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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
MODA COMTEMPORANEA
FOTOGRÁFO DE MODA IVAN ABUJAMRA
Barbara Evelyn
Keila Gonçalves
Tamires Voshida
Thiago Volpato
Orientação: Eleni Kronka
Resumo: A roupa e as imagens de moda expressam um veiculo de
comunicação, onde o resultado é a busca pelo desejo de exclusividade. Por
tratar-se de uma fonte de estudo sobre o comportamento humano, a foto tem a
capacidade de exibir a moda e ilustrar o comportamento de determinada
época. A fotografia de moda estabelece um dialogo com outras coisas, que
não ela mesma: a arte, a arquitetura, a musica, etc. Se o objetivo da fotografia
de alta costura é o de levar a sonhar, no pronto a vestir, pelo contrário, o
fotógrafo de moda deve suscitar o desejo de comprar. Ivan Abujamra, 33 anos,
ex modelo que quebrou padrões de beleza da época, fotógrafo desde janeiro
de 2000 e professor de fotografia na Escola Panamericana de Arte e Design
desde 2007, compreende de maneira harmonioza a relação entre a fotografia e
a arte, a arte e a moda, além de propor elementos próprios que constroem seu
estilo na fotografia.
Palavras-chave: moda, fotografia, Ivan Abujamra
Abstract: The clothes and the fashion images express a communication
vehicle, where the result is the search by desire of exclusivity. For treating of
a source of study about human behavior, the photo has the ability to display the
fashion and illustrate the behavior of a particular time. The fashion photography
down a dialogue with other things than itself that not itself: the arts, the
architecture, the music. If the purpose of haute couture’s photography is to take
people to dream, the ready to wear, instead, the photographer of fashion must
inspire the desire to buy. Ivan Abujamra, 33, a former model who broke beauty
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standards of the time, since January 2000 photographer and photography
teacher of Panamericana Shool of Art and Design since 2007, understands of a
harmonious way the relation between arts and photography, arts and fashion,
as well to propose elements that build their own style in photography.
Keywords: fashion, photography, Ivan Abujamra
INTRODUÇÃO
O obetivo do artigo é descobrir a origem e importância da fotografia de moda.
Através de sua história, encontrar o ponto que ela se entrelaça com a arte e
como encontra na moda uma nova linguagem e significado, percebendo as
marcas deixadas por seus principais colaboradores . A partir de uma entrevista
com o fotográfo Ivan Abujamra, procuramos também entender como essas
conexões são vistas por um fotógrafo profissional, com visão de mercado e do
futuro da fotografia no Brasil.
MODA, FOTOGRAFIA E IVAN ABUJAMRA
“O ser humano teve sempre necessidade de reproduzir o real e deixar uma
marca do seu pensamento para se libertar do esquecimento e da morte.”
(Pierre-Jean Amar, 2007,pg. 9)
A fotografia surgiu para documentar os valores da sociedade, possuindo um
valor documental na historia. Ao longo dela, caminhou para o comportamental
trazendo uma fantasia paralela ao dia-a-dia deixando o fantástico cada vez
mais de lado trazendo-o apenas quando necessário.
Até o sec XIX, a informação passa essencialmente pela escrita. O desenho,
mais ou menos fiel à realidade, é frequentemente fantasia. A chegada da
fotografia vai abalar estes modos de proceder, dado que ela é de imediata
considerada completamente objetiva e veridica. (AMAR, 2007, pg. 63)
Pouco depois da sua invenção, os cientistas compreendem a utilidade da
fotografia e o que ela lhes pode porporcionar. Quase todas as disciplinas vão
3
servir-se dela. A zoologia, astronomia, a medicina, a arqueologia e até
explorações submarinas apropriaram-se da fotografia para ilustrar, registrar e
difundir idéias e novas descobertas.
Historicamente a fotografia, tem um papel importante para os pesquisadores de
moda. Por tratar-se de uma fonte de estudo sobre o comportamento humano, a
foto tem a capacidade de exibir a moda e ilustrar o comportamento de
determinada época, fornecendo mais informação que uma peça de roupa em
um manequim.
“Assim pode-se entender a fotografia de moda, que nos
diz respeito, mas diretamente, não como pura
documentação, pela imagem, de uma roupa, mas como
transposição física da própria roupa, ou, melhor ainda,
daquele evento que é a roupa vestida” (MARRA,
2008,pg.31)
Considerado um dos protagonistas da fotografia de moda, De Meyer (1868-
1949), além de estar ligado a concretização e sucesso da Vogue e da Harper’s
Bazar, juntou arte e moda, distinguindo algo material e mercantil –a roupa-, em
algo conceitual. Seu trabalho talvez tenha sido o primeiro caso de patrocínio da
arte (Paul Iribe) para a moda.
Se De Meyer inaugurou o caminho do imaginário, Steichen (1879-1973) abre o
caminho da imagem, mostrando o imaginário de forma mais disfarçada e
sugestiva, tinha como características uma forma mais realista, nítida, com
grandes contrastes onde o próprio momento trazia um modo de vida essencial,
prático e ativo.
Arte e moda caminham paralelamente e em meados dos anos 20 tudo muda e
renova com a intenção de cortar a ligação com o passado, em constante
competição com a pintura e sem saber seu lugar. Hoyningen-Huene (1879-
1973), buscava a construção da imagem de forma arquitetônica. Foi dele a
idéia de jogar com a posição das modelos harmonicamente e tira-las do centro
da imagem. Apesar da diversidade nos trabalhos, o minimalismo geométrico e
4
o clássico sempre faziam parte da sua arte.
A fotografia de moda esteve sempre ligada a pesquisas artísticas, porém é com
Man Ray (1990-1976) que encontra-se as artes visuais. Adepto ao dadaísmo,
vivia de questionamentos em uma época chave para a arte e moda
contemporânea, trocou o pincel por uma máquina para romper com a velha
lógica, pois vivia em constante experimentação linguística. Sua maior
contribuição para a fotografia de moda, foi derrubar os limites entre a pesquisa
e a aplicação entre arte e moda.
Cecil Beaton, fotógrafo nostálgico que gostava de performance, foi um homem
que não buscou se especializar e por isso, realizou trabalhos diversificados. Foi
um amante do teatro e buscou trazer isso para a fotografia. A princípio ignorava
a técnica e mostrava o conceito, ressurgindo na fotografia de moda sua busca
do imaginário. Seu maior legado para a moda, foi uma fotografia tirada em
1941 para Vogue americana, onde uma modelo está de costas vestindo um
tailleur, olhando para edifícios em ruínas bombardeados durante a guerra,
mostrando que a moda é indestrutível.
Por volta de 1930 surge a discussão do rótulo “realismo” como certa
modalidade da fotografia, fato é que Munkacsi negou o estúdio para fotografar
ao ar livre e por fim trocou as poses por algo natural/instantâneo. Chamado
para fotografar pela Harper’s Bazaar, desejavam que na fotografia de moda
fosse aplicado algo dinâmico. Trouxe o imaginário casual e comum, ao invés
do fantasioso, complementando o seu trabalho com o dos colegas de profissão,
sendo chamada mais tarde de comportamentista.
Neste período, dois nomes surgem no cenário da moda. São eles Penn e
Avedon, que colocam de volta a questão: “Seguir o modelo proposto pela
pintura ou seguir uma linha conceitual do real?” .Penn sempre possuiu uma
grande influência que veio da pintura, buscava referências de técnicas do
passado, suas fotos caminham perfeitamente entre a linha do imaginário e do
comportamento. Avedon é fotografia pura. As experiências na sua infância
formaram o seu jeito de pensar fotografia, colocando modelos em lugares
5
fictícios, transformando em verdade. Pensando como no cinema, adiantou uma
tendência nos anos 70 chamada narrative art (Penn buscava uma abstração
formal), Avedon criava uma mini-história através de diversas fotos (geralmente
fazia ensaios fotográficos externos).
Devido ao surgimento de duas linhas nas artes visuais, os anos 60 é marcado
pelo desenvolvimento de duas tendências: a Pop art, que artísticamente era
extrovertida e considerada uma tendência comportamentista; e a Op art, que
complementava com seu estilo formalista, técnico e experimental. Enquanto a
Pop se manisfetava no comportamento, a Op visava aspectos materiais e
visuais da roupa (formal-visual).
A revolução sexual que ocorreu na metade dos anos 60 influenciou de forma
marcante a fotografia dos anos 70 e 80. Os vestidos deviam ter personalidade
no corpo que o vestia - foi além da necessidade de cobrir o corpo e passou a
ressaltá-lo, seguindo o erotismo alavancado pela "revolução sexual" e a
exposição e conservação da imagem do corpo. Os trabalhos fotográficos
recuperaram a malícia, o erotismo e a sexualidade em geral.
Quando a fotografia de moda deixou de ser pintura para pender para o cinema
e trazer no repertório um modo narrativo, o erotismo que já tinha surgido na
fotografia aparece agora de um modo diferente - o voyeurismo, o
homossexualismo, situações sadomasoquistas e julgadas pecaminosas, o
gosto pela violência e cenas misteriosas e até um certo mal-estar causado por
determinadas situações destoando da fotografia antes radiante e
despreocupada. A essa altura as modelos já eram praticamente atrizes para
interpretar as cenas em perfeita sintonia com os fotógrafos e a moda parece
entender que a roupa é algo simples perto da complexibilidade que deviam
passar aos consumidores.
Os anos 80 segue carregado com esse erotismo e até mesmo pornografia.
Helmut Newton levou as características ao expoente máximo explorando a tal
ponto que criou estereótipos com comportamentos exagerados e excessivos na
busca de um corpo carnal e pecaminoso. Nessa década surge também a
6
valorização do corpo e a busca por formas perfeitas mostrada por Newton de
forma artificial onde as modelos não pareciam pessoas de verdade. A liberação
da cultura gay abriu espaço para a atuação de homens como protagonistas de
campanhas, carregados com o mesmo erotismo e homossexualidade feminina,
onde cada vez mais a plasticidade de um corpo bem cuidado e delineado eram
evidenciados antes mesmo da roupa.
Diante desse entrelaçamento entre moda e fotografia, grandes criadores
passaram a ser concebidos, graças à força da imagem trabalhada, em
campanhas de propagandas e marketing. O funcionamento da moda na
sociedade contemporânea é estimular sua função, junto da comunicação. As
imagens de moda desde então teve como fundamento, gerar novas formas de
consumo, e implantar sonhos de consumo no publico alvo referente de cada
marca.
“ Talvez seja na publicidade, e, sobretudo na moda, que a
passagem do documento para a expressão tenha atingido
sua maior expansão. Esta longe o tempo em que a
publicidade procurava informar sobre o produto, onde a
fotografia de moda descrevia as roupas.” (ROUILLÉ,
2009, pg. 165)
A roupa e as imagens de moda expressam um veiculo de comunicação, onde o
resultado é a busca pelo desejo de exclusividade. Não pode referir-se a moda
apenas ás roupas, ela está ligada em todos os âmbitos voltados para arte.
O fotografo muitas vezes não é senao o executante competente das ideias dos
criativos, enquanto na moda o estilo do fotografo é frequentemente
determinante, ainda que não lhe seja permitida uma completa liberdade de
ação. (AMAR, 2007, pg. 121)
Ivan Abujamra, 33 anos, ex modelo brasileiro de grande projeção internacional,
personificando, nos anos 90, a estética do modelo magro, sem corpo atlético e
cheio de atitude, fotógrafo desde janeiro de 2000 e professor de fotografia na
7
Escola Panamericana de Arte e Design desde 2007, assina a Direção de
Fotografia em filmes publicitários e clipes musicais para produtoras como
Bossa Nova Films e Sinlogo.
Seu primeiro contato com a fotografia foi na Europa (Londres, Paris, Milão) e
nos Estados Unidos (Nova Iorque, Los Angeles, Miami), quando trabalhou
como modelo para os fotógrafos de moda e marcas de renome internacional.
Seu primeiro trabalho como fotógrafo profissional foi apresentado na exposição
Vogue Fashion Art em São Paulo 2000. No ano seguinte teve seu primeiro
trabalho internacional publicado na revista nova iorquina V Magazine. No meio
publicitário contribui para empresas como Fiat, MTV, Bayer, Sony, Mapfre,
Citibank e Samsung.Ivan Abujamra recebeu o Primeiro Premio na 8 ª Bienal
Internacional de Arte de Roma de 2010.
Sua relação com a moda é inevitável. Ainda como modelo, esteve atento às
outras profissões que circundam esse meio. Foi quando passou interessar-se
pela fotografia, ainda mais sob a influência de sua família, formada por diversas
pessoas ligadas à arte e ao marketing.
Teve a oportunidade de conhecer diversos fotógrafos, inicialmente trabalhou
como assistente e mais tarde herdando a clientela de moda dos seus tempos
de modelo. Em 2000 assistenciou o fotógrafo Mario Testino, um dos principais
fotógrafos de moda do mundo. Recém assistente e fotógrafo iniciante, baseava
seu trabalho – no quesito comportamental e de atitude enquanto fotografo- nos
ensinamentos de Mario Testino, preocupando-se sempre em incorporar uma
linguagem própria para não reproduzir uma cópia. Além de Testino, tem
referências em vários fotógrafos como o alemão Helmut Newton, um dos
mestres da fotografia de moda, e no fotojornalismo onde é possível pegar
referencias de fatos reais e tentar reproduzi-los.
Atualmente, com 11 anos trabalhando como fotógrafo, respira a profissão 24
horas por dia e busca novos horizontes dentro da própria fotografia, levando
sempre algo de moda para seus trabalhos.
8
Para ele, não existe a fotografia comum, existem diversas modalidades de
fotografia e a de moda é mais uma modalidade. Quando começou, imaginava
que a fotografia de moda era algo artístico, mas ao longo do tempo entendeu
que existe um mercado por trás dela e a maioria das vezes, essa fotografia é
uma prestação de serviço onde é necessário valorizar esse produto.
“A fotografia de moda é encantadora, mas tira a liberdade de expressão até
certo ponto.”
Com seus vários tipos de trabalhos, conseguiu notar um estilo ao longo da
carreira. Segundo ele, o estilo acontece naturalmente, quando ele é forçado,
não é alcançado. “O estilo é uma coisa muito pessoal, tem a ver com sua
bagagem cultural, seus livros, viagens, sua educação, os filmes que você viu;
tudo vira referência visual e as revistas de moda também. Tudo isso vira
imagem que você tem como bagagem para poder trabalhar. Tem que apostar
muito no que realmente gosta e não copiar, porque isso não traz satisfação no
quesito artístico.”
Suas fotos mais autorais têm sempre um toque de humor- uma maneira que
encontrou de quebrar as barreiras dos comumente sérios trabalhos
fotográficos.
Além de seu background na moda, tem como referência as histórias em
quadrinhos que lia na infância. Por isso, antes de fotografar procura “layoutar” o
desenho da foto. Não trabalha com Freestyle: vai sempre bem embasado nas
pesquisas sobre o assunto, procurando referências não só em fotos, mas em
filmes, quadros, poesia, música, pois toda a área da arte contribui para o
trabalho.
Segundo Ivan, quando se começa a fotografar, os trabalhos mais freqüentes na
moda são ensaios e books de modelos, normalmente iniciantes e o resultado
disso é um modelo que não sabe posar com um fotógrafo que não sabe dirigir.
“Isso é bom pra aprender a errar, porque é pontuando os erros que você
consegue acertá-los. No inicio, se não se prepara, não faz uma produção e não
vem com idéias estipuladas, e não sabe para onde esta dirigindo, esta fazendo
9
apenas o exercício da direção, sendo q no fim você fez um ambiente d ensaio,
mas não tem linguagem no trabalho.”
Por outro lado, há fotógrafos experientes com modelos experientes,
estabelecendo um ritmo onde os dois se percebem. O fotógrafo profissional a
principio já apresenta a idéia para modelo que também já tem mais referencias
e o trabalho flui melhor.
A direção de um fotógrafo de moda profissional esta muito mais ligada em
contar a história e dizer aonde você quer chegar do que somente nas poses,
“isso da uma engessada no trabalho. Alguns realmente pedem isso, mas
quando se tem um trabalho um pouco mais livre o ritmo faz fluir. A direção é
uma questão de prática. Cada fotógrafo tem um caminho diferente para chegar
ao objetivo da foto.”
Apesar de possuir imagens impressas em livros de arte como Visionaire (41),
The Art Book Brasil e Imagens de São Paulo vol. 2, expor seus trabalhos em
diversas galerias de arte como Britto’s Central (Miami) e feiras de arte como
Mercada Internacional de Arte Contemporânea de Padova (Itália), considera
que é preciso manter-se focado: ou o esforço está direcionado no
reconhecimento ou no trabalho em si. “Basicamente o esforço do fotógrafo e de
fazer um bom trabalho independe de para quem ele é feito”, o reconhecimento
traz satisfação, é o combustível; quando vê seu trabalho reconhecido, tem
força pra continuar, já que com a facilidade que existe de todos virarem
fotógrafos, ao mesmo tempo em que compete com grandes fotógrafos, perde o
orçamento para alguém que acabou de começar.
As fotos duram, são marcantes, e pensando nesse sentido procura evitar fazer
alguns trabalhos que não sejam tão interessantes, pois não é sua intenção
fazer apenas prestação de serviço. Também não se considera um grande
vendedor de arte, é mais focado em seu trabalho autoral e no seu conceito.
“Claro que ele- o trabalho- precisa ser vendido e exposto, mas isso depende
dos bons contatos que são feitos ao longo da carreira.”
10
Cada trabalho tem uma característica especifica: uns são por diversão, outros
pelo dinheiro, outro pela liberdade autoral ou ainda pelo desafio técnico. Gosta
de fotografar todo dia, de vestir a câmera, usá-la como um acessório e não sair
de casa sem ela. Tem preferência em fazer trabalhos mais conceituais com
fundo de moda. Mesmo em retratos tem uma preocupação a mais com a
produção de moda, tem o olho direcionado para essas questões. Por isso, ele
mesmo escolhe os profissionais que gostaria de trabalhar para se preocupar
apenas com a fotografia.
Seu trabalho favorito e que marcou sua entrada na publicidade, foi os coelhos
para MTV: quatro fotos de pessoas vestidas com cabeças de coelhos
simulando cenas de sexo. Tem a equipe SINLOGO de ilustradores, estúdio de
arte em SP e em Londres e ele fotografa os integrantes.
Acredita que o Brasil tem bastante potencial, material, luz, modelos e
excelentes fotógrafos. O mercado se comporta idolatrando os fotógrafos de
fora, e segundo ele, é necessário valorizar o trabalho dos fotógrafos brasileiros.
O Brasil é iniciante em relação a veículos. Quando pensa em moda vê o mundo
fechado, mas a fotografia nacional é bastante rica e poderia ter espaço pra
fotografia de moda e trazer fotógrafos de outras áreas pra fazer fotografia de
moda.
E para quem começa ele dá uma dica: estudar é um bom passo para trocar
informações. “O fotógrafo tem uma vida um pouco solitária por conviver com
concorrentes. Num ambiente de estudo isso acontece, é importante aprender a
lidar com as criticas e não ficar apensas pensando em equipamento. Acho mais
interessante investir em bons livros, boas referências e boas viagens. Você
nunca vai parar de comprar equipamentos, é legal ir comprando aos poucos,
porque é inevitável, é uma atividade constante.
Quem tem a câmera, é bom fotografar, adquirir conhecimento, antes de se
dizer um fotógrafo. Assistenciar, ver alguns fotógrafos brasileiros fotografando.
Quanto mais fotógrafos você assistenciar, mais conhecimento você terá
durante um longo tempo. No Brasil as pessoas assistenciam durante um ano e
11
já acham que está bom, quando no exterior isso é até uma profissão, são
assistentes pro resto da vida. Ser assistente só como um trampolim é
prejudicial por não permitir que o assistente aprenda. Todos têm uma câmera,
e a questão é que tipo de fotógrafo você é: profissional, amador - tudo vai da
pratica e da segurança que você tem na sua fotografia e assim conquistar um
bom espaço no mercado de trabalho.
O fotógrafo é responsável pelo resultado final da imagem. Precisa se preocupar
com tudo. É o diretor da fotografia. O fotógrafo tem que ser um observador,
precisa estar atento. Não adianta clicar algo que você não gosta porque no fim,
a foto é do fotógrafo. O bom gosto é o que conta e o bom gosto não se ensina,
você adquire a partir de boas referências.”
Conclusão
A fotografia evoluiu de uma forma de documentar fatos e retratar a realidade
para uma expressão artística subjetiva que retrata, assim como nas artes,
sentimentos e sensações que o artista – o fotográfo- deseja transmitir ou
causar em que vê sua obra. Na moda, ela ganha impotância por condensar
informações históricas de uma roupa e os fotógrafos, contribuem para que suas
percepções sobre a estética, beleza e a realidade sejam expressas de maneira
imortal através de seus trabalhos deixando uma marca prórpia de seus valores
e refêrencias.
12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMAR, Pierre-Jean. História da fotografia. Editora Edições 70, 2ª edição,
2007
MARRA, Claudio tradução AMBRÓSIO, Renato. Nas sombras de um sonho -
História e linguagens da fotografia de moda. Editora Senac, São Paulo: 2008.
MESQUITA, Cristiane. Moda Contemporânea: quatro ou cinco conexões
possíveis, São Paulo; editora: Anhembi Morumbi, 2004. (coleção moda e
comunicação/ Kathia Castilho (coordenação)
ROUILLÉ, André. A fotografia: entre documento e arte contemporânea.
Tradução: Constancia Egrejas- São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2009

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Fotografia de Moda

  • 1. 1 UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI MODA COMTEMPORANEA FOTOGRÁFO DE MODA IVAN ABUJAMRA Barbara Evelyn Keila Gonçalves Tamires Voshida Thiago Volpato Orientação: Eleni Kronka Resumo: A roupa e as imagens de moda expressam um veiculo de comunicação, onde o resultado é a busca pelo desejo de exclusividade. Por tratar-se de uma fonte de estudo sobre o comportamento humano, a foto tem a capacidade de exibir a moda e ilustrar o comportamento de determinada época. A fotografia de moda estabelece um dialogo com outras coisas, que não ela mesma: a arte, a arquitetura, a musica, etc. Se o objetivo da fotografia de alta costura é o de levar a sonhar, no pronto a vestir, pelo contrário, o fotógrafo de moda deve suscitar o desejo de comprar. Ivan Abujamra, 33 anos, ex modelo que quebrou padrões de beleza da época, fotógrafo desde janeiro de 2000 e professor de fotografia na Escola Panamericana de Arte e Design desde 2007, compreende de maneira harmonioza a relação entre a fotografia e a arte, a arte e a moda, além de propor elementos próprios que constroem seu estilo na fotografia. Palavras-chave: moda, fotografia, Ivan Abujamra Abstract: The clothes and the fashion images express a communication vehicle, where the result is the search by desire of exclusivity. For treating of a source of study about human behavior, the photo has the ability to display the fashion and illustrate the behavior of a particular time. The fashion photography down a dialogue with other things than itself that not itself: the arts, the architecture, the music. If the purpose of haute couture’s photography is to take people to dream, the ready to wear, instead, the photographer of fashion must inspire the desire to buy. Ivan Abujamra, 33, a former model who broke beauty
  • 2. 2 standards of the time, since January 2000 photographer and photography teacher of Panamericana Shool of Art and Design since 2007, understands of a harmonious way the relation between arts and photography, arts and fashion, as well to propose elements that build their own style in photography. Keywords: fashion, photography, Ivan Abujamra INTRODUÇÃO O obetivo do artigo é descobrir a origem e importância da fotografia de moda. Através de sua história, encontrar o ponto que ela se entrelaça com a arte e como encontra na moda uma nova linguagem e significado, percebendo as marcas deixadas por seus principais colaboradores . A partir de uma entrevista com o fotográfo Ivan Abujamra, procuramos também entender como essas conexões são vistas por um fotógrafo profissional, com visão de mercado e do futuro da fotografia no Brasil. MODA, FOTOGRAFIA E IVAN ABUJAMRA “O ser humano teve sempre necessidade de reproduzir o real e deixar uma marca do seu pensamento para se libertar do esquecimento e da morte.” (Pierre-Jean Amar, 2007,pg. 9) A fotografia surgiu para documentar os valores da sociedade, possuindo um valor documental na historia. Ao longo dela, caminhou para o comportamental trazendo uma fantasia paralela ao dia-a-dia deixando o fantástico cada vez mais de lado trazendo-o apenas quando necessário. Até o sec XIX, a informação passa essencialmente pela escrita. O desenho, mais ou menos fiel à realidade, é frequentemente fantasia. A chegada da fotografia vai abalar estes modos de proceder, dado que ela é de imediata considerada completamente objetiva e veridica. (AMAR, 2007, pg. 63) Pouco depois da sua invenção, os cientistas compreendem a utilidade da fotografia e o que ela lhes pode porporcionar. Quase todas as disciplinas vão
  • 3. 3 servir-se dela. A zoologia, astronomia, a medicina, a arqueologia e até explorações submarinas apropriaram-se da fotografia para ilustrar, registrar e difundir idéias e novas descobertas. Historicamente a fotografia, tem um papel importante para os pesquisadores de moda. Por tratar-se de uma fonte de estudo sobre o comportamento humano, a foto tem a capacidade de exibir a moda e ilustrar o comportamento de determinada época, fornecendo mais informação que uma peça de roupa em um manequim. “Assim pode-se entender a fotografia de moda, que nos diz respeito, mas diretamente, não como pura documentação, pela imagem, de uma roupa, mas como transposição física da própria roupa, ou, melhor ainda, daquele evento que é a roupa vestida” (MARRA, 2008,pg.31) Considerado um dos protagonistas da fotografia de moda, De Meyer (1868- 1949), além de estar ligado a concretização e sucesso da Vogue e da Harper’s Bazar, juntou arte e moda, distinguindo algo material e mercantil –a roupa-, em algo conceitual. Seu trabalho talvez tenha sido o primeiro caso de patrocínio da arte (Paul Iribe) para a moda. Se De Meyer inaugurou o caminho do imaginário, Steichen (1879-1973) abre o caminho da imagem, mostrando o imaginário de forma mais disfarçada e sugestiva, tinha como características uma forma mais realista, nítida, com grandes contrastes onde o próprio momento trazia um modo de vida essencial, prático e ativo. Arte e moda caminham paralelamente e em meados dos anos 20 tudo muda e renova com a intenção de cortar a ligação com o passado, em constante competição com a pintura e sem saber seu lugar. Hoyningen-Huene (1879- 1973), buscava a construção da imagem de forma arquitetônica. Foi dele a idéia de jogar com a posição das modelos harmonicamente e tira-las do centro da imagem. Apesar da diversidade nos trabalhos, o minimalismo geométrico e
  • 4. 4 o clássico sempre faziam parte da sua arte. A fotografia de moda esteve sempre ligada a pesquisas artísticas, porém é com Man Ray (1990-1976) que encontra-se as artes visuais. Adepto ao dadaísmo, vivia de questionamentos em uma época chave para a arte e moda contemporânea, trocou o pincel por uma máquina para romper com a velha lógica, pois vivia em constante experimentação linguística. Sua maior contribuição para a fotografia de moda, foi derrubar os limites entre a pesquisa e a aplicação entre arte e moda. Cecil Beaton, fotógrafo nostálgico que gostava de performance, foi um homem que não buscou se especializar e por isso, realizou trabalhos diversificados. Foi um amante do teatro e buscou trazer isso para a fotografia. A princípio ignorava a técnica e mostrava o conceito, ressurgindo na fotografia de moda sua busca do imaginário. Seu maior legado para a moda, foi uma fotografia tirada em 1941 para Vogue americana, onde uma modelo está de costas vestindo um tailleur, olhando para edifícios em ruínas bombardeados durante a guerra, mostrando que a moda é indestrutível. Por volta de 1930 surge a discussão do rótulo “realismo” como certa modalidade da fotografia, fato é que Munkacsi negou o estúdio para fotografar ao ar livre e por fim trocou as poses por algo natural/instantâneo. Chamado para fotografar pela Harper’s Bazaar, desejavam que na fotografia de moda fosse aplicado algo dinâmico. Trouxe o imaginário casual e comum, ao invés do fantasioso, complementando o seu trabalho com o dos colegas de profissão, sendo chamada mais tarde de comportamentista. Neste período, dois nomes surgem no cenário da moda. São eles Penn e Avedon, que colocam de volta a questão: “Seguir o modelo proposto pela pintura ou seguir uma linha conceitual do real?” .Penn sempre possuiu uma grande influência que veio da pintura, buscava referências de técnicas do passado, suas fotos caminham perfeitamente entre a linha do imaginário e do comportamento. Avedon é fotografia pura. As experiências na sua infância formaram o seu jeito de pensar fotografia, colocando modelos em lugares
  • 5. 5 fictícios, transformando em verdade. Pensando como no cinema, adiantou uma tendência nos anos 70 chamada narrative art (Penn buscava uma abstração formal), Avedon criava uma mini-história através de diversas fotos (geralmente fazia ensaios fotográficos externos). Devido ao surgimento de duas linhas nas artes visuais, os anos 60 é marcado pelo desenvolvimento de duas tendências: a Pop art, que artísticamente era extrovertida e considerada uma tendência comportamentista; e a Op art, que complementava com seu estilo formalista, técnico e experimental. Enquanto a Pop se manisfetava no comportamento, a Op visava aspectos materiais e visuais da roupa (formal-visual). A revolução sexual que ocorreu na metade dos anos 60 influenciou de forma marcante a fotografia dos anos 70 e 80. Os vestidos deviam ter personalidade no corpo que o vestia - foi além da necessidade de cobrir o corpo e passou a ressaltá-lo, seguindo o erotismo alavancado pela "revolução sexual" e a exposição e conservação da imagem do corpo. Os trabalhos fotográficos recuperaram a malícia, o erotismo e a sexualidade em geral. Quando a fotografia de moda deixou de ser pintura para pender para o cinema e trazer no repertório um modo narrativo, o erotismo que já tinha surgido na fotografia aparece agora de um modo diferente - o voyeurismo, o homossexualismo, situações sadomasoquistas e julgadas pecaminosas, o gosto pela violência e cenas misteriosas e até um certo mal-estar causado por determinadas situações destoando da fotografia antes radiante e despreocupada. A essa altura as modelos já eram praticamente atrizes para interpretar as cenas em perfeita sintonia com os fotógrafos e a moda parece entender que a roupa é algo simples perto da complexibilidade que deviam passar aos consumidores. Os anos 80 segue carregado com esse erotismo e até mesmo pornografia. Helmut Newton levou as características ao expoente máximo explorando a tal ponto que criou estereótipos com comportamentos exagerados e excessivos na busca de um corpo carnal e pecaminoso. Nessa década surge também a
  • 6. 6 valorização do corpo e a busca por formas perfeitas mostrada por Newton de forma artificial onde as modelos não pareciam pessoas de verdade. A liberação da cultura gay abriu espaço para a atuação de homens como protagonistas de campanhas, carregados com o mesmo erotismo e homossexualidade feminina, onde cada vez mais a plasticidade de um corpo bem cuidado e delineado eram evidenciados antes mesmo da roupa. Diante desse entrelaçamento entre moda e fotografia, grandes criadores passaram a ser concebidos, graças à força da imagem trabalhada, em campanhas de propagandas e marketing. O funcionamento da moda na sociedade contemporânea é estimular sua função, junto da comunicação. As imagens de moda desde então teve como fundamento, gerar novas formas de consumo, e implantar sonhos de consumo no publico alvo referente de cada marca. “ Talvez seja na publicidade, e, sobretudo na moda, que a passagem do documento para a expressão tenha atingido sua maior expansão. Esta longe o tempo em que a publicidade procurava informar sobre o produto, onde a fotografia de moda descrevia as roupas.” (ROUILLÉ, 2009, pg. 165) A roupa e as imagens de moda expressam um veiculo de comunicação, onde o resultado é a busca pelo desejo de exclusividade. Não pode referir-se a moda apenas ás roupas, ela está ligada em todos os âmbitos voltados para arte. O fotografo muitas vezes não é senao o executante competente das ideias dos criativos, enquanto na moda o estilo do fotografo é frequentemente determinante, ainda que não lhe seja permitida uma completa liberdade de ação. (AMAR, 2007, pg. 121) Ivan Abujamra, 33 anos, ex modelo brasileiro de grande projeção internacional, personificando, nos anos 90, a estética do modelo magro, sem corpo atlético e cheio de atitude, fotógrafo desde janeiro de 2000 e professor de fotografia na
  • 7. 7 Escola Panamericana de Arte e Design desde 2007, assina a Direção de Fotografia em filmes publicitários e clipes musicais para produtoras como Bossa Nova Films e Sinlogo. Seu primeiro contato com a fotografia foi na Europa (Londres, Paris, Milão) e nos Estados Unidos (Nova Iorque, Los Angeles, Miami), quando trabalhou como modelo para os fotógrafos de moda e marcas de renome internacional. Seu primeiro trabalho como fotógrafo profissional foi apresentado na exposição Vogue Fashion Art em São Paulo 2000. No ano seguinte teve seu primeiro trabalho internacional publicado na revista nova iorquina V Magazine. No meio publicitário contribui para empresas como Fiat, MTV, Bayer, Sony, Mapfre, Citibank e Samsung.Ivan Abujamra recebeu o Primeiro Premio na 8 ª Bienal Internacional de Arte de Roma de 2010. Sua relação com a moda é inevitável. Ainda como modelo, esteve atento às outras profissões que circundam esse meio. Foi quando passou interessar-se pela fotografia, ainda mais sob a influência de sua família, formada por diversas pessoas ligadas à arte e ao marketing. Teve a oportunidade de conhecer diversos fotógrafos, inicialmente trabalhou como assistente e mais tarde herdando a clientela de moda dos seus tempos de modelo. Em 2000 assistenciou o fotógrafo Mario Testino, um dos principais fotógrafos de moda do mundo. Recém assistente e fotógrafo iniciante, baseava seu trabalho – no quesito comportamental e de atitude enquanto fotografo- nos ensinamentos de Mario Testino, preocupando-se sempre em incorporar uma linguagem própria para não reproduzir uma cópia. Além de Testino, tem referências em vários fotógrafos como o alemão Helmut Newton, um dos mestres da fotografia de moda, e no fotojornalismo onde é possível pegar referencias de fatos reais e tentar reproduzi-los. Atualmente, com 11 anos trabalhando como fotógrafo, respira a profissão 24 horas por dia e busca novos horizontes dentro da própria fotografia, levando sempre algo de moda para seus trabalhos.
  • 8. 8 Para ele, não existe a fotografia comum, existem diversas modalidades de fotografia e a de moda é mais uma modalidade. Quando começou, imaginava que a fotografia de moda era algo artístico, mas ao longo do tempo entendeu que existe um mercado por trás dela e a maioria das vezes, essa fotografia é uma prestação de serviço onde é necessário valorizar esse produto. “A fotografia de moda é encantadora, mas tira a liberdade de expressão até certo ponto.” Com seus vários tipos de trabalhos, conseguiu notar um estilo ao longo da carreira. Segundo ele, o estilo acontece naturalmente, quando ele é forçado, não é alcançado. “O estilo é uma coisa muito pessoal, tem a ver com sua bagagem cultural, seus livros, viagens, sua educação, os filmes que você viu; tudo vira referência visual e as revistas de moda também. Tudo isso vira imagem que você tem como bagagem para poder trabalhar. Tem que apostar muito no que realmente gosta e não copiar, porque isso não traz satisfação no quesito artístico.” Suas fotos mais autorais têm sempre um toque de humor- uma maneira que encontrou de quebrar as barreiras dos comumente sérios trabalhos fotográficos. Além de seu background na moda, tem como referência as histórias em quadrinhos que lia na infância. Por isso, antes de fotografar procura “layoutar” o desenho da foto. Não trabalha com Freestyle: vai sempre bem embasado nas pesquisas sobre o assunto, procurando referências não só em fotos, mas em filmes, quadros, poesia, música, pois toda a área da arte contribui para o trabalho. Segundo Ivan, quando se começa a fotografar, os trabalhos mais freqüentes na moda são ensaios e books de modelos, normalmente iniciantes e o resultado disso é um modelo que não sabe posar com um fotógrafo que não sabe dirigir. “Isso é bom pra aprender a errar, porque é pontuando os erros que você consegue acertá-los. No inicio, se não se prepara, não faz uma produção e não vem com idéias estipuladas, e não sabe para onde esta dirigindo, esta fazendo
  • 9. 9 apenas o exercício da direção, sendo q no fim você fez um ambiente d ensaio, mas não tem linguagem no trabalho.” Por outro lado, há fotógrafos experientes com modelos experientes, estabelecendo um ritmo onde os dois se percebem. O fotógrafo profissional a principio já apresenta a idéia para modelo que também já tem mais referencias e o trabalho flui melhor. A direção de um fotógrafo de moda profissional esta muito mais ligada em contar a história e dizer aonde você quer chegar do que somente nas poses, “isso da uma engessada no trabalho. Alguns realmente pedem isso, mas quando se tem um trabalho um pouco mais livre o ritmo faz fluir. A direção é uma questão de prática. Cada fotógrafo tem um caminho diferente para chegar ao objetivo da foto.” Apesar de possuir imagens impressas em livros de arte como Visionaire (41), The Art Book Brasil e Imagens de São Paulo vol. 2, expor seus trabalhos em diversas galerias de arte como Britto’s Central (Miami) e feiras de arte como Mercada Internacional de Arte Contemporânea de Padova (Itália), considera que é preciso manter-se focado: ou o esforço está direcionado no reconhecimento ou no trabalho em si. “Basicamente o esforço do fotógrafo e de fazer um bom trabalho independe de para quem ele é feito”, o reconhecimento traz satisfação, é o combustível; quando vê seu trabalho reconhecido, tem força pra continuar, já que com a facilidade que existe de todos virarem fotógrafos, ao mesmo tempo em que compete com grandes fotógrafos, perde o orçamento para alguém que acabou de começar. As fotos duram, são marcantes, e pensando nesse sentido procura evitar fazer alguns trabalhos que não sejam tão interessantes, pois não é sua intenção fazer apenas prestação de serviço. Também não se considera um grande vendedor de arte, é mais focado em seu trabalho autoral e no seu conceito. “Claro que ele- o trabalho- precisa ser vendido e exposto, mas isso depende dos bons contatos que são feitos ao longo da carreira.”
  • 10. 10 Cada trabalho tem uma característica especifica: uns são por diversão, outros pelo dinheiro, outro pela liberdade autoral ou ainda pelo desafio técnico. Gosta de fotografar todo dia, de vestir a câmera, usá-la como um acessório e não sair de casa sem ela. Tem preferência em fazer trabalhos mais conceituais com fundo de moda. Mesmo em retratos tem uma preocupação a mais com a produção de moda, tem o olho direcionado para essas questões. Por isso, ele mesmo escolhe os profissionais que gostaria de trabalhar para se preocupar apenas com a fotografia. Seu trabalho favorito e que marcou sua entrada na publicidade, foi os coelhos para MTV: quatro fotos de pessoas vestidas com cabeças de coelhos simulando cenas de sexo. Tem a equipe SINLOGO de ilustradores, estúdio de arte em SP e em Londres e ele fotografa os integrantes. Acredita que o Brasil tem bastante potencial, material, luz, modelos e excelentes fotógrafos. O mercado se comporta idolatrando os fotógrafos de fora, e segundo ele, é necessário valorizar o trabalho dos fotógrafos brasileiros. O Brasil é iniciante em relação a veículos. Quando pensa em moda vê o mundo fechado, mas a fotografia nacional é bastante rica e poderia ter espaço pra fotografia de moda e trazer fotógrafos de outras áreas pra fazer fotografia de moda. E para quem começa ele dá uma dica: estudar é um bom passo para trocar informações. “O fotógrafo tem uma vida um pouco solitária por conviver com concorrentes. Num ambiente de estudo isso acontece, é importante aprender a lidar com as criticas e não ficar apensas pensando em equipamento. Acho mais interessante investir em bons livros, boas referências e boas viagens. Você nunca vai parar de comprar equipamentos, é legal ir comprando aos poucos, porque é inevitável, é uma atividade constante. Quem tem a câmera, é bom fotografar, adquirir conhecimento, antes de se dizer um fotógrafo. Assistenciar, ver alguns fotógrafos brasileiros fotografando. Quanto mais fotógrafos você assistenciar, mais conhecimento você terá durante um longo tempo. No Brasil as pessoas assistenciam durante um ano e
  • 11. 11 já acham que está bom, quando no exterior isso é até uma profissão, são assistentes pro resto da vida. Ser assistente só como um trampolim é prejudicial por não permitir que o assistente aprenda. Todos têm uma câmera, e a questão é que tipo de fotógrafo você é: profissional, amador - tudo vai da pratica e da segurança que você tem na sua fotografia e assim conquistar um bom espaço no mercado de trabalho. O fotógrafo é responsável pelo resultado final da imagem. Precisa se preocupar com tudo. É o diretor da fotografia. O fotógrafo tem que ser um observador, precisa estar atento. Não adianta clicar algo que você não gosta porque no fim, a foto é do fotógrafo. O bom gosto é o que conta e o bom gosto não se ensina, você adquire a partir de boas referências.” Conclusão A fotografia evoluiu de uma forma de documentar fatos e retratar a realidade para uma expressão artística subjetiva que retrata, assim como nas artes, sentimentos e sensações que o artista – o fotográfo- deseja transmitir ou causar em que vê sua obra. Na moda, ela ganha impotância por condensar informações históricas de uma roupa e os fotógrafos, contribuem para que suas percepções sobre a estética, beleza e a realidade sejam expressas de maneira imortal através de seus trabalhos deixando uma marca prórpia de seus valores e refêrencias.
  • 12. 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMAR, Pierre-Jean. História da fotografia. Editora Edições 70, 2ª edição, 2007 MARRA, Claudio tradução AMBRÓSIO, Renato. Nas sombras de um sonho - História e linguagens da fotografia de moda. Editora Senac, São Paulo: 2008. MESQUITA, Cristiane. Moda Contemporânea: quatro ou cinco conexões possíveis, São Paulo; editora: Anhembi Morumbi, 2004. (coleção moda e comunicação/ Kathia Castilho (coordenação) ROUILLÉ, André. A fotografia: entre documento e arte contemporânea. Tradução: Constancia Egrejas- São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2009