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Sílvia Drumond ORALIDADE EM SUA CONSTRUÇÃO
As histórias em quadrinhos são enredos narrados
quadro a quadro por meio de desenhos e textos que
utilizam o discurso direto, característico da língua
falada.
Este, justifica-se pelo interesse de demonstrar como
as estratégias de organização de um texto falado são
utilizadas na construção da história em quadrinhos,
que possui em seu texto escrito, características
próximas a uma conversação face a face, além de
apresentar elementos visuais complementadores à
compreensão, tornando este estudo bastante
prazeroso, pois a leitura de uma HQ causa no leitor
um determinado fascínio devido à combinação de
todos esses elementos.
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Os objetivos que norteiam este trabalho são os de
analisar as características do texto falado na linguagem
das histórias em quadrinhos, verificando de que forma a
oralidade é representada em texto escrito e, ainda, de
que maneira os elementos das HQs são representados
no auxílio da compreensão da narrativa.
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A metodologia empregada envolveu a construção de
pressupostos teóricos a fim de conceituar o gênero discursivo
história em quadrinhos e a busca das características do texto
falado, tomando como base renomados analistas da
conversação, como Marcuschi (1986), Fávero et al. (1999),
Preti (1993). O objeto analisado constitui-se em construções
de histórias em quadrinhos, criadas pelos alunos, onde cada
um personalizou sua história valendo-se das técnicas dos HQs
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Esse estudo possibilitará futuros aprofundamentos
referentes à oralidade nesse gênero discursivo,
considerando que a riqueza de detalhes encontrada no
texto da HQ analisada evidencia que as características
da língua falada, aliadas à recursos visuais e recursos
da língua escrita são recorrentes neste gênero
discursivo.
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As Histórias em Quadrinhos constituem um gênero discursivo
aparecem em circunstâncias de comunicação cultural na
forma escrita e que, muitas vezes em função do enredo
desenvolvido, englobam os gêneros discursivos primários
correspondentes a circunstâncias de comunicação verbal
espontânea. Os gêneros produzidos na interface oral/escrita
são necessariamente secundários, como é o caso das HQs.
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Os quadrinhos têm como objetivo principal a narração de fatos
procurando reproduzir uma conversação natural, na qual os
personagens interagem face a face, expressando-se por
palavras e expressões faciais e corporais. Todo o conjunto do
quadrinho é responsável pela transmissão do contexto
enunciativo ao leitor. Assim como na literatura, o contexto é
obtido por meio de descrições detalhadas através da palavra
escrita. Nas HQs, esse contexto é fruto da dicotomia verbal /
não verbal, na qual tanto os desenhos quanto as palavras são
necessárias ao entendimento da história.
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Todo o conjunto do quadrinho é responsável pela transmissão
do contexto enunciativo ao leitor. Assim como na literatura, o
contexto é obtido por meio de descrições detalhadas através da
palavra escrita. Nas HQs, esse contexto é fruto da dicotomia
verbal / não verbal, na qual tanto os desenhos quanto as
palavras são necessárias ao entendimento da história.
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Se os quadrinhos, construídos pelos alunos procuram
reproduzir uma conversação natural através da palavra
escrita, torna-se necessário o estudo das duas
modalidades, oral e escrito, que constituem o mesmo
sistema lingüístico. Sobre o sistema lingüístico,
Marcuschi (1986, p. 62) afirma que “as regras de sua
efetivação, bem como os meios empregados são
diversos e específicos, o que acaba por evidenciar
produtos diferentes”.
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A língua escrita apresenta características diversas da
oral, em que se reproduz uma conversação entre dois
falantes. Nela, a mensagem não é transmitida de
imediato ao leitor, ao contrário da língua falada em
que os interlocutores são co-autores do texto
deixando em evidencia todo o processo de produção.
O texto escrito possui uma importante característica:
o planejamento temático. Segundo Rodrigues (1993)
qualquer um que se proponha a escrever, sabe o tema
que pretende desenvolver; essa escolha é unilateral,
não levando em conta interesses e predileções do
eventual leitor. Paralelo ao planejamento temático,
ocorre o planejamento lingüístico, ou seja, a
formulação verbal também é planejada, conforme
afirma Urbano (1990 apud RODRIGUES, 1993).
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A língua falada, a define
como um resultado da
atividade interacional
entre os participantes de
uma conversação que é
passível de análise
formal, uma vez que
possui uma estruturação
própria dessa
modalidade obedecendo
a procedimentos
distintos daqueles do
texto escrito. A partir
desta diferença,
constatam-se quatro
elementos responsáveis
pela organização do
texto falado: turno
conversacional, tópico
discursivo, marcadores
conversacionais, pares
adjacentes, além das
atividades de
formulação.
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Como os quadrinhos também
utilizam a linguagem não
verbal, que é fundamental na
transmissão de sua
mensagem, não se pode
deixar de citar a importância
dos elementos específicos de
um quadrinho como o
requadro, o balão, e as
legendas que auxiliam os
recursos lingüísticos (discurso
direto, onomatopéia,
expressões populares), não
verbais (gestos e expressões
faciais) e paralingüísticos
(prolongamento e
intensificação de sons) na
compreensão da narrativa.
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Considerando as HQs, Eguti (op. cit.) afirma que o texto não
é espontâneo nem natural, pois trata-se de uma obra em que
o autor cria os diálogos e as situações que envolvem os
falantes, além disso, o espaço e o tempo em que os fatos
ocorrem são produtos de um planejamento prévio tanto do
tema quanto do aspecto lingüístico-discursivo, sujeito a
correções. Marcuschi (2000 apud DIONÍSIO et. al, 2002)
mostra que a concepção da HQ é de base escrita, pois a
narração é baseada em roteiros escritos como no cinema,
apesar da tentativa de reproduzir a fala (geralmente
informal), através de interjeições, reduções vocabulares,
onomatopéias, gírias, além de expressarem os gestos e
expressões dos personagens através do desenho. Segundo
Fávero (s/d apud EGUTI, op. cit.), o texto das HQs é
previamente preparado, não apresentando uma formulação
livre, uma das características da conversação. Nele não se
percebem as repetições e redundâncias próprias da oralidade,
uma vez que há uma elaboração prévia, assim como acontece
num texto literário.