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Revista Canavieiros - Julho de 2008

1
2

Revista Canavieiros - Julho de 2008
Editorial

O momento
exige cautela

C

om os preços da cana em
baixa, o momento exige cautela. A turbulência é provocada por fatores já conhecidos: queda nas cotações do açúcar por conta do excedente no mercado mundial e a manutenção do preço do álcool em patamares baixos. O resultado
é que a receita obtida não cobre os
custos de produção.
No entanto, as perspectivas para
médio e longo prazos são de melhora
para o setor e a cana tende a recuperar
a rentabilidade. Esse é o foco da reportagem de capa deste mês. Ela traz
projeções da produtividade dos canaviais da região e a análise dos técnicos da Canaoeste sobre a qualidade da cana e o que é possível antever
na questão de preços.
O entrevistado de julho é o secretário estadual de Agricultura e
Abastecimento, João de Almeida
Sampaio Filho. O secretário diz estar
preocupado com a queda nos preços
da cana, principal cultura do Estado,
e que articula, junto ao governo, a
criação de mecanismos que ajudem
o produtor nesse momento de crise.
No Ponto de Vista, o engenheiro
agrônomo, diretor da Canaplan e da
Usina Alto Alegre, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, assina o artigo “Sobre
sonhos e realidade”, onde aborda
as transformações pelas quais a cadeia produtiva passou e a necessidade de os elos se unirem para mudanças futuras. A Canavieiros também traz artigo do ex-ministro Roberto Rodrigues, sobre as dificuldades dos fornecedores de cana.
O “Notícias Copercana” relata o
balanço do IV Agronegócios Copercana, que foi sucesso total – 100%
dos expositores aprovaram a feira, e

o faturamento nas vendas aumentou
cerca de 20% em relação ao ano passado. Neste ano, o volume de negócios atingiu R$ 100 milhões, superando as expectativas iniciais dos organizadores. A visita de uma comitiva da Ucrânia também é notícia na
edição deste mês, além da palestra
técnica realizada pela Canaoeste em
Bebedouro e a reunião da WABCG,
realizada na Turquia, e que contou
com a participação do presidente da
Canaoeste, Manoel Ortolan.
No destaque, o encontro que a
a Copercana e o IZ – Instituto de
Zootecnia – promoveram no dia 4
de julho, sobre integração da canade-açúcar e pecuária no Estado de
São Paulo. Mais de 200 pessoas
entre produtores de cana, criadores
e técnicos que atuam nos segmentos estiveram no evento que foi realizado no Centro de Pesquisa em
Pecuária de Corte do Instituto de
Zootecnia, em Sertãozinho.
Em julho, a revista está recheada
de participações de técnicos e agrônomos renomados. Confira as Informações Setoriais do assessor técnico
da Canaoeste, Oswaldo Alonso; o artigo técnico intitulado “Vinhaça, um
grande benefício ao canavial” do engenheiro agrônomo, Marcelo de Felício; na sessão Pragas e Doenças, os
pesquisadores do CTC – Mauro Sampaio Benedine e Enrico de Beni Arrigoni falam sobre manejo integrado de
pragas de solo na cana-de-açúcar. Ainda temos o Dr. Juliano Bortoloti, que
escreveu sobre a contratação temporária de trabalhadores rurais e informações interessantes nas seções Culturas de Rotação, Novas Tecnologias,
Dicas de Português, Agenda de Eventos, Classificados e muito mais.
Boa Leitura.
Conselho Editorial
Revista Canavieiros Julho de 2008
Revista Canavieiros -- Julho de 2008

3
Indice

EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson

Safra na região: aumento
na produtividade e queda
na qualidade
Estimativas do Centro de Cana do
IAC apontam para elevação de
2,4% no TCH (Tonelada de Cana
por Hectare)

Pag.
Pag.

22

EDITORA:
Cristiane Barão – MTb 31.814
JORNALISTA RESPONSÁVEL:
Carla Rossini – MTb 39.788

DESTA
DESTA QUES

OUTRAS

Entrevista

CONSECANA

COLABORAÇÃO:
Marcelo Massensini

DESTAQUE

DIAGRAMAÇÃO:
Rafael H. Mermejo

INFORMAÇÕES
SETORIAIS

FOTOS:
Carla Rossini
Marcelo Massensini
COMERCIAL E PUBLICIDADE:
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
comercial@revistacanavieiros.com.br

João de A. Sampaio Filho

Pag.

14

Secretário estadual de
Agricultura e Abastecimento
Pag.

Secretaria analisa medidas
para minimizar crise
Pag.
Pag.

05

Pag.

18

26

Ponto de vista
Pag.

28

ARTIGOS
TÉCNICOS

Pag.

30

PRAGAS E
DOENÇAS

Luiz Carlos C. Carvalho
Engenheiro agrônomo, diretor da Canaplan e da Usina
Alto Alegre.
Sobre sonhos e realidades
Pag.
Pag.

Notícias
Cocred
- Balancete

Notícias

08
08

32

Pag.

07
10

14
Canaoeste
- Copercana e Canaoeste recebem visitantes da Ucrânia
- UTI do Netto Campello completa dois anos!
- Ortolan participa de reunião da WABCG
- Palestra técnica em Bebedouro

REPERCUTIU
Pag.

Pag.

IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora

CULTURA

Pag.

Copercana
- IV Agronegócios Copercana fatura R$
100 milhões

Notícias

LEGISLAÇÃO
Pag.

TIRAGEM:
10.000 exemplares

35

36

AGENDE-SE
Pag.

37

Pag.

38

Pag.

CLASSIFICADOS

Cultura de Rotação
Soja: vazio sanitário em SP segue até 30 de
setembro
4
4

DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
Ana Carolina Paro, Carla Rossini, Daniel
Pelanda, Letícia Pignata, Marcelo Massensini,
Rafael Mermejo, Roberta Faria da Silva.

Revista Canavieiros - Julho de 2008

Pag.
Pag.

34

ISSN:
1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e
fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas
são de responsabilidade dos autores. A
reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte.
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311
www.revistacanavieiros.com.br
Entrevista

João de Almeida Sampaio Filho
Secretário estadual de Agricultura e Abastecimento

Secretaria analisa medidas para
minimizar crise

Cristiane Barão

A

queda nos preços da cana fez
com que a cultura reduzisse
sua participação no valor da
produção agropecuária paulista no ano
passado, que considera a renda obtida
pelas culturas dentro da porteira. Em
2007, o rendimento da cana foi de R$
11,4 bilhões, contra R$ 14,8 bilhões em
2006, uma queda substancial de 22,6%.
Os preços caíram 32,7%.

Por ser a principal cultura do Estado,
a cana puxou para baixo o valor da produção agropecuária paulista: descontando a inflação, a queda foi de 6,8% e somou R$ 31,8 bilhões. De acordo com o
secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, João de Almeida Sampaio Filho, esse cenário o preocupa. “Temos
conversado sobre a possibilidade de alguma linha de crédito para suportar esse

período, a possibilidade de investimentos. Estamos buscando alternativas”, diz.
Segundo ele, o pequeno e médio fornecedor de cana é o que mais sente a crise.
“Para o arrendatário a renda diminui, mas
ele continua tendo renda, enquanto que
o pequeno e médio fornecedor perde a
renda e passa a ter prejuízo”, afirma. Leia,
a seguir, a entrevista que ele concedeu à
Canavieiros.
Revista Canavieiros - Julho de 2008

5
Entrevista
Canavieiros: A cana ocupa em São
Paulo 4,8 milhões de hectares. Ainda
há espaço para a cultura avançar?
João de Almeida Sampaio Filho – O
Estado tem uma área utilizável próxima
de 22 milhões de hectares. Então, é claro
que a cana tem espaço ainda para crescer. Em alguns lugares ela não vai entrar
porque não tem condições ambientais,
topográficas, climáticas. Em outros, a
gente torce para que ela não entre para
que se mantenha uma diversificação de
culturas. Já em outros lugares, a gente
torce para que ela entre para que se promova desenvolvimento, melhoria na renda e na economia local de uma maneira
geral. Tem espaço (para crescer), mas claro
que com parcimônia, com respeito à diversidade local de produção e ambiental.

a ração na pecuária de corte e de leite. Em
algumas regiões do Estado, como Barretos e Orlândia, a gente já percebe essa
integração de uma maneira muito clara e
tenho tentado desenvolver isso também
na região de Araçatuba.

Canavieiros: Em relação à questão da reserva legal, que é uma discussão que se arrasta há anos. O senhor vê alguma saída?
Sampaio: É necessário, primeiramente, que o tema que hoje é regido por uma
Medida Provisória, que é a 2166, se torne
Canavieiros: No ano passado, a lei até para que não se tenha mais necana perdeu participação no valor da nhum problema jurídico. Na conversão
produção agropecuária do Estado, que da Medida Provisória em lei, eu espero
considera a renda obtida pelas cultu- que algumas distorções sejam corrigidas
ras dentro da porteira, devido à queda e que a questão da reserva legal possa
nos preços. Os fornecedores já estão ser melhor adaptada à realidade do Estacomparando a atual crise à de 99. Esse do de São Paulo. Independente disso,
cenário preocupa a secretaria?
algumas opções já começaram a apareSampaio: A secretaria efetivamente cer. Uma delas, recentemente sancionase preocupa muito com esse cenário e da pelo governador José Serra, é um procom essa perda de renda das indústrias jeto de lei que dá ao produtor o direito de
e dos produtores, principalmente. Mas plantar na sua reserva legal espécies que
ele possa explorar, como por
governo renegociou dívida, deu mais exemplo seringueiras, goiabeiras. Com isso ele pode rerecursos, mas não está atacando
florestar e ter renda.

"O
Canavieiros: A cana
tem avançado sobre a
área de grãos?
Sampaio: A cana não
diretamente a questão custo porque não
avançou sobre a área de
Canavieiros:
trata de infra-estrutura, porque não trata de senhor avaliou oComo o
grãos e mais: a cana pode
Plano
trazer junto com ela, na reSafra 2008/09, anunciatributação e porque não trata de câmbio"
novação, a produção de
do pelo governo?
grãos. Cabe até uma colocação: a cana, trabalhamos com um cenário conjuntuSampaio: Acho que o Plano Safra
há dois ou três anos, tinha preço muito ral e não estrutural. Quando olhamos os foi bom. O governo avançou, aumenbom e os grãos, preço muito ruim. Com fundamentos do setor, percebemos que tou a quantidade de recursos a juros
isso, a renovação dos canaviais que, his- o futuro nos reserva dias bem melhores controlados. Mas acho que, ao mesmo
toricamente, vinha sendo feita com do que os deste ano. Temos tentado tempo, o governo passou por cima de
grãos, passou a ser feita com cana, sem mostrar isso aos produtores e trabalha- um tema fundamental, que é infra-esessa saudável integração com grãos. do ações dentro do governo que mini- trutura, que onera pesadamente nosCom o retorno dos grãos a preços remu- mizem essa perda de renda momentânea sos custos. Hoje o grande problema da
neradores, a gente percebe que em vári- neste ano, no ano anterior e talvez no agricultura é o custo de produção, aliaas regiões do Estado a produção de próximo, mas vislumbrando que um fu- do ao câmbio. O governo renegociou
grãos cresceu quando a cana chegou.
turo promissor espera o setor.
dívida, deu mais recursos, mas não está
atacando diretamente a questão custo
Canavieiros: A secretaria prepara
Canavieiros: Neste cenário, os pe- porque não trata de infra-estrutura,
um projeto de integração lavoura-pe- quenos e médios produtores são os porque não trata de tributação e porcuária. Em linhas gerais, o que prevê? maiores prejudicados porque não têm que não trata de câmbio. Elogio o PlaSampaio: A integração lavoura-pecu- o fôlego financeiro dos grandes e dos no, mas faço uma crítica: a nossa inflaária é para desenvolver regiões com pas- industriais...
ção é de custo e não de demanda.
tagens degradadas para que seja possíSampaio: Principalmente os pequevel crescer o número de animais e também nos e médios fornecedores porque para
a renda e a produção de grãos e alimen- o arrendatário a renda diminui, mas ele
tos. Numa mesma área você pode fazer continua tendo renda, enquanto que o
um plantio de grãos e aproveitar parte des- pequeno e médio fornecedor perde a
sa propriedade para grãos, parte para a renda e passa a ter prejuízo. Mas estapecuária e vai fazendo uma rotação e, com mos preocupados e temos conversado
isso, vai ampliando a produção de grãos e sobre a possibilidade de alguma linha
a sua capacidade de suporte para a pecu- de crédito para suportar esse período,
ária. Há também uma outra integração, em a possibilidade de investimentos. Esque aposto muito, que é a cana-pecuária, tamos buscando alternativas, converem que se utiliza a cana-de-açúcar como sando com a Única, com o Consecana,
base para confinamento, como base para buscando maneiras de minimizar isso.

“

6

Revista Canavieiros - Julho de 2008
Notícias
Cocred
Balancete Mensal
Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana
de Sertãozinho BALANCETE - MAIO/2008
Valores em Reais

Revista Canavieiros - Julho de 2008

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Ponto de Vista

Sobre sonhos e realidades
Luiz Carlos Corrêa Carvalho
Engenheiro agrônomo, diretor da Canaplan e da Usina Alto Alegre.

“Não há razão para qualquer pessoa ter um
computador em casa”.
Ken Olsen, Presidente da Digital Equipment Company, 1977.

P

rever o futuro é apavorante...
o passado é pó... só o presente é real e passa tão rápido. As
projeções do curto prazo podem ser
algo como a piada que relata a diferença entre os erros que cometem o
agrônomo e o médico: o primeiro a
terra mostra, o segundo, esconde! Já
as de longo prazo nem sempre nos
encontra vivos! Mas brincadeiras à
parte, a inimaginável transição que
vive o mundo torna absolutamente
complexa qualquer previsão. Se imaginarmos que há dois anos não se tinha a menor expectativa de um afroamericano poder vir a ser Presidente
da maior economia do globo, ou, por
exemplo, o futebol do Equador superar o do Brasil em competição de times, tem-se novas cores dramáticas!
O poder dos tempos faz ter-se a impressão que os sonhos estão mais rapidamente se tornando realidade, assim
como já se vê realidades como a China
dividindo a liderança mundial com os
EUA, a Europa vendo o cristianismo
despencar em número de fiéis a níveis
assustadores e mesmo o Corinthians caindo para a segunda divisão do campeonato (esse, sonho de alguns).

No Brasil de hoje, um grupo açucareiro compra aqui a gigante Esso
(distribuição) e se torna grande distribuidor de combustíveis, enquanto
grandes grupos químicos internacionais procuram parcerias com usineiros e multinacionais de alimentos e de
energia estão produtores de etanol.
No Brasil de hoje, as “commodities”
agrícolas mostram preços muito elevados, pressionados pelos efeitos do petróleo, secas, crescimento espetacular
da demanda por alimentos e energia, ex-

banco de imagines - UNICA

O Brasil despertou que não é vergonha ser o campeão mundial do agro-

negócio e o seu Presidente é o seu
maior vendedor do etanol pelo mundo! Tempos novos, onde o petróleo
chega a preços inimagináveis e as
economias continuam a crescer...
O Brasil do futebol, samba e agronegócio, agora é parte do BRIC – grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia
e China, que estarão no topo dos países mais ricos antes da metade deste
século; é candidato à potência petrolífera nos próximos cinco a 10 anos.
O Brasil da cana-de-açúcar se transforma no Brasil da cana-de-energia,
produzindo muito mais etanol que
açúcar e gerando eletricidade verde,
limpa, que talvez representará em 2020,
15% da matriz de demanda de energia
elétrica do país.

8

Revista Canavieiros - Julho de 2008

ceto no caso da cana-de-açúcar! Esta,
vive o seu ciclo de baixa, face a explosão de oferta ocorrida na excitação das
perspectivas das commodities.
Mas estamos vivendo o fim desse ciclo, já no ano de 2008, desde que
o “mundo” não acabe! A perspectiva
de recessão, ou melhor, de redução
dos índices de crescimento poderia
frear esse fato? Contrariando os sábios para os quais não se deve falar
sobre o curto prazo (a base da orientação sempre foi: falar do futuro longíquo é seguro; do curto prazo é suicídio), segue uma visão:
Comida e energia seguirão crescendo! São, obviamente, a base da
vida. A biomassa cresce muito mais
que a fóssil-energia, independentemente do fato que eventualmente a
economia global mostre redução do
ritmo atual de crescimento. E nesse
crescimento, o Brasil terá mercados
excepcionais, pois a questão seríssima da crise alimentar fará europeus,
norte-americanos e japoneses reverem a sua política protecionista. Os
países competitivos verão cotas,
abertura como quedas de impostos de
importação e de subsídios, criando
mercados via formal aprovação nas
Ponto de Vista
políticas multilaterais tipo Rodada de
Doha. Os Fundos continuarão comprando “commodities” no curto prazo; a Índia faz forte redução da produção de açúcar enquanto o crescimento do consumo do produto na
Ásia segue acelerado; o etanol vai
rompendo barreiras e paradigmas, fazendo com que norte-americanos e
europeus vão às suas compras... até
o clima cruel ao hemisfério norte é
fato gerador de importações do sul....
entidades inúmeras, de grande expressão nos EUA, fizeram formal pedido de queda de imposto ao álcool
brasileiro às autoridades norte-americanas, seguindo as análises e orientações da ONU, Bando Mundial,
BID, e de outros.

res. Se o governo novamente não chamar o setor para travar preços e se a
Petrobrás resolver assumir o mercado e seus preços de combustível ao
consumidor (afinal o petróleo praticamente vale, hoje US$ 1,00/litro!!) ou
sem reduzir impostos (o que é absurdo face aos custos da poluição causada pelos combustíveis fósseis), o
produtor terá mais chances.
Não sendo verão, os sonhos nos
trópicos são mais lógicos. Sendo verão no hemisfério norte, os preços da
gasolina são bem mais altos. À anterior e atual realidade de não pagar
custos, cresce o sonho de margens
positivas... afinal, sem elas, não se
constrói o futuro.

Seja no curto ou no longo prazo, as
transformações vão arrebentando os
paradigmas e, sempre, o futuro dependerá dos valores que vão se estabelecendo. Vale citar dois momentos do passado e a complexidade das ações: a civilização Maia viu a derrocada da sua
produção pelo desmatamento acelerado sem reposição; o mundo viu a fantástica evolução tecnológica do século do petróleo e, agora, paga os juros
desse empréstimo via aquecimento global. Assim como não há almoço de graça, os pecados são cobrados.

Entre 2008 e 2009, o etanol terá prêmio sobre o açúcar e ambos farão o
preço da cana pelo menos pagar os
custos operacionais e alguma margem.

Como escreveu Nélida Piñon, “a
sedução da aventura, de suas ilhas
de fantasia e terras prometidas é poderosa, mas é difícil saber onde chegar, em conflito com a realidade”. A
extasiante luz do amanhecer, por vezes, faz acordar o que se julga “real”,

Unir a cadeia produtiva, sob valores de ética e respeito, levará o setor cana a incríveis posições de geopolítica, jamais, realmente, pensados.
Quem sabe esse o grande castigo aos
que remaram contra, seja por visão
do retrovisor ou por ideologia.

Já em 2009, o jogo do mercado é
altista, os preços serão remunerado-

obscurecendo os sonhos. Seria assim? Ledo engano! Os sonhos permanecem na alma, esperando o momento
que o homem escute os seus ruídos.

Revista Canavieiros - Julho de 2008

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Notícias
Copercana

IV Agronegócios Copercana
fatura R$ 100 milhões
Carla Rossini

Feira apresentou um aumento de aproximadamente 20% nas vendas em relação ao ano passado

C

om infra-estrutura moderna e
diferenciada, o IV Agronegóci
os Copercana foi sucesso total
– 100% dos expositores aprovaram a
feira, e o faturamento nas vendas aumentou cerca de 20% em relação ao ano
passado. Neste ano, o volume de negócios atingiu R$ 100 milhões, superando as expectativas iniciais.
As boas condições de compra e de
pagamento oferecidas aos cooperados
favoreceram o ótimo resultado da feira,
que foi realizada durante os dias 25, 26
e 27 de junho no Clube de Campo Vale
do Sol. O evento recebeu mais de 3.000
visitantes, a maioria cooperados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred
de Sertãozinho e região.
Segundo o presidente da Copercana, Cocred e do Agronegócios Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, a meta
da cooperativa foi atingida, apesar da
safra de cana estar passando por uma
fase crítica. “Apesar das dificuldades,
conseguimos concretizar excelentes negócios para os nossos cooperados. Fechamos com ‘chave de ouro’ o primeiro
semestre de 2008’”, afirmou Tonielo.
O diretor da Copercana, Pedro Esrael
Bighetti, lembrou que as parcerias entre
a cooperativa e os expositores são fun-

Entrada do 4º
Agronegócios Copercana

damentais para a realização dos negócios. “Temos excelentes parceiros no evento e isso facilita as negociações para os
nossos cooperados”, disse Bighetti.

dos na loja de ferragens da Copercana.
Um outro marco para essa edição do
Agronegócios foi o lançamento da grife “Selaria Copercana”.

Em 2008, a feira passou a contar
com 60 expositores – dez a mais do que
no ano passado. Foram comercializados defensivos agrícolas, adubos, calcário, implementos e equipamentos
para a agricultura de cana-de-açúcar,
soja, amendoim e milho. Dentre as novidades apresentadas na 4ª edição do
Agronegócios, merece destaque o pavilhão que estava localizado na entrada da feira e contava com os fornecedores de produtos e serviços vendi-

Estande da grife “Selaria Copercana”, lançada durante a feira

Os diretores do
sistema Copercana,
Canaoeste e
Cocred:
Antônio Wilson
Lovato, Pedro
Esrael Bighetti,
Manoel Ortolan e
Antônio Eduardo
Tonielo

10

Revista Canavieiros - Julho de 2008

O gerente do Departamento de
Compras da cooperativa, Luis Ricardo Meloni, ficou satisfeito com o resultado. “Esse pavilhão foi uma excelente idéia para atender os nossos fornecedores e cooperados, que entravam na feira e já podiam visitar os estandes e conhecer as novidades”, afirmou Ricardo. “O lançamento da grife
Selaria Copercana foi um marco para a
cooperativa, que está preocupada em
lançar novos produtos e serviços para
oferecer sempre o melhor aos seus cooperados”, finalizou.
Notícias
Copercana

Frederico Dalmaso, gerente de
comercialização da Copercana em
entrevista ao jornalista Luiz Baleotti

cerias firmadas com os expositores. “A
feira superou as nossas expectativas e
conseguiu atingir um excelente volume de negócios. O cooperado acreditou mais uma vez na sua cooperativa e
aproveitou para comprar agora, já que
está previsto um aumento no preço dos
produtos químicos no segundo semestre de 2008”, afirmou Dalmaso.

Segundo o gerente de comercialização da Copercana, Frederico José
Dalmaso, o bom resultado é fruto da
participação dos cooperados e das par-

cendo prazos e condições de pagamento facilitados. Os produtores poderão
pagar suas compras no prazo de safra”, finalizou.

Ainda segundo ele, “a cooperativa
atendeu a demanda dos cooperados,
suprindo suas necessidades e ofere-

Vista geral do salão interno

Encontro de negócios

Agrônomos e cooperados na
área exclusiva reservada para
atendimento

O Agronegócios Copercana já se tornou tradicional para os
cooperados que esperam a hora certa para realizar suas compras. Uma grande atração na feira é o atendimento personalizado realizado pelos agrônomos do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. Eles ficam espalhados em uma área específica do
recinto, onde os cooperados são atendidos com tranqüilidade e
de forma organizada. “O Agronegócios é focado nos cooperados e na realização de negócios. Quem participa sabe que o
evento é comercial, por isso se tornou um grande sucesso”,
afirmou Tonielo.

Eventos paralelos
A exemplo do que aconteceu em
2007, neste ano os eventos paralelos
de pecuária e ovinocultura foram muito participativos. As palestras organizadas pelo médico veterinário da Copercana, Nelson Bernardi Júnior, foram
realizadas num pavilhão montado exclusivamente para essa finalidade e
agradou bastante os cooperados.
"Quem participou adquiriu informações
rápidas e precisas, tendo bastante tempo para continuar a sua visitação na
feira", disse o veterinário.
Um outro evento que conseguiu
superar expectativas foi o Dia de Visitas na UNAME (Unidade de Grãos da
Copercana) e na CAP (Agropecuária
Industrial Ltda), que fica localizada em
Dumont. Mais de 50 cooperados que
são parceiros do projeto Amendoim da
Copercana participaram do encontro
com a finalidade de conhecer os locais
onde o grão produzido por eles é beneficiado e preparado para ser exportado.

Exposição de animais

res conhecessem o processo pelo qual
o produto é submetido antes de ser
comercializado. "Agora eles conhecem todo o processo desde a chegada
do amendoim na Copercana até o preparo final para a exportação. Essa tecnologia aplicada no amendoim é moti-

Cooperados durante a palestra de Ovinocultura

vo de orgulho para a Copercana e agora será para os produtores também",
disse Augusto.
Após as visitas na UNAME e CAP,
o grupo de cooperados também visitou o Agronegócios Copercana.

Cooperados, parceiros do projeto Amendoim da
Copercana, durante visita a Uname

Para o gerente da UNAME, Augusto César Strini Paixão, esse dia de visitas foi essencial para que os produtoRevista Canavieiros - Julho de 2008

11
Notícias
Copercana
Também foram realizadas reuniões
da diretoria e atendimento a fornecedores pelos gerentes do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred.

Reunião do Conselho Fiscal da Cooperfértil: Manoel Sérgio Sicchieri (Copercana); Paulo
César Lima (Carol); Nehemias Alves de Lima (Coopercitrus); Nivaldo José Furlan
(Cooperfértil); Pedro Esrael Bighetti (Copercana) e José Antônio M. da Silva (Cooperfértil)

O supervisor de suprimentos da Usina Batatais, Antônio
Eduardo Pitta; o gerente de compras da Usina Batatais
Paulo Henrique Ribeiro; Pedro Esrael Bighetti e o diretor
proprietário da Usina Batatais, Baldilho Biagi Neto

Mais de 3.000 cooperados prestigiaram o 4º Agronegócios Copercana

Área externa

Paulo Calixto, gerente financeiro da Copercana:
“Os resultados da feira foram excelentes e superaram as
expectativas iniciais”

Os cooperados participaram de um Rally e três
TVS de Plasma 42” foram sorteadas. Manoel
Ortolan e o 1º ganhador: Fernando José Pratti

12

Revista Canavieiros - Julho de 2008

Cooperados e funcionários ajudaram no sorteio de um tourinho realizado pela empresa
Logística Ouro Fino Ltda. O cooperado Giovan Antônio Júnior de Uberaba foi o ganhador

Pedro Esrael Bighetti, entregou a TV de
Plasma ao 2º ganhador: Mateus Rodriguês

Antônio Eduardo Tonielo, Sérgio Sicchieri
e Chico Lorota realizaram o sorteio que
deu a TV ao terceiro ganhador: José
Maurício Rodriguês
Revista Canavieiros - Julho de 2008

13
Notícias
Canaoeste

Copercana e Canaoeste
Copercana e Canaoeste
recebem visitantes da Ucrânia
recebem
Carla Rossini

Os ucranianos estavam interessados em conhecer o funcionamento do sistema cooperativista brasileiro

O

diretor da Copercana, Pedro
Esrael Bighetti, deu as boas
vindas ao grupo de ucranianos
que visitou a sede da Copercana e Canaoeste na manhã da sexta-feira, 11 de
julho. O grupo, formado por seis integrantes, está visitando o Brasil para conhecer usinas de açúcar e álcool e também o sistema cooperativista brasileiro.
Na cooperativa, eles participaram
de uma apresentação do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred e também assistiram a vídeos institucionais das cooperativas e da associação. Logo após se dirigiram à UNAME (Unidade de Grãos da Copercana), onde puderam ver o beneficiamento, secagem e armazenamento do
amendoim na unidade.

Estavam no grupo o diretor da AgroProdinvest Ltda, Roman Ogorodov; os
assessores das diretorias financeira e
econômica da Zorya Podillya, Dmytro
Fedosenko e Yurity Tsymbal; o diretor
geral da Trydenta-Agro Ltd, Andriy

Consecana

Tsymbal; o empresário Andrill Dykun e
o assessor da diretoria da Syngenta,
Volodymyr Lytvynenko. Após o almoço, o grupo participou de uma visita a
Viralcool, em Viradouro, para ver como
funciona uma unidade de produção.

CIRCULAR Nº 05/08
DATA: 30 de junho de 2008

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

A

seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue
durante o mês de JUNHO de 2008. O preço médio do kg de ATR para o mês de JUNHO, referente à Safra 2008/2009,
é de R$ 0,2466.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado, destinados aos
mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA,
nos meses de ABRIL a JUNHO
e acumulados até JUNHO, são
apresentados a seguir:
Os preços do Açúcar de
Mercado Interno (ABMI) e os
do álcool anidro e hidratado
destinado à industria (AAI e
AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e
hidratado, carburante (AAC e AHC) destinados ao mercado externo (AAE e AHE), são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR,
em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de
ABRIL a JUNHO e acumulados até JUNHO,
calculados com base nas informações contidas na Circular 01/07, são os seguintes:
14

Revista Canavieiros - Julho de 2008
Notícias
Canaoeste

UTI do Netto Campello
UTI do Netto Campello
completa dois anos!
completa dois anos!
Débora Helena Pereira
Supervisora da UTI do Netto Campello

O

Netto Campello Hospital &
Maternidade está em festa!
Um grande sonho está se concretizando a cada dia. Sertãozinho tem
a possibilidade de utilizar serviços especializados e humanizados com equipe qualificada em atendimento de terapia intensiva.
Ao completar 2 anos no dia 7 de
julho de 2008, as Unidades de Terapia
Intensiva Geral e Neonatal/Pediátrica
do Netto Campello são atualmente referência no atendimento à saúde.
Durante esse período, foram atendidos pacientes de Sertãozinho e de
toda a região (Barrinha, Pontal, Jaboticabal, Pitangueiras, Bebedouro, etc),
totalizando mais de 700 internações de
adultos, crianças e recém nascidos.
São 13 leitos equipados com aparelhagem de última geração, que atendem às normatizações vigentes e permitem ao profissional médico tranqüilidade na hora de desenvolver a “Arte
da Medicina”. Desses 13 leitos, sete
são de UTI Geral e seis de UTI Neonatal/Pediátrica.
As Unidades de Terapia Intensiva
possuem equipes multidisciplinar qualificadas, com médico intensivista 24
horas, equipe de enfermagem, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, além de
um atendimento humanizado ao paciente e sua família.
O Netto Campello Hospital & Maternidade está sempre em busca da humanização em seu atendimento, acolhendo os familiares dos pacientes internados na UTI Geral através de dois
horários de visita presencial. Nesses
momentos, os familiares são esclarecidos acerca do quadro geral do paciente e da patologia. O ambiente é tranqüilo e reservado.

Na UTI Neonatal/Pediátrica, além
dos dois horários presenciais é disponibilizado um serviço de informações
através de telefone para esclarecimento de dúvidas. Tal atitude promove o
contato mais próximo dos pais com os
profissionais que atuam diretamente
com seus filhos. Outra medida é a permissão da visita dos avós que são figuras de extrema importância em momentos delicados no núcleo familiar.
Neste ano, o Netto Campello pesquisou o perfil dos pacientes da UTI
Geral e obteve o seguinte resultado:
· 30% das internações originaramse de patologias cardiovascular;
· 25% neurológicas;
· 20% respiratórios;
· 10% traumas e ortopedia;
· 10% pós operatório de vascular;
· 5% gastrointestinal.
Na UTI Neonatal/Pediátrica o resultado é:
· 70% da internações aconteceram
por patologias do trato respiratório;
· 20% prematuridade;
· 10% neurológico.
Podemos sintetizar que nos últimos 2 anos estivemos presentes assistindo aos extremos vitais. Desde a
prematuridade extrema com recém nascido de 630 gramas até adultos com
mais de 100 anos.
Um dos exemplos do atendimento
do Netto Campello
Hospital & Maternidade é o senhor Eujácio Teixeira, que
junto a sua família
passou por um momento delicado de
saúde e ficou durante 33 dias internado
na UTI Geral. Agora,
já recuperado, retomou suas atividades.

Durante esse período o atendimento
foi humanizado e de qualidade, o que permitiu a satisfação do senhor Eujácio e sua
família que nos transcreveu as seguintes
palavras de imenso agradecimento: “Com
certeza recomendamos a UTI do Netto
Campello, porque os equipamentos são
modernos e adequados e a equipe de profissionais é qualificada, eficiente e todos
foram atenciosos e solidários conosco,
mas principalmente exerceram suas funções com responsabilidade.”
O Netto Campello Hospital & Maternidade é hoje uma instituição de
saúde altamente qualificada, moderna,
com equipe humana e preparada para
todos os tipos de enfermidades. A preocupação com os seus pacientes e o
tratamento diferenciado com os familiares fez do Netto Campello referência
regional de hospitais de qualidade.
UTI Neonatal/Pediátrica

Revista Canavieiros - Julho de 2008

15
Notícias
Canaoeste

Ortolan participa de
Ortolan participa de
reunião da WABCG
reunião da WABCG
Cristiane Barão

29ª Sessão do Conselho foi realizada na Turquia, de 30 de junho a 3 de julho
presidente da Canaoeste, Manoel Carlos Azevedo Ortolan,
integrou o grupo que representou os fornecedores independentes brasileiros na 29ª sessão do conselho da WABCG (Associação Mundial
dos Produtores de Cana e Beterraba
Açucareira, da sigla em inglês), realizada em Istambul, na Turquia, de 30 de
junho a 3 de julho. Representantes de
21 países participaram do encontro.

O

No último dia do encontro,
foi realizada uma visita técnica à
Cooperativa de Produtores de
Beterraba de Konya, cidade a 600
quilômetros de Istambul. A cooperativa controla sete usinas de
açúcar, uma de etanol e de álcool
industrial, companhias de seguros e de crédito, fábrica de equipamentos de irrigação, velas, ração animal e de chocolate.

A programação do encontro foi dividida em sete sessões, que discutiram: se os produtores de beterraba turcos estão preparados para ingressar
na União Européia; diferenças nas formas de contratos entre os fornecedores de matéria-prima e os processadores; o mercado e os preços do açúcar;
o futuro da bioenergia; perspectivas
da biotecnologia; o papel da cana no
desenvolvimento rural e uma sessão
de negócios.

“O que observamos é que a
preocupação com a sustentabiIsmael Perina Jr., presidente da Orplana e Manoel
lidade e preservação dos recurpresidente da Canaoeste
sos naturais é comum aos produtores de todos os países. E que as vo é discutir as dificuldades comuns,
cooperativas têm investido em áreas propor soluções e permitir o intercâmverdes e no aproveitamento dos resí- bio de informações e experiências. A
Orplana, que representa cerca de 13 mil
duos das matérias-primas”, disse.
fornecedores independentes brasileiA WABCG reúne representantes ros, filiou-se à WABCG em 2004 e já no
dos produtores independentes de 35 ano seguinte organizou o encontro da
países, incluindo o Brasil, e seu objeti- entidade em Ribeirão Preto.

Canaoeste realiza palestra
Canaoeste realiza palestra
técnica em Bebedouro
técnica em Bebedouro
Carla Rossini

Racionalização da adubação e redução de custos foram os temas discutidos

A

Canaoeste promoveu em parceria com o CTC (Centro de
Tecnologia Canavieiro) uma
palestra técnica aos produtores de cana
de Bebedouro e região. O evento, realizado no dia 19 de junho na Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro, contou com a presença de mais de
200 associados e foi organizado pelo gerente do departamento técnico da Canaoeste, Gustavo de Almeida Nogueira.
Dentro os temas discutidos, o
engenheiro agrônomo da CTC, Clau16

Revista Canavieiros - Julho de 2008

dimir Pedro Penatti, falou sobre
adubação e redução de custos na
lavoura canavieira; o assessor técnico da Canaoeste, Cleber Moraes,
proferiu palestra sobre custos na
colheita mecanizada; o gerente agrícola da Santelisa Vale, Valmir Barbosa, falou sobre as vantagens na
colheita da cana crua e o engenheiro agrônomo da Basf, Daniel Medeiros, fez uma apresentação dos
produtos da empresa, além de abordar a qualidade na tecnologia de
aplicação de defensivos.

Para o gerente do departamento técnico da Canaoeste, Gustavo Nogueira,
esse tipo de reunião é muito proveitosa porque proporciona a transmissão
de informações diretamente aos produtores. “Na reunião os associados podem receber as informações diretamente dos técnicos que dominam o assunto e podem tirar dúvidas também”, disse. Para o segundo semestre, um novo
ciclo de palestras técnicas organizadas
pela Canaoeste deve ser programado.
A programação será publicada nas próximas edições da Canavieiros.

Ortolan,
Revista Canavieiros - Julho de 2008

17
Destaque

Copercana e IZ realizam
encontro sobre integração
cana e pecuária
Carla Rossini

O evento reuniu mais de 200 pessoas no Centro de Pesquisa em
Pecuária de Corte do Instituto de Zootecnia, em Sertãozinho

A

Copercana e o IZ – Instituto de Zootecnia – promoveram no dia 4 de julho, encontro técnico sobre integração da canade-açúcar e pecuária no Estado de São
Paulo. Mais de 200 pessoas entre produtores de cana, criadores e técnicos
que atuam nos segmentos estiveram
no evento que foi realizado no Centro
de Pesquisa em Pecuária de Corte do
Instituto de Zootecnia, em Sertãozinho.
O diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, que esteve à frente dos
trabalhos de organização do encontro, explicou que o objetivo foi reunir
profissionais que atuam nos segmentos de cana e pecuária para juntos
apresentarem oportunidades econômicas aos produtores e criadores. “A
integração da cana na pecuária vai permitir a utilização dos subprodutos na
alimentação animal, diminuindo os
custos de produção e gerando desenvolvimento sustentável. O esterco
produzido pelos animais pode ser utilizado como adubo na lavoura, ou seja,
uma atividade complementa a outra”,
afirmou Bighetti. Apontou também a

Pedro Esrael Bighetti, Nério Costa, José Alberto Gimenez,
Paulo Bardauil Alcantara e Leopoldo Andrade de Figueiredo

importância da renda da cana no orçamento das fazendas de pecuária. “A
cana é remuneradora e pode ajudar a
manter a fazenda, como por exemplo, a
Fazenda Experimental de Sertãozinho,
onde funciona o IZ. Se introduzirmos
um viveiro de mudas de cana na Experimental para fornecê-las a pequenos e
médios produtores, teremos resultados
econômicos bem melhores para administrar a fazenda”, completou o diretor.
Autoridades e produtores prestigiaram
as palestras

Ele também solicitou das autoridades
do Estado a criação de uma escola técnica-agrícola na Experimental: “temos que
aproveitar as faculdades públicas da nossa região e criar na Fazenda Experimental
uma escola técnica-agrícola para profissionalizar jovens que queriam atuar diretamente com cana e pecuária. Temos
condições para isso e excelentes professores que podem nos ajudar, que é o
caso de membros da fazenda como o Dr.
Bonilha e do Dr. Leopoldo, de professores da Unesp de Jaboticabal e de órgãos como o CTC e IAC. Temos que
unir a Copercana, Canaoeste, Cocred,
prefeitura de Sertãozinho e o governo
do estado para conseguir obter esses
resultados “, finalizou Bighetti.
O prefeito de Sertãozinho, José Alberto Gimenez, destacou a importância do
encontro para a cidade. “Esse encontro é
muito importante para a nossa cidade, que
é líder quando o assunto é o setor sucroalcooleiro e pode se tornar também referência em pesquisas para a produção de
gado de corte”, disse o prefeito.

18

Revista Canavieiros - Julho de 2008
Destaque

Pecuaristas e produtores de cana durante as apresentações

Na composição da mesa de apresentação dos trabalhos, participaram,
além do prefeito de Sertãozinho e do seu vice, Nério Costa, o diretor da
Copercana, Pedro Esrael Bighetti, os diretores do Centro de Pesquisa em
Bovinos de Corte do IZ, Paulo Alcântara e Leopoldo Andrade de Figueiredo.

Na programação do encontro foram
proferidas as seguintes palestras:
- Panorama geral da pecuária de corte no Estado de São Paulo
Palestrante: Dr. Luiz Martins Bonilha Neto – Instituto de Zootecnia
- A cana-de-açúcar no Estado de São Paulo - Cana forrageira
Palestrante: Dr. Marcos Guimarães de Andrade Landell - Centro de Pesquisa
de Cana - IAC - APTA - Ribeirão Preto
- Potencial da biotecnologia no desenvolvimento de novas variedades
Palestrante: Dra. Luciana Rossini Pinto - Centro de Pesquisa de Cana - IAC
- APTA - Ribeirão Preto
- Atuação do Centro de Tecnologia Canavieira no desenvolvimento de
novas tecnologias de cana-de-açúcar
Palestrante: Dr. Mauro Benedini - Centro de Tecnologia da Cana - CTC - Piracicaba
- Cana-de-açúcar e seus subprodutos na alimentação animal
Palestrante: Dra. Maria Lúcia Pereira Lima - Pólo Regional do Centro Leste APTA - Ribeirão Preto
- Experiências práticas de utilização de cana-de-açúcar na alimentação animal
Palestrante: Dr. Lauriston Bertelli Fernandes - Premix - Nutrição Animal Patrocínio Paulista
- Utilização de cana-de-açúcar na alimentação de ruminantes - exemplos
práticos
Palestrante: Sr. Antônio de Bastos Garcia - Engenheiro Agrônomo - Uberaba
- Mesa redonda com os palestrantes
Moderador: Dr. Luiz Martins Bonilha Neto
No final do encontro, um almoço foi oferecido aos participantes.
Revista Canavieiros - Julho de 2008

19
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Revista Canavieiros - Julho de 2008
Revista Canavieiros - Julho de 2008

21
Reportagem de Capa

Safra na região: aumento
Safra na região: aumento
na produtividade e queda
na produtividade e queda
na qualidade
na qualidade
Da redação

Estimativas do Centro de Cana do IAC apontam para elevação de
2,4% no TCH (Tonelada de Cana por Hectare)

A

s perspectivas iniciais de queda na produtividade dos canaviais da região de Ribeirão Preto para a safra 2008/09 foram invertidas
por conta das chuvas de março e de
abril, que compensaram a estiagem acima da média histórica observada nos
meses de setembro e outubro do ano
passado. Se em janeiro as estimativas
do Centro de Cana do IAC apontavam
para uma redução de 6,3% nos índices
de produtividade, agora as condições
das lavouras apontam para um aumento de 2,4%.
Em termos de produtividade, o início
desta safra foi bem semelhante à anterior,
com queda de 0,2%, mas a tendência é
que o ciclo termine um pouco melhor. No
entanto, de acordo com o pesquisador
do Centro de Cana, Maximiliano Salles
Scarpari apesar do ganho em tonelada
de cana por hectare em relação às estimativas do início do ano, houve perda
de qualidade da matéria-prima.
Esse também foi o comportamento
observado pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) em sua estimativa
para a região Centro-Sul. Mantidas as
condições observadas de abril a junho_ com cana bis menos produtiva,
terceiro corte em diante muito próximo
do ciclo anterior e aumento dos canaviais mais jovens como resultado da
expansão, é evidenciado ganho de produtividade em 2,7% para o Centro-Sul,
5% para o Estado de São Paulo e 3,8%
para a região de Ribeirão Preto.
Esses resultados são fortemente influenciados pelas novas áreas paulistas, como Araçatuba e Assis, onde o
ganho de produtividade beira os 10%.
A diferença entre as estimativas do
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Revista Canavieiros - Julho de 2008
Reportagem de Capa
Centro de Cana do IAC e do CTC é
explicada pelo uso de modelos diferentes para a análise.
Os dados do acompanhamento da
safra, do início da safra até o final de
junho, divulgados pela UNICA no último dia 14 para a região Centro-Sul,
apontam para uma queda (acumulada
até a data) de 6,1% no ATR por tonelada de cana, em relação ao mesmo período da safra anterior, reflexo das chuvas de maio nas regiões produtoras.
Nesse mesmo intervalo da safra passada, o ATR chegou a 132,01 kg/ton e
de cada tonelada de cana foram produzidos 43,02 litros de álcool e 55,34 quilos de açúcar. Já no atual ciclo, o ATR
ficou em 124,07 kg/ton e cada tonelada
de matéria-prima produziu 44,17 litros de
álcool (+2,67%) e 46,03 (-16,83%) quilos
de açúcar. Na segunda quinzena de junho deste ano, apesar do aumento no
volume da cana processada de 3,74%, a
produtividade da cana registrou queda
de 4,94%, segundo a UNICA.

Canaoeste até o último dia 30 de junho,
comparada com a cana fornecida no
mesmo período do ciclo anterior, encontra-se com teores de ATR significativamente inferiores. A redução é da
ordem de 8,01 Kg de ATR por tonelada
(veja quadro abaixo).
Segundo ele, com essa diferença deixaram de ser produzidos 4,74 litros de álcool hidratado por tonelada. Apenas da
cana de fornecedores na região de abrangência da Canaoeste poderiam ser produzidos mais 11,9 milhões de litros de álcool hidratado na cana que já foi processada, se o teor de ATR fosse igual ao do
mesmo período da safra passada.

“Isto implicará numa
redução do teor médio de
ATR das unidades industriais de nossa região
e, por conseqüência, no
teor de ATR relativo obtido pelos fornecedores, que
será ajustado ao final da
safra. É de se esperar
que haja também um
reflexo nos preços.
Entretanto, não é
Cléber Moraes, consultor de
possível garantir
planejamento da Canaoeste
que irá compensar
a redução do teor de ATR, mas, pelo mecanismo de oferta e procura, é muito provável que haja um equilíbrio”, disse.

De acordo com o consultor de Planejamento da Canaoeste, Cléber de
Moraes, a qualidade da matéria-prima
da safra 2008/09 entregue pelos fornecedores na região de abrangência da

Temperatura e maturação:
De acordo com o assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso,
até o final de julho, estão previstas
pela Somar Meteorologia que as temperaturas mínimas e máximas terão
lenta e gradativa elevação, sem pre-

visão de chuvas (significativas) até
o dia 29 de julho. Ainda segundo ele,
este quadro climático, nos dias que
se seguem, mostra-se propício a maiores acúmulos de açúcar, ou seja, de
kg ATR / t cana. Em complemento,

este cenário do clima para
esta quinzena de julho trará condições favoráveis
para a maturação dos canaviais a serem colhidos nos
dias iniciais de agosto.

Produção até final de junho
Centro-Sul:
no Centro -Sul:
Segundo a UNICA, com os dados
acumulados desde o início da safra até
o final de junho, foram processadas
140,55 milhões de toneladas, um aumento de 4,39% sobre o mesmo período da safra 2007/08.
A safra permanece predominantemente alcooleira, com 61,07% da cana
colhida destinada à produção de etanol. A produção de açúcar alcançou

6,47 milhões de toneladas, 13,17% menos que no mesmo período do ciclo
passado. A oferta de álcool atingiu
6,208 bilhões de litros, aumento de
7,18%. Do total processado até o fim
de junho, 61% foram destinados à produção de álcool.

09 em relação à
Oswaldo Alonso, assessor
projeção inicial,
da Canaoeste
tanto em termos
de qualidade de cana a ser moída quanto volume de produtos obtidos por tonelada processada, em função dos resultados ao longo do mês de julho.

O ritmo da colheita, até então, é
considerado lento pela UNICA, que
deve rever o tamanho da safra 2008/

A UNICA trabalha com colheita
de 498 milhões de toneladas para o
Centro-Sul.
Revista Canavieiros - Julho de 2008

técnico

23
Reportagem de Capa

Exportação
de etanol
As saídas de etanol para o mercado interno em junho somaram 1,6 bilhão de litros, principalmente em função do aumento no envio
de etanol para o abastecimento da região Nordeste do País. Já as exportações do início da
safra até o final de junho cresceram 43,8%,
em relação à safra anterior, totalizando 1,1 bilhão de litros até o final de junho - 50% de
etanol anidro e 50% de hidratado. Apenas no
mês de junho, as exportações atingiram 500
milhões de litros contra 390 milhões de litros
em junho de 2007.
Cerca de 70% do total de etanol exportado
na safra 2008/09, até o final de junho, seguiu
para os Estados Unidos. O total exportado até
o final de junho, já incluído o etanol que segue para o mercado americano via Caribe, chegou a 770 milhões de litros. Comparativamente, corresponde ao aumento de 84% sobre os
418 milhões de litros exportados no mesmo período da safra 2007/08.

24

Revista Canavieiros - Julho de 2008
Opinião

Arbitragem no Consecana
Uma arbitragem eficiente, sem intervenção do governo, pode reequilibrar o
custo de produção e o preço de venda

P

ARA UM LEIGO que viaja pelo
interior entre canaviais intermináveis, ficam duas impressões:
uma, a de que toda cana é igual; outra,
a de que tudo pertence aos usineiros.

renda dos fornecedores depende da distância que sua área tem da usina.

Acima de certa distância, a atividade é antieconômica. Isso significa que
o fornecedor só pode vender sua cana
Dois enganos. Em primeiro lugar, o para “aquela” usina da qual está viacanavial é fruto de décadas de pesqui- velmente distante, o que cria uma relasa e experimentação. As centenas de ção específica e de dependência do
variedades cultivadas são filhas de agricultor em relação ao usineiro. Tão
duas originais, uma fibrosa e outra rica específica, que o verbo para o comérem açúcar, cujos cruzamentos busca- cio da cana não é “vender’: é “entreram plantas fortes e produtivas, resis- gar” o produto à usina. Isso foi percetentes a pragas e a doenças, e com di- bido pelo grande jornalista Barbosa
ferentes períodos de maturação, para Lima Sobrinho, que, nos anos 40 do
que a safra fosse
século passado,
mais longa, de ma- Falta alguma coisa para escreveu o “Estaneira a gerar traba- reequilibrar essa situação. tuto da Lavoura
lho durante tempo
Canavieira”.
Talvez uma arbitragem
maior. As variedades têm diferentes
Para preservar
eficiente no Consecana, o fornecedor, a lei
características, emsem intervenção do
bora parecidas aos
obrigava cada usiolhos não treinagoverno, porque não é na a “moer” pelo
dos. Mas basta
menos 50% de
natural que um elo
prestar atenção
cana de fornecedopara perceber difediminua enquanto o outro res. Ademais, havia
renças nas cores
um órgão oficial, o
das folhas, sua lar- cresça, dentro da mesma IAA (Instituto do
gura e seu compriAçúcar e do Álcocadeia produtiva.
mento, nas cores e
ol), que controlava
no diâmetro dos colmos, que também essa regra, atribuindo cotas de fornecidependem da idade da planta e do cor- mento a cada produtor, bem como cotas
te que será dado.
de produção de açúcar e de álcool a cada
unidade industrial.
A variação é enorme. Mas é no segundo ponto que o engano é mais graOs preços eram determinados pelo
ve, porque pressupõe uma única eco- IAA, de modo que o equilíbrio era mannomia no setor, e isso não acontece. tido no setor. Tudo isso acabou quanExiste uma figura menor nessa impor- do o Plano Collor extinguiu o IAA. De
tante cadeia produtiva, que é o “forne- lá para cá, foi criado um belo sistema
cedor de cana”. É o agricultor que planta para decidir as questões ligadas ao precana para vender à usina de açúcar ou ço da cana, chamado Consecana.
de álcool.
Esse instrumento inteiramente priTrata-se de um produtor tão carac- vado permite aos usineiros e aos forterístico, que é chamado formalmente de necedores buscarem uma remuneração
“fornecedor” -e não de plantador. Sua adequada à matéria-prima com base nos
marca registrada é dada pela inexistên- preços do açúcar e do álcool. Mas os
cia de um mercado de cana. Essa maté- atuais preços baixos desses produtos
ria-prima do álcool é tão barata que a não permitem bom preço à cana. No en-

“

tanto o que se observa é que quase
todos os grupos industriais do setor
sucroalcooleiro estão construindo novas usinas, inclusive usando empréstimos bancários.
Enquanto isso, o fornecedor está
quebrando devido aos preços da cana
estarem abaixo dos custos de produção desde o ano passado. Falta alguma coisa para reequilibrar essa situação. Talvez uma arbitragem eficiente no
Consecana, sem intervenção do governo, porque não é natural que um elo
diminua enquanto o outro cresça, dentro da mesma cadeia produtiva.
ROBERTO RODRIGUES , 65,
coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, presidente do Conselho Superior do Agronegócio da
Fiesp e professor do Departamento
de Economia Rural da Unesp Jaboticabal, foi ministro da Agricultura (governo Lula). Escreve aos
sábados, a cada 15 dias, nesta
coluna. Artigo publicado na Folha
de S. Paulo, na edição do dia 05/7.
Revista Canavieiros - Julho de 2008

25
Informações Setoriais

CHUVAS DE JUNHO
e Prognósticos Climáticos
e Prognósticos Climáticos
No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de JUNHO de 2008.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste

Com exceção da Faz Santa Rita - Terra Roxa, as chuvas de JUNHO que, na região de abrangência da CANAOESTE
ocorreram principalmente nos dois primeiros dias do mês, foram inferiores às respectivas médias históricas.

Mapa 1:- Água Disponível no Solo
entre 16 a 18 de JUNHO de 2008.
O Mapa 1, ao lado, mostra que o
índice de Água Disponível no Solo, no
período de 16 a 18 de JUNHO, logo após
as chuvas do final de MAIO e dias
iniciais de JUNHO, já se apresentava
como baixo a crítico em toda faixa centronorte do Estado. Bons níveis de umidade
de solo ainda eram observados nas
Regiões canavieiras de Assis/Ourinhos,
Bauru, Campinas, Piracicaba e Sorocaba,
em função de maiores pluviosidades no
período. Esta condição de umidade do
solo manteve-se quase constante até final
de JUNHO, como mostra o Mapa 3.

26

Revista Canavieiros - Julho de 2008

ÁGUA, usar s
ÁGUA, usar s

Protejam e preservem as na
Protejam e preservem as na
Informações Setoriais
Mapa 2:- Água Disponível no Solo, ao final de JUNHO de 2007.

Mapa 3:- Água Disponível no Solo, entre 26 a 29 de JUNHO de 2008.

Os efeitos do fenômeno La Niña (contrário ao El Niño), que corresponde ao esfriamento da superfície das águas do Oceano Pacífico, ao longo da faixa equatorial,
estão bem enfraquecidos, quase na neutralidade. Mas, ainda persitem os efeitos
em freqüentes (até intensas)chuvas na faixa norte da Região Norte e faixa litorânea
do Nordeste brasileiro.
· Prevê-se que a temperatura média na Região Centro-Sul ficará entre próxima a ligeiramente abaixo da normalidade climática, existindo a probabilidade de eventos extremos de
temperatura na Região Sul e, não antes de
meados de julho em Estados da Região Sudeste, próximos do Estado do Paraná;
· Quanto às chuvas, estão previstas
como próximas das respectivas médias históricas nas Regiões Centro Oeste e Sudeste, mas poderão ser inferiores às normais
climáticas nos estados da Região Sul;
· Como referência, as médias históricas
das chuvas, pelo Centro Apta-IAC, para
Ribeirão Preto e municípios vizinhos são
de 20mm tanto em julho, como em agosto e
pouco mais de 50mm em setembro.
· Considerando-se as previsões elaboradas pela SOMAR Meteorologia, com a
qual a CANAOESTE mantém convênio,
também prevê que, para esta região, (a média d)as chuvas de julho a setembro “ficarão” próximas da média histórica.
· O prognóstico INMET, específico para
o Estado de São Paulo, no período de julho
a setembro está mostrado na Figura abaixo:

O Mapa 2, acima, mostra que ao final de JUNHO de 2007, o índice de Água Disponível no Solo estava baixo a crítico em toda área canavieira do Estado. Enquanto que, ao
final de JUNHO de 2008, como mostrado no Mapa 3 e, em parte, pelo quadro acima,
somente a região Centro Norte do Estado de São Paulo apresentava baixa umidade do
solo, explicando a menor qualidade da cana até este período da moagem desta safra,
comparativamente a idêntica época da safra anterior (mesmo com as excepcionais chuvas que ocorreram ao final de MAIO de 2007).
Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPEInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de julho a setembro.

sem abusar !
sem abusar !

nascentes e cursos d’água.
nascentes e cursos d’água.

Como na região de abrangência da CANAOESTE já se verifica e prevê-se que a
umidade do solo se mantenha baixa, dificilmente ocorrerá pisoteio durante as operações de colheita (carregamento) e transporte da cana, dispensando cultivos mecânicos das soqueiras recém-colhidas.
Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos CANAOESTE mais próximos.
Revista Canavieiros - Julho de 2008

27
Artigo Técnico

Vinhaça, um grande
Vinhaça, um grande
benefício ao canavial
benefício ao canavial
Reservatório de vinhaça,

Usina Pitangueiras

Marcelo de Felício
Engenheiro agrônomo da Canaoeste

A

vinhaça é conhecida como um líquido marrom escuro de natureza ácida, que sai da bica de destilação do álcool a uma temperatura mais ou menos de 107 ° C, de cheiro desagradável,
poluente e corrosivo.
Tendo o nome popular de “restilo”,
“vinhoto” ou “garapão”, sempre foi um
problema nas usinas e destilarias de álcool e açúcar. Entretanto, dada a sua
riqueza em (k) potássio, (M.O) matéria
orgânica, (N) nitrogênio, (S) enxofre,
(Ca) cálcio e teor de água, passou a ser
aplicada nas lavouras de cana com
grande sucesso econômico.

28

Revista Canavieiros - Julho de 2008

Usina Pitangueiras

pal ou mestre, de onde o líquido é distribuído a outros canais, denominados
secundários, a partir dos quais é aplicado) ou caminhões tanques para conduzir o líquido em pontos convenientes, onde, por meio do método de aspersão, utilizando motores elétricos ou
diesel, é aplicado nos canaviais.

A aplicação de vinhaça nas lavouNos primórdios do Pró-Álcool, o ras, bem como a fertirrigação, é prátisistema de técnicas de aplicação da ca adotada por todas as usinas e desvinhaça era bastante difundido nas tilarias com tecnologia conhecida e
usinas e destilarias do país,
nas áreas de sacrifício e Conjunto motobomba e carretel
sulcos de infiltração. No enrolador, Usina Pitangueiras.
entanto, com o passar do
tempo, ocorreu a eliminação
desses sistemas porque
eles não proporcionavam o
aproveitamento racional da
vinhaça e impunham riscos
de poluição das águas subterrâneas.
Nos dias atuais, as empresas se utilizam de canais
(sistema de um canal princi-

Canal de escoamento da vinhaça,

bem definida, existindo inúmeros ensaios que comprovam os resultados
positivos obtidos na produtividade
agrícola, associados à economia dos
adubos minerais.
A vinhaça é produzida e utilizada
durante toda a safra canavieira, que
em geral vai de maio a dezembro, e é
100% utilizado como método de fertirrigação em canaviais.
Em tese, a produção de vinhaça
varia em função dos diferentes processos empregados na fabricação do álcool. De maneira geral, cada litro de álcool produzido em uma usina ou destilaria gera de 10 a 15 litros de vinhaça.
Artigo Técnico

Formas de aplicação, vantagens e
desvantagens.
Os sistemas utilizados atualmente
para fertirrigação das lavouras canavieiras com líquidos, vinhaça e águas residuárias existentes são:
- Caminhão-tanque convencional e
aplicação por aspersão: na aplicação
por aspersão são utilizados o sistema
de montagem direta e autopropelido
com carretel enrolador, podendo este
ser alimentado diretamente de canais
ou a partir de caminhões.
O sistema de fertirrigação com caminhões-tanque num passado recente
era o mais difundido para distribuição
de vinhaça. Apresenta como vantagem
o curto tempo exigido para sua implantação, isto é, praticamente basta adquirir a frota e colocá-lo em operação.
Possivelmente, este fato foi determinante para sua rápida difusão nas usinas e destilarias do país.
Como limitações existentes desse
sistema destacam-se o agravamento
dos problemas de compactação de solos, impossibilidade de aplicação em
áreas com cana-planta, dificuldades em
dias de chuva, baixa uniformidade de
distribuição e pequena distância na
qual a prática da fertirrigação é economicamente viável em comparação com
a adubação mineral.
A vinhaça, diluída com águas residuárias ou não, pode ser aplicada por
meio de sistemas de irrigação por aspersão, sendo o sistema de montagem
direta e o autopropelido com carretel
enrolador os utilizados nas usinas e
destilarias do Brasil.
- Sistema montagem direta: consiste, basicamente, em um conjunto
moto bomba acoplado a um aspersor tipo canhão, ambos montados
sobre chassis com rodas. O sistema
também pode ser dotado de extensões (tubulações), com o objetivo
de aumentar o espaçamento entre
canais, ou seja, para diminuir a quantidade de canais que atravessam os
talhões de cana.

A principal vantagem do sistema de aspersão com montagem
direta, quando comparado com
o sistema de caminhões-tanque,
é o menor custo por unidade de
área fertirrigada. Por outro lado,
a maior limitação é a exigência
de uma rede de canais alimentadores, que implica em sistematização parcial do terreno e recortes da lavoura de cana, quando
a implantação não é realizada na
época da reforma do canavial.

Caminhão tanque, conjuto motobomba e carretel
enrolador, Usina Pitangueiras

Canhão aplicador de vinhaça,
Usina Pitangueiras.

- Sistema autopropelido com
carretel enrolador: é o mais difundido atualmente nas usinas
e destilarias, sendo o mesmo introduzido com o objetivo de
substituir a extensão da montagem direta de aspersão.
A vantagem principal do sistema é
ser semi-mecanizado e, portanto, requer menos mão-de-obra que a montagem direta (transporte e manuseio das

extensões). Por outro lado, o autopropelido exige maior potência da moto
bomba e consequentemente consome
mais combustível.

Na tabela abaixo, encontra-se um resumo do percentual médio
de cada sistema de aplicação de vinhaça nas lavouras de cana-deaçúcar do Estado de São Paulo.
Forma de aplicação
Caminhão-Tanque Convencional
Aspersão (canal + montagem direta)
Aspersão (canal + rolão)
Aspersão (caminhão + rolão)
- Conclusão: O uso agrícola da vinhaça e os seus benefícios oriundos
do solo são indiscutíveis, tanto do ponto de vista agronômico e econômico,
quanto social. O benefício imediato
decorrentes do uso racional desse resíduo nas lavouras canavieiras se dá
pelo aumento da produtividade, que
ocorre com mais intensidade em solos
mais pobres e em regiões mais secas.
Incluem-se aqui a economia de fertilizantes e a preocupação cada vez maior
da sociedade com o risco que esse
material altamente poluente pode causar aos cursos d’água superficiais (rios,
lagos, nascentes e várzeas) e ao lençol
freático através da percolação até as
águas subterrâneas. Essa preocupação é mais latente uma vez que esse
tipo de poluição não é imediatamente

Participação (%)
06
10
53
31
notado e muitas vezes quando constatada, sua possibilidade de reversão é
pequena. Saídas tecnológicas são
apontadas por muitos especialistas
como a principal alternativa para se diminuir a carga orgânica desse resíduo
e reutilizá-lo na fertirrigação com um
menor risco de dano à natureza. Cabe
também ao fornecedor de cana entrar
em contato com a usina ou destilaria
que fornece sua produção para saber
qual a viabilidade financeira da técnica
de aplicação de vinhaça em seu canavial. Como já citado acima, são enormes os benefícios, podendo ser resumidos em aumento da produtividade,
longevidade do canavial, melhoria na
brotação de soqueiras, fornecimento de
nutrientes e economia na adubação química da cultura entre outros.
Revista Canavieiros - Julho de 2008

29
Pragas e Doenças

Manejo integrado de pragas
de solo na cana-de-açúcar
Mauro Sampaio Benedini - Gerente Regional
Enrico de Beni Arrigoni - Coord. Pesq. Tecnológica
Centro de Tecnologia Canavieira

1

- Introdução – A cana-de-açúcar é conhecida como pouco agres
siva ao meio ambiente, relativamente ao uso de agrotóxicos. Da
dos do CTC (2004) demonstram que a cultura utiliza duas, sete e
cem vezes menos produtos químicos que a cultura do milho, soja/café e
citros; respectivamente. Os bons preços obtidos no biênio 2005/2006 e
a expansão da área plantada de cana estimularam a utilização de pesticidas e, muitas vezes, de maneira desnecessária.
Na utilização de produtos químicos, a manutenção do equilíbrio biológico deve ser considerada. Infestações
repentinas e severas podem estar relacionadas com o uso indiscriminado de
produtos químicos. O aumento recente na incidência da broca-da-cana, Diatraea saccharalis, causando prejuízos significativos nos canaviais em
geral, é um exemplo que está sendo
estudado. Formigas predadoras controlam naturalmente a fase de ovo da
broca, sendo 90-95% destes ovos eliminados (predados) por elas e o aumento no uso dos inseticidas de solo
vem colaborando para as maiores infestações da broca, pois além da praga
alvo (cupins), esses inseticidas também matam formigas benéficas.
O Departamento de Entomologia
do CTC atua há mais de 30 anos no
controle integrado das pragas da cana,
com ênfase no controle biológico e no
uso racional de inseticidas. O controle
da broca-da-cana e da cigarrinha-daraíz com inimigos naturais, respectivamente a vespinha Cotesia flavipes e o
fungo Metarhizium anisopliae, são
exemplos do sucesso obtido com o
controle biológico.
Quanto às pragas de solo, o controle químico deve ser racionalmente utilizado, com base nos resultados do monitoramento nas áreas de reforma. O Controle Mútuo Agrícola do programa de
controle de pragas do CTC mostra que
as áreas de plantio que necessitam de
controle com cupinicidas, normalmente
30

Revista Canavieiros - Julho de 2008

não ultrapassam 15% do total plantado,
considerando as diferentes regiões de
cultivo de cana-de-açúcar. O prejuízo
principal é a redução da longevidade do
canavial, porém a maioria dos cupins é
benéfica, decompondo o material orgâ-

nico do solo. Quanto ao Migdolus, que
ataca em reboleiras, o seu controle deve
ser direcionado somente para áreas problemas, devidamente identificadas e mapeadas. O mais preocupante atualmente
são as áreas com Sphenophorus que são
regionalizadas. Por fim, os nematóides
diminuem a produtividade apenas quando presentes em número elevado. O
Quadro 1 mostra as principais pragas da
cultura da cana.
A seguir, temos a metodologia de
levantamento de pragas de solo preconizada pelo CTC.

2 - MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS (M.I.P.)
Possibilita o uso racional de inseticidas, cuja aplicação é dirigida às áreas afetadas. O fato de não aplicar em
área total, contribui com o controle biológico das pragas nessas áreas, reduzindo os riscos ao homem e ao meio
ambiente e diminuindo custos de implantação da cana-de-açúcar; fator importante a ser considerado em época
de “vacas magras”, como a que passamos em 2007 e, possivelmente também
em 2008.
Para tanto, é necessário:
- (1) Conhecer a praga e seus inimigos
naturais;
- (2) Monitorar com levantamentos populacionais;
- (3) Conhecer o Nível de Controle
(N.C.) que está sempre abaixo do;
- (4) Nível de Dano Econômico (N.D.E.)
que é a densidade populacional que
causa danos iguais ao custo de conQUADRO 1:

trole. Só se sabe o N.D.E. monitorando
a área. No visual não dá para avaliar
danos e perdas. E finalmente;
- (5) Realizar o manejo integrado (MIP).
O monitoramento para avaliação de
danos e quantificação das pragas é direcionado para as áreas de reforma do canavial, com amostragens realizadas até um mês
após o último corte e antes da realização
de qualquer operação agrícola. A equipe
de pragas é a primeira a visitar o talhão
após o corte da cana. O controle preventivo com inseticidas (conforto técnico)
certamente é mais fácil e mais cômodo
que o manejo integrado que necessita de
maiores conhecimentos técnicos e é mais
complexo e trabalhoso, mas no final, o
monitoramento e a aplicação direcionada são mais econômicos e vantajosos. O
objetivo é racionalizar o uso de inseticidas. (Quadro 2).
QUADRO 2:
Pragas e Doenças
2.1 - METODOLOGIA
Nas áreas de reforma abrem-se duas
trincheiras por hectare, de dimensões de
0,5m x 0,5m na profundidade de 0,3m (foto
2) e coletam-se as formas biológicas (insetos e larvas) existentes. Marcar no enxadão as medidas da trincheira (largura/
comprimento e altura) para facilitar a operação. Cortar os rizomas da cana somente após aprofundar lateralmente a trincheira (Fotos 1 e 2). Rachar todas as bases de colmos (tocos) do ano.

desligar o gás e deixar a lagarta na água
quente por trinta segundos antes de colocá-la no álcool 70%.
Danos no rizoma é a principal observação a ser feita, pois o cupim se movimenta, descendo no perfil do solo depois
da chuva, por exemplo, sendo que o dano
fica. Avaliar a porcentagem de trincheiras
com touceiras atacadas, considerando
apenas o dano na touceira do ciclo (touceira viva), separando-as e avaliando-as,
pois a maioria das espécies de cupins normalmente ataca rizomas velhos e não devem ser considerados, pois essas espéci-

es auxiliam na decomposição do material.
O procedimento é detalhado, mas é o correto. As pragas chaves são Migdolus e
Sphenophorus (principais), cupins e nematóides. As pragas secundárias causam
danos, mas, normalmente, não resultam
em prejuízos econômicos.
O custo aproximado do levantamento é de R$3,00/ha e o rendimento é de
20 a 30 trincheiras/homem/dia (250 ha/
mês/homem). A qualidade e manutenção do enxadão é o principal fator de
variação do rendimento e o conhecimento é o fator chave da operação.

2.2 - CONTROLE

Abertura parcial da trincheira.

Trincheira aberta.

Para a recomendação ou não de controle considera-se a % de trincheiras totais com touceiras danificadas (pouco ou
muito, não importa). Não é considerado
o número de touceiras atacadas por trincheira. Percebe-se, portanto que a margem de segurança no método é bastante
alta, pois mesmo que apenas uma base
de cana da trincheira tenha sofrido ataque, considera-se a trincheira como atacada. As categorias foram divididas em
intervalos por % de trincheiras com touceiras atacadas (Quadro 4).
QUADRO 4:

Em cada trincheira amostrada são
anotados, em ficha apropriada, os seguintes itens:
- (1) Ocorrência de danos em touceiras
e presença de migdolus (prioritários);
- (2) Nota populacional de cupins
(Quadro 3);
- (3) Gêneros ou espécies de cupins e;
- (4) Pragas de hábitos subterrâneos.
QUADRO 3:

O material coletado é mantido em recipiente devidamente etiquetado, em solução de álcool 70%. A etiqueta deve ser
escrita a lápis, pois não apagará. Coletar
apenas os exemplares que representem
dúvidas ou insetos não disponíveis em
arquivo. Quanto aos cupins, apenas os
soldados são identificáveis. As lagartas
ficam pretas quando colocadas no álcool.
Se for necessário guardá-las, ferver água,

O controle é direcionado apenas para
as áreas que realmente possam sofrer
prejuízos econômicos (N.D.E.) e devem
seguir as premissas do Quadro 5 que
considera os diferentes tipos de solos
separados por ambientes de produção.
Observa-se que os solos mais fracos
(Ambientes D e E) devem ser controlados em níveis mais baixos de % de trincheiras com touceiras atacadas.
A porcentagem de trincheiras com
touceiras danificadas é a base para a definição ou não da aplicação do inseticida. Exemplificando, se no levantamento
de campo tiver nota 3 (alta infestação)
para cupim, mas sem danos nas touceiras, não se deve controlar, pois o cupim

encontrado é benéfico. Por outro lado,
pode não ter cupim no local e ter danos
na touceira do ano, podendo ser necessário o controle, pois como já comentado anteriormente, o cupim movimenta-se
no perfil do solo. Quando o cupim é prejudicial, sempre aparecem os danos, mesmo na sua ausência. Onde não tem Heterotermes spp. normalmente não aparecem danos. Uma maneira prática de avaliação é observar o abdômen do cupim.
As pragas de solo devem ser controladas, preferencialmente, no preparo do
solo ou no plantio. Não se recomenda
reaplicação em soca, pois os resultados
não são consistentes.
QUADRO 5:

3 - Conclusão - O correto controle
de pragas de solo é uma forma de reduzir perdas na lavoura e evitar desperdícios financeiros pelo uso inadequado
de inseticidas que, além disso, podem
prejudicar o equilíbrio nas populações
de predadores e parasitóides que são
importantes no controle natural de outras pragas. O CTC disponibiliza aos técnicos das Associações de Fornecedores e aos seus associados treinamentos
teóricos e práticos das metodologias de
levantamentos e controle das diversas
pragas existentes na cana-de-açúcar.
Revista Canavieiros - Julho de 2008

31
Legislação

Contratação temporária de
Contratação temporária de
trabalhador rural
trabalhador rural

N

o dia 23 de junho de 2008 foi
publicada no Diário Oficial da
União a Lei nº 11.718, que regulamenta, dentre outras coisas, a contratação temporária de trabalhador rural. Referida lei autoriza o produtor rural a contratar mão-de-obra temporária
por, no máximo, dois meses por ano,
devendo ser assegurado ao trabalhador rural contratado nesse regime os
mesmos direitos de natureza trabalhista do trabalhador rural permanente,
além de remuneração equivalente.
Ressalte-se que a contratação de
trabalhador rural temporário somente
poderá ser efetivada por produtor rural
pessoa física, proprietário ou não da
terra e que explore diretamente a atividade agroeconômica e, ainda, desde

que haja autorização expressa no acordo ou convenção coletiva de trabalho.
A sobredita lei determina que “a
filiação e a inscrição do trabalhador
na Previdência Social decorrem, automaticamente, da sua inclusão pelo
empregador na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço e Informações à Previdência Social, cabendo à Previdência
Social instituir mecanismo que permita a sua identificação”, ficando a
contribuição previdenciária devida
pelo trabalhador, deduzida pelo empregador e recolhida ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), sob
a alíquota de 8%, assim como o FGTS,
recolhido pelo empregador sob a alíquota de 8%.

Há que se esclarecer que a
contratação temporária não poderá ultrapassar dois
meses, no período
de um ano, sob
pena de ser convertida em contrato de trabalho por
prazo indeterminado, observando o
regime adotado
para este caso.

Juliano Bortoloti - Advogado
Departamento Jurídico Canaoeste

Como dito alhures, a lei estabelece,
também, regras transitórias sobre a aposentadoria do trabalhador rural e prorroga, em alguns casos, o prazo de contratação de financiamentos rurais.

Novas Tecnologias

Agroplanta inaugura fábrica de
fertilizantes de liberação gradativa
Cristiane Barão

Nova unidade será voltada aos cultivos da cana, café e citros

O

grupo Agroplanta, com sede
em Batatais, inaugurou no início de julho a Adhubras Fertilizantes Tecnologia LG Ltda, voltada
para a tecnologia de liberação gradativa de Fertilizantes NPK. A nova fábrica, que terá uma capacidade de produção de 250 mil toneladas, será voltada
principalmente para os cultivos da
cana-de-açúcar, café e citros.
Para a liberação gradativa de nutrientes, os grânulos de N, P e K com
os micronutrientes são revestidos
com polímeros, solúveis em água e
biodegradáveis. De acordo com o diretor-presidente da Agroplanta, Chistovam Garcia Prado Fernandes, as
vantagens da utilização desse tipo de
fertilizantes são o fornecimento contínuo de nutrientes, a redução no nú32

Revista Canavieiros - Julho de 2008

mero de aplicação e a redução
de perdas por lixiviação e volatização.
Segundo ele, a tecnologia de
liberação gradativa permite que
o produtor aplique de 30 a 50%
menos de fertilizantes. Além disso, há diminuição no número de
vezes que é preciso entrar na lavoura para aplicar o produto e
menor possibilidade de contaminação do lençol freático.
A Agroplanta é a maior empresa fabricante de fertilizantes de micronutrientes das
Américas. O grupo está no
mercado há 31 anos. O investimento na nova fábrica foi de
R$ 21,5 milhões.
Revista Canavieiros - Julho de 2008

33
Culturas de Rotação

Soja: vazio sanitário em SP
segue até 30 de setembro
Da Redação

Nesse período, produtores não poderão manter plantas vivas da cultura no Estado

C

omeçou em 1º de julho e segue
até 30 de setembro o vazio para
controle da ferrugem asiática da
soja nas lavouras paulistas. Isso significa que, a exemplo dos Estados de Goiás,
Mato Grosso do Sul, Tocantins e Minas
Gerais, por 90 dias os produtores não
poderão manter plantas vivas da cultura
nessas localidades. Mato Grosso e Paraná iniciaram o vazio em 15 de junho.
No Maranhão e na Bahia, o período será
de 15 de agosto a 15 de outubro.
Em São Paulo, este é o segundo
ano da prática. A avaliação é positiva.
“O ano foi menos propício à doença
devido ao clima quente e um pouco
mais seco em novembro e dezembro,
mas a implantação do vazio, sem dúvida, ajudou a segurar uma eventual propagação do fungo”, disse o presidente da Comissão de Combate à Ferrugem Asiática da Soja da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento paulista,
Cristiano Geller.
O vazio, em São Paulo, foi estabelecido pela Resolução SAA - 9, de 15
de março de 2007. A ferrugem asiática
é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que se prolifera em épocas
de temperaturas amenas e bastante molhamento do solo. “A condição ideal
para sobrevivência são temperaturas
médias de 12 a 28 graus para sobrevivência e propagação. Em condições de
campo, o fungo sobrevive por até 60
dias. Com o vazio, temos mais 30 dias
de segurança”, explica Geller.
A época normal de plantio da soja
é entre outubro e novembro, mas produtores que possuem sistemas de irrigação antecipam a atividade. Caso esporos da ferrugem surjam, eles contaminam a soja plantada no período normal quando esta começa a se desenvolver, em momento de maior suscetibilidade.
34

Revista Canavieiros - Julho de 2008

“Com todo mundo plantando na
mesma época, as plantas todas com
mesma ‘idade’, diminui a possibilidade de ocorrência da doença. O produtor acaba se beneficiando, porque são
necessárias menos aplicações de fungicidas”, afirma Geller.
Quem não obedecer ao vazio estará sujeito ao pagamento de multas. A
punição é estipulada por decreto (nº
51.958, de 4 de julho de 2007). Cabe à
Coordenadoria de Defesa Agropecuária da Secretaria (CDA) fiscalizar e punir os produtores que não cumprirem
o período do vazio.

Dentre as obrigações impostas ao
produtor está a de comunicar à vigilância sanitária a ocorrência da doença e cumprir rigorosamente as determinações feitas durante as fiscalizações.
Segundo dados do Instituto de
Economia Agrícola, ligado à Agência
Paulista de Tecnologia dos Agronegócios da Secretaria (IEA/Apta/SAA), a
área de soja em São Paulo atingiu 489
mil hectares em 2007, com produção
de 21,1 milhões de sacas de 60 quilos e
valor da produção de quase R$ 661 milhões, o que a coloca entre os dez principais produtos paulistas.

Rentabilidade de
soja cresce 70% no
primeiro semestre
Da Redação

O

s rendimentos com as exportações de soja e derivados
cresceram cerca de 70% nos
primeiros seis meses deste ano, quando comparados ao mesmo período do
ano passado. Foram US$ 9,03bilhões
em 2008 e US$ 5,39 bilhões em 2007.
Do total de recursos obtidos pelo
país com a exportação, a soja responde por 10%. O produto também manteve a liderança na balança comercial do agronegócio.
No primeiro semestre de 2008, o
volume de exportações aumentou
4%, saindo de 19,85 milhões para
20,70 milhões de toneladas. A expectativa da Conab é de que, até o final
do ano, cerca de 41 milhões de toneladas de grãos, óleo e farelo de soja
deixem o país.
O gerente de Oleaginosas e Produtos Pecuários da Conab, João Pau-

lo de Moraes, explica que o aumento
do consumo mundial, em especial na
China, a redução da oferta nos Estados Unidos no ano passado e a demanda por óleos vegetais, principalmente para produção de biodiesel,
contribuíram para o novo patamar de
preços. “Esses fatores causaram uma
diminuição nos estoques finais e ajudaram a valorizar a soja no mercado
internacional.”
Produtor – O preço no mercado internacional garantiu bons resultados
ao produtor rural. O lucro só não foi
maior pela valorização do real em relação ao dólar. Se a moeda americana
valia em média R$ 2,04 no primeiro semestre de 2007, neste ano a média caiu
para R$ 1,70.”Ainda assim, a situação
foi bem melhor que em anos anteriores. Quem plantou no ano passado e
está comercializando agora, teve uma
boa rentabilidade”, diz Moraes.
Repercutiu
JULHO: MÊS DO COOPERATIVISMO
“A função de uma cooperativa é ajudar a melhorar a situação econômica de
determinado grupo, solucionando problemas ou satisfazendo necessidades
comuns, que excedam a capacidade de cada indivíduo em solucioná-los sozinho. O
cooperativismo é a melhor forma de organização para buscar objetivos comuns.”
Do diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti

“O papel das cooperativas é defender
os seus cooperados e ajudá-los nas suas
atividades. Sempre que o cooperado passa por um período de dificuldades, ele tem
condições de contar com a sua cooperativa para sair do período de crise de uma
forma menos traumática. As cooperativas têm condições de fornecer crédito,
produtos e serviços aos seus cooperados
sempre com vantagens melhores que as
oferecidas no mercado. É esse o papel do
cooperativismo.”
Do presidente da Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo

“As cooperativas trazem em sua essência um diferencial importante, que é a busca pelo fortalecimento dos seus
cooperados, sempre preocupadas com o bem-estar dos
mesmos. Elas são um importante meio para a distribuição
de renda e oportunidades. O cooperativismo e o associativismo facilitam a busca por ideais e conquistas.”
Do presidente da Canaoeste, Manoel Carlos de
Azevedo Ortolan

“As cooperativas estão aí
para colaborar no que for possível, se apresentando no cenário
mundial, não só para prevenir,
mas, também para reconstruir
nos seus mais diversos ramos.”
Do presidente do Sistema Ocemg/Sescoop-MG,
Ronaldo Scucato.

“O nosso desafio atual é mostrar para a sociedade, formadores de opinião, promotores, advogados e juízes que a maioria das
cooperativas em funcionamento no país é séria e respeita princípios mundiais, como livre adesão, autonomia, independência e
gestão democrática. E, só no Brasil, fazem a diferença na vida de
7 milhões de famílias. No mundo todo, o cooperativismo reúne
800 milhões de pessoas.”
Do presidente do Sistema Ocesp/Sescoop-SP, Edivaldo Del Grande

Revista Canavieiros - Julho de 2008

35
Biblioteca

Cultura

Cultivando
a Língua Portuguesa

“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”
"A Comercialização da Energia Elétrica
Co-Gerada pelo Setor Sucroalcooleiro"

Esta coluna tem a intenção de maneira didática,
esclarecer algumas dúvidas a respeito do português
1)A loja não “tinha entregue” as compras ontem.
Com o verbo conjugado de forma incorreta, não entregará.
Prezado amigo leitor, veja a dica de forma didática:
O verbo entregar é verbo abundante, ou seja, possui dois
particípios

Zilmar José de Souza
Heloisa Lee Burnquist

Renata Carone
Sborgia*

Particípio Regular: com o verbo ter e com o verbo haver a terminação fica: ado
ou ido.
Ex. A loja não tem entregado as compras.
Particípio Irregular: com o verbo ser ou com o verbo estar possui várias
terminações: to, so, pó...
Ex.: As compras foram entregues.
O aparelho já está entregue.
Portanto a frase apresentada no exemplo está errada. Devemos corrigir para:
A loja não tinha entregado as compras ontem.
Veja, prezado amigo leitor, uma pequena lista de alguns verbos abundantes e
sua forma correta para a escrita e oralidade:

3) Falta dois dias para a festa!
Corrija rapidamente o Português, prezado leitor, para a festa acontecer!!!
Dica: O correto é FALTAM cinco dias para a festa.
De acordo com as regras gramaticais, o verbo(no exemplo: faltar) deve concordar com o sujeito (neste exemplo, o sujeito do verbo faltar é: dois dias), que
está no plural.
Exemplos corretos: Faltam nove dias para o evento.
Fantaram quatro pessoas na reunião.
Faltarão participantes para a palestra.
PARA VOCÊ PENSAR:

"Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com
paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre."
William Penn
* Advogada e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em
Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras)
com Miriam M. Grisolia

36

Revista Canavieiros - Julho de 2008

O

setor de energia passa por transforma
ções que desafiam o conhecimento estabelecido. De um lado, torna-se cada vez mais
importante apresentar alternativas à matriz energética, o que implica avaliar as diversas formas
alternativas de gerar energia, com preferência
àquelas passíveis de renovação.
De outro, a mudança na ambiente institucional por que passou o setor - privatização, constituição da ANEEL e do Mercado Atacadista de
Energia, entre outros - criou novas oportunidades de negócio e novos desafios. Paralelamente, o setor sucroalcooleiro - emergindo de uma
profunda crise, apresenta uma possível solução ao problema energético: a co-geração de
energia.
Diante de tão profundas mudanças, é reconfortante contar com um minucioso trabalho
de organização dessas novas informações. Neste livro, baseado na dissertação de Zilmar, sob
a competente e dedicada orientação da professora Heloisa Burnquist, o leitor encontrará um
texto rico e claro, que desfaz o nó da complexidade da nova regulamentação sobre a comercialização de energia co-gerada. Trata-se, portanto, de referência obrigatória para aqueles interessados em desvendar essa nova realidade.
Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar a
Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,
nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone
(16)3946-3300 - Ramal 2016
Agende-se
Agosto

de 2008

7ª CONGRESSO BRASILEIRO DE AGRIBUSINESS
Data: 11 e 12 de agosto de 2008
Local: Hotel WTC - Avenida das Nações Unidas, 12.559 - São Paulo - SP
Temática: "Agronegócio e Sutentabilidade" é o tema da 7ª edição do Congresso Brasileiro de Agribusiness. A grande
novidade deste ano será a moderação dos painéis feita por jornalistas renomados e um talk show com o humorista Chico
Anysio. O Congresso terá cinco painéis, todos direcionados ao tema sustentabilidade.
Mais Informações: (11) 3854 8060 ou pelo e-mail: cba@wenter.com.br
ENCONTRO TÉCNICO: BROCA GIGANTE EM CANA-DE-AÇÚCAR
Datas e Locais: 22 de Julho - Araçatuba/SP SEST/SENAT
Rodovia Senador Teotônio Vilela Km 09 Bairro Jardim Alvorada
30 de Julho - Ribeirão Preto/SP - FAAP - Fundação Armando Alvares Penteado - R: Marcelo Sarti, 100 Jardim Flórida
07 de Agosto - Dourados/MS - UNIGRAN - Centro Universitário da Grande Dourados - Rua Balbina de Matos, nº 2.12
Objetivos: Divulgar a detecção de focos de ocorrência da
Broca Gigante (Telchin licus licus) na região Centro-Sul do
Brasil. Fornecer maiores informações sobre o inseto e apresentar a estratégia proposta pelo CTC para identificação e

mapeamento de áreas de ocorrência da praga e medidas
para conter seu avanço.
Público Alvo: Diretores, Gerentes, Supervisores Agrícolas, Automotivos e de Motomecanização, Engenheiros Agrônomos, Agrícolas, Mecânicos e Técnicos Agrícolas de Empresas Produtoras de Bioenergia, Associações e Fornecedores de Cana-de-açúcar.
Inscrições: As inscrições deverão ser feitas até o dia 17/
07/08 (Araçatuba), 25/07/08(Ribeirão Preto) e 04/08/08 (Dourados).

Revista Canavieiros - JunhoJulho de 2008
Revista Canavieiros - de 2008

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Vende-se
Chevrolet 12000 - ano 1990/91, branco,
toco, reduzido, freio a ar, direção hidráulica, caçamba basculante Facchini 5m3 super conservado. Tratar com Júnior - (16)
3947 2158 ou (16) 9179 7585
Vende-se
Reboque Canavieiro ano 92 - Justari comprimento 7,80m. Trabalha com tombador e coxo. Rolamento Industrial grande.
Interessados procurar Guido (16) 9147 0353.
Vende-se
- Cargo 2626, ano 2003 - traçado com opção basculante.
- MB 1935, ano 1998 - truck
- MB 2418, ano 1993 - traçado com tanque bombeiro
- MB 2423, ano 2000 - traçado
- VW 26310, ano 2002 - traçado com opção basculante
Vendo, troco ou financio. Falar com Patito (16) 9187 1901 ou pelo email:
ppratali@uol.com.br
Vende-se
MB 1113, ano 1972 - toco. Cara preta, turbinado, hidráulico, freio ar, Rodoar, Pneus
1000. Esta no chassi e em ótimo estado de
conservação. Os interessados devem entrar em contato com Cleber (16) 3951 6982
ou 9132 0006 ou pelo e-mail:
claberravel@yahoo.com.br
Vende-se
-Caminhão1113truckturbinado,hidráulico,cabine alta, cara preta, rodagem 10 furos, caçamba;
- Caminhão MB 1313, ano 84 com caçamba, reduzido, freios a ar, suspensor,
pneus sem câmara na dianteira, bom de
mecânica e cabine;
- Caminhão MB 1318, ano 88 com caçamba truck, pneus radiais, câmbio revisado;
Em caso de interesse, entre em contato com Jr Gazoti, pelo telefone: (18)
9749-5042
ou pelo e-mail:
juniorgazoti@hotmail.com
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Revista Canavieiros - Julho de 2008

Vende-se
- Boca de lobo (engate para julieta) Traseira com as borrachas, anéis de trava no
chassi, porca, bracinhos para levantar o
pino, completa. (usada). Valor R$ 400,00.
- Carroceria tipo paliteira com protetor de
cabine, com canaletas para cabo de aço, 6
catracas laterais, caixa de ferramentas na
frente, fueiros com 2,60 de alt. (medidas
2.60 x 7,60) toda em viga I, serve também
para cana queimada (Para caminhões MBB,
Wolks, Cargo ) - Valor R$ 5.000,00. Aceito
carro ou moto como pagamento
Em caso de interesse, entre em contato com
Silvio César, pelo telefone: (18) 9109-3711 ou
(18)3263-2676,e-mail: silvioataide@hotmail.com

Em caso de interesse, entre em contato
com Wladimir, pelo telefone: (16) 36641535
ou 81413813 ou 81260933 ou pelo e-mail:
santaritaveiculo@terra.com.br.
Vende-se
Ford cargo 2626, ano 2003 - traçado em
ótimo estado de conservação no chassi.
Em caso de interesse, entre em contato
com Antonio Djair Gomes,
pelo telefone: (014) 35326420 ou pelo email: eng_thiagosouza@hotmail.com.

Vende-se
- Trator Ford 8830/4 ano 94 - R$ 50.000,00;
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Tratar com João Luiz Ferreira pelo telefone (17) 3347- 11-90 Jaborandi-SP
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Motor MWM na garantia.
telefone (16) 3946-4200.
Revista Canavieiros - Julho de 2008

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Revista Canavieiros - Julho de 2008

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Secretário analisa medidas para minimizar crise da cana

  • 1. Revista Canavieiros - Julho de 2008 1
  • 2. 2 Revista Canavieiros - Julho de 2008
  • 3. Editorial O momento exige cautela C om os preços da cana em baixa, o momento exige cautela. A turbulência é provocada por fatores já conhecidos: queda nas cotações do açúcar por conta do excedente no mercado mundial e a manutenção do preço do álcool em patamares baixos. O resultado é que a receita obtida não cobre os custos de produção. No entanto, as perspectivas para médio e longo prazos são de melhora para o setor e a cana tende a recuperar a rentabilidade. Esse é o foco da reportagem de capa deste mês. Ela traz projeções da produtividade dos canaviais da região e a análise dos técnicos da Canaoeste sobre a qualidade da cana e o que é possível antever na questão de preços. O entrevistado de julho é o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, João de Almeida Sampaio Filho. O secretário diz estar preocupado com a queda nos preços da cana, principal cultura do Estado, e que articula, junto ao governo, a criação de mecanismos que ajudem o produtor nesse momento de crise. No Ponto de Vista, o engenheiro agrônomo, diretor da Canaplan e da Usina Alto Alegre, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, assina o artigo “Sobre sonhos e realidade”, onde aborda as transformações pelas quais a cadeia produtiva passou e a necessidade de os elos se unirem para mudanças futuras. A Canavieiros também traz artigo do ex-ministro Roberto Rodrigues, sobre as dificuldades dos fornecedores de cana. O “Notícias Copercana” relata o balanço do IV Agronegócios Copercana, que foi sucesso total – 100% dos expositores aprovaram a feira, e o faturamento nas vendas aumentou cerca de 20% em relação ao ano passado. Neste ano, o volume de negócios atingiu R$ 100 milhões, superando as expectativas iniciais dos organizadores. A visita de uma comitiva da Ucrânia também é notícia na edição deste mês, além da palestra técnica realizada pela Canaoeste em Bebedouro e a reunião da WABCG, realizada na Turquia, e que contou com a participação do presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan. No destaque, o encontro que a a Copercana e o IZ – Instituto de Zootecnia – promoveram no dia 4 de julho, sobre integração da canade-açúcar e pecuária no Estado de São Paulo. Mais de 200 pessoas entre produtores de cana, criadores e técnicos que atuam nos segmentos estiveram no evento que foi realizado no Centro de Pesquisa em Pecuária de Corte do Instituto de Zootecnia, em Sertãozinho. Em julho, a revista está recheada de participações de técnicos e agrônomos renomados. Confira as Informações Setoriais do assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso; o artigo técnico intitulado “Vinhaça, um grande benefício ao canavial” do engenheiro agrônomo, Marcelo de Felício; na sessão Pragas e Doenças, os pesquisadores do CTC – Mauro Sampaio Benedine e Enrico de Beni Arrigoni falam sobre manejo integrado de pragas de solo na cana-de-açúcar. Ainda temos o Dr. Juliano Bortoloti, que escreveu sobre a contratação temporária de trabalhadores rurais e informações interessantes nas seções Culturas de Rotação, Novas Tecnologias, Dicas de Português, Agenda de Eventos, Classificados e muito mais. Boa Leitura. Conselho Editorial Revista Canavieiros Julho de 2008 Revista Canavieiros -- Julho de 2008 3
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Safra na região: aumento na produtividade e queda na qualidade Estimativas do Centro de Cana do IAC apontam para elevação de 2,4% no TCH (Tonelada de Cana por Hectare) Pag. Pag. 22 EDITORA: Cristiane Barão – MTb 31.814 JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carla Rossini – MTb 39.788 DESTA DESTA QUES OUTRAS Entrevista CONSECANA COLABORAÇÃO: Marcelo Massensini DESTAQUE DIAGRAMAÇÃO: Rafael H. Mermejo INFORMAÇÕES SETORIAIS FOTOS: Carla Rossini Marcelo Massensini COMERCIAL E PUBLICIDADE: (16) 3946-3311 - Ramal: 2008 comercial@revistacanavieiros.com.br João de A. Sampaio Filho Pag. 14 Secretário estadual de Agricultura e Abastecimento Pag. Secretaria analisa medidas para minimizar crise Pag. Pag. 05 Pag. 18 26 Ponto de vista Pag. 28 ARTIGOS TÉCNICOS Pag. 30 PRAGAS E DOENÇAS Luiz Carlos C. Carvalho Engenheiro agrônomo, diretor da Canaplan e da Usina Alto Alegre. Sobre sonhos e realidades Pag. Pag. Notícias Cocred - Balancete Notícias 08 08 32 Pag. 07 10 14 Canaoeste - Copercana e Canaoeste recebem visitantes da Ucrânia - UTI do Netto Campello completa dois anos! - Ortolan participa de reunião da WABCG - Palestra técnica em Bebedouro REPERCUTIU Pag. Pag. IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora CULTURA Pag. Copercana - IV Agronegócios Copercana fatura R$ 100 milhões Notícias LEGISLAÇÃO Pag. TIRAGEM: 10.000 exemplares 35 36 AGENDE-SE Pag. 37 Pag. 38 Pag. CLASSIFICADOS Cultura de Rotação Soja: vazio sanitário em SP segue até 30 de setembro 4 4 DEPARTAMENTO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO: Ana Carolina Paro, Carla Rossini, Daniel Pelanda, Letícia Pignata, Marcelo Massensini, Rafael Mermejo, Roberta Faria da Silva. Revista Canavieiros - Julho de 2008 Pag. Pag. 34 ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 www.revistacanavieiros.com.br
  • 5. Entrevista João de Almeida Sampaio Filho Secretário estadual de Agricultura e Abastecimento Secretaria analisa medidas para minimizar crise Cristiane Barão A queda nos preços da cana fez com que a cultura reduzisse sua participação no valor da produção agropecuária paulista no ano passado, que considera a renda obtida pelas culturas dentro da porteira. Em 2007, o rendimento da cana foi de R$ 11,4 bilhões, contra R$ 14,8 bilhões em 2006, uma queda substancial de 22,6%. Os preços caíram 32,7%. Por ser a principal cultura do Estado, a cana puxou para baixo o valor da produção agropecuária paulista: descontando a inflação, a queda foi de 6,8% e somou R$ 31,8 bilhões. De acordo com o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, João de Almeida Sampaio Filho, esse cenário o preocupa. “Temos conversado sobre a possibilidade de alguma linha de crédito para suportar esse período, a possibilidade de investimentos. Estamos buscando alternativas”, diz. Segundo ele, o pequeno e médio fornecedor de cana é o que mais sente a crise. “Para o arrendatário a renda diminui, mas ele continua tendo renda, enquanto que o pequeno e médio fornecedor perde a renda e passa a ter prejuízo”, afirma. Leia, a seguir, a entrevista que ele concedeu à Canavieiros. Revista Canavieiros - Julho de 2008 5
  • 6. Entrevista Canavieiros: A cana ocupa em São Paulo 4,8 milhões de hectares. Ainda há espaço para a cultura avançar? João de Almeida Sampaio Filho – O Estado tem uma área utilizável próxima de 22 milhões de hectares. Então, é claro que a cana tem espaço ainda para crescer. Em alguns lugares ela não vai entrar porque não tem condições ambientais, topográficas, climáticas. Em outros, a gente torce para que ela não entre para que se mantenha uma diversificação de culturas. Já em outros lugares, a gente torce para que ela entre para que se promova desenvolvimento, melhoria na renda e na economia local de uma maneira geral. Tem espaço (para crescer), mas claro que com parcimônia, com respeito à diversidade local de produção e ambiental. a ração na pecuária de corte e de leite. Em algumas regiões do Estado, como Barretos e Orlândia, a gente já percebe essa integração de uma maneira muito clara e tenho tentado desenvolver isso também na região de Araçatuba. Canavieiros: Em relação à questão da reserva legal, que é uma discussão que se arrasta há anos. O senhor vê alguma saída? Sampaio: É necessário, primeiramente, que o tema que hoje é regido por uma Medida Provisória, que é a 2166, se torne Canavieiros: No ano passado, a lei até para que não se tenha mais necana perdeu participação no valor da nhum problema jurídico. Na conversão produção agropecuária do Estado, que da Medida Provisória em lei, eu espero considera a renda obtida pelas cultu- que algumas distorções sejam corrigidas ras dentro da porteira, devido à queda e que a questão da reserva legal possa nos preços. Os fornecedores já estão ser melhor adaptada à realidade do Estacomparando a atual crise à de 99. Esse do de São Paulo. Independente disso, cenário preocupa a secretaria? algumas opções já começaram a apareSampaio: A secretaria efetivamente cer. Uma delas, recentemente sancionase preocupa muito com esse cenário e da pelo governador José Serra, é um procom essa perda de renda das indústrias jeto de lei que dá ao produtor o direito de e dos produtores, principalmente. Mas plantar na sua reserva legal espécies que ele possa explorar, como por governo renegociou dívida, deu mais exemplo seringueiras, goiabeiras. Com isso ele pode rerecursos, mas não está atacando florestar e ter renda. "O Canavieiros: A cana tem avançado sobre a área de grãos? Sampaio: A cana não diretamente a questão custo porque não avançou sobre a área de Canavieiros: trata de infra-estrutura, porque não trata de senhor avaliou oComo o grãos e mais: a cana pode Plano trazer junto com ela, na reSafra 2008/09, anunciatributação e porque não trata de câmbio" novação, a produção de do pelo governo? grãos. Cabe até uma colocação: a cana, trabalhamos com um cenário conjuntuSampaio: Acho que o Plano Safra há dois ou três anos, tinha preço muito ral e não estrutural. Quando olhamos os foi bom. O governo avançou, aumenbom e os grãos, preço muito ruim. Com fundamentos do setor, percebemos que tou a quantidade de recursos a juros isso, a renovação dos canaviais que, his- o futuro nos reserva dias bem melhores controlados. Mas acho que, ao mesmo toricamente, vinha sendo feita com do que os deste ano. Temos tentado tempo, o governo passou por cima de grãos, passou a ser feita com cana, sem mostrar isso aos produtores e trabalha- um tema fundamental, que é infra-esessa saudável integração com grãos. do ações dentro do governo que mini- trutura, que onera pesadamente nosCom o retorno dos grãos a preços remu- mizem essa perda de renda momentânea sos custos. Hoje o grande problema da neradores, a gente percebe que em vári- neste ano, no ano anterior e talvez no agricultura é o custo de produção, aliaas regiões do Estado a produção de próximo, mas vislumbrando que um fu- do ao câmbio. O governo renegociou grãos cresceu quando a cana chegou. turo promissor espera o setor. dívida, deu mais recursos, mas não está atacando diretamente a questão custo Canavieiros: A secretaria prepara Canavieiros: Neste cenário, os pe- porque não trata de infra-estrutura, um projeto de integração lavoura-pe- quenos e médios produtores são os porque não trata de tributação e porcuária. Em linhas gerais, o que prevê? maiores prejudicados porque não têm que não trata de câmbio. Elogio o PlaSampaio: A integração lavoura-pecu- o fôlego financeiro dos grandes e dos no, mas faço uma crítica: a nossa inflaária é para desenvolver regiões com pas- industriais... ção é de custo e não de demanda. tagens degradadas para que seja possíSampaio: Principalmente os pequevel crescer o número de animais e também nos e médios fornecedores porque para a renda e a produção de grãos e alimen- o arrendatário a renda diminui, mas ele tos. Numa mesma área você pode fazer continua tendo renda, enquanto que o um plantio de grãos e aproveitar parte des- pequeno e médio fornecedor perde a sa propriedade para grãos, parte para a renda e passa a ter prejuízo. Mas estapecuária e vai fazendo uma rotação e, com mos preocupados e temos conversado isso, vai ampliando a produção de grãos e sobre a possibilidade de alguma linha a sua capacidade de suporte para a pecu- de crédito para suportar esse período, ária. Há também uma outra integração, em a possibilidade de investimentos. Esque aposto muito, que é a cana-pecuária, tamos buscando alternativas, converem que se utiliza a cana-de-açúcar como sando com a Única, com o Consecana, base para confinamento, como base para buscando maneiras de minimizar isso. “ 6 Revista Canavieiros - Julho de 2008
  • 7. Notícias Cocred Balancete Mensal Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho BALANCETE - MAIO/2008 Valores em Reais Revista Canavieiros - Julho de 2008 7
  • 8. Ponto de Vista Sobre sonhos e realidades Luiz Carlos Corrêa Carvalho Engenheiro agrônomo, diretor da Canaplan e da Usina Alto Alegre. “Não há razão para qualquer pessoa ter um computador em casa”. Ken Olsen, Presidente da Digital Equipment Company, 1977. P rever o futuro é apavorante... o passado é pó... só o presente é real e passa tão rápido. As projeções do curto prazo podem ser algo como a piada que relata a diferença entre os erros que cometem o agrônomo e o médico: o primeiro a terra mostra, o segundo, esconde! Já as de longo prazo nem sempre nos encontra vivos! Mas brincadeiras à parte, a inimaginável transição que vive o mundo torna absolutamente complexa qualquer previsão. Se imaginarmos que há dois anos não se tinha a menor expectativa de um afroamericano poder vir a ser Presidente da maior economia do globo, ou, por exemplo, o futebol do Equador superar o do Brasil em competição de times, tem-se novas cores dramáticas! O poder dos tempos faz ter-se a impressão que os sonhos estão mais rapidamente se tornando realidade, assim como já se vê realidades como a China dividindo a liderança mundial com os EUA, a Europa vendo o cristianismo despencar em número de fiéis a níveis assustadores e mesmo o Corinthians caindo para a segunda divisão do campeonato (esse, sonho de alguns). No Brasil de hoje, um grupo açucareiro compra aqui a gigante Esso (distribuição) e se torna grande distribuidor de combustíveis, enquanto grandes grupos químicos internacionais procuram parcerias com usineiros e multinacionais de alimentos e de energia estão produtores de etanol. No Brasil de hoje, as “commodities” agrícolas mostram preços muito elevados, pressionados pelos efeitos do petróleo, secas, crescimento espetacular da demanda por alimentos e energia, ex- banco de imagines - UNICA O Brasil despertou que não é vergonha ser o campeão mundial do agro- negócio e o seu Presidente é o seu maior vendedor do etanol pelo mundo! Tempos novos, onde o petróleo chega a preços inimagináveis e as economias continuam a crescer... O Brasil do futebol, samba e agronegócio, agora é parte do BRIC – grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia e China, que estarão no topo dos países mais ricos antes da metade deste século; é candidato à potência petrolífera nos próximos cinco a 10 anos. O Brasil da cana-de-açúcar se transforma no Brasil da cana-de-energia, produzindo muito mais etanol que açúcar e gerando eletricidade verde, limpa, que talvez representará em 2020, 15% da matriz de demanda de energia elétrica do país. 8 Revista Canavieiros - Julho de 2008 ceto no caso da cana-de-açúcar! Esta, vive o seu ciclo de baixa, face a explosão de oferta ocorrida na excitação das perspectivas das commodities. Mas estamos vivendo o fim desse ciclo, já no ano de 2008, desde que o “mundo” não acabe! A perspectiva de recessão, ou melhor, de redução dos índices de crescimento poderia frear esse fato? Contrariando os sábios para os quais não se deve falar sobre o curto prazo (a base da orientação sempre foi: falar do futuro longíquo é seguro; do curto prazo é suicídio), segue uma visão: Comida e energia seguirão crescendo! São, obviamente, a base da vida. A biomassa cresce muito mais que a fóssil-energia, independentemente do fato que eventualmente a economia global mostre redução do ritmo atual de crescimento. E nesse crescimento, o Brasil terá mercados excepcionais, pois a questão seríssima da crise alimentar fará europeus, norte-americanos e japoneses reverem a sua política protecionista. Os países competitivos verão cotas, abertura como quedas de impostos de importação e de subsídios, criando mercados via formal aprovação nas
  • 9. Ponto de Vista políticas multilaterais tipo Rodada de Doha. Os Fundos continuarão comprando “commodities” no curto prazo; a Índia faz forte redução da produção de açúcar enquanto o crescimento do consumo do produto na Ásia segue acelerado; o etanol vai rompendo barreiras e paradigmas, fazendo com que norte-americanos e europeus vão às suas compras... até o clima cruel ao hemisfério norte é fato gerador de importações do sul.... entidades inúmeras, de grande expressão nos EUA, fizeram formal pedido de queda de imposto ao álcool brasileiro às autoridades norte-americanas, seguindo as análises e orientações da ONU, Bando Mundial, BID, e de outros. res. Se o governo novamente não chamar o setor para travar preços e se a Petrobrás resolver assumir o mercado e seus preços de combustível ao consumidor (afinal o petróleo praticamente vale, hoje US$ 1,00/litro!!) ou sem reduzir impostos (o que é absurdo face aos custos da poluição causada pelos combustíveis fósseis), o produtor terá mais chances. Não sendo verão, os sonhos nos trópicos são mais lógicos. Sendo verão no hemisfério norte, os preços da gasolina são bem mais altos. À anterior e atual realidade de não pagar custos, cresce o sonho de margens positivas... afinal, sem elas, não se constrói o futuro. Seja no curto ou no longo prazo, as transformações vão arrebentando os paradigmas e, sempre, o futuro dependerá dos valores que vão se estabelecendo. Vale citar dois momentos do passado e a complexidade das ações: a civilização Maia viu a derrocada da sua produção pelo desmatamento acelerado sem reposição; o mundo viu a fantástica evolução tecnológica do século do petróleo e, agora, paga os juros desse empréstimo via aquecimento global. Assim como não há almoço de graça, os pecados são cobrados. Entre 2008 e 2009, o etanol terá prêmio sobre o açúcar e ambos farão o preço da cana pelo menos pagar os custos operacionais e alguma margem. Como escreveu Nélida Piñon, “a sedução da aventura, de suas ilhas de fantasia e terras prometidas é poderosa, mas é difícil saber onde chegar, em conflito com a realidade”. A extasiante luz do amanhecer, por vezes, faz acordar o que se julga “real”, Unir a cadeia produtiva, sob valores de ética e respeito, levará o setor cana a incríveis posições de geopolítica, jamais, realmente, pensados. Quem sabe esse o grande castigo aos que remaram contra, seja por visão do retrovisor ou por ideologia. Já em 2009, o jogo do mercado é altista, os preços serão remunerado- obscurecendo os sonhos. Seria assim? Ledo engano! Os sonhos permanecem na alma, esperando o momento que o homem escute os seus ruídos. Revista Canavieiros - Julho de 2008 9
  • 10. Notícias Copercana IV Agronegócios Copercana fatura R$ 100 milhões Carla Rossini Feira apresentou um aumento de aproximadamente 20% nas vendas em relação ao ano passado C om infra-estrutura moderna e diferenciada, o IV Agronegóci os Copercana foi sucesso total – 100% dos expositores aprovaram a feira, e o faturamento nas vendas aumentou cerca de 20% em relação ao ano passado. Neste ano, o volume de negócios atingiu R$ 100 milhões, superando as expectativas iniciais. As boas condições de compra e de pagamento oferecidas aos cooperados favoreceram o ótimo resultado da feira, que foi realizada durante os dias 25, 26 e 27 de junho no Clube de Campo Vale do Sol. O evento recebeu mais de 3.000 visitantes, a maioria cooperados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred de Sertãozinho e região. Segundo o presidente da Copercana, Cocred e do Agronegócios Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, a meta da cooperativa foi atingida, apesar da safra de cana estar passando por uma fase crítica. “Apesar das dificuldades, conseguimos concretizar excelentes negócios para os nossos cooperados. Fechamos com ‘chave de ouro’ o primeiro semestre de 2008’”, afirmou Tonielo. O diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, lembrou que as parcerias entre a cooperativa e os expositores são fun- Entrada do 4º Agronegócios Copercana damentais para a realização dos negócios. “Temos excelentes parceiros no evento e isso facilita as negociações para os nossos cooperados”, disse Bighetti. dos na loja de ferragens da Copercana. Um outro marco para essa edição do Agronegócios foi o lançamento da grife “Selaria Copercana”. Em 2008, a feira passou a contar com 60 expositores – dez a mais do que no ano passado. Foram comercializados defensivos agrícolas, adubos, calcário, implementos e equipamentos para a agricultura de cana-de-açúcar, soja, amendoim e milho. Dentre as novidades apresentadas na 4ª edição do Agronegócios, merece destaque o pavilhão que estava localizado na entrada da feira e contava com os fornecedores de produtos e serviços vendi- Estande da grife “Selaria Copercana”, lançada durante a feira Os diretores do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred: Antônio Wilson Lovato, Pedro Esrael Bighetti, Manoel Ortolan e Antônio Eduardo Tonielo 10 Revista Canavieiros - Julho de 2008 O gerente do Departamento de Compras da cooperativa, Luis Ricardo Meloni, ficou satisfeito com o resultado. “Esse pavilhão foi uma excelente idéia para atender os nossos fornecedores e cooperados, que entravam na feira e já podiam visitar os estandes e conhecer as novidades”, afirmou Ricardo. “O lançamento da grife Selaria Copercana foi um marco para a cooperativa, que está preocupada em lançar novos produtos e serviços para oferecer sempre o melhor aos seus cooperados”, finalizou.
  • 11. Notícias Copercana Frederico Dalmaso, gerente de comercialização da Copercana em entrevista ao jornalista Luiz Baleotti cerias firmadas com os expositores. “A feira superou as nossas expectativas e conseguiu atingir um excelente volume de negócios. O cooperado acreditou mais uma vez na sua cooperativa e aproveitou para comprar agora, já que está previsto um aumento no preço dos produtos químicos no segundo semestre de 2008”, afirmou Dalmaso. Segundo o gerente de comercialização da Copercana, Frederico José Dalmaso, o bom resultado é fruto da participação dos cooperados e das par- cendo prazos e condições de pagamento facilitados. Os produtores poderão pagar suas compras no prazo de safra”, finalizou. Ainda segundo ele, “a cooperativa atendeu a demanda dos cooperados, suprindo suas necessidades e ofere- Vista geral do salão interno Encontro de negócios Agrônomos e cooperados na área exclusiva reservada para atendimento O Agronegócios Copercana já se tornou tradicional para os cooperados que esperam a hora certa para realizar suas compras. Uma grande atração na feira é o atendimento personalizado realizado pelos agrônomos do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. Eles ficam espalhados em uma área específica do recinto, onde os cooperados são atendidos com tranqüilidade e de forma organizada. “O Agronegócios é focado nos cooperados e na realização de negócios. Quem participa sabe que o evento é comercial, por isso se tornou um grande sucesso”, afirmou Tonielo. Eventos paralelos A exemplo do que aconteceu em 2007, neste ano os eventos paralelos de pecuária e ovinocultura foram muito participativos. As palestras organizadas pelo médico veterinário da Copercana, Nelson Bernardi Júnior, foram realizadas num pavilhão montado exclusivamente para essa finalidade e agradou bastante os cooperados. "Quem participou adquiriu informações rápidas e precisas, tendo bastante tempo para continuar a sua visitação na feira", disse o veterinário. Um outro evento que conseguiu superar expectativas foi o Dia de Visitas na UNAME (Unidade de Grãos da Copercana) e na CAP (Agropecuária Industrial Ltda), que fica localizada em Dumont. Mais de 50 cooperados que são parceiros do projeto Amendoim da Copercana participaram do encontro com a finalidade de conhecer os locais onde o grão produzido por eles é beneficiado e preparado para ser exportado. Exposição de animais res conhecessem o processo pelo qual o produto é submetido antes de ser comercializado. "Agora eles conhecem todo o processo desde a chegada do amendoim na Copercana até o preparo final para a exportação. Essa tecnologia aplicada no amendoim é moti- Cooperados durante a palestra de Ovinocultura vo de orgulho para a Copercana e agora será para os produtores também", disse Augusto. Após as visitas na UNAME e CAP, o grupo de cooperados também visitou o Agronegócios Copercana. Cooperados, parceiros do projeto Amendoim da Copercana, durante visita a Uname Para o gerente da UNAME, Augusto César Strini Paixão, esse dia de visitas foi essencial para que os produtoRevista Canavieiros - Julho de 2008 11
  • 12. Notícias Copercana Também foram realizadas reuniões da diretoria e atendimento a fornecedores pelos gerentes do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. Reunião do Conselho Fiscal da Cooperfértil: Manoel Sérgio Sicchieri (Copercana); Paulo César Lima (Carol); Nehemias Alves de Lima (Coopercitrus); Nivaldo José Furlan (Cooperfértil); Pedro Esrael Bighetti (Copercana) e José Antônio M. da Silva (Cooperfértil) O supervisor de suprimentos da Usina Batatais, Antônio Eduardo Pitta; o gerente de compras da Usina Batatais Paulo Henrique Ribeiro; Pedro Esrael Bighetti e o diretor proprietário da Usina Batatais, Baldilho Biagi Neto Mais de 3.000 cooperados prestigiaram o 4º Agronegócios Copercana Área externa Paulo Calixto, gerente financeiro da Copercana: “Os resultados da feira foram excelentes e superaram as expectativas iniciais” Os cooperados participaram de um Rally e três TVS de Plasma 42” foram sorteadas. Manoel Ortolan e o 1º ganhador: Fernando José Pratti 12 Revista Canavieiros - Julho de 2008 Cooperados e funcionários ajudaram no sorteio de um tourinho realizado pela empresa Logística Ouro Fino Ltda. O cooperado Giovan Antônio Júnior de Uberaba foi o ganhador Pedro Esrael Bighetti, entregou a TV de Plasma ao 2º ganhador: Mateus Rodriguês Antônio Eduardo Tonielo, Sérgio Sicchieri e Chico Lorota realizaram o sorteio que deu a TV ao terceiro ganhador: José Maurício Rodriguês
  • 13. Revista Canavieiros - Julho de 2008 13
  • 14. Notícias Canaoeste Copercana e Canaoeste Copercana e Canaoeste recebem visitantes da Ucrânia recebem Carla Rossini Os ucranianos estavam interessados em conhecer o funcionamento do sistema cooperativista brasileiro O diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, deu as boas vindas ao grupo de ucranianos que visitou a sede da Copercana e Canaoeste na manhã da sexta-feira, 11 de julho. O grupo, formado por seis integrantes, está visitando o Brasil para conhecer usinas de açúcar e álcool e também o sistema cooperativista brasileiro. Na cooperativa, eles participaram de uma apresentação do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred e também assistiram a vídeos institucionais das cooperativas e da associação. Logo após se dirigiram à UNAME (Unidade de Grãos da Copercana), onde puderam ver o beneficiamento, secagem e armazenamento do amendoim na unidade. Estavam no grupo o diretor da AgroProdinvest Ltda, Roman Ogorodov; os assessores das diretorias financeira e econômica da Zorya Podillya, Dmytro Fedosenko e Yurity Tsymbal; o diretor geral da Trydenta-Agro Ltd, Andriy Consecana Tsymbal; o empresário Andrill Dykun e o assessor da diretoria da Syngenta, Volodymyr Lytvynenko. Após o almoço, o grupo participou de uma visita a Viralcool, em Viradouro, para ver como funciona uma unidade de produção. CIRCULAR Nº 05/08 DATA: 30 de junho de 2008 Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de JUNHO de 2008. O preço médio do kg de ATR para o mês de JUNHO, referente à Safra 2008/2009, é de R$ 0,2466. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL a JUNHO e acumulados até JUNHO, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado, carburante (AAC e AHC) destinados ao mercado externo (AAE e AHE), são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL a JUNHO e acumulados até JUNHO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/07, são os seguintes: 14 Revista Canavieiros - Julho de 2008
  • 15. Notícias Canaoeste UTI do Netto Campello UTI do Netto Campello completa dois anos! completa dois anos! Débora Helena Pereira Supervisora da UTI do Netto Campello O Netto Campello Hospital & Maternidade está em festa! Um grande sonho está se concretizando a cada dia. Sertãozinho tem a possibilidade de utilizar serviços especializados e humanizados com equipe qualificada em atendimento de terapia intensiva. Ao completar 2 anos no dia 7 de julho de 2008, as Unidades de Terapia Intensiva Geral e Neonatal/Pediátrica do Netto Campello são atualmente referência no atendimento à saúde. Durante esse período, foram atendidos pacientes de Sertãozinho e de toda a região (Barrinha, Pontal, Jaboticabal, Pitangueiras, Bebedouro, etc), totalizando mais de 700 internações de adultos, crianças e recém nascidos. São 13 leitos equipados com aparelhagem de última geração, que atendem às normatizações vigentes e permitem ao profissional médico tranqüilidade na hora de desenvolver a “Arte da Medicina”. Desses 13 leitos, sete são de UTI Geral e seis de UTI Neonatal/Pediátrica. As Unidades de Terapia Intensiva possuem equipes multidisciplinar qualificadas, com médico intensivista 24 horas, equipe de enfermagem, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, além de um atendimento humanizado ao paciente e sua família. O Netto Campello Hospital & Maternidade está sempre em busca da humanização em seu atendimento, acolhendo os familiares dos pacientes internados na UTI Geral através de dois horários de visita presencial. Nesses momentos, os familiares são esclarecidos acerca do quadro geral do paciente e da patologia. O ambiente é tranqüilo e reservado. Na UTI Neonatal/Pediátrica, além dos dois horários presenciais é disponibilizado um serviço de informações através de telefone para esclarecimento de dúvidas. Tal atitude promove o contato mais próximo dos pais com os profissionais que atuam diretamente com seus filhos. Outra medida é a permissão da visita dos avós que são figuras de extrema importância em momentos delicados no núcleo familiar. Neste ano, o Netto Campello pesquisou o perfil dos pacientes da UTI Geral e obteve o seguinte resultado: · 30% das internações originaramse de patologias cardiovascular; · 25% neurológicas; · 20% respiratórios; · 10% traumas e ortopedia; · 10% pós operatório de vascular; · 5% gastrointestinal. Na UTI Neonatal/Pediátrica o resultado é: · 70% da internações aconteceram por patologias do trato respiratório; · 20% prematuridade; · 10% neurológico. Podemos sintetizar que nos últimos 2 anos estivemos presentes assistindo aos extremos vitais. Desde a prematuridade extrema com recém nascido de 630 gramas até adultos com mais de 100 anos. Um dos exemplos do atendimento do Netto Campello Hospital & Maternidade é o senhor Eujácio Teixeira, que junto a sua família passou por um momento delicado de saúde e ficou durante 33 dias internado na UTI Geral. Agora, já recuperado, retomou suas atividades. Durante esse período o atendimento foi humanizado e de qualidade, o que permitiu a satisfação do senhor Eujácio e sua família que nos transcreveu as seguintes palavras de imenso agradecimento: “Com certeza recomendamos a UTI do Netto Campello, porque os equipamentos são modernos e adequados e a equipe de profissionais é qualificada, eficiente e todos foram atenciosos e solidários conosco, mas principalmente exerceram suas funções com responsabilidade.” O Netto Campello Hospital & Maternidade é hoje uma instituição de saúde altamente qualificada, moderna, com equipe humana e preparada para todos os tipos de enfermidades. A preocupação com os seus pacientes e o tratamento diferenciado com os familiares fez do Netto Campello referência regional de hospitais de qualidade. UTI Neonatal/Pediátrica Revista Canavieiros - Julho de 2008 15
  • 16. Notícias Canaoeste Ortolan participa de Ortolan participa de reunião da WABCG reunião da WABCG Cristiane Barão 29ª Sessão do Conselho foi realizada na Turquia, de 30 de junho a 3 de julho presidente da Canaoeste, Manoel Carlos Azevedo Ortolan, integrou o grupo que representou os fornecedores independentes brasileiros na 29ª sessão do conselho da WABCG (Associação Mundial dos Produtores de Cana e Beterraba Açucareira, da sigla em inglês), realizada em Istambul, na Turquia, de 30 de junho a 3 de julho. Representantes de 21 países participaram do encontro. O No último dia do encontro, foi realizada uma visita técnica à Cooperativa de Produtores de Beterraba de Konya, cidade a 600 quilômetros de Istambul. A cooperativa controla sete usinas de açúcar, uma de etanol e de álcool industrial, companhias de seguros e de crédito, fábrica de equipamentos de irrigação, velas, ração animal e de chocolate. A programação do encontro foi dividida em sete sessões, que discutiram: se os produtores de beterraba turcos estão preparados para ingressar na União Européia; diferenças nas formas de contratos entre os fornecedores de matéria-prima e os processadores; o mercado e os preços do açúcar; o futuro da bioenergia; perspectivas da biotecnologia; o papel da cana no desenvolvimento rural e uma sessão de negócios. “O que observamos é que a preocupação com a sustentabiIsmael Perina Jr., presidente da Orplana e Manoel lidade e preservação dos recurpresidente da Canaoeste sos naturais é comum aos produtores de todos os países. E que as vo é discutir as dificuldades comuns, cooperativas têm investido em áreas propor soluções e permitir o intercâmverdes e no aproveitamento dos resí- bio de informações e experiências. A Orplana, que representa cerca de 13 mil duos das matérias-primas”, disse. fornecedores independentes brasileiA WABCG reúne representantes ros, filiou-se à WABCG em 2004 e já no dos produtores independentes de 35 ano seguinte organizou o encontro da países, incluindo o Brasil, e seu objeti- entidade em Ribeirão Preto. Canaoeste realiza palestra Canaoeste realiza palestra técnica em Bebedouro técnica em Bebedouro Carla Rossini Racionalização da adubação e redução de custos foram os temas discutidos A Canaoeste promoveu em parceria com o CTC (Centro de Tecnologia Canavieiro) uma palestra técnica aos produtores de cana de Bebedouro e região. O evento, realizado no dia 19 de junho na Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro, contou com a presença de mais de 200 associados e foi organizado pelo gerente do departamento técnico da Canaoeste, Gustavo de Almeida Nogueira. Dentro os temas discutidos, o engenheiro agrônomo da CTC, Clau16 Revista Canavieiros - Julho de 2008 dimir Pedro Penatti, falou sobre adubação e redução de custos na lavoura canavieira; o assessor técnico da Canaoeste, Cleber Moraes, proferiu palestra sobre custos na colheita mecanizada; o gerente agrícola da Santelisa Vale, Valmir Barbosa, falou sobre as vantagens na colheita da cana crua e o engenheiro agrônomo da Basf, Daniel Medeiros, fez uma apresentação dos produtos da empresa, além de abordar a qualidade na tecnologia de aplicação de defensivos. Para o gerente do departamento técnico da Canaoeste, Gustavo Nogueira, esse tipo de reunião é muito proveitosa porque proporciona a transmissão de informações diretamente aos produtores. “Na reunião os associados podem receber as informações diretamente dos técnicos que dominam o assunto e podem tirar dúvidas também”, disse. Para o segundo semestre, um novo ciclo de palestras técnicas organizadas pela Canaoeste deve ser programado. A programação será publicada nas próximas edições da Canavieiros. Ortolan,
  • 17. Revista Canavieiros - Julho de 2008 17
  • 18. Destaque Copercana e IZ realizam encontro sobre integração cana e pecuária Carla Rossini O evento reuniu mais de 200 pessoas no Centro de Pesquisa em Pecuária de Corte do Instituto de Zootecnia, em Sertãozinho A Copercana e o IZ – Instituto de Zootecnia – promoveram no dia 4 de julho, encontro técnico sobre integração da canade-açúcar e pecuária no Estado de São Paulo. Mais de 200 pessoas entre produtores de cana, criadores e técnicos que atuam nos segmentos estiveram no evento que foi realizado no Centro de Pesquisa em Pecuária de Corte do Instituto de Zootecnia, em Sertãozinho. O diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, que esteve à frente dos trabalhos de organização do encontro, explicou que o objetivo foi reunir profissionais que atuam nos segmentos de cana e pecuária para juntos apresentarem oportunidades econômicas aos produtores e criadores. “A integração da cana na pecuária vai permitir a utilização dos subprodutos na alimentação animal, diminuindo os custos de produção e gerando desenvolvimento sustentável. O esterco produzido pelos animais pode ser utilizado como adubo na lavoura, ou seja, uma atividade complementa a outra”, afirmou Bighetti. Apontou também a Pedro Esrael Bighetti, Nério Costa, José Alberto Gimenez, Paulo Bardauil Alcantara e Leopoldo Andrade de Figueiredo importância da renda da cana no orçamento das fazendas de pecuária. “A cana é remuneradora e pode ajudar a manter a fazenda, como por exemplo, a Fazenda Experimental de Sertãozinho, onde funciona o IZ. Se introduzirmos um viveiro de mudas de cana na Experimental para fornecê-las a pequenos e médios produtores, teremos resultados econômicos bem melhores para administrar a fazenda”, completou o diretor. Autoridades e produtores prestigiaram as palestras Ele também solicitou das autoridades do Estado a criação de uma escola técnica-agrícola na Experimental: “temos que aproveitar as faculdades públicas da nossa região e criar na Fazenda Experimental uma escola técnica-agrícola para profissionalizar jovens que queriam atuar diretamente com cana e pecuária. Temos condições para isso e excelentes professores que podem nos ajudar, que é o caso de membros da fazenda como o Dr. Bonilha e do Dr. Leopoldo, de professores da Unesp de Jaboticabal e de órgãos como o CTC e IAC. Temos que unir a Copercana, Canaoeste, Cocred, prefeitura de Sertãozinho e o governo do estado para conseguir obter esses resultados “, finalizou Bighetti. O prefeito de Sertãozinho, José Alberto Gimenez, destacou a importância do encontro para a cidade. “Esse encontro é muito importante para a nossa cidade, que é líder quando o assunto é o setor sucroalcooleiro e pode se tornar também referência em pesquisas para a produção de gado de corte”, disse o prefeito. 18 Revista Canavieiros - Julho de 2008
  • 19. Destaque Pecuaristas e produtores de cana durante as apresentações Na composição da mesa de apresentação dos trabalhos, participaram, além do prefeito de Sertãozinho e do seu vice, Nério Costa, o diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, os diretores do Centro de Pesquisa em Bovinos de Corte do IZ, Paulo Alcântara e Leopoldo Andrade de Figueiredo. Na programação do encontro foram proferidas as seguintes palestras: - Panorama geral da pecuária de corte no Estado de São Paulo Palestrante: Dr. Luiz Martins Bonilha Neto – Instituto de Zootecnia - A cana-de-açúcar no Estado de São Paulo - Cana forrageira Palestrante: Dr. Marcos Guimarães de Andrade Landell - Centro de Pesquisa de Cana - IAC - APTA - Ribeirão Preto - Potencial da biotecnologia no desenvolvimento de novas variedades Palestrante: Dra. Luciana Rossini Pinto - Centro de Pesquisa de Cana - IAC - APTA - Ribeirão Preto - Atuação do Centro de Tecnologia Canavieira no desenvolvimento de novas tecnologias de cana-de-açúcar Palestrante: Dr. Mauro Benedini - Centro de Tecnologia da Cana - CTC - Piracicaba - Cana-de-açúcar e seus subprodutos na alimentação animal Palestrante: Dra. Maria Lúcia Pereira Lima - Pólo Regional do Centro Leste APTA - Ribeirão Preto - Experiências práticas de utilização de cana-de-açúcar na alimentação animal Palestrante: Dr. Lauriston Bertelli Fernandes - Premix - Nutrição Animal Patrocínio Paulista - Utilização de cana-de-açúcar na alimentação de ruminantes - exemplos práticos Palestrante: Sr. Antônio de Bastos Garcia - Engenheiro Agrônomo - Uberaba - Mesa redonda com os palestrantes Moderador: Dr. Luiz Martins Bonilha Neto No final do encontro, um almoço foi oferecido aos participantes. Revista Canavieiros - Julho de 2008 19
  • 20. 20 Revista Canavieiros - Julho de 2008
  • 21. Revista Canavieiros - Julho de 2008 21
  • 22. Reportagem de Capa Safra na região: aumento Safra na região: aumento na produtividade e queda na produtividade e queda na qualidade na qualidade Da redação Estimativas do Centro de Cana do IAC apontam para elevação de 2,4% no TCH (Tonelada de Cana por Hectare) A s perspectivas iniciais de queda na produtividade dos canaviais da região de Ribeirão Preto para a safra 2008/09 foram invertidas por conta das chuvas de março e de abril, que compensaram a estiagem acima da média histórica observada nos meses de setembro e outubro do ano passado. Se em janeiro as estimativas do Centro de Cana do IAC apontavam para uma redução de 6,3% nos índices de produtividade, agora as condições das lavouras apontam para um aumento de 2,4%. Em termos de produtividade, o início desta safra foi bem semelhante à anterior, com queda de 0,2%, mas a tendência é que o ciclo termine um pouco melhor. No entanto, de acordo com o pesquisador do Centro de Cana, Maximiliano Salles Scarpari apesar do ganho em tonelada de cana por hectare em relação às estimativas do início do ano, houve perda de qualidade da matéria-prima. Esse também foi o comportamento observado pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) em sua estimativa para a região Centro-Sul. Mantidas as condições observadas de abril a junho_ com cana bis menos produtiva, terceiro corte em diante muito próximo do ciclo anterior e aumento dos canaviais mais jovens como resultado da expansão, é evidenciado ganho de produtividade em 2,7% para o Centro-Sul, 5% para o Estado de São Paulo e 3,8% para a região de Ribeirão Preto. Esses resultados são fortemente influenciados pelas novas áreas paulistas, como Araçatuba e Assis, onde o ganho de produtividade beira os 10%. A diferença entre as estimativas do 22 Revista Canavieiros - Julho de 2008
  • 23. Reportagem de Capa Centro de Cana do IAC e do CTC é explicada pelo uso de modelos diferentes para a análise. Os dados do acompanhamento da safra, do início da safra até o final de junho, divulgados pela UNICA no último dia 14 para a região Centro-Sul, apontam para uma queda (acumulada até a data) de 6,1% no ATR por tonelada de cana, em relação ao mesmo período da safra anterior, reflexo das chuvas de maio nas regiões produtoras. Nesse mesmo intervalo da safra passada, o ATR chegou a 132,01 kg/ton e de cada tonelada de cana foram produzidos 43,02 litros de álcool e 55,34 quilos de açúcar. Já no atual ciclo, o ATR ficou em 124,07 kg/ton e cada tonelada de matéria-prima produziu 44,17 litros de álcool (+2,67%) e 46,03 (-16,83%) quilos de açúcar. Na segunda quinzena de junho deste ano, apesar do aumento no volume da cana processada de 3,74%, a produtividade da cana registrou queda de 4,94%, segundo a UNICA. Canaoeste até o último dia 30 de junho, comparada com a cana fornecida no mesmo período do ciclo anterior, encontra-se com teores de ATR significativamente inferiores. A redução é da ordem de 8,01 Kg de ATR por tonelada (veja quadro abaixo). Segundo ele, com essa diferença deixaram de ser produzidos 4,74 litros de álcool hidratado por tonelada. Apenas da cana de fornecedores na região de abrangência da Canaoeste poderiam ser produzidos mais 11,9 milhões de litros de álcool hidratado na cana que já foi processada, se o teor de ATR fosse igual ao do mesmo período da safra passada. “Isto implicará numa redução do teor médio de ATR das unidades industriais de nossa região e, por conseqüência, no teor de ATR relativo obtido pelos fornecedores, que será ajustado ao final da safra. É de se esperar que haja também um reflexo nos preços. Entretanto, não é Cléber Moraes, consultor de possível garantir planejamento da Canaoeste que irá compensar a redução do teor de ATR, mas, pelo mecanismo de oferta e procura, é muito provável que haja um equilíbrio”, disse. De acordo com o consultor de Planejamento da Canaoeste, Cléber de Moraes, a qualidade da matéria-prima da safra 2008/09 entregue pelos fornecedores na região de abrangência da Temperatura e maturação: De acordo com o assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso, até o final de julho, estão previstas pela Somar Meteorologia que as temperaturas mínimas e máximas terão lenta e gradativa elevação, sem pre- visão de chuvas (significativas) até o dia 29 de julho. Ainda segundo ele, este quadro climático, nos dias que se seguem, mostra-se propício a maiores acúmulos de açúcar, ou seja, de kg ATR / t cana. Em complemento, este cenário do clima para esta quinzena de julho trará condições favoráveis para a maturação dos canaviais a serem colhidos nos dias iniciais de agosto. Produção até final de junho Centro-Sul: no Centro -Sul: Segundo a UNICA, com os dados acumulados desde o início da safra até o final de junho, foram processadas 140,55 milhões de toneladas, um aumento de 4,39% sobre o mesmo período da safra 2007/08. A safra permanece predominantemente alcooleira, com 61,07% da cana colhida destinada à produção de etanol. A produção de açúcar alcançou 6,47 milhões de toneladas, 13,17% menos que no mesmo período do ciclo passado. A oferta de álcool atingiu 6,208 bilhões de litros, aumento de 7,18%. Do total processado até o fim de junho, 61% foram destinados à produção de álcool. 09 em relação à Oswaldo Alonso, assessor projeção inicial, da Canaoeste tanto em termos de qualidade de cana a ser moída quanto volume de produtos obtidos por tonelada processada, em função dos resultados ao longo do mês de julho. O ritmo da colheita, até então, é considerado lento pela UNICA, que deve rever o tamanho da safra 2008/ A UNICA trabalha com colheita de 498 milhões de toneladas para o Centro-Sul. Revista Canavieiros - Julho de 2008 técnico 23
  • 24. Reportagem de Capa Exportação de etanol As saídas de etanol para o mercado interno em junho somaram 1,6 bilhão de litros, principalmente em função do aumento no envio de etanol para o abastecimento da região Nordeste do País. Já as exportações do início da safra até o final de junho cresceram 43,8%, em relação à safra anterior, totalizando 1,1 bilhão de litros até o final de junho - 50% de etanol anidro e 50% de hidratado. Apenas no mês de junho, as exportações atingiram 500 milhões de litros contra 390 milhões de litros em junho de 2007. Cerca de 70% do total de etanol exportado na safra 2008/09, até o final de junho, seguiu para os Estados Unidos. O total exportado até o final de junho, já incluído o etanol que segue para o mercado americano via Caribe, chegou a 770 milhões de litros. Comparativamente, corresponde ao aumento de 84% sobre os 418 milhões de litros exportados no mesmo período da safra 2007/08. 24 Revista Canavieiros - Julho de 2008
  • 25. Opinião Arbitragem no Consecana Uma arbitragem eficiente, sem intervenção do governo, pode reequilibrar o custo de produção e o preço de venda P ARA UM LEIGO que viaja pelo interior entre canaviais intermináveis, ficam duas impressões: uma, a de que toda cana é igual; outra, a de que tudo pertence aos usineiros. renda dos fornecedores depende da distância que sua área tem da usina. Acima de certa distância, a atividade é antieconômica. Isso significa que o fornecedor só pode vender sua cana Dois enganos. Em primeiro lugar, o para “aquela” usina da qual está viacanavial é fruto de décadas de pesqui- velmente distante, o que cria uma relasa e experimentação. As centenas de ção específica e de dependência do variedades cultivadas são filhas de agricultor em relação ao usineiro. Tão duas originais, uma fibrosa e outra rica específica, que o verbo para o comérem açúcar, cujos cruzamentos busca- cio da cana não é “vender’: é “entreram plantas fortes e produtivas, resis- gar” o produto à usina. Isso foi percetentes a pragas e a doenças, e com di- bido pelo grande jornalista Barbosa ferentes períodos de maturação, para Lima Sobrinho, que, nos anos 40 do que a safra fosse século passado, mais longa, de ma- Falta alguma coisa para escreveu o “Estaneira a gerar traba- reequilibrar essa situação. tuto da Lavoura lho durante tempo Canavieira”. Talvez uma arbitragem maior. As variedades têm diferentes Para preservar eficiente no Consecana, o fornecedor, a lei características, emsem intervenção do bora parecidas aos obrigava cada usiolhos não treinagoverno, porque não é na a “moer” pelo dos. Mas basta menos 50% de natural que um elo prestar atenção cana de fornecedopara perceber difediminua enquanto o outro res. Ademais, havia renças nas cores um órgão oficial, o das folhas, sua lar- cresça, dentro da mesma IAA (Instituto do gura e seu compriAçúcar e do Álcocadeia produtiva. mento, nas cores e ol), que controlava no diâmetro dos colmos, que também essa regra, atribuindo cotas de fornecidependem da idade da planta e do cor- mento a cada produtor, bem como cotas te que será dado. de produção de açúcar e de álcool a cada unidade industrial. A variação é enorme. Mas é no segundo ponto que o engano é mais graOs preços eram determinados pelo ve, porque pressupõe uma única eco- IAA, de modo que o equilíbrio era mannomia no setor, e isso não acontece. tido no setor. Tudo isso acabou quanExiste uma figura menor nessa impor- do o Plano Collor extinguiu o IAA. De tante cadeia produtiva, que é o “forne- lá para cá, foi criado um belo sistema cedor de cana”. É o agricultor que planta para decidir as questões ligadas ao precana para vender à usina de açúcar ou ço da cana, chamado Consecana. de álcool. Esse instrumento inteiramente priTrata-se de um produtor tão carac- vado permite aos usineiros e aos forterístico, que é chamado formalmente de necedores buscarem uma remuneração “fornecedor” -e não de plantador. Sua adequada à matéria-prima com base nos marca registrada é dada pela inexistên- preços do açúcar e do álcool. Mas os cia de um mercado de cana. Essa maté- atuais preços baixos desses produtos ria-prima do álcool é tão barata que a não permitem bom preço à cana. No en- “ tanto o que se observa é que quase todos os grupos industriais do setor sucroalcooleiro estão construindo novas usinas, inclusive usando empréstimos bancários. Enquanto isso, o fornecedor está quebrando devido aos preços da cana estarem abaixo dos custos de produção desde o ano passado. Falta alguma coisa para reequilibrar essa situação. Talvez uma arbitragem eficiente no Consecana, sem intervenção do governo, porque não é natural que um elo diminua enquanto o outro cresça, dentro da mesma cadeia produtiva. ROBERTO RODRIGUES , 65, coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp e professor do Departamento de Economia Rural da Unesp Jaboticabal, foi ministro da Agricultura (governo Lula). Escreve aos sábados, a cada 15 dias, nesta coluna. Artigo publicado na Folha de S. Paulo, na edição do dia 05/7. Revista Canavieiros - Julho de 2008 25
  • 26. Informações Setoriais CHUVAS DE JUNHO e Prognósticos Climáticos e Prognósticos Climáticos No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de JUNHO de 2008. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste Com exceção da Faz Santa Rita - Terra Roxa, as chuvas de JUNHO que, na região de abrangência da CANAOESTE ocorreram principalmente nos dois primeiros dias do mês, foram inferiores às respectivas médias históricas. Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 16 a 18 de JUNHO de 2008. O Mapa 1, ao lado, mostra que o índice de Água Disponível no Solo, no período de 16 a 18 de JUNHO, logo após as chuvas do final de MAIO e dias iniciais de JUNHO, já se apresentava como baixo a crítico em toda faixa centronorte do Estado. Bons níveis de umidade de solo ainda eram observados nas Regiões canavieiras de Assis/Ourinhos, Bauru, Campinas, Piracicaba e Sorocaba, em função de maiores pluviosidades no período. Esta condição de umidade do solo manteve-se quase constante até final de JUNHO, como mostra o Mapa 3. 26 Revista Canavieiros - Julho de 2008 ÁGUA, usar s ÁGUA, usar s Protejam e preservem as na Protejam e preservem as na
  • 27. Informações Setoriais Mapa 2:- Água Disponível no Solo, ao final de JUNHO de 2007. Mapa 3:- Água Disponível no Solo, entre 26 a 29 de JUNHO de 2008. Os efeitos do fenômeno La Niña (contrário ao El Niño), que corresponde ao esfriamento da superfície das águas do Oceano Pacífico, ao longo da faixa equatorial, estão bem enfraquecidos, quase na neutralidade. Mas, ainda persitem os efeitos em freqüentes (até intensas)chuvas na faixa norte da Região Norte e faixa litorânea do Nordeste brasileiro. · Prevê-se que a temperatura média na Região Centro-Sul ficará entre próxima a ligeiramente abaixo da normalidade climática, existindo a probabilidade de eventos extremos de temperatura na Região Sul e, não antes de meados de julho em Estados da Região Sudeste, próximos do Estado do Paraná; · Quanto às chuvas, estão previstas como próximas das respectivas médias históricas nas Regiões Centro Oeste e Sudeste, mas poderão ser inferiores às normais climáticas nos estados da Região Sul; · Como referência, as médias históricas das chuvas, pelo Centro Apta-IAC, para Ribeirão Preto e municípios vizinhos são de 20mm tanto em julho, como em agosto e pouco mais de 50mm em setembro. · Considerando-se as previsões elaboradas pela SOMAR Meteorologia, com a qual a CANAOESTE mantém convênio, também prevê que, para esta região, (a média d)as chuvas de julho a setembro “ficarão” próximas da média histórica. · O prognóstico INMET, específico para o Estado de São Paulo, no período de julho a setembro está mostrado na Figura abaixo: O Mapa 2, acima, mostra que ao final de JUNHO de 2007, o índice de Água Disponível no Solo estava baixo a crítico em toda área canavieira do Estado. Enquanto que, ao final de JUNHO de 2008, como mostrado no Mapa 3 e, em parte, pelo quadro acima, somente a região Centro Norte do Estado de São Paulo apresentava baixa umidade do solo, explicando a menor qualidade da cana até este período da moagem desta safra, comparativamente a idêntica época da safra anterior (mesmo com as excepcionais chuvas que ocorreram ao final de MAIO de 2007). Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPEInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de julho a setembro. sem abusar ! sem abusar ! nascentes e cursos d’água. nascentes e cursos d’água. Como na região de abrangência da CANAOESTE já se verifica e prevê-se que a umidade do solo se mantenha baixa, dificilmente ocorrerá pisoteio durante as operações de colheita (carregamento) e transporte da cana, dispensando cultivos mecânicos das soqueiras recém-colhidas. Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos CANAOESTE mais próximos. Revista Canavieiros - Julho de 2008 27
  • 28. Artigo Técnico Vinhaça, um grande Vinhaça, um grande benefício ao canavial benefício ao canavial Reservatório de vinhaça, Usina Pitangueiras Marcelo de Felício Engenheiro agrônomo da Canaoeste A vinhaça é conhecida como um líquido marrom escuro de natureza ácida, que sai da bica de destilação do álcool a uma temperatura mais ou menos de 107 ° C, de cheiro desagradável, poluente e corrosivo. Tendo o nome popular de “restilo”, “vinhoto” ou “garapão”, sempre foi um problema nas usinas e destilarias de álcool e açúcar. Entretanto, dada a sua riqueza em (k) potássio, (M.O) matéria orgânica, (N) nitrogênio, (S) enxofre, (Ca) cálcio e teor de água, passou a ser aplicada nas lavouras de cana com grande sucesso econômico. 28 Revista Canavieiros - Julho de 2008 Usina Pitangueiras pal ou mestre, de onde o líquido é distribuído a outros canais, denominados secundários, a partir dos quais é aplicado) ou caminhões tanques para conduzir o líquido em pontos convenientes, onde, por meio do método de aspersão, utilizando motores elétricos ou diesel, é aplicado nos canaviais. A aplicação de vinhaça nas lavouNos primórdios do Pró-Álcool, o ras, bem como a fertirrigação, é prátisistema de técnicas de aplicação da ca adotada por todas as usinas e desvinhaça era bastante difundido nas tilarias com tecnologia conhecida e usinas e destilarias do país, nas áreas de sacrifício e Conjunto motobomba e carretel sulcos de infiltração. No enrolador, Usina Pitangueiras. entanto, com o passar do tempo, ocorreu a eliminação desses sistemas porque eles não proporcionavam o aproveitamento racional da vinhaça e impunham riscos de poluição das águas subterrâneas. Nos dias atuais, as empresas se utilizam de canais (sistema de um canal princi- Canal de escoamento da vinhaça, bem definida, existindo inúmeros ensaios que comprovam os resultados positivos obtidos na produtividade agrícola, associados à economia dos adubos minerais. A vinhaça é produzida e utilizada durante toda a safra canavieira, que em geral vai de maio a dezembro, e é 100% utilizado como método de fertirrigação em canaviais. Em tese, a produção de vinhaça varia em função dos diferentes processos empregados na fabricação do álcool. De maneira geral, cada litro de álcool produzido em uma usina ou destilaria gera de 10 a 15 litros de vinhaça.
  • 29. Artigo Técnico Formas de aplicação, vantagens e desvantagens. Os sistemas utilizados atualmente para fertirrigação das lavouras canavieiras com líquidos, vinhaça e águas residuárias existentes são: - Caminhão-tanque convencional e aplicação por aspersão: na aplicação por aspersão são utilizados o sistema de montagem direta e autopropelido com carretel enrolador, podendo este ser alimentado diretamente de canais ou a partir de caminhões. O sistema de fertirrigação com caminhões-tanque num passado recente era o mais difundido para distribuição de vinhaça. Apresenta como vantagem o curto tempo exigido para sua implantação, isto é, praticamente basta adquirir a frota e colocá-lo em operação. Possivelmente, este fato foi determinante para sua rápida difusão nas usinas e destilarias do país. Como limitações existentes desse sistema destacam-se o agravamento dos problemas de compactação de solos, impossibilidade de aplicação em áreas com cana-planta, dificuldades em dias de chuva, baixa uniformidade de distribuição e pequena distância na qual a prática da fertirrigação é economicamente viável em comparação com a adubação mineral. A vinhaça, diluída com águas residuárias ou não, pode ser aplicada por meio de sistemas de irrigação por aspersão, sendo o sistema de montagem direta e o autopropelido com carretel enrolador os utilizados nas usinas e destilarias do Brasil. - Sistema montagem direta: consiste, basicamente, em um conjunto moto bomba acoplado a um aspersor tipo canhão, ambos montados sobre chassis com rodas. O sistema também pode ser dotado de extensões (tubulações), com o objetivo de aumentar o espaçamento entre canais, ou seja, para diminuir a quantidade de canais que atravessam os talhões de cana. A principal vantagem do sistema de aspersão com montagem direta, quando comparado com o sistema de caminhões-tanque, é o menor custo por unidade de área fertirrigada. Por outro lado, a maior limitação é a exigência de uma rede de canais alimentadores, que implica em sistematização parcial do terreno e recortes da lavoura de cana, quando a implantação não é realizada na época da reforma do canavial. Caminhão tanque, conjuto motobomba e carretel enrolador, Usina Pitangueiras Canhão aplicador de vinhaça, Usina Pitangueiras. - Sistema autopropelido com carretel enrolador: é o mais difundido atualmente nas usinas e destilarias, sendo o mesmo introduzido com o objetivo de substituir a extensão da montagem direta de aspersão. A vantagem principal do sistema é ser semi-mecanizado e, portanto, requer menos mão-de-obra que a montagem direta (transporte e manuseio das extensões). Por outro lado, o autopropelido exige maior potência da moto bomba e consequentemente consome mais combustível. Na tabela abaixo, encontra-se um resumo do percentual médio de cada sistema de aplicação de vinhaça nas lavouras de cana-deaçúcar do Estado de São Paulo. Forma de aplicação Caminhão-Tanque Convencional Aspersão (canal + montagem direta) Aspersão (canal + rolão) Aspersão (caminhão + rolão) - Conclusão: O uso agrícola da vinhaça e os seus benefícios oriundos do solo são indiscutíveis, tanto do ponto de vista agronômico e econômico, quanto social. O benefício imediato decorrentes do uso racional desse resíduo nas lavouras canavieiras se dá pelo aumento da produtividade, que ocorre com mais intensidade em solos mais pobres e em regiões mais secas. Incluem-se aqui a economia de fertilizantes e a preocupação cada vez maior da sociedade com o risco que esse material altamente poluente pode causar aos cursos d’água superficiais (rios, lagos, nascentes e várzeas) e ao lençol freático através da percolação até as águas subterrâneas. Essa preocupação é mais latente uma vez que esse tipo de poluição não é imediatamente Participação (%) 06 10 53 31 notado e muitas vezes quando constatada, sua possibilidade de reversão é pequena. Saídas tecnológicas são apontadas por muitos especialistas como a principal alternativa para se diminuir a carga orgânica desse resíduo e reutilizá-lo na fertirrigação com um menor risco de dano à natureza. Cabe também ao fornecedor de cana entrar em contato com a usina ou destilaria que fornece sua produção para saber qual a viabilidade financeira da técnica de aplicação de vinhaça em seu canavial. Como já citado acima, são enormes os benefícios, podendo ser resumidos em aumento da produtividade, longevidade do canavial, melhoria na brotação de soqueiras, fornecimento de nutrientes e economia na adubação química da cultura entre outros. Revista Canavieiros - Julho de 2008 29
  • 30. Pragas e Doenças Manejo integrado de pragas de solo na cana-de-açúcar Mauro Sampaio Benedini - Gerente Regional Enrico de Beni Arrigoni - Coord. Pesq. Tecnológica Centro de Tecnologia Canavieira 1 - Introdução – A cana-de-açúcar é conhecida como pouco agres siva ao meio ambiente, relativamente ao uso de agrotóxicos. Da dos do CTC (2004) demonstram que a cultura utiliza duas, sete e cem vezes menos produtos químicos que a cultura do milho, soja/café e citros; respectivamente. Os bons preços obtidos no biênio 2005/2006 e a expansão da área plantada de cana estimularam a utilização de pesticidas e, muitas vezes, de maneira desnecessária. Na utilização de produtos químicos, a manutenção do equilíbrio biológico deve ser considerada. Infestações repentinas e severas podem estar relacionadas com o uso indiscriminado de produtos químicos. O aumento recente na incidência da broca-da-cana, Diatraea saccharalis, causando prejuízos significativos nos canaviais em geral, é um exemplo que está sendo estudado. Formigas predadoras controlam naturalmente a fase de ovo da broca, sendo 90-95% destes ovos eliminados (predados) por elas e o aumento no uso dos inseticidas de solo vem colaborando para as maiores infestações da broca, pois além da praga alvo (cupins), esses inseticidas também matam formigas benéficas. O Departamento de Entomologia do CTC atua há mais de 30 anos no controle integrado das pragas da cana, com ênfase no controle biológico e no uso racional de inseticidas. O controle da broca-da-cana e da cigarrinha-daraíz com inimigos naturais, respectivamente a vespinha Cotesia flavipes e o fungo Metarhizium anisopliae, são exemplos do sucesso obtido com o controle biológico. Quanto às pragas de solo, o controle químico deve ser racionalmente utilizado, com base nos resultados do monitoramento nas áreas de reforma. O Controle Mútuo Agrícola do programa de controle de pragas do CTC mostra que as áreas de plantio que necessitam de controle com cupinicidas, normalmente 30 Revista Canavieiros - Julho de 2008 não ultrapassam 15% do total plantado, considerando as diferentes regiões de cultivo de cana-de-açúcar. O prejuízo principal é a redução da longevidade do canavial, porém a maioria dos cupins é benéfica, decompondo o material orgâ- nico do solo. Quanto ao Migdolus, que ataca em reboleiras, o seu controle deve ser direcionado somente para áreas problemas, devidamente identificadas e mapeadas. O mais preocupante atualmente são as áreas com Sphenophorus que são regionalizadas. Por fim, os nematóides diminuem a produtividade apenas quando presentes em número elevado. O Quadro 1 mostra as principais pragas da cultura da cana. A seguir, temos a metodologia de levantamento de pragas de solo preconizada pelo CTC. 2 - MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS (M.I.P.) Possibilita o uso racional de inseticidas, cuja aplicação é dirigida às áreas afetadas. O fato de não aplicar em área total, contribui com o controle biológico das pragas nessas áreas, reduzindo os riscos ao homem e ao meio ambiente e diminuindo custos de implantação da cana-de-açúcar; fator importante a ser considerado em época de “vacas magras”, como a que passamos em 2007 e, possivelmente também em 2008. Para tanto, é necessário: - (1) Conhecer a praga e seus inimigos naturais; - (2) Monitorar com levantamentos populacionais; - (3) Conhecer o Nível de Controle (N.C.) que está sempre abaixo do; - (4) Nível de Dano Econômico (N.D.E.) que é a densidade populacional que causa danos iguais ao custo de conQUADRO 1: trole. Só se sabe o N.D.E. monitorando a área. No visual não dá para avaliar danos e perdas. E finalmente; - (5) Realizar o manejo integrado (MIP). O monitoramento para avaliação de danos e quantificação das pragas é direcionado para as áreas de reforma do canavial, com amostragens realizadas até um mês após o último corte e antes da realização de qualquer operação agrícola. A equipe de pragas é a primeira a visitar o talhão após o corte da cana. O controle preventivo com inseticidas (conforto técnico) certamente é mais fácil e mais cômodo que o manejo integrado que necessita de maiores conhecimentos técnicos e é mais complexo e trabalhoso, mas no final, o monitoramento e a aplicação direcionada são mais econômicos e vantajosos. O objetivo é racionalizar o uso de inseticidas. (Quadro 2). QUADRO 2:
  • 31. Pragas e Doenças 2.1 - METODOLOGIA Nas áreas de reforma abrem-se duas trincheiras por hectare, de dimensões de 0,5m x 0,5m na profundidade de 0,3m (foto 2) e coletam-se as formas biológicas (insetos e larvas) existentes. Marcar no enxadão as medidas da trincheira (largura/ comprimento e altura) para facilitar a operação. Cortar os rizomas da cana somente após aprofundar lateralmente a trincheira (Fotos 1 e 2). Rachar todas as bases de colmos (tocos) do ano. desligar o gás e deixar a lagarta na água quente por trinta segundos antes de colocá-la no álcool 70%. Danos no rizoma é a principal observação a ser feita, pois o cupim se movimenta, descendo no perfil do solo depois da chuva, por exemplo, sendo que o dano fica. Avaliar a porcentagem de trincheiras com touceiras atacadas, considerando apenas o dano na touceira do ciclo (touceira viva), separando-as e avaliando-as, pois a maioria das espécies de cupins normalmente ataca rizomas velhos e não devem ser considerados, pois essas espéci- es auxiliam na decomposição do material. O procedimento é detalhado, mas é o correto. As pragas chaves são Migdolus e Sphenophorus (principais), cupins e nematóides. As pragas secundárias causam danos, mas, normalmente, não resultam em prejuízos econômicos. O custo aproximado do levantamento é de R$3,00/ha e o rendimento é de 20 a 30 trincheiras/homem/dia (250 ha/ mês/homem). A qualidade e manutenção do enxadão é o principal fator de variação do rendimento e o conhecimento é o fator chave da operação. 2.2 - CONTROLE Abertura parcial da trincheira. Trincheira aberta. Para a recomendação ou não de controle considera-se a % de trincheiras totais com touceiras danificadas (pouco ou muito, não importa). Não é considerado o número de touceiras atacadas por trincheira. Percebe-se, portanto que a margem de segurança no método é bastante alta, pois mesmo que apenas uma base de cana da trincheira tenha sofrido ataque, considera-se a trincheira como atacada. As categorias foram divididas em intervalos por % de trincheiras com touceiras atacadas (Quadro 4). QUADRO 4: Em cada trincheira amostrada são anotados, em ficha apropriada, os seguintes itens: - (1) Ocorrência de danos em touceiras e presença de migdolus (prioritários); - (2) Nota populacional de cupins (Quadro 3); - (3) Gêneros ou espécies de cupins e; - (4) Pragas de hábitos subterrâneos. QUADRO 3: O material coletado é mantido em recipiente devidamente etiquetado, em solução de álcool 70%. A etiqueta deve ser escrita a lápis, pois não apagará. Coletar apenas os exemplares que representem dúvidas ou insetos não disponíveis em arquivo. Quanto aos cupins, apenas os soldados são identificáveis. As lagartas ficam pretas quando colocadas no álcool. Se for necessário guardá-las, ferver água, O controle é direcionado apenas para as áreas que realmente possam sofrer prejuízos econômicos (N.D.E.) e devem seguir as premissas do Quadro 5 que considera os diferentes tipos de solos separados por ambientes de produção. Observa-se que os solos mais fracos (Ambientes D e E) devem ser controlados em níveis mais baixos de % de trincheiras com touceiras atacadas. A porcentagem de trincheiras com touceiras danificadas é a base para a definição ou não da aplicação do inseticida. Exemplificando, se no levantamento de campo tiver nota 3 (alta infestação) para cupim, mas sem danos nas touceiras, não se deve controlar, pois o cupim encontrado é benéfico. Por outro lado, pode não ter cupim no local e ter danos na touceira do ano, podendo ser necessário o controle, pois como já comentado anteriormente, o cupim movimenta-se no perfil do solo. Quando o cupim é prejudicial, sempre aparecem os danos, mesmo na sua ausência. Onde não tem Heterotermes spp. normalmente não aparecem danos. Uma maneira prática de avaliação é observar o abdômen do cupim. As pragas de solo devem ser controladas, preferencialmente, no preparo do solo ou no plantio. Não se recomenda reaplicação em soca, pois os resultados não são consistentes. QUADRO 5: 3 - Conclusão - O correto controle de pragas de solo é uma forma de reduzir perdas na lavoura e evitar desperdícios financeiros pelo uso inadequado de inseticidas que, além disso, podem prejudicar o equilíbrio nas populações de predadores e parasitóides que são importantes no controle natural de outras pragas. O CTC disponibiliza aos técnicos das Associações de Fornecedores e aos seus associados treinamentos teóricos e práticos das metodologias de levantamentos e controle das diversas pragas existentes na cana-de-açúcar. Revista Canavieiros - Julho de 2008 31
  • 32. Legislação Contratação temporária de Contratação temporária de trabalhador rural trabalhador rural N o dia 23 de junho de 2008 foi publicada no Diário Oficial da União a Lei nº 11.718, que regulamenta, dentre outras coisas, a contratação temporária de trabalhador rural. Referida lei autoriza o produtor rural a contratar mão-de-obra temporária por, no máximo, dois meses por ano, devendo ser assegurado ao trabalhador rural contratado nesse regime os mesmos direitos de natureza trabalhista do trabalhador rural permanente, além de remuneração equivalente. Ressalte-se que a contratação de trabalhador rural temporário somente poderá ser efetivada por produtor rural pessoa física, proprietário ou não da terra e que explore diretamente a atividade agroeconômica e, ainda, desde que haja autorização expressa no acordo ou convenção coletiva de trabalho. A sobredita lei determina que “a filiação e a inscrição do trabalhador na Previdência Social decorrem, automaticamente, da sua inclusão pelo empregador na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social, cabendo à Previdência Social instituir mecanismo que permita a sua identificação”, ficando a contribuição previdenciária devida pelo trabalhador, deduzida pelo empregador e recolhida ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), sob a alíquota de 8%, assim como o FGTS, recolhido pelo empregador sob a alíquota de 8%. Há que se esclarecer que a contratação temporária não poderá ultrapassar dois meses, no período de um ano, sob pena de ser convertida em contrato de trabalho por prazo indeterminado, observando o regime adotado para este caso. Juliano Bortoloti - Advogado Departamento Jurídico Canaoeste Como dito alhures, a lei estabelece, também, regras transitórias sobre a aposentadoria do trabalhador rural e prorroga, em alguns casos, o prazo de contratação de financiamentos rurais. Novas Tecnologias Agroplanta inaugura fábrica de fertilizantes de liberação gradativa Cristiane Barão Nova unidade será voltada aos cultivos da cana, café e citros O grupo Agroplanta, com sede em Batatais, inaugurou no início de julho a Adhubras Fertilizantes Tecnologia LG Ltda, voltada para a tecnologia de liberação gradativa de Fertilizantes NPK. A nova fábrica, que terá uma capacidade de produção de 250 mil toneladas, será voltada principalmente para os cultivos da cana-de-açúcar, café e citros. Para a liberação gradativa de nutrientes, os grânulos de N, P e K com os micronutrientes são revestidos com polímeros, solúveis em água e biodegradáveis. De acordo com o diretor-presidente da Agroplanta, Chistovam Garcia Prado Fernandes, as vantagens da utilização desse tipo de fertilizantes são o fornecimento contínuo de nutrientes, a redução no nú32 Revista Canavieiros - Julho de 2008 mero de aplicação e a redução de perdas por lixiviação e volatização. Segundo ele, a tecnologia de liberação gradativa permite que o produtor aplique de 30 a 50% menos de fertilizantes. Além disso, há diminuição no número de vezes que é preciso entrar na lavoura para aplicar o produto e menor possibilidade de contaminação do lençol freático. A Agroplanta é a maior empresa fabricante de fertilizantes de micronutrientes das Américas. O grupo está no mercado há 31 anos. O investimento na nova fábrica foi de R$ 21,5 milhões.
  • 33. Revista Canavieiros - Julho de 2008 33
  • 34. Culturas de Rotação Soja: vazio sanitário em SP segue até 30 de setembro Da Redação Nesse período, produtores não poderão manter plantas vivas da cultura no Estado C omeçou em 1º de julho e segue até 30 de setembro o vazio para controle da ferrugem asiática da soja nas lavouras paulistas. Isso significa que, a exemplo dos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Minas Gerais, por 90 dias os produtores não poderão manter plantas vivas da cultura nessas localidades. Mato Grosso e Paraná iniciaram o vazio em 15 de junho. No Maranhão e na Bahia, o período será de 15 de agosto a 15 de outubro. Em São Paulo, este é o segundo ano da prática. A avaliação é positiva. “O ano foi menos propício à doença devido ao clima quente e um pouco mais seco em novembro e dezembro, mas a implantação do vazio, sem dúvida, ajudou a segurar uma eventual propagação do fungo”, disse o presidente da Comissão de Combate à Ferrugem Asiática da Soja da Secretaria de Agricultura e Abastecimento paulista, Cristiano Geller. O vazio, em São Paulo, foi estabelecido pela Resolução SAA - 9, de 15 de março de 2007. A ferrugem asiática é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que se prolifera em épocas de temperaturas amenas e bastante molhamento do solo. “A condição ideal para sobrevivência são temperaturas médias de 12 a 28 graus para sobrevivência e propagação. Em condições de campo, o fungo sobrevive por até 60 dias. Com o vazio, temos mais 30 dias de segurança”, explica Geller. A época normal de plantio da soja é entre outubro e novembro, mas produtores que possuem sistemas de irrigação antecipam a atividade. Caso esporos da ferrugem surjam, eles contaminam a soja plantada no período normal quando esta começa a se desenvolver, em momento de maior suscetibilidade. 34 Revista Canavieiros - Julho de 2008 “Com todo mundo plantando na mesma época, as plantas todas com mesma ‘idade’, diminui a possibilidade de ocorrência da doença. O produtor acaba se beneficiando, porque são necessárias menos aplicações de fungicidas”, afirma Geller. Quem não obedecer ao vazio estará sujeito ao pagamento de multas. A punição é estipulada por decreto (nº 51.958, de 4 de julho de 2007). Cabe à Coordenadoria de Defesa Agropecuária da Secretaria (CDA) fiscalizar e punir os produtores que não cumprirem o período do vazio. Dentre as obrigações impostas ao produtor está a de comunicar à vigilância sanitária a ocorrência da doença e cumprir rigorosamente as determinações feitas durante as fiscalizações. Segundo dados do Instituto de Economia Agrícola, ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios da Secretaria (IEA/Apta/SAA), a área de soja em São Paulo atingiu 489 mil hectares em 2007, com produção de 21,1 milhões de sacas de 60 quilos e valor da produção de quase R$ 661 milhões, o que a coloca entre os dez principais produtos paulistas. Rentabilidade de soja cresce 70% no primeiro semestre Da Redação O s rendimentos com as exportações de soja e derivados cresceram cerca de 70% nos primeiros seis meses deste ano, quando comparados ao mesmo período do ano passado. Foram US$ 9,03bilhões em 2008 e US$ 5,39 bilhões em 2007. Do total de recursos obtidos pelo país com a exportação, a soja responde por 10%. O produto também manteve a liderança na balança comercial do agronegócio. No primeiro semestre de 2008, o volume de exportações aumentou 4%, saindo de 19,85 milhões para 20,70 milhões de toneladas. A expectativa da Conab é de que, até o final do ano, cerca de 41 milhões de toneladas de grãos, óleo e farelo de soja deixem o país. O gerente de Oleaginosas e Produtos Pecuários da Conab, João Pau- lo de Moraes, explica que o aumento do consumo mundial, em especial na China, a redução da oferta nos Estados Unidos no ano passado e a demanda por óleos vegetais, principalmente para produção de biodiesel, contribuíram para o novo patamar de preços. “Esses fatores causaram uma diminuição nos estoques finais e ajudaram a valorizar a soja no mercado internacional.” Produtor – O preço no mercado internacional garantiu bons resultados ao produtor rural. O lucro só não foi maior pela valorização do real em relação ao dólar. Se a moeda americana valia em média R$ 2,04 no primeiro semestre de 2007, neste ano a média caiu para R$ 1,70.”Ainda assim, a situação foi bem melhor que em anos anteriores. Quem plantou no ano passado e está comercializando agora, teve uma boa rentabilidade”, diz Moraes.
  • 35. Repercutiu JULHO: MÊS DO COOPERATIVISMO “A função de uma cooperativa é ajudar a melhorar a situação econômica de determinado grupo, solucionando problemas ou satisfazendo necessidades comuns, que excedam a capacidade de cada indivíduo em solucioná-los sozinho. O cooperativismo é a melhor forma de organização para buscar objetivos comuns.” Do diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti “O papel das cooperativas é defender os seus cooperados e ajudá-los nas suas atividades. Sempre que o cooperado passa por um período de dificuldades, ele tem condições de contar com a sua cooperativa para sair do período de crise de uma forma menos traumática. As cooperativas têm condições de fornecer crédito, produtos e serviços aos seus cooperados sempre com vantagens melhores que as oferecidas no mercado. É esse o papel do cooperativismo.” Do presidente da Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo “As cooperativas trazem em sua essência um diferencial importante, que é a busca pelo fortalecimento dos seus cooperados, sempre preocupadas com o bem-estar dos mesmos. Elas são um importante meio para a distribuição de renda e oportunidades. O cooperativismo e o associativismo facilitam a busca por ideais e conquistas.” Do presidente da Canaoeste, Manoel Carlos de Azevedo Ortolan “As cooperativas estão aí para colaborar no que for possível, se apresentando no cenário mundial, não só para prevenir, mas, também para reconstruir nos seus mais diversos ramos.” Do presidente do Sistema Ocemg/Sescoop-MG, Ronaldo Scucato. “O nosso desafio atual é mostrar para a sociedade, formadores de opinião, promotores, advogados e juízes que a maioria das cooperativas em funcionamento no país é séria e respeita princípios mundiais, como livre adesão, autonomia, independência e gestão democrática. E, só no Brasil, fazem a diferença na vida de 7 milhões de famílias. No mundo todo, o cooperativismo reúne 800 milhões de pessoas.” Do presidente do Sistema Ocesp/Sescoop-SP, Edivaldo Del Grande Revista Canavieiros - Julho de 2008 35
  • 36. Biblioteca Cultura Cultivando a Língua Portuguesa “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” "A Comercialização da Energia Elétrica Co-Gerada pelo Setor Sucroalcooleiro" Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português 1)A loja não “tinha entregue” as compras ontem. Com o verbo conjugado de forma incorreta, não entregará. Prezado amigo leitor, veja a dica de forma didática: O verbo entregar é verbo abundante, ou seja, possui dois particípios Zilmar José de Souza Heloisa Lee Burnquist Renata Carone Sborgia* Particípio Regular: com o verbo ter e com o verbo haver a terminação fica: ado ou ido. Ex. A loja não tem entregado as compras. Particípio Irregular: com o verbo ser ou com o verbo estar possui várias terminações: to, so, pó... Ex.: As compras foram entregues. O aparelho já está entregue. Portanto a frase apresentada no exemplo está errada. Devemos corrigir para: A loja não tinha entregado as compras ontem. Veja, prezado amigo leitor, uma pequena lista de alguns verbos abundantes e sua forma correta para a escrita e oralidade: 3) Falta dois dias para a festa! Corrija rapidamente o Português, prezado leitor, para a festa acontecer!!! Dica: O correto é FALTAM cinco dias para a festa. De acordo com as regras gramaticais, o verbo(no exemplo: faltar) deve concordar com o sujeito (neste exemplo, o sujeito do verbo faltar é: dois dias), que está no plural. Exemplos corretos: Faltam nove dias para o evento. Fantaram quatro pessoas na reunião. Faltarão participantes para a palestra. PARA VOCÊ PENSAR: "Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre." William Penn * Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia 36 Revista Canavieiros - Julho de 2008 O setor de energia passa por transforma ções que desafiam o conhecimento estabelecido. De um lado, torna-se cada vez mais importante apresentar alternativas à matriz energética, o que implica avaliar as diversas formas alternativas de gerar energia, com preferência àquelas passíveis de renovação. De outro, a mudança na ambiente institucional por que passou o setor - privatização, constituição da ANEEL e do Mercado Atacadista de Energia, entre outros - criou novas oportunidades de negócio e novos desafios. Paralelamente, o setor sucroalcooleiro - emergindo de uma profunda crise, apresenta uma possível solução ao problema energético: a co-geração de energia. Diante de tão profundas mudanças, é reconfortante contar com um minucioso trabalho de organização dessas novas informações. Neste livro, baseado na dissertação de Zilmar, sob a competente e dedicada orientação da professora Heloisa Burnquist, o leitor encontrará um texto rico e claro, que desfaz o nó da complexidade da nova regulamentação sobre a comercialização de energia co-gerada. Trata-se, portanto, de referência obrigatória para aqueles interessados em desvendar essa nova realidade. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16)3946-3300 - Ramal 2016
  • 37. Agende-se Agosto de 2008 7ª CONGRESSO BRASILEIRO DE AGRIBUSINESS Data: 11 e 12 de agosto de 2008 Local: Hotel WTC - Avenida das Nações Unidas, 12.559 - São Paulo - SP Temática: "Agronegócio e Sutentabilidade" é o tema da 7ª edição do Congresso Brasileiro de Agribusiness. A grande novidade deste ano será a moderação dos painéis feita por jornalistas renomados e um talk show com o humorista Chico Anysio. O Congresso terá cinco painéis, todos direcionados ao tema sustentabilidade. Mais Informações: (11) 3854 8060 ou pelo e-mail: cba@wenter.com.br ENCONTRO TÉCNICO: BROCA GIGANTE EM CANA-DE-AÇÚCAR Datas e Locais: 22 de Julho - Araçatuba/SP SEST/SENAT Rodovia Senador Teotônio Vilela Km 09 Bairro Jardim Alvorada 30 de Julho - Ribeirão Preto/SP - FAAP - Fundação Armando Alvares Penteado - R: Marcelo Sarti, 100 Jardim Flórida 07 de Agosto - Dourados/MS - UNIGRAN - Centro Universitário da Grande Dourados - Rua Balbina de Matos, nº 2.12 Objetivos: Divulgar a detecção de focos de ocorrência da Broca Gigante (Telchin licus licus) na região Centro-Sul do Brasil. Fornecer maiores informações sobre o inseto e apresentar a estratégia proposta pelo CTC para identificação e mapeamento de áreas de ocorrência da praga e medidas para conter seu avanço. Público Alvo: Diretores, Gerentes, Supervisores Agrícolas, Automotivos e de Motomecanização, Engenheiros Agrônomos, Agrícolas, Mecânicos e Técnicos Agrícolas de Empresas Produtoras de Bioenergia, Associações e Fornecedores de Cana-de-açúcar. Inscrições: As inscrições deverão ser feitas até o dia 17/ 07/08 (Araçatuba), 25/07/08(Ribeirão Preto) e 04/08/08 (Dourados). Revista Canavieiros - JunhoJulho de 2008 Revista Canavieiros - de 2008 37
  • 38. Vende-se Chevrolet 12000 - ano 1990/91, branco, toco, reduzido, freio a ar, direção hidráulica, caçamba basculante Facchini 5m3 super conservado. Tratar com Júnior - (16) 3947 2158 ou (16) 9179 7585 Vende-se Reboque Canavieiro ano 92 - Justari comprimento 7,80m. Trabalha com tombador e coxo. Rolamento Industrial grande. Interessados procurar Guido (16) 9147 0353. Vende-se - Cargo 2626, ano 2003 - traçado com opção basculante. - MB 1935, ano 1998 - truck - MB 2418, ano 1993 - traçado com tanque bombeiro - MB 2423, ano 2000 - traçado - VW 26310, ano 2002 - traçado com opção basculante Vendo, troco ou financio. Falar com Patito (16) 9187 1901 ou pelo email: ppratali@uol.com.br Vende-se MB 1113, ano 1972 - toco. Cara preta, turbinado, hidráulico, freio ar, Rodoar, Pneus 1000. Esta no chassi e em ótimo estado de conservação. Os interessados devem entrar em contato com Cleber (16) 3951 6982 ou 9132 0006 ou pelo e-mail: claberravel@yahoo.com.br Vende-se -Caminhão1113truckturbinado,hidráulico,cabine alta, cara preta, rodagem 10 furos, caçamba; - Caminhão MB 1313, ano 84 com caçamba, reduzido, freios a ar, suspensor, pneus sem câmara na dianteira, bom de mecânica e cabine; - Caminhão MB 1318, ano 88 com caçamba truck, pneus radiais, câmbio revisado; Em caso de interesse, entre em contato com Jr Gazoti, pelo telefone: (18) 9749-5042 ou pelo e-mail: juniorgazoti@hotmail.com 38 Revista Canavieiros - Julho de 2008 Vende-se - Boca de lobo (engate para julieta) Traseira com as borrachas, anéis de trava no chassi, porca, bracinhos para levantar o pino, completa. (usada). Valor R$ 400,00. - Carroceria tipo paliteira com protetor de cabine, com canaletas para cabo de aço, 6 catracas laterais, caixa de ferramentas na frente, fueiros com 2,60 de alt. (medidas 2.60 x 7,60) toda em viga I, serve também para cana queimada (Para caminhões MBB, Wolks, Cargo ) - Valor R$ 5.000,00. Aceito carro ou moto como pagamento Em caso de interesse, entre em contato com Silvio César, pelo telefone: (18) 9109-3711 ou (18)3263-2676,e-mail: silvioataide@hotmail.com Em caso de interesse, entre em contato com Wladimir, pelo telefone: (16) 36641535 ou 81413813 ou 81260933 ou pelo e-mail: santaritaveiculo@terra.com.br. Vende-se Ford cargo 2626, ano 2003 - traçado em ótimo estado de conservação no chassi. Em caso de interesse, entre em contato com Antonio Djair Gomes, pelo telefone: (014) 35326420 ou pelo email: eng_thiagosouza@hotmail.com. Vende-se - Trator Ford 8830/4 ano 94 - R$ 50.000,00; - Trator Ford 6610/4 ano 88, 4 pneus novos, R$ 35.000,00; Vende-se - Trator Ford 4630/4 ano 95 - R$ 30.000,00. Carreta graneleira marca Randon 3 eixos com Em caso de interesse, entre em contato com pneus, lona e arco ano 1993. Financio, troco José Paulo Prado, pelo telefone: (019) 35415318 e compro. Em caso de interesse, falar com ou pelo e-mail: zptratores@yahoo.com.br Elias(11)64381820/81906985nextel-7*75128 msn- jacuicaminhoes@hotmail.com - e-mailVende-se elias@jacuicaminhoes.com.br site- 1 Grade niveladora 32x20 Pitcin; www.jacuicaminhoes.com.br 1 Enleirador de amendoim, 1 Plantadeira JM 2900 Exacta com 6 liVende-se nhas Jummil; - S-10 - 2008, turbo, 4.600 Km, 4x4, completa; 1 Pulverizador Jatao 600 Export Jacto; - D-70/84, traçado, reformado; 1 Cultivador tipo gradinhas para cana. - Uma caçamba p/ esparramar torta de filtro Semi-novos.Todos com preços especiais. Tra- Uma plantadeira Par-3000 Semeato nova tarcomCarlosBiagipelotelefone(16)3946-4200. em caso de interesse, entre em contato com Vende-se João Carlos M. de Freitas, pelo telefone: (16) 9137-8389 / 3957-1254 ou pelo e-mail: jcmf1@uol.com.br / jcmf3@hotmail.com Vende-se Trator Ford, modelo 5610, ano 84 em bom estado. Tratar com João Luiz Ferreira pelo telefone (17) 3347- 11-90 Jaborandi-SP Vende-se - Caminhão Ford traçado e reduzido. Motor novo, ótimo de pneus, super conservado, bom preço; 01 plantadeira JUMIL JM 2880 8/7, ano - Caminhão Ford F 14000, caçamba nova, 2004. Nova. Tratar com Marcio Sarni pelo Motor MWM na garantia. telefone (16) 3946-4200.
  • 39. Revista Canavieiros - Julho de 2008 39
  • 40. 40 Revista Canavieiros - Julho de 2008