SlideShare uma empresa Scribd logo
1
ESCOLA SECUNDÁRIA MARTINS SARMENTO
Ano letivo 2021/2022
“Crónica de D. Pedro I” de Fernão Lopes
10º Ano
Profª Fátima Caldas
A Crónica de el-rei D. Pedro I, ou Crónica de D. Pedro, é um registo histórico do
género crónica escrito por Fernão Lopes, abarcando o período de tempo correspondente ao
reinado de D. Pedro I de Portugal, de cognome o Justiceiro, ou o Cruel, que decorreu entre 1357
e 1367.
A Crónica de D. Pedro I está dividida em quarenta e quatro capítulos sendo iniciada por
um Prólogo. Dos inúmeros temas tratados ao longo da Crónica destacam-se a Justiça a que
dedicou o Prólogo e seis capítulos, a organização do Estado e as decisões do rei, Inês de
Castro a que dedicou seis capítulos, relatando em especial a declaração de D. Pedro sobre o
seu casamento com Inês, a perseguição aos seus assassinos e a descrição da trasladação dos
restos mortais de Inês de Coimbra para Alcobaça, um capítulo dedicado a D.João I, filho
bastardo de D. Pedro e futuro rei, e ainda o Reino de Castela ao qual dedica dezasseis dos
capítulos, tratando-se neste caso de decisões ou empreendimentos do rei D. Pedro I de Castela,
sobrinho do homónimo rei português, e para cuja história Fernão Lopes deve ter tido acesso
às Crónicas sobre a mesma época do cronista castelhano Pedro Lopes de Ayala.
Fernão Lopes, que começou por ter a profissão de tabelião, foi em 1418 nomeado
guarda-mor da Torre do Tombo, ou seja, de chefe dos arquivos do Estado, lugar de confiança da
corte, e que lhe permitiu o acesso a importante documentação para a elaboração das
suas Crónicas.[5]
Fernão Lopes inicia provavelmente a escrita da Crónica de D. Pedro em 1434
pois foi neste ano que o rei D. duarte lhe atribui pelo seu futuro trabalho a tença anual de catorze
mil reais.[1]
É a primeira das três grandes crónicas do percursor dahistória portuguesa, e também a
primeira crónica régia com características próximas das que definiram o género cultivado
no século XV e nos dois seguintes, sendo as outras duas crónicas da autoria de Fernão Lopes
a Crónica de D. Fernando e a Crónica de D. João I.
“ "E diziam as gentes que tais dez anos nunca houvera em Portugal como
estes que reinara el-Rei D. Pedro."
2
Capítulo I
Do reinado de el-rei Dom Pedro, oitavo rei de Portugal, e das condições que n'elle havia.
Capitulo II
Como el-rei de Castella mandou pelo corpo da rainha Dona Maria, sua madre, e da carta que
enviou a el-rei de Portugal, seu tio.
Capitulo III
Das cartas que o papa, e el-rei de Aragão enviaram a el-rei de Portugal sobre a morte de el-rei,
seu padre.
Capitulo IV
Da maneira que el-rei Dom Pedro tinha nos desembargos de sua casa.
Capitulo V
De algumas cousas que el-rei Dom Pedro ordenou por bem de justiça e prol de seu povo.
Capitulo VI
Como el-rei mandou degolar dois seus criados, porque roubaram um judeu e o mataram.
Capitulo VII
Como el-rei quizera metter um bispo a tormento, porque dormia com uma mulher casada.
Capitulo VIII
Como el-rei mandou capar um seu escudeiro, porque dormiu com uma mulher casada.
Capitulo IX
Como el-rei mandou queimar a mulher de Affonso André, e de outras justiças que mandou fazer.
Capitulo X
Como el-rei mandava matar o almirante; e da carta que lhe enviou o duque e commum de
Genova, rogando por elle.
Capitulo XI
Das moedas que el-rei Dom Pedro fez, e da valia do oiro e da prata n'aquelle tempo.
Capitulo XII
Da maneira que os reis tinham para fazer thesouros, e accrescentar n'elles.
Capitulo XIII
Por que guisa el-rei Dom Pedro de Castella começou de juntar thesouro.
Capitulo XIV
Como el-rei fez conde e armou cavalleiro João Affonso Tello, e da grão festa que lhe fez.
Capitulo XV
Das avenças que el-rei de Castella e el-rei Dom Pedro de Portugal firmaram entre si, e como lhe
el-rei de Portugal prometteu de fazer ajuda contra Aragão.
3
Capitulo XVI
De algumas pessoas que el-rei Dom Pedro de Castella mandou matar, e como casou com a
rainha Dona Branca e a deixou.
Capitulo XVII
Como se começou o desvairo entre el-rei Dom Pedro de Castella e o conde Dom Henrique, seu
irmão, o qual foi aso porque se o conde foi fóra do reino.
Capitulo XVIII
Como e por qual aso se começou a guerra entre Castella e Aragão.
Capitulo XIX
Como el-rei de Castella entrou por Aragão e das cousas que fez n'este anno.
Capitulo XX
Como el-rei Dom Pedro fez matar o mestre de São Thiago Dom Fradarique, seu irmão, no
alcaçar de Sevilha.
Capitulo XXI
Como el-rei partiu de Sevilha por tomar Dom Tello, seu irmão, para o matar; e como matou o
infante Dom João, seu primo.
Capitulo XXII
Como foi quebrada a tregua de um anno que havia entre os reis, e como el-rei Dom Pedro juntou
armada por fazer guerra a Aragão.
Capitulo XXIII
Como veiu o cardeal de Bolonha para fazer paz entre el-rei de Castella e el-rei de Aragão, e os
não poude pôr de accordo.
Capitulo XXIV
Como el-rei de Castella enviou pedir ajuda de galés a el-rei de Portugal, e como partiu com sua
frota por fazer guerra a Aragão.
Capitulo XXV
Como se partiu o almirante de Portugal com as dez galés, e como el-rei Dom Pedro desarmou a
frota; e de outras cousas.
Capitulo XXVI
Como o cardeal de Bolonha quizera tratar paz entre os reis e não poude, e como as gentes d'el-
rei Dom Pedro pelejaram com o conde e o desbarataram.
Capitulo XXVII
Como el-rei Dom Pedro de Portugal disse por Dona Ignez que fora sua mulher recebida, e da
maneira que em ello teve.
4
Capitulo XXVIII
Do testemunho que alguns deram no casamento de Dona Ignez, e das razões que sobre ello
propoz o conde Dom João Affonso.
Capitulo XXIX
Razões contra isto, de alguns que ahi estavam, duvidando muito n'este casamento.
Capitulo XXX
Como os reis de Portugal e de Castella fizeram entre si avença, que entregassem, um ao outro,
alguns que andavam seguros em seus reinos.
Capitulo XXXI
Como Diogo Lopes Pacheco escapou de ser preso, e foram entregues os outros, e logo mortos
cruelmente.
Capitulo XXXII
De algumas cousas que el-rei Dom Pedro de Castella mandou fazer, e como fez paz com el-rei
de Aragão entrando em seu reino.
Capitulo XXXIII
De algumas entradas que el-rei este anno fez no reino de Granada, e como el-rei Vermelho se
veiu pôr em seu poder, cuidando de ser seguro, e el-rei o mandou matar.
Capitulo XXXIV
Das avenças que el-rei de Castella fez com el-rei de Aragão, entrando em seu reino, e como as
depois não quiz guardar.
Capitulo XXXV
Como el-rei Dom Pedro entrou outra vez em Aragão, com sua frota de naus e galés, e das
cousas que alli fez.
Capitulo XXXVI
Como o conde Dom Henrique entrou por Castella com muitas companhas, e foi alçado por rei; e
como el-rei Dom Pedro mandou desamparar todos os logares que em Aragão tinha filhados.
Capitulo XXXVII
Como el-rei Dom Pedro de Castella enviava uma sua filha a Portugal, e como elle partiu de
Sevilha com temor que houve dos da cidade.
Capitulo XXXVIII
De como el-rei Dom Pedro de Castella fez saber a seu tio que era em seu reino, e como se el-rei
escusou de o vêr, e lhe fazer ajuda.
Capitulo XXXIX
5
Como el-rei de Castella partiu de Coruche, e se foi de Portugal; e quaes enviaram em sua
companha.
Capitulo XL
Como el-rei Dom Pedro chegou a Galliza, e matou o arcebispo de São Thiago, e se foi para
Inglaterra.
Capitulo XLI
Como el-rei Dom Henrique chegou a Sevilha, e da alliança que fez com el-rei de Portugal.
Capitulo XLII
Como el-rei de Portugal enviou seus embaixadores a casa do principe de Galles, por se
desculpar do que el-rei Dom Pedro dizia.
Capitulo XLIII
Como Dom João, filho de el-rei Dom Pedro de Portugal, foi feito mestre de Aviz.
Capitulo XLIV
Como foi trasladada Dona Ignez para o mosteiro de Alcobaça, e da morte d'el-rei Dom Pedro.
Crónica do reinado de D. Pedro, escrita por Fernão Lopes, constitui a primeira das três
grandes crónicas do primeiro cronista régio. Composta entre 1440 e 1450, foi impressa pela
primeira vez em Lisboa, em 1735, por José Pereira Baião. A crónica inicia-se com o retrato do
rei, descrevendo os seus gostos particulares, como a caça, e centrando-se no seu zelo, por
vezes, excessivo, na execução da justiça. A narração detém-se com mais demora no relato da
vingança e glorificação de Inês de Castro, lembrando o cronista que o rei, ao punir os algozes
que jurara perdoar diante de seu pai, perdeu muito da boa fama de que gozava junto do povo. Já
nesta crónica, o povo surge como personagem coletiva que, na transmissão de histórias que
ilustram o comportamento do rei, julga a ação governativa do soberano. Ao mesmo tempo, uma
outra linha de leitura prepara o triunfo posterior de D. João I, como, por exemplo, no sonho em
que D. Pedro auspicia que o seu filho D. João realizaria grandes feitos. Os materiais que esta
crónica aproveitou atestam a escassez de fontes de que o autor dispunha relativamente ao
reinado de D. Pedro e, por consequência, a habilidade do historiador na organização de
fragmentos documentais diversos, que vão desde as histórias semilendárias que se avolumaram
em torno da conceção de justiça do soberano, até aos livros de chancelaria régia, atas, cartas, e
até alguns períodos de Pero López de Ayala na Crónica del Rey Don Pedro.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Dedicatória
DedicatóriaDedicatória
Dedicatória
Maria Teresa Soveral
 
Teste poesia trovadoresca 10 ano
Teste poesia trovadoresca 10 anoTeste poesia trovadoresca 10 ano
Teste poesia trovadoresca 10 ano
Ronaldo Figo
 
A farsa de Inês Pereira
A farsa de Inês PereiraA farsa de Inês Pereira
A farsa de Inês Pereira
Ivone96544
 
Exp10 emp lp_007 atos ilocutorios
Exp10 emp lp_007 atos ilocutoriosExp10 emp lp_007 atos ilocutorios
Exp10 emp lp_007 atos ilocutorios
mariaric
 
Testes geografia a
Testes geografia aTestes geografia a
Testes geografia a
AidaCunha73
 
Camões lírico: vida obra
Camões lírico: vida obraCamões lírico: vida obra
Camões lírico: vida obra
Dina Baptista
 
Canto v 92_100
Canto v 92_100Canto v 92_100
Canto v 92_100
Maria Teresa Soveral
 
Camões Lírico (10.ºano/Português)
Camões Lírico (10.ºano/Português)Camões Lírico (10.ºano/Português)
Camões Lírico (10.ºano/Português)
Dina Baptista
 
Resumos de Português: Os Maias
Resumos de Português: Os MaiasResumos de Português: Os Maias
Resumos de Português: Os Maias
Raffaella Ergün
 
Recursos expressivos
Recursos expressivosRecursos expressivos
Recursos expressivos
becastanheiradepera
 
Lusiadas 10º ano
Lusiadas 10º anoLusiadas 10º ano
Lusiadas 10º ano
DanielaMoreira84
 
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e IIISermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Dina Baptista
 
Gil vicente, farsa de inês pereira
Gil vicente, farsa de inês pereiraGil vicente, farsa de inês pereira
Gil vicente, farsa de inês pereira
David Caçador
 
Auto/ Farsa de Inês Pereira
Auto/ Farsa de Inês PereiraAuto/ Farsa de Inês Pereira
Auto/ Farsa de Inês Pereira
nanasimao
 
Ficha de apoio_ queda_anjo
Ficha de apoio_ queda_anjoFicha de apoio_ queda_anjo
Ficha de apoio_ queda_anjo
João Teixeira
 
Contextualização histórico literária - Sermão
Contextualização histórico literária - SermãoContextualização histórico literária - Sermão
Contextualização histórico literária - Sermão
Catarina Castro
 
Categorias da Narrativa em "A Aia"
Categorias da Narrativa em "A Aia"Categorias da Narrativa em "A Aia"
Categorias da Narrativa em "A Aia"
Maria João C. Conde
 
Crónica de D. João I.pptx
Crónica de D. João I.pptxCrónica de D. João I.pptx
Crónica de D. João I.pptx
IriaVasconcelos
 
Literatura trovadoresca
Literatura trovadoresca Literatura trovadoresca
Literatura trovadoresca
Lurdes Augusto
 
Auto de inês pereira
Auto de inês pereiraAuto de inês pereira
Auto de inês pereira
nanasimao
 

Mais procurados (20)

Dedicatória
DedicatóriaDedicatória
Dedicatória
 
Teste poesia trovadoresca 10 ano
Teste poesia trovadoresca 10 anoTeste poesia trovadoresca 10 ano
Teste poesia trovadoresca 10 ano
 
A farsa de Inês Pereira
A farsa de Inês PereiraA farsa de Inês Pereira
A farsa de Inês Pereira
 
Exp10 emp lp_007 atos ilocutorios
Exp10 emp lp_007 atos ilocutoriosExp10 emp lp_007 atos ilocutorios
Exp10 emp lp_007 atos ilocutorios
 
Testes geografia a
Testes geografia aTestes geografia a
Testes geografia a
 
Camões lírico: vida obra
Camões lírico: vida obraCamões lírico: vida obra
Camões lírico: vida obra
 
Canto v 92_100
Canto v 92_100Canto v 92_100
Canto v 92_100
 
Camões Lírico (10.ºano/Português)
Camões Lírico (10.ºano/Português)Camões Lírico (10.ºano/Português)
Camões Lírico (10.ºano/Português)
 
Resumos de Português: Os Maias
Resumos de Português: Os MaiasResumos de Português: Os Maias
Resumos de Português: Os Maias
 
Recursos expressivos
Recursos expressivosRecursos expressivos
Recursos expressivos
 
Lusiadas 10º ano
Lusiadas 10º anoLusiadas 10º ano
Lusiadas 10º ano
 
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e IIISermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
 
Gil vicente, farsa de inês pereira
Gil vicente, farsa de inês pereiraGil vicente, farsa de inês pereira
Gil vicente, farsa de inês pereira
 
Auto/ Farsa de Inês Pereira
Auto/ Farsa de Inês PereiraAuto/ Farsa de Inês Pereira
Auto/ Farsa de Inês Pereira
 
Ficha de apoio_ queda_anjo
Ficha de apoio_ queda_anjoFicha de apoio_ queda_anjo
Ficha de apoio_ queda_anjo
 
Contextualização histórico literária - Sermão
Contextualização histórico literária - SermãoContextualização histórico literária - Sermão
Contextualização histórico literária - Sermão
 
Categorias da Narrativa em "A Aia"
Categorias da Narrativa em "A Aia"Categorias da Narrativa em "A Aia"
Categorias da Narrativa em "A Aia"
 
Crónica de D. João I.pptx
Crónica de D. João I.pptxCrónica de D. João I.pptx
Crónica de D. João I.pptx
 
Literatura trovadoresca
Literatura trovadoresca Literatura trovadoresca
Literatura trovadoresca
 
Auto de inês pereira
Auto de inês pereiraAuto de inês pereira
Auto de inês pereira
 

Semelhante a Cronica d. pedro

Reis De Portugal
Reis De PortugalReis De Portugal
Reis De Portugal
Helena
 
HistóRia De Portugal
HistóRia De PortugalHistóRia De Portugal
HistóRia De Portugal
apresentacao2008
 
História de portugal2
História de portugal2História de portugal2
História de portugal2
EB Foros de Amora
 
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRica
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRicaA Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRica
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRica
Hist8
 
3 O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640
3   O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 16403   O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640
3 O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640
Hist8
 
D. Afonso Henriques
D. Afonso HenriquesD. Afonso Henriques
D. Afonso Henriques
Maria Gomes
 
Portugal no século xiv
Portugal no século xivPortugal no século xiv
Portugal no século xiv
Cátia Botelho
 
Rafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De DezembroRafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De Dezembro
guest9ca549
 
Rafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De DezembroRafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De Dezembro
guest9ca549
 
Rafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De DezembroRafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De Dezembro
guest9ca549
 
A Revolução de 1640 e a Guerra da Restauração
A Revolução de 1640 e a Guerra da RestauraçãoA Revolução de 1640 e a Guerra da Restauração
A Revolução de 1640 e a Guerra da Restauração
guest68cbf4
 
Trabalho de história.power point carolina-11ºf
Trabalho de história.power point carolina-11ºfTrabalho de história.power point carolina-11ºf
Trabalho de história.power point carolina-11ºf
Carla Teixeira
 
17 A Revolução De 1640 e a Guerra da Restauração
17  A Revolução De 1640 e a Guerra da Restauração17  A Revolução De 1640 e a Guerra da Restauração
17 A Revolução De 1640 e a Guerra da Restauração
guest6298af
 
Dinastia filipina.
Dinastia filipina.Dinastia filipina.
Dinastia filipina.
Mariana Gil
 
Afonsohenriques 110706071735-phpapp01
Afonsohenriques 110706071735-phpapp01Afonsohenriques 110706071735-phpapp01
Afonsohenriques 110706071735-phpapp01
Parede, Lisboa, Portugal
 
Reis de portugal
Reis de portugalReis de portugal
Reis de portugal
anptrinta
 
Reis de portugal
Reis de portugalReis de portugal
Reis de portugal
anptrinta
 
Criação de uma identidade nacional CEF B9
Criação de uma identidade nacional CEF B9Criação de uma identidade nacional CEF B9
Criação de uma identidade nacional CEF B9
profribeiro
 
Os Távoras
Os TávorasOs Távoras
Os Távoras
José Eduardo Amaro
 
A revolta do 1º de dezembro de 1640
A revolta do 1º de dezembro de 1640A revolta do 1º de dezembro de 1640
A revolta do 1º de dezembro de 1640
Leonel Gomes
 

Semelhante a Cronica d. pedro (20)

Reis De Portugal
Reis De PortugalReis De Portugal
Reis De Portugal
 
HistóRia De Portugal
HistóRia De PortugalHistóRia De Portugal
HistóRia De Portugal
 
História de portugal2
História de portugal2História de portugal2
História de portugal2
 
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRica
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRicaA Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRica
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRica
 
3 O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640
3   O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 16403   O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640
3 O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640
 
D. Afonso Henriques
D. Afonso HenriquesD. Afonso Henriques
D. Afonso Henriques
 
Portugal no século xiv
Portugal no século xivPortugal no século xiv
Portugal no século xiv
 
Rafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De DezembroRafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De Dezembro
 
Rafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De DezembroRafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De Dezembro
 
Rafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De DezembroRafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De Dezembro
 
A Revolução de 1640 e a Guerra da Restauração
A Revolução de 1640 e a Guerra da RestauraçãoA Revolução de 1640 e a Guerra da Restauração
A Revolução de 1640 e a Guerra da Restauração
 
Trabalho de história.power point carolina-11ºf
Trabalho de história.power point carolina-11ºfTrabalho de história.power point carolina-11ºf
Trabalho de história.power point carolina-11ºf
 
17 A Revolução De 1640 e a Guerra da Restauração
17  A Revolução De 1640 e a Guerra da Restauração17  A Revolução De 1640 e a Guerra da Restauração
17 A Revolução De 1640 e a Guerra da Restauração
 
Dinastia filipina.
Dinastia filipina.Dinastia filipina.
Dinastia filipina.
 
Afonsohenriques 110706071735-phpapp01
Afonsohenriques 110706071735-phpapp01Afonsohenriques 110706071735-phpapp01
Afonsohenriques 110706071735-phpapp01
 
Reis de portugal
Reis de portugalReis de portugal
Reis de portugal
 
Reis de portugal
Reis de portugalReis de portugal
Reis de portugal
 
Criação de uma identidade nacional CEF B9
Criação de uma identidade nacional CEF B9Criação de uma identidade nacional CEF B9
Criação de uma identidade nacional CEF B9
 
Os Távoras
Os TávorasOs Távoras
Os Távoras
 
A revolta do 1º de dezembro de 1640
A revolta do 1º de dezembro de 1640A revolta do 1º de dezembro de 1640
A revolta do 1º de dezembro de 1640
 

Mais de Cidalia Silva

ae_pag11_13_sermao_sto_ant (1).pptx
ae_pag11_13_sermao_sto_ant (1).pptxae_pag11_13_sermao_sto_ant (1).pptx
ae_pag11_13_sermao_sto_ant (1).pptx
Cidalia Silva
 
Auto da lusitania
Auto da lusitaniaAuto da lusitania
Auto da lusitania
Cidalia Silva
 
Prova final 2 port
Prova final 2 portProva final 2 port
Prova final 2 port
Cidalia Silva
 
Natal
NatalNatal
Agenda turmas
Agenda turmasAgenda turmas
Agenda turmas
Cidalia Silva
 
Revisões teste 3
Revisões teste 3Revisões teste 3
Revisões teste 3
Cidalia Silva
 
O principezinho prova avaliação formativa1 (blog9 15-16)
O principezinho   prova avaliação formativa1 (blog9 15-16)O principezinho   prova avaliação formativa1 (blog9 15-16)
O principezinho prova avaliação formativa1 (blog9 15-16)
Cidalia Silva
 

Mais de Cidalia Silva (7)

ae_pag11_13_sermao_sto_ant (1).pptx
ae_pag11_13_sermao_sto_ant (1).pptxae_pag11_13_sermao_sto_ant (1).pptx
ae_pag11_13_sermao_sto_ant (1).pptx
 
Auto da lusitania
Auto da lusitaniaAuto da lusitania
Auto da lusitania
 
Prova final 2 port
Prova final 2 portProva final 2 port
Prova final 2 port
 
Natal
NatalNatal
Natal
 
Agenda turmas
Agenda turmasAgenda turmas
Agenda turmas
 
Revisões teste 3
Revisões teste 3Revisões teste 3
Revisões teste 3
 
O principezinho prova avaliação formativa1 (blog9 15-16)
O principezinho   prova avaliação formativa1 (blog9 15-16)O principezinho   prova avaliação formativa1 (blog9 15-16)
O principezinho prova avaliação formativa1 (blog9 15-16)
 

Último

347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
AntnioManuelAgdoma
 
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdfOS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
AmiltonAparecido1
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
mamaeieby
 
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do AssaréFamílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
profesfrancleite
 
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escolaIntrodução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
Professor Belinaso
 
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
LucianaCristina58
 
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdfUFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
Manuais Formação
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
TomasSousa7
 
Fernão Lopes. pptx
Fernão Lopes.                       pptxFernão Lopes.                       pptx
Fernão Lopes. pptx
TomasSousa7
 
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinhaatividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
Suzy De Abreu Santana
 
0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática
Giovana Gomes da Silva
 
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptxRedação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
DECIOMAURINARAMOS
 
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números RacionaisPotenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
wagnermorais28
 
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdflivro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
cmeioctaciliabetesch
 
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Mary Alvarenga
 
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de CarvalhoO sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
analuisasesso
 
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoAtividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
MateusTavares54
 
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdfPowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
1000a
 

Último (20)

347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
 
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
 
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdfOS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
 
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do AssaréFamílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
 
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escolaIntrodução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
 
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
 
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdfUFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
 
Fernão Lopes. pptx
Fernão Lopes.                       pptxFernão Lopes.                       pptx
Fernão Lopes. pptx
 
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
 
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinhaatividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
 
0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática
 
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptxRedação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
 
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números RacionaisPotenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
 
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdflivro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
 
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
 
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de CarvalhoO sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
 
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoAtividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
 
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdfPowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
 

Cronica d. pedro

  • 1. 1 ESCOLA SECUNDÁRIA MARTINS SARMENTO Ano letivo 2021/2022 “Crónica de D. Pedro I” de Fernão Lopes 10º Ano Profª Fátima Caldas A Crónica de el-rei D. Pedro I, ou Crónica de D. Pedro, é um registo histórico do género crónica escrito por Fernão Lopes, abarcando o período de tempo correspondente ao reinado de D. Pedro I de Portugal, de cognome o Justiceiro, ou o Cruel, que decorreu entre 1357 e 1367. A Crónica de D. Pedro I está dividida em quarenta e quatro capítulos sendo iniciada por um Prólogo. Dos inúmeros temas tratados ao longo da Crónica destacam-se a Justiça a que dedicou o Prólogo e seis capítulos, a organização do Estado e as decisões do rei, Inês de Castro a que dedicou seis capítulos, relatando em especial a declaração de D. Pedro sobre o seu casamento com Inês, a perseguição aos seus assassinos e a descrição da trasladação dos restos mortais de Inês de Coimbra para Alcobaça, um capítulo dedicado a D.João I, filho bastardo de D. Pedro e futuro rei, e ainda o Reino de Castela ao qual dedica dezasseis dos capítulos, tratando-se neste caso de decisões ou empreendimentos do rei D. Pedro I de Castela, sobrinho do homónimo rei português, e para cuja história Fernão Lopes deve ter tido acesso às Crónicas sobre a mesma época do cronista castelhano Pedro Lopes de Ayala. Fernão Lopes, que começou por ter a profissão de tabelião, foi em 1418 nomeado guarda-mor da Torre do Tombo, ou seja, de chefe dos arquivos do Estado, lugar de confiança da corte, e que lhe permitiu o acesso a importante documentação para a elaboração das suas Crónicas.[5] Fernão Lopes inicia provavelmente a escrita da Crónica de D. Pedro em 1434 pois foi neste ano que o rei D. duarte lhe atribui pelo seu futuro trabalho a tença anual de catorze mil reais.[1] É a primeira das três grandes crónicas do percursor dahistória portuguesa, e também a primeira crónica régia com características próximas das que definiram o género cultivado no século XV e nos dois seguintes, sendo as outras duas crónicas da autoria de Fernão Lopes a Crónica de D. Fernando e a Crónica de D. João I. “ "E diziam as gentes que tais dez anos nunca houvera em Portugal como estes que reinara el-Rei D. Pedro."
  • 2. 2 Capítulo I Do reinado de el-rei Dom Pedro, oitavo rei de Portugal, e das condições que n'elle havia. Capitulo II Como el-rei de Castella mandou pelo corpo da rainha Dona Maria, sua madre, e da carta que enviou a el-rei de Portugal, seu tio. Capitulo III Das cartas que o papa, e el-rei de Aragão enviaram a el-rei de Portugal sobre a morte de el-rei, seu padre. Capitulo IV Da maneira que el-rei Dom Pedro tinha nos desembargos de sua casa. Capitulo V De algumas cousas que el-rei Dom Pedro ordenou por bem de justiça e prol de seu povo. Capitulo VI Como el-rei mandou degolar dois seus criados, porque roubaram um judeu e o mataram. Capitulo VII Como el-rei quizera metter um bispo a tormento, porque dormia com uma mulher casada. Capitulo VIII Como el-rei mandou capar um seu escudeiro, porque dormiu com uma mulher casada. Capitulo IX Como el-rei mandou queimar a mulher de Affonso André, e de outras justiças que mandou fazer. Capitulo X Como el-rei mandava matar o almirante; e da carta que lhe enviou o duque e commum de Genova, rogando por elle. Capitulo XI Das moedas que el-rei Dom Pedro fez, e da valia do oiro e da prata n'aquelle tempo. Capitulo XII Da maneira que os reis tinham para fazer thesouros, e accrescentar n'elles. Capitulo XIII Por que guisa el-rei Dom Pedro de Castella começou de juntar thesouro. Capitulo XIV Como el-rei fez conde e armou cavalleiro João Affonso Tello, e da grão festa que lhe fez. Capitulo XV Das avenças que el-rei de Castella e el-rei Dom Pedro de Portugal firmaram entre si, e como lhe el-rei de Portugal prometteu de fazer ajuda contra Aragão.
  • 3. 3 Capitulo XVI De algumas pessoas que el-rei Dom Pedro de Castella mandou matar, e como casou com a rainha Dona Branca e a deixou. Capitulo XVII Como se começou o desvairo entre el-rei Dom Pedro de Castella e o conde Dom Henrique, seu irmão, o qual foi aso porque se o conde foi fóra do reino. Capitulo XVIII Como e por qual aso se começou a guerra entre Castella e Aragão. Capitulo XIX Como el-rei de Castella entrou por Aragão e das cousas que fez n'este anno. Capitulo XX Como el-rei Dom Pedro fez matar o mestre de São Thiago Dom Fradarique, seu irmão, no alcaçar de Sevilha. Capitulo XXI Como el-rei partiu de Sevilha por tomar Dom Tello, seu irmão, para o matar; e como matou o infante Dom João, seu primo. Capitulo XXII Como foi quebrada a tregua de um anno que havia entre os reis, e como el-rei Dom Pedro juntou armada por fazer guerra a Aragão. Capitulo XXIII Como veiu o cardeal de Bolonha para fazer paz entre el-rei de Castella e el-rei de Aragão, e os não poude pôr de accordo. Capitulo XXIV Como el-rei de Castella enviou pedir ajuda de galés a el-rei de Portugal, e como partiu com sua frota por fazer guerra a Aragão. Capitulo XXV Como se partiu o almirante de Portugal com as dez galés, e como el-rei Dom Pedro desarmou a frota; e de outras cousas. Capitulo XXVI Como o cardeal de Bolonha quizera tratar paz entre os reis e não poude, e como as gentes d'el- rei Dom Pedro pelejaram com o conde e o desbarataram. Capitulo XXVII Como el-rei Dom Pedro de Portugal disse por Dona Ignez que fora sua mulher recebida, e da maneira que em ello teve.
  • 4. 4 Capitulo XXVIII Do testemunho que alguns deram no casamento de Dona Ignez, e das razões que sobre ello propoz o conde Dom João Affonso. Capitulo XXIX Razões contra isto, de alguns que ahi estavam, duvidando muito n'este casamento. Capitulo XXX Como os reis de Portugal e de Castella fizeram entre si avença, que entregassem, um ao outro, alguns que andavam seguros em seus reinos. Capitulo XXXI Como Diogo Lopes Pacheco escapou de ser preso, e foram entregues os outros, e logo mortos cruelmente. Capitulo XXXII De algumas cousas que el-rei Dom Pedro de Castella mandou fazer, e como fez paz com el-rei de Aragão entrando em seu reino. Capitulo XXXIII De algumas entradas que el-rei este anno fez no reino de Granada, e como el-rei Vermelho se veiu pôr em seu poder, cuidando de ser seguro, e el-rei o mandou matar. Capitulo XXXIV Das avenças que el-rei de Castella fez com el-rei de Aragão, entrando em seu reino, e como as depois não quiz guardar. Capitulo XXXV Como el-rei Dom Pedro entrou outra vez em Aragão, com sua frota de naus e galés, e das cousas que alli fez. Capitulo XXXVI Como o conde Dom Henrique entrou por Castella com muitas companhas, e foi alçado por rei; e como el-rei Dom Pedro mandou desamparar todos os logares que em Aragão tinha filhados. Capitulo XXXVII Como el-rei Dom Pedro de Castella enviava uma sua filha a Portugal, e como elle partiu de Sevilha com temor que houve dos da cidade. Capitulo XXXVIII De como el-rei Dom Pedro de Castella fez saber a seu tio que era em seu reino, e como se el-rei escusou de o vêr, e lhe fazer ajuda. Capitulo XXXIX
  • 5. 5 Como el-rei de Castella partiu de Coruche, e se foi de Portugal; e quaes enviaram em sua companha. Capitulo XL Como el-rei Dom Pedro chegou a Galliza, e matou o arcebispo de São Thiago, e se foi para Inglaterra. Capitulo XLI Como el-rei Dom Henrique chegou a Sevilha, e da alliança que fez com el-rei de Portugal. Capitulo XLII Como el-rei de Portugal enviou seus embaixadores a casa do principe de Galles, por se desculpar do que el-rei Dom Pedro dizia. Capitulo XLIII Como Dom João, filho de el-rei Dom Pedro de Portugal, foi feito mestre de Aviz. Capitulo XLIV Como foi trasladada Dona Ignez para o mosteiro de Alcobaça, e da morte d'el-rei Dom Pedro. Crónica do reinado de D. Pedro, escrita por Fernão Lopes, constitui a primeira das três grandes crónicas do primeiro cronista régio. Composta entre 1440 e 1450, foi impressa pela primeira vez em Lisboa, em 1735, por José Pereira Baião. A crónica inicia-se com o retrato do rei, descrevendo os seus gostos particulares, como a caça, e centrando-se no seu zelo, por vezes, excessivo, na execução da justiça. A narração detém-se com mais demora no relato da vingança e glorificação de Inês de Castro, lembrando o cronista que o rei, ao punir os algozes que jurara perdoar diante de seu pai, perdeu muito da boa fama de que gozava junto do povo. Já nesta crónica, o povo surge como personagem coletiva que, na transmissão de histórias que ilustram o comportamento do rei, julga a ação governativa do soberano. Ao mesmo tempo, uma outra linha de leitura prepara o triunfo posterior de D. João I, como, por exemplo, no sonho em que D. Pedro auspicia que o seu filho D. João realizaria grandes feitos. Os materiais que esta crónica aproveitou atestam a escassez de fontes de que o autor dispunha relativamente ao reinado de D. Pedro e, por consequência, a habilidade do historiador na organização de fragmentos documentais diversos, que vão desde as histórias semilendárias que se avolumaram em torno da conceção de justiça do soberano, até aos livros de chancelaria régia, atas, cartas, e até alguns períodos de Pero López de Ayala na Crónica del Rey Don Pedro.