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FERNÃO LOPES

Fernão Lopes (~1378 / 1380 ? — 1459?) foi funcionário
do paço e notário, nomeado cronista pelo rei D.
Duarte, escreveu as crónicas dos reis D. Pedro I, D.
Fernando e D. João I (1.ª e 2.ª partes).
Do ponto de vista da forma, o seu estilo representa
uma literatura de expressão oral e de raiz popular. Ele
próprio diz que nas suas páginas não se encontra a
formosura das palavras, mas a nudez da verdade.
Era

um

autodidata.

Foi

um

dos

legítimos

representantes do saber popular, mas já no seu tempo
um novo tipo de saber começava a surgir: de cunho
erudito-académico, humanista, classicizante.

Biografia
Ocupa, entre a série dos cronistas gerais do Reino, um lugar de
destaque, quer como artista quer pela sua maneira de interpretar
os factos sociais. Fernão Lopes deve ter nascido entre 1378 e 1390,
aproximadamente, visto que em 1418 já ocupava funções públicas
de responsabilidade (era Guardião-mor das escrituras da Torre do
Tombo). Pertencia portanto à geração seguinte à que viveu
o cerco de Lisboa e a batalha de Aljubarrota. A guerra com
Castela acabou em 1411, pelo que Fernão Lopes pode ainda
acompanhar a sua fase, e conhecer pessoalmente alguns
dos seus protagonistas, como D. João I, Nuno Álvares
Pereira, os cidadãos de Lisboa que se revoltaram contra D.
Leonor Teles e elegeram o Mestre de Avis seu defensor em comício popular, alguns
dos procuradores às Cortes de Coimbra de 1385 que, apoiando o Dr. João das Regras
declararam o trono vago e, chamando a si a soberania, elegeram um novo rei e
fundaram uma nova dinastia.
Profissionalmente, Fernão Lopes era um tabelião, provavelmente de origem viloa, mesteiral,
porque contava um sapateiro na família de sua mulher. Foi empregado da família real e da
corte, escrivão de D. Duarte, ainda infante, do rei D. João I, e do infante D. Fernando, em cuja
casa ocupou o importante posto de «escrivão da puridade», que correspondia ao cargo de maior
confiança pessoal concedido pela alta nobreza. A partir de 1418 aparece a desempenhar as
funções de Guarda-mor da Torre do Tombo, encarregado de guardar e conservar os arquivos do
Estado, lugar de confiança da Corte. Como prémio dos seus serviços, recebeu o título de
«vassalo de El-rei», carta de nobreza atribuída então com certa liberalidade a membros das
classes não nobres. Em 1454 foi reformado do cargo de Guarda-mor da Torre do Tombo devido à
sua idade. Ainda vivia em 1459, segundo atesta um documento de transmissão de sua
herança.
Durante este longo período de atividade, Fernão Lopes atravessou os reinados de D. João I, D.
Duarte, o governo de D. Pedro, e parte do reinado de D. Afonso V. Conheceu muitas alterações
políticas e sociais. Ao rei eleito e popular, D. João I, viu suceder um rei mais dominado pela
aristocracia, D. Duarte; viu crescer o poder feudal dos filhos de D. João I, e com ele o
predomínio da nobreza, que saíra gravemente abalada da crise da independência. Assistiu à
guerra civil subsequente à morte de D. Duarte, à insurreição de Lisboa contra a rainha viúva
D. Leonor, e à eleição do infante D. Pedro por esta cidade, e em seguida pelas cortes, para o
cargo de Defensor e Regedor do Reino, em circunstâncias muito parecidas com as que tinham
levado o mestre de Avis ao mesmo cargo e seguidamente ao trono em 1383-1385. Assistiu
depois à reação do partido da nobreza, à queda do infante D. Pedro, à sua morte na sangrenta
batalha de Alfarrobeira, à perseguição e dispersão dos seus partidários, ao triunfo definitivo da
nobreza, no reinado. Foi testemunha do início da expansão ultramarina e teve a sua quota
parte no desastre militar de Tânger, por causa da morte de seu filho médico do infante D.
Fernando, que veio a morrer em cativeiro, em Marrocos.
Fernão Lopes viveu uma das épocas mais perturbadas da História de Portugal, cheia de
ensinamentos para o historiador. A carreira de Fernão Lopes como historiador é provavelmente
a mais longa do que há pouco se supôs, pois é provável que já em 1419 realizasse por encargo do
então infante D. Duarte a compilação e redacção de uma crónica geral do reino de Portugal. Só
em 1434, porém, aparece oficialmente encarregado pelo rei D. Duarte de relatar as histórias dos
reis anteriores e os feitos do rei D. João I, pelo qual seria remunerado com um pagamento
anual. Após a morte deste rei o Regente D. Pedro, em nome de D. Afonso V, confirma Fernão
Lopes na mesma incumbência, mantendo-lhe o salário. Em 1449, pouco antes da batalha de
Alfarrobeira, ainda recebe um pagamento de D. Afonso V pelos seus trabalhos historiográficos,
mas já nessa época entrara em atividade um outro cronista, Gomes Eanes de Zurara. A última
obra em que Fernão Lopes trabalhou, a Crónica de D. João I, embora monumental, ficou
incompleta e foi continuada por Zurara (a Crnica estava dividida em 3 partes das quais Fernão
Lopes só pode escrever as duas primeiras).

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fern%C3%A3o_Lopes

D. João

D. Pedro I

D. Fernando

A professora: Ana Pereira

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  • 1. FERNÃO LOPES Fernão Lopes (~1378 / 1380 ? — 1459?) foi funcionário do paço e notário, nomeado cronista pelo rei D. Duarte, escreveu as crónicas dos reis D. Pedro I, D. Fernando e D. João I (1.ª e 2.ª partes). Do ponto de vista da forma, o seu estilo representa uma literatura de expressão oral e de raiz popular. Ele próprio diz que nas suas páginas não se encontra a formosura das palavras, mas a nudez da verdade. Era um autodidata. Foi um dos legítimos representantes do saber popular, mas já no seu tempo um novo tipo de saber começava a surgir: de cunho erudito-académico, humanista, classicizante. Biografia Ocupa, entre a série dos cronistas gerais do Reino, um lugar de destaque, quer como artista quer pela sua maneira de interpretar os factos sociais. Fernão Lopes deve ter nascido entre 1378 e 1390, aproximadamente, visto que em 1418 já ocupava funções públicas de responsabilidade (era Guardião-mor das escrituras da Torre do Tombo). Pertencia portanto à geração seguinte à que viveu o cerco de Lisboa e a batalha de Aljubarrota. A guerra com Castela acabou em 1411, pelo que Fernão Lopes pode ainda acompanhar a sua fase, e conhecer pessoalmente alguns dos seus protagonistas, como D. João I, Nuno Álvares Pereira, os cidadãos de Lisboa que se revoltaram contra D. Leonor Teles e elegeram o Mestre de Avis seu defensor em comício popular, alguns
  • 2. dos procuradores às Cortes de Coimbra de 1385 que, apoiando o Dr. João das Regras declararam o trono vago e, chamando a si a soberania, elegeram um novo rei e fundaram uma nova dinastia. Profissionalmente, Fernão Lopes era um tabelião, provavelmente de origem viloa, mesteiral, porque contava um sapateiro na família de sua mulher. Foi empregado da família real e da corte, escrivão de D. Duarte, ainda infante, do rei D. João I, e do infante D. Fernando, em cuja casa ocupou o importante posto de «escrivão da puridade», que correspondia ao cargo de maior confiança pessoal concedido pela alta nobreza. A partir de 1418 aparece a desempenhar as funções de Guarda-mor da Torre do Tombo, encarregado de guardar e conservar os arquivos do Estado, lugar de confiança da Corte. Como prémio dos seus serviços, recebeu o título de «vassalo de El-rei», carta de nobreza atribuída então com certa liberalidade a membros das classes não nobres. Em 1454 foi reformado do cargo de Guarda-mor da Torre do Tombo devido à sua idade. Ainda vivia em 1459, segundo atesta um documento de transmissão de sua herança. Durante este longo período de atividade, Fernão Lopes atravessou os reinados de D. João I, D. Duarte, o governo de D. Pedro, e parte do reinado de D. Afonso V. Conheceu muitas alterações políticas e sociais. Ao rei eleito e popular, D. João I, viu suceder um rei mais dominado pela aristocracia, D. Duarte; viu crescer o poder feudal dos filhos de D. João I, e com ele o predomínio da nobreza, que saíra gravemente abalada da crise da independência. Assistiu à guerra civil subsequente à morte de D. Duarte, à insurreição de Lisboa contra a rainha viúva D. Leonor, e à eleição do infante D. Pedro por esta cidade, e em seguida pelas cortes, para o cargo de Defensor e Regedor do Reino, em circunstâncias muito parecidas com as que tinham levado o mestre de Avis ao mesmo cargo e seguidamente ao trono em 1383-1385. Assistiu depois à reação do partido da nobreza, à queda do infante D. Pedro, à sua morte na sangrenta batalha de Alfarrobeira, à perseguição e dispersão dos seus partidários, ao triunfo definitivo da nobreza, no reinado. Foi testemunha do início da expansão ultramarina e teve a sua quota parte no desastre militar de Tânger, por causa da morte de seu filho médico do infante D. Fernando, que veio a morrer em cativeiro, em Marrocos. Fernão Lopes viveu uma das épocas mais perturbadas da História de Portugal, cheia de ensinamentos para o historiador. A carreira de Fernão Lopes como historiador é provavelmente a mais longa do que há pouco se supôs, pois é provável que já em 1419 realizasse por encargo do
  • 3. então infante D. Duarte a compilação e redacção de uma crónica geral do reino de Portugal. Só em 1434, porém, aparece oficialmente encarregado pelo rei D. Duarte de relatar as histórias dos reis anteriores e os feitos do rei D. João I, pelo qual seria remunerado com um pagamento anual. Após a morte deste rei o Regente D. Pedro, em nome de D. Afonso V, confirma Fernão Lopes na mesma incumbência, mantendo-lhe o salário. Em 1449, pouco antes da batalha de Alfarrobeira, ainda recebe um pagamento de D. Afonso V pelos seus trabalhos historiográficos, mas já nessa época entrara em atividade um outro cronista, Gomes Eanes de Zurara. A última obra em que Fernão Lopes trabalhou, a Crónica de D. João I, embora monumental, ficou incompleta e foi continuada por Zurara (a Crnica estava dividida em 3 partes das quais Fernão Lopes só pode escrever as duas primeiras). Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fern%C3%A3o_Lopes D. João D. Pedro I D. Fernando A professora: Ana Pereira