IBGE: safra brasileira de grãos deve ser 0,7% menor em 2012 - Redução em rela...
Bahia deve fechar 2014 com safra recorde de grãos
1. [2] SALVADOR,BAHIA, SEGUNDA-FEIRA, 15/09/2014
Bahia deve fechar o ano de 2014
comsafra recorde de grãos
A Bahia deve fechar o ano de
2014 com uma safra recorde de
grãos, comproduçãode8,82milhões
de toneladas ante as 6,13 milhões de
2013—umincremento em torno de
44%. A estimativa é da Secretaria da
Agricultura,Pecuária, Irrigação,Refor-ma
Agrária, Pesca e Aquicultura (Se-agri),
que aponta crescimento em
21,15% da área colhida nomesmope-ríodo:
um salto de 2,59 milhões para
3,16 milhões de hectares.
Segundo a Seagri, o desempe-nho
do setor pode ser atribuído a fa-tores
climáticos favoráveis, comdistri-buiçãodechuvas,
alémdeumcontro-le
de pragas mais exitoso do que no
ano passado.
Entreosdestaquesdascommodi-ties
que elevaram a safra 2013/2014
estão a soja (41,5%), algodão/fibra
(38,2%), milho e feijão (27%).
Asoja,queatingeacolheitamais
expressiva de todos os tempos, fecha-rá
em 3,98 milhões de toneladas. O
montante representa um crescimen-to
de 43,99% sobre a safra anterior,
de 2,77 milhões de toneladas. A área
colhida coma leguminosa passou de
1,21 milhão de hectaresem2013 para
1,41 milhão de hectares em 2014, ou
seja,umaelevação de 16,55%.
A colheita do algodão obteve
um incremento de 31,73% em 2014:
avançou de 924,98 mil para 1,22 mi-lhão
de toneladas. De acordo com o
balanço da Seagri, o preço do produ-to
à época do plantio apontava para
uma boa perspectiva de receita, le-vando
os produtores a investir no cul-tivo
e elevar a área plantada, que sal-tou
de 294,47 mil hectares em 2013
para 338,27 mil hectares este ano.
Jáaproduçãototaldemilhoatin-giráumrecordede3,18milhõesdeto-neladas
contra 2,22 milhões na co-lheita
de 2013, ou seja, um aumento
de43%.Aáreacolhidatambémregis-trou
34,62% de crescimento: passou
de570,57 mil hectarespara768,11 mil
hectares.
A safra de feijão cresceu 27,59%
em comparação como ano passado,
saindo de 248,66 mil para 317,26 mil
toneladas. Caso se confirme a ten-dência,
a produção baiana para o fei-jão
está estimada em 236,9 mil to-neladas,
representando um acrésci-mode
25,2%.
Conforme a Seagri, as previsões
da safra de mamona para 2013/14
também são boas. O setor obteve re-cuperação
de 11 mil para 76 mil tone-ladas.
Segundo a pasta, a expectativa
se deve ao crescimento na produção
nacional, puxada pela retomada na
produçãobaiana,queconcentra90%
da produção brasileira e que sofreu
umagrandequebranasafrapassada.
De acordocomo secretário esta-dual
da Agricultura, Jairo Carneiro, o
Apesar de comemorar o bom mo-mento
em relação aos anos anteriores,
o produtor rural Moisés Schmidt prefe-re
usar o termo “recuperação” em vez
de crescimento. Proprietário de lavou-ras
de milho, soja e algodão e presiden-te
do Sindicato dos Produtores Rurais
de Barreiras (SPRB), ele atribui o me-lhor
panoramada safra de grãos ao pe-ríodo
de chuvas e ao aumento das áre-as
plantadas.
“Para mim, não houve um cresci-
MAMONA MILHO FEIJÃO ARROZ
As precipitações têmsido fa-voráveis
ao cultivo, a expecta-tiva
é de incremento na área
plantada na Bahia de 14,8%
(628,4 mil hectares para
721,7 mil hectares), comdes-taque
para a produção de
2,2 milhões de toneladas.
O diretor de pesquisa e projetos da AIBA, Ernani
Sabai, afirma que o Oeste ocupa uma posição
estratégica no que se refere ao abastecimento
da região e à ampliação do mercado externo.
Em sua avaliação, a implantação de um
corredor multimodal de transporte certamen-te
reduzirá os custos de escoamento da produ-ção
e fortalecerá a atração de investimentos na
região.
“Necessitamos que sejam realizados e im-plementados
novos projetos e investimentos ur-gentes
nesses modais. Isto ampliará a dinâmica
econômica local”, afirma Sabai, referindo-se ao
desenvolvimento de potenciais hidroviário, fer-roviário
e rodoviário.
A Bahia deve plantar, nesta temporada,
1,33 milhão de hectares, umincremen-to
de 3,9% em relação à safra passa-da,
cerca de 50 mil hectares a mais. Se
o a safra não apresentar anormalida-de,
o Estado deve produzir 3,81 milhões
de toneladas de soja, tornando-se o 6º
maior produtor do país e permanecen-do
como o maior Estado produtor das
regiões Norte/Nordeste.
SORGO
A Bahia é responsável por4%da produção agrícola brasileira.
65%do produto agrícola do Oeste do Estado destinam-se aos mercados do Norte/Nordeste do país.
100% da soja da Bahia são cultivados no Oeste.
A soja ocupa58%da área cultivada do Oeste. Emmédia,45%da leguminosa têmcomodestino o Norte/Nordeste do país.
31% do milho da Bahia são cultivados no Oeste e a sua produção representa 77%. Emmédia,90%abastecemo Norte/Nordeste do país.
97%do algodão da Bahia são cultivados no Oeste.
Emmédia,30%da pluma e 95%do caroço abastecemo Norte/Nordeste do país.
As expectativas de safra de ma-mona
para 2013/14 são boas,
comexcelente crescimento na
produção nacional, puxada pe-la
retomada na produção da-qui
da Bahia, que concentra
90% da produção brasileira e
que sofreu uma grande que-bra
na safra passada. A Bahia
recupera sua produção, saindo
de 11 mil para 76 mil toneladas.
O Estado da Bahia, segundo
a produção nacional, aparece
comumincremento de área
de 18,0%, saindo de 271,4 mil
hectares cultivados na safra
passada para 320,3 mil hecta-res
na safra atual.
Caso se confirme a tendência,
a produção baiana para o fei-jão
está estimada em 236,9
mil toneladas, representan-do
um acréscimo de 25,2%. A
produção poderá sofrer ajus-tes
no decorrer do perío-do,
(1ª, 2ª e 3ª safras) depen-dendo
do comportamento
do clima.
Comcrescimento nas três variáveis:
produção, área e produtividade, res-pectivamente
101%, 9% e 83,7%, a
Bahia não é umgrande produtor de
arroz, é o 19º colocado no ranking
nacional. O Estado tem34 municí-pios
produtores, mas sua produção
concentra-se na região Oeste do Es-tado
(São Desidério, Cocos, Barrei-ras
e Formosa do Rio Preto).
[ CAPA ] POR ALEXANDRE SANTOS
Produtor acreditaemrecuperaçãodasafra
Investimentoemmodaisdetransporteno
Oestebaiano ampliaráomercadoexterno
período climático com incidência de
chuvas, aliado ao uso de novas tec-nologias
agrícolas e ao aumento das
áreas de plantios, foi fundamental
para que aBahia elevasse a produção
degrãos.ParaErnaniSabai, diretorde
pesquisa e projetos da Associação de
Agricultores e Irrigantes da Bahia (AI-BA),
apesar do cenário satisfatório,
os preços, porém, não foram os me-lhores
já observados, uma vez que se
mantiveramestáveis.
“Somente nesta safra, ocorreu
uma retração que tem comprome-tido
a lucratividade e, por sua vez, a
rentabilidade do setor, devido ao au-mento
dos custos de produção, prin-cipalmente
diesel, fertilizantes e quí-micos”,
diz.
Na avaliação de Sabai, a soja,
carro-chefe da produção do Estado,
tem encontrado maior liquidez nos
mercados interno e externo, por cau-sa
das condições consideradas ade-quadas
da região, que oferece pluvio-metria,
solo, luminosidade, topogra-fia,
tecnologia [sementes e máqui-nas]
favoráveis.
O dirigente da AIBA afirma que,
emse mantendo o dinamismo do se-tor,
oOestedaBahia temtudoparase
tornar o celeiro alimentar do Norte/
Nordeste. “Esse título se deve ao fato
deque48,8%dasoja produzida local-mente,
emgrãoe/oufarelo,87,5%do
milho, 30% da pluma e quase 100%
do caroço de algodão são destinados
ao mercado interno e 80% deste é
consumido pelo Nordeste”, assinala.
SOJA ÉOCARRO-CHEFEDA
PRODUÇÃOBAIANA
Dados da AIBA mostram que toda a
produção de soja da Bahia está con-centrada
no Oeste, ocupando 58%
da área total de plantio. O algodão
(97%) e o milho (31%) ocupam a se-gunda
e a terceira posições, respec-tivamente.
O Estado também res-ponde
por 4% da produção agríco-la
do Brasil. De acordo com a asso-ciação,
65% do produto agrícola do
Oeste baiano são destinados aos
mercados do Norte/Nordeste.
Em grande parte, as commodi-ties
atendem ao setor produtivo que
utiliza ração animal como base ali-mentar,
a exemplo de criadores de
bovinos, suínos, avícolas e caprinos.
Entre os principais comprado-res
de grãos do Oeste da Bahia des-tacam-
se o Sul do Piauí, Ceará, Pa-raíba,
Pernambuco e Sergipe. Se-gundo
a AIBA, a atividade respon-de
por cerca de 63mil empregos di-retos
e indiretos. Na região em que
há produção, as famílias são com-postas
em média por 3,9 pessoas.
Considerando-se esse universo, 252
pessoas mil têm suas rendas gera-das
pelo setor.
Jairo Carneiro, secretário estadual da Agricultura
mento de fato. O que houve, na verda-de,
foi uma recuperação em torno de
10% da produtividade”, avalia.
Segundo Schmidt, mesmocomre-sultados
melhores do que os de anos
anteriores, o Oeste baiano ainda en-frenta
problemas que afetam direta-mente
a produção. “Além da questão
das pragas, que atingem a lavoura, de-pendemos
100% da BR-242 para esco-ar
a produção para fora do Estado. São
mais de mil quilômetros de estrada pa-
SOJA
DISTRIBUIÇÃO DE ÁREA - SAFRA 2013/2014
Essa é outra cultura que teve recu-peração
no Estado, com crescimen-to
nas três variáveis, deverá sair de
87,1 mil hectares para 88,8 mil ha
(2,0%) na área plantada; 32,3 mil
toneladas para 133,6 mil toneladas
(313,6%) e produtividade de 371 kg/
ha para 1.505 kg/ha (305,7%). A
Bahia é o 4º maior produtor de sor-go
do Brasil, sendo os municípios de
Luís Eduardo Magalhães, São Desi-dério,
Muquém do São Francisco e
Formosa do Rio Preto os destaques.
ALGODÃO
“Temos uma das bacias hidrográficas mais
importantes do país, a do São Francisco, que, ao
longo da história da região, contribuiu para seu
desenvolvimento por transporte hidroviário. É
necessário retomar o rumo da história e incor-porá-
lo ao processo de transporte. Trata-se de
um modal altamente vantajoso, tanto do pon-to
de vista econômico como do ambiental”, diz.
De acordo cominformações da Codevasf, ao
transportar 4.200 toneladas de carga por hidro-via,
um comboio com carga de 37 toneladas re-tiraria
das estradas 113 carretas bitrens e reduzi-ria
o consumo de combustíveis fósseis, a emis-são
de poluentes, despesas de conservação ro-doviária
e acidentes de trânsito.
ra chegar aoPortode Salvador, que ofe-rece
estrutura precária”, diz.
De acordo comele, o Terminal Por-tuário
Cotegipe, unidade privada loca-lizada
na capital, tem sido importante
para desafogar as produções de soja e
milho, porexemplo.Paraoprodutor,es-sa
logística, no entanto, só será minimi-zada
com a construção da Ferrovia de
Integração Oeste-Leste (Fiol), que deve-ria
ser concluída este ano, e do Porto de
Ilhéus, projetado para transportar car-gas
para os Estados do Nordeste.
“Comessesnovosmodais,alogísti-ca
para a produção chegar até o consu-midor
final, que engloba os mercados
asiáticoe europeu, irá melhorarbastan-te”,
afirma Schmidt.
Na opinião de Ernani Sabai, diretor
de pesquisa e agronegócio da Associa-çãode
Agricultores e IrrigantesdaBahia
(AIBA), quando concluída, a ferrovia re-duzirá
consideravelmente os custos de
logística de forma a melhorar as mar-gens
de rentabilidade do setor produti-vo,
que variam de0,5a1%do capital in-vestido.
Moisés Schmidt: “O que houve, na verdade, foi uma
recuperação em torno de 10% da produtividade”
Arquivo Pessoal
outras
16%
algodão
14%
milho
12%
soja
58%
EVOLUÇÃO AGRÍCOLA - 15 ANOS
PERÍODO %Área %Prod.
2013/14 - 1999/00 236,32 294,82
Foto: Sílvio Ávila
O período climático comincidência de
chuvas, aliado ao uso de novas tecnologias
agrícolas e ao aumento das áreas de
plantios, foi fundamental para que a Bahia
elevasse a produção de grãos.
Fonte: AIBA