SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 40
Baixar para ler offline
L/O/G/O
Química Ambiental
Química das Águas - Parte 3
 Purificação de águas
- Tratamento de água para abastecimento
- Tratamento de esgoto
Agatha Lopes
2° semestre 2016
Departamento de Química – UFJF
www.themegallery.com
Art. 225. Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-
lo e preservá-lo para os presentes e as
futuras gerações
A Constituição Federal de 1988 dispõe:
2
www.themegallery.com
Água potável
70% (38% em 1990)
94% da população
98% (92% em 1990)
De acordo com o relatório da Unicef em 2015:
Uma em cada três pessoas no mundo – cerca de
2,4 bilhões de indivíduos – ainda não têm acesso a
serviços de saneamento básico e água potável.
3
www.themegallery.com
Brasil possui 12% da reserva hídrica
do planeta, com os maiores recursos
superficiais (Bacias hidrográficas do
Amazonas e Paraná) e subterrâneos
(Bacias Sedimentares do Paraná,
Piauí, Maranhão).
As águas utilizadas para consumo
humano e para as atividades
socioeconômicas são retiradas de
rios, lagos, represas e aquíferos.
4
www.themegallery.com
Escassez
Desperdício 
Abundância
Imagens: http://turmadamonica.uol.com.br/

REAPROVEITAMENTO
Tratamento de água
Tratamento de esgoto
REUSO
A CRISE DA ÁGUA
5
www.themegallery.com
 Depende da finalidade para qual a água se destina.
Substituir parte da água potável para destinos com padrões
menos restritivos, por uma de qualidade inferior.
- Urbano - Industrial
- Agrícola - Recreação
Toda água deve ser tratada?
6
www.themegallery.com
Água para abastecimento - Fontes
Águas superficiais
Lagos, rios, riachos.
Mais expostas à poluição
Fontes não Potáveis
Estação de Tratamento de Água
Águas subterrâneas:
Aquíferos
Poços, minas, ...
 Fontes Potáveis
 Desinfecção
7
www.themegallery.com
Estação de Tratamento de Água (ETA)
 Principais objetivos:
• A remoção de material particulado, bactérias e algas;
• Remoção da matéria orgânica dissolvida;
• Remoção ou destruição de organismos patogênicos.
 Os processos envolvidos podem sofrer variações
dependendo da fonte de água e dos padrões de qualidade a
serem alcançados.
8
www.themegallery.com
ETA - Esquema simplificado
Imagens: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Agua/Agua7.php
9
www.themegallery.com
Etapas do tratamento da água
Captação e bombeamento
 A água passa por um sistema de grades que impede a
entrada de elementos macroscópicos, como folhas, galhos e
outros detritos.
Após a captação, a água é bombeada com vazões controladas
até as estações de tratamento da água.
10
www.themegallery.com
• Cloração: a presença do cloro deixa os metais menos
solúveis e destrói partes dos microrganismos.
– A pré-cloração hoje está sendo evitada, pois o cloro reage com
substâncias orgânicas presentes na água produzindo
trialometanos (THM): CHX3 (X = cloro, bromo).
– Os THM não são removidos da água através do tratamento
convencional.
 Deve-se assegurar que a matéria orgânica esteja ausente da água
que vai ser submetida à cloração !
• Alcalinização: adição de hidróxido de sódio para adequar
o valor de pH para as fases seguintes do tratamento.
Pré-tratamento
11
www.themegallery.com
Adição de um coagulante, geralmente sulfato de alumínio,
seguido de uma agitação violenta da água para provocar a
desestabilização das partículas de sujeira, facilitando sua
agregação.
Coagulação
Os hidróxidos gelatinosos
insolúveis formados vão
encapsular as partículas
suspensas na água.
12
www.themegallery.com
Floculação
Em tanques menores, válvulas provocam uma suave
turbulência na água.
 as partículas de sujeira desestabilizadas pela coagulação
colidem umas com as outras e vão se unindo, formando flocos
maiores.
A floculação ocorre em
um tempo muito maior
do que a coagulação.
13
www.themegallery.com
Decantação
É um processo de separação física das partículas em
suspensão, clarificando a água e reduzindo em grande
porcentagem as impurezas.
Processo dura cerca de 3 h
O material sedimentado
constitui o lodo, onde
predominam matéria orgânica,
hidróxido de alumínio e
impurezas diversas.
 Estação de tratamento de
sólidos
14
www.themegallery.com
Filtração
Na filtração, a água passa
por várias camadas
filtrantes onde ocorre a
retenção das impurezas não
retidas pelos decantadores.
A água da superfície do
decantador é recolhida por
canaletas e levada a
dezenas de filtros
verticais: a água entra por
cima deles e sai por baixo
15
www.themegallery.com
 Para garantir a qualidade da água, após a clarificação é
feita a desinfecção.
 O método mais econômico e usual para a desinfecção da
água em sistemas públicos é a cloração.
Clarificação.
Nesta fase, todas as
partículas de impurezas são
removidas deixando a água
límpida.
 Mas ainda não está pronta
para ser usada.
16
www.themegallery.com
Desinfecção - Cloração
 Usado para destruição de microorganismos presentes na
água, que não foram retidos nas etapas anteriores.
O cloro é aplicado em forma de gás ou em soluções de
hipoclorito.
 O gás cloro reage quase completamente com a água
formando o ácido hipocloroso.
 Em pH mais alcalinos, o ácido hipocloroso se dissocia
17
www.themegallery.com
É um método confiável, de relativo baixo custo, simplicidade
operacional.
O excesso no tratamento favorece a biossegurança no
transporte e armazenamento da água tratada.
 O composto de maior preocupação que pode ser formado
quando usa a desinfecção com cloro é o CHCl3: clorofórmio
Produto da reação do HOCl com matéria orgânica.
18
www.themegallery.com
Fluoretação
A aplicação do flúor pode uma etapa adicional, e tem como
função de colaborar para redução da incidência da cárie
dentária.
O flúor é aplicado na água usando como produtos
fluorsilicato de sódio ou ácido fluorsilícico.
19
www.themegallery.com
Etapas finais
Análises físico-químicas e
microbiológicas para atestar a
qualidade da água. Reservatório  Distribuição
Portaria n° 2914 do Ministério da
Saúde, de 12 de dezembro de 2011.
20
www.themegallery.com
Encaminhado para a desidratação - estabilização química e
microbiológica.
A secagem pode ser feita de várias formas: evaporação em leitos,
uso de filtros (tipo prensa), etc.
Lodo (decantação) - Linha SÓLIDA
Após tratado é transportado para um
destino final adequado.
21
www.themegallery.com
Resíduos líquidos gerados por fonte poluidoras e lançadas na
rede coletora de esgoto ou corpos receptores através de
canalizações, bem como por outro dispositivo de transporte.
Efluentes
Os poluentes atingem o corpo
d’agua distribuídos ao longo
de parte de sua extensão.
Os poluentes atingem o
corpo d’agua de forma
concentrada.
Apenas 39% dos
esgotos são tratados
48,6% da população tem
acesso à coleta de esgoto
22
www.themegallery.com
A constituição dos esgotos domésticos é:
99,9% Água e 0,1% Sólidos
• sólidos suspensos,
• sólidos dissolvidos,
• matéria orgânica,
• nutrientes (N, P),
• organismos patogênicos (vírus, bactérias)
 O esgoto, sem tratamento, provoca dois efeitos negativos
na água em que é lançado:
• Diminuição do O2 dissolvido
• Aumento na emissão de CH4 e CO2
23
Quanto pior a qualidade da água
bruta recolhida na fonte, maior será
o esforço para o tratamento da água.
www.themegallery.com
Possibilidades para tratamento
 Decomposição da matéria orgânica antes do seu
lançamento em corpos de água.
1) Tratamentos aeróbios
2) Tratamentos anaeróbios
3) Tratamento “misto”
O esgoto deve ser tratado em local apropriado
Estações de Tratamento de Efluentes – ETE
A água resultante pode ser
reutilizada em processos industriais
ou lançada nos rios.
24
www.themegallery.com
Tratamento
Preliminar
Remoção de sólidos
grosseiros e areia;
Remoção de sólidos em
suspensão sedimentáveis,
materiais flutuantes
(óleos) e parte da matéria
orgânica em suspensão
Remoção de matéria
orgânica dissolvida e da
matéria orgânica em
suspensão não removida
no tratamento primário
Tratamento
Primário
Tratamento
Secundário
25
www.themegallery.com
26
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=f61JxBM8wrY
www.themegallery.com
Tratamento Preliminar
Proteção
• unidades subsequentes;
• bombas e tubulações;
• corpos receptores.
• evitar abrasão e obstrução nas bombas
e tubulações;
• facilitar o transporte do líquido.
Tratamento
Primário
27
• Evitar a sobrecarrega
dos tanques
www.themegallery.com
Tratamento Primário
Tratamento
Preliminar
Sólidos sedimentáveis
Matéria orgânica (suspensão)
Tratamento
Secundário
Remoção de 40 a 60% dos sólidos em suspensão.
 Eliminação de 30 a 40% da DBO.
Decantador
28
www.themegallery.com
Tratamento Secundário
DEGRADAÇÃO BIOLÓGICA Lançamento
em rios
Tratamento
Primário
Diferentes processos: Decomposição aeróbia e/ou anaeróbia
geração de outros gases como metano (CH4) e gás sulfídrico (H2S).
Anaeróbios
“Remoção” - Lagoas de Estabilização
- Matéria orgânica dissolvida
- Matéria orgânica ainda em suspensão
29
Aeróbios
www.themegallery.com
Lagoas facultativa
Depende de fenômenos puramente naturais.
Na respiração as bactérias consomem O2 e produzem CO2,
que por sua vez é consumido pelas algas no processo de
fotossíntese, produzindo então O2.
As condições aeróbias são mantidas nas camadas
superiores das águas, enquanto as condições anaeróbias
predominam em camadas próximas ao fundo da lagoa.
Adequadas: pequenas comunidades
30
www.themegallery.com
Lagoas aerada facultativa
O oxigênio é fornecido por aeradores mecânicos.
Os microrganismos multipliquem-se e alimentem-se de
material orgânico, formando o lodo e diminuindo assim a
carga poluidora do esgoto.
Exige tempo e área menor  Consumo de energia.
 Solução para lagoas facultativas que operam de forma
saturada e não possuem área suficiente para sua expansão
31
www.themegallery.com
Lagoa anaeróbica – lagoa facultativa
Lagoas anaeróbias possui maior profundidade, com uma
superfície pequena (em comparação).
O consumo de O2 é maior que a sua produção.
 O mecanismo anaeróbio predomina.
Adequado para efluentes com alto teor orgânico
(matadouros), não se aplica aos esgotos domésticos.
Eficiência e custo superior.
32
www.themegallery.com
Lagoa aerada – Lagoa de decantação
O efluente que sai de uma lagoa aerada ainda possui uma
grande quantidade de sólidos suspensos.
Nos decantadores secundários, o sólido restante vai para o
fundo e a parte líquida já está sem 90% das impurezas.
 Gera grande quantidade de lodo, o que requer um
tratamento posterior
33
www.themegallery.com
34
Processo de lodos ativados
Lodos ativados convencional
O lodo é bombeado do fundo do decantador secundário para a
unidade de aeração.
 No decantador primário é removida parte da
matéria orgânica, minimizando os custos do tratamento.
www.themegallery.com
 Lodos ativados de aeração prolongada
O lodo do decantador secundário permanece tempo suficiente
no reator para que ocorra a estabilização.
35
Sem
decantador
primário
 Lodos ativados com fluxo intermitente
A decantação primária, oxidação biológica e decantação
secundária ocorrem em um único tanque, de forma sequencial
www.themegallery.com
Processo de lodos ativados
O lodo torne-se mais concentrado através da
separação de uma parte da água presente.
36
www.themegallery.com
Digestores: microrganismos
anaeróbicos degradam a matéria
orgânica restante:
 forma gás metano e água,
 promove a estabilização do lodo,
 sem odores desagradáveis.
Secagem - Filtros prensa:
equipamento mecânico que desidrata
o lodo, através de várias placas
com telas filtrantes preenchidas
por lodo.
37
www.themegallery.com
Água de reuso:
Irrigação de áreas cultiváveis, uso comercial e domiciliar
como água não potável, reuso industrial, uso na construção
civil, reincorporação nos corpos d’água.
 Biossólidos:
Disposição em aterros sanitários, incineração, uso como
fertilizante orgânico, recuperação de solos degradados,
reaproveitamento industrial (fabricação de tijolos e
cerâmicas, produção de cimento).
 Biogás:
Geração de energia elétrica, energia térmica.
Subprodutos Gerados
38
www.themegallery.com
Considerações Finais
 A escolha do melhor sistema/método de
tratamento varia em função de fatores como:
– volume de esgoto bruto gerado;
– volume de subprodutos gerados e qual sua
aplicação/destinação final;
– tempo requerido para o tratamento do esgoto;
– custo operacional;
– investimento necessário para construir a ETE;
– área ocupada pela ETE.
39
www.themegallery.com
Referências Bibliográficas
• BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,
DF, Senado, 1988.
• Nascentes, C. C.; Costa, L. M. “Química Ambiental”, Universidade Federal de Minas
Gerais, 2011.
• LAPORTA, P.. Um terço da população mundial não tem acesso a água tratada, diz ONU.
Publicado em 3 de julho de 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/economia/crise-
da-agua/noticia/2015/07/um-terco-da-populacao-mundial-nao-tem-acesso-agua-
tratada-diz-onu.html. Acesso em 14 de setembro de 2016.
• VON SPERLING, M.. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos.
3.ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental;
Universidade Federal de Minas Gerais; 2005
• Fraceto L.F, Rosa A.H, Carlos V.M (2012). Meio ambiente e sustentabilidade. Editora
Bookman.
40

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a AULA-4-Agatha.pdf

Como funciona estação de tratamento de água
Como funciona estação de tratamento de águaComo funciona estação de tratamento de água
Como funciona estação de tratamento de águaAnimais Amados
 
Aula12estaodetratamentodegua 140727133418-phpapp02
Aula12estaodetratamentodegua 140727133418-phpapp02Aula12estaodetratamentodegua 140727133418-phpapp02
Aula12estaodetratamentodegua 140727133418-phpapp02Marcus Vinícius Zampieri
 
Estação de tratamento de água
Estação de tratamento de águaEstação de tratamento de água
Estação de tratamento de águaCarlos Priante
 
TRATAMENTO DE ESGOTO DOADO PELA CORSAN AO MUNICÍPIO DE MONTENEGRO EM 2007.
TRATAMENTO DE ESGOTO DOADO PELA CORSAN AO MUNICÍPIO DE MONTENEGRO EM 2007.TRATAMENTO DE ESGOTO DOADO PELA CORSAN AO MUNICÍPIO DE MONTENEGRO EM 2007.
TRATAMENTO DE ESGOTO DOADO PELA CORSAN AO MUNICÍPIO DE MONTENEGRO EM 2007.João Boos Boos
 
Resíduos sólidos
Resíduos sólidosResíduos sólidos
Resíduos sólidosAna Helena
 
As estações de tratamento de água.ppt
As estações de tratamento de água.pptAs estações de tratamento de água.ppt
As estações de tratamento de água.pptssuser46216d
 
Tratamento de água industrial
Tratamento de água industrialTratamento de água industrial
Tratamento de água industrialEric Silva Delvaz
 
Água e sua importancia
Água e sua importanciaÁgua e sua importancia
Água e sua importanciaDarc Melo
 
DMAE - Estação de Tratamento de Água
DMAE - Estação de Tratamento de ÁguaDMAE - Estação de Tratamento de Água
DMAE - Estação de Tratamento de ÁguaJorge Daniel Caminha
 
Saneamento basico
Saneamento basicoSaneamento basico
Saneamento basicoNubia Lopes
 
5 processos químicos unitários
5 processos químicos unitários5 processos químicos unitários
5 processos químicos unitáriosGilson Adao
 
Tratamento de água lucas silva bonardi
Tratamento de água lucas silva bonardiTratamento de água lucas silva bonardi
Tratamento de água lucas silva bonardiquimica389
 
Agentes alternativos
Agentes alternativosAgentes alternativos
Agentes alternativosdcfabcf
 
51.3.poluição e degradação de recursos2011.iiip.aqua.trata.residuos
51.3.poluição e degradação de recursos2011.iiip.aqua.trata.residuos51.3.poluição e degradação de recursos2011.iiip.aqua.trata.residuos
51.3.poluição e degradação de recursos2011.iiip.aqua.trata.residuosLeonor Vaz Pereira
 

Semelhante a AULA-4-Agatha.pdf (20)

Como funciona estação de tratamento de água
Como funciona estação de tratamento de águaComo funciona estação de tratamento de água
Como funciona estação de tratamento de água
 
Aula12estaodetratamentodegua 140727133418-phpapp02
Aula12estaodetratamentodegua 140727133418-phpapp02Aula12estaodetratamentodegua 140727133418-phpapp02
Aula12estaodetratamentodegua 140727133418-phpapp02
 
Estação de tratamento de água
Estação de tratamento de águaEstação de tratamento de água
Estação de tratamento de água
 
Tratamento de agua
Tratamento de aguaTratamento de agua
Tratamento de agua
 
TRATAMENTO DE ESGOTO DOADO PELA CORSAN AO MUNICÍPIO DE MONTENEGRO EM 2007.
TRATAMENTO DE ESGOTO DOADO PELA CORSAN AO MUNICÍPIO DE MONTENEGRO EM 2007.TRATAMENTO DE ESGOTO DOADO PELA CORSAN AO MUNICÍPIO DE MONTENEGRO EM 2007.
TRATAMENTO DE ESGOTO DOADO PELA CORSAN AO MUNICÍPIO DE MONTENEGRO EM 2007.
 
Planeta Água
Planeta ÁguaPlaneta Água
Planeta Água
 
Resíduos sólidos
Resíduos sólidosResíduos sólidos
Resíduos sólidos
 
As estações de tratamento de água.ppt
As estações de tratamento de água.pptAs estações de tratamento de água.ppt
As estações de tratamento de água.ppt
 
Etar
EtarEtar
Etar
 
Tratamento de água industrial
Tratamento de água industrialTratamento de água industrial
Tratamento de água industrial
 
Água e sua importancia
Água e sua importanciaÁgua e sua importancia
Água e sua importancia
 
DMAE - Estação de Tratamento de Água
DMAE - Estação de Tratamento de ÁguaDMAE - Estação de Tratamento de Água
DMAE - Estação de Tratamento de Água
 
Saneamento basico
Saneamento basicoSaneamento basico
Saneamento basico
 
Saneamento basico
Saneamento basicoSaneamento basico
Saneamento basico
 
Tgi texto
Tgi textoTgi texto
Tgi texto
 
5 processos químicos unitários
5 processos químicos unitários5 processos químicos unitários
5 processos químicos unitários
 
Tratamento de água lucas silva bonardi
Tratamento de água lucas silva bonardiTratamento de água lucas silva bonardi
Tratamento de água lucas silva bonardi
 
Agentes alternativos
Agentes alternativosAgentes alternativos
Agentes alternativos
 
tratamento de efluentes
tratamento de efluentestratamento de efluentes
tratamento de efluentes
 
51.3.poluição e degradação de recursos2011.iiip.aqua.trata.residuos
51.3.poluição e degradação de recursos2011.iiip.aqua.trata.residuos51.3.poluição e degradação de recursos2011.iiip.aqua.trata.residuos
51.3.poluição e degradação de recursos2011.iiip.aqua.trata.residuos
 

AULA-4-Agatha.pdf

  • 1. L/O/G/O Química Ambiental Química das Águas - Parte 3  Purificação de águas - Tratamento de água para abastecimento - Tratamento de esgoto Agatha Lopes 2° semestre 2016 Departamento de Química – UFJF
  • 2. www.themegallery.com Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê- lo e preservá-lo para os presentes e as futuras gerações A Constituição Federal de 1988 dispõe: 2
  • 3. www.themegallery.com Água potável 70% (38% em 1990) 94% da população 98% (92% em 1990) De acordo com o relatório da Unicef em 2015: Uma em cada três pessoas no mundo – cerca de 2,4 bilhões de indivíduos – ainda não têm acesso a serviços de saneamento básico e água potável. 3
  • 4. www.themegallery.com Brasil possui 12% da reserva hídrica do planeta, com os maiores recursos superficiais (Bacias hidrográficas do Amazonas e Paraná) e subterrâneos (Bacias Sedimentares do Paraná, Piauí, Maranhão). As águas utilizadas para consumo humano e para as atividades socioeconômicas são retiradas de rios, lagos, represas e aquíferos. 4
  • 6. www.themegallery.com  Depende da finalidade para qual a água se destina. Substituir parte da água potável para destinos com padrões menos restritivos, por uma de qualidade inferior. - Urbano - Industrial - Agrícola - Recreação Toda água deve ser tratada? 6
  • 7. www.themegallery.com Água para abastecimento - Fontes Águas superficiais Lagos, rios, riachos. Mais expostas à poluição Fontes não Potáveis Estação de Tratamento de Água Águas subterrâneas: Aquíferos Poços, minas, ...  Fontes Potáveis  Desinfecção 7
  • 8. www.themegallery.com Estação de Tratamento de Água (ETA)  Principais objetivos: • A remoção de material particulado, bactérias e algas; • Remoção da matéria orgânica dissolvida; • Remoção ou destruição de organismos patogênicos.  Os processos envolvidos podem sofrer variações dependendo da fonte de água e dos padrões de qualidade a serem alcançados. 8
  • 9. www.themegallery.com ETA - Esquema simplificado Imagens: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Agua/Agua7.php 9
  • 10. www.themegallery.com Etapas do tratamento da água Captação e bombeamento  A água passa por um sistema de grades que impede a entrada de elementos macroscópicos, como folhas, galhos e outros detritos. Após a captação, a água é bombeada com vazões controladas até as estações de tratamento da água. 10
  • 11. www.themegallery.com • Cloração: a presença do cloro deixa os metais menos solúveis e destrói partes dos microrganismos. – A pré-cloração hoje está sendo evitada, pois o cloro reage com substâncias orgânicas presentes na água produzindo trialometanos (THM): CHX3 (X = cloro, bromo). – Os THM não são removidos da água através do tratamento convencional.  Deve-se assegurar que a matéria orgânica esteja ausente da água que vai ser submetida à cloração ! • Alcalinização: adição de hidróxido de sódio para adequar o valor de pH para as fases seguintes do tratamento. Pré-tratamento 11
  • 12. www.themegallery.com Adição de um coagulante, geralmente sulfato de alumínio, seguido de uma agitação violenta da água para provocar a desestabilização das partículas de sujeira, facilitando sua agregação. Coagulação Os hidróxidos gelatinosos insolúveis formados vão encapsular as partículas suspensas na água. 12
  • 13. www.themegallery.com Floculação Em tanques menores, válvulas provocam uma suave turbulência na água.  as partículas de sujeira desestabilizadas pela coagulação colidem umas com as outras e vão se unindo, formando flocos maiores. A floculação ocorre em um tempo muito maior do que a coagulação. 13
  • 14. www.themegallery.com Decantação É um processo de separação física das partículas em suspensão, clarificando a água e reduzindo em grande porcentagem as impurezas. Processo dura cerca de 3 h O material sedimentado constitui o lodo, onde predominam matéria orgânica, hidróxido de alumínio e impurezas diversas.  Estação de tratamento de sólidos 14
  • 15. www.themegallery.com Filtração Na filtração, a água passa por várias camadas filtrantes onde ocorre a retenção das impurezas não retidas pelos decantadores. A água da superfície do decantador é recolhida por canaletas e levada a dezenas de filtros verticais: a água entra por cima deles e sai por baixo 15
  • 16. www.themegallery.com  Para garantir a qualidade da água, após a clarificação é feita a desinfecção.  O método mais econômico e usual para a desinfecção da água em sistemas públicos é a cloração. Clarificação. Nesta fase, todas as partículas de impurezas são removidas deixando a água límpida.  Mas ainda não está pronta para ser usada. 16
  • 17. www.themegallery.com Desinfecção - Cloração  Usado para destruição de microorganismos presentes na água, que não foram retidos nas etapas anteriores. O cloro é aplicado em forma de gás ou em soluções de hipoclorito.  O gás cloro reage quase completamente com a água formando o ácido hipocloroso.  Em pH mais alcalinos, o ácido hipocloroso se dissocia 17
  • 18. www.themegallery.com É um método confiável, de relativo baixo custo, simplicidade operacional. O excesso no tratamento favorece a biossegurança no transporte e armazenamento da água tratada.  O composto de maior preocupação que pode ser formado quando usa a desinfecção com cloro é o CHCl3: clorofórmio Produto da reação do HOCl com matéria orgânica. 18
  • 19. www.themegallery.com Fluoretação A aplicação do flúor pode uma etapa adicional, e tem como função de colaborar para redução da incidência da cárie dentária. O flúor é aplicado na água usando como produtos fluorsilicato de sódio ou ácido fluorsilícico. 19
  • 20. www.themegallery.com Etapas finais Análises físico-químicas e microbiológicas para atestar a qualidade da água. Reservatório  Distribuição Portaria n° 2914 do Ministério da Saúde, de 12 de dezembro de 2011. 20
  • 21. www.themegallery.com Encaminhado para a desidratação - estabilização química e microbiológica. A secagem pode ser feita de várias formas: evaporação em leitos, uso de filtros (tipo prensa), etc. Lodo (decantação) - Linha SÓLIDA Após tratado é transportado para um destino final adequado. 21
  • 22. www.themegallery.com Resíduos líquidos gerados por fonte poluidoras e lançadas na rede coletora de esgoto ou corpos receptores através de canalizações, bem como por outro dispositivo de transporte. Efluentes Os poluentes atingem o corpo d’agua distribuídos ao longo de parte de sua extensão. Os poluentes atingem o corpo d’agua de forma concentrada. Apenas 39% dos esgotos são tratados 48,6% da população tem acesso à coleta de esgoto 22
  • 23. www.themegallery.com A constituição dos esgotos domésticos é: 99,9% Água e 0,1% Sólidos • sólidos suspensos, • sólidos dissolvidos, • matéria orgânica, • nutrientes (N, P), • organismos patogênicos (vírus, bactérias)  O esgoto, sem tratamento, provoca dois efeitos negativos na água em que é lançado: • Diminuição do O2 dissolvido • Aumento na emissão de CH4 e CO2 23 Quanto pior a qualidade da água bruta recolhida na fonte, maior será o esforço para o tratamento da água.
  • 24. www.themegallery.com Possibilidades para tratamento  Decomposição da matéria orgânica antes do seu lançamento em corpos de água. 1) Tratamentos aeróbios 2) Tratamentos anaeróbios 3) Tratamento “misto” O esgoto deve ser tratado em local apropriado Estações de Tratamento de Efluentes – ETE A água resultante pode ser reutilizada em processos industriais ou lançada nos rios. 24
  • 25. www.themegallery.com Tratamento Preliminar Remoção de sólidos grosseiros e areia; Remoção de sólidos em suspensão sedimentáveis, materiais flutuantes (óleos) e parte da matéria orgânica em suspensão Remoção de matéria orgânica dissolvida e da matéria orgânica em suspensão não removida no tratamento primário Tratamento Primário Tratamento Secundário 25
  • 27. www.themegallery.com Tratamento Preliminar Proteção • unidades subsequentes; • bombas e tubulações; • corpos receptores. • evitar abrasão e obstrução nas bombas e tubulações; • facilitar o transporte do líquido. Tratamento Primário 27 • Evitar a sobrecarrega dos tanques
  • 28. www.themegallery.com Tratamento Primário Tratamento Preliminar Sólidos sedimentáveis Matéria orgânica (suspensão) Tratamento Secundário Remoção de 40 a 60% dos sólidos em suspensão.  Eliminação de 30 a 40% da DBO. Decantador 28
  • 29. www.themegallery.com Tratamento Secundário DEGRADAÇÃO BIOLÓGICA Lançamento em rios Tratamento Primário Diferentes processos: Decomposição aeróbia e/ou anaeróbia geração de outros gases como metano (CH4) e gás sulfídrico (H2S). Anaeróbios “Remoção” - Lagoas de Estabilização - Matéria orgânica dissolvida - Matéria orgânica ainda em suspensão 29 Aeróbios
  • 30. www.themegallery.com Lagoas facultativa Depende de fenômenos puramente naturais. Na respiração as bactérias consomem O2 e produzem CO2, que por sua vez é consumido pelas algas no processo de fotossíntese, produzindo então O2. As condições aeróbias são mantidas nas camadas superiores das águas, enquanto as condições anaeróbias predominam em camadas próximas ao fundo da lagoa. Adequadas: pequenas comunidades 30
  • 31. www.themegallery.com Lagoas aerada facultativa O oxigênio é fornecido por aeradores mecânicos. Os microrganismos multipliquem-se e alimentem-se de material orgânico, formando o lodo e diminuindo assim a carga poluidora do esgoto. Exige tempo e área menor  Consumo de energia.  Solução para lagoas facultativas que operam de forma saturada e não possuem área suficiente para sua expansão 31
  • 32. www.themegallery.com Lagoa anaeróbica – lagoa facultativa Lagoas anaeróbias possui maior profundidade, com uma superfície pequena (em comparação). O consumo de O2 é maior que a sua produção.  O mecanismo anaeróbio predomina. Adequado para efluentes com alto teor orgânico (matadouros), não se aplica aos esgotos domésticos. Eficiência e custo superior. 32
  • 33. www.themegallery.com Lagoa aerada – Lagoa de decantação O efluente que sai de uma lagoa aerada ainda possui uma grande quantidade de sólidos suspensos. Nos decantadores secundários, o sólido restante vai para o fundo e a parte líquida já está sem 90% das impurezas.  Gera grande quantidade de lodo, o que requer um tratamento posterior 33
  • 34. www.themegallery.com 34 Processo de lodos ativados Lodos ativados convencional O lodo é bombeado do fundo do decantador secundário para a unidade de aeração.  No decantador primário é removida parte da matéria orgânica, minimizando os custos do tratamento.
  • 35. www.themegallery.com  Lodos ativados de aeração prolongada O lodo do decantador secundário permanece tempo suficiente no reator para que ocorra a estabilização. 35 Sem decantador primário  Lodos ativados com fluxo intermitente A decantação primária, oxidação biológica e decantação secundária ocorrem em um único tanque, de forma sequencial
  • 36. www.themegallery.com Processo de lodos ativados O lodo torne-se mais concentrado através da separação de uma parte da água presente. 36
  • 37. www.themegallery.com Digestores: microrganismos anaeróbicos degradam a matéria orgânica restante:  forma gás metano e água,  promove a estabilização do lodo,  sem odores desagradáveis. Secagem - Filtros prensa: equipamento mecânico que desidrata o lodo, através de várias placas com telas filtrantes preenchidas por lodo. 37
  • 38. www.themegallery.com Água de reuso: Irrigação de áreas cultiváveis, uso comercial e domiciliar como água não potável, reuso industrial, uso na construção civil, reincorporação nos corpos d’água.  Biossólidos: Disposição em aterros sanitários, incineração, uso como fertilizante orgânico, recuperação de solos degradados, reaproveitamento industrial (fabricação de tijolos e cerâmicas, produção de cimento).  Biogás: Geração de energia elétrica, energia térmica. Subprodutos Gerados 38
  • 39. www.themegallery.com Considerações Finais  A escolha do melhor sistema/método de tratamento varia em função de fatores como: – volume de esgoto bruto gerado; – volume de subprodutos gerados e qual sua aplicação/destinação final; – tempo requerido para o tratamento do esgoto; – custo operacional; – investimento necessário para construir a ETE; – área ocupada pela ETE. 39
  • 40. www.themegallery.com Referências Bibliográficas • BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1988. • Nascentes, C. C.; Costa, L. M. “Química Ambiental”, Universidade Federal de Minas Gerais, 2011. • LAPORTA, P.. Um terço da população mundial não tem acesso a água tratada, diz ONU. Publicado em 3 de julho de 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/economia/crise- da-agua/noticia/2015/07/um-terco-da-populacao-mundial-nao-tem-acesso-agua- tratada-diz-onu.html. Acesso em 14 de setembro de 2016. • VON SPERLING, M.. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 3.ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais; 2005 • Fraceto L.F, Rosa A.H, Carlos V.M (2012). Meio ambiente e sustentabilidade. Editora Bookman. 40