O documento descreve a instabilidade política na França e Itália no século XIX, com várias revoluções, mudanças de regime e esforços para unificar a Itália. A França passou por uma monarquia constitucional, revolução de 1830, segunda república e segundo império. A Itália viu crescimento do nacionalismo e esforços dos monarquistas e de Garibaldi para unificar o país sob o Reino de Piemonte-Sardenha.
3. • A monarquia de julho (1815-1830O estado francês apresentou
importante ebulição política no século XIX, devido a experiência de
napoleão Bonaparte e por ser um centro difusor da revolução.com a
queda de Napoleão em 1815 e o princípio da legitimidade do Congresso
de Viena foram tomadas a estrutura do antigo regime. Tratava-se de um
regime absolutista disfarçado de constitucional. O poder legislativo era
exercido pelos deputados (escolhidos pelo rei) e membros eleito pelo
voto censitário. Isso gerou instabilidade politica contra o regime. De um
lado os ultrarrealistas, defendendo o retorno de um absolutismo puro, de
outro os bonapartistas, e os radicais que eram contrários a Bourbon e
ligados aos princípios revolucionários Em 1830 surge a chamada
revolução de julho, o povo ergueu barricadas nas ruas de Paris, a alta
burguesia colocou-se na liderança, e Carlos X temeu ser decapitado
como Luís XVI, assim fugindo da França
4. • A Revolução de julho manteve o regime monárquico de governo
com a ascensão ao trono de Luís Filipe, que foi apelidado de “rei
burguês”. Reformou-se a constituição, acentuando os aspectos
liberais. Os membros do poder Legislativo continuaram sendo
escolhidos por voto censitário e os operários, representantes de
grande parte da população eram ignorados politicamente. Mas os
conflitos continuaram, bonapartistas, republicanos, e socialistas
se opunham ao governo e se manifestavam contra o “rei burguês’
tais revoltas ficaram conhecidas como politica dos banquetes.
Em fevereiro de 1848 uma nova revolução explodiu. A
mobilização popular foi intensa e o rei é obrigado a fugir
novamente e a republica, proclamada. Esse surto revolucionário
se espalhou praticamente por toda Europa sendo conhecido
como: primavera dos povos.
5. • A Segunda República (1848-1852)Em
Paris, foi convocada uma assembleia
constituinte, junto ao governo republicano
provisório. Suas primeiras medidas
incluíam a abolição da pena de morte e a
implantação do sufrágio universal.
• Pressionado pelos socialistas o governo
criou unidade de produção e serviço,
combatendo o desemprego.
6. • Enquanto isso, a alta sociedade burguesa temia a
volta do regime radical do Terror, preparava a reação
• De um lado, as elites aceitaram as reformas políticas
e eleitorais, de outro buscava enfraquecer as forças
populares com ajuda do exército
• Destacando-se o General Cavaignac responsável
pelo massacre de vários trabalhadores, garantindo a
ordem até as eleições . Quanto as forças populares,
desacreditados pela violência, acabaram por se
desarticular.
7. • Em 10 de dezembro de 1848, os franceses elegeram o
sobrinho de Napoleão, Luiz Bonaparte, presidente da
república. Apesar de representar interesses burgueses ele foi
eleito com 73% dos votos, o que demonstra a ilusão
provocada no povo pelo mito de um retorno de Napoleão e
as limitações da democracia liberal .
• Contudo, essa segunda República francesa durou pouco.
Aliado à burguesia o presidente Luiz Bonaparte fechou
legislativo e estabeleceu uma ditadura no final de 1851. Após
um plebiscito, redigiu uma nova constituição que lhe
conseguiu poderes de ditatoriais, inaugurando na prática um
Novo Império. Tal golpe ficou conhecido como 18 Brumário
de Luís Bonaparte, numa referencia ao golpe dado por
Napoleão em 1799.
8. •O Segundo Império (1852-
1870)Politicamente falando, o segundo
império foi marcado pela concentração
de poder nas mãos de Luís Bonaparte
(Napoleão III). A partir de 1860 uma
série de liberalizações levou a uma
certa liberdade de imprensa e cessão
de poderes para o Legislativo
9.
10. • Durante o sec. XIX, a Itália viveu o surgimento de um
sentimento nacionalista, almejando a unificação política da
península. Os Carbonários (uma sociedade secreta e
revolucionária) foram os precursores desse processo.
Tratava-se de um movimento secreto que divulgava ideias
nacionalistas e incluía tanto monarquistas quanto
republicanos. As lutas de 1848(Primavera dos povos)
aprofundaram as diferenças entre os projetos de unificação.
Os republicanos eram liderados por Giuseppe Maziini e
Giuseppe Garibaldi, e os monarquistas pelo Conde de
Cavour. Os monarquistas deram inicio ao processo político
de unificação baseado no Reino de Piemonte-Sardenha,
onde concentrava-se toda a indústria italiana(dirigida por uma
dinâmica burguesa).
11. • A partir de 1860, O Piemonte buscou uma aliança com
Napoleão III para enfrentar a Áustria (vários territórios
sob domínio austríaco passam para o Piemonte).Ao
mesmo tempo os “Camisas Vermelhas” (tropas
populares de Garibaldi) iniciaram o processo de
conquista do sul da Itália e da Sicilia. Já no norte, os
monarquistas lideravam o movimento. Estimulado pelo
jornal Risorgimiento o movimento era bastante ativo nos
territórios controlados pela igreja e em Veneza
(controlada pela Áustria). Garibaldi, percebendo que a
divisão entre os nacionalistas poderia enfraquecer o
movimento, alia-se a Cavour cedendo-lhe a liderança da
unificação.
12. • A ameaça da conquista dos territórios papais causa uma
mudança em Napoleão III. Pressionado pela França e
pouca interessado numa Itália unificada ele se aproxima
da Áustria e garante ao papa que Roma seria
militarmente defendida. Dessa forma ocorre um
impasse, a Áustria (ainda no comando de Veneza) não
podia ser atacada sem o apoio e atacar Roma
significaria uma guerra com a França.A Guerra das Sete
Semanas (1866) representou uma derrota da Áustria
perante a Prússia. Em seguida ouve a derrota da
França na Guerra Franco-Prussiana (1870-1871). Os
italianos, é claro se aproveitaram dessas oportunidades.
13. • Em Janeiro de 1871, Vítor Emanuel II (governante do
Piemonte) transferiu-se para Roma estabelecendo o Estado
italiano unificado. A igreja entretanto, recusou-se a
reconhecê-lo e o papa passou a se considerar prisioneiro em
Roma.A questão romana só foi resolvida em 1929 quando o
papa PIO XI assinou com o ditador Benito Mussolni o
Tratado de Latrão, criando dentro de Roma o Estado do
Vaticano (independente e administrado pela igreja). Mesmo
assim algumas questões continuavam pendentes como as
províncias irridentes ainda sob domínio austríaco que eram
reivindicadas pela Itália. Esse foi um dos fatores que levou o
país a se envolver na Primeira Guerra Mundial.