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Nº 62 - Abril / Junho de 2017
b o l e t i m d a F R A T E R N I T A S M O V I M E N T O

30 de Maio de 2017
Alberto Osório
E
ste número do espiral é
maioritariamente dedicado
ao nosso 41º Encontro Naci-
onal que teve lugar em Fátima, entre
31 de Março e 2 de Abril.
Lugar de destaque para a reflexão
com que a Irmã Julieta Dias, rscm,
nos brindou.
E
por Fátima passa também a
figura do papa Francisco que,
muito contido em discursos,
teve gestos fecundos (o silêncio, a
interiorização) e palavras certeiras
([igreja] “pobre de meios e rica no
amor”; “ser sinal e sacramento da
misericórdia de Deus que perdoa
sempre, perdoa tudo”, por exemplo).
É árdua, lenta, desgastante, a ingen-
te tarefa de devolver à Igreja o seu
rosto pré-constantiniano, originário,
Jesuânico. Voltar às origens, à base,
às pequenas comunidades, ao evan-
gelho, a Jesus, como rosto de Deus,
implica perder estatuto, privilégios,
ganga, que inibe o “cheiro a ovelhas”,
que afasta das periferias, das mar-
gens da sociedade.
Perder para ganhar.
Vós sois o sal da terra,
mas se o sal se tornar
insípido, com que se
salgará?
« »
Correspondênciadosleitores 2
MestradoemDireito 2
VOCATIO:PorumaIgrejaemmovimento 3
41º Encontro Nacional
Ecos:
Vivência 4
Eusentiassim!... 5
Ecos de Fátima! 5
Tema:
Jesus e as mulheres |As mulheres e a Igreja 6/10
Eu,porémdigo-vos... 11
ComunicadodaDirecção 12
CaroAlberto,
MUITOOBRIGADO!
Um grande abraço com amiza-
de,
AntónioeAlcinaMachadoe
Moura
[ammoura50@gmail.com] (08-03-
2017)
Bom dia
Os meus agradecimentos
Alberto Teixeira
[albertoteixeira@yahoo.com] (09-03-
2017)
Muitoobrigado,DrAlberto
Osório
+A.Taipa
[domantoniotaipa@diocese-
porto.pt](09-03-2017)
Desde já muito agradecido
Com as minhas sinceras sauda-
ções em Cristo
SamuelJorge
[velasbrancas@gmail.com] (09-03-
2017)
Recebi Espiral e, claro, como
sempre, li-o de fio a pavio.
Gosteie aprendi.Continuemna
fraternidade na coragem e na
esperança.
Com amizade e votos de Santa
Páscoa
+M.Martins
[manuel.martins382@gmail.com](11-
03-2017)
CaroAlbertoOsório
Obrigadopeloenviode mais
este número do Espiral, que
também recebi em papel.
Cordialmente, com saudações
franciscanas de Paz e Bem.
+AntónioMontes
[montes@ofm.org.pt] (12-03-2017)
Boa tarde
Muitoobrigadapeloenviodo
boletim.Gostaria de continuara
receber o vosso boletim por e-
mail.
Comosmelhorescumprimentos
MariaHelenaAlexandre
[jlc.alexandre@gmail.com](12-03-
2017)
MESTRADO
Chegou-nos, há bem pouco,
e não directamente
(humildade do autor), a
notícia de que o António
Regadas, nosso Associado
Nº 84, apresentou e defendeu
Tese de Mestrado na
Faculdade de Direito da
Universidade de Coimbra,
sob o título “Procedimento
Especial de Despejo — A
eventual limitação de direitos
fundamentais”.
Os nossos sinceros
parabéns!
Que seja mais um elemento
para o bom uso do direito,
em crescimento da Justiça.
(continua na pág. 11)
Vindos de toda a Itália
reuniram-seemRoma,de24a26
de Março, 50 sacerdotes do rito
latino, a maioria dos quais na
companhia de suas mulheres, a
fimdetomarempartenoConvénio
"PadrescasadosporumaIgreja
emMovimento",promovido por
VOCATIO,ahistóricaassociação
que, desde 1981, presta auxílio a
quantos se viram forçados a
cessar o exercício do seu minis-
tériosacerdotale apedirdispensa
do celibato, por haveremcontraí-
domatrimónio.
Abriram os três dias de tra-
balho, que decorreram entre
momentos deoração, reuniõesde
debate e a projecção do filme-
-documentário "Homens Proibi-
dos", o pároco greco-católico de
Messina,AntónioCucinotta,esua
mulher Mariangela Spadaro, que
falaram sobre a experiência dos
casados feitos sacerdote (isto é,
dos que se ordenaram depois de
casarem)nasigrejasderitobizan-
tino emcomunhão comRoma.A
teóloga Adriana Valério apro-
fundouaquestãodos"amoresnão
resolvidos" entre mulheres e pa-
dres,pondoemevidênciaquetais
mulheres são, de facto, a verda-
deira "questão por resolver" na
Igreja, e como fazer com que o
problema do celibato obrigatório
para os padres faça parte de uma
maiscomplexareformadaIgreja,
queatorne,efectivamente,inclu-
siva.GiovanniCereti sublinhou,
por sua vez, como a "descoberta
da beleza e da santidade do
matrimónioedafamília",própria
do século XX e evidenciada na
Amoris Laetitia, torna insusten-
tável a incompatibilidade entre
vocação parao ministério sacer-
dotal e vocação para o matrimó-
nio,abrindocaminhoàadmissão
de homens casados ao sacerdó-
cio, mesmo na Igreja Católica, e
àreadmissão,noexercíciodomi-
nistério sacerdotal, de quantos
dele foram excluídos por via de
teremcontraídomatrimónio.Er-
nesto Miragobi, padre casado,
falou da crise por que passam os
sacerdotes e as mulheres que
mantém às escondidas relações
afectivas. E o moralista Basílio
Petrá acentuou por fim a quase
nulaconsideraçãoqueo Magisté-
rio de Igreja Católica tem pelos
padres casados, embora se trate
de uma comunhão de 22 Igrejas,
as quais, salvo apenas três, entre
elas a latina (com excepção dos
pastores convertidos de outras
confissões), todas possuem um
clero casado. A Amoris Laetitia
reconhece, no seu nº 202 e pela
primeiravez,um possívele espe-
cial contributo do clero casado
para a vida de toda a Igreja, de
modo particular para a compre-
ensão dos problemas da família,
justamenteporviadaexperiência
do clero casado.
GiovanniMonteasi,presidente
da VOCATIO, a associação dos
padres italianos casados, escla-
rece que não é contra o celibato,
mas"pelaliberdadedeescolha:os
padresdeviam poderescolheren-
(bispo Giovanni D'Ercole)
PORUMAIGREJAEMMOVIMENTO
ReuniãoemRoma daVOCATIOsobrepadrescasados
Mons. Giovanni D’Ercole, que presidiu à Eucaristia.

Obrigada, Irmã Julieta, pelas
duasreflexõesquepartilhou com
os participantes no 41º Encontro
doMovimentoFraternitas:
-AsmulheresdoNovo
Testamentoeasuarelação
comJesus;
-(In)visibilidadedasmulheres
naIgreja.
Como foi bom e agradável
constatar, através de exemplos
narrados no Novo Testamento
(particularmente 4 Evangelhos e
Atos dosApóstolos), que as mu-
lheres, verificando que o BOM
JESUS não fazia distinção entre
elas e os homens, foram quem
primeiro acolheu e pôs em práti-
ca a mensagem da BOANOVA!
Entreosmuitosexemplos,co-
meçandopela sogra de Pedro (Lc
4,38-40) "…, ela, erguendo-se,
começou imediatamente a servi-
los".TambémMariadeMagdala,
Maria de Betânia... escutavam e
estavam ao serviço do Mestre e
dacomunidade.
A Samaritana, depois do diá-
logo com Jesus (Jo 4,1-28), diri-
giu-se à sua cidade e proclamou:
"Eia! Vinde ver um homem que
me disse tudo o que eu fiz! Não
será Ele o Messias?" É esta mu-
lher, porque intuíra que Jesusera
o Messias, parte a anunciá-Lo,
verdadeira missão apostólica.
Também Maria, irmã de Lázaro,
(Jo12,1-10)unge ospés deJesus
e enxuga-lhos com seus cabelos,
reconhecendo-O assim como
Messias.
SegundoosrelatosnoEvange-
lho de João, são, pois, as mulhe-
res que primeiro entendema No-
vidade que está a acontecer.
E, junto à cruz, quem está?
Mt 27,55: "Estavam ali, a ob-
servarde longe, muitas mulheres
quetinhamseguidoJesusdesdea
Galileia e O serviram".
Ejuntoaotúmulo?
Mt 28,61:"Maria de Magdala
e a outra Maria estavam ali sen-
tadas, em frente do sepulcro".
JESUSveio colmatar a noção
desacerdotecomointermediário,
terminarcomomediadorpoispelo
Batismo de JESUS CRISTO to-
dos são sacerdotes. "Não há ju-
deu nem grego; não há escravo
nem livre, não há homem e mu-
lher, porque todos sois um só em
Cristo Jesus"(Gl3,28).
Sabemos que, a pouco e pou-
co, a mulher foi sendo posta de
lado, particularmente a partir do
século IV, quando a religião cris-
tãpassaaseraoficial.Mas,como
oEspíritodoSenhorsopraondee
quando quer, neste nosso tempo,
vão surgindo responsáveiscons-
cientes de que as MULHERES
fazem parte integral do rebanho
doSENHOR.
Foi nesta linha que, nos anos
70 do século passado, em plena
guerra colonial, respondendo ao
apelodosaudosoPadrePires,fun-
dadordomovimentoAFRIS(Au-
xílioReligiosodeInstruçãoeSo-
cial), Jesuíta como o Papa Fran-
cisco, parti com um grupo alar-
gado de jovens raparigasparaal-
gumas periferias de Angola, no
distritodeUíge.Foram2anosple-
nosdevidacomomissionárialei-
ga.
Eduarda Cunha
(Associadanº19)
A Ir. Julieta Dias, rscm, apresenta a sua comunicação (vista quase
geral dos participantes).
VIVÊNCIA
Ela falou com o coração! E,
falando assim, encheu os cora-
ções de quem a ouviu!...
Ressaltouo espíritode humil-
dade na profundidade com que
desenvolveuotema"AMulherna
Igreja". Ela, a Irmã Julieta Dias,
foi ao fundo da questão, com a
perspicáciafeminina:o queseria
a Igreja sem a mulher?!...Amu-
lher esteve na Incarnação, esteve
numcasamentonosmomentosde
apuro,esteveaoladodeJesusnas
horas dramáticas da sua Paixão,
foia1ª apóstolana hora triunfan-
te e decisiva da Ressurreição de
Jesus...Eos homens...ondeesta-
vam?... Não estavam!...
Na subida para o Calvário,
ondeestavamoshomens?!...Não
estavam!... Um apóstolo até lar-
gouomantoparapoderfugirmais
depressa...
...E as mulheres? Elas...
estavam!...A mulher falou na
Incarnação, falou no casamento,
chorou na Paixão de Jesus, ficou
junto à Cruz, anunciou aos frus-
tradosApóstolos a Ressurreição
doSenhor...
E hoje?Amaior parte do ser-
viço da Igreja é feito por elas...
Sãoesperançaeconfortojuntode
quem sofre, regaço de crianças,
como barco,a conduzi-las para o
futuro,presençasolidáriajuntode
quem está só...
Porque não se ouve a sua voz
nasiniciativasda Igreja?Elassão
o amor repartido, mas excluídas
do governodaIgreja!...
Airmã JulietaDiasconduziu-
-nos suave e alegremente, com
uma clareza inexcedível, por ca-
minhosdereflexãotãoprofundos
quenos deixou a pensar...
Não sei como os outros senti-
ram... Eu senti assim!...
Judite Paiva
(Associadanº28)
EU SENTI ASSIM!...
"De Maria, nunquam satis!"
— os directores espirituais diva-
gavam sobre os carismas de Ma-
ria. Tanto diziam e sempre bem
fundamentados que lhe tiravam
todaahumanidade.Mariaerapara
sercontemplada…AIrmãJulieta
começou por nos ajudar a situar
Maria: Ela é companheirade jor-
nada.
Maria édiscípuladeJesus.Na
cena da visita dos Magos, Lucas
(2,19) diz que "Maria guardava
todas estas palavras, conversan-
do no seu coração". Maria ia
aprendendo a lidar com Aquele
Menino. Procurava entender o
sentido mais profundo de todos
aqueles factos.
Eassim foiao longo de toda a
vida de Jesus. Maria acompa-
nhou, aprendeu, descobriu… até
chegar ao Calvário, onde de pé
testemunha a salvação realizada.
Maria entendia tudo? É a grande
interrogação que se nos põe.
Um grandereconhecimento à
irmãJulieta:ajudou-nosacontem-
plar Maria, fazendo dela nossa
ECOS DE FÁTIMA!
(conclui na pág. 6)
página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05 fraternitasmovim

(continuação da pág. 5)
companheira. E daí partiu para
vermos a mulher na Sagrada Es-
critura, na Igreja incipiente e nas
Cartas.Temosmuito a descobrir.
Esobretudo temos de aceitarque
"nãohá grego nemjudeu…", so-
mos filhos de Deus, somos ir-
mãos,somos todosiguais.
Há um longo caminho a per-
correr. "Temos de renascer de
novo" erelercom novosolhosos
textos da revelação, sobretudo
despirmo-nos de preconceitos
arcaizantes que nos limitam e
desvirtuam a leitura. "Senhor,
fazei que eu veja!"
J. Soares
(AssociadoNº72)
ECOSDEFÁTIMA!
Introdução
Algumasnotasintrodutórias.
Nosprimeirostemposdocris-
tianismo, com a morte de algu-
mas pessoasque seguiram Jesus,
que ouviram as suas palavras e
viram os seus actos, o seu modo
de se relacionar com Deus, com
os outros e guardaram tudo isso
em seus corações, sentiram a ne-
cessidade de escrever a memória
dequemaindapodiatestemunhar,
de quem ainda podia dizer "eu vi
e ouvi". Assim nasceu parte do
que,hoje, chamamos"NovoTes-
tamento", num género literário
muitoparticular:Evangelho.
São textos teológicos, textos
cristológicos. O que interessa é a
"vida" de Jesus, em actos e pala-
vras, enquanto andou entre nós.
[…] Não são crónicas de histó-
ria, no sentido em que entende-
mos, hoje, a palavra "história".
Falam de um facto histórico —
vida e obra de Jesus de Nazaré
— interpretado pela fé das pri-
meiras comunidades.[…]
É, pois, natural que se sinta
algumadificuldadeemdistinguir,
através dos conceitos actuais de
história e teologia, onde termina
uma e começa a outra. Pelo con-
trário, estão de tal maneira
entretecidas que, facilmente, se
tomaumapelaoutra.Oimportan-
te é ter sempre presente que se
está perante um tecido feito com
fios de história, com fios de teo-
logiaecomfiosdetestemunhode
fé.
É necessário, ainda, conside-
rar as circunstâncias e a perspec-
tivateológicadecadaevangelista.
[…]
O nosso campo, aqui, é ver a
atitudedealgumasmulheresque
encontraram Jesus de Nazaré.Os
testemunhosevangélicosmostram
que as mulheres foram muito
maisreceptivasànovidadedeJe-
sus do que os homens. Por isso,
não admira que tenham sido as
primeirasafazeraexperiênciado
Cristoressuscitado e a anunciá-
-lo aos discípulos homens.Aac-
ção das mulheres, no primeiro
período da Igreja, deve ter sido
muitointensaefundamentalpara
que os autores dos quatro Evan-
gelhosnão deixemde referirisso
mesmo,quando eracostume não
contarmulheresecrianças.
Por outro lado, apesar desse
costume—quenãoé muitodife-
rente do nosso — não podemos
dizer, sem mais, que a situação
das mulheres era idêntica em to-
das as correntes do judaísmo do
tempo de Jesus, judaísmo muito
plural.[…]
Nesse mundo plural, mas de
exclusãopara a maioria de mu-
lheres, como é que elas acolhem
a mensagem de Jesus de Naza-
ré? O Deus que anunciaé o Deus
da pura graça (Lc 4,19), o Deus
que abre os céus para dizer que
somosseusfilhos,suasfilhas,que
muitoama(Mc1,9-11epar.),que
nos teminscritos no seu coração
(Lc 10, 20).Aira divina, procla-
madaporJoãoBaptistapreceden-
doo Reino deDeuseareconstru-
ção escatológica de Israel (Mt 3,
2.10),não tem mais lugarna Boa
Nova (Evangelho)deJesus.[…]
As estruturas patriarcais rele-
gamamulhereosmarginaispara
os últimos lugares e Jesus anun-
cia a "inversão escatológica": os
primeiros serão os últimos e os
últimos, os primeiros (Mt 19,30;
20,16; Lc 13,30). Esta inversão
aplica-se, perfeitamente, às mu-
lheres, já que elas, de modo ge-
mento@gmail.com página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05
ral, figuram no fim da linha, em-
boracomexcepçõescomonocaso
de Judite, por exemplo, e que no
tempo deJesusestavamuito pre-
sente.
As mulheres sentem que Je-
sussedirigeaelasdeformanova,
humanizanteeinclusiva:sentem-
-securadas,libertadas,acolhidas.
Os quatro Evangelhos testemu-
nhamaexistênciademulheresno
grupo que seguia Jesus desde o
início da sua pregação e são ca-
racterizadascomodiscípulas(não
existe o termo feminino nem em
aramaico nem em grego), visto
que utilizam osverbos típicos do
discipulado: seguir e servir (Mc
15,41;Mt27,55;Lc8,1-3;23,49).
Hoje, é consensual caracteri-
zar, sociologicamente, o movi-
mento iniciado por Jesus de Na-
zaré como um grupo de renova-
ção,nointeriordojudaísmo,ques-
tionandoasinstituiçõescentraisdo
sistema sócio-religioso, a Lei, o
Templo e a sua pretensão de se-
rem as principais mediações de
acesso a Deus.Tratava-se de um
movimentoinclusivo,istoé,todos
podiamentrar,sobretudoquemera
excluído dos outros grupos por
seremdoentes,pecadores,mulhe-
res.
SeguirJesusCristoépôrasua
vida—mulheresehomens—ao
serviçodaalegriaplenaparato-
dos (Jo 15, 11). O IVEvangelho,
na sua estrutura diferente da dos
Sinópticos, pelo lugar que dá às
mulheres, mostra que é testemu-
nhodeumacomunidadeedificada
(cf. Ef 4,12) pela acção delas. A
estrutura da narrativa mostra o
papelpreponderantedasmulheres
nessa comunidade, como o de
Marcos,porexemplo,mostraode
Pedro. O lugar ímpar que lhes
concedereflecte a história, a teo-
logia eosvaloresdacomunidade
dodiscípuloamado.
JESUSEASMULHERES
Segundo os Sinópticos, a pri-
meiramulherquetemumcontac-
to directocom Jesus éa sograde
Pedro,curadadafebre(Mc1,29-
31 e par.). Esta doença atribuída
acausasdeordemnãonatural(Lv
26,16;Dt28,22),a forma da cura
easua(dela)atitudeconsequente,
evoca a fé na Ressurreição (cf.
Mc 9,27; Mt 9,25; 16,21; 17,23;
20,19;26,32;28,6;Act3,15;13,37;
1Cor 15,4) e a atitude de serviço
de quem entra no discipulado de
Jesus, não só durante o seu mi-
nistério terreno, mas, também e
principalmente,nascomunidades
Foto de grupo: a quase totalidade dos participantes no 41º Encontro Nacional.
(continua na pág. seguinte)
pós-pascais:levantou-se(ressur-
reição / posição do apóstolo/a) e
pôs-se aservir (diakonia).
Seguem-se dois casos muito
curiosos, embora Lucas tenha já
referido,explicitamente,queum
grupo de mulheres fazia partedo
séquito de Jesus, servindo (Lc
8,1-3). Um acontece na sequên-
cia do outro: pedem a Jesus que
vá curar uma menina de 12 anos
e, durante o caminho, cura uma
mulherquehá12anosdeveriater
perdidooestigma de mulherque
a tornava impura permanente-
mente (Mc 5,21ss e par.). São
duas mulheres: uma encontra a
morte no iníciodainterdição, no
facto de setornarmulher,e outra
continuavaapermanecernamor-
te, pois nunca mais saía dessa
interdição, sendo impura e tor-
nandoimpurotudo oquetocasse
(Lv 15,19ss). Jesus traz as duas
mulheres à vida. Curando-as,
mostra que a impureza nada tem
avercomfunçõesbiológicas(cf.
Mc7,14-23;Mt15,10-20).
Estesdoisepisódiosligadosao
anterior(levantando asograde
Pedroeameninaeconfirmando
a outra com a fórmula bap-
tismal:a tua fé te salvou,vaiem
paz) abarcam toda a vida de
mulher sem interdições para o
serviçodoReino.
Marcos e Mateus referem o
pedido de umamulherestrangei-
ra(Mc7,24-30;Mt15,21-28)que,
tendoemcontaa sua localização
nos respectivos evangelhos (en-
tre as duas multiplicações), fala
da abertura da missão de Jesus
aosgentios.Éumamulhercoma
sua capacidadede alargaro hori-
zontea partirdomesmo pontode
vista que o restringia,que justifi-
ca essa abertura. Ela desperta
Jesus para o âmbito universal da
sua missão.
InícioefimdoMinistériopúbli-
codeJesus
Segundo o IV Evangelho, a
primeira vez que se fala de Ma-
ria de Nazaré é junto de seu filho
numafesta —nasbodas de Caná
— e é ela que vai provocar o iní-
ciodoministériopúblicodeJesus
(Jo 2,1-12), embora Ele tivesse
perfeitaconsciênciadamissãoque
Lhe fora confiada (Jo 2,4).Antes
de terminarem os festejos, o vi-
nho falta e Mariafala disso ao fi-
lho. Dá-se umdiálogo inusitado.
Tratando-a por "mulher", res-
ponde-lhe com dureza e/ou per-
plexidade:  (lite-
ralmente:"queháentretueeu?")
que pode ser traduzido por: "que
há de comum entre nós?" ou "o
que éque tusabesde mim" que,
supostamente, ninguém deveria
saber? Nos Sinópticos, esta ex-
pressão é posta na boca dos "es-
píritos" dirigindo-se a Jesus que
os quer expulsar (Mc 1, 24; 5, 7;
Mt 8, 29; Lc 4, 34; 8, 28).
A continuação da resposta —
poisaminhahoraaindanãoche-
gou — leva-me a pensar que há
mais perplexidade que dureza: o
que há entre nós para que tu sai-
bas antes de começar?! Como é
queconhecesjáomeusegredo?!
A reacção de sua mãe — di-
zendo aos serventes, fazei tudo o
que ele vos disser — e a acção
deJesus—ordenando:Encheias
talhas de água... Tirai agora um
poucodeáguaelevai-aaomestre
sala — levam-me a pensar que a
mulhertinhapressentidoo"segre-
do" de Jesus e precipitou a Sua
hora que ele julgava não ter che-
gadoainda.
Sabemos que, depois das bo-
das,Jesus foi com a sua mãe para
Cafarnaum, mas só por alguns
dias e não se fala mais de Maria,
sua mãe, até à cruz.
Aí, a mulher que apressara a
hora de Jesus, no início, é a mes-
ma mulher que, estando a esgo-
tar-se a sua hora, recebe o man-
dato de acolher a Igreja, a nova
famíliadeJesus(Jo19,25-27)que
nãoassentanaatracção recíproca
nem nos laços de sangue, mas na
escutadaPalavradeDeusparaa
pôr em prática, isto é, a Igreja
acolhida e edificada pelo amor,
personificadanodiscípuloamado
oudiscípulaamada.Nocasocon-
creto desta comunidade, discípu-
laamada.
Otextoémuitoexplícito:Per-
todacruzdeJesus,permaneciam
depésuamãe,airmãdesuamãe,
Maria, mulher de Clopas, e Ma-
riaMadalena(nãohánenhumho-
mem neste grupoe o costume era
nãocontarmulheresecrianças!).
Jesus, então, vendo a sua mãe e,
perto dela, o discípulo a quem
amava,disseàsuamãe:"Mulher,
eis o teu filho!" Depois disse ao
discípulo: "Eis a tua mãe!" E a
partir dessa hora,o discípulo re-
cebeu-a emsuacasa.Os"mascu-
linos" na narrativa devem-se, tão
só, aouso da linguagemcorrente,
sem esquecer que quem fala é
efectivamente um homem, o fi-
lho que essa mulher estava pres-
tes a perder, mas que tinha de o
reencontrar naquela que Jesus
amava. Pela posição que Maria
Madalena toma na lista das pre-
sentes (último lugar e a mãe o
primeiro,enquadrandotodoogru-
po),leva-me avernela o discípu-
lo amado e em Maria de Nazaré,
a mãe porqueescutou a Palavra e
a pôs em prática: quem é minha
mãe e meus irmãos?
Samaritana(Jo4,1-42)
[…] No capítulo 4, dá-se um
encontroocasional,juntoaopoço
de Jacob, em pleno dia: Jesus e
uma samaritana. De início, pare-
ce que vai acontecer o mesmo:
nãohaverá entendimento porque
as mesmas palavrastêm sentidos
diferentes para cada um dos
interlocutores. No desenrolar da
conversa,porém,amulherperce-
be queaquele homemé diferente
dos outros, deixa o tom irónico e
pergunta o que verdadeiramente
lhe interessa. As respostas que
obtémabrem-lheo espírito e não
tem dúvidas:está perante aquele
que há-de vir e acolhe-o. Neste
acolhimento o seu entendimento
acerca de Deus alarga-se: o ver-
dadeirolugardeculto é o interior
denósmesmos,emespíritoever-
dade. Quando osdiscípulos fala-
vam do messias, referindo-se a
Jesus, a conversa era logo desvi-
ada, seguida da proibição de to-
carem nesse assunto.Aesta mu-
lher,Jesusnãoteveproblemasem
identificar-secomoMessias:Sou
euquefalocontigo.Porquê?Será
que se aplica, aqui, o que Jesus
explicita: Eu te louvo, ó Pai, Se-
nhor do céu e da terra, porque
ocultaste estascoisas aos sábios
e entendidos e as revelaste aos
simples(Lc 10,21). […]
É muito claro, neste evange-
lho, que a grande mensageira de
Jesus,agrande evangelizadora,é
umamulhersamaritana.
Marta(Jo11,1-44)
MesmonocentrodoIVEvan-
gelho vem narrada a "ressurrei-
ção de Lázaro".
Em Lucas, a "transgressora"
dos costumes éMaria de Betânia
e Marta escandaliza-se (Lc 10,
38ss). Aqui (Jo 11,1-44), quem
transgride é Marta. Ela ultrapas-
sa,se assimsepode dizer,a irmã,
nãoobedecendoaoscostumesdo
luto.Saide casa para irao encon-
tro de Jesus, mal tem conheci-
mento de que estava a chegar.
Abandona o lugar da morte,
enquantoMaria se verga,serefu-
gia na conversa de condolências,
seembrulhanoluto.Marta reani-
ma a esperança dos vivos.
Estiveram juntas, apenas, no
acto de avisar Jesus de que o seu
amigo Lázaro estava doente. O
texto diz, exactamente: As duas
irmãs mandaram dizer a Jesus...
Apartirdaí,ocomportamentonão
é o mesmo:cada uma toma atitu-
des diferentes.
De facto, Jesus viera, mas de-
masiado tarde. Já não havia nada
a fazer. Sabiamque "ressuscitar"
não era problema para oAmigo.
Fizera-o várias vezes, mas ime-
diatamenteaseguiràmorte.Nes-
temomento—quatrodiasdepois
— já não havia hipótese. Segun-
do acrençadosjudeus,a alma do
defunto pairava à volta do corpo
até ao quarto dia.Depoisdesapa-
recia para sempre. A morte de
Lázaro era, pois, irremediável.
Ao abandonar o lugar do luto
(acasaouosepulcro),Marta vio-
la, ao mesmo tempo, duas nor-
mas:adahospitalidade(paracom
os judeus que estavam junto de-
las) e o rito fúnebre.
Neste episódio, é Marta que
tem o dom da antecipação.Ape-
sar da demora de Jesus parecer
uma traição à sua amizade, falta
de interesse por elas, ao saber da
proximidade do amigo, não con-
segue ficarmaistempo junto dos
que permanecem na morte. Le-
vanta-se e sai ao seu encontro
antes que ele pise os lugares do
(continua na pág. seguinte)
Um aspecto da Assembleia Geral.
luto.
As primeiras palavras, como
não podia deixar de ser, são de
censura, de acusação, ainda que
velada: Se estivesses aqui, meu
irmãonãoteriamorrido.Nãolhe
perguntaarazão da demora,bem
sabe que foi porque não quis. E
continua:masmesmoagora,eusei
quetudooquepediresaDeus,Ele
te concederá...Nãoé um pedido,
éumaoraçãoinacabada,umaora-
ção impossívelde ser formulada.
Manifesta, no entanto, que acre-
dita que Jesus está em Deus e
Deus em Jesus(cf.Jo10,38:ficai
sabendo que o Paiestá em mim e
eu no Pai).
Teuirmãoressuscitará—diz-
-lhe Jesus. Olha a novidade —
responde-lhe Marta. Seiisso per-
feitamente,desde aminha juven-
tude. Aliás, estou farta de ouvir
essa frase a todos os que vêm fa-
zer-noscompanhia.Euseiqueele
ressuscitará no último dia.[…]
Jesusacrescenta:Eusouares-
surreição e a vida. Quem crê em
mim, ainda que morra viverá. E
quem vive e crê em mim, jamais
morrerá.Acreditasnisto?
O entendimento de Marta
abre-se e descobre que o último
dia está na sua frente: Jesus. A
vida e Ele são a mesma verdade.
Omilagreaconteceu!Dependeda
fé de cada um abrir-se ao mila-
gre. Basta passar da aceitação
doutrinal impessoal à convicção
profunda,emocionante,àadesão,
ao acolhimento incondicional do
crente.
MartajánãopensaemLázaro.
VêoDeushumanadoàsuafrente
enãohesita:Sim,Senhor,eucreio
quetuésoCristo,oFilhodeDeus,
aquelequedeviaviraomundo.O
eu sei da tradição já ficou para
trás. Agora, é Eu creio e esta fé
move todo o seu ser para a novi-
dadequevê:Tuésoeleito(oCris-
to), o Filho, o Deus incarnado.
Este é o âmago, o núcleo central
da fé, da minha fé. Não preciso
de mais.
De facto, parece não precisar
porque ao confessar a sua fé, vai
imediatamente anunciá-lo. Tem
de ser dito a toda a gente.Apartir
de agora, para Marta, Maria é
todoopovo.
Diz-lhebaixinho:oSenhorestá
aqui e chama-te. Ele não a cha-
mou. Marta é que sente a urgên-
cia de tirar Mariadoambiente da
morte e sabe que somente uma
convocação pessoal a pode
demover,apodelevaràvida.Quer
queasuairmãvejaoqueelavira:
aressurreiçãoeavida,aeterni-
dade do último dia e o hoje da
salvação.Maria levanta-see vai.
Marta, movida pela fé, fez o que
tinha a fazer: convocar. O resto
pertencia ao eleito, ao Filho de
Deus, ao Deus humanado.
Marta é a única a confessar a
fé emJesusnuma tríplice dimen-
são. Nos sinópticos é Pedro, em-
boranuncauseadimensãotríplice
pós-pascal (Mt 16,13-20 e par).
Porantecipação,elaconfessaafé
daIgreja,elaproclamaoKerigma
Pascal. A sua fé move mesmo
montanhas(cfLc17,6):amonta-
nhadotempo,a montanhadatra-
dição, a montanha da morte.
UnçãoemBetânia
Nocapítuloseguinte (Jo12,1-
11), é Maria que actua.Testemu-
nha, para mim, mais uma vez, a
presença muito forte das mulhe-
res na comunidade do Discípulo
amado.Quemescreveo4ºEvan-
gelhomostra-nosumacomunida-
de edificada (cf. Ef 4,12) pelas
mulheres(Jo2,1-11;4;11,27;12,1-
11;20,11-18)eestetexto,nomea-
damente, é a confirmação disso
mesmo.
Estamosnoprincípiodofime,
comonoprincípiodocomeço(Jo
2,1-11: bodas em Caná), é uma
mulher queintervém,neste caso,
comum gesto profético. 
Ir. Julieta Dias, rscm
Estetextoéumcondensadodoquea autora
colocouànossadisposição.Nopróximo
númeropublicaremosapartefinal.
*
Eucaristia presidida por D. Serafim: vista parcelar.

O Sermão da Montanha (Mt
5,1ess)ésurpreendente.Precisa-
mosdelhedarmaisemelhoraten-
ção. Já no fim do capítulo ante-
rior, Jesus anuncia: "Mudai de
mentalidade…", porque "ficou
mais próximo o reino dos céus".
Asbem-aventurançassãoumver-
dadeiro programa de vida. Jesus
proclama felizes, protegidos do
Pai, osmarginais,os infelizes,os
insatisfeitos,ossemvoz...Etodos
são bem-aventurados! Mais à
frente, Jesus avisa que não vem
"anularalei…mascumprir".São
Mateus dirige o seu discurso aos
judeus, que davam uma
importância rara à Lei e cumpri-
am escrupulosamente todos os
rituais que eles pretendiam
fundamentadosemMoisés.
Jesus contrapõe: "Pois amém
vosdigo…"enoutravariante"eu,
porém, digo-vos…" Estas
expressõesaparecemdemasiadas
Eu, porém digo-vos…vezes. Com Jesus tudo é novo.
Nada fica como estava.Defacto,
Jesus pede uma nova atitude.
"Eu… digo-vos…" é o tempo
presente, o tempo do reino que
agora começa. E Jesus afirma
comtodaaautoridade.Éumtem-
po novo, pede-se uma mentali-
dadenova,umainovação.
ES.Paulo—umjudeuconvic-
to — leva isto a sério. Ele dá-se
conta da novidade que encontra.
Diz agora não há grego, nem ju-
deu, nem homem nem mulher,
nemescravoouhomemlivre,por-
que cada um de nós é um novo
ser emCristo.Depois parece que
não teve coragem de levar até às
últimas consequências ou então
aceitou conciliar com a cultura
grega.
É importante, absolutamente
necessário reler estes textos a
umaluz nova.AIgreja temdeas-
sumir até às últimas conse-
trecasarounão".Elembrouoen-
contro em Roma do papa Fran-
cisco com quatro padres casados
e suas famílias.
"Ocelibatoobrigatórioestáem
flagrante contraste com o direito
natural e a ética evangélica, que
aconselhava mas não impunha a
castidade" — disse no já longín-
quoanode1788ocardealGiusep-
pe Capecalatro. "O primeiro Pa-
pa, S. Pedro, era casado" repetia
em anos mais recentes o cardeal
belga Léon-Joseph Suenens.
Vozes fora do coro, de facto não
ouvidas hoje. Mesmo queo papa
Franciscotenhaditorecentemente
quedesejava estudaraspossibili-
dades dos viri probati, isto é, de
homens casados de comprovada
fé a quem confiar algumas
funções ministeriais. Na Igreja,
com excepção do rito oriental, o
que na prática se impôs, a partir
doConcíliodeTrento,foiordenar
apenas candidatoscelibatários.
Ponto alto do Encontro foi a
celebração eucarística presidida
pelobispodeAscoliPiceno,mons.
GiovanniD'Ercole,que,comasua
inédita presença, talvez tenha
dado início a um diálogo entre a
Conferência Episcopal Italiana e
os padres privados do ministério
por terem contraído matrimónio.
"Vós não sois um problema para
aIgreja,masumrecurso"—disse
o bispo mais uma vez, oferecen-
do-se, aliás, como "ponto de
referência" numa caminhada de
auscultação, de perdão recíproco
edereconciliação.Sórestaaguar-
daropróximopasso.
Mauro Castagnaro
[trad.deArturOliveira]
quências este compromisso com
o Reino de Deus que já está pre-
sente. E corajosamente tornar
mais visível este Reino, refazen-
do estruturas, partilhando poder,
mais transparência nas contas,
revendo a posição da mulher na
Igreja,o seu acesso aoministério
ordenado,ocelibatosacerdotal…
Umanovamentalidade!Umgran-
de momento vivemos na Igreja.
O papa Francisco muito tem ca-
minhado e tem ajudado a cami-
nhar, mas ainda há muito a con-
verter. Rezemos pela fidelidade
da Igreja ao Espírito que veio,
vem e constantemente nosabre a
novos apelos. Ele é o prometido.
A sua garantia e fidelidade é cer-
ta.Correspondamoscomelegân-
cia, obediência, humildade para
sermos dignos de participar da
ressurreição. "Vem, Senhor
Jesus!"
J. Soares
(Associadonº72)

Encontroda VOCATIO
(continuação da pág. 3)
*
Rua Dr. Sá Carneiro, 182 - 1º Dtº
3700-254 S. JOÃO DA MADEIRA
e-mail: espiral.fraternitas@gmail.com
boletim de
f r a t e r n i t a s m o v i m e n t o
Responsável: Alberto Osório deCastro
Nº 62 - Abril/Junho de 2017
Decorreu em Fátima, na Casa de Retiros de
Nossa Senhora do Carmo, entre os dias 31 de
Março e 2 de Abril, o nosso 41º Encontro
Nacional. Teve uma presença de Associados
muito significativa.
Começámos por ser interpelados pelo
visionamento do filme "Deus não está morto" de
Harnold Cronk. O serão de sexta-feira foi, assim,
muito bem preenchido.
O diaseguinte, sábado, foi dedicadoà reflexão
sobre "A Mulher na Igreja". Guiou-nos, com
muita sabedoria, simplicidade e humildade, a
Irmã Julieta Dias, rscm. As suas exposições fo-
ram muito claras, calmas e iluminadoras. E, nos
momentos de debate, de colocação de questões,
não se furtou a quaisquer problemas colocados.
Foi de um enriquecimento enorme. Todos ficá-
mos com vontade de mais.
Para o domingo estava programada a
Assembleia Geral da FRATERNITAS e a
Eucaristia de Encerramento.
A Assembleia Geral ocupou um pouco mais
de tempo do que o previsto, mas isso só
demonstra o interesse que os Associados
colocam na vida da nossa FRATERNITAS
Movimento.
Foram debatidas e aprovadas as Contas e
os Relatórios da Direcção de 2016. Um ponto
importante muito abordado e que mereceu
considerações oportunas de diversos
intervenientes, foi a questão da legalização da
FRATERNITAS Movimento após a alteração de
Estatutos ocorrida na Assembleia Geral do ano
passado. Estranha-se a dificuldade de obter uma
41º Encontro Nacional da
FRATERNITAS Movimento
resposta do Ordinário de Lisboa, local da nova
sede da FRATERNITAS, indispensável para a
regularização junto do RNPC (Registo Nacional
de Pessoas Colectivas), o único passo em falta.
O Plano de Actividades e o Orçamento para
2017 constituíram motivo de viva troca de
impressões e sugestões para que o Movimento
possa avançar cada vez mais num caminho de
construção deIgreja, em que asrelações pessoais
sejam cada vez mais vivas e congregadoras de
Comunidade.
Afirmou-se a necessidade de desenvolver
mais esforços, seja para animar mais os Asso-
ciados actuais (que avançam na idade e nas limi-
tações naturais), seja na cativação dos mais
novos, acolhendo-os e ajudando-os no que preci-
sem e esteja ao nosso alcance. E, se isto era já
uma certa preocupação geral, muito mais se
acentuou com a leitura de uma carta que a Isabel
BeiresFernandes endereçoua toda aAssembleia.
E o Encontro encerrou com a Eucaristia
presidida pelo nosso querido amigo D. Serafim
Ferreira e Silva, bispo emérito de Leiria-Fátima e
nossoAssociadoHonorário. No seuestilo habitual,
calmo, simples, deixou-nos uma mensagem de
esperança e vida.
Salienta-se, igualmente, a admissão de dois
Associados Simpatizantes: um casal do Porto e
uma amiga de Rio Maior, presença habitual em
actividades do nosso Movimento.
O almoço, em que festejamos o aniversário
da Cibele e também o do José Serafim Sousa,
ocorrido há poucos dias, foi o ponto final de um
Encontro muitorico, muito envolvente, quea todos
encheu por dentro.
Fátima, 2 de Abril de 2017
A Direcção
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Espiral 62

  • 1. Nº 62 - Abril / Junho de 2017 b o l e t i m d a F R A T E R N I T A S M O V I M E N T O  30 de Maio de 2017 Alberto Osório E ste número do espiral é maioritariamente dedicado ao nosso 41º Encontro Naci- onal que teve lugar em Fátima, entre 31 de Março e 2 de Abril. Lugar de destaque para a reflexão com que a Irmã Julieta Dias, rscm, nos brindou. E por Fátima passa também a figura do papa Francisco que, muito contido em discursos, teve gestos fecundos (o silêncio, a interiorização) e palavras certeiras ([igreja] “pobre de meios e rica no amor”; “ser sinal e sacramento da misericórdia de Deus que perdoa sempre, perdoa tudo”, por exemplo). É árdua, lenta, desgastante, a ingen- te tarefa de devolver à Igreja o seu rosto pré-constantiniano, originário, Jesuânico. Voltar às origens, à base, às pequenas comunidades, ao evan- gelho, a Jesus, como rosto de Deus, implica perder estatuto, privilégios, ganga, que inibe o “cheiro a ovelhas”, que afasta das periferias, das mar- gens da sociedade. Perder para ganhar. Vós sois o sal da terra, mas se o sal se tornar insípido, com que se salgará? « » Correspondênciadosleitores 2 MestradoemDireito 2 VOCATIO:PorumaIgrejaemmovimento 3 41º Encontro Nacional Ecos: Vivência 4 Eusentiassim!... 5 Ecos de Fátima! 5 Tema: Jesus e as mulheres |As mulheres e a Igreja 6/10 Eu,porémdigo-vos... 11 ComunicadodaDirecção 12
  • 2. CaroAlberto, MUITOOBRIGADO! Um grande abraço com amiza- de, AntónioeAlcinaMachadoe Moura [ammoura50@gmail.com] (08-03- 2017) Bom dia Os meus agradecimentos Alberto Teixeira [albertoteixeira@yahoo.com] (09-03- 2017) Muitoobrigado,DrAlberto Osório +A.Taipa [domantoniotaipa@diocese- porto.pt](09-03-2017) Desde já muito agradecido Com as minhas sinceras sauda- ções em Cristo SamuelJorge [velasbrancas@gmail.com] (09-03- 2017) Recebi Espiral e, claro, como sempre, li-o de fio a pavio. Gosteie aprendi.Continuemna fraternidade na coragem e na esperança. Com amizade e votos de Santa Páscoa +M.Martins [manuel.martins382@gmail.com](11- 03-2017) CaroAlbertoOsório Obrigadopeloenviode mais este número do Espiral, que também recebi em papel. Cordialmente, com saudações franciscanas de Paz e Bem. +AntónioMontes [montes@ofm.org.pt] (12-03-2017) Boa tarde Muitoobrigadapeloenviodo boletim.Gostaria de continuara receber o vosso boletim por e- mail. Comosmelhorescumprimentos MariaHelenaAlexandre [jlc.alexandre@gmail.com](12-03- 2017) MESTRADO Chegou-nos, há bem pouco, e não directamente (humildade do autor), a notícia de que o António Regadas, nosso Associado Nº 84, apresentou e defendeu Tese de Mestrado na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, sob o título “Procedimento Especial de Despejo — A eventual limitação de direitos fundamentais”. Os nossos sinceros parabéns! Que seja mais um elemento para o bom uso do direito, em crescimento da Justiça.
  • 3. (continua na pág. 11) Vindos de toda a Itália reuniram-seemRoma,de24a26 de Março, 50 sacerdotes do rito latino, a maioria dos quais na companhia de suas mulheres, a fimdetomarempartenoConvénio "PadrescasadosporumaIgreja emMovimento",promovido por VOCATIO,ahistóricaassociação que, desde 1981, presta auxílio a quantos se viram forçados a cessar o exercício do seu minis- tériosacerdotale apedirdispensa do celibato, por haveremcontraí- domatrimónio. Abriram os três dias de tra- balho, que decorreram entre momentos deoração, reuniõesde debate e a projecção do filme- -documentário "Homens Proibi- dos", o pároco greco-católico de Messina,AntónioCucinotta,esua mulher Mariangela Spadaro, que falaram sobre a experiência dos casados feitos sacerdote (isto é, dos que se ordenaram depois de casarem)nasigrejasderitobizan- tino emcomunhão comRoma.A teóloga Adriana Valério apro- fundouaquestãodos"amoresnão resolvidos" entre mulheres e pa- dres,pondoemevidênciaquetais mulheres são, de facto, a verda- deira "questão por resolver" na Igreja, e como fazer com que o problema do celibato obrigatório para os padres faça parte de uma maiscomplexareformadaIgreja, queatorne,efectivamente,inclu- siva.GiovanniCereti sublinhou, por sua vez, como a "descoberta da beleza e da santidade do matrimónioedafamília",própria do século XX e evidenciada na Amoris Laetitia, torna insusten- tável a incompatibilidade entre vocação parao ministério sacer- dotal e vocação para o matrimó- nio,abrindocaminhoàadmissão de homens casados ao sacerdó- cio, mesmo na Igreja Católica, e àreadmissão,noexercíciodomi- nistério sacerdotal, de quantos dele foram excluídos por via de teremcontraídomatrimónio.Er- nesto Miragobi, padre casado, falou da crise por que passam os sacerdotes e as mulheres que mantém às escondidas relações afectivas. E o moralista Basílio Petrá acentuou por fim a quase nulaconsideraçãoqueo Magisté- rio de Igreja Católica tem pelos padres casados, embora se trate de uma comunhão de 22 Igrejas, as quais, salvo apenas três, entre elas a latina (com excepção dos pastores convertidos de outras confissões), todas possuem um clero casado. A Amoris Laetitia reconhece, no seu nº 202 e pela primeiravez,um possívele espe- cial contributo do clero casado para a vida de toda a Igreja, de modo particular para a compre- ensão dos problemas da família, justamenteporviadaexperiência do clero casado. GiovanniMonteasi,presidente da VOCATIO, a associação dos padres italianos casados, escla- rece que não é contra o celibato, mas"pelaliberdadedeescolha:os padresdeviam poderescolheren- (bispo Giovanni D'Ercole) PORUMAIGREJAEMMOVIMENTO ReuniãoemRoma daVOCATIOsobrepadrescasados Mons. Giovanni D’Ercole, que presidiu à Eucaristia.
  • 4.  Obrigada, Irmã Julieta, pelas duasreflexõesquepartilhou com os participantes no 41º Encontro doMovimentoFraternitas: -AsmulheresdoNovo Testamentoeasuarelação comJesus; -(In)visibilidadedasmulheres naIgreja. Como foi bom e agradável constatar, através de exemplos narrados no Novo Testamento (particularmente 4 Evangelhos e Atos dosApóstolos), que as mu- lheres, verificando que o BOM JESUS não fazia distinção entre elas e os homens, foram quem primeiro acolheu e pôs em práti- ca a mensagem da BOANOVA! Entreosmuitosexemplos,co- meçandopela sogra de Pedro (Lc 4,38-40) "…, ela, erguendo-se, começou imediatamente a servi- los".TambémMariadeMagdala, Maria de Betânia... escutavam e estavam ao serviço do Mestre e dacomunidade. A Samaritana, depois do diá- logo com Jesus (Jo 4,1-28), diri- giu-se à sua cidade e proclamou: "Eia! Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz! Não será Ele o Messias?" É esta mu- lher, porque intuíra que Jesusera o Messias, parte a anunciá-Lo, verdadeira missão apostólica. Também Maria, irmã de Lázaro, (Jo12,1-10)unge ospés deJesus e enxuga-lhos com seus cabelos, reconhecendo-O assim como Messias. SegundoosrelatosnoEvange- lho de João, são, pois, as mulhe- res que primeiro entendema No- vidade que está a acontecer. E, junto à cruz, quem está? Mt 27,55: "Estavam ali, a ob- servarde longe, muitas mulheres quetinhamseguidoJesusdesdea Galileia e O serviram". Ejuntoaotúmulo? Mt 28,61:"Maria de Magdala e a outra Maria estavam ali sen- tadas, em frente do sepulcro". JESUSveio colmatar a noção desacerdotecomointermediário, terminarcomomediadorpoispelo Batismo de JESUS CRISTO to- dos são sacerdotes. "Não há ju- deu nem grego; não há escravo nem livre, não há homem e mu- lher, porque todos sois um só em Cristo Jesus"(Gl3,28). Sabemos que, a pouco e pou- co, a mulher foi sendo posta de lado, particularmente a partir do século IV, quando a religião cris- tãpassaaseraoficial.Mas,como oEspíritodoSenhorsopraondee quando quer, neste nosso tempo, vão surgindo responsáveiscons- cientes de que as MULHERES fazem parte integral do rebanho doSENHOR. Foi nesta linha que, nos anos 70 do século passado, em plena guerra colonial, respondendo ao apelodosaudosoPadrePires,fun- dadordomovimentoAFRIS(Au- xílioReligiosodeInstruçãoeSo- cial), Jesuíta como o Papa Fran- cisco, parti com um grupo alar- gado de jovens raparigasparaal- gumas periferias de Angola, no distritodeUíge.Foram2anosple- nosdevidacomomissionárialei- ga. Eduarda Cunha (Associadanº19) A Ir. Julieta Dias, rscm, apresenta a sua comunicação (vista quase geral dos participantes). VIVÊNCIA
  • 5. Ela falou com o coração! E, falando assim, encheu os cora- ções de quem a ouviu!... Ressaltouo espíritode humil- dade na profundidade com que desenvolveuotema"AMulherna Igreja". Ela, a Irmã Julieta Dias, foi ao fundo da questão, com a perspicáciafeminina:o queseria a Igreja sem a mulher?!...Amu- lher esteve na Incarnação, esteve numcasamentonosmomentosde apuro,esteveaoladodeJesusnas horas dramáticas da sua Paixão, foia1ª apóstolana hora triunfan- te e decisiva da Ressurreição de Jesus...Eos homens...ondeesta- vam?... Não estavam!... Na subida para o Calvário, ondeestavamoshomens?!...Não estavam!... Um apóstolo até lar- gouomantoparapoderfugirmais depressa... ...E as mulheres? Elas... estavam!...A mulher falou na Incarnação, falou no casamento, chorou na Paixão de Jesus, ficou junto à Cruz, anunciou aos frus- tradosApóstolos a Ressurreição doSenhor... E hoje?Amaior parte do ser- viço da Igreja é feito por elas... Sãoesperançaeconfortojuntode quem sofre, regaço de crianças, como barco,a conduzi-las para o futuro,presençasolidáriajuntode quem está só... Porque não se ouve a sua voz nasiniciativasda Igreja?Elassão o amor repartido, mas excluídas do governodaIgreja!... Airmã JulietaDiasconduziu- -nos suave e alegremente, com uma clareza inexcedível, por ca- minhosdereflexãotãoprofundos quenos deixou a pensar... Não sei como os outros senti- ram... Eu senti assim!... Judite Paiva (Associadanº28) EU SENTI ASSIM!... "De Maria, nunquam satis!" — os directores espirituais diva- gavam sobre os carismas de Ma- ria. Tanto diziam e sempre bem fundamentados que lhe tiravam todaahumanidade.Mariaerapara sercontemplada…AIrmãJulieta começou por nos ajudar a situar Maria: Ela é companheirade jor- nada. Maria édiscípuladeJesus.Na cena da visita dos Magos, Lucas (2,19) diz que "Maria guardava todas estas palavras, conversan- do no seu coração". Maria ia aprendendo a lidar com Aquele Menino. Procurava entender o sentido mais profundo de todos aqueles factos. Eassim foiao longo de toda a vida de Jesus. Maria acompa- nhou, aprendeu, descobriu… até chegar ao Calvário, onde de pé testemunha a salvação realizada. Maria entendia tudo? É a grande interrogação que se nos põe. Um grandereconhecimento à irmãJulieta:ajudou-nosacontem- plar Maria, fazendo dela nossa ECOS DE FÁTIMA! (conclui na pág. 6)
  • 6. página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05 fraternitasmovim  (continuação da pág. 5) companheira. E daí partiu para vermos a mulher na Sagrada Es- critura, na Igreja incipiente e nas Cartas.Temosmuito a descobrir. Esobretudo temos de aceitarque "nãohá grego nemjudeu…", so- mos filhos de Deus, somos ir- mãos,somos todosiguais. Há um longo caminho a per- correr. "Temos de renascer de novo" erelercom novosolhosos textos da revelação, sobretudo despirmo-nos de preconceitos arcaizantes que nos limitam e desvirtuam a leitura. "Senhor, fazei que eu veja!" J. Soares (AssociadoNº72) ECOSDEFÁTIMA! Introdução Algumasnotasintrodutórias. Nosprimeirostemposdocris- tianismo, com a morte de algu- mas pessoasque seguiram Jesus, que ouviram as suas palavras e viram os seus actos, o seu modo de se relacionar com Deus, com os outros e guardaram tudo isso em seus corações, sentiram a ne- cessidade de escrever a memória dequemaindapodiatestemunhar, de quem ainda podia dizer "eu vi e ouvi". Assim nasceu parte do que,hoje, chamamos"NovoTes- tamento", num género literário muitoparticular:Evangelho. São textos teológicos, textos cristológicos. O que interessa é a "vida" de Jesus, em actos e pala- vras, enquanto andou entre nós. […] Não são crónicas de histó- ria, no sentido em que entende- mos, hoje, a palavra "história". Falam de um facto histórico — vida e obra de Jesus de Nazaré — interpretado pela fé das pri- meiras comunidades.[…] É, pois, natural que se sinta algumadificuldadeemdistinguir, através dos conceitos actuais de história e teologia, onde termina uma e começa a outra. Pelo con- trário, estão de tal maneira entretecidas que, facilmente, se tomaumapelaoutra.Oimportan- te é ter sempre presente que se está perante um tecido feito com fios de história, com fios de teo- logiaecomfiosdetestemunhode fé. É necessário, ainda, conside- rar as circunstâncias e a perspec- tivateológicadecadaevangelista. […] O nosso campo, aqui, é ver a atitudedealgumasmulheresque encontraram Jesus de Nazaré.Os testemunhosevangélicosmostram que as mulheres foram muito maisreceptivasànovidadedeJe- sus do que os homens. Por isso, não admira que tenham sido as primeirasafazeraexperiênciado Cristoressuscitado e a anunciá- -lo aos discípulos homens.Aac- ção das mulheres, no primeiro período da Igreja, deve ter sido muitointensaefundamentalpara que os autores dos quatro Evan- gelhosnão deixemde referirisso mesmo,quando eracostume não contarmulheresecrianças. Por outro lado, apesar desse costume—quenãoé muitodife- rente do nosso — não podemos dizer, sem mais, que a situação das mulheres era idêntica em to- das as correntes do judaísmo do tempo de Jesus, judaísmo muito plural.[…] Nesse mundo plural, mas de exclusãopara a maioria de mu- lheres, como é que elas acolhem a mensagem de Jesus de Naza- ré? O Deus que anunciaé o Deus da pura graça (Lc 4,19), o Deus que abre os céus para dizer que somosseusfilhos,suasfilhas,que muitoama(Mc1,9-11epar.),que nos teminscritos no seu coração (Lc 10, 20).Aira divina, procla- madaporJoãoBaptistapreceden- doo Reino deDeuseareconstru- ção escatológica de Israel (Mt 3, 2.10),não tem mais lugarna Boa Nova (Evangelho)deJesus.[…] As estruturas patriarcais rele- gamamulhereosmarginaispara os últimos lugares e Jesus anun- cia a "inversão escatológica": os primeiros serão os últimos e os últimos, os primeiros (Mt 19,30; 20,16; Lc 13,30). Esta inversão aplica-se, perfeitamente, às mu- lheres, já que elas, de modo ge-
  • 7. mento@gmail.com página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05 ral, figuram no fim da linha, em- boracomexcepçõescomonocaso de Judite, por exemplo, e que no tempo deJesusestavamuito pre- sente. As mulheres sentem que Je- sussedirigeaelasdeformanova, humanizanteeinclusiva:sentem- -securadas,libertadas,acolhidas. Os quatro Evangelhos testemu- nhamaexistênciademulheresno grupo que seguia Jesus desde o início da sua pregação e são ca- racterizadascomodiscípulas(não existe o termo feminino nem em aramaico nem em grego), visto que utilizam osverbos típicos do discipulado: seguir e servir (Mc 15,41;Mt27,55;Lc8,1-3;23,49). Hoje, é consensual caracteri- zar, sociologicamente, o movi- mento iniciado por Jesus de Na- zaré como um grupo de renova- ção,nointeriordojudaísmo,ques- tionandoasinstituiçõescentraisdo sistema sócio-religioso, a Lei, o Templo e a sua pretensão de se- rem as principais mediações de acesso a Deus.Tratava-se de um movimentoinclusivo,istoé,todos podiamentrar,sobretudoquemera excluído dos outros grupos por seremdoentes,pecadores,mulhe- res. SeguirJesusCristoépôrasua vida—mulheresehomens—ao serviçodaalegriaplenaparato- dos (Jo 15, 11). O IVEvangelho, na sua estrutura diferente da dos Sinópticos, pelo lugar que dá às mulheres, mostra que é testemu- nhodeumacomunidadeedificada (cf. Ef 4,12) pela acção delas. A estrutura da narrativa mostra o papelpreponderantedasmulheres nessa comunidade, como o de Marcos,porexemplo,mostraode Pedro. O lugar ímpar que lhes concedereflecte a história, a teo- logia eosvaloresdacomunidade dodiscípuloamado. JESUSEASMULHERES Segundo os Sinópticos, a pri- meiramulherquetemumcontac- to directocom Jesus éa sograde Pedro,curadadafebre(Mc1,29- 31 e par.). Esta doença atribuída acausasdeordemnãonatural(Lv 26,16;Dt28,22),a forma da cura easua(dela)atitudeconsequente, evoca a fé na Ressurreição (cf. Mc 9,27; Mt 9,25; 16,21; 17,23; 20,19;26,32;28,6;Act3,15;13,37; 1Cor 15,4) e a atitude de serviço de quem entra no discipulado de Jesus, não só durante o seu mi- nistério terreno, mas, também e principalmente,nascomunidades Foto de grupo: a quase totalidade dos participantes no 41º Encontro Nacional. (continua na pág. seguinte)
  • 8. pós-pascais:levantou-se(ressur- reição / posição do apóstolo/a) e pôs-se aservir (diakonia). Seguem-se dois casos muito curiosos, embora Lucas tenha já referido,explicitamente,queum grupo de mulheres fazia partedo séquito de Jesus, servindo (Lc 8,1-3). Um acontece na sequên- cia do outro: pedem a Jesus que vá curar uma menina de 12 anos e, durante o caminho, cura uma mulherquehá12anosdeveriater perdidooestigma de mulherque a tornava impura permanente- mente (Mc 5,21ss e par.). São duas mulheres: uma encontra a morte no iníciodainterdição, no facto de setornarmulher,e outra continuavaapermanecernamor- te, pois nunca mais saía dessa interdição, sendo impura e tor- nandoimpurotudo oquetocasse (Lv 15,19ss). Jesus traz as duas mulheres à vida. Curando-as, mostra que a impureza nada tem avercomfunçõesbiológicas(cf. Mc7,14-23;Mt15,10-20). Estesdoisepisódiosligadosao anterior(levantando asograde Pedroeameninaeconfirmando a outra com a fórmula bap- tismal:a tua fé te salvou,vaiem paz) abarcam toda a vida de mulher sem interdições para o serviçodoReino. Marcos e Mateus referem o pedido de umamulherestrangei- ra(Mc7,24-30;Mt15,21-28)que, tendoemcontaa sua localização nos respectivos evangelhos (en- tre as duas multiplicações), fala da abertura da missão de Jesus aosgentios.Éumamulhercoma sua capacidadede alargaro hori- zontea partirdomesmo pontode vista que o restringia,que justifi- ca essa abertura. Ela desperta Jesus para o âmbito universal da sua missão. InícioefimdoMinistériopúbli- codeJesus Segundo o IV Evangelho, a primeira vez que se fala de Ma- ria de Nazaré é junto de seu filho numafesta —nasbodas de Caná — e é ela que vai provocar o iní- ciodoministériopúblicodeJesus (Jo 2,1-12), embora Ele tivesse perfeitaconsciênciadamissãoque Lhe fora confiada (Jo 2,4).Antes de terminarem os festejos, o vi- nho falta e Mariafala disso ao fi- lho. Dá-se umdiálogo inusitado. Tratando-a por "mulher", res- ponde-lhe com dureza e/ou per- plexidade:  (lite- ralmente:"queháentretueeu?") que pode ser traduzido por: "que há de comum entre nós?" ou "o que éque tusabesde mim" que, supostamente, ninguém deveria saber? Nos Sinópticos, esta ex- pressão é posta na boca dos "es- píritos" dirigindo-se a Jesus que os quer expulsar (Mc 1, 24; 5, 7; Mt 8, 29; Lc 4, 34; 8, 28). A continuação da resposta — poisaminhahoraaindanãoche- gou — leva-me a pensar que há mais perplexidade que dureza: o que há entre nós para que tu sai- bas antes de começar?! Como é queconhecesjáomeusegredo?! A reacção de sua mãe — di- zendo aos serventes, fazei tudo o que ele vos disser — e a acção deJesus—ordenando:Encheias talhas de água... Tirai agora um poucodeáguaelevai-aaomestre sala — levam-me a pensar que a mulhertinhapressentidoo"segre- do" de Jesus e precipitou a Sua hora que ele julgava não ter che- gadoainda. Sabemos que, depois das bo- das,Jesus foi com a sua mãe para Cafarnaum, mas só por alguns dias e não se fala mais de Maria, sua mãe, até à cruz. Aí, a mulher que apressara a hora de Jesus, no início, é a mes- ma mulher que, estando a esgo- tar-se a sua hora, recebe o man- dato de acolher a Igreja, a nova famíliadeJesus(Jo19,25-27)que nãoassentanaatracção recíproca nem nos laços de sangue, mas na escutadaPalavradeDeusparaa pôr em prática, isto é, a Igreja acolhida e edificada pelo amor, personificadanodiscípuloamado oudiscípulaamada.Nocasocon- creto desta comunidade, discípu- laamada. Otextoémuitoexplícito:Per- todacruzdeJesus,permaneciam depésuamãe,airmãdesuamãe, Maria, mulher de Clopas, e Ma- riaMadalena(nãohánenhumho- mem neste grupoe o costume era nãocontarmulheresecrianças!). Jesus, então, vendo a sua mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava,disseàsuamãe:"Mulher, eis o teu filho!" Depois disse ao discípulo: "Eis a tua mãe!" E a partir dessa hora,o discípulo re- cebeu-a emsuacasa.Os"mascu- linos" na narrativa devem-se, tão só, aouso da linguagemcorrente, sem esquecer que quem fala é
  • 9. efectivamente um homem, o fi- lho que essa mulher estava pres- tes a perder, mas que tinha de o reencontrar naquela que Jesus amava. Pela posição que Maria Madalena toma na lista das pre- sentes (último lugar e a mãe o primeiro,enquadrandotodoogru- po),leva-me avernela o discípu- lo amado e em Maria de Nazaré, a mãe porqueescutou a Palavra e a pôs em prática: quem é minha mãe e meus irmãos? Samaritana(Jo4,1-42) […] No capítulo 4, dá-se um encontroocasional,juntoaopoço de Jacob, em pleno dia: Jesus e uma samaritana. De início, pare- ce que vai acontecer o mesmo: nãohaverá entendimento porque as mesmas palavrastêm sentidos diferentes para cada um dos interlocutores. No desenrolar da conversa,porém,amulherperce- be queaquele homemé diferente dos outros, deixa o tom irónico e pergunta o que verdadeiramente lhe interessa. As respostas que obtémabrem-lheo espírito e não tem dúvidas:está perante aquele que há-de vir e acolhe-o. Neste acolhimento o seu entendimento acerca de Deus alarga-se: o ver- dadeirolugardeculto é o interior denósmesmos,emespíritoever- dade. Quando osdiscípulos fala- vam do messias, referindo-se a Jesus, a conversa era logo desvi- ada, seguida da proibição de to- carem nesse assunto.Aesta mu- lher,Jesusnãoteveproblemasem identificar-secomoMessias:Sou euquefalocontigo.Porquê?Será que se aplica, aqui, o que Jesus explicita: Eu te louvo, ó Pai, Se- nhor do céu e da terra, porque ocultaste estascoisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos simples(Lc 10,21). […] É muito claro, neste evange- lho, que a grande mensageira de Jesus,agrande evangelizadora,é umamulhersamaritana. Marta(Jo11,1-44) MesmonocentrodoIVEvan- gelho vem narrada a "ressurrei- ção de Lázaro". Em Lucas, a "transgressora" dos costumes éMaria de Betânia e Marta escandaliza-se (Lc 10, 38ss). Aqui (Jo 11,1-44), quem transgride é Marta. Ela ultrapas- sa,se assimsepode dizer,a irmã, nãoobedecendoaoscostumesdo luto.Saide casa para irao encon- tro de Jesus, mal tem conheci- mento de que estava a chegar. Abandona o lugar da morte, enquantoMaria se verga,serefu- gia na conversa de condolências, seembrulhanoluto.Marta reani- ma a esperança dos vivos. Estiveram juntas, apenas, no acto de avisar Jesus de que o seu amigo Lázaro estava doente. O texto diz, exactamente: As duas irmãs mandaram dizer a Jesus... Apartirdaí,ocomportamentonão é o mesmo:cada uma toma atitu- des diferentes. De facto, Jesus viera, mas de- masiado tarde. Já não havia nada a fazer. Sabiamque "ressuscitar" não era problema para oAmigo. Fizera-o várias vezes, mas ime- diatamenteaseguiràmorte.Nes- temomento—quatrodiasdepois — já não havia hipótese. Segun- do acrençadosjudeus,a alma do defunto pairava à volta do corpo até ao quarto dia.Depoisdesapa- recia para sempre. A morte de Lázaro era, pois, irremediável. Ao abandonar o lugar do luto (acasaouosepulcro),Marta vio- la, ao mesmo tempo, duas nor- mas:adahospitalidade(paracom os judeus que estavam junto de- las) e o rito fúnebre. Neste episódio, é Marta que tem o dom da antecipação.Ape- sar da demora de Jesus parecer uma traição à sua amizade, falta de interesse por elas, ao saber da proximidade do amigo, não con- segue ficarmaistempo junto dos que permanecem na morte. Le- vanta-se e sai ao seu encontro antes que ele pise os lugares do (continua na pág. seguinte) Um aspecto da Assembleia Geral.
  • 10. luto. As primeiras palavras, como não podia deixar de ser, são de censura, de acusação, ainda que velada: Se estivesses aqui, meu irmãonãoteriamorrido.Nãolhe perguntaarazão da demora,bem sabe que foi porque não quis. E continua:masmesmoagora,eusei quetudooquepediresaDeus,Ele te concederá...Nãoé um pedido, éumaoraçãoinacabada,umaora- ção impossívelde ser formulada. Manifesta, no entanto, que acre- dita que Jesus está em Deus e Deus em Jesus(cf.Jo10,38:ficai sabendo que o Paiestá em mim e eu no Pai). Teuirmãoressuscitará—diz- -lhe Jesus. Olha a novidade — responde-lhe Marta. Seiisso per- feitamente,desde aminha juven- tude. Aliás, estou farta de ouvir essa frase a todos os que vêm fa- zer-noscompanhia.Euseiqueele ressuscitará no último dia.[…] Jesusacrescenta:Eusouares- surreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra viverá. E quem vive e crê em mim, jamais morrerá.Acreditasnisto? O entendimento de Marta abre-se e descobre que o último dia está na sua frente: Jesus. A vida e Ele são a mesma verdade. Omilagreaconteceu!Dependeda fé de cada um abrir-se ao mila- gre. Basta passar da aceitação doutrinal impessoal à convicção profunda,emocionante,àadesão, ao acolhimento incondicional do crente. MartajánãopensaemLázaro. VêoDeushumanadoàsuafrente enãohesita:Sim,Senhor,eucreio quetuésoCristo,oFilhodeDeus, aquelequedeviaviraomundo.O eu sei da tradição já ficou para trás. Agora, é Eu creio e esta fé move todo o seu ser para a novi- dadequevê:Tuésoeleito(oCris- to), o Filho, o Deus incarnado. Este é o âmago, o núcleo central da fé, da minha fé. Não preciso de mais. De facto, parece não precisar porque ao confessar a sua fé, vai imediatamente anunciá-lo. Tem de ser dito a toda a gente.Apartir de agora, para Marta, Maria é todoopovo. Diz-lhebaixinho:oSenhorestá aqui e chama-te. Ele não a cha- mou. Marta é que sente a urgên- cia de tirar Mariadoambiente da morte e sabe que somente uma convocação pessoal a pode demover,apodelevaràvida.Quer queasuairmãvejaoqueelavira: aressurreiçãoeavida,aeterni- dade do último dia e o hoje da salvação.Maria levanta-see vai. Marta, movida pela fé, fez o que tinha a fazer: convocar. O resto pertencia ao eleito, ao Filho de Deus, ao Deus humanado. Marta é a única a confessar a fé emJesusnuma tríplice dimen- são. Nos sinópticos é Pedro, em- boranuncauseadimensãotríplice pós-pascal (Mt 16,13-20 e par). Porantecipação,elaconfessaafé daIgreja,elaproclamaoKerigma Pascal. A sua fé move mesmo montanhas(cfLc17,6):amonta- nhadotempo,a montanhadatra- dição, a montanha da morte. UnçãoemBetânia Nocapítuloseguinte (Jo12,1- 11), é Maria que actua.Testemu- nha, para mim, mais uma vez, a presença muito forte das mulhe- res na comunidade do Discípulo amado.Quemescreveo4ºEvan- gelhomostra-nosumacomunida- de edificada (cf. Ef 4,12) pelas mulheres(Jo2,1-11;4;11,27;12,1- 11;20,11-18)eestetexto,nomea- damente, é a confirmação disso mesmo. Estamosnoprincípiodofime, comonoprincípiodocomeço(Jo 2,1-11: bodas em Caná), é uma mulher queintervém,neste caso, comum gesto profético.  Ir. Julieta Dias, rscm Estetextoéumcondensadodoquea autora colocouànossadisposição.Nopróximo númeropublicaremosapartefinal. * Eucaristia presidida por D. Serafim: vista parcelar.
  • 11.  O Sermão da Montanha (Mt 5,1ess)ésurpreendente.Precisa- mosdelhedarmaisemelhoraten- ção. Já no fim do capítulo ante- rior, Jesus anuncia: "Mudai de mentalidade…", porque "ficou mais próximo o reino dos céus". Asbem-aventurançassãoumver- dadeiro programa de vida. Jesus proclama felizes, protegidos do Pai, osmarginais,os infelizes,os insatisfeitos,ossemvoz...Etodos são bem-aventurados! Mais à frente, Jesus avisa que não vem "anularalei…mascumprir".São Mateus dirige o seu discurso aos judeus, que davam uma importância rara à Lei e cumpri- am escrupulosamente todos os rituais que eles pretendiam fundamentadosemMoisés. Jesus contrapõe: "Pois amém vosdigo…"enoutravariante"eu, porém, digo-vos…" Estas expressõesaparecemdemasiadas Eu, porém digo-vos…vezes. Com Jesus tudo é novo. Nada fica como estava.Defacto, Jesus pede uma nova atitude. "Eu… digo-vos…" é o tempo presente, o tempo do reino que agora começa. E Jesus afirma comtodaaautoridade.Éumtem- po novo, pede-se uma mentali- dadenova,umainovação. ES.Paulo—umjudeuconvic- to — leva isto a sério. Ele dá-se conta da novidade que encontra. Diz agora não há grego, nem ju- deu, nem homem nem mulher, nemescravoouhomemlivre,por- que cada um de nós é um novo ser emCristo.Depois parece que não teve coragem de levar até às últimas consequências ou então aceitou conciliar com a cultura grega. É importante, absolutamente necessário reler estes textos a umaluz nova.AIgreja temdeas- sumir até às últimas conse- trecasarounão".Elembrouoen- contro em Roma do papa Fran- cisco com quatro padres casados e suas famílias. "Ocelibatoobrigatórioestáem flagrante contraste com o direito natural e a ética evangélica, que aconselhava mas não impunha a castidade" — disse no já longín- quoanode1788ocardealGiusep- pe Capecalatro. "O primeiro Pa- pa, S. Pedro, era casado" repetia em anos mais recentes o cardeal belga Léon-Joseph Suenens. Vozes fora do coro, de facto não ouvidas hoje. Mesmo queo papa Franciscotenhaditorecentemente quedesejava estudaraspossibili- dades dos viri probati, isto é, de homens casados de comprovada fé a quem confiar algumas funções ministeriais. Na Igreja, com excepção do rito oriental, o que na prática se impôs, a partir doConcíliodeTrento,foiordenar apenas candidatoscelibatários. Ponto alto do Encontro foi a celebração eucarística presidida pelobispodeAscoliPiceno,mons. GiovanniD'Ercole,que,comasua inédita presença, talvez tenha dado início a um diálogo entre a Conferência Episcopal Italiana e os padres privados do ministério por terem contraído matrimónio. "Vós não sois um problema para aIgreja,masumrecurso"—disse o bispo mais uma vez, oferecen- do-se, aliás, como "ponto de referência" numa caminhada de auscultação, de perdão recíproco edereconciliação.Sórestaaguar- daropróximopasso. Mauro Castagnaro [trad.deArturOliveira] quências este compromisso com o Reino de Deus que já está pre- sente. E corajosamente tornar mais visível este Reino, refazen- do estruturas, partilhando poder, mais transparência nas contas, revendo a posição da mulher na Igreja,o seu acesso aoministério ordenado,ocelibatosacerdotal… Umanovamentalidade!Umgran- de momento vivemos na Igreja. O papa Francisco muito tem ca- minhado e tem ajudado a cami- nhar, mas ainda há muito a con- verter. Rezemos pela fidelidade da Igreja ao Espírito que veio, vem e constantemente nosabre a novos apelos. Ele é o prometido. A sua garantia e fidelidade é cer- ta.Correspondamoscomelegân- cia, obediência, humildade para sermos dignos de participar da ressurreição. "Vem, Senhor Jesus!" J. Soares (Associadonº72)  Encontroda VOCATIO (continuação da pág. 3) *
  • 12. Rua Dr. Sá Carneiro, 182 - 1º Dtº 3700-254 S. JOÃO DA MADEIRA e-mail: espiral.fraternitas@gmail.com boletim de f r a t e r n i t a s m o v i m e n t o Responsável: Alberto Osório deCastro Nº 62 - Abril/Junho de 2017 Decorreu em Fátima, na Casa de Retiros de Nossa Senhora do Carmo, entre os dias 31 de Março e 2 de Abril, o nosso 41º Encontro Nacional. Teve uma presença de Associados muito significativa. Começámos por ser interpelados pelo visionamento do filme "Deus não está morto" de Harnold Cronk. O serão de sexta-feira foi, assim, muito bem preenchido. O diaseguinte, sábado, foi dedicadoà reflexão sobre "A Mulher na Igreja". Guiou-nos, com muita sabedoria, simplicidade e humildade, a Irmã Julieta Dias, rscm. As suas exposições fo- ram muito claras, calmas e iluminadoras. E, nos momentos de debate, de colocação de questões, não se furtou a quaisquer problemas colocados. Foi de um enriquecimento enorme. Todos ficá- mos com vontade de mais. Para o domingo estava programada a Assembleia Geral da FRATERNITAS e a Eucaristia de Encerramento. A Assembleia Geral ocupou um pouco mais de tempo do que o previsto, mas isso só demonstra o interesse que os Associados colocam na vida da nossa FRATERNITAS Movimento. Foram debatidas e aprovadas as Contas e os Relatórios da Direcção de 2016. Um ponto importante muito abordado e que mereceu considerações oportunas de diversos intervenientes, foi a questão da legalização da FRATERNITAS Movimento após a alteração de Estatutos ocorrida na Assembleia Geral do ano passado. Estranha-se a dificuldade de obter uma 41º Encontro Nacional da FRATERNITAS Movimento resposta do Ordinário de Lisboa, local da nova sede da FRATERNITAS, indispensável para a regularização junto do RNPC (Registo Nacional de Pessoas Colectivas), o único passo em falta. O Plano de Actividades e o Orçamento para 2017 constituíram motivo de viva troca de impressões e sugestões para que o Movimento possa avançar cada vez mais num caminho de construção deIgreja, em que asrelações pessoais sejam cada vez mais vivas e congregadoras de Comunidade. Afirmou-se a necessidade de desenvolver mais esforços, seja para animar mais os Asso- ciados actuais (que avançam na idade e nas limi- tações naturais), seja na cativação dos mais novos, acolhendo-os e ajudando-os no que preci- sem e esteja ao nosso alcance. E, se isto era já uma certa preocupação geral, muito mais se acentuou com a leitura de uma carta que a Isabel BeiresFernandes endereçoua toda aAssembleia. E o Encontro encerrou com a Eucaristia presidida pelo nosso querido amigo D. Serafim Ferreira e Silva, bispo emérito de Leiria-Fátima e nossoAssociadoHonorário. No seuestilo habitual, calmo, simples, deixou-nos uma mensagem de esperança e vida. Salienta-se, igualmente, a admissão de dois Associados Simpatizantes: um casal do Porto e uma amiga de Rio Maior, presença habitual em actividades do nosso Movimento. O almoço, em que festejamos o aniversário da Cibele e também o do José Serafim Sousa, ocorrido há poucos dias, foi o ponto final de um Encontro muitorico, muito envolvente, quea todos encheu por dentro. Fátima, 2 de Abril de 2017 A Direcção Comunicado da Direcção