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HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
O português desenvolveu-se na parte ocidental da Península Ibérica do latim falado trazido pelos soldados
romanos desde o século III a.C.. A língua começou a diferenciar-se das outras línguas românicas depois
da queda do Império Romano e das invasões bárbaras no século V. Começou a ser usada em
documentos escritos cerca do século IX, e no século XV já se tinha tornado uma língua com uma literatura
rica.
Colonização romana
Em 218 C., os romanos conquistaram a parte ocidental da Península Ibérica, composta principalmente
pelas províncias romanas de Lusitânia e Galécia (atualmente, essa região compreende as regiões centro-
sul de Portugal e a recentemente constituída euro-região Galiza-Norte de Portugal). Trouxeram com eles
uma versão popular do Latim, o Latim Vulgar, do qual se acredita que todas as línguas latinas descendam
e que contribuiu com cerca de 90% do léxico do português. Embora a população da Península Ibérica
tenha se estabelecido muito antes da colonização romana, poucos traços das línguas nativas persistiram
no português moderno. Os únicos vestígios das línguas anteriores permanecem numa parte reduzida do
léxico e na toponímia da Galiza e Portugal.
Invasões bárbaras
Entre 409 A.D. e 711, enquanto o Império Romano entrava em colapso, a Península Ibérica foi invadida
por povos de origem germânica, conhecidos pelos romanos como bárbaros. Estes bárbaros
(principalmente os suevos e os visigodos) absorveram rapidamente a cultura e língua romanas da
península; contudo, e como as escolas romanas foram encerradas, o latim foi libertado para começar a
evoluir sozinho. Porque cada tribo bárbara falava latim de maneira diferente, a uniformidade da península
rompeu-se, levando à formação de línguas bem diferentes (galaico-português ou português medieval,
espanhol e catalão). Acredita-se, em particular, que os suevos sejam responsáveis pela diferenciação
linguística dos portugueses e galegos quando comparados com os castelhanos. É, ainda, na época do
reino Suevo que se configuram os dias da semana proibindo-se os nomes romanos. As línguas
germânicas influenciaram particularmente o português em palavras ligadas à guerra e violência, tais como
"Guerra". As invasões deram-se em duas ondas principais. A primeira com penetração dos chamados
bárbaros e a assimilação cultural Romana. Os "bárbaros" tiveram uma certa "receptividade" a ponto de
receber pequenas áreas de terra. Com o passar do tempo, seus costumes, língua, etc. foram se perdendo,
mesmo porque não havia uma renovação do contingente de pessoas e o seu grupo era reduzido. Uma
segunda leva foi mais vagarosa, não teve os mesmos benefícios dos ganhos de terra e teve seu
contingente de pessoas aumentado devido a proximidade das terras ocupadas com as fronteiras internas
do Império Romano.
Invasão dos mouros
Desde 711, com a invasão dos mouros na península, o árabe foi adaptado como língua administrativa nas
regiões conquistadas. Contudo, a população continuou a falar latim vulgar; logo que os mouros foram
expulsos, a influência exercida na língua foi pequena. O seu efeito principal está no léxico: o português
moderno ainda tem um grande número de palavras de origem árabe, especialmente relacionadas com
comida e agricultura, o que não tem equivalente noutras línguas latinas. A influência árabe é também
visível nos nomes de locais no sul do país, tais como "Algarve" e "Alcácer do Sal". As palavras
portuguesas que comecem por al- são de origem arabe.
O despertar da Língua Portuguesa
Já em época romana existiram duas provincias diferenciadas no que seríam os territórios em que se
formou a língua portuguesa, a antiga província romana da Lusitânia e a província da Galécia a norte. A
língua portuguesa desenvolveu-se principalmente no norte de Portugal e na Galiza, nos condados lucense,
asturicense e bracarense da província romana da Galécia coincidentes com o território político do Reino
Suevo, e só posteriormente, com a invasão da Reconquista e que foi avançando pelo que actualmente é o
centro-sul de Portugal. Porém, a configuração actual da língua foi largamente influenciada por dialectos
moçárabes falados no sul, na Lusitánia. Por bastante tempo, o dialecto latino dessa província romana e
depois do Reino Suevo desenvolveu-se apenas como uma língua falada, ficando o latim reservado para a
língua escrita.
Os registos mais antigos de uma língua portuguesa distinta aparecem em documentos administrativos do
século IX, mas com muitas frases em latim à mistura.
O vernáculo escrito passou gradualmente para uso geral nos séculos seguintes. Portugal tornou-se um
país independente em 1143, com o rei D. Afonso I. A separação política entre Portugal e Galiza e Castela
(mais tarde, Espanha) permitiu que os dois países desenvolvessem os seus latins vernáculos em
direcções opostas. Em 1290, o rei D. Dinis criava a primeira universidade portuguesa em Lisboa (o Estudo
Geral) e decretou que o português, que então era chamado de "Língua vulgar" ou "Latim Vulgar" fosse
usado em vez do Latim Clássico e conhecido como "Língua Portuguesa". Em 1296, o português é adotado
pela Chancelaria Real. Usado agora não só em poesia, mas também quando escrevendo leis e nos
notários.
Até 1350, a língua Galaico-Portuguesa permaneceu apenas como língua nativa da Galiza e Portugal; mas
pelo século XIV, o Português tornou-se uma língua madura com uma tradição literária riquíssima, e
também foi adoptado por muitos poetas Leoneses, Castelhanos, Aragoneses e Catalães. Durante essa
época, a língua na Galiza começou a ser influenciada pelo Castelhano (basicamente o Espanhol moderno)
e também se iniciou a introducção do espanhol como única forma de língua culta. Em Portugal a variante
centro-meridional iniciou o caminho da modernização da língua tornando-se progressivamente por sua vez
a variante de língua culta do País.
Os descobrimentos portugueses
Entre os séculos XIV e XVI, com os descobrimentos portugueses, a língua portuguesa espalhou-se por
muitas regiões da Ásia, África e América. Pelo século XVI tornou-se uma "Língua Franca" na Ásia e África,
usada não só pela administração colonial e comércio, mas também para comunicação entre os oficiais
locais e os europeus de todas as nacionalidades. No Ceilão (actual Sri Lanka) vários reis se tornaram
falantes de português fluente, e os nobres normalmente adquiriram nomes portugueses. O alastramento
da língua foi ajudado por casamentos mistos entre portugueses e as gentes locais (algo muito comum
também noutras zonas do mundo), e a sua associação com os esforços missionários católicos que
levaram a que a língua fosse chamada de "Cristão" em muitos locais. A língua continuou popular mesmo
com várias medidas contra ela levadas a cabo pelos holandeses no Ceilão e Indonésia.
Algumas comunidades cristãs falantes de português na Índia, Sri Lanka, Malásia e Indónesia preservaram
as suas línguas mesmo depois de se isolarem de Portugal, e desenvolveram-se pelos séculos em vários
Crioulos portugueses. Também, muitas palavras portuguesas entraram no léxico de muitas outras línguas,
tais como "sepatu" que vem de "sapato" em Indonésio, "keju" que significa "queijo" em Malaio e "meza" (de
"mesa") em Swahili.
A renascença
Com a Renascença, aumenta o número de palavras eruditas com origem no latim clássico e no grego
arcaico, o que aumenta a complexidade do português. O fim do "português arcaico" é marcado com a
publicação do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, em 1516. Mas formas similares ao português
arcaico é ainda falado por muitas populações em São Tomé e Príncipe e no Brasil e Portugal rural.
Retirado de "História da língua portuguesa - wikipédia"

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História da língua portuguesa

  • 1. HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA O português desenvolveu-se na parte ocidental da Península Ibérica do latim falado trazido pelos soldados romanos desde o século III a.C.. A língua começou a diferenciar-se das outras línguas românicas depois da queda do Império Romano e das invasões bárbaras no século V. Começou a ser usada em documentos escritos cerca do século IX, e no século XV já se tinha tornado uma língua com uma literatura rica. Colonização romana Em 218 C., os romanos conquistaram a parte ocidental da Península Ibérica, composta principalmente pelas províncias romanas de Lusitânia e Galécia (atualmente, essa região compreende as regiões centro- sul de Portugal e a recentemente constituída euro-região Galiza-Norte de Portugal). Trouxeram com eles uma versão popular do Latim, o Latim Vulgar, do qual se acredita que todas as línguas latinas descendam e que contribuiu com cerca de 90% do léxico do português. Embora a população da Península Ibérica tenha se estabelecido muito antes da colonização romana, poucos traços das línguas nativas persistiram no português moderno. Os únicos vestígios das línguas anteriores permanecem numa parte reduzida do léxico e na toponímia da Galiza e Portugal. Invasões bárbaras Entre 409 A.D. e 711, enquanto o Império Romano entrava em colapso, a Península Ibérica foi invadida por povos de origem germânica, conhecidos pelos romanos como bárbaros. Estes bárbaros (principalmente os suevos e os visigodos) absorveram rapidamente a cultura e língua romanas da península; contudo, e como as escolas romanas foram encerradas, o latim foi libertado para começar a evoluir sozinho. Porque cada tribo bárbara falava latim de maneira diferente, a uniformidade da península rompeu-se, levando à formação de línguas bem diferentes (galaico-português ou português medieval, espanhol e catalão). Acredita-se, em particular, que os suevos sejam responsáveis pela diferenciação linguística dos portugueses e galegos quando comparados com os castelhanos. É, ainda, na época do reino Suevo que se configuram os dias da semana proibindo-se os nomes romanos. As línguas germânicas influenciaram particularmente o português em palavras ligadas à guerra e violência, tais como "Guerra". As invasões deram-se em duas ondas principais. A primeira com penetração dos chamados bárbaros e a assimilação cultural Romana. Os "bárbaros" tiveram uma certa "receptividade" a ponto de receber pequenas áreas de terra. Com o passar do tempo, seus costumes, língua, etc. foram se perdendo, mesmo porque não havia uma renovação do contingente de pessoas e o seu grupo era reduzido. Uma segunda leva foi mais vagarosa, não teve os mesmos benefícios dos ganhos de terra e teve seu contingente de pessoas aumentado devido a proximidade das terras ocupadas com as fronteiras internas do Império Romano. Invasão dos mouros Desde 711, com a invasão dos mouros na península, o árabe foi adaptado como língua administrativa nas regiões conquistadas. Contudo, a população continuou a falar latim vulgar; logo que os mouros foram expulsos, a influência exercida na língua foi pequena. O seu efeito principal está no léxico: o português moderno ainda tem um grande número de palavras de origem árabe, especialmente relacionadas com comida e agricultura, o que não tem equivalente noutras línguas latinas. A influência árabe é também visível nos nomes de locais no sul do país, tais como "Algarve" e "Alcácer do Sal". As palavras portuguesas que comecem por al- são de origem arabe. O despertar da Língua Portuguesa Já em época romana existiram duas provincias diferenciadas no que seríam os territórios em que se formou a língua portuguesa, a antiga província romana da Lusitânia e a província da Galécia a norte. A língua portuguesa desenvolveu-se principalmente no norte de Portugal e na Galiza, nos condados lucense, asturicense e bracarense da província romana da Galécia coincidentes com o território político do Reino
  • 2. Suevo, e só posteriormente, com a invasão da Reconquista e que foi avançando pelo que actualmente é o centro-sul de Portugal. Porém, a configuração actual da língua foi largamente influenciada por dialectos moçárabes falados no sul, na Lusitánia. Por bastante tempo, o dialecto latino dessa província romana e depois do Reino Suevo desenvolveu-se apenas como uma língua falada, ficando o latim reservado para a língua escrita. Os registos mais antigos de uma língua portuguesa distinta aparecem em documentos administrativos do século IX, mas com muitas frases em latim à mistura. O vernáculo escrito passou gradualmente para uso geral nos séculos seguintes. Portugal tornou-se um país independente em 1143, com o rei D. Afonso I. A separação política entre Portugal e Galiza e Castela (mais tarde, Espanha) permitiu que os dois países desenvolvessem os seus latins vernáculos em direcções opostas. Em 1290, o rei D. Dinis criava a primeira universidade portuguesa em Lisboa (o Estudo Geral) e decretou que o português, que então era chamado de "Língua vulgar" ou "Latim Vulgar" fosse usado em vez do Latim Clássico e conhecido como "Língua Portuguesa". Em 1296, o português é adotado pela Chancelaria Real. Usado agora não só em poesia, mas também quando escrevendo leis e nos notários. Até 1350, a língua Galaico-Portuguesa permaneceu apenas como língua nativa da Galiza e Portugal; mas pelo século XIV, o Português tornou-se uma língua madura com uma tradição literária riquíssima, e também foi adoptado por muitos poetas Leoneses, Castelhanos, Aragoneses e Catalães. Durante essa época, a língua na Galiza começou a ser influenciada pelo Castelhano (basicamente o Espanhol moderno) e também se iniciou a introducção do espanhol como única forma de língua culta. Em Portugal a variante centro-meridional iniciou o caminho da modernização da língua tornando-se progressivamente por sua vez a variante de língua culta do País. Os descobrimentos portugueses Entre os séculos XIV e XVI, com os descobrimentos portugueses, a língua portuguesa espalhou-se por muitas regiões da Ásia, África e América. Pelo século XVI tornou-se uma "Língua Franca" na Ásia e África, usada não só pela administração colonial e comércio, mas também para comunicação entre os oficiais locais e os europeus de todas as nacionalidades. No Ceilão (actual Sri Lanka) vários reis se tornaram falantes de português fluente, e os nobres normalmente adquiriram nomes portugueses. O alastramento da língua foi ajudado por casamentos mistos entre portugueses e as gentes locais (algo muito comum também noutras zonas do mundo), e a sua associação com os esforços missionários católicos que levaram a que a língua fosse chamada de "Cristão" em muitos locais. A língua continuou popular mesmo com várias medidas contra ela levadas a cabo pelos holandeses no Ceilão e Indonésia. Algumas comunidades cristãs falantes de português na Índia, Sri Lanka, Malásia e Indónesia preservaram as suas línguas mesmo depois de se isolarem de Portugal, e desenvolveram-se pelos séculos em vários Crioulos portugueses. Também, muitas palavras portuguesas entraram no léxico de muitas outras línguas, tais como "sepatu" que vem de "sapato" em Indonésio, "keju" que significa "queijo" em Malaio e "meza" (de "mesa") em Swahili. A renascença Com a Renascença, aumenta o número de palavras eruditas com origem no latim clássico e no grego arcaico, o que aumenta a complexidade do português. O fim do "português arcaico" é marcado com a publicação do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, em 1516. Mas formas similares ao português arcaico é ainda falado por muitas populações em São Tomé e Príncipe e no Brasil e Portugal rural. Retirado de "História da língua portuguesa - wikipédia"