1. BRASÍLIA - DF 11 DE MAIO DE 2007
II DIRETRIZES DE CARDIOPATIA GRAVE
SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
CRITÉRIOS DE INCAPACIDADE
LABORAL EM CARDIOLOGIA
aafiune@arh.com.br
Prof . Dr. Abrahão Afiune Neto
2. Primeira citação - lei 1711 item III artigo 178
do estatuto dos funcionários civis da união
em 28 de outubro de 1952.
1989 lei 7713189 inclusão de SIDA / AIDS
2004 Diário Oficial da União inclusão de:
hepatopatias graves, nefropatias graves,
doença por radiação ionizante e doença de
Parkison.
CARDIOPATIA GRAVE
3. Pode ser:
Cardiopatias Aguda
Cardiopatias crônicas
Cardiopatias crônicas ou agudas com
dependência total de suporte inotrópico.
Cardiopatia Terminal.
CARDIOPATIA GRAVE
DEF em 1952 Doença que leva em caráter temporário ou permanente
a redução da capacidade funcional ao ponto de acarretar risco a vida
ou impedir o servidor de exercer suas atividades.
4. GRAU I Doenças cardíacas com leve limitação de
atividade física.
GRAU II Doenças cardíacas sem limitação da
atividade física.
GRAU III Doenças com nítida limitação da atividade
física.
GRAU IV Doenças cardíacas que imposibilita de
qualquer atividade física mesmo em repouso
geralmente acompanhada de dispnéia, fadiga ou
palpitações.
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE
FUNCIONAL DO CORAÇÃO
5. Historia clinica evolutiva da doença e exame clinico.
Eletrocardiografia em repouso e dinâmica - Holter
Teste ergométrico - Ergoespirometria - Teste de qualidade de vida.
Ecocardiografia em repouso - Esforço - Teste farmacológico
Raio X de tórax no mínimo duas incidências.
Cintilografia miocárdica associada ao teste ergométrico ou com
fármacos
Cinecoronarioventriculografia - Angiotomografia computatorizada.
Angiotomografia - Tomografia coronariana - Angio-ressonância
magnética - Resssonância magnética cardíaca
O Diagnóstico de Cardiopatia Grave é feito, através da
avaliação da capacidade funcional do coração através de:
6. Cardiopatia Isquêmica
Cardiopatia Hipertensiva
Miocardiopatias
Valvopatias
Cardiopatias Congênitas
Arritmias
Pericardiopatias
Aortopatias
Cor Pulmonare Crônico
CARDIOPTATIA GRAVE COMO FAZER O
DIAGNÓSTICO
O quadro clinico com sinais e sintomas associados aos recursos
complementares se relacionam as seguintes cardiopatias:
7. Sem supra de ST - baixo débito cardíaco, sinais de
ICC aguda, Arritmia ventricular maligna, sinais de
disfunção ventricular mecânica em pacientes sem
condições de tratamento cirúrgico ou percutâneo.
Com supra de ST - Choque cardiogênico, sinais de
ICC aguda, Arritmia ventricular maligna, Complicação
mecânica de IAM, Presença de bloqueios e distúrbios
de condução intraventricular, IAM anterior extenso e
com infarto prévio .
CARDIOPATIA ISQUÊMICA FORMA AGUDA
São considerados sinais de gravidade:
8. Angina classes funcionais III e IV da CCS, Clinica de ICC, associada a
isquemia aguda nas formas crônicas, Disfunção ventricular progressiva,
Arritmias graves associadas a quadro anginoso, principalmente
ventriculares (devendo se associar ao ECG, e Holter) .
Exames complementares importante: ECG – Hipertrofia ventricular
esquerda de grande magnitude, fibrilação atrial crônica e arritmias
ventriculares complexas, Teste Ergométrico - angina com carga baixa,
comportamento anormal da Pa diastólica, Ecocardiograma – Fração de
ejeção 40% com alterações segmentares de grande magnitude em
vários segmentos que modificam a contratilidade ventricular.,
Cinecoronarioventriculografia é de grande importância na definição.
CARDIOPATIA ISQUÊMICA - FORMA CRÔNICA
ANGINA ESTÁVEL
São considerados sinais de gravidade:
9. Hipertensão arterial, 70 anos, diabetes,
hipercolesterolemia familiar, vasculopatia
aterosclerótica importante em carótidas,
membros inferiores, renais e cerebrais.
Pós IAM, É importante a delimitação da
necrose, pois é uma marca de gravidade, e a
disfunção ventricular esquerda pelas áreas
de (hipocinesia, acinesia e discinesia),
quando o tratamento adequado melhorar ou
abolir as alterações, o conceito de gravidade
deverá ser reavaliado e reconsiderado.
FATORES DE RISCO ASSOCIADOS
10. Hipertrofia Ventricular esquerda no ECG, e Ecocardiograma , que não
regride com tratamento.
Disfunção Ventricular Esquerda Sistolica com FE 40%
Arritmias supraventriculares e ventriculares complexas relacionadas a
hipertensão.
Cardiopatia Isquêmica grave associada.
Comprometimento cerebral por AIT, AVC isquêmico ou hemorrágico .
Presença de comprometimento Renal como Insuficiência Renal Crônica
Aneurisma e/ou dissecção da aorta , trombose arterial periférica , estenose
de carótida 70%.
Hemorragias, exudatos e papiledemas retinianos sem regressão com
tratamento.
CARDIOPATIA HIPERTENSIVA
A definição de Cardiopatia Grave, não depende dos níveis tensionais, e sim
da concomitância de lesões em órgãos alvos, sendo caracterizada por:
11. Miocardiiopatias Hipertróficas: sinais de gravidade um ou mais fatores como:
história de Síncope, ICC, Angina, embolia sistêmica, hipertrofia moderada a
severa acompanhada de: alter. isquêmicas, cardiomegalia, disf. vent.esquerda
com FE 40%, arritmias ventriculares complexas, IM importante, DAC grave
associada, e forma obstrutiva com gradiente de saída 50%.
Miocardiopatias Dilatadas: um ou mais fatores como - Tromboembolismos
sistêmicos, cardiomegalia importante, ritmo de galope de B3 com CF III e IV, FE
40%, FA, arritmias ventriculares complexas.
Miocardiopatias Restritivas: um ou mais fatores como: fenômenos
tromboembólicos, cardiomegalia acentuada, ICC CF III e IV, envolvimento de
VD, fibrose miocardica acentuada, IM e/ou IT.
Cardiopatia Chagásica Crônica: Síncope, Tromboembolismo, cardiomegalia
acentuada, ICC CF III e IV, FA, arritmias ventriculares complexas, bloqueios bi,
trifasiculares, BAV total.
MIOCARDIOPATIAS
12. INSUFICIÊNCIA MITRAL - Presença de ICC CF III e IV, sinais
progressivos de SAE e SVE, FA, sinais de congestão
venocapilar pulmonar, e hipertensão pulmonar, presença de IM
de grande magnitude com comprometimento progressivo da
função ventricular sistólica.
ESTENOSE MITRAL - Fenômenos tromboembólicos, episódios
de edema pulmonar agudo, ICC CF III e IV, FA, sinais de IT,
sinais de SVD, hipertensão venocapilar pulmonar, sinais de
hipertensão arteriolar pulmonar, PSAP 50 mmhg.
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA – ICC CF III e IV, sinais de baixo
débito cerebral, síndrome de Marfan associada, pressão
diastólica próxima de zero FE 40, piora progressiva dos
parâmetros da função sistólica ventricular esquerda, fração de
regurgitação 60%.
VALVOPATIAS
13. ESTENOSE AÓRTICA - Sintomas de baixo débito
cerebral, angina de peito, pressão arterial diferencial
reduzida, sinais de SVE importante, FA, arritmias
ventriculares complexas, BAVT, gradiente médio de
pressão transvalvar aórtica 50 mm/hg e máximo 70
mm/hg.
PROLAPSO VALVAR MITRAL - História de Síncope,
Síndrome de Marfan associada, arritmias ventriculares
complexas, FA, IM importante, rotura de cordoalhas
téndineas, cardiomegalia.
PORTADORES DE PROTÉSES CARDÍACAS - hemólise,
sinais de disfunção protética ou crônica, história de
endocardite pregressa ou atual.
VALVOPATIAS
14. PERICARDITES - Graves principalmente nas
situações de extrema restrição de enchimento
ventricular, com sinais de congestão circulatória
periférica, hepatomegalia, principalmente por
tuberculose e por radiação.
COR PULMONARE CRÔNICO - manifestações de
hipóxia cerebral e periférica, insuficiência
cardíaca direita, crises sincopais, sinais de SVD
importante, PSAP 60 mm/hg, IT importante,
insuficiência pulmonar e tricúspides
15. Crises hipoxêmicas, com ICC CF III e IV, arritmias
ventriculares potencialmente malignas
Doença arterial pulmonar, Hipertrofia ventricular
direita, cardiopatias complexas.
Sobrecargas diastólicas ventriculares associadas a
hipocontratilidade ventricular acentuada
Sobrecargas sistólicas ventriculares com hipertrofia
importante e desproporcionadas
Cardiopatias hipertróficas acentuadas nas formas
crônicas com defeitos corrigidos com ICE, ICD e ICC.
CARDIOPATIAS CONGÊNITA são graves quando apresentam:
16. As doenças da aorta são patologias com morbi-
mortalidade elevada portanto de grande importância
como cardiopatias graves
Aneurisma de Aorta Torácica - são considerados
pontos de gravidade, pacientes de alto risco cirúrgico,
portadores de síndrome de Marfan, válvula aórtica
bicúspide estados hipermetabolicos (gestação).
Dissecção Aorta - associação a síndrome de Marfan,
envolvimento com órgão alvo, progressão retrógrada
ou anterógrada da lesão intimal
Hematoma de Aorta - localizados na porção proximal
da aorta são de pior prognósticos.
DOENÇAS DA AORTA
17. Segundo Besser “não confundir gravidade de uma cardiopatia
com Cardiopatia Grave uma entidade médico – pericial”.
Cardiopatia Grave - não basear em dados de uma entidade
clínica, e sim em aspectos de gravidade das cardiopatias, em
perspectiva com capacidade de exercer as funções laborativas,
um dos fatores considerados importantes no julgamento pericial
de incapacitação.
Procedimentos intervencionistas e cirúrgicos na medicina
pericial são apenas parte da estratégia terapêutica aplicada aos
doentes e obviamente não sejam considerados uma doença
propriamente dita mas correspondem a uma enfermidade
cardiovascular importante subjacente, devendo ser avaliadas em
relação as deficiências funcionais que imputam sobre a
capacitação laboral do doente.
CONCLUSÃO
18. Muitos pacientes com cirurgia ou procedimentos
intervencionistas, alteram a história natural da
doença para melhor, com modificação da categoria
da gravidade da cardiopatia pelo menos no momento
da avaliação.
Portanto considera-se um servidor (ativo ou inativo)
portador de Cardiopatia Grave, quando, ocorrer uma
doença cardíaca, que acarrete o total e definitivo
impedimento das condições laborativas, com
expectativa de vida reduzida ou diminuída, baseados
na documentação e no diagnóstico da cardiopatia.
CONCLUSÃO