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“Mulher com Sombrinha”,
Claude Monet, 1875, óleo
sobre tela.
A renovação
artística e cultural
da segunda metade do
século XIX
Surge o estilo artístico
“Impressionismo”
“ O Baile no Moulin de la Galette“, Pierre-Auguste Renoir, 1876,
óleo sobre tela.
A tela ”Baile no Moulin de la Galette”, do pintor francês
Pierre-Auguste Renoir (1841-1919), retrata a alegria desse salão
parisiense de dança ao ar livre.
Renoir conseguiu transpor para a tela toda a festividade, a
cor e o divertimento dos pares dançando no centro do salão.
A virada do século
Durante a segunda metade do século XIX, as revoluções burguesas
triunfaram em grande parte do mundo ocidental, e impuseram-se sistemas de
governo mais democráticos. Além das mudanças de ordem política, houve
transformações decisivas na percepção do mundo e nas relações humanas.
A Revolução Industrial, iniciada em meados do século XVIII na
Inglaterra, causou profundas transformações no modo de vida.
O desenvolvimento industrial afetou a economia, ao mesmo tempo
que ocorria um intenso crescimento demográfico.
Os meios de transporte e de comunicação (trem, barco a vapor,
telégrafo) aperfeiçoaram-se de maneira assombrosa.
O crescimento desmedido das cidades resultou da industrialização, e
a multiplicação de notícias e imagens surgiu com o fortalecimento da
imprensa e a invenção da fotografia.
Arte vigente
Em todos os tempos o artista sempre encontrou muita dificuldade em
obter renda suficiente para a sua subsistência. Até hoje, para conquistar uma
clientela, artistas procuram lugares para expor suas obras.
Na França, a criação da Academia Real de Pintura e Escultura, em
1648, garantiu trabalho para alguns artistas escolhidos para atuar na corte de
Luís XIV.
Mas, se por um lado esses artistas resolveram suas questões
financeiras, de outro, limitaram suas obras aos gêneros mitológicos,
religiosos e históricos, à natureza-morta, às paisagens e, é claro, aos retratos
desses clientes.
Esses temas continuaram dominando os Salões anuais ou bienais ao
longo do século XIX, mesmo a Academia tendo sido suprimida no fim do século
anterior e criada a Escola de Belas Artes.
Isso porque a Escola manteve os parâmetros da Academia e quem
escolhia as obras para serem expostas eram pintores e escultores
professores que atuavam lá.
“Avenida da Ópera de Paris e praça do teatro francês”, Camille Pissarro, 1898. Óleo
sobre tela, 73 x 91 cm. Museu County, Los Angeles, Estados Unidos.
CONTEXTO
O que uma obra de arte pode nos contar?
Um pouco da personalidade do artista que a fez, o momento
histórico, o estilo de vida e as preferências de uma época são algumas
possíveis respostas para essa pergunta.
O século XIX é a época em que a velocidade, o dinamismo, o
progresso e a inovação podem ser percebidos em todas as áreas da
sociedade.
Isso porque, exceto pela Inglaterra (cujo início foi em 1760), a França
e o resto da Europa viveram o início da Revolução Industrial em 1850.
As mudanças trazidas com a Revolução Industrial foram radicais:
 Substituição da produção artesanal pela industrial, dando início ao
trabalho assalariado e trazendo um novo ritmo de vida, acelerado.
 Passagem da vida rural para a urbana, com grande migração para os
centros urbanos.
 Invenções para suprir as novas necessidades da indústria e da vida
moderna: lâmpada elétrica, fotografia, telefone, automóvel e cinema
são apenas algumas entre muitas.
 Na pintura, as mudanças foram traduzidas em pinceladas rápidas, na
experimentação de novas técnicas, novos enquadramentos e novos
temas das obras.
Também mudou radicalmente o conceito estético que tinha servido de guia
para a produção artística durante os séculos anteriores e surgiram novas vias de
investigação nessa área que resultaram em formas de expressão muito diferentes
das aplicadas até aquele momento.
É possível ver toda a sua estrutura, projetada pelo engenheiro e arquiteto
Gustave Eiffel (1832-1923), pois essa armação é vazada.
A torre Eiffel foi
construída no centro de Paris,
França, entre 1887 e 1889 para
a Exposição Universal.
Medindo mais de 300
metros de altura.
Atualmente é utilizada
como torre de transmissão de
rádio e como ponto turístico,
além de ser um dos mais
famosos cartões-postais do
mundo.
Impressionismo
Manet e as origens do Impressionismo
A origem do Impressionismo data dos anos 1860, quando, em
Paris, vários amigos que eram pintores passaram a retratar a realidade
que os rodeava a partir de sensações visuais, traduzidas na tela por
pinceladas rápidas.
Eles abriram mão de retratar grandes temas históricos e
mitológicos, impostos pela pintura oficial, mas distantes do cotidiano
do artista e do espectador/consumidor de arte e passaram a retratar a
vida das ruas e dos lugares de lazer — bares, cafés, cabarés —, tanto
na capital quanto no interior.
Os artistas pintavam os jardins de suas casas e os caminhos e
paisagens dos arredores delas.
O nascimento da arte moderna
Em Paris, em 1874, um grupo de pintores independentes — entre
eles, Claude Monet, Pierre-Auguste Renoir, Alfred Sisley, Edgar Degas,
Paul Cézanne, Camille Pissarro e Berthe Morisot — organizou uma
exposição no estúdio do fotógrafo Félix Nadar.
Devido a uma crítica à tela de Claude Monet, Impressão: sol
nascente, escrita por Louis Leroy e publicada na revista Le Charivari, esses
pintores passaram a ser chamados impressionistas.
O Impressionismo não foi um movimento homogêneo, e os termos
“impressionista” e “impressionismo” difundiram-se a partir da segunda
mostra coletiva desse grupo de artistas independentes, em 1876.
Impressão: sol nascente, 1873, Claude Monet (1840-1926 Óleo sobre tela, 48 x 63 cm. Museu
Marmottan, Paris, França.
Regatas em Argenteuil, 1872, Claude Monet (1840-1926). Óleo sobre tela, 48 x 73 cm,
Museu d'Orsay, Paris, França.
Guarda-chuvas, 1883, Pierre-Auguste
Renoir (1841-1919). Óleo sobre tela,
80 x 114 cm. Galeria Nacional, Londres,
Inglaterra.
No café Père Lathuille, 1879, Édouard Manet (1832-1883. Óleo sobre tela,
92 x 112 cm. Museu de Belas Artes, Tournai, Bélgica.
Sem seguir a “cartilha” da pintura oficial, eles foram marginalizados
pela estrutura artística estatal francesa, que selecionava as obras a ser
admitidas nos salões.
A desconexão desses artistas com a arte oficial e as afinidades que
mantinham entre si os agruparam em torno de Édouard Manet, o mais velho
deles. Foi Manet quem empreendeu o esforço inicial para diminuir a
importância do tema na pintura.
De sólida formação cultural e fina ironia, Manet revelou as
contradições que pesavam sobre a suposta valorização artística das pinturas
enviadas aos salões, sempre dependentes de questões morais e da rigidez
dos temas ditados pelo sistema. Em 1863, sua tela Almoço na relva foi
rejeitada pelo júri do Salão Oficial, classificada como obscena, tornando-se a
peça simbólica do Salão dos Rejeitados.
A razão da recusa da tela pela Academia teve fundo moral: Manet
retratara uma dupla de aristocratas, usando roupas contemporâneas, fazendo
um piquenique na relva do parque ao lado de uma mulher nua. Ao fundo,
uma outra moça, apenas de lingerie, banhava-se no lago.
Até então, a nudez em uma obra de arte só era admitida quando
representada em um tempo e espaço muito distantes.
Almoço na relva, 1863, Édouard Manet (1832-1883). Óleo sobre tela, 208 x 264 cm.
Museu d'Orsay, Paris, França.
No Salão da Real Academia Francesa de Pintura e Escultura
ocorria a única exposição oficial da França.
Em 1863, para atender aos pedidos dos artistas que tiveram
suas obras rejeitadas pelo Salão Oficial, Napoleão III mandou
organizar uma exposição paralela, em Paris, intitulada Salão dos
Rejeitados. Essa mostra passou a concorrer com a do Salão oficial e
tornou-se um marco do Impressionismo.
O Impressionismo e seu tempo
O Impressionismo foi uma escola pictórica que se desenvolveu na
França na segunda metade do século XIX. Os artistas dessa escola
produziram obras a partir da impressão visual imediata do cenário
observado. Essa observação era feita geralmente ao ar livre, e os artistas
não faziam rascunhos — procuravam pintar diretamente na tela, com
pinceladas soltas e cores puras, aquilo que sua percepção lhes ditava.
As imagens a seguir são reproduções de pinturas da catedral de
Rouen, França, feitas por Claude Monet em diferentes momentos do dia.
Pinturas do mesmo prédio realizadas por Claude Monet (1840-1926), em
diferentes períodos do ano:
(A) Catedral de Rouen à luz da manhã, 1894. Óleo sobre tela, 100 x 65 cm.
Museu J. Paul Getty, Los Angeles, Estados Unidos.
(B) Catedral de Rouen sob sol pleno, 1893. Óleo sobre tela, 107 x 73 cm.
Museu d'Orsay, Paris, França.
(C) A catedral de Rouen, no final da tarde, 1892. Óleo sobre tela, 100 x 65
cm. Museu Marmottan Monet, Paris, França.
Inovações técnicas nos materiais usados pelos pintores, como
novos tecidos industriais para as telas e tubos de tinta portáteis, com os
pigmentos de cor prontos para uso, sem que o artista precisasse prepará-
los. Além de cores mais vivas, a tinta industrializada permitiu mais
materialidade na superfície da pintura, que ganhou grossas camadas.
Com a invenção da fotografia e o amadurecimento das
experiências em virtude da nova técnica pictórica, a possibilidade de vários
enquadramentos em um mesmo plano pôs em xeque a pintura tradicional.
A chegada de estampas japonesas à Europa difundiu um olhar
muito diferente do ocidental para a perspectiva — nessas imagens, o
espaço é plano e há um gosto bastante diferente para as cores vivas e
luminosas.
(A) Entardecer chuvoso sobre Atake e a grande ponte Ohashi, 1856-
1858, técnica xilogravura pintor Utagawa Hiroshige (1797-1858).
(B) Ponte sob a chuva, 1887, técnica óleo sobre tela, 73 x 54 cm, pintor
Vincent van Gogh (1853-1890).
A cultura japonesa era desconhecida no Ocidente na época dos
impressionistas. A influência de suas obras artísticas teve início em
meados do século XIX com exposições que aconteceram na Europa, em
especial na Inglaterra e na França.
As xilogravuras japonesas foram muito admiradas por
impressionistas como Manet e Degas e tiveram grande impacto em suas
obras. Mais tarde, elas também influenciaram o trabalho de Van Gogh,
artista pós-impressionista.
Essa influência da arte japonesa no trabalho de artistas ocidentais
recebeu o nome japonismo.
A fotografia mudou o pensamento artístico do século XIX
O inventor francês Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833) obteve as
primeiras imagens fotográficas em 1793. Mas, as imagens que registrava
logo desapareciam. Ele batizou seu processo de registro de imagens de
heliografia, em que demorava cerca de oito horas para produzir uma
imagem real.
Apesar de Niépce ter produzido as primeiras imagens fotográficas,
quem ficou conhecido como o “inventor da fotografia” foi Louis-Jacques
Daguerre (1787-1851), físico e inventor que, em 1839, apresentou na
Academia Francesa de Ciência, em Paris, um aparelho
chamado daguerreótipo.
Louis Daguerre, 1844, fotografia feita por Jean-Baptiste
Sabatier-Blot (1801-1881).
No daguerreótipo a imagem era captada sobre uma placa de cobre
recoberta por uma fina camada de prata que depois passava por um processo
químico para revelar essa imagem. A daguerreotipia foi utilizada na Europa até 1850;
no Brasil, até cerca de 1870; e nos Estados Unidos, até 1890.
Félix Nadar (1820-1910)
foi um famoso fotógrafo francês.
Produziu suas primeiras
fotografias em 1853 e, em 1858,
ficou famoso por fazer as
primeiras fotografias aéreas de
Paris, ao sobrevoar a cidade
num balão de ar quente.
D. Pedro II, c. 1851. Foto de Abraham
Buvelot (1814-1888).
A daguerreotipia foi trazida
ao Brasil por Louis Compte, abade
de uma corveta francesa, que em
1840 fez uma demonstração
para Dom Pedro II (1825-1891).
Entusiasmado, o jovem
imperador comprou seu próprio
aparelho e passou a registrar
pessoas, paisagens e cenas do
cotidiano da família real.
O Largo do Paço retratado em daguerreótipo, 7 x 9 cm, por Louis
Compte no Rio de Janeiro, em 1840. Coleção Dom Pedro de Orleans e Bragança.
A partir de então, ricos fazendeiros encomendavam
daguerreótipias (fotografias) de suas famílias, que posavam trajando suas
melhores roupas e jóias. Assim podemos conhecer imagens desse
período de nossa história.
O registro de imagens por meio do daguerreótipo trouxe
questionamentos sobre a necessidade de reproduzir fielmente a
realidade através da pintura; assim, nos últimos anos do século XIX, os
pintores das novas tendências artísticas, como o Impressionismo,
passaram a registrar o mundo que os circundava a partir de suas
impressões pessoais, deixando de lado a fidelidade na reprodução de
imagens.
Ponte em Villeneuve La Garenne, 1872, Alfred Sisley (1839-1899),
técnica óleo sobre tela, 49,5 x 65,4cm.
Havre, Paris, 1893, Camille Pissarro (1830-1903), técnica óleo sobre tela,
60,1 x 73,5 cm.
Ponte japonesa e os nenúfares, 1899, Claude Monet (1840-
1926), técnica óleo sobre tela, 89,2 x 93,3 cm.
Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) aplicou a visão impressionista à figura
humana, feita sempre a partir de pequenas pinceladas de tinta a óleo. Muitos críticos
acreditam que o início de sua carreira como pintor de porcelanas — atividade que
exigia precisão e delicadeza no ato de pintar — influenciou diretamente sua técnica.
Renoir tinha grande preocupação com as variações de tom e os brilhos que os efeitos
de luz produziam na pele.
As imagens são formadas a partir de manchas de cor que se misturam
segundo a percepção visual de quem observa a tela. Um vestido aparentemente azul,
por exemplo, é na verdade formado por várias tonalidades que, a distância, produzem a
percepção dessa cor e suas variações nas dobras e no volume do tecido.
Nos últimos anos de vida, Renoir voltou ao desenho mais acadêmico,
atribuindo menos importância à cor na composição.
Perto da água, c. 1880, Pierre-Auguste Renoir (1841-1919), técnica óleo
sobre tela, 46,2 x 55,4 cm.
Então, o impressionismo foi uma pesquisa realizada pelos pintores, para descobrir
como o raios solares modifica as cores de tudo que está sob seu reflexo.
E por precisarem registrar rapidamente essas cores e suas tonalidades, os artistas
precisaram realizar suas pintura de forma rápida. Para que isso fosse possível, as figuras
perderam seus contornos e detalhes.
E com isso, descobriu-se que o olho humano consegue identificar uma figura
apesar de que na tela, ela não está como uma cópia fiel. Por exemplo, observe as figuras
presentes na tela abaixo:
Impressionismo no Brasil
No início do século XX, um dos artistas que aderiram ao
movimento impressionista no Brasil foi Eliseu Visconti (1866-1944),
que produziu telas de grande qualidade técnica e beleza plástica.
Expôs inúmeras de suas obras, alcançando reconhecimento
do público e da crítica ainda em vida. Foi nomeado professor da
prestigiada Escola Nacional de Belas--Artes do Rio de Janeiro.
Jardim de Luxemburgo, 1905, Eliseu Visconti (1866-1944),
técnica óleo sobre tela, 50 x 60 cm. Coleção particular.
Autorretrato do artista Pedro Américo de Figueiredo e Melo, que foi
pintor, poeta e romancista. E em 1853 aos 10 anos de idade, foi escolhido
como desenhista da missão científica do naturalista francês Louis Jacques
Brunet para estudar a flora e da fauna do Nordeste do Brasil.
Autorretrato do artista
José Ferraz de Almeida Júnior
(1850-1899), óleo sobre tela, 41 x
32,4 cm. Nasceu em Itu (SP) e
tornou-se artista ainda jovem,
produzindo obras de temática
sacra para a igreja de sua cidade
natal.
Em 1869, graças a uma
coleta de fundos efetuada pelo
pároco da igreja, conseguiu
transferir-se para o Rio de Janeiro,
onde iniciou seus estudos na
Academia Imperial de Belas Artes
e teve como professores Jules Le
Cheval (c. 1810-1872) e Victor
Meirelles (1832-19023).
Ao concluir os estudos,
voltou para Itu e abriu um ateliê
onde dava aulas e pintava sob
encomenda.
Autorretrato, 1902,
do artista Eliseu Visconti
(1866-1944), técnica Óleo
sobre tela, 64 x 48 cm.
Eliseu talvez tenha sido o
artista que melhor
representou o
Impressionismo no Brasil
no início do século XX.
Nascido na Itália
em 1866, meses depois
emigrou com a família para
o Rio de Janeiro. Eliseu
estudou no Liceu de Artes e
Ofícios e na Academia
Imperial de Belas Artes.
Autorretrato, 1908, do artista
Arthur Timótheo da Costa (1882-
1922), técnica óleo sobre tela, 41 x
33 cm. Arthur foi pintor, desenhista,
cenógrafo e decorador.
De origem muito pobre,
cursou desenho de moedas e selos
na Casa da Moeda no Rio de
Janeiro.
Em 1894, inscreveu-se na Escola
Nacional de Belas Artes.
Em 1911, foi para a Itália
com um grupo de artistas que iriam
decorar o Pavilhão Brasileiro na
Exposição Internacional de Turim.
Expôs no Salão de Paris e
recebeu medalha de prata em 1913 e
1919, e medalha de ouro em 1920.
Fundou em 1919 a Sociedade
Brasileira de Belas Artes do Rio de
Janeiro.
Nasce o cinema em Paris
O cinema nasceu no final do século XIX, precisamente em 28
de dezembro de 1895, em Paris, quando o primeiro filme foi projetado
para pouco mais de 30 pessoas com a ajuda de um aparelho
chamado cinematógrafo, aparato inventado e patenteado pelos irmãos
Auguste (1862-1954) e Louis (1864-1948) Lumière, em 13 de fevereiro
de 1895.
O cinematógrafo foi o resultado de anos de pesquisa sobre o
movimento, seu registro e sua reprodução.
Fenacistoscópio,
do grego espectador
ilusório, é um dispositivo
inventado por Joseph
Plateau para demonstrar a
sua teoria da persistência
na retina em 1829.
Consiste em
vários desenhos de um
mesmo objeto, em
posições ligeiramente
diferentes, distribuídos por
uma placa circular lisa.
Cinematógrafo.
A partir do aprimoramento do
daguerreótipo, (máquina fotográfica) temos na
arte contemporânea as Macrofotografias.
O surgimento do Impressionismo
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9o. ano os ismos da arte moderna- Os Impressionistas: monet- renoir- degas)...
 

O surgimento do Impressionismo

  • 1. “Mulher com Sombrinha”, Claude Monet, 1875, óleo sobre tela.
  • 2. A renovação artística e cultural da segunda metade do século XIX Surge o estilo artístico “Impressionismo”
  • 3. “ O Baile no Moulin de la Galette“, Pierre-Auguste Renoir, 1876, óleo sobre tela.
  • 4. A tela ”Baile no Moulin de la Galette”, do pintor francês Pierre-Auguste Renoir (1841-1919), retrata a alegria desse salão parisiense de dança ao ar livre. Renoir conseguiu transpor para a tela toda a festividade, a cor e o divertimento dos pares dançando no centro do salão.
  • 5. A virada do século Durante a segunda metade do século XIX, as revoluções burguesas triunfaram em grande parte do mundo ocidental, e impuseram-se sistemas de governo mais democráticos. Além das mudanças de ordem política, houve transformações decisivas na percepção do mundo e nas relações humanas. A Revolução Industrial, iniciada em meados do século XVIII na Inglaterra, causou profundas transformações no modo de vida. O desenvolvimento industrial afetou a economia, ao mesmo tempo que ocorria um intenso crescimento demográfico. Os meios de transporte e de comunicação (trem, barco a vapor, telégrafo) aperfeiçoaram-se de maneira assombrosa. O crescimento desmedido das cidades resultou da industrialização, e a multiplicação de notícias e imagens surgiu com o fortalecimento da imprensa e a invenção da fotografia.
  • 6. Arte vigente Em todos os tempos o artista sempre encontrou muita dificuldade em obter renda suficiente para a sua subsistência. Até hoje, para conquistar uma clientela, artistas procuram lugares para expor suas obras. Na França, a criação da Academia Real de Pintura e Escultura, em 1648, garantiu trabalho para alguns artistas escolhidos para atuar na corte de Luís XIV. Mas, se por um lado esses artistas resolveram suas questões financeiras, de outro, limitaram suas obras aos gêneros mitológicos, religiosos e históricos, à natureza-morta, às paisagens e, é claro, aos retratos desses clientes.
  • 7. Esses temas continuaram dominando os Salões anuais ou bienais ao longo do século XIX, mesmo a Academia tendo sido suprimida no fim do século anterior e criada a Escola de Belas Artes. Isso porque a Escola manteve os parâmetros da Academia e quem escolhia as obras para serem expostas eram pintores e escultores professores que atuavam lá.
  • 8. “Avenida da Ópera de Paris e praça do teatro francês”, Camille Pissarro, 1898. Óleo sobre tela, 73 x 91 cm. Museu County, Los Angeles, Estados Unidos.
  • 9. CONTEXTO O que uma obra de arte pode nos contar? Um pouco da personalidade do artista que a fez, o momento histórico, o estilo de vida e as preferências de uma época são algumas possíveis respostas para essa pergunta. O século XIX é a época em que a velocidade, o dinamismo, o progresso e a inovação podem ser percebidos em todas as áreas da sociedade. Isso porque, exceto pela Inglaterra (cujo início foi em 1760), a França e o resto da Europa viveram o início da Revolução Industrial em 1850.
  • 10. As mudanças trazidas com a Revolução Industrial foram radicais:  Substituição da produção artesanal pela industrial, dando início ao trabalho assalariado e trazendo um novo ritmo de vida, acelerado.  Passagem da vida rural para a urbana, com grande migração para os centros urbanos.  Invenções para suprir as novas necessidades da indústria e da vida moderna: lâmpada elétrica, fotografia, telefone, automóvel e cinema são apenas algumas entre muitas.  Na pintura, as mudanças foram traduzidas em pinceladas rápidas, na experimentação de novas técnicas, novos enquadramentos e novos temas das obras.
  • 11. Também mudou radicalmente o conceito estético que tinha servido de guia para a produção artística durante os séculos anteriores e surgiram novas vias de investigação nessa área que resultaram em formas de expressão muito diferentes das aplicadas até aquele momento.
  • 12. É possível ver toda a sua estrutura, projetada pelo engenheiro e arquiteto Gustave Eiffel (1832-1923), pois essa armação é vazada. A torre Eiffel foi construída no centro de Paris, França, entre 1887 e 1889 para a Exposição Universal. Medindo mais de 300 metros de altura. Atualmente é utilizada como torre de transmissão de rádio e como ponto turístico, além de ser um dos mais famosos cartões-postais do mundo.
  • 13. Impressionismo Manet e as origens do Impressionismo A origem do Impressionismo data dos anos 1860, quando, em Paris, vários amigos que eram pintores passaram a retratar a realidade que os rodeava a partir de sensações visuais, traduzidas na tela por pinceladas rápidas. Eles abriram mão de retratar grandes temas históricos e mitológicos, impostos pela pintura oficial, mas distantes do cotidiano do artista e do espectador/consumidor de arte e passaram a retratar a vida das ruas e dos lugares de lazer — bares, cafés, cabarés —, tanto na capital quanto no interior. Os artistas pintavam os jardins de suas casas e os caminhos e paisagens dos arredores delas.
  • 14. O nascimento da arte moderna Em Paris, em 1874, um grupo de pintores independentes — entre eles, Claude Monet, Pierre-Auguste Renoir, Alfred Sisley, Edgar Degas, Paul Cézanne, Camille Pissarro e Berthe Morisot — organizou uma exposição no estúdio do fotógrafo Félix Nadar. Devido a uma crítica à tela de Claude Monet, Impressão: sol nascente, escrita por Louis Leroy e publicada na revista Le Charivari, esses pintores passaram a ser chamados impressionistas. O Impressionismo não foi um movimento homogêneo, e os termos “impressionista” e “impressionismo” difundiram-se a partir da segunda mostra coletiva desse grupo de artistas independentes, em 1876.
  • 15. Impressão: sol nascente, 1873, Claude Monet (1840-1926 Óleo sobre tela, 48 x 63 cm. Museu Marmottan, Paris, França.
  • 16. Regatas em Argenteuil, 1872, Claude Monet (1840-1926). Óleo sobre tela, 48 x 73 cm, Museu d'Orsay, Paris, França.
  • 17. Guarda-chuvas, 1883, Pierre-Auguste Renoir (1841-1919). Óleo sobre tela, 80 x 114 cm. Galeria Nacional, Londres, Inglaterra.
  • 18. No café Père Lathuille, 1879, Édouard Manet (1832-1883. Óleo sobre tela, 92 x 112 cm. Museu de Belas Artes, Tournai, Bélgica.
  • 19. Sem seguir a “cartilha” da pintura oficial, eles foram marginalizados pela estrutura artística estatal francesa, que selecionava as obras a ser admitidas nos salões. A desconexão desses artistas com a arte oficial e as afinidades que mantinham entre si os agruparam em torno de Édouard Manet, o mais velho deles. Foi Manet quem empreendeu o esforço inicial para diminuir a importância do tema na pintura. De sólida formação cultural e fina ironia, Manet revelou as contradições que pesavam sobre a suposta valorização artística das pinturas enviadas aos salões, sempre dependentes de questões morais e da rigidez dos temas ditados pelo sistema. Em 1863, sua tela Almoço na relva foi rejeitada pelo júri do Salão Oficial, classificada como obscena, tornando-se a peça simbólica do Salão dos Rejeitados. A razão da recusa da tela pela Academia teve fundo moral: Manet retratara uma dupla de aristocratas, usando roupas contemporâneas, fazendo um piquenique na relva do parque ao lado de uma mulher nua. Ao fundo, uma outra moça, apenas de lingerie, banhava-se no lago. Até então, a nudez em uma obra de arte só era admitida quando representada em um tempo e espaço muito distantes.
  • 20. Almoço na relva, 1863, Édouard Manet (1832-1883). Óleo sobre tela, 208 x 264 cm. Museu d'Orsay, Paris, França.
  • 21. No Salão da Real Academia Francesa de Pintura e Escultura ocorria a única exposição oficial da França. Em 1863, para atender aos pedidos dos artistas que tiveram suas obras rejeitadas pelo Salão Oficial, Napoleão III mandou organizar uma exposição paralela, em Paris, intitulada Salão dos Rejeitados. Essa mostra passou a concorrer com a do Salão oficial e tornou-se um marco do Impressionismo.
  • 22. O Impressionismo e seu tempo O Impressionismo foi uma escola pictórica que se desenvolveu na França na segunda metade do século XIX. Os artistas dessa escola produziram obras a partir da impressão visual imediata do cenário observado. Essa observação era feita geralmente ao ar livre, e os artistas não faziam rascunhos — procuravam pintar diretamente na tela, com pinceladas soltas e cores puras, aquilo que sua percepção lhes ditava. As imagens a seguir são reproduções de pinturas da catedral de Rouen, França, feitas por Claude Monet em diferentes momentos do dia.
  • 23. Pinturas do mesmo prédio realizadas por Claude Monet (1840-1926), em diferentes períodos do ano: (A) Catedral de Rouen à luz da manhã, 1894. Óleo sobre tela, 100 x 65 cm. Museu J. Paul Getty, Los Angeles, Estados Unidos. (B) Catedral de Rouen sob sol pleno, 1893. Óleo sobre tela, 107 x 73 cm. Museu d'Orsay, Paris, França. (C) A catedral de Rouen, no final da tarde, 1892. Óleo sobre tela, 100 x 65 cm. Museu Marmottan Monet, Paris, França.
  • 24. Inovações técnicas nos materiais usados pelos pintores, como novos tecidos industriais para as telas e tubos de tinta portáteis, com os pigmentos de cor prontos para uso, sem que o artista precisasse prepará- los. Além de cores mais vivas, a tinta industrializada permitiu mais materialidade na superfície da pintura, que ganhou grossas camadas. Com a invenção da fotografia e o amadurecimento das experiências em virtude da nova técnica pictórica, a possibilidade de vários enquadramentos em um mesmo plano pôs em xeque a pintura tradicional. A chegada de estampas japonesas à Europa difundiu um olhar muito diferente do ocidental para a perspectiva — nessas imagens, o espaço é plano e há um gosto bastante diferente para as cores vivas e luminosas.
  • 25. (A) Entardecer chuvoso sobre Atake e a grande ponte Ohashi, 1856- 1858, técnica xilogravura pintor Utagawa Hiroshige (1797-1858). (B) Ponte sob a chuva, 1887, técnica óleo sobre tela, 73 x 54 cm, pintor Vincent van Gogh (1853-1890).
  • 26. A cultura japonesa era desconhecida no Ocidente na época dos impressionistas. A influência de suas obras artísticas teve início em meados do século XIX com exposições que aconteceram na Europa, em especial na Inglaterra e na França. As xilogravuras japonesas foram muito admiradas por impressionistas como Manet e Degas e tiveram grande impacto em suas obras. Mais tarde, elas também influenciaram o trabalho de Van Gogh, artista pós-impressionista. Essa influência da arte japonesa no trabalho de artistas ocidentais recebeu o nome japonismo.
  • 27. A fotografia mudou o pensamento artístico do século XIX O inventor francês Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833) obteve as primeiras imagens fotográficas em 1793. Mas, as imagens que registrava logo desapareciam. Ele batizou seu processo de registro de imagens de heliografia, em que demorava cerca de oito horas para produzir uma imagem real. Apesar de Niépce ter produzido as primeiras imagens fotográficas, quem ficou conhecido como o “inventor da fotografia” foi Louis-Jacques Daguerre (1787-1851), físico e inventor que, em 1839, apresentou na Academia Francesa de Ciência, em Paris, um aparelho chamado daguerreótipo.
  • 28. Louis Daguerre, 1844, fotografia feita por Jean-Baptiste Sabatier-Blot (1801-1881). No daguerreótipo a imagem era captada sobre uma placa de cobre recoberta por uma fina camada de prata que depois passava por um processo químico para revelar essa imagem. A daguerreotipia foi utilizada na Europa até 1850; no Brasil, até cerca de 1870; e nos Estados Unidos, até 1890.
  • 29. Félix Nadar (1820-1910) foi um famoso fotógrafo francês. Produziu suas primeiras fotografias em 1853 e, em 1858, ficou famoso por fazer as primeiras fotografias aéreas de Paris, ao sobrevoar a cidade num balão de ar quente.
  • 30. D. Pedro II, c. 1851. Foto de Abraham Buvelot (1814-1888). A daguerreotipia foi trazida ao Brasil por Louis Compte, abade de uma corveta francesa, que em 1840 fez uma demonstração para Dom Pedro II (1825-1891). Entusiasmado, o jovem imperador comprou seu próprio aparelho e passou a registrar pessoas, paisagens e cenas do cotidiano da família real.
  • 31. O Largo do Paço retratado em daguerreótipo, 7 x 9 cm, por Louis Compte no Rio de Janeiro, em 1840. Coleção Dom Pedro de Orleans e Bragança.
  • 32. A partir de então, ricos fazendeiros encomendavam daguerreótipias (fotografias) de suas famílias, que posavam trajando suas melhores roupas e jóias. Assim podemos conhecer imagens desse período de nossa história. O registro de imagens por meio do daguerreótipo trouxe questionamentos sobre a necessidade de reproduzir fielmente a realidade através da pintura; assim, nos últimos anos do século XIX, os pintores das novas tendências artísticas, como o Impressionismo, passaram a registrar o mundo que os circundava a partir de suas impressões pessoais, deixando de lado a fidelidade na reprodução de imagens.
  • 33. Ponte em Villeneuve La Garenne, 1872, Alfred Sisley (1839-1899), técnica óleo sobre tela, 49,5 x 65,4cm.
  • 34. Havre, Paris, 1893, Camille Pissarro (1830-1903), técnica óleo sobre tela, 60,1 x 73,5 cm.
  • 35. Ponte japonesa e os nenúfares, 1899, Claude Monet (1840- 1926), técnica óleo sobre tela, 89,2 x 93,3 cm.
  • 36. Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) aplicou a visão impressionista à figura humana, feita sempre a partir de pequenas pinceladas de tinta a óleo. Muitos críticos acreditam que o início de sua carreira como pintor de porcelanas — atividade que exigia precisão e delicadeza no ato de pintar — influenciou diretamente sua técnica. Renoir tinha grande preocupação com as variações de tom e os brilhos que os efeitos de luz produziam na pele. As imagens são formadas a partir de manchas de cor que se misturam segundo a percepção visual de quem observa a tela. Um vestido aparentemente azul, por exemplo, é na verdade formado por várias tonalidades que, a distância, produzem a percepção dessa cor e suas variações nas dobras e no volume do tecido. Nos últimos anos de vida, Renoir voltou ao desenho mais acadêmico, atribuindo menos importância à cor na composição.
  • 37. Perto da água, c. 1880, Pierre-Auguste Renoir (1841-1919), técnica óleo sobre tela, 46,2 x 55,4 cm.
  • 38. Então, o impressionismo foi uma pesquisa realizada pelos pintores, para descobrir como o raios solares modifica as cores de tudo que está sob seu reflexo. E por precisarem registrar rapidamente essas cores e suas tonalidades, os artistas precisaram realizar suas pintura de forma rápida. Para que isso fosse possível, as figuras perderam seus contornos e detalhes. E com isso, descobriu-se que o olho humano consegue identificar uma figura apesar de que na tela, ela não está como uma cópia fiel. Por exemplo, observe as figuras presentes na tela abaixo:
  • 39. Impressionismo no Brasil No início do século XX, um dos artistas que aderiram ao movimento impressionista no Brasil foi Eliseu Visconti (1866-1944), que produziu telas de grande qualidade técnica e beleza plástica. Expôs inúmeras de suas obras, alcançando reconhecimento do público e da crítica ainda em vida. Foi nomeado professor da prestigiada Escola Nacional de Belas--Artes do Rio de Janeiro.
  • 40. Jardim de Luxemburgo, 1905, Eliseu Visconti (1866-1944), técnica óleo sobre tela, 50 x 60 cm. Coleção particular.
  • 41. Autorretrato do artista Pedro Américo de Figueiredo e Melo, que foi pintor, poeta e romancista. E em 1853 aos 10 anos de idade, foi escolhido como desenhista da missão científica do naturalista francês Louis Jacques Brunet para estudar a flora e da fauna do Nordeste do Brasil.
  • 42. Autorretrato do artista José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899), óleo sobre tela, 41 x 32,4 cm. Nasceu em Itu (SP) e tornou-se artista ainda jovem, produzindo obras de temática sacra para a igreja de sua cidade natal. Em 1869, graças a uma coleta de fundos efetuada pelo pároco da igreja, conseguiu transferir-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou seus estudos na Academia Imperial de Belas Artes e teve como professores Jules Le Cheval (c. 1810-1872) e Victor Meirelles (1832-19023). Ao concluir os estudos, voltou para Itu e abriu um ateliê onde dava aulas e pintava sob encomenda.
  • 43. Autorretrato, 1902, do artista Eliseu Visconti (1866-1944), técnica Óleo sobre tela, 64 x 48 cm. Eliseu talvez tenha sido o artista que melhor representou o Impressionismo no Brasil no início do século XX. Nascido na Itália em 1866, meses depois emigrou com a família para o Rio de Janeiro. Eliseu estudou no Liceu de Artes e Ofícios e na Academia Imperial de Belas Artes.
  • 44. Autorretrato, 1908, do artista Arthur Timótheo da Costa (1882- 1922), técnica óleo sobre tela, 41 x 33 cm. Arthur foi pintor, desenhista, cenógrafo e decorador. De origem muito pobre, cursou desenho de moedas e selos na Casa da Moeda no Rio de Janeiro. Em 1894, inscreveu-se na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1911, foi para a Itália com um grupo de artistas que iriam decorar o Pavilhão Brasileiro na Exposição Internacional de Turim. Expôs no Salão de Paris e recebeu medalha de prata em 1913 e 1919, e medalha de ouro em 1920. Fundou em 1919 a Sociedade Brasileira de Belas Artes do Rio de Janeiro.
  • 45.
  • 46.
  • 47. Nasce o cinema em Paris O cinema nasceu no final do século XIX, precisamente em 28 de dezembro de 1895, em Paris, quando o primeiro filme foi projetado para pouco mais de 30 pessoas com a ajuda de um aparelho chamado cinematógrafo, aparato inventado e patenteado pelos irmãos Auguste (1862-1954) e Louis (1864-1948) Lumière, em 13 de fevereiro de 1895. O cinematógrafo foi o resultado de anos de pesquisa sobre o movimento, seu registro e sua reprodução.
  • 48. Fenacistoscópio, do grego espectador ilusório, é um dispositivo inventado por Joseph Plateau para demonstrar a sua teoria da persistência na retina em 1829. Consiste em vários desenhos de um mesmo objeto, em posições ligeiramente diferentes, distribuídos por uma placa circular lisa.
  • 50. A partir do aprimoramento do daguerreótipo, (máquina fotográfica) temos na arte contemporânea as Macrofotografias.