1. A produção agrícola brasileira em 2012 teve aumentos em alguns produtos como café arábica, cana-de-açúcar e milho, mas reduções em outros como arroz, soja e feijão.
2. A produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2012 foi estimada em 158,7 milhões de toneladas, ligeiramente abaixo da safra anterior.
3. A estiagem na região Sul contribuiu para quedas na produção de arroz e soja na região.
1. 1 – Lavouras
1.1 – Produção Agrícola 2012 – primeiras estimativas da safra 2012, em nível nacional, em
relação à produção obtida em 2011
Dentre os vinte e seis produtos selecionados, oito apresentam variação positiva na
estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (1,5%),café
em grão - ARÁBICA (13,5%),café em grão - CANEPHORA (3,1%), cana-de-açúcar (8,8%), feijão
em grão 2ª safra (16,2%), mamona em baga (34,2%), milho em grão 1ª safra (0,2%), milho em
grão 2ª safra (29,1%). Com variação negativa são dezoito produtos: amendoim em casca 1ª
safra (8,4%), amendoim em casca 2ª safra (0,6%), arroz em casca (14,9%), aveia em grão
(10,8%), batata-inglesa 1ª safra (9,1%), batata-inglesa 2ª safra (11,4%), batata-inglesa
3ª safra (2,0%), cacau em amêndoa (6,2%), cebola (3,6%), cevada em grão (13,3%), feijão
em grão 1ª safra (9,0%) feijão em grão 3ª safra (5,7%), laranja (8,3%), mandioca (1,5%) ,
soja em grão (6,4%), sorgo em grão (7,7%), trigo em grão (11,0%) e triticale em grão
(2,6%).
Cumpre registrar que para os cultivos de segunda e terceira safras de alguns
produtos e para as culturas de inverno (trigo, aveia, centeio, cevada e triticale) que,
devido ao calendário agrícola, não permitem que se tenha ainda uma avaliação da produção,
os dados correspondem às projeções obtidas a partir das informações ocorridas em anos
anteriores.
Variação percentual da produção - comparação 2012 / 2011 - BRASIL
Milho1ª
Alg.herbáceo
CaféCanephora
Canadeaçúcar
CaféArábica
Feijão2ª
Milho2ª
Mamona
Amendoim2ª
Mandioca
Batata-ing.3ª
Triticale
Cebola
Feijão3ª
Cacau
Soja
Sorgo
Laranja
Amendoim1ª
Feijão1ª
Batata-ing.1ª
Aveia
Trigo
Batata-ing.2ª
Cevada
Arroz
-20
-10
0
10
20
30
40
2. 1.2 – Produção de cereais, leguminosas e oleaginosas – primeiras estimativas da safra 2012,
em nível nacional, em relação à produção obtida em 2011
Nesta primeira avaliação da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas,
estima-se uma produção da ordem de 158,7 milhões de toneladas1
, inferior em 0,7% à obtida
em 2011 (159,9 milhões de toneladas), e também 1,0% inferior ao último prognóstico
(160,3 milhões de toneladas). Esta redução deve-se principalmente à estiagem ocorrida na
região Sul. A área a ser colhida em 2012, de 50,6 milhões de hectares, apresenta
acréscimo de 4,0% frente à área colhida em 2011. As três principais culturas, que somadas
representam 90,7% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, o arroz, o milho e a
soja, respondem por 83,0% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior o arroz
apresenta uma redução de 9,2% enquanto o milho e a soja apresentam variações positivas de
12,3% e 2,5%,respectivamente. No que se refere à produção, o arroz e a soja apresentam,
nessa ordem, decréscimos de 14,9% e 6,4%, enquanto que o milho acréscimo de 11,4%.
Vale destacar que, considerando apenas os produtos da safra de verão2
, a produção
prevista, para esse grupo de grãos, de 121,1 milhões de toneladas é inferior em 5,3% à
registrada para esse mesmo conjunto em 2011 (127,9 milhões de toneladas). Essa redução se
deve principalmente à estiagem ocorrida na região Sul.
1
Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para Cereais, leguminosas e oleaginosas, ora divulgados, foram realizados em estreita
colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento - Conab, órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, continuando um
processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em outubro de 2007, para as principais lavouras brasileiras.
2
Produtos de verão: Algodão herbáceo (caroço de algodão), amendoim 1ª safra (em casca), arroz (em casca), feijão 1ª safra, mamona (baga), milho 1ª safra (em grão)
e soja (em grão)
Variação absoluta da produção - comparação 2012 / 2011 - BRASIL
Triticale
Amendoim2ª
Milho1ª
Alg.herbáceo
CaféCanephora
CaféArábica
Feijão2ª
Mamona
Milho2ª
Arroz
Cevada
Batata-ing.2ª
Trigo
Aveia
Batata-ing.1ª
Feijão1ª
Amendoim1ª
Laranja
Sorgo
Soja
Cacau
Feijão3ª
Cebola
Batata-ing.3ª
Mandioca
-5.000.000
-4.000.000
-3.000.000
-2.000.000
-1.000.000
0
1.000.000
2.000.000
3.000.000
4.000.000
5.000.000
6.000.000
7.000.000
Cana-de-açúcar - diferença absoluta +55.998.380 t
3. Entre as Grandes Regiões, esse volume da produção de cereais, leguminosas e
oleaginosas apresenta a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 60,8 milhões de toneladas;
Região Sul, 59,0 milhões de toneladas; Sudeste, 18,1 milhões de toneladas; Nordeste, 16,5
milhões de toneladas e Norte, 4,3 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada,
são constatados incrementos nas Regiões Nordeste, 12,0%, Sudeste, 5,4% e Centro-Oeste,
8,5% e decréscimos na Região Norte, 0,6% e Sul, 12,7%.
Observa-se, na figura a seguir, que o Mato Grosso, nessa primeira avaliação para
2012, lidera como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 22,2%,
seguido pelo Paraná, com 19,6% e Rio Grande do Sul, com 13,4%, estados que somados
representam 55,2% do total nacional.
Cereais, leguminosas e oleaginosas
Área e Produção - Brasil
1980 a 2012
0
20.000.000
40.000.000
60.000.000
80.000.000
100.000.000
120.000.000
140.000.000
160.000.000
180.000.000
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Produção (t)
Área (ha)
+4,0%
-0,7%
Cereais, leguminosas e oleaginosas
Participação na produção nacional
Segundo as Grandes Regiões
e Unidades da Federação
2012
19,6
13,4
9,7
7,4
6,0
4,7
4,2
4,0
2,1
1,8
1,2
0,9
0,7
0,6
0,5
0,4
0,1
0,1
0,1
0,1
0,1
0,1
0,0
0,0
0,0
22,2
0,2
MT
PR
RS
GO
MG
MS
BA
SC
SP
MA
PI
TO
CE
PA
RO
SE
DF
PE
PB
RR
AC
AL
RN
ES
AM
RJ
AP
Participação%
Norte
2,7%
Nordeste
10,4%
Sudeste
11,4%
Sul
37,2%
Centro-
Oeste
38,3%
4. 1.3 – Comentários específicos – Safra 2012 em relação a safra 2011
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) - A primeira estimativa de algodão herbáceo para 2012 é da
ordem de 5,1 milhões de toneladas, contra 5,0 milhões de toneladas obtidas em 2011,
indicando um incremento de 1,5%. Este levantamento mantem a tendência informada no último
prognóstico. Destaca-se que o Mato Grosso continua sendo o principal produtor, com 50,0%
da produção nacional, apesar de ter sua área de plantio reduzida em 3,7% nesta safra. A
área prevista é de 692.866 ha sendo que, nesse Estado, os plantios estendem-se até
fevereiro. No momento, caso se confirme o rendimento médio previsto de 3.703 kg/ha, a
produção esperada de 2.565.593 t, para o Mato Grosso, suplantará em apenas 1,0% a
produção de 2011. A Bahia, segundo produtor nacional, teve crescimento de 3,6% na área e
redução de 0,6% na produção. Os estados que tiveram aumento expressivo de área foram
Piauí (25,4%), Pernambuco (27,2%) e São Paulo (58,0%). O estado da Paraíba apesar de
apresentar um aumento na área de 29,9% teve uma queda no rendimento médio de 54,7%,
influenciando a diminuição da produção em 40,8%.
AMENDOIM (em casca) 1ª safra- Para o amendoim, a área a ser colhida, no conjunto dos
estados informantes, é de 79.627 ha, maior 4,2% que a área colhida na safra anterior. A
produção esperada é de 237.547 t, 8,4% inferior à quantidade colhida na safra 2011, que
totalizou 259.341 t. São Paulo, maior produtor nacional, apesar de apresentar 8,2% de
aumento de área (65.998ha), teve sua produção reduzida em 7,7% (207.762 t). A cultura
embora apresente avanços tecnológicos, no que diz respeito a variedades e mecanização da
colheita, ainda não alcançou níveis semelhantes ao de outras importantes culturas no
País. A utilização de áreas de renovação de cana-de-açúcar para plantio do amendoim é
importante e muitas vezes o cultivo da leguminosa fica na dependência da disponibilidade
de áreas de cana, erradicadas após 5 anos de colheitas sucessivas, o que pode não
acontecer, dependendo de condições de mercado e custos de produção, principalmente. A
queda no rendimento da cultura pode estar associada à ausência de tratos culturais, já
que o preço atual do produto não estimula o investimento em tecnologia.
ARROZ (em casca) - No que se refere à cultura do arroz, neste primeiro levantamento de
2012, a produção esperada de 11,4 milhões de toneladas é 14,9% inferior à registrada em
1,0
-0,6
-2,0
9,8
2,6
34,7
48,7
-2,4
4,1
-12,7
28,7
-40,8
9,6
-1,2
0
200.000
400.000
600.000
800.000
1.000.000
1.200.000
1.400.000
1.600.000
1.800.000
2.000.000
2.200.000
2.400.000
2.600.000
2.800.000
MT BA GO MS MG PI SP MA CE PR RN PB PE AL
2011 2012
Algodão herbáceo (em caroço)
Produção (t)
Variação %
5. 2011 (13,4 milhões de t). Essa avaliação praticamente mantém o quadro previsto no
terceiro prognóstico, realizado em dezembro, que era de uma produção de 11,9 milhões de
toneladas. A diminuição se deve, notadamente ao Rio Grande do Sul, principal produtor,
com 64,4% de participação na produção nacional, que nessa avaliação registra uma
diminuição de 17,6% na produção esperada e 10,1% na área plantada em relação a 2011. Essa
nova avaliação confirma a tendência de queda na área plantada, agora avaliada em 1,1
milhão hectares, como consequência dos baixos preços do produto e da falta de água nas
barragens em algumas regiões do Estado. Parte das áreas cultivadas com arroz para a safra
de 2011 foi ocupada com milho e, especialmente, com soja. O Prolongamento da estiagem
poderá trazer prejuízos que serão avaliados futuramente.
FEIJÃO (em grão) 1ª safra - Para o feijão 1ª safra, aguarda-se para 2012 uma produção de
cerca de 1,8 milhões de toneladas, menor em 9,0% que a produção obtida em 2011. Registra-
se uma área plantada de 2,2 milhões de hectares, menor 8,4% que a de 2011. Os baixos
preços praticados, ao longo da última safra, e o fato de outros produtos como a soja e o
milho apresentarem maiores perspectivas de rentabilidade são apontados como principais
motivos que desestimularam o plantio. Além desses fatores, no Paraná, maior produtor,
participando com 18,9% da produção prevista para o País, a área a ser colhida de 246.131
ha e a produção esperada de 344.235 t, são menores que as registradas na safra das águas
de 2011 em 28,5% e 35,5%, respectivamente, este fato também é decorrente da perda de área
para o milho e a soja. A diminuição no rendimento médio ocorreu como consequência das
baixas temperaturas noturnas verificadas nos meses de novembro e dezembro e também da
estiagem.
-17
,6
6,1
-4,9
-29
,8
-11
,4
-0,5
-4,0
-10
,5
-12,4
-41
,6
0
1.000.000
2.000.000
3.000.000
4.000.000
5.000.000
6.000.000
7.000.000
8.000.000
9.000.000
R S S C M A M T TO P I P A P R R O GO
2 0 11 2 0 12
Arroz (em casca)
Produção (t)
Variação %
Part. Prod.>1%
6. MILHO (em grão) 1ª safra - Aguarda-se para o milho 1ª safra uma produção de 34,2 milhões
de toneladas, superior em apenas 0,2% à observada em 2011. Apesar de haver um aumento de
7,8% na área plantada, houve diminuição no rendimento médio de 8,7% em relação ao ano
anterior, o que proporcionou estabilidade na produção. O quadro favorável, em relação ao
incremento de área, é reflexo da recuperação dos preços do produto, o que se consolidou
ao longo do ano de 2011, fazendo com que muitos produtores optassem por esse cultivo de
verão, em detrimento de outras culturas. Na região Sul, maior produtora, a área plantada
de 2,7 milhões de hectares é superior em 10,6% à de 2011 e a produção esperada de 13,1
milhões de toneladas, comparativamente ao mesmo ano, é inferior em 15,3%. O Paraná mostra
expressivo aumento na área plantada (22,0%), mas apresenta uma redução no rendimento
médio de 18,8% causado pela estiagem ocorrida nos meses de dezembro e janeiro. Isso faz
com que a produção esperada de 6,0 milhões de toneladas não varie muito em relação a
2011, ficando 1% inferior. Minas Gerais, que pelo segundo ano é o maior estado produtor
de milho 1ª safra, teve um aumento de área de 7,1%, com uma produção estimada em 7,1
milhões de toneladas que é 14,0% maior que o ano anterior.
-14,90,4
53,2
6,9
8,1
-20,7
-19,5-10,5
-9,3
35,3
-23,17,2
55,3
38,3
-2,5
5,3
-0,8
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
800.000
900.000
PR M G BA GO CE SP M T SC PE PI RS DF PB TO M A RO PA
2011 2012
Feijão (em grão) Total
Produção (t)
Variação %
Part. Prod.>1%
7. MILHO (em grão) 2ª safra – A produção do milho 2ª safra deve alcançar 28,3 milhões de
toneladas, o que representa 29,1% a mais que a produção do ano anterior. A área plantada
e o rendimento médio também tiveram aumento de 11,1% de 11,5%, respectivamente. Este
aumento deve-se principalmente aos estados de Mato Grosso e Paraná, primeiro e segundo
maiores produtores de milho 2ª safra, que tiveram sua produção aumentada 36,8% e 55,3%,
respectivamente, em relação à safra de 2011. Cabe ressaltar que este ano o plantio do
milho 2ª safra está sendo antecipado nestes estados, isto acontece porque o clima
favoreceu o plantio da soja também um pouco antecipado, liberando assim as áreas para o
plantio do milho safrinha mais cedo.
36,8
55,3
-3,6
-8,5
13,3
64,9
60,4
0,7
-34,8
0
1.000.000
2.000.000
3.000.000
4.000.000
5.000.000
6.000.000
7.000.000
8.000.000
9.000.000
10.000.000
11.000.000
MT PR MS GO SP SE BA MG DF
2011 2012
Milho (em grão) 2ª safra
Produção (t)
Variação %
14,1
-1,0
7,5
21,5
-44,8
-1
,1
-1,0
50,1
13,4
11,6
53,7
-5,6
47,2
3,5
46,7
0
1.000.000
2.000.000
3.000.000
4.000.000
5.000.000
6.000.000
7.000.000
8.000.000
M G PR SC GO RS SP BA PI CE M A M T PA M S RO DF
2011 2012
Milho (em grão) 1ª safra
Produção (t)
Variação %
Part. Prod.>1%
8. SOJA (em grão) - Para a soja em 2012, a produção esperada de 70,0 milhões de toneladas
apresenta variação negativa de 6,4% em comparação ao total obtido em 2011. A área a ser
colhida aponta um crescimento de 2,5%, enquanto que o rendimento médio esperado registra
um decréscimo de 8,7%, sendo respectivamente, 24,7 milhões de hectares e 2.841 kg/ha. No
que se refere ao rendimento médio, a queda reflete as condições climáticas desfavoráveis
ocorridas na região Sul, como a estiagem verificada nos meses de dezembro e janeiro. Esta
Região registrou uma diminuição nessa variável de 24,5%. O Rio Grande do Sul que no
momento ocupa a terceira colocação na produção nacional, apresenta uma expressiva queda
na produtividade(30,8%) o que acarreta uma diminuição na produção de 28,9%. No Paraná a
cultura também apresenta problemas da mesma ordem registrando um declínio da produção e
do rendimento médio da ordem de 24,4% e 21,1% respectivamente. Santa Catarina também
contribuiu para esta diminuição da produção, teve uma redução de 2,1% da área a ser
colhida, de 4,2% no rendimento médio e de 6,2% na produção que aponta para 1,4 milhão de
toneladas. No Mato Grosso, maior produtor, a área a ser colhida de 6,9 milhões de
hectares é superior em 7,4% à de 2011 o mesmo ocorrendo com a produção esperada de 22,0
milhões de toneladas que cresce 5,9%. Vale ressaltar que a produtividade sofreu uma queda
de 1,4% decorrente do excesso de chuvas que favoreceu a proliferação de doenças.
Além dos grãos já mencionados, são relatados, a seguir, as ocorrências de alguns
produtos que fazem parte do elenco da conjuntura.
Batata-inglesa (1ª safra)
Para a batata-inglesa 1ª safra, a área destinada à colheita de 65.579 hectares é
menor 8,5% que a colhida na safra correspondente de 2011. Caso se confirme o rendimento
médio previsto de 24.218 kg/ha a produção estimada poderá alcançar 1.588.184 toneladas,
decrescendo 9,1% frente à safra de mesmo período em 2011. Minas Gerais é a principal
Unidade da Federação produtora desta primeira safra (511.823 t), que representa 32,2% do
volume de produção nacional. Neste estado os preços praticados em 2011 ficaram abaixo dos
registrados no ano anterior o que pode ter desestimulado os produtores. Vale ressaltar
que não foi confirmado o plantio previsto na projeção em diversos municípios do sul do
estado, principalmente em torno de Pouso Alegre. Destacam-se ainda como grandes
produtores os estados do Paraná , Rio Grande do Sul e São Paulo com respectivamente
5
,9
-2
4,4
-2
8,9
3
,6
7
,2
-0
,6
4
,1
1
7,0
-2
,5
-6
,2
18,5
5
,3
-0
,5
-4
,2
0,3
0
2.000.000
4.000.000
6.000.000
8.000.000
10.000.000
12.000.000
14.000.000
16.000.000
18.000.000
20.000.000
22.000.000
24.000.000
M T PR RS GO MS BA MG M A SP SC PI TO RO PA DF
2011 2012
Soja (em grão)
Produção (t)
Variação %
9. 27,5%, 19,2%, 15,1% do volume nacional.
Café (em grão)
A partir deste mês o IBGE passa a publicar separadamente as duas espécies de café
economicamente cultivadas no País, o arábica e o canephora, este último recebendo nomes
de vários materiais genéticos mais utilizados, de acordo com o estado produtor. Assim,
esta espécie pode ser conhecida por conilon, robusta, robustão, vitória, entre as
nomenclaturas mais conhecidas. O tratamento, para efeito de fins estatísticos e
comentários técnicos será o de café canephora (Coffea canephora Pierre ex Froenher).
De acordo com o levantamento realizado em janeiro, a safra nacional de café,
considerando as duas espécies em conjunto, está inicialmente prevista em 2.957.597 t ou
49,3 milhões de sacas de 60 kg. O crescimento da produção frente à safra colhida em 2011
está estimado em 10,8%, embora a área de colheita deva decrescer 0,4%, estando previstos
2.100.999 ha. A área total ocupada com as duas espécies é de 2.300.186 ha, sendo 4,1%
maior que a área em 2011, representando quase 100.000 ha a mais, possivelmente já
refletindo novos plantios que ocorreram por conta da recuperação dos preços do produto
verificados em 2010.
As florações para a safra 2012, aconteceram de forma normal para as duas espécies
e, a partir de outubro de 2011, as chuvas tiveram intensidade satisfatória na maioria das
regiões cafeeiras, suficiente para manter os chumbinhos e promover até agora, no mês de
janeiro, seu crescimento e “enchimento” .
O acréscimo observado no rendimento médio, de 11,2%, consideradas o arábica e o
canephora em conjunto, pode ser creditada também à particularidade que apresenta o café,
especialmente o arábica, de alternar anos de altas e baixas produtividades, embora seja
possível afirmar que esta natural manifestação fisiológica está progressivamente
tornando-se de mais difícil percepção uma vez que práticas agrícolas como adensamento das
plantas, “stress hídrico” induzido, irrigação e podas bem conduzidas, tem colaborado
para minimizar a percepção da bianualidade fazendo com que, cada vez mais, diminuam as
diferenças entre anos de “alta” e “baixa” produtividades. Contudo, é importante ressaltar
que não é o fenômeno fisiológico que está se modificando, mas sim, a sua evidenciação.
Com referência ao café arábica (em grão), o País deverá produzir, em 2012,
2.238.857 t, equivalentes a 37,3 milhões de sacas de 60 kg, 13,5% a mais que em 2011,
sendo que o rendimento médio, característico de um ano de “alta”, deverá aumentar 14,0%
frente ao ano passado. Embora a área a ser colhida apresente decréscimo de 0,5%, a área
total ocupada com café arábica no País deve aumentar 7,7%, representando 125.137 ha de
novos plantios, evidenciando o bom momento que a cafeicultura experimenta. O café
arábica representa 75,7% de todo café cultivado no Brasil.
Em Minas Gerais, maior produtor nacional de arábica, dependendo da região,
ocorreram duas ou mais floradas. Os bons níveis de chuvas a partir de outubro até o
presente momento estão refletindo positivamente nas previsões da safra de 2012, sendo
esperada uma produção de 1.544.395 t (25,7 milhões de sacas), 17,2% a mais que 2011. A
área total cultivada no Estado é de 1.162.555 ha, 15,1% superior a 2011, enquanto a área
a ser colhida está inicialmente estimada em 1.015.543 ha, apenas 0,5% superior à área
colhida em 2011. O rendimento médio esperado é de 1.521 kg/ha, sendo 16,6% maior que na
safra de 2011. O estado de Minas Gerais produz 69,0% de todo o arábica brasileiro.
10. Além de ser um ano de “safra cheia”, as excepcionais condições do mercado em 2011
estimularam produtores que investiram na cultura, gerando aumento na produção em
praticamente todas as regiões do Estado. Embora as chuvas tenham sido abundantes a partir
de outubro, pelo menos até o momento, não se tem notícias que elas tenham comprometido o
desenvolvimento das lavouras. Apesar disso, os custos com tratamentos contra doenças
fúngicas, bacterianas e plantas invasoras devem aumentar.
São Paulo, 2º maior produtor de arábica, deverá produzir 232.904 t (3,9 milhões de
sacas) em 2012, um aumento de 17,1%, frente ao ano passado, um acréscimo de 14,3% no
rendimento, também compatíveis com um ano de “alta”.
No que se refere ao café canephora (em grão) o País deverá produzir 718.740 t (12,0
milhões de sacas). Este café representa 24,3% do total produzido no Brasil. A espécie
apresenta grande importância para o mercado interno e exportação e embora seja utilizado
como bebida pura em alguns países do oriente médio, é na formação de “blends” com o café
arábica que o canephora revela seus grandes atributos, conferindo corpo e cor à bebida,
estando esta combinação consagrada em todos os continentes.
O Espírito Santo participa com 75,4% da produção nacional desta espécie. Em 2012,
o Estado deverá colher 297.233 ha e produzir 541.717 t (9,0 milhões de sacas),
registrando um aumento de 3,1% frente à safra de 2011.
Em Rondônia, segundo maior produtor da espécie, a safra está inicialmente estimada
em 98.407 t (1,6 milhões de sacas), 5,2% a mais que em 2011.
A figura a seguir apresenta a variação ocorrida na produção de café em relação ao
ano de 2011.
Mandioca (raízes)
A produção nacional de mandioca para 2011, sem discriminação do destino da produção
de raízes na coleta de dados, esta avaliada em 25,7 milhões de toneladas mostrando um
recuo de 1,5% em relação à última safra. A área a ser colhida de 1,8 milhões de hectares
mantêm-se inalterada, enquanto verifica-se uma variação negativa de 1,4% no rendimento
previsto de 14.683 kg/ha, em relação à safra de 2011. Os principais estados produtores
são Pará (17,9%), Paraná (16,0%) e Bahia (13,2%).
17,0
4,0
17,1
-4,8
0,0
5,2
9,2
-0,4
3,5
3,5
-1,3
8,6
5,3
5,1
-23,6
0
200.000
400.000
600.000
800.000
1.000.000
1.200.000
1.400.000
1.600.000
1.800.000
MG ES SP BA PR RO GO RJ PA MT CE PE MS AC DF
2011 2012
Café (em grão) Total
Produção (t)
Variação %