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Mod.CF.066/01
Mod.CF.066/01
O conceito de Proteção Integrada (PI)
“avaliação ponderada de todos os métodos disponíveis de proteção das culturas e subsequente
integração de medidas adequadas para diminuir o desenvolvimento de populações de organismos
nocivos e manter a utilização dos produtos fitofarmacêuticos e outras formas de intervenção a níveis
económica e ecologicamente justificáveis, reduzindo ou minimizando os riscos para a saúde
humana e o ambiente. A proteção integrada privilegia o desenvolvimento de culturas saudáveis com a
menor perturbação possível dos ecossistemas agrícolas e agroflorestais e incentivando mecanismos
naturais de luta contra os inimigos das culturas”.
Mod.CF.066/01
O conceito de Proteção Integrada (PI)
Ou seja, a PI visa controlar os inimigos das culturas de uma forma económica, eficaz e com
menores riscos para o Homem e para o meio ambiente;
A PI recorre à utilização racional, equilibrada e integrada de todos os meios de luta
disponíveis, sejam eles genéticos, culturais, biológicos, biotécnicos e químicos, com o intuito de manter
os níveis de população de inimigos das culturas a níveis que não causem prejuízos;
Mod.CF.066/01
O conceito de Proteção Integrada (PI)
É então importante a realização da estimativa de risco, ou seja, a monitorização continua da
cultura, com o intuito de se detetar os seus principais inimigos, e avaliar a partir da intensidade do seu
ataque, os possíveis estragos ou prejuízos que estes possam causar;
Em PI é de todo importante possuir conhecimentos relativos à cultura e dos inimigos-chave
de maneira a avaliar a indispensabilidade da intervenção;
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Objetivos da Proteção Integrada (PI)
 “Implementação de medidas visando a limitação natural dos inimigos das culturas com vista a
prevenir ou evitar o seu desenvolvimento;
 Redução, ao mínimo, das intervenções fitossanitárias nos ecossistemas agrícolas e agro-florestais;
 Utilização de todos os meios de luta disponíveis, integrando-os de forma harmoniosa e privilegiando,
sempre que possível, as medidas indiretas;
 Recurso aos meios de luta diretos, nomeadamente o uso de produtos fitofarmacêuticos, quando não
haja alternativa;
 Seleção de produtos fitofarmacêuticos em função da sua eficácia, persistência, custo e efeitos
secundários em relação ao homem, aos auxiliares e ao ambiente”
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Princípios gerais da Proteção Integrada (PI)
Princípio 1: aplicar medidas de prevenção e/ou o controlo dos inimigos das culturas;
Princípio 2: utilizar métodos e instrumentos adequados de monitorização dos inimigos das culturas;
Princípio 3: ter em consideração os resultados da monitorização e da estimativa de risco na tomada de
decisão;
Princípio 4: dar preferência aos meios de luta não químicos;
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Princípios gerais da Proteção Integrada (PI)
Princípio 5: aplicar os produtos fitofarmacêuticos mais seletivos tendo em conta o alvo biológico em
vista e com o mínimo de efeitos secundários para a saúde humana, os organismos não visados e o
ambiente;
Princípio 6: reduzir a utilização dos produtos fitofarmacêuticos e outras formas de intervenção ao
mínimo necessário;
Princípio 7: recorrer a estratégias anti-resistência para manter a eficácia dos produtos, quando o risco de
resistência do produto for conhecido;
Princípio 8: verificar o êxito das medidas fitossanitárias aplicadas, com base nos registos efetuados no
caderno de campo.
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Legislação Proteção Integrada (PI)
Decreto-Lei n.º 256/2009 de 24 de setembro, estabelece os princípios e orientações para a
prática da proteção integrada e produção integrada, bem como o regime das normas técnicas aplicáveis à
proteção integrada, produção integrada e modo de produção biológico (MPB).
Decreto-lei nº37/2013 de 13 de março, procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º
25672009, de 24 de setembro, que estabelece os princípios e orientações para a prática da proteção
integrada e produção integrada, bem como o regime das normas técnicas aplicáveis à proteção integrada,
produção integrada e modo de produção biológico (MPB).
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Componentes Essenciais da Proteção Integrada (PI)
1. Estimativa do risco;
2. Nível económico de ataque (NEA);
3. Seleção dos meios de luta;
4. Tomada de decisão.
Mod.CF.066/01
1. Estimativa do risco
Atendendo aos princípios da PI, para que se verifique sucesso é necessário, entre outros
fatores, que sejam consideradas três etapas, designadamente, a realizar a Estimativa de Risco (ER),
estabelecer e compreender o Nível Economico de Ataque (NEA) e tomar a decisão (TD-Tomada de
Decisão) mais adequada à situação.
Em situações em que se verifique que um inimigo está presente numa cultura, é necessário
avaliar o risco que ele pode representar, este é traduzido no nível de prejuízos que podem surgir caso não
se intervenha para o seu controlo, desta forma devemos conhecer muito bem a cultura, os seus inimigos,
bem como as condições que favorecem o seu desenvolvimento (climatéricas ou agronómicas).
De acordo com os diferentes graus de risco haverá diferentes tipos de intervenção.
Mod.CF.066/01
1. Estimativa do risco
A avaliação da natureza e importância dos inimigos nocivos com capacidade de causar
prejuízo potencial, de acordo com os fatores de nocividade, designa-se Estimativa de Risco (ER).
Esta estimativa de risco deve responder a 3 questões-chave.
Fonte: Manual de aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos, 2022
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1. Estimativa do risco
A estimativa de risco não é mais do que a determinação da intensidade de ataque do inimigo,
a partir de observações de campo e/ou metodologias complementares como os modelos matemáticos de
previsão;
Uma vez que é uma prática exigente em termos de tempo esta deverá ser limitada aos
períodos de risco (conhecimento da cultura e do inimigo);
Contudo, para além de se determinar a intensidade de ataque, é necessário também conhecer
os fatores de nocividade que podem afetar positivamente ou negativamente a ação do inimigo;
Mod.CF.066/01
1. Estimativa do risco
Desta forma, a estimativa de risco e o conhecimento dos fatores de nocividade, para um
determinado inimigo numa determinada cultura, não é mais do que a avaliação da natureza e da
importância desse inimigo, que após ultrapassar o Nível Ecónomo e Ataque (NEA) pode causar prejuízos
a cultura.
O conhecimento dos períodos de risco é importante, para se efetuar uma correta estimativa
de risco, bem como o conhecimento das condições meteorológicas favoráveis à incidência de pragas e
doenças;
A intensidade do ataque é efetuada a partir de técnicas de amostragem. Estas devem ser
simples, rigorosas, fáceis de executar, fáceis de interpretar e de custos acessíveis. A tomada de decisão
acertada depende do rigor a quantificação.
Mod.CF.066/01
1. Estimativa do risco
Técnicas de amostragem (pragas e auxiliares) diretas e indiretas | Fonte: Aguiar et al., 2005 (Adaptado) | Retirado de Manual de Formação agricultura Sustentável, 2022
Mod.CF.066/01
1. Estimativa do risco
Técnicas de amostragem (pragas e auxiliares) diretas e indiretas | Fonte: Aguiar et al., 2005 (Adaptado) | Retirado de Manual de Formação agricultura Sustentável, 2022
Mod.CF.066/01
1. Estimativa do risco
Técnicas de Amostragem diretas
Observação visual
Mod.CF.066/01
1 - Estimativa de Risco – medidas diretas
Observação visual
Consiste na observação de um determinado número de órgãos representativos das plantas na
parcela em questão;
O objetivo é a quantificação periódica de pragas e doenças, ou dos seus estragos e/ou
prejuízos, bem como a presença de auxiliares;
Este procedimento é efetuado sobre a cultura, no entanto por vezes surge a necessidade de se
complementar esta análise com a colheita de amostras e posterior análise em laboratório.
A titulo informativo para uma parcela até os 4ha, geralmente são observados entre 100 a 200
órgãos, de acordo com o inimigo em causa.
Mod.CF.066/01
1 - Estimativa de Risco
Observação visual - medida direta
A periodicidade com que se efetuam as observações, bem como o
número e tipo de órgãos a observar variam de acordo com o inimigo, época de
observação e a existência de risco;
Para se realizar esta técnica de amostragem, a observação visual,
devemos percorrer a parcela em zig-zag entre duas linhas, escolhendo
aleatoriamente uma árvore de um lado e do outro da linha. Devem então totalizar-se
as unidades estipuladas na metodologia de estimativa de risco, de maneira a
percorrer a totalidade da parcela.
Mod.CF.066/01
1 - Estimativa de Risco
Observação visual - medida direta
Caso se esteja a observar pragas, então deve registar-se o número total de indivíduos
observados por ramo/raminho/rebento/folha/fruto. Ou então, pode ser calculada a percentagem de órgãos
ocupados/atacados no total de árvores observadas.
Folha de castanheiros afetada pela vespa da
galha do castanheiro e presença de torymus
sinensis – Luta biológica)
Fonte: Mensageiro de bragança
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1 - Estimativa de Risco
Observação visual - medida direta
Caso se esteja a observar doenças, nos períodos de risco, deve verificar-se periodicamente a
intensidade de ataque, ao longo da parcela, em zig-zag, avaliando-se a presença de sintomas de acordo
com a seguinte escala:
0 – Ausência;
1 – ate 10% do órgãos atacado (ramo, folha ou fruto);
2 – 10-25% do órgão atacado (ramo, folha ou fruto);
3 - > 25% do órgão atacado (ramo, folha ou fruto);
Mod.CF.066/01
1 - Estimativa de Risco
Observação visual- medida direta
Após a observação das plantas, deve determinar-se a incidência da doença ao nível da
parcela, recorrendo-se a seguinte escala:
0 – Ausência;
1 – focos ou plantas isoladas (presença incipiente);
2 – 25-50% da superfície da parcela atacada (ataque médio);
3 – >50% da superfície da parcela atacada (ataque intenso).
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1 - Estimativa de risco
Medidas indiretas
Objetivo?
Capturar fitófagos e auxiliares entomófagos a partir de dispositivos apropriados (armadilhas
de interceção e atração).
Posteriormente devem ser identificados e quantificados.
Mod.CF.066/01
1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas
Técnica das pancadas
Objetivo:
O objetivo desta técnica é a captura “de surpresa” de pragas e fauna auxiliar, no seu meio
natural, que de outra forma seriam difíceis de observar, em diferentes árvores;
Esta técnica é realizada a partir de batidas com um bastão em ramos selecionados e posterior
recolha do material dentro de um frasco colocado na extremidade de um saco.
A titulo informativo para uma parcela até 4ha, deve ser efetuado este procedimento em 50
árvores, que representem a parcela em questão, realizando-se três pancadas (rápidas e seguidas), em dois
ramos de cada árvore.
Contudo, caso a parcela em questão apresente uma dimensão superior a 4ha então é
necessário aumentar a dimensão da amostra.
Mod.CF.066/01
1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas
Técnica das pancadas
Deve ser efetuado o registo em fichas elaboradas para o efeito. Este tipo de amostragem é
utilizado preferencialmente em fruteiras.
Fonte: Figueiredo e Franco, 2014
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1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas
Armadilhas (monitorização)
Esta técnica é utilizada para fornecer informação relativa à época de aparecimento e provável
atividade de certas pragas e/ou auxiliares;
Utilizadas para determinar o início e o pico do voo das pragas, fornecendo informação sobre o
modo correto de posicionar os produtos fitofarmacêuticos;
As armadilhas também fornecem informação sobre os grupos de auxiliares representativos na
parcela;
Mod.CF.066/01
1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas
Armadilhas
No entanto as estimativas de risco não podem
basear-se somente na contagem dos indivíduos capturados
nas armadilhas, pois nem sempre se verifica uma relação
direta entre as capturas e os estragos provocados pelas
pragas;
Para algumas pragas como a traça da oliveira,
deve conjugar-se por exemplo a informação das capturas
nas armadilhas sexuais, com a observação visual dos
órgãos atacados (folhas/inflorescências/frutos), sendo esta
a forma mais correta de efetuar a estimativa de risco.
Fonte: vozdocampo
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1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas
Armadilhas
Para alguns inimigos das culturas, a maneira mais correta de se estimar o risco, é de se
realizar a observação visual dos órgãos nas árvores e complementar essa informação com a informação
obtida pelas armadilhas. As armadilhas que capturam os insetos pode ser diversas, de acordo com a
respostas a estímulos de luz, cromotrópicos, sexuais ou alimentares.
Mod.CF.066/01
1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas
Armadilha sexual individualizada
Tipo delta
Este tipo de armadilhas pode ser utilizado para captura de
bichado da fruta.
As armadilhas do tipo delta possuem uma base de cola e
um difusor de feromona especifico para a espécie a monitorizar.
Deve ser instalada uma armadilha por cada 3 a 4ha, na zona
média da copa da árvore.
Mod.CF.066/01
1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas
Armadilhas sexual individualizada
Devem ser realizadas observações semanais, efetuando-se a contagem do número de indivíduos
capturados/colados na base da armadilha, em cada armadilha. O difusor colocado na armadilha deve ser
substituído de acordo com a periodicidade indicada na embalagem;
Mod.CF.066/01
1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas
Armadilhas
Armadilha cromotrópica
Armadilha cromotrópica - normalmente de coloração amarela, com cola em ambos os lados.
Tem por base a resposta dos artrópodes aos estímulos visuais. A esta armadilha podemos acoplar uma
cápsula de feromona sexual para atrair machos, funcionando como estimulo visual e sexual.
Na cultura da oliveira pode ser utilizada para monitorizar populações de mosca da azeitona e
de auxiliares. Deve ser colocada a partir da formação do fruto e deve ser substituída semanalmente.
Mod.CF.066/01
1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas
Armadilhas alimentares mosqueira ou McPhail.
Este tipo de armadilhas é utilizado para monitorizar machos e fêmeas de dípteros.
Neste tipo de armadilhas pode ser colocado um atrativo alimentar (mais eficiente
na captura de fêmeas) e/ou um atrativo sexual (mais eficiente na captura de machos);
Podem ser armadilhas alimentares, sexuais e cromotrópicas.
Colocação das armadilhas a partir da formação do fruto (final da primavera, início
de verão).
Devem ser colocadas duas armadilhas, uma na bordadura e outra no centro da
parcela e semanalmente deve ser verificado o atrativo, e efetuar o registo das observações, em
ficha própria, indicando o número de fêmeas e machos capturados.
Fonte: wikipedia
Mod.CF.066/01
1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas
Cintas armadilha
As cintas-armadilha, não são mais do que dispositivos de cartão
canelado ou outros materiais colocados no tronco das árvores, ou colo das
plantas que visam a captura de larvas das pragas e, por vezes também dos
auxiliares, que se deslocam, geralmente em busca de refúgio para hibernar.
Estas armadilhas, dependendo da região devem ser colocadas
entre junho e agosto sendo retiradas posteriormente em outubro.
Estas armadilhas permitem determinar o número de larvas
hibernantes, permitindo a ponderação sobre a importância do ataque das
pragas na primavera seguinte. As cintas armadilha são muito utilizadas em
fruteiras e hortícolas. Cinta-armadilha em cartão canelado
Fonte: Ilustração retirada de Manual de Formação agricultura
Sustentável, 2022
Mod.CF.066/01
1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas
Cintas armadilha de dupla face
Este tipo de armadilha pode ser utilizado para a captura das primeiras ninfas moveis da
cochonilha de S. José. Antes de se iniciar as eclosões, deve-se colocar as cintas com cola branca, em
ambos os lados, em volta dos ramos atacados, com o intuito de detetar o início e pico das eclosões das
ninfas.
Fonte:integracaodaserra
Cinta adesiva de dupla face Sintomas da Cochonilha de S. José
Ilustrações Retiradas de Manual de Formação agricultura Sustentável, 2022
Mod.CF.066/01
1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas
Aspirador
Este dispositivo não é seletivo, isto é, recolhe por
sucção os artrópodes (pragas e auxiliares) que existem nas varias
partes das árvores ou plantas.
Posteriormente os indivíduos capturados devem ser
levados para laboratório, com o intuito de se efetuar a sua
separação, identificação e quantificação.
Este método pode facultar informação referente à
abundância de grupos, que a observação visual não permite
detetar.
A seleção da técnica depende do tipo de
praga/auxiliar, bem como do seu estado de desenvolvimento.
Aspirador manual motorizado para captura de artrópodes
Fonte: Ilustração Retirada de Manual de Formação agricultura Sustentável, 2022
Mod.CF.066/01
Modelos matemáticos de previsão
O prepósito da aplicação dos modelos matemáticos de previsão aos inimigos as culturas, é o de
prever quando e como se desenvolvem os principais fatores bio-climáticos que influenciam a sua evolução.
Após o conhecimento sobre a biologia dos inimigos das culturas conseguimos saber quais os fatores
climáticos que têm um papel fundamental sobre as diversas fases do ciclo biológico do inimigo, ou seja, por
exemplo a ação da precipitação, da temperatura.
Quanto à cultura, devem ser conhecidos os estados fenológicos mais suscetíveis ao ataque de pragas
e doenças, pelo que é crucial acompanhar a sua fenologia.
Desta forma, de acordo com as informações do Serviço Nacional de Avisos Agrícolas (SNAA), é
possível estabelecer uma relação quantificável entre alguns dos fatores climáticos e o risco de ataque dos
inimigos das culturas, sendo possível desenvolver modelos de simulação que consistem em formulas
matemáticas com variáveis ajustáveis, e que se pretende aplicar às varias regiões onde o binómio inimigo/cultura
são importantes, tanto pela importância do inimigo como da cultura.
Mod.CF.066/01
Proteção Integrada
2 - Nível económico de ataque (NEA)
O significado do nível económico de ataque (NEA) está relacionado com dois aspetos que
definem o conceito de proteção integrada (PI). O aspeto ecológico, ou seja, o equilíbrio biológico de uma
cultura com tolerância do maior número de organismos nocivos, e o aspeto económico, ou seja, a
compensação do agricultor, isto é, obter uma produção sem perdas significativas, com produtos de
qualidade, com o menor número de tratamentos e com a melhoria do solo e ambiente.
“intensidade de ataque a partir do qual se devem aplicar medidas limitativas ou de combate para impedir
que o aumento da população atinja níveis em que se verifiquem prejuízos de importância económica”
(Amaro & Baggiolini, 1982)
Mod.CF.066/01
Proteção Integrada
2 - Nível económico de ataque (NEA)
Por outras palavras, é a intensidade de ataque de um inimigo da cultura a que se devem
aplicar medidas limitativas ou de combate, com o intuito de impedir que a cultura corra o risco de
prejuízos superiores ao custo das medidas de luta a adotar, acrescidos dos efeitos indesejáveis que estas
últimas possam provocar.
Mod.CF.066/01
Proteção Integrada
3 - Meios de proteção das culturas
O agricultor deve ter em atenção a outras fatores de nocividade como a idade do pomar, o
modo de condução, vigor das árvores, o estado fenológico, a suscetibilidade varietal, entre outros.
A ponderação relativa dos meios de proteção existentes contra os organismos nefastos deve
ter em consideração a estimativa do custo da proteção fitossanitária, a qual deve contemplar as despesas
relativas ao preço dos tratamentos, bem como a ponderação dos efeitos secundários indesejáveis desses
tratamentos (nomeadamente desequilíbrios biológicos, resistência adquirida pelos inimigos aos
tratamentos, contaminação do solo, da água ou do ar com resíduos nefastos e impacte negativo em
organismos não visados pelos tratamentos).
Uma agricultura de elevada qualidade sanitária exige à integração de todas as estratégias de
proteção, quer sejam elas medidas indiretas (legislativas, genéticas, biológicos e culturais com caráter
preventivo), quer sejam meios diretos (físicos, culturais, biológicos, biotécnicos e químicos), que menos
impacto criem no ambiente e que permitam a eliminação ou diminuição da ação dos principais inimigos
das cultura a níveis aceitáveis.
Mod.CF.066/01
Proteção Integrada
3 – Seleção dos meios de luta
Meios de Luta - Medidas Diretas e Indiretas | Fonte: Oliveira et al, 2014. (Adaptado) | Fonte: Manual de aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos, 2022
Mod.CF.066/01
Proteção Integrada
4 - Tomada de decisão
“A tomada de decisão baseia-se na análise global da estimativa de risco, na referência a níveis
económicos de ataque e na seleção dos meios de proteção, de modo a fornecer uma decisão fundamentada
sobre a indispensabilidade de intervenção, os meios de luta a adotar, privilegiando a integração dos meios
de luta cultural, genética, biológica e biotécnica e a seleção dos produtos fitofarmacêuticos, se for o caso”
(Diário da republica, 1.º Serie – Nº 186 - 24 de Setembro de 2009)
Ou seja, com base na estimativa de risco e nos níveis económicos de ataque é realizada a
tomada de decisão e são escolhidos os meios de luta.
Mod.CF.066/01
Fonte: Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve , 2015
Mod.CF.066/01
Fonte: atomicagro
Mod.CF.066/01
Proteção Integrada
Caderno de campo
Deve ser efetuado no caderno de campo o registo, devidamente datado, das intervenções
fitossanitárias e outras práticas culturais, de maneira a garantir a rastreabilidade e a qualidade da proteção
fitossanitária, de acordo com a legislação em vigor.
Os agricultores devem “verificar o êxito das medidas fitossanitárias aplicadas, com base nos
registos efetuados no caderno de campo.”
Mod.CF.066/01
Proteção Integrada
Caderno de campo
Devem ser registadas no caderno de campo obrigatoriamente, pelo utilizador profissional:
 Todas as operações efetuadas na parcela durante a campanha;
 Os estados fenológicos;
 Práticas culturais;
 Estimativa de risco;
 Levantamento dos auxiliares;
 Meios de luta utilizados;
 Data da realização dos tratamentos fitossanitários;
 Onde e quando foram adquiridos os produtos fitofarmacêuticos utilizados nos tratamentos
fitossanitários.
Mod.CF.066/01
Proteção Integrada
Caderno de campo
Tratamentos fitossanitários
Para além da informação referente à
finalidade tratada (cultura/inimigo ou finalidade do
tratamento) deve ainda indicar a área tratada, qual o
produto fitofarmacêutico utilizado e respetiva
substância ativa, bem como, a dose e o volume de
calda utilizado e a data em que o tratamento foi
efetuado.

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  • 2. Mod.CF.066/01 O conceito de Proteção Integrada (PI) “avaliação ponderada de todos os métodos disponíveis de proteção das culturas e subsequente integração de medidas adequadas para diminuir o desenvolvimento de populações de organismos nocivos e manter a utilização dos produtos fitofarmacêuticos e outras formas de intervenção a níveis económica e ecologicamente justificáveis, reduzindo ou minimizando os riscos para a saúde humana e o ambiente. A proteção integrada privilegia o desenvolvimento de culturas saudáveis com a menor perturbação possível dos ecossistemas agrícolas e agroflorestais e incentivando mecanismos naturais de luta contra os inimigos das culturas”.
  • 3. Mod.CF.066/01 O conceito de Proteção Integrada (PI) Ou seja, a PI visa controlar os inimigos das culturas de uma forma económica, eficaz e com menores riscos para o Homem e para o meio ambiente; A PI recorre à utilização racional, equilibrada e integrada de todos os meios de luta disponíveis, sejam eles genéticos, culturais, biológicos, biotécnicos e químicos, com o intuito de manter os níveis de população de inimigos das culturas a níveis que não causem prejuízos;
  • 4. Mod.CF.066/01 O conceito de Proteção Integrada (PI) É então importante a realização da estimativa de risco, ou seja, a monitorização continua da cultura, com o intuito de se detetar os seus principais inimigos, e avaliar a partir da intensidade do seu ataque, os possíveis estragos ou prejuízos que estes possam causar; Em PI é de todo importante possuir conhecimentos relativos à cultura e dos inimigos-chave de maneira a avaliar a indispensabilidade da intervenção;
  • 5. Mod.CF.066/01 Objetivos da Proteção Integrada (PI)  “Implementação de medidas visando a limitação natural dos inimigos das culturas com vista a prevenir ou evitar o seu desenvolvimento;  Redução, ao mínimo, das intervenções fitossanitárias nos ecossistemas agrícolas e agro-florestais;  Utilização de todos os meios de luta disponíveis, integrando-os de forma harmoniosa e privilegiando, sempre que possível, as medidas indiretas;  Recurso aos meios de luta diretos, nomeadamente o uso de produtos fitofarmacêuticos, quando não haja alternativa;  Seleção de produtos fitofarmacêuticos em função da sua eficácia, persistência, custo e efeitos secundários em relação ao homem, aos auxiliares e ao ambiente”
  • 6. Mod.CF.066/01 Princípios gerais da Proteção Integrada (PI) Princípio 1: aplicar medidas de prevenção e/ou o controlo dos inimigos das culturas; Princípio 2: utilizar métodos e instrumentos adequados de monitorização dos inimigos das culturas; Princípio 3: ter em consideração os resultados da monitorização e da estimativa de risco na tomada de decisão; Princípio 4: dar preferência aos meios de luta não químicos;
  • 7. Mod.CF.066/01 Princípios gerais da Proteção Integrada (PI) Princípio 5: aplicar os produtos fitofarmacêuticos mais seletivos tendo em conta o alvo biológico em vista e com o mínimo de efeitos secundários para a saúde humana, os organismos não visados e o ambiente; Princípio 6: reduzir a utilização dos produtos fitofarmacêuticos e outras formas de intervenção ao mínimo necessário; Princípio 7: recorrer a estratégias anti-resistência para manter a eficácia dos produtos, quando o risco de resistência do produto for conhecido; Princípio 8: verificar o êxito das medidas fitossanitárias aplicadas, com base nos registos efetuados no caderno de campo.
  • 8. Mod.CF.066/01 Legislação Proteção Integrada (PI) Decreto-Lei n.º 256/2009 de 24 de setembro, estabelece os princípios e orientações para a prática da proteção integrada e produção integrada, bem como o regime das normas técnicas aplicáveis à proteção integrada, produção integrada e modo de produção biológico (MPB). Decreto-lei nº37/2013 de 13 de março, procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 25672009, de 24 de setembro, que estabelece os princípios e orientações para a prática da proteção integrada e produção integrada, bem como o regime das normas técnicas aplicáveis à proteção integrada, produção integrada e modo de produção biológico (MPB).
  • 9. Mod.CF.066/01 Componentes Essenciais da Proteção Integrada (PI) 1. Estimativa do risco; 2. Nível económico de ataque (NEA); 3. Seleção dos meios de luta; 4. Tomada de decisão.
  • 10. Mod.CF.066/01 1. Estimativa do risco Atendendo aos princípios da PI, para que se verifique sucesso é necessário, entre outros fatores, que sejam consideradas três etapas, designadamente, a realizar a Estimativa de Risco (ER), estabelecer e compreender o Nível Economico de Ataque (NEA) e tomar a decisão (TD-Tomada de Decisão) mais adequada à situação. Em situações em que se verifique que um inimigo está presente numa cultura, é necessário avaliar o risco que ele pode representar, este é traduzido no nível de prejuízos que podem surgir caso não se intervenha para o seu controlo, desta forma devemos conhecer muito bem a cultura, os seus inimigos, bem como as condições que favorecem o seu desenvolvimento (climatéricas ou agronómicas). De acordo com os diferentes graus de risco haverá diferentes tipos de intervenção.
  • 11. Mod.CF.066/01 1. Estimativa do risco A avaliação da natureza e importância dos inimigos nocivos com capacidade de causar prejuízo potencial, de acordo com os fatores de nocividade, designa-se Estimativa de Risco (ER). Esta estimativa de risco deve responder a 3 questões-chave. Fonte: Manual de aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos, 2022
  • 12. Mod.CF.066/01 1. Estimativa do risco A estimativa de risco não é mais do que a determinação da intensidade de ataque do inimigo, a partir de observações de campo e/ou metodologias complementares como os modelos matemáticos de previsão; Uma vez que é uma prática exigente em termos de tempo esta deverá ser limitada aos períodos de risco (conhecimento da cultura e do inimigo); Contudo, para além de se determinar a intensidade de ataque, é necessário também conhecer os fatores de nocividade que podem afetar positivamente ou negativamente a ação do inimigo;
  • 13. Mod.CF.066/01 1. Estimativa do risco Desta forma, a estimativa de risco e o conhecimento dos fatores de nocividade, para um determinado inimigo numa determinada cultura, não é mais do que a avaliação da natureza e da importância desse inimigo, que após ultrapassar o Nível Ecónomo e Ataque (NEA) pode causar prejuízos a cultura. O conhecimento dos períodos de risco é importante, para se efetuar uma correta estimativa de risco, bem como o conhecimento das condições meteorológicas favoráveis à incidência de pragas e doenças; A intensidade do ataque é efetuada a partir de técnicas de amostragem. Estas devem ser simples, rigorosas, fáceis de executar, fáceis de interpretar e de custos acessíveis. A tomada de decisão acertada depende do rigor a quantificação.
  • 14. Mod.CF.066/01 1. Estimativa do risco Técnicas de amostragem (pragas e auxiliares) diretas e indiretas | Fonte: Aguiar et al., 2005 (Adaptado) | Retirado de Manual de Formação agricultura Sustentável, 2022
  • 15. Mod.CF.066/01 1. Estimativa do risco Técnicas de amostragem (pragas e auxiliares) diretas e indiretas | Fonte: Aguiar et al., 2005 (Adaptado) | Retirado de Manual de Formação agricultura Sustentável, 2022
  • 16. Mod.CF.066/01 1. Estimativa do risco Técnicas de Amostragem diretas Observação visual
  • 17. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de Risco – medidas diretas Observação visual Consiste na observação de um determinado número de órgãos representativos das plantas na parcela em questão; O objetivo é a quantificação periódica de pragas e doenças, ou dos seus estragos e/ou prejuízos, bem como a presença de auxiliares; Este procedimento é efetuado sobre a cultura, no entanto por vezes surge a necessidade de se complementar esta análise com a colheita de amostras e posterior análise em laboratório. A titulo informativo para uma parcela até os 4ha, geralmente são observados entre 100 a 200 órgãos, de acordo com o inimigo em causa.
  • 18. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de Risco Observação visual - medida direta A periodicidade com que se efetuam as observações, bem como o número e tipo de órgãos a observar variam de acordo com o inimigo, época de observação e a existência de risco; Para se realizar esta técnica de amostragem, a observação visual, devemos percorrer a parcela em zig-zag entre duas linhas, escolhendo aleatoriamente uma árvore de um lado e do outro da linha. Devem então totalizar-se as unidades estipuladas na metodologia de estimativa de risco, de maneira a percorrer a totalidade da parcela.
  • 19. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de Risco Observação visual - medida direta Caso se esteja a observar pragas, então deve registar-se o número total de indivíduos observados por ramo/raminho/rebento/folha/fruto. Ou então, pode ser calculada a percentagem de órgãos ocupados/atacados no total de árvores observadas. Folha de castanheiros afetada pela vespa da galha do castanheiro e presença de torymus sinensis – Luta biológica) Fonte: Mensageiro de bragança
  • 20. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de Risco Observação visual - medida direta Caso se esteja a observar doenças, nos períodos de risco, deve verificar-se periodicamente a intensidade de ataque, ao longo da parcela, em zig-zag, avaliando-se a presença de sintomas de acordo com a seguinte escala: 0 – Ausência; 1 – ate 10% do órgãos atacado (ramo, folha ou fruto); 2 – 10-25% do órgão atacado (ramo, folha ou fruto); 3 - > 25% do órgão atacado (ramo, folha ou fruto);
  • 21. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de Risco Observação visual- medida direta Após a observação das plantas, deve determinar-se a incidência da doença ao nível da parcela, recorrendo-se a seguinte escala: 0 – Ausência; 1 – focos ou plantas isoladas (presença incipiente); 2 – 25-50% da superfície da parcela atacada (ataque médio); 3 – >50% da superfície da parcela atacada (ataque intenso).
  • 22. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de risco Medidas indiretas Objetivo? Capturar fitófagos e auxiliares entomófagos a partir de dispositivos apropriados (armadilhas de interceção e atração). Posteriormente devem ser identificados e quantificados.
  • 23. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas Técnica das pancadas Objetivo: O objetivo desta técnica é a captura “de surpresa” de pragas e fauna auxiliar, no seu meio natural, que de outra forma seriam difíceis de observar, em diferentes árvores; Esta técnica é realizada a partir de batidas com um bastão em ramos selecionados e posterior recolha do material dentro de um frasco colocado na extremidade de um saco. A titulo informativo para uma parcela até 4ha, deve ser efetuado este procedimento em 50 árvores, que representem a parcela em questão, realizando-se três pancadas (rápidas e seguidas), em dois ramos de cada árvore. Contudo, caso a parcela em questão apresente uma dimensão superior a 4ha então é necessário aumentar a dimensão da amostra.
  • 24. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas Técnica das pancadas Deve ser efetuado o registo em fichas elaboradas para o efeito. Este tipo de amostragem é utilizado preferencialmente em fruteiras. Fonte: Figueiredo e Franco, 2014
  • 25. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas Armadilhas (monitorização) Esta técnica é utilizada para fornecer informação relativa à época de aparecimento e provável atividade de certas pragas e/ou auxiliares; Utilizadas para determinar o início e o pico do voo das pragas, fornecendo informação sobre o modo correto de posicionar os produtos fitofarmacêuticos; As armadilhas também fornecem informação sobre os grupos de auxiliares representativos na parcela;
  • 26. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas Armadilhas No entanto as estimativas de risco não podem basear-se somente na contagem dos indivíduos capturados nas armadilhas, pois nem sempre se verifica uma relação direta entre as capturas e os estragos provocados pelas pragas; Para algumas pragas como a traça da oliveira, deve conjugar-se por exemplo a informação das capturas nas armadilhas sexuais, com a observação visual dos órgãos atacados (folhas/inflorescências/frutos), sendo esta a forma mais correta de efetuar a estimativa de risco. Fonte: vozdocampo
  • 27. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas Armadilhas Para alguns inimigos das culturas, a maneira mais correta de se estimar o risco, é de se realizar a observação visual dos órgãos nas árvores e complementar essa informação com a informação obtida pelas armadilhas. As armadilhas que capturam os insetos pode ser diversas, de acordo com a respostas a estímulos de luz, cromotrópicos, sexuais ou alimentares.
  • 28. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas Armadilha sexual individualizada Tipo delta Este tipo de armadilhas pode ser utilizado para captura de bichado da fruta. As armadilhas do tipo delta possuem uma base de cola e um difusor de feromona especifico para a espécie a monitorizar. Deve ser instalada uma armadilha por cada 3 a 4ha, na zona média da copa da árvore.
  • 29. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas Armadilhas sexual individualizada Devem ser realizadas observações semanais, efetuando-se a contagem do número de indivíduos capturados/colados na base da armadilha, em cada armadilha. O difusor colocado na armadilha deve ser substituído de acordo com a periodicidade indicada na embalagem;
  • 30. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas Armadilhas Armadilha cromotrópica Armadilha cromotrópica - normalmente de coloração amarela, com cola em ambos os lados. Tem por base a resposta dos artrópodes aos estímulos visuais. A esta armadilha podemos acoplar uma cápsula de feromona sexual para atrair machos, funcionando como estimulo visual e sexual. Na cultura da oliveira pode ser utilizada para monitorizar populações de mosca da azeitona e de auxiliares. Deve ser colocada a partir da formação do fruto e deve ser substituída semanalmente.
  • 31. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas Armadilhas alimentares mosqueira ou McPhail. Este tipo de armadilhas é utilizado para monitorizar machos e fêmeas de dípteros. Neste tipo de armadilhas pode ser colocado um atrativo alimentar (mais eficiente na captura de fêmeas) e/ou um atrativo sexual (mais eficiente na captura de machos); Podem ser armadilhas alimentares, sexuais e cromotrópicas. Colocação das armadilhas a partir da formação do fruto (final da primavera, início de verão). Devem ser colocadas duas armadilhas, uma na bordadura e outra no centro da parcela e semanalmente deve ser verificado o atrativo, e efetuar o registo das observações, em ficha própria, indicando o número de fêmeas e machos capturados. Fonte: wikipedia
  • 32. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas Cintas armadilha As cintas-armadilha, não são mais do que dispositivos de cartão canelado ou outros materiais colocados no tronco das árvores, ou colo das plantas que visam a captura de larvas das pragas e, por vezes também dos auxiliares, que se deslocam, geralmente em busca de refúgio para hibernar. Estas armadilhas, dependendo da região devem ser colocadas entre junho e agosto sendo retiradas posteriormente em outubro. Estas armadilhas permitem determinar o número de larvas hibernantes, permitindo a ponderação sobre a importância do ataque das pragas na primavera seguinte. As cintas armadilha são muito utilizadas em fruteiras e hortícolas. Cinta-armadilha em cartão canelado Fonte: Ilustração retirada de Manual de Formação agricultura Sustentável, 2022
  • 33. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas Cintas armadilha de dupla face Este tipo de armadilha pode ser utilizado para a captura das primeiras ninfas moveis da cochonilha de S. José. Antes de se iniciar as eclosões, deve-se colocar as cintas com cola branca, em ambos os lados, em volta dos ramos atacados, com o intuito de detetar o início e pico das eclosões das ninfas. Fonte:integracaodaserra Cinta adesiva de dupla face Sintomas da Cochonilha de S. José Ilustrações Retiradas de Manual de Formação agricultura Sustentável, 2022
  • 34. Mod.CF.066/01 1 - Estimativa de Risco - medidas indiretas Aspirador Este dispositivo não é seletivo, isto é, recolhe por sucção os artrópodes (pragas e auxiliares) que existem nas varias partes das árvores ou plantas. Posteriormente os indivíduos capturados devem ser levados para laboratório, com o intuito de se efetuar a sua separação, identificação e quantificação. Este método pode facultar informação referente à abundância de grupos, que a observação visual não permite detetar. A seleção da técnica depende do tipo de praga/auxiliar, bem como do seu estado de desenvolvimento. Aspirador manual motorizado para captura de artrópodes Fonte: Ilustração Retirada de Manual de Formação agricultura Sustentável, 2022
  • 35. Mod.CF.066/01 Modelos matemáticos de previsão O prepósito da aplicação dos modelos matemáticos de previsão aos inimigos as culturas, é o de prever quando e como se desenvolvem os principais fatores bio-climáticos que influenciam a sua evolução. Após o conhecimento sobre a biologia dos inimigos das culturas conseguimos saber quais os fatores climáticos que têm um papel fundamental sobre as diversas fases do ciclo biológico do inimigo, ou seja, por exemplo a ação da precipitação, da temperatura. Quanto à cultura, devem ser conhecidos os estados fenológicos mais suscetíveis ao ataque de pragas e doenças, pelo que é crucial acompanhar a sua fenologia. Desta forma, de acordo com as informações do Serviço Nacional de Avisos Agrícolas (SNAA), é possível estabelecer uma relação quantificável entre alguns dos fatores climáticos e o risco de ataque dos inimigos das culturas, sendo possível desenvolver modelos de simulação que consistem em formulas matemáticas com variáveis ajustáveis, e que se pretende aplicar às varias regiões onde o binómio inimigo/cultura são importantes, tanto pela importância do inimigo como da cultura.
  • 36. Mod.CF.066/01 Proteção Integrada 2 - Nível económico de ataque (NEA) O significado do nível económico de ataque (NEA) está relacionado com dois aspetos que definem o conceito de proteção integrada (PI). O aspeto ecológico, ou seja, o equilíbrio biológico de uma cultura com tolerância do maior número de organismos nocivos, e o aspeto económico, ou seja, a compensação do agricultor, isto é, obter uma produção sem perdas significativas, com produtos de qualidade, com o menor número de tratamentos e com a melhoria do solo e ambiente. “intensidade de ataque a partir do qual se devem aplicar medidas limitativas ou de combate para impedir que o aumento da população atinja níveis em que se verifiquem prejuízos de importância económica” (Amaro & Baggiolini, 1982)
  • 37. Mod.CF.066/01 Proteção Integrada 2 - Nível económico de ataque (NEA) Por outras palavras, é a intensidade de ataque de um inimigo da cultura a que se devem aplicar medidas limitativas ou de combate, com o intuito de impedir que a cultura corra o risco de prejuízos superiores ao custo das medidas de luta a adotar, acrescidos dos efeitos indesejáveis que estas últimas possam provocar.
  • 38. Mod.CF.066/01 Proteção Integrada 3 - Meios de proteção das culturas O agricultor deve ter em atenção a outras fatores de nocividade como a idade do pomar, o modo de condução, vigor das árvores, o estado fenológico, a suscetibilidade varietal, entre outros. A ponderação relativa dos meios de proteção existentes contra os organismos nefastos deve ter em consideração a estimativa do custo da proteção fitossanitária, a qual deve contemplar as despesas relativas ao preço dos tratamentos, bem como a ponderação dos efeitos secundários indesejáveis desses tratamentos (nomeadamente desequilíbrios biológicos, resistência adquirida pelos inimigos aos tratamentos, contaminação do solo, da água ou do ar com resíduos nefastos e impacte negativo em organismos não visados pelos tratamentos). Uma agricultura de elevada qualidade sanitária exige à integração de todas as estratégias de proteção, quer sejam elas medidas indiretas (legislativas, genéticas, biológicos e culturais com caráter preventivo), quer sejam meios diretos (físicos, culturais, biológicos, biotécnicos e químicos), que menos impacto criem no ambiente e que permitam a eliminação ou diminuição da ação dos principais inimigos das cultura a níveis aceitáveis.
  • 39. Mod.CF.066/01 Proteção Integrada 3 – Seleção dos meios de luta Meios de Luta - Medidas Diretas e Indiretas | Fonte: Oliveira et al, 2014. (Adaptado) | Fonte: Manual de aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos, 2022
  • 40. Mod.CF.066/01 Proteção Integrada 4 - Tomada de decisão “A tomada de decisão baseia-se na análise global da estimativa de risco, na referência a níveis económicos de ataque e na seleção dos meios de proteção, de modo a fornecer uma decisão fundamentada sobre a indispensabilidade de intervenção, os meios de luta a adotar, privilegiando a integração dos meios de luta cultural, genética, biológica e biotécnica e a seleção dos produtos fitofarmacêuticos, se for o caso” (Diário da republica, 1.º Serie – Nº 186 - 24 de Setembro de 2009) Ou seja, com base na estimativa de risco e nos níveis económicos de ataque é realizada a tomada de decisão e são escolhidos os meios de luta.
  • 41. Mod.CF.066/01 Fonte: Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve , 2015
  • 43. Mod.CF.066/01 Proteção Integrada Caderno de campo Deve ser efetuado no caderno de campo o registo, devidamente datado, das intervenções fitossanitárias e outras práticas culturais, de maneira a garantir a rastreabilidade e a qualidade da proteção fitossanitária, de acordo com a legislação em vigor. Os agricultores devem “verificar o êxito das medidas fitossanitárias aplicadas, com base nos registos efetuados no caderno de campo.”
  • 44. Mod.CF.066/01 Proteção Integrada Caderno de campo Devem ser registadas no caderno de campo obrigatoriamente, pelo utilizador profissional:  Todas as operações efetuadas na parcela durante a campanha;  Os estados fenológicos;  Práticas culturais;  Estimativa de risco;  Levantamento dos auxiliares;  Meios de luta utilizados;  Data da realização dos tratamentos fitossanitários;  Onde e quando foram adquiridos os produtos fitofarmacêuticos utilizados nos tratamentos fitossanitários.
  • 45. Mod.CF.066/01 Proteção Integrada Caderno de campo Tratamentos fitossanitários Para além da informação referente à finalidade tratada (cultura/inimigo ou finalidade do tratamento) deve ainda indicar a área tratada, qual o produto fitofarmacêutico utilizado e respetiva substância ativa, bem como, a dose e o volume de calda utilizado e a data em que o tratamento foi efetuado.