O documento descreve a história do funk carioca desde sua origem nas décadas de 1960-1970 até os dias atuais. Começou como um estilo musical inspirado no funk norte-americano que era dançado em bailes nas favelas do Rio de Janeiro. Nos anos 1980-1990, tornou-se mais popular com o lançamento de LPs e o surgimento de MCs locais. Recentemente, tornou-se um fenômeno cultural reconhecido, apesar de preconceitos e associações com a violência.
1. E. M. Soares Pereira – PIBID História da UERJ
– setembro 2014
2. O funk carioca é um estilo musical
oriundo do Rio de Janeiro, mais
precisamente das favelas.Apesar do
nome, é diferente do funk originário dos
Estados Unidos.
3. Nos anos 1960 e 1970 eram realizados bailes
black, soul, shaft ou funk.
Os músicos negros norte-americanos
primeiramente chamavam de funk a música
com um ritmo mais suave. Esta forma inicial de
música estabeleceu o padrão para músicos
posteriores: uma música com um ritmo mais
lento, sexy, solto, orientado para frases
musicais repetidas
Com o tempo, os DJs foram buscando novos
ritmos de música negra, mas o nome original
permaneceu.
7. Nos bailes da década de 1980,
era muito comum associarem as
letras em inglês e sons, como se
fossem palavras em português.
Temos as criações das melôs,
como a do “ravioli”.Que eram
versões engraçadas de músicas
em inglês, da forma como eram
entendidas.
Ao lado, imagem de um baile dos
anos 80.
9. Considerado o marco zero do
movimento baile funk, o
disco (e suas continuações).
Lançado em 1989.
“Funk Brasil” foi o primeiro
lançamento com músicas
cantadas em português e
bases feitas especialmente
para as faixas, inaugurando o
gênero.
Melô do Bêbado
https://www.youtube.com/watch?v=SEVPAvlBvwM
10. O Funk Brasil 1 foi uma vitória sem precedentes,
vendeu 250.000 cópias. Até seu lançamento as
gravadoras e rádios tinham preconceitos explícitos
contra o funk, mas o DJ Marlboro apostou...e ganhou.
11. O Dj Marlboro fez tanto sucesso que passou a
lançar um LP por ano.
Depois de Funk Brasil 1, lançado em 1989,
temos o Funk Brasil 2 (1990) e Funk Brasil 3
(1991)
12. Uma música do LP, cantada pela Regina Casé
e Luiz Fernando, humoristas brasileiros...
O funk deles fez o maior sucesso nos bailes...
https://www.youtube.com/watch?v=_82qYinU6
P0
13. As letras de funk dos anos 90 refletiam o dia-a-
dia das comunidades, ou faziam exaltação a
elas. Muitos raps surgiram de concursos
promovidos dentro das comunidades. Em
consequência, o ritmo fica cada vez mais
popular e os bailes se multiplicam. Ex: Rap do
pirão, Rap do Salgueiro, Rap da cidade de Deus,
etc...
Ao mesmo tempo em que ele crescia nas
comunidades, o funk começou a ser alvo de
ataques e preconceito. Iniciava-se o período de
associações do funk com a violência.
14. Vários MCs e seus funks pediam paz nos
bailes, alvos de constantes brigas de
“galeras”. O Rap do Borel e o Rap da
Felicidade são alguns deles.
https://www.youtube.com/watch?v=h8BXebxt
Yis
https://www.youtube.com/watch?v=z34HcBcq
Tas
18. O funk conseguiu “mascarar seu
ritmo”, mostrando-se mais parecido
com um rap americano e integrando-
se mais às demais classes sociais
cariocas.
Sua batida repetitiva, denominada
pancadão ou tamborzão, é inspirado
em batidas do Miami Bass e do rap
americano).
Isso contribuiu para que mais pessoas
se tornassem seus adeptos, fazendo
com que o estilo chegasse a
movimentar cerca de 10 000 000 de
reais por mês no estado do Rio de
Janeiro entre os anos de 2007 e 2008.
19. Algumas letras eróticas e de duplo
sentido, normalmente
desvalorizavam o gênero feminino.
Os “funks proibidões” surgem nesta
época, fazendo retratando a
realidade das comunidades.
As mulheres fruta, saradas, vendiam
mais que as letras que discutiam
temáticas sociais.
Isso aumentou o preconceito com
relação ao ritmo, mas gerou muito
lucro para as equipes de som e
indústria cultural.
OS MCs, porém, não partilharam
destes lucros.
20. Podemos discutir:
Valores
Limites
Sexualidade
Limites do feminino
Machismo
Banalização do sexo
Exposição do corpo
feminino
https://www.youtube.com/watch?v=IGh
CoW4OWec
21. Mc Marcinho
Um retrato da juventude de comunidade carioca.
http://www.youtube.com/watch?v=cV9mUoZYen4
Apesar de visar o mercado, os funks ainda
retratavam o dia a dia das comunidades.
Veja esta música do MC Marcinho.
23. - Um dos destaques dessa fase e que foi objeto
até de um documentário europeu sobre o tema
é a cantoraTati Quebra-Barraco, que se tornou
uma figura das mulheres que demonstram
resistência à dominação masculina em suas
letras, geralmente de nível duvidoso, pondo a
mulher no controle das situações e as alienando.
25. Amílcar e Chocolate fazem um manifesto do
mundo funk
https://www.youtube.com/watch?v=Z4aai7Bj2
NY
26. A classe média e alta passou a ouvir
O Brasil inteiro passou a dançar
E o mundo conheceu o FUNK CARIOCA
27. O funk chegava
oficialmente às
residências.
https://www.youtube.com/watch?v=8ehUQwRIV0I
28. Em Setembro de 2009 a Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro aprovou projeto
dos deputadosWagner Montes e Marcelo
Freixo que define o funk como movimento
cultural e musical de caráter popular do Rio
de Janeiro.
29. Em 2011, foi realizado a "Batalha do
Passinho", um estilo de dança criado nos
bailes e que se inspira em passos de outros
estilos musicais como o ballet clássico, o jazz,
o hip hop e o frevo.
Chegou na Xuxa e tudo...
https://www.youtube.com/watch?v=5QLsMxbir
wg
30. Em 2012, o estilo de dança ganhou as páginas
policiais, após o dançarino Gualter
Damasceno Rocha de, 22 anos, foi
assassinado.
Gualter desapareceu na noite de réveillon.
Após sete dias, teve o corpo reconhecido por
um irmão através de fotos
https://www.youtube.com/watch?v=gzEPyvwS
t_Q
31. Diretor Emílio
Domingos
Divulgou o
passinho para o
mundo
Ganhou diversos
prêmios
https://www.youtube.com
/watch?v=Q2kM7Cr4-CI
32. Aperte o play
divulgou o
passinho
Mostrou o
potencial para
outros públicos
Utilizou
referências
urbanas cariocas
https://www.youtube.com/watch?v=rrtFy5
C02Pc
34. Os bailes nas comunidades pacificadas só
podem acontecer com autorização policial.
O funk é associado à barbárie, ao tráfico, e é
combatido como espaço da guerra contra as
drogas.
Existem entidades como a Apafunk, que
defende a liberdade dos bailes.
35. Tá Tudo Errado
Mc Júnior e Leonardo
Comunidade que vive a vontade
Com mais liberdade tem mais pra colher
Pois alguns caminhos pra felicidade
São paz, cultura e lazer
Comunidade que vive acuada
Tomando porrada de todos os lados
Fica mais longe da tal esperança
Os menor vão crescendo tudo revoltado
Não se combate crime organizado
Mandando blindado pra beco e viela
Pois só vai gerar mais ira
Naqueles que moram dentro da favela
Sou favelado e exijo respeito
São só meus direitos que eu peço aqui
Pé na porta sem mandado
Tem que ser condenado
Não pode existir
Está tudo errado
É até difícil explicar
Mas do jeito que a coisa está indo
Já passou da hora do bicho pegar
Está tudo errado
Difícil entender também
Tem gente plantando o mal
Querendo colher o bem
Mãe sem emprego
Filho sem escola
É o ciclo que rola naquele lugar
São milhares de histórias
Que no fim são as mesmas
Podem reparar
Sinceramente não tenho a saída
De como devia tal ciclo parar
Mas do jeito que estão nos tratando
Só estão ajudando esse mal se alastrar
Morre polícia, morre vagabundo
E no mesmo segundo
Outro vem ocupar
O lugar daquele que um dia se foi
Pior que depois geral deixa pra lá
Agora amigo, o papo é contigo
Só um aviso pra finalizar
O futuro da favela depende do fruto que tu for
plantar
Está tudo errado
É até difícil explicar
Mas do jeito que a coisa está indo
Já passou da hora do bicho pegar
Está tudo errado
Difícil entender também
Tem gente plantando o mal
Querendo colher o bem
https://www.youtube.com/watch?v=AKFsQR8LDfg
36. FACINA, Adriana2012. FACINA, Adriana ; LOPES, Adriana Carvalho .
Cidade do funk: expressões da diáspora negra nas favelas cariocas.
Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, v. 6, p. 193-206,
2012.
FACINA, Adriana . "Eu só quero é ser feliz": quem é a juventude
funkeira no Rio de Janeiro. REVISTA EPOS (eletrônica), v. 1, p. 218,
2010.
FACINA, Adriana2009FACINA, Adriana . "Vou te dar um papo reto":
linguagem e questões metodológicas para uma etnografia do funk
carioca. Candelária (Rio de Janeiro), v. jul-de, p. 99-108, 2009.
Wikipedia