A aplicação da história de vida de Pereira Passos, no âmbito do assunto sobre o Brasil republicano, serviu como modelo para mostrar a forte mudança urbanística que ocorreu no Rio de Janeiro durante o mandato do mesmo como prefeito dessa cidade. No texto destaca-se a formação de Passos e as influências sofridas diante de suas viagens a Europa, que no período, passava por uma enorme transformação urbanística. O texto apresenta ainda sua origem, sua descendência e sua formação nos conceitos das ciências naturais, a atuação como prefeito que ficou marcada pela transformação urbanística, além das grandes obras e o deslocamento das populações descendentes dos recém-libertos escravos para a periferia, criando-se assim as favelas. O texto foi aplicado na turma do 9° Ano “B” do Ensino Fundamental II, no turno da manhã, em 15 de agosto de 2017, na Escola Estadual de Ensino Fundamental Senador Humberto Lucena.
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
UEPB CEDUC História PIBID Pereira Passos
1. Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
Centro de Educação (CEDUC)
Departamento de História
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID/CAPES
Escola Estadual de Ensino Fundamental Senador Humberto Lucena
Série: 9º Ano/B/Ensino Fundamental II
Data: 15/08/2017 Carga horária: 01 aula de 45 minutos
Professor Supervisor: Thiago Acácio Raposo
Bolsistas: Donizete Emanoel de Couto Rodrigues; Marília Cristina de Queiroz; Mylla Christtie
Montenegro Bezerra; Tissiane Emanuella Albuquerque Gomes; Valdeir Alves Dos Santos.
HISTÓRIA DE VIDA
Francisco Pereira Passos – O Bota Abaixo.
Francisco Ferreira Passos foi engenheiro, político, ministro, porém é mais conhecido por ter
sido prefeito da cidade do Rio de Janeiro de 1902 a 1906. Sua gestão é marcada como o período de
maior transformação urbanística do Rio de Janeiro, a chamada reforma urbanística Fluminense.
Ferreira Passos era filho de Antônio Pereira Passos, Barão de Mangaraiba, e de Clara
Oliveira. Viveu até os quatorze anos na fazenda Balsamo na cidade de São João Marcos atual
distrito de Rio Claro. No ano de 1852 entra para a escola militar onde forma-se no ano de 1856
como Bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas, o que lhe valia o diploma de engenheiro civil.
Estudou na França entre 1857 e 1860 onde vê de perto a reforma urbanística francesa promovida
pelo prefeito de Paris Georges-Eugène Haussmann.
Com a sua permanência em Paris, Pereira Passos sofre influência da reforma urbanística
promovida em Paris e passa a dedicar-se ao urbanismo e a engenharia ferroviária. No ano de 1960,
Ferreira Passos retorna ao Brasil e na função de engenheiro, dedica-se a construção e ampliação da
malha ferroviária brasileira, que era influenciada pela economia cafeeira, teve forte participação na
construção na ferrovia Santos-Jundiai (1867), no prolongamento da Estrada de D. Pedro II até o São
Francisco no ano de 1868, além de ser consultor técnico do Ministério da Agricultura e de obras
2. públicas no ano de 1870.
Como Inspetor do governo Imperial, volta a Europa ao lado do Barão Visconde de Mauá. Na
Europa estuda os sistemas ferroviários europeus e sofre influências do modelo de ferrovias suíça, o
que lê inspira no prolongamento das estradas de ferro de Petrópolis, além de influenciar na
construção posteriormente da primeira estrada turística do Brasil, a estrada de ferro do Corcovado.
Durante o mesmo período, Passos dirige o Arsenal de Ponta de Areia, produzindo trilhos.
É nomeado como engenheiro do ministério do Império em 1874, cabendo a Passos
acompanhar o andamento das obras estruturais promovidas pelo Império. Participa da comissão que
apresentaria o plano geral de formulação urbana da capital e tinha como meta o alargamento das
ruas, a construção de avenidas entre outras obras estruturantes. Os planos traçados em 1875 e 1876
seriam as bases do futuro plano diretor da cidade, que foi posto em prática por Passos em sua gestão
como prefeito.
Em mais uma ida a Europa, Pereira Passos permanece em Paris até 1881. Nesse período
frequenta cursos na Sarbonne e no Collége de France, visita várias fábricas, siderúrgicas, empresas
de transportes e outras obras estruturantes na Europa.
De volta ao Brasil, muda-se para o estado do Paraná e após a inauguração da ferrovia em
1882, volta para o Rio de Janeiro. Em seu retorno a capital federal, assume a presidência da
companhia Ferro-Carril de São Cristóvão. Em 1884, Pereira Passos propõe a aquisição do projeto
de construção de uma grande avenida. O projeto não vigou, no entanto, essa seria uma antecipação
do que viria a ocorrer em sua gestão como prefeito 20 anos depois, a construção da Avenida
Central.
No dia 30 de dezembro de 1902, um decreto nomeia Francisco Pereira Passos como prefeito
do então Distrito Federal, o Rio de Janeiro, pelo presidente Rodrigues Alves. Com o discurso do
saneamento e a estruturação da malha viária, Pereira Passos demoliu casarões, abriu ruas e alargou
outras. A estruturação das vias permitiu o arejamento, ventilação e melhoria da iluminação do
centro com o discurso da aquisição de uma arquitetura superior.
Em sua forma prática, Passos coloca abaixo todos os prédios paralelos aos Arcos da Lapa e
o Morro do Senado, com o intuito de liberar passagem para a Avenida Mem de Sá. Para a
construção da Avenida, foi demolido o Lago de São Domingos. Após o término do alargamento da
Rua Vala (atual Rua Uruguaiana) em 1906, a rua passa a abrigar as melhores lojas do país no início
do século. Na sua gestão realizaram-se as obras da abertura das avenidas Beira-Mar e Atlântica,
além do alargamento das ruas sete de Setembro e Carioca entre outras.
Pereira Passos foi o responsável pela realização e idealização da Avenida Central, com
1.800 metros de comprimento e 33 metros de largura, a atual Avenida Rio Branco, um dos
logradouros mais importantes da cidade inclusive nos tempos atuais, exercendo um papel de centro
3. econômico e administrativo.
Após a ação estruturante de Pereira Passos, o Rio de Janeiro perdeu o apelido de cidade da
morte e ganhou o título de cidade Maravilhosa. O plano de Pereira Passos implicou alto custo social
com o início da formação de favelas na cidade, vários prédios residenciais foram demolidos e com
isso a população pobre foi obrigada a deslocar-se para o subúrbio, surgem as favelas que
configuram a cidade até os dias de hoje.
Pereira Passos morre em 12 de março abordo de um navio quando viajava do Rio de Janeiro
para a França.
Referências
PINHEIRO, M. C.; FIALHO, R. Pereira Passos: vida e obra. IPP/Prefeitura da Cidade do Rio
de Janeiro, Rio de Janeiro, n. 20060802, 2006.
BRASILIANAFOTOGRAFICA. “O prefeito Pereira Passos (1836 – 1913) e o fotógrafo
Augusto Malta (1864 - 1957)”. Disponível em: <http://brasilianafotografica.bn.br/?p=7566>.
Acesso em: 05 ago. 2017.
URBANISMOBR. “PEREIRA PASSOS, Francisco”. Disponível em:
<http://www.urbanismobr.org/bd/autores.php?id=1165>. Acesso em: 05 ago. 2017.
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