1. No dia 6-04-2016 procedemos a uma visita de estudo à ETAR (estação de
tratamento de águas residuais) do Tâmega/Ponte da Baia localizada em Vila Caiz,
Amarante, um dos muitos investimentos da empresa Águas do Noroeste, S.A. em
parceria com o município de Amarante, para solucionar, definitivamente, os problemas
existentes no saneamento de águas residuais.
Esta ETAR foi inaugurada formalmente no dia 3 de Junho, às 16h30. Com entrada
em funcionamento desde o dia 2 de Abril, a nova infraestrutura dimensionada para
servir uma população de cerca de 45.127 habitantes, permite desativar a ETAR de S.
Gonçalo, cuja capacidade de tratamento estava já ultrapassada e possuía também um
processo de tratamento obsoleto perante as atuais exigências ambientais. Para além disto
também permite desativar pequenas unidades compactas de tratamento e fossas sépticas
existentes na área de influencia.
Nesta visita de estudo foram-nos explicados os diversos processos pelos quais a
água residual passa até ser possível devolve-la ao meio ambiente.
2. As águas residuais contêm substâncias contaminantes, nomeadamente: sólidos
suspensos, matérias orgânicas biodegradáveis, micro-organismos patogénicos,
nutrientes inorgânicos dissolvidos, mentais pesados, etc,…
Sendo assim, a água residual passa pelos seguintes processos:
Na 1º fase é realizada uma gradagem, onde são removidas as cargas sólidas de
forma a evitar que as máquinas se entreguem e facilitar o trabalho das mesmas.
Na 2º fase a água é dirigida para tanques onde as águas residuais sofrem uma
decantação primária, ou seja, as águas são separadas ficando paradas,
permitindo que as gorduras fiquem à superfície, passado isto, as máquinas
arrastam essas gorduras muito lentamente, permitindo assim com que se
consiga retirar a maioria das gorduras superficiais.
3. Ao lado dos armazéns responsáveis por estas duas fases tínhamos presentes uns
aparelhos que permitiam a renovação do ar nas situações em que o cheiro
proveniente deste tipo de tratamento era insuportável.
Na 3º fase a água é conduzida através de canais subterrâneos para tanques onde
a água é arejada artificialmente através de um sistema de introdução forçada de
ar. Ocorre o contacto entre a matéria orgânica presente na água residual e os
microrganismos responsáveis pelo processo de oxidação. O processo decorre a
nível da massa biologicamente ativa na água residual resultante do processo de
floculação das partículas coloidais e inorgânicas e de células vivas,
principalmente as bactérias e protozoários, as denominadas lamas ativas. Deste
processo resulta a transformação da matéria orgânica em materiais
mineralizados e decantáveis.
É necessário um controlo regrado sobre a quantidade de ar.
Na 4º fase as águas residuais sofrem uma decantação secundária, a água separa-
se por simples decantação no decantador ou clarificador, sendo a água tratada
evacuada por descarregadores de superfície. Uma parte das lamas é reenviada
por bombagem para o tanque de arejamento de forma a manter constante a
população bacteriana. Os ciclos de funcionamento poderão ser ajustados, no
decurso da exploração do sistema, tendo em conta as condições reais de
afluência.
Na 5º fase o controlo analítico do efluente tratado será efetuado numa caixa de
amostragem colocada a jusante do sistema de tratamento.
As lamas em excesso (quantidade reduzida em sistemas de baixa carga) serão
removidas periodicamente e conduzidas a destino final, podendo equacionar-se a
sua valorização agrícola como corretivo orgânico.
4. A fase sólida terá incluída a digestão das lamas com o aproveitamento energético
do biogás. Estra transformação será feita pelos biodigestores.
Porém, nem sempre se consegue valorizar energeticamente todo o biogás
produzido na instalação para o devido efeito, sendo necessário proceder à sua queima
através de uma Tocha.
Trabalho elaborado por:
Ana Rita Magalhães Pereira