O documento discute a educação brasileira e como ela tem adotado principalmente dois modelos de desenvolvimento: a Atualização Histórica e a Aceleração Evolutiva. Ambos modelos tratam a educação como prioridade para formação de mão-de-obra para o mercado, sem priorizar a dimensão subjetiva da cidadania. Além disso, o método cartesiano tem sido hegemônico na abordagem do conhecimento na educação brasileira.
1) O documento discute diferentes concepções históricas da educação de deficientes no Brasil desde o período colonial até o início do século XXI.
2) As concepções iniciais focavam na deficiência em si, visando capacitação para a vida. Posteriormente, passou-se a considerar também o contexto social, preparando os deficientes para o mercado de trabalho existente.
3) Mais recentemente, passou-se a ver a educação como mediação entre o indivíduo e o contexto histórico, visando formação política e
Este documento discute a democratização do acesso à educação básica no Brasil. Aponta que o processo de democratização da escola foi marcado por tensões entre aqueles que defendiam sua abertura a todos versus aqueles que queriam mantê-la como privilégio de elite. Também ressalta que a expansão do acesso à educação não significou necessariamente melhora na qualidade do ensino oferecido.
Conhecer para ensinar ensinando para conhecer (1)slucarz
Este documento descreve um estudo de caso realizado pelo autor com alunos de um curso para jovens e adultos. O estudo procurou aliar teorias educacionais aos conteúdos das disciplinas e incorporar como os alunos adquirem conhecimento. As atividades propuseram problemas significativos e apoiaram-se na estrutura cognitiva dos alunos. Como resultado, os alunos expressaram prazer em aprender matemática.
Aula 1: Fundamentos legais e princípios da educaçãoIsrael serique
- O documento discute a educação como uma produção humana e sua relação com os contextos históricos, sociais e culturais em que está inserida. Apresenta como os processos educativos nas sociedades primitivas tinham o objetivo de garantir a sobrevivência do grupo através do ensino de habilidades práticas, enquanto nas civilizações antigas o foco era no aprendizado de aspectos práticos para o desenvolvimento da sociedade.
O documento discute a educação politécnica segundo a perspectiva de Marx. A educação politécnica visa unir formação intelectual e trabalho produtivo, contrariando a educação burguesa que separa esses elementos. Ela permitiria o desenvolvimento pleno das capacidades humanas numa sociedade pós-capitalista livre da dominação de classe. Há debates sobre os termos mais adequados usados por Marx, mas o conceito central é de uma educação que supere a divisão entre trabalho manual e intelectual.
Este documento discute a história do currículo escolar no Brasil e como ele foi moldado por fatores históricos e sociais ao longo do tempo. O currículo sempre esteve no centro de debates sobre quais conhecimentos e valores deveriam ser ensinados, e foi influenciado por mudanças nas estruturas de poder e nas concepções de educação. O currículo atual também reflete interesses de classe na sociedade e na preparação de estudantes para diferentes papéis socioeconômicos.
Historia da Educação na Primeira Metade do Seculo XXJoselaine
1. O documento discute os principais modelos educacionais do século XX, incluindo a Escola Ativa nos EUA e os problemas da instrução nas democracias burguesas e no socialismo.
2. John Dewey foi um importante filósofo da educação que influenciou a Escola Nova com sua visão pragmática e experimental da aprendizagem.
3. A pedagogia soviética foi influenciada por Lenin, Krupskaya e Makarenko e buscava ligar educação ao trabalho e à perspectiva do socialismo.
Slides trabalho texto falleiros pedago dac hegemoniaAna Mesck
Este documento descreve a história da pedagogia da hegemonia desde a Segunda Guerra Mundial até os dias atuais. Ele explica como os EUA usaram estratégias educacionais e culturais para promover sua ideologia capitalista no mundo, e como isso levou ao surgimento da "Terceira Via" neoliberal. O documento também analisa o impacto dessas políticas na América Latina e no Brasil.
1) O documento discute diferentes concepções históricas da educação de deficientes no Brasil desde o período colonial até o início do século XXI.
2) As concepções iniciais focavam na deficiência em si, visando capacitação para a vida. Posteriormente, passou-se a considerar também o contexto social, preparando os deficientes para o mercado de trabalho existente.
3) Mais recentemente, passou-se a ver a educação como mediação entre o indivíduo e o contexto histórico, visando formação política e
Este documento discute a democratização do acesso à educação básica no Brasil. Aponta que o processo de democratização da escola foi marcado por tensões entre aqueles que defendiam sua abertura a todos versus aqueles que queriam mantê-la como privilégio de elite. Também ressalta que a expansão do acesso à educação não significou necessariamente melhora na qualidade do ensino oferecido.
Conhecer para ensinar ensinando para conhecer (1)slucarz
Este documento descreve um estudo de caso realizado pelo autor com alunos de um curso para jovens e adultos. O estudo procurou aliar teorias educacionais aos conteúdos das disciplinas e incorporar como os alunos adquirem conhecimento. As atividades propuseram problemas significativos e apoiaram-se na estrutura cognitiva dos alunos. Como resultado, os alunos expressaram prazer em aprender matemática.
Aula 1: Fundamentos legais e princípios da educaçãoIsrael serique
- O documento discute a educação como uma produção humana e sua relação com os contextos históricos, sociais e culturais em que está inserida. Apresenta como os processos educativos nas sociedades primitivas tinham o objetivo de garantir a sobrevivência do grupo através do ensino de habilidades práticas, enquanto nas civilizações antigas o foco era no aprendizado de aspectos práticos para o desenvolvimento da sociedade.
O documento discute a educação politécnica segundo a perspectiva de Marx. A educação politécnica visa unir formação intelectual e trabalho produtivo, contrariando a educação burguesa que separa esses elementos. Ela permitiria o desenvolvimento pleno das capacidades humanas numa sociedade pós-capitalista livre da dominação de classe. Há debates sobre os termos mais adequados usados por Marx, mas o conceito central é de uma educação que supere a divisão entre trabalho manual e intelectual.
Este documento discute a história do currículo escolar no Brasil e como ele foi moldado por fatores históricos e sociais ao longo do tempo. O currículo sempre esteve no centro de debates sobre quais conhecimentos e valores deveriam ser ensinados, e foi influenciado por mudanças nas estruturas de poder e nas concepções de educação. O currículo atual também reflete interesses de classe na sociedade e na preparação de estudantes para diferentes papéis socioeconômicos.
Historia da Educação na Primeira Metade do Seculo XXJoselaine
1. O documento discute os principais modelos educacionais do século XX, incluindo a Escola Ativa nos EUA e os problemas da instrução nas democracias burguesas e no socialismo.
2. John Dewey foi um importante filósofo da educação que influenciou a Escola Nova com sua visão pragmática e experimental da aprendizagem.
3. A pedagogia soviética foi influenciada por Lenin, Krupskaya e Makarenko e buscava ligar educação ao trabalho e à perspectiva do socialismo.
Slides trabalho texto falleiros pedago dac hegemoniaAna Mesck
Este documento descreve a história da pedagogia da hegemonia desde a Segunda Guerra Mundial até os dias atuais. Ele explica como os EUA usaram estratégias educacionais e culturais para promover sua ideologia capitalista no mundo, e como isso levou ao surgimento da "Terceira Via" neoliberal. O documento também analisa o impacto dessas políticas na América Latina e no Brasil.
Este documento fornece um resumo da história da pedagogia desde as suas origens até se tornar uma ciência da educação. Abrange os períodos primitivo, oriental, grego e romano, destacando as características da educação em cada época e o surgimento dos termos "pedagogia" e "educação" na Grécia antiga.
O documento discute a história da educação no Brasil e as políticas educacionais ao longo dos séculos. Aborda os primeiros planos nacionais de educação na década de 1930 e como eles evoluíram ao longo do tempo, sendo influenciados por governos e contextos sociais diferentes. Também analisa como a educação foi usada como ferramenta de controle social em alguns períodos e como a sociedade civil passou a ter mais voz na definição das políticas educacionais.
Centralização e descentralização no sistema educativoPedro Barreiros
1. A centralização e descentralização não são virtudes ou defeitos em si mesmas, mas devem ser compreendidas no seu contexto histórico e social. Ambas podem contribuir para a democracia ou oligarquia.
2. No século XVIII surgiu a ideia de que o Estado deveria zelar pela instrução pública. Isto levou a uma tendência para a criação de sistemas educativos integrados, nacionais, homogéneos e controlados centralmente nos séculos XIX e XX.
3. Esta tendência não foi resultado
O documento discute os ideais liberais de educação de acordo com pensadores como Locke, Rousseau e Condorcet. Eles defendiam que a educação deveria estar a serviço do indivíduo, revelando seus talentos, e não de classes ou crenças. Isso levaria à ascensão social baseada em mérito, não origem. O documento também discute como esses ideais influenciaram as propostas de educação pública, gratuita e igualitária no Brasil.
1. O documento discute as relações entre educação, formação profissional e desenvolvimento, questionando abordagens que não consideram estruturas de poder.
2. A educação básica e profissional são dualizadas para atender classes diferentes, reproduzindo desigualdades.
3. Teorias que atribuem pobreza a falta de escolaridade mascaram relações de poder que impedem autonomia dos países periféricos.
1. O documento discute as relações entre educação, formação profissional e desenvolvimento, questionando abordagens que não consideram estruturas de poder.
2. A educação básica e profissional de qualidade possibilita a inserção ativa nos processos produtivos, mas a pobreza de países periféricos está ligada à subordinação histórica aos centros do capitalismo.
3. Há uma dualidade estrutural na educação que reproduz desigualdades entre classes, e países periféricos têm menos investimento em educação e ciência.
Texto j uventudes, democracia e direitos humanos para ram em 2011, de Otávio ...Otavio Luiz Machado
Este documento discute a produção de conhecimento sobre juventude na Universidade Federal de Pernambuco entre 1970-1988. A pesquisa reconheceu a juventude como variável social e histórica, mapeando novos movimentos juvenis surgidos após a fragmentação dos movimentos tradicionais. A luta por reconhecimento social é característica das sociedades modernas e associada à busca por visibilidade de novos atores, como gangues e coletivos culturais, no cenário urbano de Pernambuco.
Os Pioneiros do Manifesto da Educação NovaAline Mota
O manifesto defende uma "educação nova" que se adapte à sociedade moderna e industrializante do Brasil. Ele critica a "escola tradicional" por ser elitista e passiva, defendendo em seu lugar uma "escola socializada" baseada na atividade, produção e trabalho. O manifesto também enfatiza a importância de entender o desenvolvimento natural da criança e do conhecimento do educando pelo professor.
Este documento analisa o projeto Telecurso 2000, uma iniciativa brasileira de educação a distância financiada pelo governo e empresas. O resumo discute como o projeto utiliza técnicas midiáticas sofisticadas para promover uma agenda cultural neoliberal e moldar os protocolos educacionais, interferindo no espaço público. Além disso, questiona se o projeto realmente serve aos interesses da formação social dado seu locus de concepção e implementação.
Eduardo valladares a educação anarquista na república velhamoratonoise
Este documento discute a educação anarquista na República Velha no Brasil. Os anarquistas viam a educação como fundamental para a emancipação das massas trabalhadoras e para a construção de uma sociedade igualitária. Eles criaram escolas libertárias para ensinar os valores da liberdade e solidariedade. Essas escolas se opunham ao ensino oficial, visto como meio de reproduzir a ideologia das classes dominantes.
04 nascimento, claudemiro godoy do. políticas públicas e educação do campo okAlbano Goes Souza
Este documento discute as políticas públicas de educação do campo no Brasil pós-LDB de 1996 a 2008. Apesar das alianças conservadoras contrárias, essas políticas permitiram uma nova cultura política e concepção de cidadania entre os movimentos rurais. Programas como o Pronera, Saberes da Terra e Pro-Campo promoveram a educação do campo como direito e contribuíram para construir uma sociedade mais justa.
Este documento discute os quatro pilares da educação propostos pela UNESCO (aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos) e sua relação com a globalização e a pós-modernidade. O autor argumenta que a educação tem se adaptado às transformações da sociedade capitalista globalizada com foco na razão instrumental. Ele questiona se os pilares da UNESCO legitimam essa visão pragmática da educação.
20042010 grupo 04 tr17 elisangela r. da costa concepto, instrumentos y_desafã...guestd384f64
O documento discute o conceito de educomunicação e seu papel na transformação social. Aborda as metodologias e estratégias da educomunicação, incluindo a perspectiva de Paulo Freire de comunicação como diálogo. O autor defende que a educomunicação pode promover processos participativos e dialógicos para a transformação social seguindo sete premissas como atender as particularidades culturais e estabelecer objetivos de longo prazo.
Grupo 04 tr17 elisangela r. da costa concepto, instrumentos y_desafãos_de_la...guestdd96fad
O documento discute o conceito de educomunicação e seu potencial para promover mudança social. Aborda as metodologias e estratégias da educomunicação, incluindo a perspectiva de Paulo Freire de comunicação como diálogo. O autor argumenta que a educomunicação requer processos participativos planejados cuidadosamente de acordo com cada contexto cultural e social.
O documento discute brevemente o Manifesto do Partido Comunista de Marx e Engels e as classes sociais de burguesia e proletariado. Também apresenta Paschoal Lemme, educador brasileiro que defendia uma educação voltada para as transformações sociais.
Neoprodutivismo e suas variantes - Savianiamiltonp
O documento descreve as transformações nas ideias pedagógicas no Brasil na década de 1990 influenciadas pelo contexto econômico e social da época. A pedagogia passou a enfatizar "aprender a aprender" e competências para adaptação ao mercado de trabalho em constante mudança, levando ao surgimento de abordagens como o neoescolanovismo e a pedagogia das competências. O Estado também reduziu seu papel e passou a avaliar a educação com base em critérios de eficiência e produtividade.
1) O documento discute políticas educacionais no Brasil, liberalismo, neoliberalismo e a influência da globalização;
2) A OCDE reduziu projeções de crescimento do Brasil em 2014 para 1,8%, citando crescimento moderado e alta inflação;
3) Autores como Milton Santos e Paulo Freire são citados para analisar os impactos da globalização e a opressão.
Este artigo discute a situação atual da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, fazendo uma análise retrospectiva das políticas educacionais ao longo do século XX. A educação de adultos se tornou objeto de políticas educacionais nos anos 1940, com iniciativas como a Campanha Nacional de Educação de Adultos de 1947. Nos anos 1960, experiências como as de Paulo Freire introduziram um paradigma de educação popular e conscientizadora. Nos anos 1970, o programa Mobral promoveu a alfabetização em massa, porém de forma centralizada.
O documento discute a importância da educação pública e gratuita para todos no Brasil. Defende que a escola primária deve formar hábitos de trabalho, sociabilidade, pensamento crítico e consciência, e por isso deve ser de tempo integral. Também sugere a municipalização do ensino primário para melhor adaptação às realidades locais.
O documento discute a história da educação ao longo dos tempos, desde as sociedades primitivas até a antiguidade greco-romana. Apresenta as características da educação em cada período histórico, destacando a natureza informal e coletiva na educação primitiva, o caráter elitista e dualista nas sociedades antigas, e o ideal da paidéia e os debates entre sofistas, Sócrates e Isócrates na Grécia Clássica.
Este documento discute a relação entre a história da educação e o currículo escolar no Brasil. Ao longo da história, os currículos escolares foram alterados de acordo com os contextos históricos e sociais, refletindo os interesses das classes dominantes na época. Os currículos atuais também são produtos históricos que preparam estudantes de forma diferente de acordo com sua classe social.
Educação do Negro na Primeira República-1889 á 1930.Emerson Mathias
O documento discute a educação dos afro-descendentes no Brasil durante a Primeira República de 1889 a 1930. A educação é vista como forma de promover mudanças positivas e combater o preconceito e discriminação racial. No entanto, os negros enfrentavam muitas restrições ao acesso à educação nesta época. Jornais da comunidade negra defendiam a importância da educação para a ascensão social dos negros e a preservação de sua cultura.
Este documento fornece um resumo da história da pedagogia desde as suas origens até se tornar uma ciência da educação. Abrange os períodos primitivo, oriental, grego e romano, destacando as características da educação em cada época e o surgimento dos termos "pedagogia" e "educação" na Grécia antiga.
O documento discute a história da educação no Brasil e as políticas educacionais ao longo dos séculos. Aborda os primeiros planos nacionais de educação na década de 1930 e como eles evoluíram ao longo do tempo, sendo influenciados por governos e contextos sociais diferentes. Também analisa como a educação foi usada como ferramenta de controle social em alguns períodos e como a sociedade civil passou a ter mais voz na definição das políticas educacionais.
Centralização e descentralização no sistema educativoPedro Barreiros
1. A centralização e descentralização não são virtudes ou defeitos em si mesmas, mas devem ser compreendidas no seu contexto histórico e social. Ambas podem contribuir para a democracia ou oligarquia.
2. No século XVIII surgiu a ideia de que o Estado deveria zelar pela instrução pública. Isto levou a uma tendência para a criação de sistemas educativos integrados, nacionais, homogéneos e controlados centralmente nos séculos XIX e XX.
3. Esta tendência não foi resultado
O documento discute os ideais liberais de educação de acordo com pensadores como Locke, Rousseau e Condorcet. Eles defendiam que a educação deveria estar a serviço do indivíduo, revelando seus talentos, e não de classes ou crenças. Isso levaria à ascensão social baseada em mérito, não origem. O documento também discute como esses ideais influenciaram as propostas de educação pública, gratuita e igualitária no Brasil.
1. O documento discute as relações entre educação, formação profissional e desenvolvimento, questionando abordagens que não consideram estruturas de poder.
2. A educação básica e profissional são dualizadas para atender classes diferentes, reproduzindo desigualdades.
3. Teorias que atribuem pobreza a falta de escolaridade mascaram relações de poder que impedem autonomia dos países periféricos.
1. O documento discute as relações entre educação, formação profissional e desenvolvimento, questionando abordagens que não consideram estruturas de poder.
2. A educação básica e profissional de qualidade possibilita a inserção ativa nos processos produtivos, mas a pobreza de países periféricos está ligada à subordinação histórica aos centros do capitalismo.
3. Há uma dualidade estrutural na educação que reproduz desigualdades entre classes, e países periféricos têm menos investimento em educação e ciência.
Texto j uventudes, democracia e direitos humanos para ram em 2011, de Otávio ...Otavio Luiz Machado
Este documento discute a produção de conhecimento sobre juventude na Universidade Federal de Pernambuco entre 1970-1988. A pesquisa reconheceu a juventude como variável social e histórica, mapeando novos movimentos juvenis surgidos após a fragmentação dos movimentos tradicionais. A luta por reconhecimento social é característica das sociedades modernas e associada à busca por visibilidade de novos atores, como gangues e coletivos culturais, no cenário urbano de Pernambuco.
Os Pioneiros do Manifesto da Educação NovaAline Mota
O manifesto defende uma "educação nova" que se adapte à sociedade moderna e industrializante do Brasil. Ele critica a "escola tradicional" por ser elitista e passiva, defendendo em seu lugar uma "escola socializada" baseada na atividade, produção e trabalho. O manifesto também enfatiza a importância de entender o desenvolvimento natural da criança e do conhecimento do educando pelo professor.
Este documento analisa o projeto Telecurso 2000, uma iniciativa brasileira de educação a distância financiada pelo governo e empresas. O resumo discute como o projeto utiliza técnicas midiáticas sofisticadas para promover uma agenda cultural neoliberal e moldar os protocolos educacionais, interferindo no espaço público. Além disso, questiona se o projeto realmente serve aos interesses da formação social dado seu locus de concepção e implementação.
Eduardo valladares a educação anarquista na república velhamoratonoise
Este documento discute a educação anarquista na República Velha no Brasil. Os anarquistas viam a educação como fundamental para a emancipação das massas trabalhadoras e para a construção de uma sociedade igualitária. Eles criaram escolas libertárias para ensinar os valores da liberdade e solidariedade. Essas escolas se opunham ao ensino oficial, visto como meio de reproduzir a ideologia das classes dominantes.
04 nascimento, claudemiro godoy do. políticas públicas e educação do campo okAlbano Goes Souza
Este documento discute as políticas públicas de educação do campo no Brasil pós-LDB de 1996 a 2008. Apesar das alianças conservadoras contrárias, essas políticas permitiram uma nova cultura política e concepção de cidadania entre os movimentos rurais. Programas como o Pronera, Saberes da Terra e Pro-Campo promoveram a educação do campo como direito e contribuíram para construir uma sociedade mais justa.
Este documento discute os quatro pilares da educação propostos pela UNESCO (aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos) e sua relação com a globalização e a pós-modernidade. O autor argumenta que a educação tem se adaptado às transformações da sociedade capitalista globalizada com foco na razão instrumental. Ele questiona se os pilares da UNESCO legitimam essa visão pragmática da educação.
20042010 grupo 04 tr17 elisangela r. da costa concepto, instrumentos y_desafã...guestd384f64
O documento discute o conceito de educomunicação e seu papel na transformação social. Aborda as metodologias e estratégias da educomunicação, incluindo a perspectiva de Paulo Freire de comunicação como diálogo. O autor defende que a educomunicação pode promover processos participativos e dialógicos para a transformação social seguindo sete premissas como atender as particularidades culturais e estabelecer objetivos de longo prazo.
Grupo 04 tr17 elisangela r. da costa concepto, instrumentos y_desafãos_de_la...guestdd96fad
O documento discute o conceito de educomunicação e seu potencial para promover mudança social. Aborda as metodologias e estratégias da educomunicação, incluindo a perspectiva de Paulo Freire de comunicação como diálogo. O autor argumenta que a educomunicação requer processos participativos planejados cuidadosamente de acordo com cada contexto cultural e social.
O documento discute brevemente o Manifesto do Partido Comunista de Marx e Engels e as classes sociais de burguesia e proletariado. Também apresenta Paschoal Lemme, educador brasileiro que defendia uma educação voltada para as transformações sociais.
Neoprodutivismo e suas variantes - Savianiamiltonp
O documento descreve as transformações nas ideias pedagógicas no Brasil na década de 1990 influenciadas pelo contexto econômico e social da época. A pedagogia passou a enfatizar "aprender a aprender" e competências para adaptação ao mercado de trabalho em constante mudança, levando ao surgimento de abordagens como o neoescolanovismo e a pedagogia das competências. O Estado também reduziu seu papel e passou a avaliar a educação com base em critérios de eficiência e produtividade.
1) O documento discute políticas educacionais no Brasil, liberalismo, neoliberalismo e a influência da globalização;
2) A OCDE reduziu projeções de crescimento do Brasil em 2014 para 1,8%, citando crescimento moderado e alta inflação;
3) Autores como Milton Santos e Paulo Freire são citados para analisar os impactos da globalização e a opressão.
Este artigo discute a situação atual da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, fazendo uma análise retrospectiva das políticas educacionais ao longo do século XX. A educação de adultos se tornou objeto de políticas educacionais nos anos 1940, com iniciativas como a Campanha Nacional de Educação de Adultos de 1947. Nos anos 1960, experiências como as de Paulo Freire introduziram um paradigma de educação popular e conscientizadora. Nos anos 1970, o programa Mobral promoveu a alfabetização em massa, porém de forma centralizada.
O documento discute a importância da educação pública e gratuita para todos no Brasil. Defende que a escola primária deve formar hábitos de trabalho, sociabilidade, pensamento crítico e consciência, e por isso deve ser de tempo integral. Também sugere a municipalização do ensino primário para melhor adaptação às realidades locais.
O documento discute a história da educação ao longo dos tempos, desde as sociedades primitivas até a antiguidade greco-romana. Apresenta as características da educação em cada período histórico, destacando a natureza informal e coletiva na educação primitiva, o caráter elitista e dualista nas sociedades antigas, e o ideal da paidéia e os debates entre sofistas, Sócrates e Isócrates na Grécia Clássica.
Este documento discute a relação entre a história da educação e o currículo escolar no Brasil. Ao longo da história, os currículos escolares foram alterados de acordo com os contextos históricos e sociais, refletindo os interesses das classes dominantes na época. Os currículos atuais também são produtos históricos que preparam estudantes de forma diferente de acordo com sua classe social.
Educação do Negro na Primeira República-1889 á 1930.Emerson Mathias
O documento discute a educação dos afro-descendentes no Brasil durante a Primeira República de 1889 a 1930. A educação é vista como forma de promover mudanças positivas e combater o preconceito e discriminação racial. No entanto, os negros enfrentavam muitas restrições ao acesso à educação nesta época. Jornais da comunidade negra defendiam a importância da educação para a ascensão social dos negros e a preservação de sua cultura.
1) O documento descreve a história da educação de adultos no Brasil desde o período colonial até a década de 1960.
2) Nos anos 1950 e 1960, houve um período de renovação com diversos programas e movimentos de educação de adultos.
3) A partir de 1964, com o golpe militar, muitos desses programas foram reprimidos, embora algumas práticas tenham continuado de forma dispersa.
E tica e razao no ensino superior a reunificacao de umDiego Belo
O documento discute a crise da razão iluminista no ensino superior e propõe a teoria da ação comunicativa de Jürgen Habermas como alternativa. Argumenta que o modelo atual é baseado em uma visão fragmentada do conhecimento que separa ética e ciência, e que a teoria de Habermas reconhece as limitações do iluminismo sem abrir mão da razão, trazendo uma proposta de uso racional da comunicação para reunificar o discurso ético-racional.
O documento discute os conceitos de cultura e multiculturalismo, abordando a evolução histórica do significado de cultura, as diferentes posições em relação ao multiculturalismo, a influência da globalização na educação brasileira e a importância da formação docente levar em conta esses conceitos.
O documento discute a história da educação no Brasil desde a chegada dos jesuítas em 1549 até a atual política educacional baseada na Constituição de 1988. Aborda os sistemas educacionais colonial e imperial, as reformas no início do século XX, o período autoritário entre 1964-1984 e a descentralização após a nova Constituição de 1988.
1. O artigo discute a juventude no contexto da globalização, apontando como os processos globais afetam a existência e formação dos jovens.
2. A globalização traz novas identidades e hibridizações culturais, exigindo novas habilidades dos jovens para lidar com territórios definidos por essa lógica.
3. A educação deve preparar os jovens para transitar nesse mundo globalizado, entendendo suas exigências e sendo capazes de agir como cidadãos nesse novo contexto.
Apontamentos da aula 02 da disciplina de História da Educação e da Educação Física da Faculdade de Educação Física d Instituto federal do Ceará. Campus Limoeiro do Norte.
Este artigo discute as perspectivas atuais da educação no contexto das rápidas mudanças sociais, tecnológicas e econômicas do final do século XX e início do século XXI. Primeiro, analisa conceitos-chave como "perspectiva" e discute as incertezas e esperanças do futuro da educação. Em seguida, aponta algumas teorias e práticas educacionais que permaneceram ao longo do tempo, como a educação tradicional e nova, a educação internacionalizada e o impacto das novas
Este artigo discute as perspectivas atuais da educação no contexto das rápidas mudanças sociais, tecnológicas e econômicas do final do século XX e início do século XXI. Primeiro, analisa conceitos-chave como "perspectiva" e discute as incertezas e esperanças do futuro da educação. Em seguida, aponta algumas teorias e práticas educacionais que permaneceram ao longo do tempo, como a educação tradicional e nova, a educação internacionalizada e o impacto das novas
Este artigo discute as perspectivas atuais da educação no contexto das rápidas mudanças sociais, tecnológicas e econômicas do final do século XX e início do século XXI. Primeiro, analisa conceitos-chave como "perspectiva" e discute as incertezas e esperanças do futuro da educação. Em seguida, aponta algumas teorias e práticas educacionais que permaneceram ao longo do tempo, como a educação tradicional e nova, a educação internacionalizada e o impacto das novas
Este artigo discute as perspectivas atuais da educação no contexto das rápidas mudanças sociais, tecnológicas e econômicas do final do século XX e início do século XXI. Primeiro, analisa conceitos-chave como "perspectiva" e discute as incertezas e esperanças do futuro da educação. Em seguida, aponta algumas teorias e práticas educacionais que permaneceram ao longo do tempo, como a educação tradicional e nova, a educação internacionalizada e o impacto das novas
O conhecimento tem presença garantida em qualquer projeção que se faça do futuro. Por isso há um
consenso de que o desenvolvimento de um país está condicionado à qualidade da sua educação. Nesse contexto,
as perspectivas para a educação são otimistas. A pergunta que se faz é: qual educação, qual escola, qual
aluno, qual professor? Este artigo busca compreender a educação no contexto da globalização e da era da
informação, tira conseqüências desse processo e aponta o que poderá permanecer da "velha" educação, indicando
algumas categorias fundantes da educação do futuro
O documento discute os impactos da globalização e do neoliberalismo na educação. A globalização aumenta a dependência econômica e política dos países e passa a tratar a educação como mercadoria. Já o neoliberalismo prioriza a educação básica para formação de mão-de-obra, reduz recursos para a educação e privatiza o sistema educacional.
1. O capítulo discute o desenvolvimento econômico e a política social no Brasil ao longo do século XX.
2. Tradicionalmente, o desenvolvimento foi visto como crescimento econômico e modernização técnica, sem levar em conta a igualdade.
3. Para ter desenvolvimento com justiça, é necessário mudar o paradigma para um que promova a igualdade de oportunidades e acesso aos benefícios do crescimento.
1. O documento discute propostas curriculares de história e como elas abordam temas como identidade nacional e cidadania. 2. Analisa como currículos e programas de história são influenciados por políticas públicas e objetivos do estado. 3. Discutem a formação de professores de história e desafios em transmitir conhecimentos históricos em sala de aula.
Lima, aranda e lima estado e politicas educacionaisMariclei2011
O documento discute as relações entre Estado, políticas educacionais e escola no Brasil, abordando como essas dimensões foram influenciadas por organismos multilaterais e adotaram uma lógica neoliberal ao longo do tempo. Discutem-se também conceitos de participação, política educacional e gestão democrática da escola, destacando os limites impostos pelo sistema capitalista à participação mais ampla na formulação de políticas.
Ações afirmativas e universidade no brasil prof. dr. paulo gomes limaPaulo Lima
A pesquisa problematiza as políticas de ações afirmativas como instrumento de inclusão
social à universidade brasileira. Estabelece as relações entre a reestruturação produtiva,
reforma de Estado e políticas educacionais; a educação superior no Brasil no contexto do
modo-de-produção capitalista e seus arranjos históricos de exclusão social, apontando para
a possibilidade de um terceiro olhar.
TÓPICOS EM EDUCAÇÃO II: Resumo do 2º bimestre multicuralismoIsrael serique
O documento discute as relações entre educação e cultura. Primeiro, aborda como a cultura era vista de forma monocultural e como a educação visava elevar as pessoas à cultura dominante. Depois, discute como passou a ser entendida de forma plural, reconhecendo diversas culturas. Por fim, argumenta que a escola deve adotar uma abordagem intercultural e multicultural, reconhecendo e valorizando diferentes identidades culturais.
Semelhante a Educação e conhecimento abordagem complexa (20)
O Que é Um Ménage à Trois?
A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em Cristo, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Revista ano 11, nº 1, Revista Estudo Bíblico Jovens E Adultos, Central Gospel, 2º Trimestre de 2024, Professor, Tema, Os Grandes Temas Do Fim, Comentarista, Pr. Joá Caitano, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Lições Bíblicas, 2º Trimestre de 2024, adultos, Tema, A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA, O CAMINHO DA SALVAÇÃO, SANTIDADE E PERSEVERANÇA PARA CHEGAR AO CÉU, Coment Osiel Gomes, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, de Almeida Silva, tel-What, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique, https://ebdnatv.blogspot.com/
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1. A educação e o conhecimento: uma
abordagem complexa
Education and knowledge: a complex
approach
Professor Doutor Roberto Ramos*
RESUMO
A Educação Brasileira, independentemente de governos e modelos de
desenvolvimento, tem convivido com um impasse. Move-se, hegemoni-
camente, pelo Método Cartesiano, que promove a esquizofrenização do
conhecimento. Separa o objeto do sujeito, em uma perfeita dissociação.
Precisamos de uma reflexão e de uma avaliação. O Paradigma da Com-
plexidade, de Edgar Morin, possui recursos teóricos e metodológicos para
repensar o processo educacional como um processo complexo.
Palavras-chave: Educação; conhecimento; complexidade.
ABSTRACT
Brazilian Education, independently of government policies and develop-
ment models, has experienced a deadlock. Its move is especially through
the Cartesian method, which promotes fragmentation of knowledge. It
divorces the object and the subject, in a perfect decoupling. We need a
reflection and an evaluation. The Paradigm of Complexity, by Edgar Morin,
has theoretical and methodological resources, to rethink the educational
process as a complex process.
Keywords: Education; knowledge; complexity.
* Doutor em Educação, professor da FAMECOS-PUCRS, Graduação e Pós-Graduação.
Obras publicadas: O âncora e o neoliberalismo: a privatização do sentido; Futebol: ideologia do
poder; grã-finos na globo; Manipulação e controle da opinião pública; A máquina capitalista;
Mídia, textos e contextos (Org.); e A ideologia da escolinha do professor Raimundo. Correio ele-
trônico: rr@pucrs.br
Educar, Curitiba, n. 32, p. 75-86, 2008. Editora UFPR 75
2. RAmOS, R. A educação e o conhecimento: uma abordagem complexa
A Educação, no Brasil, em seus diferentes níveis, parece, historicamente,
ter uma tendência. É um apelo invariante nos discursos dos políticos, sobretudo
em períodos eleitorais. Depois, a prática possui outra feição. Compromete-se
com uma dimensão econômica. É um útero, cuja hegemonia se pronuncia pelos
apelos do mercado.
A preocupação com o Conhecimento e com as questões pertinentes à
formação da cidadania ganham traços de coadjuvantes. As reivindicações,
pronunciadas pelos reclamos da subjetividade, não têm a prioridade. Ficam
secundarizadas, à deriva das margens do processo.
O mundo mudou, porém o mundo educacional parece se manter incólume.
As salas, os quadros-negros, independentemente de seus tons, as disposições
das classes e cadeiras. Tudo pode se conservar, com intacta imutabilidade,
indiferente, na aparência, à exterioridade do seu espaço.
Tal cenário, na generalidade, é uma metonímia preciosa. Pode revelar
a inoperância de alguns olhares prioritários, que pretendem ser vocacionados
para o conhecimento, sem, ao menos, conhecê-lo conceitualmente. Ritualizam
a máxima do senso comum: “Casa de ferreiro; espeto de pau”.
A Educação Brasileira mimetiza as próprias lógicas e as ilogicidades que
moveram e movem o desenvolvimento nacional. Ao longo de seus diferentes
momentos históricos – Colônia, Império e República – o país tem adotado,
como regra geral, a Atualização Histórica. É um processo de desenvolvimento,
que prevê a submissão a um país desenvolvido. Traz um progresso rápido, mas
acompanhado pela dominação e pela exploração, como refere Ribeiro (1987).
A Atualização Histórica interpela pelas suas aparentes facilidades. Enseja
um progresso imediato para os países periféricos, subdesenvolvidos, por meio
da modernização tecnológica. Possibilita, também, às suas elites, a acumulação
e a manutenção de poder, à medida que estão associadas aos interesses do país
desenvolvido, metropolitano.
Os malefícios da Atualização Histórica cobram um preço muito alto. Há
um progresso artificial, de fora para dentro. Não contempla as especificidades
econômicas e culturais do país subdesenvolvido ou em desenvolvimento. Acen-
tua os seus desequilíbrios.
O oposto da Atualização Histórica é a Aceleração Evolutiva, conforme
Ribeiro (1987). É um processo de desenvolvimento gradual, compatível com as
especificidades econômicas e culturais, preservando a soberania nacional. Foi
tentado nos dois primeiros governos da República, comandados por Deodoro da
Fonseca e Floriano Peixoto. Depois, materializou-se com Getúlio Vargas, com a
Revolução de 1930 e com a sua volta ao poder em 1950, como tentativa de um
capitalismo, com autonomia. O presidente João Goulart tentou reproduzi-la na
década de 60, do século XX, e acabou sendo derrubado por um golpe militar,
76 Educar, Curitiba, n. 32, p. 75-86, 2008. Editora UFPR
3. RAmOS, R. A educação e o conhecimento: uma abordagem complexa
que durou 21 anos.
A Revolução de 1930 trouxe modificações significativas para a vida do
país. A burguesia assumiu a condição de classe dominante, portando um projeto
nacionalista de industrialização. Isso repercutiu, sobremaneira, em termos de
conceitos econômicos e educacionais.
A industrialização exigia mão-de-obra qualificada na perspectiva de uma
urbanização crescente. O projeto necessitou de uma reorganização do setor
educacional. Era preciso integrá-lo nos objetivos econômicos, reproduzindo-os,
por intermédio da legitimação.
Mais do que um instrumento econômico, a Educação passou a represen-
tar um relevante componente ideológico. Coube a ela a função de modelar a
sociedade, mobilizando as concepções de mundo vigentes e hegemônicas em
níveis econômicos, políticos e culturais.
A Constituição de 1934 estruturou a Educação. Estabeleceu o seu controle
centralizado, através do Estado, bem como a sua sistematização em escolas pú-
blicas e privadas, laicas religiosas. Ainda, fixou a sua crescente especialização
e a sua obrigatoriedade.
O Golpe Militar, de 31 de março de 1964, parece caracterizar uma outra
fase no setor educacional. Ocorreu o resgate da Atualização Histórica como
modelo de desenvolvimento, apegado a uma metrópole primeiro-mundista, à
imagem e à semelhança dos Estados Unidos.
Os militares, em parceria com os latifundiários e com os empresários
conservadores, retomaram o perfil neocolonial, agora, tendo como espelho
os Estados Unidos. Foi a receita para tomar o poder e, nele, se perpetuar, sem
legitimidade democrática.
Zitkoski (1993, p. 4) comenta a reformulação do ensino brasileiro, por
meio dos acordos entre o MEC e a USAID (Agência Internacional de Desen-
volvimento), dos Estados Unidos. Os técnicos norte-americanos treinaram os
brasileiros para implantar uma estrutura tecnocrática e empresarial no ensino.
O trabalho pedagógico passa a ser planejado e organizado, de acordo com a
“burocracia e as leis de mercado”.
A redemocratização do país, a partir de 1985, não trouxe transformações
substantivas. Os governos Collor de Melo, Itamar Franco, Fernando Henrique
Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, em suas divergências, convergiram. Sob o
manto ideológico do Neoliberalismo, mantiveram a Atualização Histórica.
Cabe observarmos que, com Lula, o Neoliberalismo ganhou uma nova
faceta. Ele não conseguiu ser populista. Tornou-se um síndico de números,
com os quais procurou subtrair o cenário da realidade nacional. A Educação se
restringiu a um balanço contábil, bem ao sabor e ao saber cartesianos.
A ficção começou a presidir os caminhos e os descaminhos da realidade.
Educar, Curitiba, n. 32, p. 75-86, 2008. Editora UFPR 77
4. RAmOS, R. A educação e o conhecimento: uma abordagem complexa
O folhetim, com o robusto argumento do sindicalista, que se torna presidente da
República, foi sedutor. Encantou grande parte das massas urbanas, sobretudo,
as nordestinas. Codificou um novo pacto entre capital e trabalho, afirmando a
justiça e a ascensão social do capitalismo nacional.
A orfandade de instrução do presidente, relacionada com o seu êxito de
ascensão social, parece ter promovido uma marcha-ré. Transformou-se em uma
ode alucinante e alucinógena de que a Educação e o investimento intelectual
são artigos supérfluos e, plenamente, descartáveis.
Ao longo de sua história, o Brasil, em seus momentos de Colônia, Império
e República, vem afirmando, sobretudo, duas lógicas de desenvolvimento. São
elas: a Atualização Histórica, como hegemônica, e a Aceleração Evolutiva, como
contra-hegemônica. Ambas, em suas diferenças, se assemelham a respeito da
Educação. Tratam-na com uma prioridade básica, para formar mão-de-obra para
o mercado, sem priorizar a dimensão subjetiva que agencia a cidadania.
O método, desde os gregos até a contemporaneidade, parece que possui
um papel invariante na produção de Conhecimento. É um pré-requisito básico
em qualquer empreendimento educacional, concedendo-lhe qualidade, com a
sua explicitude, e desqualificação, com a sua implicitude.
De Aristóteles, passando por Platão, chegando a Descartes, e alcançando o
cenário contemporâneo, observamos as concepções metodológicas experimen-
tarem diversas e profundas transformações. Algo parece se manter intocável.
É a sua essencialidade, que parece dialogar, de modo indissociável, com a
perspectiva de conhecer, como uma prática educacional.
O Conhecimento, nos seus mais diversos níveis, pode possuir uma in-
variância. Existe na medida da existência da Linguagem, na qual a produção
discursiva assume ênfase. Dois conceitos barthesianos, neste particular, merecem
referência – o Discurso e a Mergulhia (2003).
Barthes (2003) compreende o Discurso, no sentido de Mallarmé. É uma
divagação, que está envolta por uma dialética muito particular. Realiza revelações
e, ao mesmo tempo, produz encobrimentos, ao excursionar e agenciar o universo
dos signos, em suas possibilidades e em suas potencialidades.
Ter um Discurso, para Barthes (2003), é disponibilizar um “objetivo de
força, de coerção, de sujeição”. Afirma-se por uma duração e uma persistência,
como uma consistência tensa, sistemática. Caracteriza-se, como um “objetivo
de totalidade, de eternidade de ser”.
Um efeito discursivo, salienta o semiólogo (BARTHES, 2003), é a Te-
atralização. É a ocupação de um “lugar, que não é seu. Significa representar
um papel, mantendo uma máscara linguageira”. Particulariza-se, como uma
encenação do sentido, com a simulação de um roteiro a ser seguido.
A Mergulhia, refere Barthes (2003), é um motor, que mobiliza a produção
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5. RAmOS, R. A educação e o conhecimento: uma abordagem complexa
discursiva. Recebia a denominação de rebento pelos formalistas russos. Age,
como “uma espécie de lógica endoxal, difusa, lógica empírica – um entrelaça-
mento de seqüências e trança do texto”.
O Método Cartesiano, proposto por Descartes (1979, p. 30), parece ser
hegemônico nas configurações conceituais da Educação. Estabelece quatro
preceitos básicos. Afirmam uma concepção de Conhecimento e especificam as
práticas a respeito de como produzi-lo. Os dois primeiros são os seguintes:
Primeiro – Nunca admitir alguma coisa, como verdadeira, sem a conhecer,
evidentemente, como tal, isto é, evitar, cuidadosamente a precipitação e a
prevenção, e não aceitar, nos seus juízos, nada que não se apresentasse tão
clara e, distintamente, ao seu espírito que não houvesse ocasião alguma de a
pôr em dúvida. Segundo – Dividir cada um dos problemas, que examinasse
em tantas partes quantas as necessárias, para melhor os resolver.
Descartes (1979), ainda, os complementa:
Terceiro – Conduzir, por ordem os seus pensamentos, partindo dos
objetos mais simples, para subir pouco a pouco, gradualmente, até os
mais compostos. Supor, também, ordem entre os que não se sucedem,
naturalmente, uns aos outros. Quarto – Fazer por toda a parte enumerações
tão completas e revisões tão gerais, que tivesse a certeza de nada omitir.
Os quatro preceitos revelam uma preferência por Advérbios. Aparecem o
“nunca”, como de lugar; “evidentemente”, “cuidadosamente”, “distintamente” e
“naturalmente”, de modo. Conta, também, com um “tão”, de intensidade, repe-
tido duas vezes, parecendo preescrever a obsessividade pelo aprofundamento.
Os Pronomes “tantas” e “quantas”, ainda, encenam os sentidos. Referem,
respectivamente, “tão numeroso” e “número, quantidade”. Encontram-se afina-
dos e confinados com a lógica, própria da Matemática, em seu desejo constante
de submeter à noção quantitativa.
Outro termo, que chama a atenção, é: “verdadeira”. Tal Adjetivo marca e
demarca a significação de um substantivo “verdade”, que denota, na pluralidade
de suas significações, “exatidão”. Compromete-se com a idéia de certeza, com
a bitola exata da intocável convicção.
O Discurso cartesiano possui uma predileção nas suas escolhas léxicas.
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6. RAmOS, R. A educação e o conhecimento: uma abordagem complexa
Não são frutos do mero acaso. São precisas dentro de um calibre específico e
pontual. O importante é produzir sentido dentro dos sentidos matemáticos, que
podem assegurar a comodidade do saber seguro.
A sua Mergulhia, como motor discursivo, faz da Palavra um significante
reiterativo, de caráter persuasivo. Teatraliza-se em diferentes classes, com uma
singularidade. Agencia o sentido de que a lógica das Ciências Exatas é sinôni-
ma da lógica do Conhecimento científico, como uma totalidade, de expressão
metafísica.
Descartes (1979, p. 14) sublinha a sua concepção sobre o Método, tendo,
como insumo básico, a ordem: “Chama-se método à ordem, que o pensamento
deve seguir, para chegar à sabedoria e em conformidade com a qual ele pensa
uma que aí chegou”.
Observamos que a concepção apresenta uma matriz de referência. São as
Ciências Exatas, mais especificamente, a Matemática. É o parâmetro que ali-
cerça a perspectiva de entendimento do Conhecimento, movido pelos recursos,
restritos ao uso da Razão.
A Matemática possui um recurso sedutor. Parece traduzir, através dos
seus cálculos e do imperialismo dos números, uma forma de pensar o saber. É
uma abordagem determinada e determinista, por intermédio da absolutização.
O histórico precisa se dissolver, tornando-se ahistórico, para obter a aura da
cientificidade.
Dois movimentos são articulados, de expressão complementar. A prática
do Conhecimento se sustenta na busca de práticas, comprometidas com a sim-
plificação, organizadas pelos valores da ordem. Tudo se encontra voltado para
a vocação de um saber, de sentido absoluto, de caráter ahistórico.
Logo, a perspectiva cartesiana pode se mobilizar, em sua fixidez racional,
em dois cenários diferenciados, mas complementares. A prática do Conhecimen-
to inscreve-se e se circunscreve na historicidade. O Conhecimento científico,
quando alcançado, tem características absolutas e absolutizantes. Torna a Edu-
cação esquizofrenizada em partes, sendo disciplinas que se isolam, nas quais o
Conhecimento, de características racionais e objetivas, dá conta da ordem, mas
não dá conta da desordem.
Uma abordagem complexa
O Paradigma da Complexidade surge a partir da década de 70, do século
XX, com Edgar Morin. Parece responder e corresponder a uma pulsão humana.
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7. RAmOS, R. A educação e o conhecimento: uma abordagem complexa
É a demanda por um Conhecimento pleno, em sua provisoriedade. Pronuncia
o diálogo entre as partes e o todo, e vice-versa. Procura derrubar os limites e
as barreiras entre as diferentes áreas do saber, com a sua interpelação transdis-
ciplinar.
O termo “paradigma” pode ser um dos pontos de partida, para que pos-
samos compreendê-lo além dos atrativos de suas aparências. Kuhn (2000, p.
67) o observa com um sentido específico. É o “modelo”. O que Platão (1997,
p. 1331) preferiu nomear como “arquétipo”.
Morin (1999, p. 31-32) faz um resgate etimológico. Recorre ao Latim –
“Complexus é o que se tece junto”. Especifica, assim, a tarefa da Complexidade
de, ao mesmo tempo, “[...] unir (contextualizar e globalizar), e aceitar o desafio
da incerteza”. O autor (1999, s/d, p. 45) complementa: “[...] A Complexidade
é, cada vez mais, uma cumplicidade de desconstrução e de criação, de transfor-
mação do todo sobre as partes e das partes sobre o todo [...]”
Também, Morin (1999, p.7) caracteriza as práticas do pensamento sim-
plificador, para melhor diferenciá-lo do pensamento complexo:
[...] Idealizar (crer que a realidade pode reabsorver-se na idéia, que só o
inteligível é real; racionalizar (querer encerrar a realidade na ordem e na
coerência de um sistema, proibi-la de transbordar para fora do sistema,
precisar de justificar a existência do mundo, conferindo-lhe um certificado
de racionalidade); normalizar (isto é, eliminar o estranho, o irredutível,
o mistério [...].
Ao perfilar a singularidade das práticas de Idealização, de Racionalização
e de Normatização, Morin estipula o seu conceito sobre o pensamento simpli-
ficador, tecendo os seus limites. Assim, por oposição, tece, também, os fios de
sua Complexidade.
O Paradigma da Complexidade estabelece o conceito sobre as práticas
da produção de Conhecimento. É instituído e constituído por sete Princípios
da Complexidade, inscritos e circunscritos na rubrica da Transdisciplinaridade,
reavaliando os diálogos entre conceitos teóricos e disciplinas.
Morin (1999, p. 32-34) os singulariza, sem valoração de hierarquia: “O
Primeiro é o Sistêmico ou Organizacional, o Segundo, o Hologramático, o
Terceiro, o Anel Retroativo, o Quarto, o Anel Recursivo, o Quinto, o Auto-eco-
organização, o Sexto, o Dialógico, e o sétimo, o da Reintrodução”.
O Sistêmico ou Organizacional liga o conhecimento das partes ao co-
nhecimento do todo. O Hologramático observa que as partes estão no todo, e
Educar, Curitiba, n. 32, p. 75-86, 2008. Editora UFPR 81
8. RAmOS, R. A educação e o conhecimento: uma abordagem complexa
vice-versa. O Anel Retroativo estipula que a causa age no efeito, e vice-versa.
O Anel Recursivo estabelece que o produtor faz o produto, e vice-versa. O
Dialógico sustenta que os opostos, os diferentes dialogam na Complexidade.
Por fim, a Reintrodução vê o conhecimento como um processo que envolve o
sujeito e o objeto (MORIN, 1999).
O Princípio Sistêmico ou Organizacional estabelece as ligações entre as
partes e o todo. Ambos se encontram indissociáveis. Estão envoltos em um
processo de interações, no qual as partes revelam o todo, e vice-versa, mantendo
uma vinculação permanente.
A Educação é parte de um todo – o contexto social e histórico, onde atuam
diversas dimensões: a econômica, a cultural, a social, a política, a psicológica e
a biológica, entre outras. Há uma indissociabilidade entre a parte e o todo, que
estão conectados de modo multidimensional.
O Hologramático observa que as partes se localizam no todo. A recíproca
também é verdadeira. Apresenta, como âncora referencial, o Holograma – uma
chapa, capaz de reproduzir, imageticamente, o binômio simbiótico entre as
partes e o todo, como se fossem face da mesma moeda.
O todo, o contexto social e histórico, é revelador da parte, a Educação, e
vice-versa. Para conhecer as questões educacionais, precisamos ter Conheci-
mento do contexto, que a abrange. Ambos se encontram simbiotizados, sendo
que um revela o outro, em uma constante interface e interatividade.
Os dois primeiros princípios mobilizam e são mobilizados por uma Figura
de Linguagem de Palavras. É a Metonímia, que pronuncia os diálogos entre as
partes, como representantes e representativas, de forma verossímil e conseqüente
do todo, no caso, respectivamente, a Educação e o seu contexto social.
O Anel Retroativo pressupõe os sentidos de movimentos no jogo entre as
causas e os efeitos. Não são fixos, estáticos. Podem trocar de posições. Assim
sendo, um evento não é filho único de uma causa, porém de uma pluralidade
causal, que pode se tornar um efeito, e vice-versa.
Os conflitos educacionais não possuem uma única causa. Apresentam uma
pluralidade. São superdeterminados, porém não são fixos. As causas podem se
transformar em efeitos, e vice-versa. A dinâmica preside as interações, prevendo
as trocas de papéis.
O Anel Recursivo agencia a dinâmica entre sujeitos e objetos. O ser
humano faz os objetos, que, ao serem feitos, também, o fazem. Representa o
ritual, que abraça os liames entre criador e criatura, em suas verossimilhanças
e associações respectivas.
Os Anéis Retroativo e Recursivo comungam de uma mesma matriz sim-
bólica. É o Anel, que une e isola, em sua ambivalência, como referem Chevalier
e Gheerbrant (1997). Emblematiza as feições e as afeições recíprocas entre
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9. RAmOS, R. A educação e o conhecimento: uma abordagem complexa
as partes e o todo, explicando as interfaces entre a Educação e o seu contexto
específico.
O de Auto-eco-organização estipula as possibilidades dialógicas, que en-
volvem a autonomia e a dependência. O sujeito possui autonomia para traçar o
seu caminho. Depende, todavia, da sociedade, onde vive, que, ao mesmo tempo,
tem dependências do meio ambiente e do planeta.
O sujeito, em sua autonomia, depende da Educação, que está submetida
à sociedade, que, simultaneamente, encontra-se atrelada a algumas questões. A
sua reprodução interage com os aspectos do meio ambiente e do planeta. Existe
um jogo de autonomias e de dependências.
Tal princípio, em sua essência, parece conjugar uma Figura de Linguagem
de Pensamento. É a Antítese, como possibilidade de unificação dos opostos, dos
antagônicos. Entroniza, simbolicamente, as noções dos conflitos emocionais,
que ligam o ser humano ao social, através do processo educacional.
O Dialógico viabiliza a aproximação e a associação dos contrários.
Articulam, mesmo em suas divergências e oposições, vértices convergentes.
Apresentam interações. São protagonistas de processos, marcados e demarcados
pelo diálogo, como um vértice permanente.
A Educação não é tautológica. Não se explica por si mesma. Não está
isolada, divorciada do resto. Empreende e é empreendida por um lençol dialó-
gico, de diferentes aspectos, que a permeiam, que a explicam. Mesmo o que,
imaginariamente, parece não possuir conexão direta, dialoga, ainda que indireta-
mente. São os casos dos modelos de desenvolvimento, sobretudo, a Atualização
Histórica e Aceleração Evolutiva se reproduzindo nos conceitos educacionais.
Tal qual o Auto-eco-organização, o Dialógico, também, instrumentaliza-se
e é instrumentalizado pela Antítese, como Figura de Linguagem. Além disso,
agencia e é agenciado pela Conjunção Coordenada Aditiva, E, como a materia-
lidade de associação e da inclusão.
Por fim, o da Reintrodução afirma que o Conhecimento não é um puro ato
de simplificação, restrito à linearidade. Significa o contrário disso. É plural e
pluralizante. Abriga os dialogismos, que contemplam os sujeitos e os objetos,
como partes, em diálogo, de um todo.
O estudo da Educação abrange os aspectos objetivos, mas, também, os
subjetivos. Não se encontram alheios. Estão em comunhão. Só existe objeto por
intermédio da existência de um sujeito, que lhe atribui sentido, valor. As dis-
ciplinas apenas têm sentido quando estão relacionadas com os seres humanos.
Os sete princípios são agenciadores e agenciados, em sua discursividade,
por um nó essencial. É a Transdisciplinaridade, que elimina distâncias, barreiras
e separações entre teóricos, disciplinas e conceitos. Formata e configura uma
outra concepção de Conhecimento.
Educar, Curitiba, n. 32, p. 75-86, 2008. Editora UFPR 83
10. RAmOS, R. A educação e o conhecimento: uma abordagem complexa
A sua Mergulhia parece se assentar em uma perspectiva. Prioriza os sig-
nificantes da Estilística. Articula, sobretudo, as Figuras de Linguagem, como a
Antítese e a Metonímia. Experimenta as suas performances, que unem a razão
e a emoção, em um diálogo complexo.
Morin (1999, p. 64-65) dimensiona o Conhecimento complexo, observan-
do-o no próprio ser, porquanto “nascer é conhecer”. Ele pormenoriza:
[...] O Conhecimento é, necessariamente, uma tradução de signos/símbolos
e em sistemas de signos/símbolos; construção, ou seja, tradução construtora
a partir de princípios/regras, que permitem construir sistemas cognitivos,
articulando informações/signos e símbolos; solução de problemas, a
começar pelo problema cognitivo da construção tradutora à realidade,
que se trata de conhecer [...].
O Conhecimento se higieniza de qualquer postura e tom absolutizante.
Perde a sua pose de certeza inequívoca, de ordem magicamente, metafísica.
Ganha uma amplitude, na qual transitam as certezas, em parcerias com as in-
certezas, sem a hierarquização, com um cenário histórico. É provisório bem ao
gosto e dentro da lógica e da ilógica da vida.
O Paradigma da Complexidade tem um objeto de estudo próprio, bem
como uma concepção e uma prática do Conhecimento complexo. É um recur-
so metodológico importante, pela pulsão de um conhecimento pleno, em sua
provisoriedade.
Morin contrapõe a Complexidade ao Paradigma Simplificador, que pode
abranger diferentes versões espistemológicas. Uma delas é o Cartesianismo, em
seu projeto racional, sob a régua e o compasso das Ciências Exatas, sobretudo,
a Matemática, com as suas interpelações racionais e objetivas.
O Método Cartesiano, tendo como referência, as Ciências Exatas, so-
bretudo, a Matemática, usando um enfoque racional e objetivo, é válido, para
estudar objetos de estudo previsíveis, que mantêm uma certa constância. Não
é o caso da Educação.
O Conhecimento Cartesiano prevê a ordem. Não consegue priorizar a
desordem. Possui uma incapacidade de trabalhar o movimento, o contraditório e
os conflitos. O seu apego à precisão matemática faz-lhe escapar o qualitativo, o
cultural, o sociológico e o psicológico. Traduz-se por uma vocação legitimadora
do vigente muito a gosto dos desejos de quem detém o poder. Simplifica e nor-
maliza, retratando a realidade pela espessura da superficialidade dos números.
Olha a Educação, em partes, dissociadas. O sujeito não dialoga com o
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11. RAmOS, R. A educação e o conhecimento: uma abordagem complexa
objeto, e vice-versa. São excludentes. As disciplinas reprimem o ir-e-vir dos
conceitos e dos teóricos. Não passam de fatos isolados, ornamentados pelo grau
da especialização, racionalizada e racionalizante.
O Conhecimento está voltado para a exterioridade. É somente um ritual
projetivo, preocupado com o mercado e com a reprodução de mão-de-obra, não
importando o modo. É órfão da interioridade. Não tem olhos para a subjetividade.
Não descobriu que o Conhecimento apenas se justifica quando dialoga com o
autoconhecimento. Caso contrário, é um ritual pirotécnico da alienação.
Nesse cenário, pensar a Educação, com as lentes cartesianas, é se cegar.
Significa um negar reprimido da realidade, que somente parece contribuir para
um fazer de conta de que estamos produzindo Conhecimento e de que todos
passam bem. O nosso endereço é o Jardim-do-Éden.
O Paradigma da Complexidade não é uma saída mágica. Não tem soluções
prontas e acabadas. Não pretende resolver tudo, como poções milagrosas. Não
se vocaciona, para ser a salvação da lavoura, porém apresenta algumas contri-
buições importantes para o repensar da Educação, como um processo dialógico,
envolto em uma pluralidade de dimensões.
Morin parece fazer sentido quando observa o Conhecimento como abrigo
de certezas e incertezas, marcado e demarcado pelo sentido da provisorieda-
de. O mesmo se reproduz em relação aos métodos. São produções históricas,
recursivamente produzidas e produtoras de um determinado contexto social e
histórico.
A Complexidade não esteriliza o histórico, para dissolvê-lo em metafísico.
Não abraça uma perspectiva excludente. Contempla o histórico e o metafísico,
sem hierarquias. Isso permite ver a Educação, em um contexto amplo, onde o
Conhecimento é pleno, em sua provisoriedade, sem barreiras, limites e fronteiras
entre conceitos, teóricos e disciplinas.
Portanto, olhar a Educação através das lentes cartesianas é buscar a norma-
lidade e a esquizofrenização do Conhecimento, separando o objeto do sujeito.
Tem importância para procurar legitimá-la cega e obtusamente. A Complexi-
dade possui recursos teóricos e metodológicos para compreendê-la como um
processo dialógico, que abriga a ordem e a desordem. Permite a reflexão e uma
reavaliação do Conhecimento, como um ato gerador de autoconhecimento. É
uma possibilidade de reconfigurar o processo educacional.
Educar, Curitiba, n. 32, p. 75-86, 2008. Editora UFPR 85
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Texto recebido em 04 de maio de 2008.
Texto aprovado em 30 de junho de 2008.
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