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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ARGANIL
ESCOLA SECUNDÁRIA DE ARGANIL
CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE GESTÃO DO AMBIENTE
12º ANO DE ESCOLARIDADE TURMA: D
ANO LETIVO 2014/2015
MÓDULO 4 – QUALIDADE DA ÁGUA
Barragem de Sa nta Luzia
Energia Hidrica Vs. Energia Hidroeléctrica
PROFESSOR: JOSÉ LUÍS FERNANDES
DISCIPLINA: PROJETOS EM AMBIENTE RECURSOS HÍDRICOS
AEA - Modelo 23/Cursos Profissionais
2
Indice
ENQUADRAMENTO ………………………………………………………………3
INTRODUÇÃO ………………………………………………………………….4
ENERGIA HIDROELÉCTRICA VS. ENERGIA HÍDRICOS ……………………………………...........7
AS BARRAGENS ………………………………………………………………....8
BARRAGENS – ESQUEMAS ………………………………………………………......9
VANTAGENS E DESVANTAGENS …………………………………………………….....10
AS 6 MAIORES BARRAGENS DO MUNDO …………………………………………….........11
HIDROELECTRICIDADE EM PORTUGAL ………………………………………………......13
 O PASSADO …………………………………………………………….13
 AS DÉCADAS DE 30 E 40 …………………………………………………...16
 A DÉCADA DE 50 ………………………………………………………...19
 A DÉCADA DE 60 ………………………………………………………...24
 AS DÉCADAS DE 70 E 80 …………………………………………………...26
 O PRESENTE …………………………………………………………......29
 O FUTURO ………………………………………………………….....30
LEGISLAÇÃO PRESENTE EM PORTUGAL …………………………………………….........32
BARRAGEM DE SANTA LUZIA …………………………………………………….....35
 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA ………………………………………………....35
 HISTÓRIA ………………………………………………………….....36
APROVEITAMENTO HIDROELÉTRICO DA BARRAGEM DE SANTA LUZIA ………….………………......37
CARATERÍSTICAS DE BARRAGEM DE SANTA LUZIA ……………………………………..........38
CONCLUSÃO ………………………………………………………………....42
WEBGRAFIA …………………………………………………………….........43
3
Enquadramento
O presente trabalho enquadra-se no âmbito da disciplina de Projetos em Ambiente
Recursos Hídricos, Módulo 4 – Qualidade da Água. Foi proposto pelo professor José Luís
Fernandes e tem como base os Recursos Hídricos com a respectiva legislação. Neste trabalho
vou falar acerca da Barragem de Santa Luzia e do seu aproveitamento eléctrico.
Este trabalho tem como objectivos:
1. Conhecer a história e evolução das barragens ao longo dos tempos;
2. Relacionar o conceito de Recursos Hídricos com a produção de Energia Hidroeléctrica;
3. Dar a conhecer algumas das barragens de Portugal;
4. Entender a legislação como regulamentadora do uso adequado das infra-estruturas
hidráulicas;
5. Adquirir conhecimentos quanto ao funcionamento de uma infra-estrutura hidráulica;
6. Conhecer as vantagens e desvantagens de uma barragem;
7. Compreender os impactos ambientais de uma barragem.
4
Introdução
Para a vida humana e animal do planeta Terra o ar é o elemento mais importante do
que o precioso que é a água. Mas se esta existe em quantidade vastíssima no planeta, apenas
3% do total se encontra na forma de água doce e desta cerca de 1/3 no estado líquido, ou seja,
somente 1% do total (ao qual corresponde um escoamento sobre a superfície terrestre
estimado em cerca de 45000 km3
/ano, dos quais apenas cerca de 12000 km3
/ano serão
aproveitáveis, devido à perda em inundações incontroladas e a dificuldades espaciais e
temporais de acesso ao escoamento total.
Nada tem um valor comparável ai da água; nem a lenha, o carvão, o petróleo, o gás
natural ou o urânio… nem a prata, o ouro ou os diamantes.
A água é, assim, o elemento essencial à vida nas suas mais diversas utilizações, as quais se
referem seguidamente pela ordem cronológica pela qual foram surgindo desde as primeiras
civilizações da antiguidade:
1. Consumo humano e uso pecuário;
2. Rega e uso mineiro;
3. Produção de força motriz;
4. Proteção contra cheias (desde 2600 a.C., no Egipto), e cuja satisfação já exigiu a
construção de cisternas e de sistemas de diques e de barragens, o que se verificou
deste o tempo da civilização egípcia.
Contudo, o problema fulcral em que se assenta a disponibilidade da água para tais
utilizações decorre da sua errática distribuição espacial e temporal, o que levanta a questão da
necessidade de construir infra-estruturas necessárias, tais como reservatórios para o seu
armazenamento e aquedutos, túneis ou canais para o seu transporte e distribuição. Este
problema foi sendo resolvido a partir das civilizações mais antigas, desde há 4000 a 5000 anos
atrás, existindo inúmeros exemplos de obras desse tipo, particularmente distribuídas na época
da civilização romana.
É, pois, ancestral o conceito de construir barragens criando albufeiras para
armazenamento de água nos períodos em que ela excede as necessidade e a sua posterior
utilização, em alturas de carência do recurso, seja mediante a transferência sazonal (dentro do
mesmo ano) ou intersazonal (de um ano para outro), ou seja, aquilo que normalmente se
chama como o efeito de regularização.
5
A utilização da água como força matriz para produção de energia eléctrica inicia-se a
nível mundial em meados do século XIX e em Portugal na última década desse século, tendo-se
desenvolvido inicialmente de uma forma “espontânea” até por volta de 1930, ditada pela
necessidade de satisfazer consumos locais, nomeadamente para alimentar pequenas
instalações de iluminação pública e oficinas de moagens, fiação e tecelagem e, logo a seguir,
de fábricas de têxteis e lanifícios.
Todavia, a partir de 1930 começa a desenhar-se um quadro em que, visando o
desenvolvimento industrial e económico do País, emerge a ideia da necessidade de aproveitar
a energia da água dos rios para a produção da electricidade a qual, não sendo um fim em si,
antes foi o meio para atingir o objectivo da industrialização.
Tal política sectorial, da qual também viria mais tarde a resultar uma rede eléctrica
nacional, começa a concretizar-se, no papel, por volta de 1940 e a produzir efeitos, no terreno,
a partir de 1950, fundamentalmente com a construção dos grandes aproveitamentos
hidroeléctricos dotados e albufeiras com significativa capacidade de regularização nas bacias
dos rios Cávado e Zêzere e dos aproveitamentos no troço internacional do rio Douro reservado
a Portugal, até cerca de 1965, a que se segui a construção dos cinco aproveitamentos, do tipo
fio-de-água, no leito nacional do mesmo rio, até cerca de 1985, aproveitando a regularização
que os espanhóis haviam implementado na sua parte da bacia do rio.
Assim se promoveu a realização dos grandes aproveitamentos hidroeléctricos que
começaram a produzir a tão necessária energia eléctrica a partir de 1950 e que se foram
desenvolvendo daí para diante, ainda que em ritmo variável, até ao início dos anos 90.
Porém, desde a data de entrada em serviço do último grande aproveitamento
hidroeléctrico de raiz, o do Alto Lindoso em 1992, que a situação se caracteriza por uma
estranha e incompreensível falta de novas realizações que importará analisar.
Efectivamente, cabe aqui sublinhar que uma das directrizes da política energética
nacional e comunitária reside no aproveitamento dos recursos endógenos, nomeadamente
através das energias renováveis e não poluentes. Assim, embora reconhecendo que,
priotariamente, a água deve ser utilizada para outros fins, tem todo o sentido enfatizar o seu
aproveitamento como recurso energético renovável e não poluente para a produção de
electricidade, contribuindo simultaneamente para a contenção das emissões de CO2 e,
também, de SO2, NOX e cinzas (algumas destas contendo elementos radioactivos).
Daí a ideia de, neste trabalho, chamar a atenção, em termos de desafio de futuro, para
o potencial hidroeléctrico ainda existente e por aproveitar no País, particularmente o da bacia
do rio Douro, o qual, sem margem para dúvida, constitui uma das maiores valências dos
recursos hídricos nacionais.
6
Entende-se, assim, ser perfeitamente justificável a retoma de um programa de realização
dos aproveitamentos hidroeléctricos os quais, todavia, deverão ser encarados numa óptica de
potenciais Aproveitamentos de Fins Múltiplos, hierarquizados pela seguinte ordem:
1) Abastecimento de água a populações, indústria e pecuária;
2) Rega;
3) Contribuição para mitigar os efeitos danosos em situações externas, tais como:
 Garantia de caudais ecológicos e ambientais satisfatórios a jusante em
períodos críticos, visando reduzir os efeitos da poluição difusa;
 Em situações de cheia, contribuição para o amortecimento dos caudais de
ponta;
4) Produção de eletricidade;
5) Em certos casos, como o leito nacional do rio Douro (e porque não no rio Tejo?), a
criação de condições necessárias à navegabilidade comercial e turística;
6) Criação de condições para práticas de recreio e lazer.
Este é o desafio que aqui se deixa, para que os vindouros saibam que alguém antes deles
não se esqueceu da qualidade de vida que merecem usufruir e que têm o pleno direito de
esperar que lhes seja facultada.
Fig.1 – Postes de alta tensão – fios
condutores de electricidade
7
Energia Hidroeléctrica Vs Recursos Hí dricos
Todos os dias recorremos às mais diversas formas de energia. Sem ela deixaríamos,
por exemplo, de poder deslocar-nos de automóvel, não poderíamos aquecer a água nem
cozinhar, nem ver televisão ou usar o computador. No entanto, problemas ambientais e
económicos relacionados com as fontes energéticas mais comuns (combustíveis fósseis, como
o petróleo) são cada vez mais um motivo para que a poupança e a adesão às energias
renováveis, mais sustentáveis, sejam cada vez mais uma realidade.
Os recursos hídricos ganham a nossa atenção na medida em que as necessidades e
exigências de disponibilidade de água doce, em quantidade e em qualidade, aumentam ao
ritmo do crescimento da população e do nível de poluição, à escala mundial.
Hoje, a água é considerada um bem natural precioso, pela sua escassez e pela
qualidade frequentemente inadequada para o abastecimento humano, em certas regiões ao
nível da mera sobrevivência.
O aproveitamento dos recursos de água doce superficiais colocam a evidente
necessidade de construção de barragens cujas albufeiras regularizem os cursos de água e
idealmente optimizem a disponibilidade de água colhida e escoada em cada bacia hidrográfica.
Um dos objectivos da construção das barragens é a produção de energia
hidroeléctrica que é a energia que vem do movimento das águas, usando o potencial
hidráulico de um rio de níveis naturais, queda d'água ou artificiais. Este tipo de energia é a
segunda maior fonte de electricidade do mundo. Constroem-se frequentemente represas que
sustêm o curso da água, fazendo com que ela se acumule num reservatório denominado
barragem. Toda a energia eléctrica gerada dessa maneira é levada por cabos, dos terminais do
gerador até o transformado elevado. A energia hidroeléctrica apresenta certos problemas,
como consequências socio-ambientais de alagamentos de grandes áreas.
8
As Barragens
A barragem é uma represa que pode ser feita com diferentes materiais como
madeira, terra, pedra ou betão, servindo para reter água com fins domésticos, industriais e de
rega, regularização de um rio, navegação ou ainda a produção de energia elétrica. Neste
último caso, isso é possível pela passagem de água que aciona turbinas, aproveitando o
desnível provocado pela barragem em relação ao leito normal do rio.
As barragens constituem importantes infraestruturas de produção de energia
elétrica. Efetivamente, para uma parte muito significativa dos países do mundo constituem a
fonte principal da energia elétrica consumida - seja pelas condições geográficas propícias, seja
por opções de desenvolvimento político-económico, seja ainda pela falta de capacidade
técnica para a implementação de outros tipos de produção massiva de energia.
A primeira central hidroelétrica do mundo foi construída em Appleton, nos EUA (em
1882), sendo a de Owen Falls (1954), no Uganda, a maior em capacidade (2 700 000 milhões
de m3) e a de Rogun (1990), no Tajiquistão, a maior em altura (335 m). A barragem de Cahora
Bassa (1974), em Moçambique, é a maior barragem construída por Portugal (com 63 000
milhões de m3 de capacidade).
As grandes barragens portuguesas são: Guilhofrei, Ermal, Ponte da Esperança e
Senhora do Porto, no rio Ave; Alto Cávado, Paradela, Venda Nova, Salamonde, Caniçada,
Vilarinho das Furnas, no rio Cávado, e Pisões no seu afluente Rabagão; Miranda, Picote,
Bemposta, Pocinho, Bagaúste, Carrapatelo, Crestuma-Lever, no rio Douro, e Vilar no seu
afluente Távora; Pego do Altar, Vale do Gaio e Campilhas, no rio Sado; Maranhão e Montargil,
no rio Sorraia; Belver e Fratel, no Tejo; Pracana no rio Ocreza; Castelo de Bode, Cabril e Bouça,
no rio Zêzere; Alvor e Silves, no Algarve; Lagoa Comprida, Loriga, Alforfa, Alto Ceira e Santa
Luzia, na serra da Estrela; Aguieira, no rio Mondego e Alqueva, no Alentejo, no leito do rio
Guadiana.
9
Barragens - Esquemas
A barreira que as barragens constituem para peixes
e outros seres aquáticos migratórios faz com que
este processo leve à morte de muitas comunidades
de seres aquáticos ou que dependem direta ou
indireta deles.
Esta forma de obtenção de energia tem vantagens
grandes, mas também grandes desvantagens.
A água contida na albufeira é conduzida por um circuito hidráulico para uma central
onde a água em movimento é aproveitada para fazer girar as pás das turbinas hidráulicas, que
por sua vez faz funcionar o alternador, permitindo obter corrente elétrica elevada de média
tensão. Esta tensão é posteriormente elevada através de transformadores e transportada até
aos consumidores. O conjunto constituído pelo circuito hidráulico, turbina, alternador e
transformador designa-se por grupo gerador hidroelétrico.
Fig.2 – Esquema transversal de uma barragem
Fig.3 – Esquema de uma Barragem Hidroelétrica
LEGENDA:
1. Reservatório;
2. Paredão da Barragem;
3. Grelhas de Filtração;
4. Canalização forçada;
5. Turbina e Alternador;
6. Turbina hidráulica;
7. Eixo;
8. Gerador Elétrico;
9. Transformadores;
10. Linhas de transporte de
energia elétrica.
10
Va ntagens e Desva ntagens
Vantagens:
Elétricas - Possibilidade de armazenar uma grande capacidade de energia, como se trata de
uma energia renovável permitem uma independência energética. A sua elevada procura
contribui para a integração de fontes como a energia eólica e a energia solar fotovoltaica.
Económica - Desenvolvimento regional, permite a fixação da população e desenvolve
condições propícias para o turismo.
Recursos Hídricos - Redução dos riscos de cheias e existência de uma rede de abastecimento
de água com qualidade e em grande quantidade.
Agrícolas - Permite um aumento de produtividade existindo um controlo mais rigoroso da
irrigação, existindo uma maior diversificação de culturas.
Ambientais/Florestais - as barragens garantem os caudais em períodos menos propícios,
redução de emissões atmosféricas, diminuição de incêndios. As albufeiras com planos de água
superiores a 2km contribuem para uma redução de área ardida num raio de 25km cerca de
10% a 20%.
Desvantagens:
Barreira às rotas migratórias – limitação da atividade migratória de determinadas espécies
migradoras, reduzindo a taxa piscícola. Pondo em causa determinadas espécies.
Alteração do habitat – devido à alteração do fluxo unidirecional da água leva a existência de
variações morfológicas e estruturais das margens alterando a vegetação ripária e aquática.
Alteração no sistema de escoamento – a modificação nos sistemas de escoamento poderá
influenciar a produção de alimentos bem como a existência de condições necessárias para a
sobrevivência de ovos e alevins, devido às ríspidas alterações de caudais.
Alteração da qualidade da água – a qualidade físico-química da água poderá ter alterações
causadas por eventuais descargas de albufeiras devido a limpezas ou obras de manutenção.
Esta alteração pode também ser influenciada pela natureza e amplitude das barragens bem
como das condições climatéricas e dos sistemas fluviais.
Risco ecológico/ambiental – a nível ecológico e ambiental é necessário que exista um
fornecimento regular de água para as centrais hidroelétricas. Se não existir água suficiente
essas centrais não recebem água e por sua vez não produziram energia. É notório que a
dependência da pluviosidade para este tipo de empreendimento é desvantajoso, pois se não
chover durante um logo período de tempo as centrais poderão baixar a sua produção
energética.
11
As 6 maiores barragens do mundo
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) estas são atualmente as seis
maiores barragens do mundo, em capacidade de produção de eletricidade.
1º - Três Gargantas (China): 18.200 MW
A barragem de Três Gargantas é a maior central
hidroelétrica do mundo, construída no Rio Yang-tsé, o
maior da China. A obra foi iniciada em 1993 e
concluída em 2006. A obra das Três Gargantas tem
como funções a prevenção de enchentes, a geração
de energia e facilitar o transporte fluvial, por isso ela
desempenha um papel importante no
desenvolvimento socioeconómico da China.
2º - Itaipu (Brasil/Paraguai): 14.000 MW
A barragem Hidroelétrica de Itaipu é binacional e
localiza-se no Rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e o
Paraguai. Foi construída por ambos os países no
período de 1975 a 1982. No ano de 2008, a barragem
atingiu o seu recorde de produção, com 94,68 bilhões
de kW/h, fornecendo 90% da energia consumida pelo
Paraguai e 19% da energia consumida pelo Brasil.
3º - Guri (Venezuela): 10.000 MW
A barragem de Guri está localizada no Rio Caroni,
estado de Bolívar, Venezuela. Tem 7.426 metros de
comprimento e 162 de altura. A potência instalada da
barragem é de 10.200 MW. Além da própria Venezuela,
o Estado de Roraima, no Brasil, também consome
energia produzida por esta barragem. A sua construção
iniciou-se em 1963. A primeira etapa foi concluída em
1978 e a segunda, em 1986.
12
4º - Tucuruí I e II (Brasil): 8.370MW
A barragem hidroelétrica está localizada no Rio
Tocantins, no município de Tucuruí, cerca de 300
km ao sul de Belém, no estado do Pará, com uma
capacidade geradora instalada de 8.370 MW. Em
potência instalada, Tucuruí é a maior barragem
hidroelétrica 100% Brasileira, em funcionamento.
O seu vertedouro, com capacidade para 110.000
m³/s, é o segundo maior do mundo. A construção
foi iniciada em 1974 e a barragem foi inaugurada
em 1984. A barragem de Tucuruí, tem 11 km de
comprimento e 78 m de altura. O reservatório
tem 200 km de comprimento e 2.850 km² de área
quando cheio.
5º - Grand Coulee (EUA): 6.494 MW
Grand Coulee é uma barragem de irrigação e
hidroelétrica situada no rio Columbia, no estado de
Washington, EUA. Foi construída entre 1933 e 1942,
originalmente com duas barragens. A estação de
energia foi concluída em 1974, para aumentar a sua
produção de energia. É a maior produtora de energia
elétrica dos Estados Unidos e uma das maiores
estruturas de betão do Mundo.
6º. Longtan Dam (China): 6.426 MW
Longtan Dam é uma barragem de gravidade. Situa-se
no Rio Hongshui, em Tian'e County, região de Guangxi
Zhuang, na China. A barragem tem 216,2 m de altura e
849 m de comprimento e é a mais alto do seu tipo no
Mundo. A barragem destina-se à produção de energia
hidroelétrica, controlo de enchentes e de navegação. A
barragem contém sete vertedouros de superfície, duas
descargas de fundo e uma estação de energia
subterrânea.
13
O passado
Dos finais do século XIX a 1930
A utilização das águas fluviais como força motriz para a produção de energia elétrica
(hidroeletricidade) iniciou-se em Portugal em finais do século XIX.
No Continente, a primeira realização deste
tipo terá sido a iniciada pela Companhia Elétrica e
Industrial de Vila Real, fundada em 1892, cuja
concessão passou mais tarde para o cidadão
alemão Emílio Biel que conclui, em 1894, um
aproveitamento no rio Corgo, constituído por um
açude, no lugar do “poço do Agueirinho”, e uma
central equipada com uma turbina (KNOP) que,
para uma caudal de 645 l/s, fornecia uma potência
de 121,6 kW, para uma queda de cerca de 25
metros. Este aproveitamento viria mais tarde, em
1926, a ser substituído por um aproveitamento
constituído por uma barragem, no sitio da Insua, e
uma central, em Terrajido, equipada com uma
turbina Francis Voith ainda com a potência de
121,6 kW.
A segunda realização terá pertencido à Sociedade de Electricidade do Norte de
Portugal (SENP), para a qual havia sido transferida a adjudicação, inicialmente concedida ao
cidadão francês August Lavarré, por volta de 1892, para a exploração do serviço de iluminação
pública em Braga. Assim, em 1895 ou 1896 terá entrado em serviço a central de Furada, no rio
Cávado, aproveitando uma queda de 4 metros e equipada com 3 turbinas (JONVAL/ESCER
WYSS) de 95 kW, acopladas a alternadores de 95 kVA. Praticamente neste mesmo local viria
muito mais tarde, em 1951, a ser instalado o aproveitamento de Penide.
É oportuno assinalar que é por esta época, finais do século XIX, referida pela primeira
vez a ideia de recorrer ao aproveitamento das águas do rio Guadiana. As referências existentes
indiciam que esse projeto se baseava no aproveitamento das águas do Rio Guadiana a jusante
da confluência do rio Degebe, seu afluente da margem direita, ou seja, praticamente no local
onde só agora (mais de um século depois) se encontra a Barragem do Alqueva.
Lindoso (1922) – Central (7,5 MW + 7,5 MW em 1924
14
Não fossem as duas realizações acima referidas e os louros pelo
início da produção de energia pela vida hidroelétrica em
Portugal pertenceriam à ilha de S.Miguel, nos Açores, onde,
devido à capacidade técnica e organizadora do Engenheiro José
Cordeiro, se inauguraria em 1899 a primeira de quatro centrais
hidroelétricas, a saber:
Ano Central Potência (KVA)
1899 Central da Vila 60
1902 Salto do Cabrito 60
1904 Fábrica da Cidade 300
1908 Salto do Cabrito +180
1911 Central da Praia 150
Quadro 1 - Primeiras centrais hidroelétricas no Açores
No Continente, entretanto, tinham entrado em serviço: em
1906 a central de Riba Côa, em 1908 a central da Caniços,
no rio Vizela, e em 1909 as centrais do Varosa da
Companhia Hidroelétrica do Varosa, no rio Varosa, e da
Senhora do Desterro, da Empresa Hidroelétrica da Serra da
Estrela, no rio Alva.
Entretanto, e na senda do que essa excepcional
personalidade que foi o Engenheiro Ezequiel de Campos
(1874-1965) vinha preconizando insistentemente desde os
anos 20 – a urgência da eletrificação do País tendo em vista
o desenvolvimento industrial e a defesa da ideia da
necessidade do Estado fomentar e apoiar financeiramente a
realização de aproveitamentos hidroelétricos e de uma rede
elétrica nacional – surge em 1926 a Lei dos
Aproveitamentos Hidráulicos. Esta lei regulava a produção,
designadamente por via das centrais hidráulicas, o
transporte e a distribuição da energia elétrica, e veio a servir
de base e inspiração para a elaboração da Lei nº 2002, de
dezembro de 1944, da autoria do Engenheiro Ferreira Dias.
No Quadro 2 apresentam-se as centrais hidroelétricas dos
serviços público e privado, de potência superior a 100 kW,
que entraram em serviço entre 1900 e 1930.
De uma maneira geral, as primeiras centrais destinaram-se a
abastecer consumos locais ou limítrofes e alimentavam
certas indústrias, como moagens, fiação, tecelagem e
lanifícios, localizadas, nomeadamente, nas zonas do Vale do
Ave, da Covilhã e de Portalegre.
15
Quadro 2 – Centrais Hidroelétricas com potência superior a 100 kW
16
As décadas de 30 e 40
No ano de 1930, o Governo começa a encarar a realização de grandes
aproveitamentos hidroelétricos, visando o “aumento da produção
industrial agrícola, pela irrigação dos campo”.
Entretanto, o potencial energético dos nossos rios era ainda mais
desconhecido, assim como a respetiva topografia e geologia.
Só então se inicia a realização de estudos sistemáticos dos rios e da
viabilidade do seu aproveitamento para produção de eletricidade e
abastecimento de água para rega, desenvolvidos, respetivamente, pelos
Serviços Hidráulicos e pela Junta Autónoma das Obras de Hidráulica
Agrícola, do que resultou a elaboração de um primeiro inventário dos
recursos hidráulicos nacionais.
Nesta década foram publicados pelo Ministério das Obras Públicas e
Comunicações alguns diplomas com o intuito de preparar medidas de
viabilização das grandes realizações que o Governo perspetivava, a saber:
 Decreto nº25 220 (1935-Abr-04), com o qual caduca a
concessão do aproveitamento das águas dos rios
Borralha e Rabagão, que havia sido outorgada por
decreto a 15 de dezembro de 1920);
 Decreto nº26 470 (1936-Mar-28), criando a Junta de
Electrificação Nacional;
 Decreto nº27 712 (1937-Mai-19), com o qual caduca a
concessão para aproveitamento hidroelétrico das águas
o rio Zêzere, que havia sido outorgada por decreto a 30
de março de 1930 à Companhia Nacional de Viação e
Electricidade.
Assim se foram criando condições para a realização dos grandes aproveitamentos
hidroelétricos, a qual, no entanto, apenas se iniciaria depois do fim da 2º Guerra Mundial, em
1945.
A produção de energia elétrica, por volta de 1940, pode
caracterizar-se do seguinte modo:
↝ Predomínio de recursos estrangeiros – dois terços dos
recursos utilizados para a produção de eletricidade
são estrangeiros, considerando, também como tal, a
produção da central hidroelétrica do Lindoso;
↝ Predomínio de três centrais – a central hidroelétrica
do Lindoso e as duas centrais termoelétricas do Tejo e
de Santos que produziam, até 1940, mais que todas
as outras, cerca de 180, de serviço público;
17
↝ Excessiva pulverização da potência – um total de 660 centrais, sendo 176 de serviço
público, das quais apenas 10 de potência superior a 5 MW (3 hidráulicas e 7 térmicas)
e 484 de serviço particular, das quais somente uma com mais de 5 MW, embora com
oito grupos;
↝ Elevado custo de produção – como consequência da pulverização da potência
instalada resultava uma carestia excessiva do custo do kW instalado e do kWh
produzido por tão grande número de unidades.
No início da década de 40, é apresentado pelo Engenheiro
Zuzarte de Mendonça, Chefe da Repartição de Estudos de
Hidráulica, um anteprojeto de um aproveitamento
hidroelétrico em Castelo do Bode, no Rio Zêzere.
No ano seguinte, o notável ministro que foi o Engenheiro
Duarte Pacheco concede meios para a intensificação dos
estudos em curso nos Serviços Hidráulicos e, em 1942,
promove a revisão do anteprojeto do aproveitamento de
Castelo do Bode, então confiada ao especialista francês
André Coyne.
Em 1943, os Serviços Hidráulicos apresentam o Plano Geral
do Aproveitamento Hidroeléctrico do rio Zêzere, desde
Cambas até à Foz. O Governo decide então iniciar a
construção de grandes aproveitamentos hidroelétricos e
define orientação para tal efeito. Duarte Pacheco manda
elaborar o caderno dos encargos da concessão do
aproveitamento da energia das águas do rio Zêzere, desde
Cambas até à Foz, os programas de trabalho e financeiro
para a construção do escalão de Castelo do Bode e os
estatutos da empresa concessionária a criar, de que 1/3 do
capital seria do Estado, 1/3 das empresas produtoras e
distribuidoras de eletricidade existentes e 1/3 do público.
Tudo estava pronto para decisão em Conselho de Ministros
quando um acidente de automóvel vitima Duarte Pacheco.
Entretanto, os Serviços Hidráulicos apresentam os planos
gerais do aproveitamento hidroelétrico do Sistema Cávado –
Rabagão (1944) e do troço nacional do rio Douro (1948), e
continuam a desenvolver estudos relativamente ao troço
internacional do rio Douro e aos afluentes deste rio, assim
como aos rios Lima, Mondego e Guadiana.
18
A 26 de dezembro de 1944 é publicada a Lei nº2002 da autoria
do grande paladino da eletrificação do País que foi o
Engenheiro Ferreira Dias (1900-1966), estabelecendo as bases
da produção, transporte e distribuição da energia elétrica, de
cuja Base II se destaca:
“A produção de energia eléctrica será principalmente de origem
hidráulica. As centrais térmicas desempenharão as funções de
reserva e apoio, consumindo os combustíveis nacionais pobres
na proporção mais económica e conveniente.”
Em 1945, o Governo define a política respeitante à execução de novos aproveitamentos
hidroelétricos e anuncia a decisão de promover a constituição de duas empresas para o
estabelecimento e exploração de obras hidráulicas e de centrais produtoras de eletricidade
nos rios Zêzere, Cávado e Rabagão.
Em outubro desse ano são constituídas as empresas Hidro-
Eléctrica do Cávado, no dia 24, e Hidro-Eléctrica do Zêzere, no
dia 29, dando-se inicio à construção dos rios primeiros
grandes aproveitamentos hidroelétricos: o de Castelo do
Bode no rio Zêzere, com 139 MW, e o de Venda Nova no rio
Rabagão, com 81 MW, que viriam a ser inaugurados em 1951,
tal como o de Belver no rio Tejo, com 32 MW, realizado pela
Hidro-Eléctrica do Alto Alentejo, empresa entretanto criada.
Em 1947, o Governo constitui a Companhia Nacional de
Electricidade, à qual é outorgada a “concessão para
estabelecimento e exploração de linha de transporte e
subestações destinadas à interligação dos sistemas Zêzere e Cávado, entre si e com os
sistemas existentes, e ao abastecimento de energia elétrica aos grandes centros de consumo”.
Entre 1930 e 1950 merecem referência, para além do reforço da central do Lindoso promovido
pela Electra del Lima com + 15 MW em 1933 e + 15 MW em 1945, as realizações dos seguintes
aproveitamentos:
Ano de Entrada
em Serviço
Escalão Rio Potência
instalada (MW)
1937 Ermal Ave 4,7
+ 6,5 em 1947
1939 Guilhofrei Ave 1,6
1942 Ponte da
Esperança
Ave 2,8
1943 Santa Luzia Unhais 23,2
1945 Senhora do Porto Ave 8,8
Quadro 3 – Aproveitamentos realizados entre 1930 e 1950
19
A década de 50
Esta é a década de ouro da hidroeletricidade, durante a qual se desenvolveu principalmente o
aproveitamento das bacias dos rios Cávado e Zêzere.
Nesta década é a seguinte a cronologia dos eventos mais importantes:
Ano de Entrada em Serviço Escalão Rio Potência instalada (MW)
1951
Castelo do Bode Zêzere 139
Venda Nova Rabagão 81
Pracana Ocreza 15
Belver Tejo 32
1953 Salamonde Cávado 42
1954 Cabril Zêzere 97
1955
Caniçada Cávado 60
Bouça Zêzere 50
1956 Paradela Cávado 54
1958 Picote Douro Int. 180
1960 Miranda Douro Int. 174
Quadro 4 – Eventos mais importantes na década de 50
20
21
22
23
Esta década observa a viragem na estrutura do parque produtor com a seguinte evolução (ver
quadro 7, pág.21):
 As centrais hidráulicas passam apenas de 113 para 117, mas a potência nelas instalada
sobe de 152,8 MW (44% do total) para 1085,2 MW (81% do total), ou seja, um
acréscimo de 610%.
 O número das centrais térmicas passa de 519 para 301 (redução de 42%) e a potência
nelas instalada de 192,4 MW (56% do total) para 249,8 MW (19% do total), ou seja, um
acréscimo de 30%.
 A energia produzida, passando de 941,8 GWh para 3263,5 GWh, regista um acréscimo
de 246,5% (a que corresponde uma taxa anual média de 13,2%), tendo a contribuição
das centrais hidráulicas subido de 46% para 95% e a das térmicas descido de 54% para
5%.
 Na capitação dos consumos regista-se uma subida do modestíssimo valor de 99,3
kWh/hab (um valor médio de 13% para a taxa de crescimento anual).
24
A década de 60
Nesta década entra-se numa nova fase de evolução do
sistema electroprodutor: o crescimento dos consumos
justifica, por razões de garantia da sua satisfação a
nível global, a introdução de grupos térmicos de
grande dimensão queimando carvão nacional e
fuelóleo (+2x50 MW, em 64 e 67, na Tapada do
Outeiro, e 2x125 MW, em 68 e 69, no Carregado), o
que acarreta uma desaceleração na evolução do
subsistema hidráulico, onde apenas 3 novos grandes
aproveitamentos entram em serviço:
Quadro 5 – Aproveitamentos realizados na década de 60
Nesta década são ainda realizadas obras complementares
nos escalões de Paradela e Venda Nova para reforço das
afluências às respetivas albufeiras, por derivação de águas
das cabeceiras de afluentes a jusante.
Entretanto, na segunda metade desta década regista-se
uma retoma das realizações hidroelétricas com o
lançamento das obras dos escalões do Carrapatelo, Régua
e Valeira, no troço nacional do rio Douro, de Vilarinho das
Furnas, no rio Homem, e de Fratel, no rio Tejo.
Ano de Entrada em Serviço Escalão Rio Potência instalada (MW)
1964 Bemposta Douro 210
Alto-Rabagão Rabagão 72
1965 Vilar-Tabuaço Távora 64
25
A 27 de agosto de 1969, e na sequência do Decreto-Lei nº
47240 de 6 de outubro de 1966, contendo disposições
tendentes à reestruturação da indústria de eletricidade, é
publicado o Decreto-Lei nº49211, no qual é “autorizada a
fusão das sociedades concessionárias de aproveitamentos
hidroeléctricos, de empreendimentos termoeléctricos e de
transporte de energia eléctrica cujos centros e instalações
constituem a Rede Eléctrica Primária”. A fusão veio a
concretizar-se em dezembro desse ano, com a criação da
CPE – Companhia Portuguesa de Electricidade,
abrangendo 5 empresas: as Hidro-Eléctricas do Cávado,
Douro e Zêzere, a Empresa Termoeléctrica Portuguesa e
Companhia Nacional de Electricidade.
26
As décadas de 70 e 80
As décadas de 70 e 80 são caracterizadas por elevadas
taxas de crescimento dos consumos de eletricidade, fruto
não só do desenvolvimento económico mas também de
outros fatores dos quais se destaca a eletrificação em
superfície. Esta necessidade de energia é assegurada pela
continuação da introdução de grupos térmicos de cada vez
maior dimensão (4x125 MW, em 74 e 76, no Carregado,
4x250 MW, em 79, 80, 82 e 83, em Setúbal, e 4x300 MW,
em 85, 86, 87 e 89, em Sines, estes para a queima de
carvão importado).
Paralelamente o programa hidroelétrico assinala uma
retoma, registando-se as seguintes entradas em serviço:
Ano de Entrada
em Serviço
Escalão Rio Potência
instalada (MW)
1971 Carrapatelo Douro Nac. 180
1972 V. das Furnas Homem 64
1973 Régua Douro Nac. 156
1974 Fratel Tejo 130
1976 Valeira Douro Nac. 216
1981 Aguieira Mondego 270
1982 Raiva Mondego 20
1983 Pocinho Douro Nac. 186
1985 Crestuma Douro Nac. 105
1987 V. das Furnas II Homem 74
1988 Torrão Tâmega 146
Quadro 6 – Entradas em serviço nas décadas de 70 e 80
Entretanto, em 1976, pelo Decreto-Lei nº 502, de 30 de junho, e na sequência da acionalização
das várias empresas do sector elétrico operada no ano anterior e da consequente
reestruturação do sector, é criada a Electricidade de Portugal – Empresa Pública,
abreviadamente EDP. Esta “tem por objectivo principal o estabelecimento e a exploração do
serviço público de produção, transporte e distribuição de energia eléctrica no território do
continente”, sendo o serviço público comedido à EDP “explorado em regime de exclusivo”, o
que, todavia, “não impede a produção e distribuição de energia eléctrica para uso próprio” por
outras entidade.
27
Quadro 7 – Número de centrais entre as décadas de 30 e 90
Nas figuras 4, 5 e 7 apresentam-se evoluções das potências instaladas e das produções de
energia eléctrica no período compreendido entre 1930 3 1990 e, na figura 6, a evolução da
potência instalada por tipo de central durante a década de 80.
28
Figuras 4 e 5 – Produção de Energia Elétrica
Figura 6 – Sistema Electroprodutor da EDP: evolução da potência instalada
Figura 7 – Potência instalada
29
O Presente
O potencial energético bruto dos nossos rios encontra-se
avaliado em cerca de 32 000 GWh, dos quais 24500 GWh e
20000 GWh são considerados, respetivamente, como técnica
e economicamente aproveitáveis. Destes últimos
encontravam-se já aproveitados e em construção, em 1990,
cerca de 11600 GWh, estando identificados outros 6600
GWh como candidatos a futura integração no sistema
electroprodutor em aproveitamentos de grande e média
dimensão. Restam cerca de 1800 GWh como realizáveis em
aproveitamentos de pequena dimensão (mini-hídricos).
Durante a década de 90 entraram em exploração os seguintes aproveitamentos hidroelétricos:
 Alto Lindoso, 630 MW, em 1992.
 Touvedo, 22 MW, em 1993.
 Reforço de potência de Pracana, 25 MW, em 1993
(com nova central, reparação dos paramentos da
barragem e novo descarregador de cheias).
 Reforço de potência do Sabugueiro, 10 MW, em
1993, (com nova central alimentada pela albufeira
criada pela nova barragem de Lagoacho).
 Caldeirão, 40 MW, em 1994.
 Reforço de potência do escalão de Miranda, 189
MW, em 1995, com nova central.
A situação verificada no Sistema Elétrico de Serviço Público, SEP, no ano 2000 caracteriza-se
resumidamente da forma seguinte:
 Potência total instalada: 8758 MW.
 Emissão total das centrais: 34489 GWh.
 Componente hidroelétrica: a potência instalada de 3903 MW, 45% da total, contribuiu
com 10227 GWh, ou seja, 30% da emissão total de energia.
 Componente termoelétrica: a potência instalada de 4855 MW, 55% da total,
contribuiu com 24262 GWh, ou seja, 70% da emissão total de energia.
30
O Futuro
Tendo em atenção os valores do potencial hidroelétrico
anteriormente referidos, poder-se-á levantar a questão:
Porque razão não se intensifica o programa de
realizações hidroelétricas, uma vez que ainda resta
aproveitar cerca de 40% do potencial hidroelétrico
nacional?
De uma maneira simplista poder-se-ia afirmar: daqueles
40% do potencial hidroelétrico, cerca de 7200 GWh, em
termos de produtividade anual média, representam
apenas cerca de 4000 GWh numa óptica de garantia para
o sistema, ou seja, o valor com uma probabilidade de ser
ultrapassada em 95% dos regimes hidrológicos. Assim, na
hipótese limite (utopia) de ser possível realizar
imediatamente os cerca de 40 aproveitamentos a que
correspondem aqueles 4000 GWh, esta contribuição seria
insuficiente para satisfazer o crescimento dos consumos a
partir de um horizonte de 4 anos, mesmo para uma
modesta taxa anual de crescimento de 3%. A partir daí, o
desenvolvimento do sistema electroprodutor realizar-se-
ia com base em unidades de produção térmicas. Tal
estratégia, atendendo ao carácter capital-intensivo
associado aos aproveitamentos hidroelétricos, seja
financeira e economicamente desastrosa.
Assim, o futuro equipamento hidroelétrico, cuja
contribuição será fundamentalmente em potência para a
cobertura da ponta do diagrama de cargas, dado a relação
energia-potência ser sensivelmente inferior à do parque
em exploração, terá que ser introduzido de uma forma
equilibrada e em simultâneo com os futuros grupos
térmicos, que garantirão basicamente o acréscimo dos
consumos, colocando a sua energia na base.
A optimização das várias configurações previstas para a evolução do sistema electroprodutor
condicionará o ritmo da entrada em serviço dos vários equipamentos de produção,
particularmente dos hidroelétricos e, mais especificamente, o seu dimensionamento.
31
De acordo, com o PESEP 99, o último Plano de Expansão do SEP superiormente aprovado, a
evolução da expansão da componente térmica do sistema produtor far-se-á com base na
introdução de grupos térmicos de ciclo combinado queimando gás natural e de turbinas a gás
de ciclo simples para apoio de “serviço de ponta”. Simultaneamente a componente
hidroelétrica poderia evoluir até ao ano 2010, da maneira seguinte:
↝ Aproveitamento de Alqueva, no rio Guadiana, em
2002: 236 MW reversíveis a partir de 2004, quando
existir o contraembalse criado pelo açude de
Pedrógão.
↝ Reforço de potência do escalão de Venda Nova, em
2004: 179 MW reversíveis.
↝ Aproveitamento do Baixo Sabor, em 2007: 138 MW
reversíveis.
↝ Aproveitamento de Fridão, no rio Tâmega, em 2009:
128 MW.
32
Legislação presente em Portugal
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA – LEI Nº 58/2005 DE 29 DE DEZEMBRO
Artigo 20.º
Planos de ordenamento de albufeiras de águas públicas
1 - As albufeiras de águas públicas podem ser consideradas protegidas, condicionadas, de
utilização limitada e de utilização livre.
2 - Os planos de ordenamento das albufeiras de águas públicas estabelecem, nomeadamente:
a) A demarcação do plano de água, da zona reservada e da zona de protecção;
b) A indicação do uso ou usos principais da água;
c) A indicação das actividades secundárias permitidas, da intensidade dessas utilizações e da
sua localização;
d) A indicação das actividades proibidas e com restrições;
e) Os valores naturais e paisagísticos a preservar.
33
Artigo 43.º
Medidas de protecção contra rotura de infra-estruturas hidráulicas
1 - A segurança das infra-estruturas hidráulicas, sobretudo das grandes barragens, deve ser
assegurada de forma a salvaguardar a segurança de pessoas e bens.
2 - Os correspondentes programas de segurança devem incluir cartas de riscos, tendo em
conta o estudo de ondas de inundação apresentado no projecto, que inclui a determinação das
alturas da água a atingir nas zonas inundáveis e dos respectivos tempos de concentração, bem
como níveis de actuação para o sistema de aviso e alerta.
3 - Os programas de segurança devem especificar as condições de utilização admitidas para as
infra-estruturas hidráulicas e condicionar as utilizações e os respectivos licenciamentos a
jusante, tendo nomeadamente em consideração os cenários de risco característicos de cada
infra-estrutura hidráulica, esvaziamentos rápidos, sismos e galgamentos rápidos.
4 - As zonas de risco devem ser objecto de classificação específica e de medidas especiais de
prevenção e protecção, delimitando-se graficamente as áreas nas quais é proibida a edificação
e aquelas nas quais a edificação é condicionada, para segurança de pessoas e bens.
5 - Os condicionamentos de utilização do solo devem ser tipificados nos planos de recursos
hídricos e nos instrumentos de gestão territorial.
6 - Cabe aos proprietários das infra-estruturas hidráulicas elaborar os respectivos programas
de segurança, de acordo com a legislação específica aplicável, comunicando-os à autoridade
nacional da água e ao Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, devendo tais
programas, no caso de barragens, observar o Regulamento de Segurança de Barragens e ser
também submetidos à aprovação da autoridade nacional da água.
7 - No âmbito dos mesmos programas de segurança, os proprietários são responsáveis pelo
estabelecimento de sistemas de aviso e alerta, cabendo-lhes ainda a obrigação de alertar as
autoridades competentes em caso de necessidade.
8 - A autoridade nacional da água deve delimitar as eventuais zonas de risco, ouvidas as
câmaras municipais com jurisdição nas áreas abrangidas.
34
CAPÍTULO VI
Infra-estruturas hidráulicas
Artigo 74.º
Princípio da autorização da utilização de recursos hídricos com recurso a infra-estruturas
hidráulicas
A utilização de recursos hídricos mediante infra-estruturas hidráulicas deve ser autorizada
sempre que constitua uma utilização sustentável e contribua para a requalificação e
valorização desses recursos ou para a minimização de efeitos de situações extremas sobre
pessoas e bens.
Artigo 75.º
Infra-estruturas hidráulicas públicas e privadas
1 - Constituem infra-estruturas hidráulicas públicas aquelas cuja titularidade pertença a
pessoas colectivas públicas ou a sociedade por elas dominadas e cuja gestão lhes caiba
directamente ou, no caso de concessão, seja atribuída a sociedades dominadas por pessoas
colectivas públicas.
2 - Constituem infra-estruturas hidráulicas privadas aquelas cuja titularidade pertença a
entidades privadas ou cuja gestão seja atribuída, no caso de concessão, a entidades privadas,
nomeadamente a associação de utilizadores.
3 - Compete ao Estado, através dos organismos da administração central, regional e local
competentes ou de empresas públicas ou concessionárias, a promoção de infra-estruturas
hidráulicas que visem a segurança de pessoas e bens, a garantia de água para abastecimento
público das populações e para actividades sócio-económicas reconhecidas como relevantes
para a economia nacional, bem como as que respeitem ao tratamento de efluentes de
aglomerados urbanos.
35
↝ Localização Geográfica:
A barragem de Santa Luzia situa-se na ribeira de Unhais, no lugar de Santa Luzia, freguesia de
Janeiro Baixo, concelho de Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra, no ponto de coordenadas
geográficas 7º 51’ 29.39” (W) e 40º 05’ 20.48” (N).
Fig.8 – Localização da Barragem de Santa Luzia, no concelho
de Pampilhosa da Serra
36
↝ História
A Barragem de Santa Luzia, com as suas verdades e lendas, começou a ser construída em 1931.
A sua bacia hidrográfica tem 50 Km2
. Recebe água além das ribeiras do Vidual e Unhais, da
albufeira do Rio Ceira, através de um túnel com 6,945 Km.
O nome dado a esta barragem resulta da ermida de Santa Luzia, existente nos penedos, no
limite entre as freguesias de Vidual e Cabril. Esta pequena ermida foi mandada construir em
1930 por Francisco Simões em cumprimento de uma promessa.
Os trabalhos da barragem terminaram em 1942 e em Novembro desse ano foram fechadas as
comportas, numa resolução da Companhia Eléctrica das Beiras, proprietária do
empreendimento. A água represada começou logo a subir desmedidamente, pois era
medonha a invernia desse ano. A chuva era torrencial e não amainava nem um instante, desde
o ano de 1910 que não se fazia sentir um inverno tão chuvoso e as águas do Rio Unhais, que
iam alimentar a barragem, há muito que haviam transbordado para fora do seu leito, vindo em
poucas horas a atingir as modestas casas do Vidual de Baixo.
Fig.9 – Barragem de Santa Luzia na década de 50
37
A Barragem de Santa Luzia é nitidamente uma barragem de montanha. Com os seus
76 metros de altura e uma coroa de 178, configura na perfeição o tipo de barragem em zona
de alto desnível.
Segundo a EDP na sua "História da Electricidade", a Barragem de Santa Luzia (1942),
com 76 metros de altura, serve de verdadeiro ensaio geral ao futuro programa de eletrificação
nacional. Foi também para a Barragem de Santa Luzia que foi feito o primeiro estudo em
Portugal do modelo reduzido de uma barragem. Construída entre dois rochedos de tamanho
"ciclópico", é atualmente a única albufeira exclusiva do Concelho de Pampilhosa da Serra.
Alimentada pelo Rio Unhais e pelo Rio Ceira (através do túnel da Malhada do Rei), a Barragem
de Santa Luzia é hoje, do ponto de vista ambiental, um lugar onde a poluição não marca
presença.
O aproveitamento hidroelétrico de Santa Luzia tem uma potência total instalada de
24,4 MW (4 grupos de 6,1 MW). Iniciou a exploração industrial em 1943 e foi objeto de uma
profunda remodelação em 1998.
É um aproveitamento de albufeira, constituído pela barragem de Santa Luzia (na
ribeira de Unhais); pela barragem do Alto Ceira (no rio Ceira, também afluente do Mondego,
encontrando-se presentemente em construção uma nova barragem, que substituirá a antiga
como estrutura de retenção da água); por outras barragens (de reduzida dimensão e
capacidade) nas ribeiras de Castanheira, do Tojo e do Ceiroco, que represam a água que é
encaminhada para a albufeira de Santa Luzia através de túneis de derivação. O
aproveitamento é ainda constituído pela central e pela conduta forçada, com um
comprimento de 3449 m, que encaminha a água da albufeira para a central, situada numa cota
bastante inferior.
A barragem tem duas secções, uma em abóbada delgada, outra em gravidade, e possui
um descarregador de superfície com 2 vãos. A altura da barragem (secção abóbada) é de 76 m
e o coroamento tem 178 m. A zona de influência da albufeira criada pela barragem abrange o
concelho de Pampilhosa da Serra.
A central está implantada junto à margem do rio Zêzere, para onde se efetua a
restituição dos caudais turbinados. Com a operação deste aproveitamento concretiza-se um
transvase entre as bacias do rio Mondego e do rio Tejo. A produtibilidade média anual do
aproveitamento de Santa Luzia é de 54 GWh. Este aproveitamento hidroelétrico tem um
quadro de pessoal permanente constituído por 1 colaborador.
38
Entrada em serviço: 1943
Curso de água: Ribeira de Unhais
Tipo de Aproveitamento: Albufeira
Potência total instalada (MW): 25,888
Potência máxima (MW): 24,4
Nº de grupos: 4
Área da bacia hidrográfica (km2): 50
Área inundada: 246
Capacidade útil (hm2/GWh): 50,3/34,2
Tipo de Barragem: Abóbada delgada
Altura máxima (m): 76
Desenvolvimento do coroamento (m): 178
 Quanto ao Circuito Hidráulico:
Nº de condutas: 1
Dimensão das condutas (m)
 Comprimento: 3450
 Diâmetro: 1,48 a 1,8
39
 Turbina
Tipo de Turbina: Pelton (Horizontal)
Queda bruta máxima (m): 326
Caudal máximo turbinável (m3/s): 4x2,5
Potência nominal (kW): 4x6 472
 Alternador
Potência aparente nominal (MVA): 4X8
Tensão nominal (kV): 6
Velocidade nominal (r.p.m): 500
 Transformador
Potência nominal (MVA)
 Grupos 1, 2 e 3: 12
 Grupo 4: 10
Razão de transformação (kV): 60/6
 Produtibilidade média anual
Produtibilidade média anual (GWh): 54
40
Fig.10 – Caudais ecológicos da Barragem de Santa Luzia nos anos de 2011 e 2012
Fig.11 – Aproveitamento Hidroelétrico da Barragem de Santa Luzia nos anos de 2011 e 2012
41
Fig.12 – Aproveitamento Hidroelétrico da Barragem de Santa Luzia nos anos de 2011 e 2012
42
Conclusão
Ao realizar este trabalho verifiquei que as barragens existem desde o início da
Humanidade e têm vindo a existir um progressivo aperfeiçoamento das técnicas de projeto e
construção das mesmas. Verifiquei ainda que a construção de centrais hidroelétricas e de
barragens envolvem diversos impactos ambientais, podendo ser estes vantajosos ou
desvantajosos.
Ao se construir uma barragem, contribui-se para uma acumulação de água potável,
considerada um bem precioso, e para a geração de energia elétrica. As áreas circundantes das
barragens são consideradas solos férteis para a agricultura, sendo que a água das barragens é
utilizada para a irrigação das terras. As barragens servem também para o desenvolvimento de
atividades náuticas, contribuindo para o crescimento turístico.
Mas por outro lado a construção de uma barragem irá afetar os ecossistemas já
existentes nesse rio e nas suas margens, destruindo habitats e florestas e contribuindo para o
desaparecimento de diversas espécies, reduzindo a biodiversidade aquática.
Concluindo, se as grandes barragens e os sistemas hidráulicos contribuem para
alterações locais, regionais e globais, é necessário avaliar este tipo de empreendimentos no
contexto vasto das suas diversas consequências., procedendo então a estudos para averiguar
os diversos impactos ambientais, através de uma boa base de informação e também da
cooperação entre ecologistas e projetistas da barragem, não esquecendo a importância do
conhecimento da atmosfera, da biosfera, da hidrosfera e da parte superior da litosfera, no
quadro geográfico concreto em que se inserem.
43
Webgrafia
http://arquivo.bestanca.com/actividades/2009/caminhada-barragem-santa-luzia/
http://www.avesdeportugal.info/sitbarrsantaluzia.html
http://arquivo.bestanca.com/actividades/2009/caminhada-barragem-santa-luzia/
http://www.villapampilhosahotel.com/c/paixao-pela-natureza
http://www.igogo.pt/miradouro-da-barragem-de-santa-luzia/
http://aldeiasdoxisto.pt/percurso/2271
http://cm-pampilhosadaserra.pt/turismo-praias-fluviais-praia-fluvial-de-santa-luzia
http://barragemsantaluzia.com.sapo.pt/index.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Barragem_de_Santa_Luzia
http://www.videos.engenhariacivil.com/ariete-hidraulico-122
http://www.videos.engenhariacivil.com/descarga-barragem-santa-luzia
http://www.geocaching.com/geocache/GC1FFJA_barragem-de-santa-luzia-pampilhosa-da-
serra?guid=8ab727a7-c88d-4edd-b185-0d420a1efc4e
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hidroel%C3%A9ctricas_em_Portugal
http://oacor.blogspot.pt/2011/09/barragem-de-santa-luzia.html
http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/geografia/energiahidroelectrica_d.htm
http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=1191&tabela=lei_velhas&nversa
o=1&so_miolo=
http://energiasalternativas.webnode.com.pt/energia-hidrica/
http://www.youtube.com/watch?v=K6ahOC1CDbY#t=110
http://www.edp.pt/pt/aedp/unidadesdenegocio/producaodeelectricidade/Pages/ProducaoEle
ctricidade.aspx
NOTA: Todos os sites foram consultados nos dias 5 e 12 de novembro de 2014

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Evolução das Barragens de Portugal - Santa Luzia

  • 1. 1 AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ARGANIL ESCOLA SECUNDÁRIA DE ARGANIL CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE GESTÃO DO AMBIENTE 12º ANO DE ESCOLARIDADE TURMA: D ANO LETIVO 2014/2015 MÓDULO 4 – QUALIDADE DA ÁGUA Barragem de Sa nta Luzia Energia Hidrica Vs. Energia Hidroeléctrica PROFESSOR: JOSÉ LUÍS FERNANDES DISCIPLINA: PROJETOS EM AMBIENTE RECURSOS HÍDRICOS AEA - Modelo 23/Cursos Profissionais
  • 2. 2 Indice ENQUADRAMENTO ………………………………………………………………3 INTRODUÇÃO ………………………………………………………………….4 ENERGIA HIDROELÉCTRICA VS. ENERGIA HÍDRICOS ……………………………………...........7 AS BARRAGENS ………………………………………………………………....8 BARRAGENS – ESQUEMAS ………………………………………………………......9 VANTAGENS E DESVANTAGENS …………………………………………………….....10 AS 6 MAIORES BARRAGENS DO MUNDO …………………………………………….........11 HIDROELECTRICIDADE EM PORTUGAL ………………………………………………......13  O PASSADO …………………………………………………………….13  AS DÉCADAS DE 30 E 40 …………………………………………………...16  A DÉCADA DE 50 ………………………………………………………...19  A DÉCADA DE 60 ………………………………………………………...24  AS DÉCADAS DE 70 E 80 …………………………………………………...26  O PRESENTE …………………………………………………………......29  O FUTURO ………………………………………………………….....30 LEGISLAÇÃO PRESENTE EM PORTUGAL …………………………………………….........32 BARRAGEM DE SANTA LUZIA …………………………………………………….....35  LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA ………………………………………………....35  HISTÓRIA ………………………………………………………….....36 APROVEITAMENTO HIDROELÉTRICO DA BARRAGEM DE SANTA LUZIA ………….………………......37 CARATERÍSTICAS DE BARRAGEM DE SANTA LUZIA ……………………………………..........38 CONCLUSÃO ………………………………………………………………....42 WEBGRAFIA …………………………………………………………….........43
  • 3. 3 Enquadramento O presente trabalho enquadra-se no âmbito da disciplina de Projetos em Ambiente Recursos Hídricos, Módulo 4 – Qualidade da Água. Foi proposto pelo professor José Luís Fernandes e tem como base os Recursos Hídricos com a respectiva legislação. Neste trabalho vou falar acerca da Barragem de Santa Luzia e do seu aproveitamento eléctrico. Este trabalho tem como objectivos: 1. Conhecer a história e evolução das barragens ao longo dos tempos; 2. Relacionar o conceito de Recursos Hídricos com a produção de Energia Hidroeléctrica; 3. Dar a conhecer algumas das barragens de Portugal; 4. Entender a legislação como regulamentadora do uso adequado das infra-estruturas hidráulicas; 5. Adquirir conhecimentos quanto ao funcionamento de uma infra-estrutura hidráulica; 6. Conhecer as vantagens e desvantagens de uma barragem; 7. Compreender os impactos ambientais de uma barragem.
  • 4. 4 Introdução Para a vida humana e animal do planeta Terra o ar é o elemento mais importante do que o precioso que é a água. Mas se esta existe em quantidade vastíssima no planeta, apenas 3% do total se encontra na forma de água doce e desta cerca de 1/3 no estado líquido, ou seja, somente 1% do total (ao qual corresponde um escoamento sobre a superfície terrestre estimado em cerca de 45000 km3 /ano, dos quais apenas cerca de 12000 km3 /ano serão aproveitáveis, devido à perda em inundações incontroladas e a dificuldades espaciais e temporais de acesso ao escoamento total. Nada tem um valor comparável ai da água; nem a lenha, o carvão, o petróleo, o gás natural ou o urânio… nem a prata, o ouro ou os diamantes. A água é, assim, o elemento essencial à vida nas suas mais diversas utilizações, as quais se referem seguidamente pela ordem cronológica pela qual foram surgindo desde as primeiras civilizações da antiguidade: 1. Consumo humano e uso pecuário; 2. Rega e uso mineiro; 3. Produção de força motriz; 4. Proteção contra cheias (desde 2600 a.C., no Egipto), e cuja satisfação já exigiu a construção de cisternas e de sistemas de diques e de barragens, o que se verificou deste o tempo da civilização egípcia. Contudo, o problema fulcral em que se assenta a disponibilidade da água para tais utilizações decorre da sua errática distribuição espacial e temporal, o que levanta a questão da necessidade de construir infra-estruturas necessárias, tais como reservatórios para o seu armazenamento e aquedutos, túneis ou canais para o seu transporte e distribuição. Este problema foi sendo resolvido a partir das civilizações mais antigas, desde há 4000 a 5000 anos atrás, existindo inúmeros exemplos de obras desse tipo, particularmente distribuídas na época da civilização romana. É, pois, ancestral o conceito de construir barragens criando albufeiras para armazenamento de água nos períodos em que ela excede as necessidade e a sua posterior utilização, em alturas de carência do recurso, seja mediante a transferência sazonal (dentro do mesmo ano) ou intersazonal (de um ano para outro), ou seja, aquilo que normalmente se chama como o efeito de regularização.
  • 5. 5 A utilização da água como força matriz para produção de energia eléctrica inicia-se a nível mundial em meados do século XIX e em Portugal na última década desse século, tendo-se desenvolvido inicialmente de uma forma “espontânea” até por volta de 1930, ditada pela necessidade de satisfazer consumos locais, nomeadamente para alimentar pequenas instalações de iluminação pública e oficinas de moagens, fiação e tecelagem e, logo a seguir, de fábricas de têxteis e lanifícios. Todavia, a partir de 1930 começa a desenhar-se um quadro em que, visando o desenvolvimento industrial e económico do País, emerge a ideia da necessidade de aproveitar a energia da água dos rios para a produção da electricidade a qual, não sendo um fim em si, antes foi o meio para atingir o objectivo da industrialização. Tal política sectorial, da qual também viria mais tarde a resultar uma rede eléctrica nacional, começa a concretizar-se, no papel, por volta de 1940 e a produzir efeitos, no terreno, a partir de 1950, fundamentalmente com a construção dos grandes aproveitamentos hidroeléctricos dotados e albufeiras com significativa capacidade de regularização nas bacias dos rios Cávado e Zêzere e dos aproveitamentos no troço internacional do rio Douro reservado a Portugal, até cerca de 1965, a que se segui a construção dos cinco aproveitamentos, do tipo fio-de-água, no leito nacional do mesmo rio, até cerca de 1985, aproveitando a regularização que os espanhóis haviam implementado na sua parte da bacia do rio. Assim se promoveu a realização dos grandes aproveitamentos hidroeléctricos que começaram a produzir a tão necessária energia eléctrica a partir de 1950 e que se foram desenvolvendo daí para diante, ainda que em ritmo variável, até ao início dos anos 90. Porém, desde a data de entrada em serviço do último grande aproveitamento hidroeléctrico de raiz, o do Alto Lindoso em 1992, que a situação se caracteriza por uma estranha e incompreensível falta de novas realizações que importará analisar. Efectivamente, cabe aqui sublinhar que uma das directrizes da política energética nacional e comunitária reside no aproveitamento dos recursos endógenos, nomeadamente através das energias renováveis e não poluentes. Assim, embora reconhecendo que, priotariamente, a água deve ser utilizada para outros fins, tem todo o sentido enfatizar o seu aproveitamento como recurso energético renovável e não poluente para a produção de electricidade, contribuindo simultaneamente para a contenção das emissões de CO2 e, também, de SO2, NOX e cinzas (algumas destas contendo elementos radioactivos). Daí a ideia de, neste trabalho, chamar a atenção, em termos de desafio de futuro, para o potencial hidroeléctrico ainda existente e por aproveitar no País, particularmente o da bacia do rio Douro, o qual, sem margem para dúvida, constitui uma das maiores valências dos recursos hídricos nacionais.
  • 6. 6 Entende-se, assim, ser perfeitamente justificável a retoma de um programa de realização dos aproveitamentos hidroeléctricos os quais, todavia, deverão ser encarados numa óptica de potenciais Aproveitamentos de Fins Múltiplos, hierarquizados pela seguinte ordem: 1) Abastecimento de água a populações, indústria e pecuária; 2) Rega; 3) Contribuição para mitigar os efeitos danosos em situações externas, tais como:  Garantia de caudais ecológicos e ambientais satisfatórios a jusante em períodos críticos, visando reduzir os efeitos da poluição difusa;  Em situações de cheia, contribuição para o amortecimento dos caudais de ponta; 4) Produção de eletricidade; 5) Em certos casos, como o leito nacional do rio Douro (e porque não no rio Tejo?), a criação de condições necessárias à navegabilidade comercial e turística; 6) Criação de condições para práticas de recreio e lazer. Este é o desafio que aqui se deixa, para que os vindouros saibam que alguém antes deles não se esqueceu da qualidade de vida que merecem usufruir e que têm o pleno direito de esperar que lhes seja facultada. Fig.1 – Postes de alta tensão – fios condutores de electricidade
  • 7. 7 Energia Hidroeléctrica Vs Recursos Hí dricos Todos os dias recorremos às mais diversas formas de energia. Sem ela deixaríamos, por exemplo, de poder deslocar-nos de automóvel, não poderíamos aquecer a água nem cozinhar, nem ver televisão ou usar o computador. No entanto, problemas ambientais e económicos relacionados com as fontes energéticas mais comuns (combustíveis fósseis, como o petróleo) são cada vez mais um motivo para que a poupança e a adesão às energias renováveis, mais sustentáveis, sejam cada vez mais uma realidade. Os recursos hídricos ganham a nossa atenção na medida em que as necessidades e exigências de disponibilidade de água doce, em quantidade e em qualidade, aumentam ao ritmo do crescimento da população e do nível de poluição, à escala mundial. Hoje, a água é considerada um bem natural precioso, pela sua escassez e pela qualidade frequentemente inadequada para o abastecimento humano, em certas regiões ao nível da mera sobrevivência. O aproveitamento dos recursos de água doce superficiais colocam a evidente necessidade de construção de barragens cujas albufeiras regularizem os cursos de água e idealmente optimizem a disponibilidade de água colhida e escoada em cada bacia hidrográfica. Um dos objectivos da construção das barragens é a produção de energia hidroeléctrica que é a energia que vem do movimento das águas, usando o potencial hidráulico de um rio de níveis naturais, queda d'água ou artificiais. Este tipo de energia é a segunda maior fonte de electricidade do mundo. Constroem-se frequentemente represas que sustêm o curso da água, fazendo com que ela se acumule num reservatório denominado barragem. Toda a energia eléctrica gerada dessa maneira é levada por cabos, dos terminais do gerador até o transformado elevado. A energia hidroeléctrica apresenta certos problemas, como consequências socio-ambientais de alagamentos de grandes áreas.
  • 8. 8 As Barragens A barragem é uma represa que pode ser feita com diferentes materiais como madeira, terra, pedra ou betão, servindo para reter água com fins domésticos, industriais e de rega, regularização de um rio, navegação ou ainda a produção de energia elétrica. Neste último caso, isso é possível pela passagem de água que aciona turbinas, aproveitando o desnível provocado pela barragem em relação ao leito normal do rio. As barragens constituem importantes infraestruturas de produção de energia elétrica. Efetivamente, para uma parte muito significativa dos países do mundo constituem a fonte principal da energia elétrica consumida - seja pelas condições geográficas propícias, seja por opções de desenvolvimento político-económico, seja ainda pela falta de capacidade técnica para a implementação de outros tipos de produção massiva de energia. A primeira central hidroelétrica do mundo foi construída em Appleton, nos EUA (em 1882), sendo a de Owen Falls (1954), no Uganda, a maior em capacidade (2 700 000 milhões de m3) e a de Rogun (1990), no Tajiquistão, a maior em altura (335 m). A barragem de Cahora Bassa (1974), em Moçambique, é a maior barragem construída por Portugal (com 63 000 milhões de m3 de capacidade). As grandes barragens portuguesas são: Guilhofrei, Ermal, Ponte da Esperança e Senhora do Porto, no rio Ave; Alto Cávado, Paradela, Venda Nova, Salamonde, Caniçada, Vilarinho das Furnas, no rio Cávado, e Pisões no seu afluente Rabagão; Miranda, Picote, Bemposta, Pocinho, Bagaúste, Carrapatelo, Crestuma-Lever, no rio Douro, e Vilar no seu afluente Távora; Pego do Altar, Vale do Gaio e Campilhas, no rio Sado; Maranhão e Montargil, no rio Sorraia; Belver e Fratel, no Tejo; Pracana no rio Ocreza; Castelo de Bode, Cabril e Bouça, no rio Zêzere; Alvor e Silves, no Algarve; Lagoa Comprida, Loriga, Alforfa, Alto Ceira e Santa Luzia, na serra da Estrela; Aguieira, no rio Mondego e Alqueva, no Alentejo, no leito do rio Guadiana.
  • 9. 9 Barragens - Esquemas A barreira que as barragens constituem para peixes e outros seres aquáticos migratórios faz com que este processo leve à morte de muitas comunidades de seres aquáticos ou que dependem direta ou indireta deles. Esta forma de obtenção de energia tem vantagens grandes, mas também grandes desvantagens. A água contida na albufeira é conduzida por um circuito hidráulico para uma central onde a água em movimento é aproveitada para fazer girar as pás das turbinas hidráulicas, que por sua vez faz funcionar o alternador, permitindo obter corrente elétrica elevada de média tensão. Esta tensão é posteriormente elevada através de transformadores e transportada até aos consumidores. O conjunto constituído pelo circuito hidráulico, turbina, alternador e transformador designa-se por grupo gerador hidroelétrico. Fig.2 – Esquema transversal de uma barragem Fig.3 – Esquema de uma Barragem Hidroelétrica LEGENDA: 1. Reservatório; 2. Paredão da Barragem; 3. Grelhas de Filtração; 4. Canalização forçada; 5. Turbina e Alternador; 6. Turbina hidráulica; 7. Eixo; 8. Gerador Elétrico; 9. Transformadores; 10. Linhas de transporte de energia elétrica.
  • 10. 10 Va ntagens e Desva ntagens Vantagens: Elétricas - Possibilidade de armazenar uma grande capacidade de energia, como se trata de uma energia renovável permitem uma independência energética. A sua elevada procura contribui para a integração de fontes como a energia eólica e a energia solar fotovoltaica. Económica - Desenvolvimento regional, permite a fixação da população e desenvolve condições propícias para o turismo. Recursos Hídricos - Redução dos riscos de cheias e existência de uma rede de abastecimento de água com qualidade e em grande quantidade. Agrícolas - Permite um aumento de produtividade existindo um controlo mais rigoroso da irrigação, existindo uma maior diversificação de culturas. Ambientais/Florestais - as barragens garantem os caudais em períodos menos propícios, redução de emissões atmosféricas, diminuição de incêndios. As albufeiras com planos de água superiores a 2km contribuem para uma redução de área ardida num raio de 25km cerca de 10% a 20%. Desvantagens: Barreira às rotas migratórias – limitação da atividade migratória de determinadas espécies migradoras, reduzindo a taxa piscícola. Pondo em causa determinadas espécies. Alteração do habitat – devido à alteração do fluxo unidirecional da água leva a existência de variações morfológicas e estruturais das margens alterando a vegetação ripária e aquática. Alteração no sistema de escoamento – a modificação nos sistemas de escoamento poderá influenciar a produção de alimentos bem como a existência de condições necessárias para a sobrevivência de ovos e alevins, devido às ríspidas alterações de caudais. Alteração da qualidade da água – a qualidade físico-química da água poderá ter alterações causadas por eventuais descargas de albufeiras devido a limpezas ou obras de manutenção. Esta alteração pode também ser influenciada pela natureza e amplitude das barragens bem como das condições climatéricas e dos sistemas fluviais. Risco ecológico/ambiental – a nível ecológico e ambiental é necessário que exista um fornecimento regular de água para as centrais hidroelétricas. Se não existir água suficiente essas centrais não recebem água e por sua vez não produziram energia. É notório que a dependência da pluviosidade para este tipo de empreendimento é desvantajoso, pois se não chover durante um logo período de tempo as centrais poderão baixar a sua produção energética.
  • 11. 11 As 6 maiores barragens do mundo Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) estas são atualmente as seis maiores barragens do mundo, em capacidade de produção de eletricidade. 1º - Três Gargantas (China): 18.200 MW A barragem de Três Gargantas é a maior central hidroelétrica do mundo, construída no Rio Yang-tsé, o maior da China. A obra foi iniciada em 1993 e concluída em 2006. A obra das Três Gargantas tem como funções a prevenção de enchentes, a geração de energia e facilitar o transporte fluvial, por isso ela desempenha um papel importante no desenvolvimento socioeconómico da China. 2º - Itaipu (Brasil/Paraguai): 14.000 MW A barragem Hidroelétrica de Itaipu é binacional e localiza-se no Rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Foi construída por ambos os países no período de 1975 a 1982. No ano de 2008, a barragem atingiu o seu recorde de produção, com 94,68 bilhões de kW/h, fornecendo 90% da energia consumida pelo Paraguai e 19% da energia consumida pelo Brasil. 3º - Guri (Venezuela): 10.000 MW A barragem de Guri está localizada no Rio Caroni, estado de Bolívar, Venezuela. Tem 7.426 metros de comprimento e 162 de altura. A potência instalada da barragem é de 10.200 MW. Além da própria Venezuela, o Estado de Roraima, no Brasil, também consome energia produzida por esta barragem. A sua construção iniciou-se em 1963. A primeira etapa foi concluída em 1978 e a segunda, em 1986.
  • 12. 12 4º - Tucuruí I e II (Brasil): 8.370MW A barragem hidroelétrica está localizada no Rio Tocantins, no município de Tucuruí, cerca de 300 km ao sul de Belém, no estado do Pará, com uma capacidade geradora instalada de 8.370 MW. Em potência instalada, Tucuruí é a maior barragem hidroelétrica 100% Brasileira, em funcionamento. O seu vertedouro, com capacidade para 110.000 m³/s, é o segundo maior do mundo. A construção foi iniciada em 1974 e a barragem foi inaugurada em 1984. A barragem de Tucuruí, tem 11 km de comprimento e 78 m de altura. O reservatório tem 200 km de comprimento e 2.850 km² de área quando cheio. 5º - Grand Coulee (EUA): 6.494 MW Grand Coulee é uma barragem de irrigação e hidroelétrica situada no rio Columbia, no estado de Washington, EUA. Foi construída entre 1933 e 1942, originalmente com duas barragens. A estação de energia foi concluída em 1974, para aumentar a sua produção de energia. É a maior produtora de energia elétrica dos Estados Unidos e uma das maiores estruturas de betão do Mundo. 6º. Longtan Dam (China): 6.426 MW Longtan Dam é uma barragem de gravidade. Situa-se no Rio Hongshui, em Tian'e County, região de Guangxi Zhuang, na China. A barragem tem 216,2 m de altura e 849 m de comprimento e é a mais alto do seu tipo no Mundo. A barragem destina-se à produção de energia hidroelétrica, controlo de enchentes e de navegação. A barragem contém sete vertedouros de superfície, duas descargas de fundo e uma estação de energia subterrânea.
  • 13. 13 O passado Dos finais do século XIX a 1930 A utilização das águas fluviais como força motriz para a produção de energia elétrica (hidroeletricidade) iniciou-se em Portugal em finais do século XIX. No Continente, a primeira realização deste tipo terá sido a iniciada pela Companhia Elétrica e Industrial de Vila Real, fundada em 1892, cuja concessão passou mais tarde para o cidadão alemão Emílio Biel que conclui, em 1894, um aproveitamento no rio Corgo, constituído por um açude, no lugar do “poço do Agueirinho”, e uma central equipada com uma turbina (KNOP) que, para uma caudal de 645 l/s, fornecia uma potência de 121,6 kW, para uma queda de cerca de 25 metros. Este aproveitamento viria mais tarde, em 1926, a ser substituído por um aproveitamento constituído por uma barragem, no sitio da Insua, e uma central, em Terrajido, equipada com uma turbina Francis Voith ainda com a potência de 121,6 kW. A segunda realização terá pertencido à Sociedade de Electricidade do Norte de Portugal (SENP), para a qual havia sido transferida a adjudicação, inicialmente concedida ao cidadão francês August Lavarré, por volta de 1892, para a exploração do serviço de iluminação pública em Braga. Assim, em 1895 ou 1896 terá entrado em serviço a central de Furada, no rio Cávado, aproveitando uma queda de 4 metros e equipada com 3 turbinas (JONVAL/ESCER WYSS) de 95 kW, acopladas a alternadores de 95 kVA. Praticamente neste mesmo local viria muito mais tarde, em 1951, a ser instalado o aproveitamento de Penide. É oportuno assinalar que é por esta época, finais do século XIX, referida pela primeira vez a ideia de recorrer ao aproveitamento das águas do rio Guadiana. As referências existentes indiciam que esse projeto se baseava no aproveitamento das águas do Rio Guadiana a jusante da confluência do rio Degebe, seu afluente da margem direita, ou seja, praticamente no local onde só agora (mais de um século depois) se encontra a Barragem do Alqueva. Lindoso (1922) – Central (7,5 MW + 7,5 MW em 1924
  • 14. 14 Não fossem as duas realizações acima referidas e os louros pelo início da produção de energia pela vida hidroelétrica em Portugal pertenceriam à ilha de S.Miguel, nos Açores, onde, devido à capacidade técnica e organizadora do Engenheiro José Cordeiro, se inauguraria em 1899 a primeira de quatro centrais hidroelétricas, a saber: Ano Central Potência (KVA) 1899 Central da Vila 60 1902 Salto do Cabrito 60 1904 Fábrica da Cidade 300 1908 Salto do Cabrito +180 1911 Central da Praia 150 Quadro 1 - Primeiras centrais hidroelétricas no Açores No Continente, entretanto, tinham entrado em serviço: em 1906 a central de Riba Côa, em 1908 a central da Caniços, no rio Vizela, e em 1909 as centrais do Varosa da Companhia Hidroelétrica do Varosa, no rio Varosa, e da Senhora do Desterro, da Empresa Hidroelétrica da Serra da Estrela, no rio Alva. Entretanto, e na senda do que essa excepcional personalidade que foi o Engenheiro Ezequiel de Campos (1874-1965) vinha preconizando insistentemente desde os anos 20 – a urgência da eletrificação do País tendo em vista o desenvolvimento industrial e a defesa da ideia da necessidade do Estado fomentar e apoiar financeiramente a realização de aproveitamentos hidroelétricos e de uma rede elétrica nacional – surge em 1926 a Lei dos Aproveitamentos Hidráulicos. Esta lei regulava a produção, designadamente por via das centrais hidráulicas, o transporte e a distribuição da energia elétrica, e veio a servir de base e inspiração para a elaboração da Lei nº 2002, de dezembro de 1944, da autoria do Engenheiro Ferreira Dias. No Quadro 2 apresentam-se as centrais hidroelétricas dos serviços público e privado, de potência superior a 100 kW, que entraram em serviço entre 1900 e 1930. De uma maneira geral, as primeiras centrais destinaram-se a abastecer consumos locais ou limítrofes e alimentavam certas indústrias, como moagens, fiação, tecelagem e lanifícios, localizadas, nomeadamente, nas zonas do Vale do Ave, da Covilhã e de Portalegre.
  • 15. 15 Quadro 2 – Centrais Hidroelétricas com potência superior a 100 kW
  • 16. 16 As décadas de 30 e 40 No ano de 1930, o Governo começa a encarar a realização de grandes aproveitamentos hidroelétricos, visando o “aumento da produção industrial agrícola, pela irrigação dos campo”. Entretanto, o potencial energético dos nossos rios era ainda mais desconhecido, assim como a respetiva topografia e geologia. Só então se inicia a realização de estudos sistemáticos dos rios e da viabilidade do seu aproveitamento para produção de eletricidade e abastecimento de água para rega, desenvolvidos, respetivamente, pelos Serviços Hidráulicos e pela Junta Autónoma das Obras de Hidráulica Agrícola, do que resultou a elaboração de um primeiro inventário dos recursos hidráulicos nacionais. Nesta década foram publicados pelo Ministério das Obras Públicas e Comunicações alguns diplomas com o intuito de preparar medidas de viabilização das grandes realizações que o Governo perspetivava, a saber:  Decreto nº25 220 (1935-Abr-04), com o qual caduca a concessão do aproveitamento das águas dos rios Borralha e Rabagão, que havia sido outorgada por decreto a 15 de dezembro de 1920);  Decreto nº26 470 (1936-Mar-28), criando a Junta de Electrificação Nacional;  Decreto nº27 712 (1937-Mai-19), com o qual caduca a concessão para aproveitamento hidroelétrico das águas o rio Zêzere, que havia sido outorgada por decreto a 30 de março de 1930 à Companhia Nacional de Viação e Electricidade. Assim se foram criando condições para a realização dos grandes aproveitamentos hidroelétricos, a qual, no entanto, apenas se iniciaria depois do fim da 2º Guerra Mundial, em 1945. A produção de energia elétrica, por volta de 1940, pode caracterizar-se do seguinte modo: ↝ Predomínio de recursos estrangeiros – dois terços dos recursos utilizados para a produção de eletricidade são estrangeiros, considerando, também como tal, a produção da central hidroelétrica do Lindoso; ↝ Predomínio de três centrais – a central hidroelétrica do Lindoso e as duas centrais termoelétricas do Tejo e de Santos que produziam, até 1940, mais que todas as outras, cerca de 180, de serviço público;
  • 17. 17 ↝ Excessiva pulverização da potência – um total de 660 centrais, sendo 176 de serviço público, das quais apenas 10 de potência superior a 5 MW (3 hidráulicas e 7 térmicas) e 484 de serviço particular, das quais somente uma com mais de 5 MW, embora com oito grupos; ↝ Elevado custo de produção – como consequência da pulverização da potência instalada resultava uma carestia excessiva do custo do kW instalado e do kWh produzido por tão grande número de unidades. No início da década de 40, é apresentado pelo Engenheiro Zuzarte de Mendonça, Chefe da Repartição de Estudos de Hidráulica, um anteprojeto de um aproveitamento hidroelétrico em Castelo do Bode, no Rio Zêzere. No ano seguinte, o notável ministro que foi o Engenheiro Duarte Pacheco concede meios para a intensificação dos estudos em curso nos Serviços Hidráulicos e, em 1942, promove a revisão do anteprojeto do aproveitamento de Castelo do Bode, então confiada ao especialista francês André Coyne. Em 1943, os Serviços Hidráulicos apresentam o Plano Geral do Aproveitamento Hidroeléctrico do rio Zêzere, desde Cambas até à Foz. O Governo decide então iniciar a construção de grandes aproveitamentos hidroelétricos e define orientação para tal efeito. Duarte Pacheco manda elaborar o caderno dos encargos da concessão do aproveitamento da energia das águas do rio Zêzere, desde Cambas até à Foz, os programas de trabalho e financeiro para a construção do escalão de Castelo do Bode e os estatutos da empresa concessionária a criar, de que 1/3 do capital seria do Estado, 1/3 das empresas produtoras e distribuidoras de eletricidade existentes e 1/3 do público. Tudo estava pronto para decisão em Conselho de Ministros quando um acidente de automóvel vitima Duarte Pacheco. Entretanto, os Serviços Hidráulicos apresentam os planos gerais do aproveitamento hidroelétrico do Sistema Cávado – Rabagão (1944) e do troço nacional do rio Douro (1948), e continuam a desenvolver estudos relativamente ao troço internacional do rio Douro e aos afluentes deste rio, assim como aos rios Lima, Mondego e Guadiana.
  • 18. 18 A 26 de dezembro de 1944 é publicada a Lei nº2002 da autoria do grande paladino da eletrificação do País que foi o Engenheiro Ferreira Dias (1900-1966), estabelecendo as bases da produção, transporte e distribuição da energia elétrica, de cuja Base II se destaca: “A produção de energia eléctrica será principalmente de origem hidráulica. As centrais térmicas desempenharão as funções de reserva e apoio, consumindo os combustíveis nacionais pobres na proporção mais económica e conveniente.” Em 1945, o Governo define a política respeitante à execução de novos aproveitamentos hidroelétricos e anuncia a decisão de promover a constituição de duas empresas para o estabelecimento e exploração de obras hidráulicas e de centrais produtoras de eletricidade nos rios Zêzere, Cávado e Rabagão. Em outubro desse ano são constituídas as empresas Hidro- Eléctrica do Cávado, no dia 24, e Hidro-Eléctrica do Zêzere, no dia 29, dando-se inicio à construção dos rios primeiros grandes aproveitamentos hidroelétricos: o de Castelo do Bode no rio Zêzere, com 139 MW, e o de Venda Nova no rio Rabagão, com 81 MW, que viriam a ser inaugurados em 1951, tal como o de Belver no rio Tejo, com 32 MW, realizado pela Hidro-Eléctrica do Alto Alentejo, empresa entretanto criada. Em 1947, o Governo constitui a Companhia Nacional de Electricidade, à qual é outorgada a “concessão para estabelecimento e exploração de linha de transporte e subestações destinadas à interligação dos sistemas Zêzere e Cávado, entre si e com os sistemas existentes, e ao abastecimento de energia elétrica aos grandes centros de consumo”. Entre 1930 e 1950 merecem referência, para além do reforço da central do Lindoso promovido pela Electra del Lima com + 15 MW em 1933 e + 15 MW em 1945, as realizações dos seguintes aproveitamentos: Ano de Entrada em Serviço Escalão Rio Potência instalada (MW) 1937 Ermal Ave 4,7 + 6,5 em 1947 1939 Guilhofrei Ave 1,6 1942 Ponte da Esperança Ave 2,8 1943 Santa Luzia Unhais 23,2 1945 Senhora do Porto Ave 8,8 Quadro 3 – Aproveitamentos realizados entre 1930 e 1950
  • 19. 19 A década de 50 Esta é a década de ouro da hidroeletricidade, durante a qual se desenvolveu principalmente o aproveitamento das bacias dos rios Cávado e Zêzere. Nesta década é a seguinte a cronologia dos eventos mais importantes: Ano de Entrada em Serviço Escalão Rio Potência instalada (MW) 1951 Castelo do Bode Zêzere 139 Venda Nova Rabagão 81 Pracana Ocreza 15 Belver Tejo 32 1953 Salamonde Cávado 42 1954 Cabril Zêzere 97 1955 Caniçada Cávado 60 Bouça Zêzere 50 1956 Paradela Cávado 54 1958 Picote Douro Int. 180 1960 Miranda Douro Int. 174 Quadro 4 – Eventos mais importantes na década de 50
  • 20. 20
  • 21. 21
  • 22. 22
  • 23. 23 Esta década observa a viragem na estrutura do parque produtor com a seguinte evolução (ver quadro 7, pág.21):  As centrais hidráulicas passam apenas de 113 para 117, mas a potência nelas instalada sobe de 152,8 MW (44% do total) para 1085,2 MW (81% do total), ou seja, um acréscimo de 610%.  O número das centrais térmicas passa de 519 para 301 (redução de 42%) e a potência nelas instalada de 192,4 MW (56% do total) para 249,8 MW (19% do total), ou seja, um acréscimo de 30%.  A energia produzida, passando de 941,8 GWh para 3263,5 GWh, regista um acréscimo de 246,5% (a que corresponde uma taxa anual média de 13,2%), tendo a contribuição das centrais hidráulicas subido de 46% para 95% e a das térmicas descido de 54% para 5%.  Na capitação dos consumos regista-se uma subida do modestíssimo valor de 99,3 kWh/hab (um valor médio de 13% para a taxa de crescimento anual).
  • 24. 24 A década de 60 Nesta década entra-se numa nova fase de evolução do sistema electroprodutor: o crescimento dos consumos justifica, por razões de garantia da sua satisfação a nível global, a introdução de grupos térmicos de grande dimensão queimando carvão nacional e fuelóleo (+2x50 MW, em 64 e 67, na Tapada do Outeiro, e 2x125 MW, em 68 e 69, no Carregado), o que acarreta uma desaceleração na evolução do subsistema hidráulico, onde apenas 3 novos grandes aproveitamentos entram em serviço: Quadro 5 – Aproveitamentos realizados na década de 60 Nesta década são ainda realizadas obras complementares nos escalões de Paradela e Venda Nova para reforço das afluências às respetivas albufeiras, por derivação de águas das cabeceiras de afluentes a jusante. Entretanto, na segunda metade desta década regista-se uma retoma das realizações hidroelétricas com o lançamento das obras dos escalões do Carrapatelo, Régua e Valeira, no troço nacional do rio Douro, de Vilarinho das Furnas, no rio Homem, e de Fratel, no rio Tejo. Ano de Entrada em Serviço Escalão Rio Potência instalada (MW) 1964 Bemposta Douro 210 Alto-Rabagão Rabagão 72 1965 Vilar-Tabuaço Távora 64
  • 25. 25 A 27 de agosto de 1969, e na sequência do Decreto-Lei nº 47240 de 6 de outubro de 1966, contendo disposições tendentes à reestruturação da indústria de eletricidade, é publicado o Decreto-Lei nº49211, no qual é “autorizada a fusão das sociedades concessionárias de aproveitamentos hidroeléctricos, de empreendimentos termoeléctricos e de transporte de energia eléctrica cujos centros e instalações constituem a Rede Eléctrica Primária”. A fusão veio a concretizar-se em dezembro desse ano, com a criação da CPE – Companhia Portuguesa de Electricidade, abrangendo 5 empresas: as Hidro-Eléctricas do Cávado, Douro e Zêzere, a Empresa Termoeléctrica Portuguesa e Companhia Nacional de Electricidade.
  • 26. 26 As décadas de 70 e 80 As décadas de 70 e 80 são caracterizadas por elevadas taxas de crescimento dos consumos de eletricidade, fruto não só do desenvolvimento económico mas também de outros fatores dos quais se destaca a eletrificação em superfície. Esta necessidade de energia é assegurada pela continuação da introdução de grupos térmicos de cada vez maior dimensão (4x125 MW, em 74 e 76, no Carregado, 4x250 MW, em 79, 80, 82 e 83, em Setúbal, e 4x300 MW, em 85, 86, 87 e 89, em Sines, estes para a queima de carvão importado). Paralelamente o programa hidroelétrico assinala uma retoma, registando-se as seguintes entradas em serviço: Ano de Entrada em Serviço Escalão Rio Potência instalada (MW) 1971 Carrapatelo Douro Nac. 180 1972 V. das Furnas Homem 64 1973 Régua Douro Nac. 156 1974 Fratel Tejo 130 1976 Valeira Douro Nac. 216 1981 Aguieira Mondego 270 1982 Raiva Mondego 20 1983 Pocinho Douro Nac. 186 1985 Crestuma Douro Nac. 105 1987 V. das Furnas II Homem 74 1988 Torrão Tâmega 146 Quadro 6 – Entradas em serviço nas décadas de 70 e 80 Entretanto, em 1976, pelo Decreto-Lei nº 502, de 30 de junho, e na sequência da acionalização das várias empresas do sector elétrico operada no ano anterior e da consequente reestruturação do sector, é criada a Electricidade de Portugal – Empresa Pública, abreviadamente EDP. Esta “tem por objectivo principal o estabelecimento e a exploração do serviço público de produção, transporte e distribuição de energia eléctrica no território do continente”, sendo o serviço público comedido à EDP “explorado em regime de exclusivo”, o que, todavia, “não impede a produção e distribuição de energia eléctrica para uso próprio” por outras entidade.
  • 27. 27 Quadro 7 – Número de centrais entre as décadas de 30 e 90 Nas figuras 4, 5 e 7 apresentam-se evoluções das potências instaladas e das produções de energia eléctrica no período compreendido entre 1930 3 1990 e, na figura 6, a evolução da potência instalada por tipo de central durante a década de 80.
  • 28. 28 Figuras 4 e 5 – Produção de Energia Elétrica Figura 6 – Sistema Electroprodutor da EDP: evolução da potência instalada Figura 7 – Potência instalada
  • 29. 29 O Presente O potencial energético bruto dos nossos rios encontra-se avaliado em cerca de 32 000 GWh, dos quais 24500 GWh e 20000 GWh são considerados, respetivamente, como técnica e economicamente aproveitáveis. Destes últimos encontravam-se já aproveitados e em construção, em 1990, cerca de 11600 GWh, estando identificados outros 6600 GWh como candidatos a futura integração no sistema electroprodutor em aproveitamentos de grande e média dimensão. Restam cerca de 1800 GWh como realizáveis em aproveitamentos de pequena dimensão (mini-hídricos). Durante a década de 90 entraram em exploração os seguintes aproveitamentos hidroelétricos:  Alto Lindoso, 630 MW, em 1992.  Touvedo, 22 MW, em 1993.  Reforço de potência de Pracana, 25 MW, em 1993 (com nova central, reparação dos paramentos da barragem e novo descarregador de cheias).  Reforço de potência do Sabugueiro, 10 MW, em 1993, (com nova central alimentada pela albufeira criada pela nova barragem de Lagoacho).  Caldeirão, 40 MW, em 1994.  Reforço de potência do escalão de Miranda, 189 MW, em 1995, com nova central. A situação verificada no Sistema Elétrico de Serviço Público, SEP, no ano 2000 caracteriza-se resumidamente da forma seguinte:  Potência total instalada: 8758 MW.  Emissão total das centrais: 34489 GWh.  Componente hidroelétrica: a potência instalada de 3903 MW, 45% da total, contribuiu com 10227 GWh, ou seja, 30% da emissão total de energia.  Componente termoelétrica: a potência instalada de 4855 MW, 55% da total, contribuiu com 24262 GWh, ou seja, 70% da emissão total de energia.
  • 30. 30 O Futuro Tendo em atenção os valores do potencial hidroelétrico anteriormente referidos, poder-se-á levantar a questão: Porque razão não se intensifica o programa de realizações hidroelétricas, uma vez que ainda resta aproveitar cerca de 40% do potencial hidroelétrico nacional? De uma maneira simplista poder-se-ia afirmar: daqueles 40% do potencial hidroelétrico, cerca de 7200 GWh, em termos de produtividade anual média, representam apenas cerca de 4000 GWh numa óptica de garantia para o sistema, ou seja, o valor com uma probabilidade de ser ultrapassada em 95% dos regimes hidrológicos. Assim, na hipótese limite (utopia) de ser possível realizar imediatamente os cerca de 40 aproveitamentos a que correspondem aqueles 4000 GWh, esta contribuição seria insuficiente para satisfazer o crescimento dos consumos a partir de um horizonte de 4 anos, mesmo para uma modesta taxa anual de crescimento de 3%. A partir daí, o desenvolvimento do sistema electroprodutor realizar-se- ia com base em unidades de produção térmicas. Tal estratégia, atendendo ao carácter capital-intensivo associado aos aproveitamentos hidroelétricos, seja financeira e economicamente desastrosa. Assim, o futuro equipamento hidroelétrico, cuja contribuição será fundamentalmente em potência para a cobertura da ponta do diagrama de cargas, dado a relação energia-potência ser sensivelmente inferior à do parque em exploração, terá que ser introduzido de uma forma equilibrada e em simultâneo com os futuros grupos térmicos, que garantirão basicamente o acréscimo dos consumos, colocando a sua energia na base. A optimização das várias configurações previstas para a evolução do sistema electroprodutor condicionará o ritmo da entrada em serviço dos vários equipamentos de produção, particularmente dos hidroelétricos e, mais especificamente, o seu dimensionamento.
  • 31. 31 De acordo, com o PESEP 99, o último Plano de Expansão do SEP superiormente aprovado, a evolução da expansão da componente térmica do sistema produtor far-se-á com base na introdução de grupos térmicos de ciclo combinado queimando gás natural e de turbinas a gás de ciclo simples para apoio de “serviço de ponta”. Simultaneamente a componente hidroelétrica poderia evoluir até ao ano 2010, da maneira seguinte: ↝ Aproveitamento de Alqueva, no rio Guadiana, em 2002: 236 MW reversíveis a partir de 2004, quando existir o contraembalse criado pelo açude de Pedrógão. ↝ Reforço de potência do escalão de Venda Nova, em 2004: 179 MW reversíveis. ↝ Aproveitamento do Baixo Sabor, em 2007: 138 MW reversíveis. ↝ Aproveitamento de Fridão, no rio Tâmega, em 2009: 128 MW.
  • 32. 32 Legislação presente em Portugal ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA – LEI Nº 58/2005 DE 29 DE DEZEMBRO Artigo 20.º Planos de ordenamento de albufeiras de águas públicas 1 - As albufeiras de águas públicas podem ser consideradas protegidas, condicionadas, de utilização limitada e de utilização livre. 2 - Os planos de ordenamento das albufeiras de águas públicas estabelecem, nomeadamente: a) A demarcação do plano de água, da zona reservada e da zona de protecção; b) A indicação do uso ou usos principais da água; c) A indicação das actividades secundárias permitidas, da intensidade dessas utilizações e da sua localização; d) A indicação das actividades proibidas e com restrições; e) Os valores naturais e paisagísticos a preservar.
  • 33. 33 Artigo 43.º Medidas de protecção contra rotura de infra-estruturas hidráulicas 1 - A segurança das infra-estruturas hidráulicas, sobretudo das grandes barragens, deve ser assegurada de forma a salvaguardar a segurança de pessoas e bens. 2 - Os correspondentes programas de segurança devem incluir cartas de riscos, tendo em conta o estudo de ondas de inundação apresentado no projecto, que inclui a determinação das alturas da água a atingir nas zonas inundáveis e dos respectivos tempos de concentração, bem como níveis de actuação para o sistema de aviso e alerta. 3 - Os programas de segurança devem especificar as condições de utilização admitidas para as infra-estruturas hidráulicas e condicionar as utilizações e os respectivos licenciamentos a jusante, tendo nomeadamente em consideração os cenários de risco característicos de cada infra-estrutura hidráulica, esvaziamentos rápidos, sismos e galgamentos rápidos. 4 - As zonas de risco devem ser objecto de classificação específica e de medidas especiais de prevenção e protecção, delimitando-se graficamente as áreas nas quais é proibida a edificação e aquelas nas quais a edificação é condicionada, para segurança de pessoas e bens. 5 - Os condicionamentos de utilização do solo devem ser tipificados nos planos de recursos hídricos e nos instrumentos de gestão territorial. 6 - Cabe aos proprietários das infra-estruturas hidráulicas elaborar os respectivos programas de segurança, de acordo com a legislação específica aplicável, comunicando-os à autoridade nacional da água e ao Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, devendo tais programas, no caso de barragens, observar o Regulamento de Segurança de Barragens e ser também submetidos à aprovação da autoridade nacional da água. 7 - No âmbito dos mesmos programas de segurança, os proprietários são responsáveis pelo estabelecimento de sistemas de aviso e alerta, cabendo-lhes ainda a obrigação de alertar as autoridades competentes em caso de necessidade. 8 - A autoridade nacional da água deve delimitar as eventuais zonas de risco, ouvidas as câmaras municipais com jurisdição nas áreas abrangidas.
  • 34. 34 CAPÍTULO VI Infra-estruturas hidráulicas Artigo 74.º Princípio da autorização da utilização de recursos hídricos com recurso a infra-estruturas hidráulicas A utilização de recursos hídricos mediante infra-estruturas hidráulicas deve ser autorizada sempre que constitua uma utilização sustentável e contribua para a requalificação e valorização desses recursos ou para a minimização de efeitos de situações extremas sobre pessoas e bens. Artigo 75.º Infra-estruturas hidráulicas públicas e privadas 1 - Constituem infra-estruturas hidráulicas públicas aquelas cuja titularidade pertença a pessoas colectivas públicas ou a sociedade por elas dominadas e cuja gestão lhes caiba directamente ou, no caso de concessão, seja atribuída a sociedades dominadas por pessoas colectivas públicas. 2 - Constituem infra-estruturas hidráulicas privadas aquelas cuja titularidade pertença a entidades privadas ou cuja gestão seja atribuída, no caso de concessão, a entidades privadas, nomeadamente a associação de utilizadores. 3 - Compete ao Estado, através dos organismos da administração central, regional e local competentes ou de empresas públicas ou concessionárias, a promoção de infra-estruturas hidráulicas que visem a segurança de pessoas e bens, a garantia de água para abastecimento público das populações e para actividades sócio-económicas reconhecidas como relevantes para a economia nacional, bem como as que respeitem ao tratamento de efluentes de aglomerados urbanos.
  • 35. 35 ↝ Localização Geográfica: A barragem de Santa Luzia situa-se na ribeira de Unhais, no lugar de Santa Luzia, freguesia de Janeiro Baixo, concelho de Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra, no ponto de coordenadas geográficas 7º 51’ 29.39” (W) e 40º 05’ 20.48” (N). Fig.8 – Localização da Barragem de Santa Luzia, no concelho de Pampilhosa da Serra
  • 36. 36 ↝ História A Barragem de Santa Luzia, com as suas verdades e lendas, começou a ser construída em 1931. A sua bacia hidrográfica tem 50 Km2 . Recebe água além das ribeiras do Vidual e Unhais, da albufeira do Rio Ceira, através de um túnel com 6,945 Km. O nome dado a esta barragem resulta da ermida de Santa Luzia, existente nos penedos, no limite entre as freguesias de Vidual e Cabril. Esta pequena ermida foi mandada construir em 1930 por Francisco Simões em cumprimento de uma promessa. Os trabalhos da barragem terminaram em 1942 e em Novembro desse ano foram fechadas as comportas, numa resolução da Companhia Eléctrica das Beiras, proprietária do empreendimento. A água represada começou logo a subir desmedidamente, pois era medonha a invernia desse ano. A chuva era torrencial e não amainava nem um instante, desde o ano de 1910 que não se fazia sentir um inverno tão chuvoso e as águas do Rio Unhais, que iam alimentar a barragem, há muito que haviam transbordado para fora do seu leito, vindo em poucas horas a atingir as modestas casas do Vidual de Baixo. Fig.9 – Barragem de Santa Luzia na década de 50
  • 37. 37 A Barragem de Santa Luzia é nitidamente uma barragem de montanha. Com os seus 76 metros de altura e uma coroa de 178, configura na perfeição o tipo de barragem em zona de alto desnível. Segundo a EDP na sua "História da Electricidade", a Barragem de Santa Luzia (1942), com 76 metros de altura, serve de verdadeiro ensaio geral ao futuro programa de eletrificação nacional. Foi também para a Barragem de Santa Luzia que foi feito o primeiro estudo em Portugal do modelo reduzido de uma barragem. Construída entre dois rochedos de tamanho "ciclópico", é atualmente a única albufeira exclusiva do Concelho de Pampilhosa da Serra. Alimentada pelo Rio Unhais e pelo Rio Ceira (através do túnel da Malhada do Rei), a Barragem de Santa Luzia é hoje, do ponto de vista ambiental, um lugar onde a poluição não marca presença. O aproveitamento hidroelétrico de Santa Luzia tem uma potência total instalada de 24,4 MW (4 grupos de 6,1 MW). Iniciou a exploração industrial em 1943 e foi objeto de uma profunda remodelação em 1998. É um aproveitamento de albufeira, constituído pela barragem de Santa Luzia (na ribeira de Unhais); pela barragem do Alto Ceira (no rio Ceira, também afluente do Mondego, encontrando-se presentemente em construção uma nova barragem, que substituirá a antiga como estrutura de retenção da água); por outras barragens (de reduzida dimensão e capacidade) nas ribeiras de Castanheira, do Tojo e do Ceiroco, que represam a água que é encaminhada para a albufeira de Santa Luzia através de túneis de derivação. O aproveitamento é ainda constituído pela central e pela conduta forçada, com um comprimento de 3449 m, que encaminha a água da albufeira para a central, situada numa cota bastante inferior. A barragem tem duas secções, uma em abóbada delgada, outra em gravidade, e possui um descarregador de superfície com 2 vãos. A altura da barragem (secção abóbada) é de 76 m e o coroamento tem 178 m. A zona de influência da albufeira criada pela barragem abrange o concelho de Pampilhosa da Serra. A central está implantada junto à margem do rio Zêzere, para onde se efetua a restituição dos caudais turbinados. Com a operação deste aproveitamento concretiza-se um transvase entre as bacias do rio Mondego e do rio Tejo. A produtibilidade média anual do aproveitamento de Santa Luzia é de 54 GWh. Este aproveitamento hidroelétrico tem um quadro de pessoal permanente constituído por 1 colaborador.
  • 38. 38 Entrada em serviço: 1943 Curso de água: Ribeira de Unhais Tipo de Aproveitamento: Albufeira Potência total instalada (MW): 25,888 Potência máxima (MW): 24,4 Nº de grupos: 4 Área da bacia hidrográfica (km2): 50 Área inundada: 246 Capacidade útil (hm2/GWh): 50,3/34,2 Tipo de Barragem: Abóbada delgada Altura máxima (m): 76 Desenvolvimento do coroamento (m): 178  Quanto ao Circuito Hidráulico: Nº de condutas: 1 Dimensão das condutas (m)  Comprimento: 3450  Diâmetro: 1,48 a 1,8
  • 39. 39  Turbina Tipo de Turbina: Pelton (Horizontal) Queda bruta máxima (m): 326 Caudal máximo turbinável (m3/s): 4x2,5 Potência nominal (kW): 4x6 472  Alternador Potência aparente nominal (MVA): 4X8 Tensão nominal (kV): 6 Velocidade nominal (r.p.m): 500  Transformador Potência nominal (MVA)  Grupos 1, 2 e 3: 12  Grupo 4: 10 Razão de transformação (kV): 60/6  Produtibilidade média anual Produtibilidade média anual (GWh): 54
  • 40. 40 Fig.10 – Caudais ecológicos da Barragem de Santa Luzia nos anos de 2011 e 2012 Fig.11 – Aproveitamento Hidroelétrico da Barragem de Santa Luzia nos anos de 2011 e 2012
  • 41. 41 Fig.12 – Aproveitamento Hidroelétrico da Barragem de Santa Luzia nos anos de 2011 e 2012
  • 42. 42 Conclusão Ao realizar este trabalho verifiquei que as barragens existem desde o início da Humanidade e têm vindo a existir um progressivo aperfeiçoamento das técnicas de projeto e construção das mesmas. Verifiquei ainda que a construção de centrais hidroelétricas e de barragens envolvem diversos impactos ambientais, podendo ser estes vantajosos ou desvantajosos. Ao se construir uma barragem, contribui-se para uma acumulação de água potável, considerada um bem precioso, e para a geração de energia elétrica. As áreas circundantes das barragens são consideradas solos férteis para a agricultura, sendo que a água das barragens é utilizada para a irrigação das terras. As barragens servem também para o desenvolvimento de atividades náuticas, contribuindo para o crescimento turístico. Mas por outro lado a construção de uma barragem irá afetar os ecossistemas já existentes nesse rio e nas suas margens, destruindo habitats e florestas e contribuindo para o desaparecimento de diversas espécies, reduzindo a biodiversidade aquática. Concluindo, se as grandes barragens e os sistemas hidráulicos contribuem para alterações locais, regionais e globais, é necessário avaliar este tipo de empreendimentos no contexto vasto das suas diversas consequências., procedendo então a estudos para averiguar os diversos impactos ambientais, através de uma boa base de informação e também da cooperação entre ecologistas e projetistas da barragem, não esquecendo a importância do conhecimento da atmosfera, da biosfera, da hidrosfera e da parte superior da litosfera, no quadro geográfico concreto em que se inserem.
  • 43. 43 Webgrafia http://arquivo.bestanca.com/actividades/2009/caminhada-barragem-santa-luzia/ http://www.avesdeportugal.info/sitbarrsantaluzia.html http://arquivo.bestanca.com/actividades/2009/caminhada-barragem-santa-luzia/ http://www.villapampilhosahotel.com/c/paixao-pela-natureza http://www.igogo.pt/miradouro-da-barragem-de-santa-luzia/ http://aldeiasdoxisto.pt/percurso/2271 http://cm-pampilhosadaserra.pt/turismo-praias-fluviais-praia-fluvial-de-santa-luzia http://barragemsantaluzia.com.sapo.pt/index.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Barragem_de_Santa_Luzia http://www.videos.engenhariacivil.com/ariete-hidraulico-122 http://www.videos.engenhariacivil.com/descarga-barragem-santa-luzia http://www.geocaching.com/geocache/GC1FFJA_barragem-de-santa-luzia-pampilhosa-da- serra?guid=8ab727a7-c88d-4edd-b185-0d420a1efc4e http://pt.wikipedia.org/wiki/Hidroel%C3%A9ctricas_em_Portugal http://oacor.blogspot.pt/2011/09/barragem-de-santa-luzia.html http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/geografia/energiahidroelectrica_d.htm http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=1191&tabela=lei_velhas&nversa o=1&so_miolo= http://energiasalternativas.webnode.com.pt/energia-hidrica/ http://www.youtube.com/watch?v=K6ahOC1CDbY#t=110 http://www.edp.pt/pt/aedp/unidadesdenegocio/producaodeelectricidade/Pages/ProducaoEle ctricidade.aspx NOTA: Todos os sites foram consultados nos dias 5 e 12 de novembro de 2014