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Cultura Popular Brasileira
Manifestações Culturais
O FUNK
POPULAR
BRASILEIRO
ORIGENS
O Funk é, na verdade, ‘filho’ da Música
Negra Suburbana Norte Americana
dos anos 60/70/80 (Black Music).
Movimentos como a Gospel Music; o
Jazz; Soul; R&B (além do rock
psicodélico) foram elementos
influenciadores do que conhecemos
como “funk” no Brasil hoje.
Ritmo lento, sincopado (execução de som em um
tempo fraco, ou parte fraca de tempo que se
prolonga até o tempo forte, ou parte forte seguinte
de tempo, criando um deslocamento da acentuação
rítmica).
Forte e rítmica seção de metais,
percussão marcante .
Ritmo dançante .
A princípio, as características marcantes de tais músicas são:
Funk era um adjetivo típico da língua inglesa frequentemente utilizado
nas jam sessions (sessões de música improvisada), onde os músicos
costumavam encorajar os outros a “apimentar” suas performances ,
dizendo: “Now, put some stank (stink/funk) on it!” (algo como “coloque
mais funk nisso!”).
Etimologia e Significação: F.u.n.k
(Tradução de inglês para português segundo Dicionário Online e Google Tradutor)
Substantivo
Medo
Pânico
Pavor
Terror
Medroso
Covarde
Verbo
Temer
Assustar
Aterrorizar
Intimidar
Evitar
“Coloque mais FUNK nisso!”
“ABRASILEIRANDO”
FUNK NO BRASIL
Nos anos 90, chega ao Brasil um derivado de todos os ritmos
citados anteriormente, o MIAMI BASS.
Desde meados dos anos 80, o rap feito nos guetos de Miami
incorporou a gíria de rua local, explorou ao máximo uma temática
sexual explícita e incorporou uma batida eletrônica nitidamente
inspirada no funk dos anos 70. Com isso, eles criaram uma
sonoridade diferenciada dentro do universo do hip-hop, que ficaria
conhecida como som de Miami ou “Miami bass”.
Essa música exerceria a partir da virada dos anos 80 para os 90
uma forte influência sobre o funk produzido na periferia do
Rio de Janeiro. Desde a década de 70, São Paulo e Rio
apresentavam uma movimentação cultural em torno da black
music.
Os bailes de funk eram produzidos e
realizados nesta década por Equipes
de Som. Em São Paulo, a Chic Show
era quem comandava as festas.
No Rio de Janeiro, os primeiros bailes
aconteciam no Canecão (migrando
depois para periferias); as principais
equipes de som responsáveis eram a
Furacão 2000 e a Black Power.
Tanto o público consumidor quanto os agentes ativos do funk
eram, em geral, juventude proveniente de favelas, de
camadas de baixa renda, em grande parte negra.
O FUNK NOS ANOS 90: INÍCIO DA NACIONALIZAÇÃO
O NASCIMENTO DE UM MOVIMENTO
CULTURAL
 Língua e Identidade:
Passa-se a criar versões em português do já conhecido Miami Bass.
 Mixagem:
Passa-se a tocar músicas nacionais ao novo ritmo das periferias (Raul
Seixas - “Rock das Aranhas”)
 Bailes passam a ser a céu aberto, nas ruas, bairros periféricos.
 Bailes de corredor (lado A e lado B)
 Proibição
 “Som de Preto”
Após proibição dos bailes pela questão da violência, surgem letras
pedido paz entre as “galeras”.
Funk Melody (com letras voltadas ao romance e ao humor):
Latino, Copacabana Beat, Mc Marcinho, Claudinho e buchecha.
O FUNK DESCE O MORRO
A partir de 1995, emissoras AM passam a transmitir programas com
temáticas referentes à nova música periférica.
- Programa da Furacão 2000 na CNT
-Rádio Imprensa
A partir da proliferação do ritmo na comunicação social brasileira,
uma maior camada da sociedade (que não somente as favelas e
subúrbios) começa a se apropriar do funk e cria-se bordões e
gritos de guerra que passam a ser conhecido epidemicamente por
todos, como: "Uh, tererê" e "Ah, eu tô maluco”
OS NOMES DA MÚSICA
No funk, o cantor é chamado de Mc (Mestre de Cerimônia), e o “musicista”, no
caso, é chamado de DJ.
-Dj Marlboro (Som de preto)
- Furacão 2000 (Beijo na boca é coisa do passado)
- Cidinho e Doca (rap das armas, rap da felicidade)
- Mc Creu (Dança do Creu)
- Mc Serginho (Vai Serginho)
- Malha Funk (Malha Funk)
- Mc Leozinho (Se ela dança, eu danço)
- Tati Quebra- barraco, primeira mulher com expressão no funk (Atoladinha)
- Bonde do Tigrão (Cerol na Mão, Tapinha não dói, Só as cachorras, Dança da motinha)
- Claudinho e Buchecha (Só love)
- Mr. Catra (Vem todo mundo)
OLHARES:
O funk sob a visão da periferia
“O funk é um movimento cultural onde os instrumentos para que seja
propagado é mais acessível as classes pobres... Conquistamos nossa
liberdade de expressão,hoje em dia podemos retratar a nossa
realidade da forma que quisermos (...) As letras do funk em sua
maioria, não faz apologia ao crime; as letras muitas das vezes são
cantadas por alguém interpretando um personagem característico da
favela (...) Será que a sociedade saberia tanto que a policia entra e
mata milhares de pessoas no combate ao trafico? (...) Será que
saberíamos que dentro da favela também existe amor? (...) O funk
não é machista, a socidade é machista, o funk apenas revela isso.”
Igor, Jovem funkeiro, morador de comunidade carioca
*Igor é um nome fictício apresentado para que se preserve a identidade do jovem.
O Funk na fala de sociólogos e antropólogos
“Dizer que as mulheres são usadas é uma visão ingênua e simplificadora. O
raciocínio delas é outro: ‘Eu vim aqui para me dar bem, para escolher e não ser
escolhida’”, afirma Glória Diógenes, antropóloga da Universidade Federal do Ceará
que estuda o cenário funk carioca há dez anos.
Segura o funk!
“O tchan e o axé já eram. Quem faz as meninas
rebolarem e os puritanos espumarem agora é o
ritmo que vem da periferia carioca. Antropólogos
que estudam rituais de acasalamento nos
ajudam a entender o porquê de tanto auê”.
(Superinteressante, 2001)
Livro contendo ensaio antropológico assinado
por Adriana Facina
Dicas de Livros e Documentários:
“Funk e cultura popular Carioca”, Estudos Históricos, 1990,
Hermano Vianna (pioneiro nos estudos sobre o funk brasileiro):
“O Mundo funk carioca”, 1988. VIANNA, Hermano.
“Batidão: uma história do funk”. ESSINGER, Silvio.
“Funk, que batida é essa?” CASTRO, André.
“Favela Bolada”, Brasil, 2008.
“Sou feia, mas tô na moda”, Brasil, 2005.
“...arquétipos de jovens que, na verdade, sofrem de baixa auto-estima, por
conta da exclusão social. É uma compensação, cheia de charme e energia,
para quem vive onde quase não há família nem lei.” Glória Diógenes
“A classificação por animais – predadores
(o tigre e a cachorra) e suas presas
(potrancas e tchutchucas) – não é difícil de
interpretar. Essa é a lógica da liberação:
remete ao que há de mais instintivo no ser
humano”, Fátima Cechetto, UFRJ.
“O FUNK É CULTURA!”
LEI Nº 5543, DE 22 DE SETEMBRO DE 2009.
DEFINE O FUNK COMO MOVIMENTO CULTURAL E MUSICAL DE CARÁTER
POPULAR.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e
eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Fica definido que o funk é um movimento cultural e musical de caráter
popular.
Parágrafo Único. Não se enquadram na regra prevista neste artigo conteúdos
que façam apologia ao crime.
Art. 2º Compete ao poder público assegurar a esse movimento a realização de
suas manifestações próprias, como festas, bailes, reuniões, sem quaisquer
regras discriminatórias e nem diferentes das que regem outras manifestações da
mesma natureza.
Art.3º Os assuntos relativos ao funk deverão, prioritariamente, ser tratados pelos
órgãos do Estado relacionados à cultura.
Art. 4º Fica proibido qualquer tipo de discriminação ou preconceito, seja de
natureza social, racial, cultural ou administrativa contra o movimento funk ou seus
integrantes.
Art.5º Os artistas do funk são agentes da cultura popular, e como tal, devem ter
seus direitos respeitados.
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Rio de Janeiro, 22 de setembro de 2009.
SERGIO CABRAL
Governador
Fonte: http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/contlei.nsf/e9589b9aabd9cac8032564fe0065abb4/78ae3b67ef30f23a8325763a00621702?OpenDocument
Por assim dizer, concluímos então que o funk é um movimento
cultural brasileiro no âmbito – principalmente – musical; proveniente
dos espaços populares e de camadas de baixa renda.
Surgido nos anos 90 em território carioca, é incorporado hoje pelos
mais diversos lugares do Brasil, alcançando até mesma a classe
média do país.
Suas representações se fazem presentes em letras rimadas (ou não), de
poética simples e geralmente fora dos padrões da norma culta da língua
portuguesa. A rítmica do canto é quase que falada ou recitada, com vocais
grossos e rápidos, de conteúdo muitas vezes agressivo e contendo gírias
da própria cultura do movimento.
As técnicas instrumentais são basicamente
eletrônicas, mixadas no computador e
tocadas com auxilio de Controlador Midi
(aparelho que reproduz as batidas, ou o
“pancadão”).
A dança se dá individualmente ou em
grupo, marcada por bastante
movimentação corporal, e por gestos de
conotação sexual.

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  • 3.
  • 4.
  • 5. ORIGENS O Funk é, na verdade, ‘filho’ da Música Negra Suburbana Norte Americana dos anos 60/70/80 (Black Music). Movimentos como a Gospel Music; o Jazz; Soul; R&B (além do rock psicodélico) foram elementos influenciadores do que conhecemos como “funk” no Brasil hoje.
  • 6. Ritmo lento, sincopado (execução de som em um tempo fraco, ou parte fraca de tempo que se prolonga até o tempo forte, ou parte forte seguinte de tempo, criando um deslocamento da acentuação rítmica). Forte e rítmica seção de metais, percussão marcante . Ritmo dançante . A princípio, as características marcantes de tais músicas são:
  • 7.
  • 8. Funk era um adjetivo típico da língua inglesa frequentemente utilizado nas jam sessions (sessões de música improvisada), onde os músicos costumavam encorajar os outros a “apimentar” suas performances , dizendo: “Now, put some stank (stink/funk) on it!” (algo como “coloque mais funk nisso!”). Etimologia e Significação: F.u.n.k (Tradução de inglês para português segundo Dicionário Online e Google Tradutor) Substantivo Medo Pânico Pavor Terror Medroso Covarde Verbo Temer Assustar Aterrorizar Intimidar Evitar “Coloque mais FUNK nisso!”
  • 9. “ABRASILEIRANDO” FUNK NO BRASIL Nos anos 90, chega ao Brasil um derivado de todos os ritmos citados anteriormente, o MIAMI BASS. Desde meados dos anos 80, o rap feito nos guetos de Miami incorporou a gíria de rua local, explorou ao máximo uma temática sexual explícita e incorporou uma batida eletrônica nitidamente inspirada no funk dos anos 70. Com isso, eles criaram uma sonoridade diferenciada dentro do universo do hip-hop, que ficaria conhecida como som de Miami ou “Miami bass”. Essa música exerceria a partir da virada dos anos 80 para os 90 uma forte influência sobre o funk produzido na periferia do Rio de Janeiro. Desde a década de 70, São Paulo e Rio apresentavam uma movimentação cultural em torno da black music.
  • 10. Os bailes de funk eram produzidos e realizados nesta década por Equipes de Som. Em São Paulo, a Chic Show era quem comandava as festas. No Rio de Janeiro, os primeiros bailes aconteciam no Canecão (migrando depois para periferias); as principais equipes de som responsáveis eram a Furacão 2000 e a Black Power. Tanto o público consumidor quanto os agentes ativos do funk eram, em geral, juventude proveniente de favelas, de camadas de baixa renda, em grande parte negra. O FUNK NOS ANOS 90: INÍCIO DA NACIONALIZAÇÃO
  • 11. O NASCIMENTO DE UM MOVIMENTO CULTURAL  Língua e Identidade: Passa-se a criar versões em português do já conhecido Miami Bass.  Mixagem: Passa-se a tocar músicas nacionais ao novo ritmo das periferias (Raul Seixas - “Rock das Aranhas”)  Bailes passam a ser a céu aberto, nas ruas, bairros periféricos.  Bailes de corredor (lado A e lado B)  Proibição  “Som de Preto” Após proibição dos bailes pela questão da violência, surgem letras pedido paz entre as “galeras”. Funk Melody (com letras voltadas ao romance e ao humor): Latino, Copacabana Beat, Mc Marcinho, Claudinho e buchecha.
  • 12. O FUNK DESCE O MORRO A partir de 1995, emissoras AM passam a transmitir programas com temáticas referentes à nova música periférica. - Programa da Furacão 2000 na CNT -Rádio Imprensa A partir da proliferação do ritmo na comunicação social brasileira, uma maior camada da sociedade (que não somente as favelas e subúrbios) começa a se apropriar do funk e cria-se bordões e gritos de guerra que passam a ser conhecido epidemicamente por todos, como: "Uh, tererê" e "Ah, eu tô maluco”
  • 13. OS NOMES DA MÚSICA No funk, o cantor é chamado de Mc (Mestre de Cerimônia), e o “musicista”, no caso, é chamado de DJ. -Dj Marlboro (Som de preto) - Furacão 2000 (Beijo na boca é coisa do passado) - Cidinho e Doca (rap das armas, rap da felicidade) - Mc Creu (Dança do Creu) - Mc Serginho (Vai Serginho) - Malha Funk (Malha Funk) - Mc Leozinho (Se ela dança, eu danço) - Tati Quebra- barraco, primeira mulher com expressão no funk (Atoladinha) - Bonde do Tigrão (Cerol na Mão, Tapinha não dói, Só as cachorras, Dança da motinha) - Claudinho e Buchecha (Só love) - Mr. Catra (Vem todo mundo)
  • 14. OLHARES: O funk sob a visão da periferia “O funk é um movimento cultural onde os instrumentos para que seja propagado é mais acessível as classes pobres... Conquistamos nossa liberdade de expressão,hoje em dia podemos retratar a nossa realidade da forma que quisermos (...) As letras do funk em sua maioria, não faz apologia ao crime; as letras muitas das vezes são cantadas por alguém interpretando um personagem característico da favela (...) Será que a sociedade saberia tanto que a policia entra e mata milhares de pessoas no combate ao trafico? (...) Será que saberíamos que dentro da favela também existe amor? (...) O funk não é machista, a socidade é machista, o funk apenas revela isso.” Igor, Jovem funkeiro, morador de comunidade carioca *Igor é um nome fictício apresentado para que se preserve a identidade do jovem.
  • 15. O Funk na fala de sociólogos e antropólogos “Dizer que as mulheres são usadas é uma visão ingênua e simplificadora. O raciocínio delas é outro: ‘Eu vim aqui para me dar bem, para escolher e não ser escolhida’”, afirma Glória Diógenes, antropóloga da Universidade Federal do Ceará que estuda o cenário funk carioca há dez anos. Segura o funk! “O tchan e o axé já eram. Quem faz as meninas rebolarem e os puritanos espumarem agora é o ritmo que vem da periferia carioca. Antropólogos que estudam rituais de acasalamento nos ajudam a entender o porquê de tanto auê”. (Superinteressante, 2001) Livro contendo ensaio antropológico assinado por Adriana Facina
  • 16. Dicas de Livros e Documentários: “Funk e cultura popular Carioca”, Estudos Históricos, 1990, Hermano Vianna (pioneiro nos estudos sobre o funk brasileiro): “O Mundo funk carioca”, 1988. VIANNA, Hermano. “Batidão: uma história do funk”. ESSINGER, Silvio. “Funk, que batida é essa?” CASTRO, André. “Favela Bolada”, Brasil, 2008. “Sou feia, mas tô na moda”, Brasil, 2005. “...arquétipos de jovens que, na verdade, sofrem de baixa auto-estima, por conta da exclusão social. É uma compensação, cheia de charme e energia, para quem vive onde quase não há família nem lei.” Glória Diógenes “A classificação por animais – predadores (o tigre e a cachorra) e suas presas (potrancas e tchutchucas) – não é difícil de interpretar. Essa é a lógica da liberação: remete ao que há de mais instintivo no ser humano”, Fátima Cechetto, UFRJ.
  • 17. “O FUNK É CULTURA!” LEI Nº 5543, DE 22 DE SETEMBRO DE 2009. DEFINE O FUNK COMO MOVIMENTO CULTURAL E MUSICAL DE CARÁTER POPULAR. O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º Fica definido que o funk é um movimento cultural e musical de caráter popular. Parágrafo Único. Não se enquadram na regra prevista neste artigo conteúdos que façam apologia ao crime.
  • 18. Art. 2º Compete ao poder público assegurar a esse movimento a realização de suas manifestações próprias, como festas, bailes, reuniões, sem quaisquer regras discriminatórias e nem diferentes das que regem outras manifestações da mesma natureza. Art.3º Os assuntos relativos ao funk deverão, prioritariamente, ser tratados pelos órgãos do Estado relacionados à cultura. Art. 4º Fica proibido qualquer tipo de discriminação ou preconceito, seja de natureza social, racial, cultural ou administrativa contra o movimento funk ou seus integrantes.
  • 19. Art.5º Os artistas do funk são agentes da cultura popular, e como tal, devem ter seus direitos respeitados. Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Rio de Janeiro, 22 de setembro de 2009. SERGIO CABRAL Governador Fonte: http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/contlei.nsf/e9589b9aabd9cac8032564fe0065abb4/78ae3b67ef30f23a8325763a00621702?OpenDocument
  • 20. Por assim dizer, concluímos então que o funk é um movimento cultural brasileiro no âmbito – principalmente – musical; proveniente dos espaços populares e de camadas de baixa renda. Surgido nos anos 90 em território carioca, é incorporado hoje pelos mais diversos lugares do Brasil, alcançando até mesma a classe média do país.
  • 21. Suas representações se fazem presentes em letras rimadas (ou não), de poética simples e geralmente fora dos padrões da norma culta da língua portuguesa. A rítmica do canto é quase que falada ou recitada, com vocais grossos e rápidos, de conteúdo muitas vezes agressivo e contendo gírias da própria cultura do movimento.
  • 22. As técnicas instrumentais são basicamente eletrônicas, mixadas no computador e tocadas com auxilio de Controlador Midi (aparelho que reproduz as batidas, ou o “pancadão”). A dança se dá individualmente ou em grupo, marcada por bastante movimentação corporal, e por gestos de conotação sexual.