - 2M3 , G3
Espírito santo república - 2M3 , G3Guilherme da Silva
 
História do Espírito Santo
História do Espírito SantoHistória do Espírito Santo
História do Espírito SantoMarco antônio
 

Mais procurados (20)

Regência mãe
Regência mãeRegência mãe
Regência mãe
 
Historia vol7
Historia vol7Historia vol7
Historia vol7
 
Brasil colônia
Brasil colônia Brasil colônia
Brasil colônia
 
Prova de historia 2ano 3bimestre
Prova de historia 2ano 3bimestreProva de historia 2ano 3bimestre
Prova de historia 2ano 3bimestre
 
Questões discursivas pism i
Questões discursivas pism iQuestões discursivas pism i
Questões discursivas pism i
 
Historia vol5
Historia vol5Historia vol5
Historia vol5
 
O despotismo pombalino
O despotismo pombalinoO despotismo pombalino
O despotismo pombalino
 
Apostila de historia direito do brasil
Apostila de historia direito do brasilApostila de historia direito do brasil
Apostila de historia direito do brasil
 
Historia vol 3
Historia vol 3Historia vol 3
Historia vol 3
 
Brasil
BrasilBrasil
Brasil
 
Breve historico da_configuracao_politico_administrativa_brasileira (1)
Breve historico da_configuracao_politico_administrativa_brasileira (1)Breve historico da_configuracao_politico_administrativa_brasileira (1)
Breve historico da_configuracao_politico_administrativa_brasileira (1)
 
Questoes feudalismo
Questoes feudalismoQuestoes feudalismo
Questoes feudalismo
 
Resenha
ResenhaResenha
Resenha
 
A Morte de D. Sebastião e a Questão da Sucessão
A Morte de D. Sebastião e a Questão da SucessãoA Morte de D. Sebastião e a Questão da Sucessão
A Morte de D. Sebastião e a Questão da Sucessão
 
Historia do brasil pg188
Historia do brasil pg188Historia do brasil pg188
Historia do brasil pg188
 
Brasil minerio e indep avaliação de historia 3 ano em 2010
Brasil minerio e indep avaliação de historia 3 ano em 2010Brasil minerio e indep avaliação de historia 3 ano em 2010
Brasil minerio e indep avaliação de historia 3 ano em 2010
 
Espírito santo na era getúlio vargas
Espírito santo na era getúlio vargasEspírito santo na era getúlio vargas
Espírito santo na era getúlio vargas
 
Espírito santo república - 2M3 , G3
Espírito santo república - 2M3 , G3Espírito santo república - 2M3 , G3
Espírito santo república - 2M3 , G3
 
História do Espírito Santo
História do Espírito SantoHistória do Espírito Santo
História do Espírito Santo
 
Reformas pombalinas
Reformas pombalinasReformas pombalinas
Reformas pombalinas
 

Semelhante a início da colonização

A administração do brasil colônia
A administração do brasil colôniaA administração do brasil colônia
A administração do brasil colôniaNelia Salles Nantes
 
A américa portuguesa e a presença holandesa
A américa portuguesa e a presença holandesaA américa portuguesa e a presença holandesa
A américa portuguesa e a presença holandesaPatrícia Sanches
 
Colonização portuguesa na américa
Colonização portuguesa na américaColonização portuguesa na américa
Colonização portuguesa na américaCarolina Medeiros
 
Hist.3 aula01(2011)
Hist.3 aula01(2011)Hist.3 aula01(2011)
Hist.3 aula01(2011)nilbarra
 
Apostila de historia direito do brasil
Apostila de historia direito do brasilApostila de historia direito do brasil
Apostila de historia direito do brasilDireito2012sl08
 
A administração do brasil colônia
A administração do brasil colôniaA administração do brasil colônia
A administração do brasil colôniaNelia Salles Nantes
 
Aula 01 a 06 - TILHA 3 COLONIZAÇÃO NA AMÉRICA PORTUGUESA Estrutura política, ...
Aula 01 a 06 - TILHA 3 COLONIZAÇÃO NA AMÉRICA PORTUGUESA Estrutura política, ...Aula 01 a 06 - TILHA 3 COLONIZAÇÃO NA AMÉRICA PORTUGUESA Estrutura política, ...
Aula 01 a 06 - TILHA 3 COLONIZAÇÃO NA AMÉRICA PORTUGUESA Estrutura política, ...FabioGuimaraes10
 
A Colonização do Brasil
A Colonização do BrasilA Colonização do Brasil
A Colonização do BrasilHelíssia Souza
 
Cap. 1 cap 12 1º ano ocupação portuguesa
Cap. 1 cap 12 1º ano ocupação portuguesaCap. 1 cap 12 1º ano ocupação portuguesa
Cap. 1 cap 12 1º ano ocupação portuguesaGustavo Cuin
 
Hist 3-aula012011-110710164412-phpapp02
Hist 3-aula012011-110710164412-phpapp02Hist 3-aula012011-110710164412-phpapp02
Hist 3-aula012011-110710164412-phpapp02eebcjn
 
Expansão ultramarina e conquista do território
Expansão ultramarina e conquista do territórioExpansão ultramarina e conquista do território
Expansão ultramarina e conquista do territórioblognetotudo
 
O empreendimento colonial na América portuguesa
O empreendimento colonial na América portuguesaO empreendimento colonial na América portuguesa
O empreendimento colonial na América portuguesajefersondutra08
 
ADMINISTRAÇÃObrasilCOLONIAL.pptx
ADMINISTRAÇÃObrasilCOLONIAL.pptxADMINISTRAÇÃObrasilCOLONIAL.pptx
ADMINISTRAÇÃObrasilCOLONIAL.pptxEdsonArajo38
 
Capitanias hereditárias
Capitanias hereditáriasCapitanias hereditárias
Capitanias hereditáriasCreusa Lima
 
Expansão ultramarina e conquista do território (1)
Expansão ultramarina e conquista do território (1)Expansão ultramarina e conquista do território (1)
Expansão ultramarina e conquista do território (1)blognetotudo
 

Semelhante a início da colonização (20)

A administração do brasil colônia
A administração do brasil colôniaA administração do brasil colônia
A administração do brasil colônia
 
A américa portuguesa e a presença holandesa
A américa portuguesa e a presença holandesaA américa portuguesa e a presença holandesa
A américa portuguesa e a presença holandesa
 
Revisão 7º ano
Revisão 7º anoRevisão 7º ano
Revisão 7º ano
 
Colonização portuguesa na américa
Colonização portuguesa na américaColonização portuguesa na américa
Colonização portuguesa na américa
 
Hist.3 aula01(2011)
Hist.3 aula01(2011)Hist.3 aula01(2011)
Hist.3 aula01(2011)
 
Seminário de história
Seminário de históriaSeminário de história
Seminário de história
 
Apostila de historia direito do brasil
Apostila de historia direito do brasilApostila de historia direito do brasil
Apostila de historia direito do brasil
 
A administração do brasil colônia
A administração do brasil colôniaA administração do brasil colônia
A administração do brasil colônia
 
Aula 01 a 06 - TILHA 3 COLONIZAÇÃO NA AMÉRICA PORTUGUESA Estrutura política, ...
Aula 01 a 06 - TILHA 3 COLONIZAÇÃO NA AMÉRICA PORTUGUESA Estrutura política, ...Aula 01 a 06 - TILHA 3 COLONIZAÇÃO NA AMÉRICA PORTUGUESA Estrutura política, ...
Aula 01 a 06 - TILHA 3 COLONIZAÇÃO NA AMÉRICA PORTUGUESA Estrutura política, ...
 
A Colonização do Brasil
A Colonização do BrasilA Colonização do Brasil
A Colonização do Brasil
 
Cap. 1 cap 12 1º ano ocupação portuguesa
Cap. 1 cap 12 1º ano ocupação portuguesaCap. 1 cap 12 1º ano ocupação portuguesa
Cap. 1 cap 12 1º ano ocupação portuguesa
 
Hist 3-aula012011-110710164412-phpapp02
Hist 3-aula012011-110710164412-phpapp02Hist 3-aula012011-110710164412-phpapp02
Hist 3-aula012011-110710164412-phpapp02
 
Expansão ultramarina e conquista do território
Expansão ultramarina e conquista do territórioExpansão ultramarina e conquista do território
Expansão ultramarina e conquista do território
 
O empreendimento colonial na América portuguesa
O empreendimento colonial na América portuguesaO empreendimento colonial na América portuguesa
O empreendimento colonial na América portuguesa
 
Brasil colonial
Brasil colonialBrasil colonial
Brasil colonial
 
ADMINISTRAÇÃObrasilCOLONIAL.pptx
ADMINISTRAÇÃObrasilCOLONIAL.pptxADMINISTRAÇÃObrasilCOLONIAL.pptx
ADMINISTRAÇÃObrasilCOLONIAL.pptx
 
Brasil colônia i
Brasil colônia iBrasil colônia i
Brasil colônia i
 
13º Colonização portuguesa do brasil
13º Colonização portuguesa do brasil13º Colonização portuguesa do brasil
13º Colonização portuguesa do brasil
 
Capitanias hereditárias
Capitanias hereditáriasCapitanias hereditárias
Capitanias hereditárias
 
Expansão ultramarina e conquista do território (1)
Expansão ultramarina e conquista do território (1)Expansão ultramarina e conquista do território (1)
Expansão ultramarina e conquista do território (1)
 

Mais de Nelson Silva

As transformações do capitalismo
As transformações do capitalismoAs transformações do capitalismo
As transformações do capitalismoNelson Silva
 
As transformações do capitalismo
As transformações do capitalismoAs transformações do capitalismo
As transformações do capitalismoNelson Silva
 
Plano%20 versão%20final%20 %20anexos[1]
Plano%20 versão%20final%20 %20anexos[1]Plano%20 versão%20final%20 %20anexos[1]
Plano%20 versão%20final%20 %20anexos[1]Nelson Silva
 
Plano diretor 5[1]
Plano diretor 5[1]Plano diretor 5[1]
Plano diretor 5[1]Nelson Silva
 
Dados estatísticos modificados anexo 9
Dados estatísticos modificados anexo 9Dados estatísticos modificados anexo 9
Dados estatísticos modificados anexo 9Nelson Silva
 
Dados estatísticos modificados anexo 8
Dados estatísticos modificados anexo 8Dados estatísticos modificados anexo 8
Dados estatísticos modificados anexo 8Nelson Silva
 
Dados estatísticos modificados anexo 7
Dados estatísticos modificados anexo 7Dados estatísticos modificados anexo 7
Dados estatísticos modificados anexo 7Nelson Silva
 
Dados estatísticos modificados anexo 6
Dados estatísticos modificados anexo 6Dados estatísticos modificados anexo 6
Dados estatísticos modificados anexo 6Nelson Silva
 
Dados estatísticos modificados anexo 5
Dados estatísticos modificados anexo 5Dados estatísticos modificados anexo 5
Dados estatísticos modificados anexo 5Nelson Silva
 
Dados estatísticos modificados anexo 4
Dados estatísticos modificados anexo 4Dados estatísticos modificados anexo 4
Dados estatísticos modificados anexo 4Nelson Silva
 
Dados estatísticos modificados anexo 3
Dados estatísticos modificados anexo 3Dados estatísticos modificados anexo 3
Dados estatísticos modificados anexo 3Nelson Silva
 
Dados estatísticos modificados anexo 2
Dados estatísticos modificados anexo 2Dados estatísticos modificados anexo 2
Dados estatísticos modificados anexo 2Nelson Silva
 
Dados estatísticos modificados anexo 1
Dados estatísticos modificados anexo 1Dados estatísticos modificados anexo 1
Dados estatísticos modificados anexo 1Nelson Silva
 
Capa e gráficos junho 2010 colorido
Capa e gráficos junho 2010 coloridoCapa e gráficos junho 2010 colorido
Capa e gráficos junho 2010 coloridoNelson Silva
 
Dados estatísticos modificados anexo 10
Dados estatísticos modificados anexo 10Dados estatísticos modificados anexo 10
Dados estatísticos modificados anexo 10Nelson Silva
 
Anexo 10 grupos de referência por ciclo e ano de escolaridade na ejai
Anexo 10 grupos de referência por ciclo e ano de escolaridade na ejaiAnexo 10 grupos de referência por ciclo e ano de escolaridade na ejai
Anexo 10 grupos de referência por ciclo e ano de escolaridade na ejaiNelson Silva
 
Anexo 9 matrícula por ciclo e ano de escolaridade na ejai
Anexo 9 matrícula por ciclo e ano de escolaridade na ejaiAnexo 9 matrícula por ciclo e ano de escolaridade na ejai
Anexo 9 matrícula por ciclo e ano de escolaridade na ejaiNelson Silva
 
Anexo 8 grupo de referência na educação infantil por designação
Anexo 8 grupo de referência na educação infantil por designaçãoAnexo 8 grupo de referência na educação infantil por designação
Anexo 8 grupo de referência na educação infantil por designaçãoNelson Silva
 
Anexo 7 matrículas na educação infantil por designação
Anexo 7 matrículas na educação infantil por designaçãoAnexo 7 matrículas na educação infantil por designação
Anexo 7 matrículas na educação infantil por designaçãoNelson Silva
 
Anexo 6 grupos de referência na educação infantil por idade
Anexo 6 grupos de referência na educação infantil por idadeAnexo 6 grupos de referência na educação infantil por idade
Anexo 6 grupos de referência na educação infantil por idadeNelson Silva
 

Mais de Nelson Silva (20)

As transformações do capitalismo
As transformações do capitalismoAs transformações do capitalismo
As transformações do capitalismo
 
As transformações do capitalismo
As transformações do capitalismoAs transformações do capitalismo
As transformações do capitalismo
 
Plano%20 versão%20final%20 %20anexos[1]
Plano%20 versão%20final%20 %20anexos[1]Plano%20 versão%20final%20 %20anexos[1]
Plano%20 versão%20final%20 %20anexos[1]
 
Plano diretor 5[1]
Plano diretor 5[1]Plano diretor 5[1]
Plano diretor 5[1]
 
Dados estatísticos modificados anexo 9
Dados estatísticos modificados anexo 9Dados estatísticos modificados anexo 9
Dados estatísticos modificados anexo 9
 
Dados estatísticos modificados anexo 8
Dados estatísticos modificados anexo 8Dados estatísticos modificados anexo 8
Dados estatísticos modificados anexo 8
 
Dados estatísticos modificados anexo 7
Dados estatísticos modificados anexo 7Dados estatísticos modificados anexo 7
Dados estatísticos modificados anexo 7
 
Dados estatísticos modificados anexo 6
Dados estatísticos modificados anexo 6Dados estatísticos modificados anexo 6
Dados estatísticos modificados anexo 6
 
Dados estatísticos modificados anexo 5
Dados estatísticos modificados anexo 5Dados estatísticos modificados anexo 5
Dados estatísticos modificados anexo 5
 
Dados estatísticos modificados anexo 4
Dados estatísticos modificados anexo 4Dados estatísticos modificados anexo 4
Dados estatísticos modificados anexo 4
 
Dados estatísticos modificados anexo 3
Dados estatísticos modificados anexo 3Dados estatísticos modificados anexo 3
Dados estatísticos modificados anexo 3
 
Dados estatísticos modificados anexo 2
Dados estatísticos modificados anexo 2Dados estatísticos modificados anexo 2
Dados estatísticos modificados anexo 2
 
Dados estatísticos modificados anexo 1
Dados estatísticos modificados anexo 1Dados estatísticos modificados anexo 1
Dados estatísticos modificados anexo 1
 
Capa e gráficos junho 2010 colorido
Capa e gráficos junho 2010 coloridoCapa e gráficos junho 2010 colorido
Capa e gráficos junho 2010 colorido
 
Dados estatísticos modificados anexo 10
Dados estatísticos modificados anexo 10Dados estatísticos modificados anexo 10
Dados estatísticos modificados anexo 10
 
Anexo 10 grupos de referência por ciclo e ano de escolaridade na ejai
Anexo 10 grupos de referência por ciclo e ano de escolaridade na ejaiAnexo 10 grupos de referência por ciclo e ano de escolaridade na ejai
Anexo 10 grupos de referência por ciclo e ano de escolaridade na ejai
 
Anexo 9 matrícula por ciclo e ano de escolaridade na ejai
Anexo 9 matrícula por ciclo e ano de escolaridade na ejaiAnexo 9 matrícula por ciclo e ano de escolaridade na ejai
Anexo 9 matrícula por ciclo e ano de escolaridade na ejai
 
Anexo 8 grupo de referência na educação infantil por designação
Anexo 8 grupo de referência na educação infantil por designaçãoAnexo 8 grupo de referência na educação infantil por designação
Anexo 8 grupo de referência na educação infantil por designação
 
Anexo 7 matrículas na educação infantil por designação
Anexo 7 matrículas na educação infantil por designaçãoAnexo 7 matrículas na educação infantil por designação
Anexo 7 matrículas na educação infantil por designação
 
Anexo 6 grupos de referência na educação infantil por idade
Anexo 6 grupos de referência na educação infantil por idadeAnexo 6 grupos de referência na educação infantil por idade
Anexo 6 grupos de referência na educação infantil por idade
 

início da colonização

  • 1. DISCIPLINA: HISTÓRIA -PROFESSOR NELSON ALUNO (A): _____________________________________ 8º ano de escolaridade - 2010 O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO (...) a principal cousa que me moveu a mandar povoar as ditas terras do Brasil foi para que a gente dela se convertesse à nossa santa fé católica. (...) (trecho da Carta de D. João III, escrita a Tomé de Souza, em 1548) Texto 1: Em Nome da Fé, do Rei e da Lei. Normalmente, se atribui à colonização efetiva do Brasil a uma necessidade do desenvolvimento mercantil e dos interesses políticos portugueses. Mas, a cristianização também teve uma importância decisiva no programa colonizador de Portugal em sua Colônia da América. Num período no qual a religião assumia uma importância fundamental para a vida, o português acreditou realmente em seu papel missionário. A religião forneceu a base ideológica (o motivo) da conquista e da colonização da América e, além disso, encobriu com justificativas as atrocidades cometidas em nome da fé. Portanto, foi motivado por questões materiais, políticas e religiosas ( de conversão dos povos nativos ), que o português se instalou em sua colônia americana. Com início da crise do comércio com o Oriente, o tratamento dispensado às terras americanas passou a ser outro. Para garantir a defesa do território, dar sustentação ao escambo do pau-brasil e buscar metais e pedras preciosas, o governo português iniciou sua política de povoamento. Em 1532, Martin Afonso de Souza fundou a Vila de São Vicente, a primeira na América portuguesa. Mudas de cana-de- açúcar e colonos com experiência no seu cultivo e na produção do açúcar foram trazidos para a América pelo capitão-mor. Entretanto, o território era muito extenso e Martin Afonso de Souza não tinha condições de, sozinho, defendê-lo, povoá-lo e colonizá-lo. Texto 2: As Capitanias Hereditárias Em 1534, para promover o povoamento efetivo e o desenvolvimento da Colônia portuguesa na América, o Rei D. João III instituiu o sistema de Capitanias Hereditárias. Esse sistema consistiu na divisão do território por linhas paralelas ao Equador, que partiam da costa estendendo-se até a linha do Tratado de Tordesilhas, num total de quinze lotes, que foram doados a portugueses, católicos, que tivessem condições de defendê-los e colonizá-los. Os capitães-donatários, que recebiam a doação das capitanias, formavam um grupo composto por pessoas da pequena nobreza, burocratas e comerciantes ligados à Coroa. Recebiam a capitania pela Carta de Doação, um documento que lhes concedia a posse da terra. Como não tinha propriedade plena desse território, mas apenas a posse, não podiam vendê-la ou doá-la. Esse direito era exclusivo do Rei de Portugal. Os direitos e deveres dos capitães-donatários eram definidos através de um documento chamado Foral. No setor administrativo, tinham o direito de doar Sesmarias(lotes de terras não cultivados), de fundar vilas e de exercerem a justiça e o comando militar. No setor econômico, cabia-lhes o domínio das atividades econômicas, o direito à escravização dos índios e uma parte dos impostos cobrados sobre a exploração do pau-brasil, da pesca e da exploração dos metais preciosos (se houvesse). Os objetivos do Estado português em promover a ocupação e o desenvolvimento de sua Colônia na América, por meio das Capitanias Hereditárias, não foram completamente atingidos. Devido a fatores como a falta de recursos, a inexperiência de alguns donatários, as dificuldades de transporte e comunicação e o relacionamento hostil entre portugueses e indígenas, a quase totalidade das Capitanias fracassou. As exceções foram as Capitanias de Pernambuco e São Vicente, que prosperaram graças à implantação da agro-indústria do açúcar. Texto 3: O Governo-Geral Constatando o relativo fracasso do sistema de capitanias, D. João III identificou a necessidade de ações coordenadas de defesa contra índios e corsários, de modo a garantir aos colonos a tranqüilidade necessária para a produção de cana-de- açúcar e o povoamento da Colônia. Assim, implantou o sistema de Governo-Geral, que não eliminou o sistema de Capitanias Hereditárias, mas procurou complementá-lo, com a centralização administrativa nas mãos do governador geral. Criado oficialmente em 1548, o Governo-Geral foi normatizado por um documento denominado Regimento Real. Esse documento concedia ao Governador poderes para nomear funcionários para todas as Capitanias, incentivar a implantação de engenhos, procurar metais preciosos no interior, defender os colonos, explorar o pau-brasil e difundir a fé católica.
  • 2. Os auxiliares diretos do governador eram o ouvidor-mor, responsável pela Justiça, o provedor-mor, encarregado das finanças, e o capitão-mor, responsável pela defesa e vigilância do litoral. Foi escolhida, como sede do Governo-Geral, a capitania da Bahia, resgatada pelo rei de Portugal do filho de Francisco de Pereira Coutinho, o primeiro donatário. A escolha dessa capitania foi motivada por interesses administrativos, pois ela se localizava num ponto médio do nosso litoral, facilitando a comunicação com as demais capitanias. Paralelamente à criação do Governo-Geral, Portugal solicitou ao papa que enviasse ao Brasil um bispo para, em nome da Igreja Católica, coordenar os assuntos religiosos da Colônia. Atendendo ao pedido do rei, o papa criou, em 1551, o primeiro bispado do Brasil, que teve como representante D. Pero Fernandes Sardinha. Os Primeiros Governadores-Gerais - Governo de Tomé de Souza (1549-1553): Tomé de Souza veio ao Brasil numa frota de 06(seis) navios, trazendo, aproximadamente, mil pessoas, entre soldados, degredados e funcionários da sua administração. De toda essa gente, destacam-se os jesuítas, seis ao todo, chefiados pelo Padre Manoel da Nóbrega. Entre os principais problemas enfrentados pelo primeiro governador-geral, estava a luta pelo reconhecimento de sua autoridade, contestada por diversos donatários, entre os quais Duarte Coelho, da próspera capitania de Pernambuco. Tais donatários, mesmo sabendo que Tomé de Souza era representante direto do rei, recusavam-se, na prática, a aceitar suas ordens. Isso gerou uma série de conflitos administrativos que somente com o tempo foram sendo superados. - Governo de Duarte da Costa (1553-1558): Duarte da Costa trouxe outros jesuítas para o Brasil, dentre os quais destacava- se o padre José de Anchieta. O período de governo de Duarte da Costa, foi, do ponto de vista dos interesses administrativos, bastante confuso. Em seu governo ocorreram sérios desentendimentos com o bispo D. Pero Fernandes Sardinha. Ainda durante esse período, em 1555, os franceses tentaram se estabelecer no Rio de Janeiro, fundando ali um povoamento que se chamou França Antártica. Destaca-se a fundação do Colégio de São Paulo, em 25 de janeiro de 1554, pelos padres José de Anchieta e Manoel da Nóbrega. Junto ao Colégio formou-se a vila que deu origem à cidade de São Paulo. - Governo de Mem de Sá (1558-172): Mem de Sá, descrito como violento matador de índios, conseguiu resolver durante seu longo governo uma série de dificuldades deixadas por Duarte da Costa. O mais importantes acontecimentos que marcaram seu período de governo foram: . reconquista do bom relacionamento entre a Igreja e o Governo; . expulsão dos franceses do Rio de Janeiro, em 1567, com ajuda do seu sobrinho Estácio de Sá; . Encaminhamento da solução do problema da escassez de mão-de-obra para a agricultura, por meio da importação de escravos negros. Entre 1572 e 1578, a América Portuguesa viveu uma situação político-administrativa diferente: tentando tornar a administração mais eficiente, o rei D. Sebastião instituiu na Colônia dois Governos-Gerais. Um foi estabelecido ao norte, tendo como sede Salvador, e outro ao sul, com sede no Rio de Janeiro. Mas o resultado insatisfatório levou a Metrópole a reunificar o Governo. Em 1578, a administração foi reunificada, tendo como sede a cidade de Salvador. Em 1580, Portugal e suas colônias passam para o domínio espanhol através da União Ibérica. Texto 4: As Câmaras Municipais A organização político-administrativa do Brasil tinha um caráter central, tendo por base o Governo-Geral. Entretanto, essa administração centralizada tinha um poder mais formal do que prático. Efetivamente, o poder estava descentralizado pelas vilas e municípios, ficando, em geral, nas mãos dos grandes proprietários rurais. Paralelamente à formação das primeiras vilas, também foi sendo estruturada uma administração de âmbito local, a cargo das câmaras municipais. As câmaras municipais eram controladas pelos chamados “homens bons”, representados pelos grandes proprietários de terras, de escravos ou de gado. A atuação administrativa das câmaras era verdadeiramente ampla, abrangendo diversos setores, como o de abastecimento, de tributação, de execução das leis, de relacionamento do colonizador com os indígenas, etc. Assim, as câmaras municipais constituíam poderosos órgãos da administração local, controlados pela aristocracia rural da colônia. Nessa condição, em alguns momentos, opunham-se ao centralismo administrativo, representado pelos órgãos da coroa portuguesa. Atendendo aos interesses dos grandes proprietários de terras, as câmaras municipais assumiam posições autônomas, passando por cima da autoridade dos funcionários e delegados do rei. O poder de fato superava o poder “teórico” da coroa. Essa situação durou até meados do século XVII. Terminado o domínio espanhol (1640), Portugal retomou com força o seu controle sobre sua Colônia na América. Em 1642, foi criado o Conselho Ultramarino, que centralizava as tarefas da administração colonial e, tinha como um dos principais objetivos, reduzir o poder e a autonomia das câmaras municipais, aumentando o poder dos governadores e demais funcionários do rei.