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Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

1
2

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009
Editorial

Decisão adiada

D

epois de uma longa espera pela
15ª Conferência da ONU sobre
Mudança Climática, realizada em
Copenhague, a COP 15, no início deste
mês, o planeta precisou aceitar a decisão
dos líderes de 193 países de adiar o acordo para um novo encontro que deve ocorrer no próximo ano. Na Reportagem de
Capa desta edição você pode conferir o
que foi discutido durante a COP 15, as
dificuldades e principalmente a tentativa
do Brasil em buscar uma solução para os
países em desenvolvimento.
O secretário estadual de Agricultura
e Abastecimento, João de Almeida Sampaio Filho, é o entrevistado deste mês e
fala sobre a grande importância de São
Paulo no valor da agropecuária nacional.
Além disso, o secretário expõe pontos
sobre o seguro rural, contrato de opção,
aumento da área do produtor e o que espera para 2010.
Em Assuntos Legais, o advogado da
Canaoeste, Juliano Bortoloti, traz explicações sobre a publicação do decreto que
institui o Programa Federal de Apoio à
Regularização Ambiental de Imóveis Rurais, o programa “Mais Ambiente”, e também sobre a prorrogação para o dia 11 de
junho de 2011 do prazo para averbação da
reserva florestal legal. E há novidade: um
novo serviço oferecido pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária) permite que os proprietários rurais possam emitir o certificado de cadastro de imóvel rural pela internet, um documento indispensável para a realização de
transações imobiliárias.
O destaque desta edição é a atualização
da Unica (União da Agroindústria da Canade-açúcar) sobre a estimativa de moagem
de cana para a safra 2009/10. O novo resultado ultrapassou os 529, 54 milhões de toneladas, enquanto que, de acordo com a
Conab, a produção brasileira de açúcar será
a maior dos últimos 30 anos.
O diretor-adjunto da Canaoeste, José
Mario Paro, expõe seu Ponto de Vista
sobre o final desta safra, que prevê 50

milhões de toneladas no campo e unidades que emendaram uma safra à outra. Também aborda a posição que o produtor precisa ter nesta fase e o que promete o futuro próximo.
As Novas Tecnologias mostram o projeto e construção de carretas de transbordos para cana-de-açúcar apresentados
durante workshop realizado em Ribeirão
Preto pelo IAC (Instituto Agronômico),
vinculado à APTA, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São
Paulo. E também uma nova forma de sustentabilidade: o uso agrícola do lodo de
esgoto, que pode aumentar produtividade e reduzir o custo de produção.
A secção Noticias Copercana traz a
parceria feita entre o Sebrae-SP e a Copercana para o desenvolvimento da atividade da ovinocultura na região, que conta
com o PCQ (Programa Cordeiro de Qualidade) para a valorização do produto final.
Nesta secção você também poderá saber
sobre a reinauguração da loja de ferragens
da Copercana em Santa Rosa de Viterbo e
também a inauguração da nova agência
Cocred na cidade.
Já em Notícias Canaoeste está a participação do presidente da associação,
Manoel Ortolan, no encontro da WABCG
(Associação dos Produtores de Beterraba Açucareira e Cana, da sigla em inglês)
e na reunião da ISO (Organização Internacional do Açúcar), em Londres, no mês de
novembro.
Em Pragas e Doenças, o gerente do Departamento Técnico da Canaoeste, Gustavo Nogueira, faz um alerta sobre a chegada
da ferrugem alaranjada nos canaviais paulistas, que já provoca danos em Araraquara-SP. O acompanhamento do desenvolvimento da doença é de grande importância
para futuros plantios.
Além disso, você pode conferir também as dicas de leitura, Língua Portuguesa e as informações setoriais do mês de
novembro de acordo com o assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso.
Boa leitura!
Conselho Editorial
Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

3
3
Indice

EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson

As decepções da COP 15
Depois de duas semanas de
discussões, a 15ª Conferência
da ONU sobre Mudança
Climática de Copenhague
terminou de forma
melancólica:

22

Pag.
Pag.

OUTRAS

DESTA
DESTA QUES

Entrevista

CIRCULAR
Pag.
1 2 CONSECANA

João Sampaio
Secretário estadual de
Agricultura e Abastecimento
A diversificação de São
Paulo
Pag.
Pag.

Pag.

05
Pag.

Ponto de vista
Pag.

diretor adjunto
da Canaoeste
Virando a página...

Pag.

Notícias

08
08
10

Cocred
- Balancete Mensal

Pag.

Pag.

Pag.

Pag.

Pag.

DIAGRAMAÇÃO:
Rafael H. Mermejo
EQUIPE DE REDAÇÃO / FOTOS:
Carla Rodrigues - MTb 55.115
Carla Rossini
Cristiane Barão
Rafael H. Mermejo
COMERCIAL E PUBLICIDADE:
Janaina Bisson
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
comercial@revistacanavieiros.com.br
IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora
TIRAGEM:
11.000 exemplares

2 8 TECNOLOGIAS I

ISSN:
1982-1530

PRAGAS E
DOENÇAS

A Revista Canavieiros é distribuída
gratuitamente aos cooperados, associados
e fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas
são de responsabilidade dos autores. A
reprodução parcial desta revista é
autorizada, desde que citada a fonte.

32

35

CULTURA
Pag.

36

18

AGENDE-SE
Pag.

Novas Tecnologias II
Tecnologias
Lodo de Esgoto: uso agrícola
18
pode aumentar produtividade e reduzir o
custo de produção
Pag.

4
4

INFORMAÇÕES
SETORIAIS
26

REPERCUTIU

13
Canaoeste
WABCG e ISO discutem perspectivas
para 2010
Notícias

24

JORNALISTA RESPONSÁVEL:
Carla Rossini – MTb 39.788

NOVAS
Pag.

Copercana
- Parceria Copercana e Sebrae-SP
beneficia ovinocultura
- Loja de ferragens da Copercana é
reinaugurada em Santa Rosa de Viterbo

Notícias

ROTAÇÃO DE
17
CULTURA
DESTAQUE

José Mario Paro

Pag.
Pag.

15

ASSUNTOS
LEGAIS

EDITORA:
Cristiane Barão – MTb 31.814

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009
Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

37

ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311 - (ramal 2190)
www.revistacanavieiros.com.br

CLASSIFICADOS
Pag.

38

www.twitter.com/canavieiros
redacao@revistacanavieiros.com.br
Entrevista

João Sampaio
Secretário estadual de Agricultura e Abastecimento

A diversificação de São Paulo

Cristiane Barão

P

ara o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, João de Almeida Sampaio Filho, a diversificação tem garantido a São Paulo participação marcante no valor da agropecuária nacional – 20%, e
nas exportações do setor – 25%. Também é um dos fatores que faz da região de Barretos a primeira
do Estado na geração de renda.
Segundo ele, apesar de a cana ocupar 5 milhões de hectares ou 25% da área ocupada com culturas no Estado,
ainda há espaço para avanços, sobretudo em áreas que podem ser aproveitadas, principalmente na recuperação de
pastagens e no consórcio cana com pecuária. No entanto, ele acredita que o ritmo de crescimento será menor.
Por e-mail, o secretário também falou sobre seguro rural, contrato de opção, perspectivas para 2010 e o desafio
de aumentar a renda do produtor de cana. Abaixo, a íntegra da entrevista.
Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

5
Entrevista
Canavieiros - São Paulo foi pioCanavieiros - No âmbito federal, pago pelo contrato será subvencioneiro na subvenção do seguro ru- a área segurada não chega a 10% nado. A intenção do governo do Esral. Qual a abrangência do progra- do total com culturas. Por que o pro- tado é subvencionar 50% do prêmio
ma paulista?
grama não avança?
pago nos contratos para exercer o diJoão Sampaio - O projeto de subSampaio - Há duas explicações reito da opção. A partir do momento
venção ao prêmio do seguro rural básicas: falta de recursos do gover- em que ele adquire o direito de exerfoi criado pioneiramente em 2004 e no Federal para o seguro rural e, por- cer a opção, ele já está protegido, se
no ano passado, batemos os recor- tanto para a subvenção, o que acaba o preço cair, ele exerce a opção de
des de pagamentos e participações resultando num seguro muito caro. E venda, se os preços subirem até o
de produtores rurais paulistas. No a outra é que o produtor brasileiro vencimento do contrato, ele entrega
ciclo agrícola de julho de 2007 a ju- não tem a cultura de fazer seguro. Ne- a mercadoria com a valorização adlho de 2008 foram 2.717 subvenções cessitamos torná-lo mais popular, re- quirida. O ônus fica apenas com os
pagas totalizando R$
custos do pagamento do
2,63 milhões. Com ampli- "Equilibrar os custos. Essa é uma forma prêmio e esses serão banação dos beneficiários
de assegurar mais renda ao produtor" cados 50% pelo governo
participantes e agilidado Estado.
de no processo de recebimento de duzindo seu custo, e disseminarmos
50% do prêmio pago direto ao pro- a ideia de que qualquer agricultura
Canavieiros - A cana ocupa hoje
dutor, o segundo semestre de 2008 competitiva precisa estar segurada. 5,46 milhões de hectares em São
totalizou 5.013 subvenções com va- Também no passado, tivemos expe- Paulo. Há cinco anos, ocupava 3
lor de R$ 7 milhões pagos ao agri- riências mal sucedidas de pagamen- milhões/ha. Há espaço para a culcultor. O crescimento gradual da to de seguro, então, o produtor fica tura avançar ainda?
participação é reflexo de algumas al- desconfiado.
Sampaio - A cana cresceu nos últerações como a modificação no entimos anos em cima das áreas de pasquadramento dos beneficiários, que
Canavieiros - Há pouco tempo tagens degradadas, particularmente
se limitavam a pequenos e médios o senhor disse que o governo estu- na região oeste do Estado. O ritmo
produtores com renda anual de até da a implantação do contrato de de crescimento foi forte, não acrediR$ 400 mil, para um limite de sub- opção. Como esse mecanismo vai to que teremos este mesmo patamar
venção de até R$ 24 mil por produ- funcionar? Há previsão para a im- de expansão, mas ainda temos áreas
tor independente da sua renda agro- plantação?
que podem ser aproveitadas, principecuária no ano. A segunda alteraSampaio - Trata-se de um projeto palmente na recuperação de pastação é que, ao invés do produtor pa- inédito no país que oferecerá subsí- gens e no consórcio cana com pecugar integralmente o prêmio, ele paga dio (subvenção) aos produtores que ária, como já tem sido feito com os
somente 50% e o governo do Esta- queiram assegurar o preço da sua confinamentos na região nordeste
do repassa às seguradoras os 50% safra por meio de mecanismos ofere- do Estado.
restantes. Além disso, o agricultor cidos no mercado financeiro. O chapode se beneficiar também da sub- mado Projeto de Seguro de Renda,
Canavieiros - O levantamento do
venção de 50% do projeto do go- numa parceria com o Banco do Bra- IEA, divulgado em novembro, mosverno Federal, implementado em sil, deve entrar em funcionamento em tra que houve redução da área plan2006, cabendo dessa forma ao pro- 2010. O projeto visa subsidiar parte tada em regiões tradicionais, como
dutor paulista o pagamento de 25% das operações que serão realizadas Araraquara (-17,4%), Limeira (do prêmio total.
via mercado futuro, com base nas 10,9%) e Barretos (-10,3%), encotações BM&F/ quanto que novos plantios são marBovespa para mi- cantes em regiões como Sorocaba e
lho, soja, café e Bragança Paulista. Essa é uma tenboi. O produtor dência?
poderá exercer a
Sampaio - Ainda não podemos
opção de venda afirmar que é uma tendência, mesmo
no momento em porque o levantamento do IEA foi
que os preços de feito num momento estratégico e é a
mercado estive- primeira vez que se aponta isso na
rem em um pata- estimativa de safra. Algumas novas
mar satisfatório. unidades estão sendo instaladas e
O produtor exer- isso acaba refletindo no plantio de
ce a opção e de- cana em áreas específicas.
pois a entrega fisicamente. Para
Canavieiros - O setor sucroenerisso, o prêmio gético tem crescido, enquanto a ren-

“

6

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009
Entrevista
está na nossa pauta, não há como fugir.
O mercado comprador e a sociedade nos
cobram e teremos que nos adequar. Por
isso, são importantes as discussões em
torno da legislação ambiental, sobre o
uso de adubação química, procedência e
certificação dos produtos. O Brasil terá
que encarar estes e outros desafios que
se colocam nas próximas décadas. Claro que temos ainda que considerar a infraestrutura logística deficiente, a política de crédito agrícola defasada e a falta de seguro rural. Apesar de competitivo, temos ainda muitos obstáculos a
serem superados.
da do produtor de matéria-prima
está na direção oposta. Na opinião do senhor, o que é preciso
fazer para elevar a renda?
Sampaio - Equilibrar os custos.
Essa é uma forma de assegurar
mais renda ao produtor. Outra é
melhorar as condições de preços
nos produtos finais, a cadeia precisa buscar o equilíbrio. Mas o
setor possui fóruns de discussão
que permitem uma melhor relação.

Canavieiros - É possível traçar
as perspectivas para o agronegócio em 2010?
Sampaio - Pelos primeiros números que apuramos do setor do
agronegócio paulista em 2009, diante do quadro pessimista que tínhamos depois de outubro de
2008, no auge da crise econômica,
2009 apresentou-se de forma razoável. Alguns produtos obtiveram bons preços internacionais

Canavieiros - Qual a participação de
São Paulo na produção agropecuária
nacional e nas exportações?
Sampaio - No valor da produção agropecuária e florestal respondemos por
quase 20% do valor total do país, devemos atingir em 2009 , cerca de R$ 40 bilhões. Nas exportações, também respondemos por 25% das exportações do setor no país. São Paulo tem um papel importante como corredor de exportação de
grande parte dos produtos e mais: temos
um mercado consumidor imenso e necessário para manter equilíbrio entre oferta e demanda dos
produtos agrícolas brasileiros.

"O desafio da sustentabilidade na
agricultura brasileira está na nossa
pauta, não há como fugir. O mercado
comprador e a sociedade nos cobram e
teremos que nos adequar"

Canavieiros- A região de Barretos é a que
apresenta a maior renda do Estado. Isso é atribuído a que fatores?
Sampaio - Barretos é
uma região diversificada,
temos ali várias culturas
convivendo ou ainda totalmente integradas. Barretos possui
grandes áreas de cana, mas também
cultivo de laranja, assim como crescimento de áreas de seringueira, sem
contar parte dos grãos, que servem
na reforma dos canaviais. E a característica que se tem tornado marcante em áreas de pecuária com o crescimento da cana. Há uma integração
das duas atividades, tanto que o número de confinamentos e semi confinamentos utilizando cana para alimentação animal aumentou na região.
Esta diversidade faz com que a renda agrícola da região seja a maior. Eu
sempre digo que o produtor não pode
focar somente em uma atividade, ele
tem que ter várias opções para não
perecer completamente nas crises de
um ou outro produto.

“

como é o caso do açúcar e também na área de madeiras. No setor
de grãos, o quadro foi totalmente
desfavorável e no Brasil, o mais
grave, tem sido o câmbio que, para
a cafeicultura e citricultura, tem
sido penoso. Para 2010, sou otimista, o processo de recuperação
está em andamento e devemos ter
um quadro melhor para carnes,
sucroalcooleiro e grãos. Agora, o
câmbio vai continuar achatando a
renda dos produtores, se não houver alteração neste quadro.
Canavieiros - E para as próximas décadas? Quais serão os
desafios?
Sampaio - O desafio da sustentabilidade na agricultura brasileira

Canavieiros- Qual a participação das culturas na área
plantada do Estado: grãos, florestas plantadas, pastagens,
laranja e café?
Sampaio - Hoje, a cana-de-açúcar
ocupa mais de 25% da área total cultivada com 5 milhões de hectares, as florestas plantadas chegam a 1 milhão de hectares e as pastagens em torno de 9 milhões de hectares. Laranja permanece
com área estável em torno de 670 mil
hectares, com uma migração de pomares para a região sul do Estado, enquanto
que o café também permanece com 230
mil hectares. São Paulo não é tradicionalmente um produtor de grãos, mas
chegamos a mais de 2,5 milhões de hectares cultivados anualmente. Também
somos grandes produtores de flores, frutas, borracha natural, assim como na
produção de ovos e carne de frango,
portanto com uma cesta diversificada de
produtos. Creio que isso seja a nossa
principal marca e vantagem produtiva.
Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

7
Ponto de Vista

Virando a página...
José Mario Paro*

Q

uando esta revista estiver chegando às mãos de seus leitores, a maioria das usinas e destilarias do Centro-Sul do país terá parado suas máquinas, o que não significa dizer que toda a cana terá sido colhida. Fala-se que restarão 50 milhões
de toneladas no campo, por excesso
de chuvas e/ou manutenção deficiente das indústrias.
Tenho lido que cerca de 50 unidades não interromperão suas atividades,
emendando a presente safra à próxima. Seriam indústrias que começaram
a safra tarde, com muita cana a colher e
pouco dinheiro no banco, necessitando fazer caixa.
Além da ocorrência de chuvas acima
das médias históricas e das conseqüências da falta de manutenção em várias
unidades, outros fatos impactantes estão transformando a safra 2009/10 em
uma safra histórica, justificando a velha
máxima: “cada safra é uma safra”.

Inquestionavelmente, a inevitável
consolidação do setor tem sido traumatizante, pois levou de roldão usinas
como a Santa Elisa, Vale do Rosário,
Da Barra, Nova América, para ficar naquelas que melhor representaram uma
era que não mais voltará.
É então oportuno que, neste ponto, eu complete o título desta coluna:
de “VIRANDO A PÁGINA...” para “VIRANDO A PÁGINA DO CALENDÁRIO”, pois a página desta safra levará
tempo para ser virada.
E quanto a nós, produtores, que
estamos carregando o insucesso das
safras 07/08 e 08/09 e sentindo a safra 09/10 não corresponder plenamente às expectativas? Teremos tempo para respirar?
Considero essa a grande pergunta
a ser respondida no momento e, para
isso, precisaremos de três boas safras
seguidas: 09/10, 10/11 e 11/12:
8

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

1 – Safra 09/10: foi
uma safra de alto custo.
Cortamos, carregamos e
transportamos muita
cana e pouco açúcar e as
horas paradas penalizaram a todos.
Somente em outubro
passado o preço do kg do
ATR chegou a R$ 0.3102
(média do Estado), não se
confirmando a esperada
recuperação mais rápida
dos preços.
Mesmo fechando a R$ 0.33/kg/ATR,
número esperado, é bom não esquecer
que está prevista uma quantidade média de 9 kg de ATR a menos do que no
período passado, que já não foi tão bom
neste aspecto. E mesmo os possíveis
R$ 0.33/kg/ATR corresponderão a somente 85% do valor da safra 06/07, descontada a inflação do período.
Os preços do açúcar e do álcool
aparentemente já alcançaram seu pico
e temos ainda o efeito do câmbio, a prejudicar toda a cadeia do agronegócio,
sem falar na inadimplência que boa
parte de nós está amargando, por falta
de pagamento de algumas indústrias.
2 - Safra 10/11: parece prometer bem:
- boas produtividades agrícolas em
grande parte devido à ocorrência das
chuvas que ora tanto nos incomodam;
- maiores possibilidades de o clima
comportar-se dentro das médias históricas, permitindo a recuperação do
teor de ATR;
- provável permanência de preços
mais regulares e em bons níveis.
O câmbio possivelmente continuará sendo um fator baixista.
3 – Safra 11/12: muitas perguntas
e poucas respostas.
Continuará faltando açúcar no
mundo? E o álcool, como será o merca-

do interno? Vamos, enfim, exportar
mais? E o pré-sal? E os preços do petróleo?
Em que resultará o forte “lobby”
político que se espera ser articulado
pelos grandes grupos que estão sendo formados?
Quem estará no governo? Qual será
sua política para o agronegócio e, em
especial, para a cana? E o açúcar e o
álcool?
E quanto aos juros e ao câmbio a
partir do segundo semestre de 2010?
Ensinava o saudoso Prof. Mario
Henrique Simonsen, economista emérito e ex-ministro da Fazenda: “os juros
aleijam e o câmbio mata”.
Outros sábios nos falaram (e continuam nos falando) de outras verdades:
“ não há mal que sempre dure e nem
bem que nunca se acabe”.
Ou ainda: “uma regra de ouro
do bem viver é não sofrer por antecipação”.
E assim vou chegando ao final
deste texto, em que meu propósito foi
trazer à tona algumas questões nas
quais nós, produtores, devemos refletir. Não sem antes desejar a todos
nós três ótimos anos-safras: este e os
dois próximos.
*diretor adjunto da Canaoeste
Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

9
Notícias
Copercana

Parceria Copercana e
Sebrae-SP beneficia
ovinocultura
Carla Rossini

O objetivo é desenvolver cada vez mais a atividade na região

O

s criadores de ovinos da região de Sertãozinho podem
contar com uma parceria entre a Copercana e o Sebrae-SP para
auxiliá-los no desenvolvimento da
atividade. O primeiro passo dessa
união de esforços é implantar o PCQ
(Programa Cordeiro de Qualidade),
com o objetivo de organizar a cadeia
produtiva da ovinocultura e agregar
valor ao produto final.
O PCQ visa à qualidade por meio
da aplicação de tecnologia nas propriedades, utilizando as consultorias técnicas in loco para orientação em sanidade, nutrição, manejo reprodutivo e
boas práticas, tudo com o apoio das
unidades móveis Cordeirinho (exames
de OPG, andrológico e diagnóstico de
gestação) e Cordeirão (ultrassonografia de carcaças para avaliação de espessura de gordura, marmoreio e espessura de olho de lombo).
Além da tecnologia, o Sebrae -SP
disponibiliza consultor de grupo, de
gestão financeira – para ajudar o produtor a entender os seus custos de
produção – e um consultor especialista da cadeia da ovinocultura para
orientações referentes à comercialização e mercado.
Por meio dos trabalhos já realizados foi possível perceber que os
produtores já obtiveram melhores resultados em relação à organização do
grupo, redução da mortalidade, dos
custos e informações sobre os mercados local e regional.
10

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

Confinamento da
Copercana

Visitas aos frigoríficos da região
Para agilizar as ações de desenvolvimento das parcerias para o abate, elaboração dos cortes especiais e comercialização conjunta da carne de cordeiro, uma equipe formada por meio da
parceria Copercana e Sebrae- SP visitou vários frigoríficos da região.
O médico veterinário da Copercana, Gustavo Lopes, e os consultores
do Sebrae-SP, Fernando Marino e

Alexandre Couri, visitaram o Barra
Mansa (Sertãozinho), Ligeirinho
(Guariba), Fripom (Pontal) e o Frigorífico São Sebastião (Descalvado).
Segundo Lopes, todos os estabelecimentos demonstraram interesse no
abate de ovinos. “Alguns precisam
de adaptações e outros já estão prontos, como é o caso do Frigorífico São
Sebastião, que possui SISP e já realiza abate de ovinos”, afirmou.

Parceria em Descalvado
O Frigorífico São Sebastião abate
suínos e cordeiros pelo valor de R$
10,00 por cabeça. Assim que os cortes
estiverem aprovados no SISP será possível realizar os cortes especiais como
pernil, paleta, carré e costela, tudo embalado a vácuo.
A proposta firmada com o frigorífico é abater os animais que estão no
confinamento da Copercana e disponi-

bilizar o produto final para vendas nos
Supermercados na rede Copercana.
Dessa forma, será possível criar um ciclo de produção e comercialização.
Os produtores também podem optar em retirar seus animais do confinamento e vendê-los direto para frigoríficos ou para outros clientes.
Fonte: Ovinonews
Notícias
Copercana

Loja de ferragens
da Copercana é
reinaugurada em
Santa Rosa de
Viterbo
Carla Rossini

Também foi inaugurada a nova agência da Cocred

A

loja de ferragens da Copercana em Santa Rosa de Viterbo foi reinaugurada no
dia 30 de novembro. Na mesma oportunidade, a Cocred deu início às atividades de sua mais nova agência.
Cooperados, diretores e autoridades participaram da cerimônia, que reuniu aproximadamente 200 pessoas. O
presidente da Copercana e Cocred,
Antonio Eduardo Tonielo, falou sobre
a credibilidade que as cooperativas
estão recebendo dos produtores rurais de Santa Rosa. “Estamos satisfeitos com a receptividade que tivemos
em Santa Rosa e por isso estamos aumentando os nossos serviços e colocando à disposição dos cooperados e
clientes o que há de melhor no mercado agrícola”, disse Tonielo.
Também fizeram uso da palavra o
diretor da Cocecrer, David de Andrade, e a presidente da Câmara de Santa Rosa, vereadora Gislaine Apareci-

da Badan Eleutério. O presidente da
Canaoeste, Manoel Ortolan, e o diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, estiveram presentes e participaram do corte da fita inaugural.
Loja de Ferragens
Pensando sempre no produtor, a
Copercana conta com uma rede própria de Lojas de Ferragens. São 11
lojas no Estado de São Paulo e três
lojas em Minas Gerais, para que os
produtores rurais encontrem todo o
apoio de que necessitam bem próximo a sua propriedade.
A Copercana fornece aos cooperados todos os produtos necessários às suas atividades rurais, incluindo sementes, corretivos, fertilizantes,
adubos foliares, ferragens, defensivos, produtos veterinários, máquinas, implementos, acessórios e muitos outros itens para uso diário na
agricultura (lonas, arames, etc).
Acesse: www.copercana.com.br
Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

11
Notícias
Canaoeste

Consecana

CIRCULAR Nº 11/09
DATA: 30 de novembro de 2009

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

A

seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue
durante o mês de NOVEMBRO de 2009. O preço médio do kg de ATR para o mês de NOVEMBRO, referente à safra
2009/2010, é de R$ 0,3185.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos
mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a novembro e os acumulados até NOVEMBRO, são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado
externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à indústria (EAI e EHI) e ao
mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a novembro e os acumulados até NOVEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/09, são os seguintes:

12
Notícias
Canaoeste

WABCG e ISO discutem
perspectivas para 2010
Cristiane Barão

Presidente da Canaoeste participou das reuniões, realizadas nos dias 22 e 23, em Londres

O

presidente da Canaoeste, Ma
noel Ortolan, participou do
encontro da WABCG (Associação dos Produtores de Beterraba
Açucareira e Cana, da sigla em inglês)
e de reunião da ISO (Organização Internacional do Açúcar), realizados nos
dias 22 e 23 de novembro, em Londres.
A conferência da WABCG foi
aberta pelo seu presidente, Alf Cristaudo. A WABCG reúne associações
de produtores de 31 países. Entre os
assuntos discutidos: a influência da
crise financeira n organização das indústrias de açúcar e etanol, as perspectivas para a bioenergia e os problemas ambientais enfrentados pelos
países produtores.

Já o tema da reunião da ISO, no dia
23, foram as perspectivas para o mercado mundial de açúcar para os próximos anos. De acordo com Ortolan, a
previsão é que o Brasil exporte, no próximo ano, 3 milhões de toneladas a mais
do que neste ano e que o mercado sinaliza para bons patamares de preços.
Artigo

Prorrogar não resolve o
problema
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan*

N

a semana passada, o presidente Lula baixou o decreto
7.029/2009, instituindo o
Programa Federal de Apoio à Regularização Ambiental de Imóveis Rurais, denominado programa “Mais
Ambiente”. Entre seus pontos está a
prorrogação do prazo final para a
averbação da reserva legal nas propriedades rurais, que passou do dia
último dia 11 para 11 de junho de 2011.
A CNA (Confederação Nacional da
Agricultura) estima que 90% dos proprietários ainda não registraram a
área de reservas.
Sem a prorrogação, esses agricultores estariam
na ilegalidade,
passíveis de multas que, muitas
vezes, são superiores ao seu patrimônio. Isso representaria o fim da linha para grande
parte dos produtores, já que a
averbação não é
apenas o registro
da área em cartório: é necessário
também investimento no seu reflorestamento. Pelos cálculos do Ministério da Agricultura, hoje cerca de 3 milhões de
propriedades não têm condição de
cumprir as exigências de recomposição. E além dessas despesas, que
não são poucas, o agricultor perderá 20% de sua área produtiva.
Esse é um assunto sobre o qual
já falamos inúmeras vezes, alertando
para os prejuízos que isso irá trazer
não apenas para o setor rural, mas
para a produção agropecuária nacional. E isso ocorrendo, os impactos
chegarão à mesa dos brasileiros, já
14

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

que, colhendo menos, o preço dos
alimentos subirão, e as exportações
do agronegócio, fiel da balança comercial brasileira, também poderão
sofrer reduções significativas.
Esse é um raciocínio que parte da
sociedade não aceita. Prefere apenas
acreditar que o produtor rural não quer
cumprir a lei para lucrar sobre o meio
ambiente. O fato é que a prorrogação
do prazo para averbação da reserva legal não resolve a questão. Apenas empurra o problema para frente. O que o
setor produtivo quer e defende é a reformulação total da legislação ambien-

tal e a criação de um Código Florestal
moderno, condizente com a realidade
da atividade agropecuária brasileira.
A primeira versão do Código Florestal Brasileiro é de 1934 e a segunda, de 1965. Sofreu mais de 60 alterações e hoje estão em vigor mais de
16 mil normas ambientais. Não será
nada fácil e barato produzir em meio
à insegurança jurídica que há hoje
no campo brasileiro. E não nos parece justo cobrar apenas do produtor
rural a conta da preservação ambiental, quando o beneficiado é o conjunto da sociedade.

O setor tem feito a sua parte, e às
suas custas, na redução das emissões dos gases causadores do efeito estufa porque reconhece que a
sustentabilidade conceito que pressupõe desenvolvimento econômico atrelado à justiça social e ao
equilíbrio ambiental - é o critério
que, a cada dia
mais, irá definir o
tamanho do mercado para os nossos produtos.
O Brasil tem
pela frente um
cenário desafiador e sobre o
qual poderá tirar proveito: segundo a ONU, até 2050, a população
mundial beirará os 9,1 bilhões de
habitantes, e será necessário produzir 70% mais de alimentos e 46%
mais de energia. E a verdade é esta:
não sabemos até quando o agronegócio brasileiro conseguirá se
manter como um dos mais modernos e competitivos do mundo sendo regido por uma legislação do
século passado.
*presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do
Oeste do Estado de São Paulo)
Assuntos Legais

Legislação Ambiental
decreto n. 7.029/2009 - prorrogação paliativa.

F

oi publicado no dia 11.12.2009,
no Diário Oficial da União, o De
creto nº 7.029, de 10 de dezembro
de 2009, que institui o Programa Federal
de Apoio à Regularização Ambiental de
Imóveis Rurais, denominado programa
“Mais Ambiente”, além de outras providências, inclusive prorrogando para o
dia 11 de junho de 2011, o prazo para
entrada em vigor do artigo 55, do Decreto nº 6.514/2008, que estipula pena
de multa de R$-50,00 a R$-500,00 por
hectare ou fração da reserva florestal
legal àquele que deixar de averbá-la.

edades rurais com exploração agropecuária já consolidada antes da criação
dos institutos da reserva florestal legal
e das áreas de preservação permanente que, ante a atual legislação, já estão
irregulares. É o caso, por exemplo, das
videiras gaúchas, do café mineiro e paulista, da olericultura de Santa Catarina,
dos canaviais paulistas e do Nordeste,
sem contar os produtores do Norte, que
desmataram observando o índice da legislação anterior e, agora, se veem forçados a reflorestar as mesmas áreas,
dentre outras incontáveis situações.

Segundo vem propagando o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes,
referido artigo 55 entraria em vigor no
dia 11 de dezembro de 2009, colocando
na ilegalidade mais de 3 milhões de proprietários rurais. Porém, na verdade,
independentemente desta prorrogação,
isso não resolve o problema de propri-

Para resolver esta questão é necessária uma ampla revisão da legislação
ambiental territorial brasileira, disciplinando os casos de exploração consolidada, o pagamento por serviços ambientais, a compensação florestal, a necessidade de zoneamento ecológicoeconômico, dentre outros assuntos que

devem ser pautados dentro de normas técnicas e, jamais, políticas.
Infelizmente,
verificamos que o
prazo para se realizar referida revisão
e alteração legislativa não foi suficiente, o que forçou
a edição do DecreJuliano Bortoloti - Advogado
to n. 7.029/2009
Departamento Jurídico Canaoeste
que, apenas, deu
mais um fôlego para as propriedades
que desmataram reserva florestal legal.
Porém, de nada adianta às que já estavam desmatadas antes da criação da
reserva florestal legal e/ou que exploravam áreas hoje consideradas como
de preservação permanente antes da
criação destas.

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

15
Assuntos Legais
Estes proprietários continuam à
mercê de ações do Ministério Público
com base na atual legislação e de ações
fiscalizadoras dos órgãos ambientais
que, repita-se, não leva em conta a exploração agropastoril em área consolidada, ou seja, antes da criação destas
limitações ambientais (reserva legal,
área de preservação permanente, etc.),
obrigando-os a abandonarem áreas em

franca produção agropastorial iniciada
há várias décadas.
E, o que é pior, estes proprietários
rurais ficam impedidos de licenciarem
suas atividades, bem como conseguirem linhas de crédito para custear sua
atividade, pois os órgãos ambientais e
financeiros exigem a reserva legal averbada para tanto.

Desta forma, necessário se faz
que toda cadeia produtiva pressione URGENTEMENTE os parlamentares e até mesmo o Poder Executivo no sentido de alterar a legislação ambiental atual que se
mostra INEXEQUÍVEL, adequandoa ao histórico de ocupação territorial nacional.

Proprietários rurais poderão
emitir o certificado de cadastro
de imóvel rural pela Internet

U

m novo serviço oferecido
pelo INCRA (Instituto Naci
onal de Colonização e Reforma Agrária) vai facilitar a vida de proprietários dos quase 6 milhões de imóveis rurais espalhados por todo o país.
A partir de 14 de dezembro, será permitido emitir pela Internet, por meio do
site do Incra (www.incra.gov.br) , o CCIR
(Certificado de Cadastro de Imóvel Rural). O documento é indispensável para
transações imobiliárias, como compra e
venda de imóveis rurais e para tomada
de empréstimos junto aos bancos. Por
meio dele, os órgãos oficiais confirmam
que o imóvel está cadastrado no SNCR
(Sistema Nacional de Cadastro Rural).
O SNCR é um instrumento fundamental para conhecer a estrutura fundiária do país. Suas informações servem para classificar os imóveis rurais
em pequenos, médios e grandes, bem
como para monitorar o uso e a titularidade do imóvel rural, verificar o cumprimento da função social, controlar a
aquisição de terras por estrangeiros,
além de combater a grilagem de terras
e o trabalho análogo ao escravo.
O CCIR passará a ser emitido anualmente e apenas pelo site do Incra.
Até então, o documento valia por três
anos, em média, e era enviado para o
endereço dos proprietários dos imóveis. Com a emissão via web, o Incra
vai economizar cerca de R$ 5 milhões,
referentes ao contrato com os Correi16

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

os. O novo documento terá um código
de autenticação de fácil consulta pelo
Portal do Incra e evitará ações fraudulentas que lesavam detentores de imóveis rurais. O documento deste ano
substitui o dos anos anteriores.

2009, a taxa será cobrada de acordo com
o relativo exercício CCIR pela internet.

Democratização do acesso
Caso o cidadão não tenha acesso
à Internet, ele poderá procurar a UMC
(Unidade Municipal de Cadastramento) mais próxima de sua residência e
realizar a emissão. Vinculadas às prefeituras, as UMCs estão presentes em
aproximadamente 55% dos municípios
brasileiros. Outra opção é procurar uma
das unidades avançadas do Incra no
Estado ou ainda uma das 30 Superintendências Regionais do Incra, localizadas em todas as capitais do país e
nos municípios de Santarém (PA), Marabá (PA) e Petrolina (PE).

Consulta de autenticidade
Haverá no site do Incra um módulo direcionado aos cartórios, bancos,
Tribunais de Contas, Previdência Social, entre outras instituições interessadas, para que possam checar a autenticidade do CCIR apresentado pelo
contribuinte. A intenção é dar maior segurança aos negócios jurídicos, como
transações de imóveis rurais e financiamentos bancários.

A emissão do CCIR é gratuita. No
documento, no entanto, consta uma
taxa de serviços cadastrais, que deve
ser paga até o dia 27 de janeiro nas
agências ou terminais de auto-atendimento da Caixa Econômica Federal,
Lotéricas, Guichês Pontos de Venda,
Internet Banking e Caixa Aqui. A taxa é
recolhida e repassada diretamente para
a Conta Única da União e serve para
manter os serviços de cadastro de imóveis rurais. Ela é cobrada levando-se
em conta o tamanho do imóvel em hectares. Como o CCIR atual vai corresponder aos anos de 2006, 2007, 2008 e

Para um imóvel com faixa de área
de até 20 hectares, o valor de um exercício fica em torno de R$ 1,40.

Emissão do CCIR em números
Público interessado: detentores
(proprietários e posseiros) dos quase
6 milhões de imóveis rurais cadastrados no SNCR.
Emissão pela Internet: a partir de
14 de dezembro.
Pagamento da taxa de serviços cadastrais: até 27 de janeiro (após a data, o pagamento será com multa e juros de mora).
O CCIR compreende os exercícios de
2006 a 2009, com validade até a próxima
emissão geral, prevista para 2010.
Texto extraído do sítio eletrônico
do Incra: www.incra.gov.br.
Cultura de Rotação

Produção de grãos supera 140
milhões de toneladas

A

produção brasileira de grãos
para a safra 2009/10 pode atingir um volume de 140,6 milhões de toneladas, graças, sobretudo,
ao plantio da soja que segue como a
cultura que mais vem crescendo no
país. Este resultado representa um aumento 4% sobre o ciclo anterior ou 5,47
milhões de toneladas a mais. Os dados
são do terceiro levantamento realizado
pela Conab e anunciados na segunda
semana de dezembro, pelo ministro da
Agricultura, Reinhold Stephanes.
A opção pela soja, em detrimento
do cultivo de milho, deve-se ao menor
custo da lavoura por hectare, maior liquidez e maior resistência do grão à
estiagem. Se houver manutenção da
área e condições climáticas favoráveis
nas regiões de maior plantio, a oleaginosa deve atingir 64,56 milhões de toneladas, um número recorde e 12,9%
maior que o do ano passado, de 57,16
milhões de toneladas.
Situação positiva é verificada também no feijão primeira safra, apesar da
redução de plantio. A colheita está projetada em 1,49 milhão de toneladas, com
um crescimento de 10,6% (+ 142,6 mil
de toneladas). A variação se deve à recuperação da produtividade, que foi
afetada pela estiagem no ano passado,
sobretudo no estado do Paraná.

A pesquisa foi realizada no período de 16 a 20 de novembro por cerca
de 50 técnicos da Conab. Eles entrevistaram representantes de cooperativas, secretarias de estados da agricultura, órgãos de assistência técnica
e extensão rural, agentes financeiros
e revendedores de insumos.
Fonte: Raimundo Estevam/
Conab

A opção pela soja, em detrimento do cultivo de milho, devese ao menor custo da lavoura por
hectare, maior liquidez e maior
resistência do grão à estiagem.
Feijão apesar da redução de
plantio, a colheita está projetada em 1,49 milhão de toneladas,
com um crescimento de 10,6%

As demais culturas de verão, como
algodão, arroz e milho primeira safra,
tiveram queda de produção. O milho
reduziu 4,9% (1,64 milhão de toneladas),
o arroz 4,7% (586,3 mil toneladas) e o
algodão 1,3% (24,7 mil toneladas).
Área - A semeadura das principais
culturas de verão no Centro-Sul está
em fase final. A área total deve chegar a
48 milhões de hectares, um aumento de
0,7% ou 324,1 mil a mais que os 47,65
milhões de ha da safra 2008/09. Com
exceção da lavoura de soja, expandida
em 6% e agora ocupando 23,05 milhões
ha, todos os demais grãos perderam em
área.
Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

17
Notícias
Cocred
Balancete Mensal
Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana
de Sertãozinho BALANCETE - OUTUBRO/2009
Valores em Reais

18

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009
Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

19
20

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009
Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

21
Reportagem de Capa

As decepções da COP 15
Da Redação

D

epois de duas semanas de dis
cussões, a 15ª Conferência da
ONU sobre Mudança Climática de Copenhague terminou de forma
melancólica: os líderes dos 193 países
participantes optaram por fazer apenas
uma declaração política e adiaram o
acordo para um novo encontro que
deve ocorrer no próximo semestre.
Durante todos os dias da conferência, os impasses giraram em torno do
jogo de empurra de responsabilidades
entre países. Os desenvolvidos queriam que os demais países também tivessem metas obrigatórias, enquanto que
o bloco dos emergentes e em desenvolvimento defendia a criação de um
fundo internacional climático para financiar ações contra o aquecimento
global nos países mais pobres.
Sem acordo, um documento final,
chamado de “nota de acordo” foi elaborado com a participação do Brasil,
China, Índia, África do Sul e Estados
Unidos. No entanto, não foi aceito por
muitos países que não participaram da
reunião. Entre seus pontos estão:
· aumento máximo da temperatura até o fim do século será de 2°C;
· os países que o ratificarem se
comprometem a declarar suas metas de
emissões de gases responsáveis pelo

efeito estufa, o chamado sistema de
consulta e análise;

2020, e assim ficou – quando a recomendação dos cientistas era no mínimo 25%.

· os países ricos se comprometem a ajudar os mais pobres, nos termos da proposta – US$ 10 bilhões por
ano até 2015, US$ 50 bi até 2020 e US$
100 bi daí em diante;

· até 2050, as emissões globais
devem cair 50%, sendo que os ricos
devem contribuir com 80%.

· no acordo de florestas, fica garantido financiamento para a redução
de emissões por desmatamento, como
queria o Brasil;
· nas metas de redução das emissões, foi feita uma fórmula para acomodar o que todos queriam: somaram as propostas que havia na mesa, deu 20% até

Conferência das Mudanças Climáticas 2009 (COP15), Copenhague, Dinamarca.
7 de dezembro de 2009.
Ministério dos Negócios Estrangeiros da Dinamarca

22

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

O documento também conta com um
parágrafo onde fica declarado os mesmos direitos de espaço na atmosfera a
todos – e não uma ocupação dos ricos
que permitiria que eles continuassem
para sempre emitindo mais per capita
do que os emergentes e pobres.
Para o presidente Lula, o resultado
é desanimador. No último dia do encontro, ele até admitiu que o Brasil faria um sacrifício a mais e estaria disposto a colocar dinheiro também para
ajudar os demais países.
A proposta apresentada pelo Brasil desde o início da conferência foi o
corte nas emissões em 39% até 2020
por meio da redução do desmatamento na Amazônia e no Cerrado, recuperação de pastos degradados, integração lavoura e pecuária, expansão
do plantio direto e ampliação do uso
de energias renováveis. O custo total para a implantação dessas ações é
estimado em R$ 200 bilhões e boa parte deste investimento será feito pela
iniciativa privada.
Reportagem de Capa

A COP 15
O encontro de Copenhague ficou
conhecido como COP 15 porque é a 15ª
reunião da Conferência das Partes da
Convenção - Quadro sobre Mudança
do Clima das Nações Unidas. Foi realizado entre os dias 7 e 18 de dezembro
para se buscar um acordo que substituiria o Protocolo de Kyoto (celebrado
em 1997 durante a COP 3), que deixará
de vigorar em 2013.
Nele, 37 nações, mais a Comunidade Europeia, se comprometeram a

reduzir suas emissões de gases-estufa, em média, 5,2% na comparação
com os níveis de 1990. O corte precisaria ser obtido até 2012. Foi o protocolo que criou o chamado mercado
de carbono, uma forma flexível para
um país, mesmo emitindo gás-estufa
além do que deveria, redimir-se comprando papéis representativos de redução de emissões em algum outro
canto do planeta. Mediante pagamento, o corte dos outros fica valendo
como corte do poluidor.

O que está em questão

Lula durante discurso no COP 15:
“Se a gente não conseguiu fazer até agora esse
documento, eu não sei se algum anjo ou algum
sábio descerá nesse plenário e irá colocar na
nossa cabeça a inteligência que nos faltou até
(olhou para o relógio) a hora de agora.”

Projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
(IPCC), apontam que se as emissões
continuarem a subir no ritmo atual e chegarem ao dobro do nível da época anterior à industrialização, haverá um aumento médio de temperatura de 3 graus centígrados neste século, o que pode causar sérios impactos no mundo todo.
De forma geral, o bem-estar da população e o crescimento econômico

estão ameaçados se nada for empreendido. Estudo patrocinado pelas Nações
Unidas publicado recentemente indica
que as mudanças climáticas podem
chegar a reduzir em até 19% o Produto
Interno Bruto (PIB) dos países afetados por problemas climáticos em 2030.
O mesmo relatório afirma que entre 40%
e 68% das perdas econômicas previstas podem ser evitadas aplicando-se
imediatamente as medidas de adaptação já existentes.

"A questão é se vamos seguir em
frente juntos ou nos dividirmos. Esse
não é o acordo perfeito e nenhum
país vai conseguir tudo o que quer.
Vamos continuar discutindo os
mesmos argumentos mês após mês,
ano após anos... enquanto o perigo
da mudança climática cresce de
forma irreversível."
Barak Obama

"Agora temos um pacote para
trabalhar e começar a agir
imediatamente. Entretanto, é
preciso ficar claro que é uma
carta de intenções e não é precisa
sobre o que precisa ser feito em
termos legais. O desafio agora é
transformar o que concordamos
em Copenhague em algo real,
mensurável e verificável."
Do secretário-executivo do
encontro, Yvo de Boer
Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

23
Destaque

Unica atualiza previsão de
safra
Da Redação

Produção brasileira de açúcar é a maior dos últimos 30 anos, segundo Conab

A

UNICA (União da Agroin
dústria da Cana-de-açúcar)
revisou pela segunda vez a
estimativa de moagem de cana para a
safra 2009/10. O novo total previsto
foi divulgado na 1ª semana de dezembro e passou de 529,54 para
538,19 milhões de toneladas. O aumento se deu principalmente devido
à intenção anunciada por várias usinas prejudicadas pelo excesso de
chuva, de continuar moendo durante o período de entressafra ou antecipar o início da safra 2010/11.
Do início de abril a 1º de dezembro, o volume de cana-de-açúcar processado na região Centro-Sul do país
atingiu 496,99 milhões de toneladas,
5,95% superior ao do mesmo período
em 2008. Segundo a UNICA, o volume representa mais de 90% do total
de moagem esperado para essa safra.

Açúcar e Álcool - A produção de
açúcar até o final da safra deverá atingir 29,03 milhões de toneladas, contra 29,35 milhões de toneladas na safra anterior. Já a produção de etanol
deve atingir 23,37 bilhões de litros,
abaixo dos 23,74 bilhões de litros um
ano atrás. No acumulado desde o início da safra, as vendas de etanol totalizaram 18,28 bilhões de litros,
5,18% acima do total para o mesmo
período do ano anterior.
24

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

fez com que o volume disponível para
a produção de açúcar e etanol ficasse 1% abaixo do observado no mesmo período da safra anterior.

ATR menor - O excesso de chuva comprometeu mais uma vez a
quantidade de produtos obtidos por
tonelada de cana esmagada, que na
segunda quinzena de novembro foi
de 125,01 quilos de Açúcares Totais
Recuperáveis (ATR), 9,17% inferior
aos 137,64 quilos apurados na segunda quinzena de novembro de 2008.
Desta forma, apesar da moagem
acumulada apresentar um crescimento de 5,95% em relação à safra anterior, a queda na concentração de ATR

No acumulado desde o início da
safra, 43,89% da cana processada no
Centro-Sul foi direcionada para a
produção de açúcar, e 56,11% para a
produção de etanol. A produção de
açúcar acumulada atingiu 27,43 milhões de toneladas até o final de novembro, 8,21% superior ao volume
produzido no mesmo período na safra anterior. Já a produção acumulada de etanol alcançou 21,50 bilhões
de litros, 6,88% inferior ao volume
produzido no mesmo período da safra anterior.
Desde o final de outubro, a proporção de cana destinada para a produção de açúcar tem sido reduzida.
Na segunda quinzena de novembro,
58,96% da matéria-prima processada
foi destinada à produção de etanol,
e apenas 41,04% para o açúcar.
Destaque
contribuir para regular o mercado e
colocar em dia a produção, afetada
pela chuva.

Safra brasileira - A produção
brasileira de açúcar registrou o maior índice dos últimos 30 anos, segundo a Conab. A atual produção de açúcar está estimada em 34,64 milhões
de toneladas, crescimento de 9,6% se
comparadas à safra anterior.
“O açúcar teve um desempenho
muito bom, com aumento de quatro
milhões de toneladas nas exportações
em comparação ao ano passado”,
ressaltou o ministro da Agricultura,
Reinhold Stephanes. Segundo ele, o
comportamento do mercado internacional foi extremamente favorável,
principalmente em função da queda
da produção na Índia.

Cana-de-açúcar - Conforme o
ministro, o governo tinha uma expectativa melhor em relação à produção de cana, prejudicada pelo
excesso de chuva, que gerou atraso na moagem da planta. O aumento esperado na produção era de
14%, mas a safra cresceu apenas 7%
, representado por 612,2 milhões de
toneladas de cana.
Segundo Stephanes, cerca de 60
usinas continuarão moendo cana-deaçúcar nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Aproximadamente
140 usinas também vão antecipar para
março a moagem da próxima safra
prevista para abril. As medidas vão

Etanol - Pelos números da Conab,
a produção brasileira de etanol está
estimada em 25,9 bilhões de litros,
índice 3,1% inferior à safra passada.
A queda na produção de etanol também está ligada aos atrasos na moagem da cana, causados pela chuva.
O ministro adiantou que o Brasil conta com estoque suficiente de etanol
para abastecer o mercado durante a
passagem de safra.

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

25
Informações Setoriais

CHUVAS DE NOVEMBRO
e Prognósticos Climáticos
e Prognósticos Climáticos
No quadro abaixo são apresentadas as chuvas do mês de NOVEMBRO de 2009.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste

A

média das observações
de chuvas durante NO
VEMBRO (209mm) não
"ficou" muito além da média das
normais climáticas (182mm). Entretanto, observaram-se chuvas aquém das médias em Bebedouro-EECB, Terra Roxa-Faz
Sta Rita e Cajobi-Faz Monte Verde; enquanto que, nos demais locais, as chuvas foram próximas a (bem) acima das
respectivas médias.
Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 16 a 18 de NOVEMBRO de 2009.

O Mapa 1 ao lado, mostra que o
índice de Água Disponível no Solo, no
período de 16 a 18 de NOVEMBRO,
apresentava-se como médio a alto na
região Centro-Sul do Estado de São
Paulo até Bauru e no leste do Estado
(faixa fronteiriça com Minas Gerais). Entretanto, níveis críticos foram observados entre Catanduva, São José do Rio
Preto e Noroeste do Estado.

26
26

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009
Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

ÁGUA, usar s
ÁGUA, usar s

Protejam e preservem as n
Protejam e preservem as n
Informações Setoriais
Mapa 2:- Água Disponível no Solo, ao final de NOVEMBRO de 2008.

· Prevê-se que a temperatura média nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste poderá ser acima
das normais climáticas e “ficar” entre próxima a
abaixo da normalidade climática na Região Sul;
· Quanto às chuvas, o Mapa 4, abaixo, ilustra
os prognósticos de consenso INMET-INPE para
estes próximos três meses;
· Como referência, as médias históricas das
chuvas, pelo Centro de Cana-IAC - Ribeirão
Preto, são de 270mm em dezembro, 280mm em
janeiro e 220mm em fevereiro.
Mapa 4:- Prognóstico de chuvas de consenso entre INMET–INPE para os meses de dezembro 2009 a fevereiro 2010.
O círculo em verde corresponde à real posição do prognóstico INMET-INPE, face às oscilações da Zona de Convergência Atlântico Sul
e as variabilidades do fenômeno El Niño.

Mapa 3:- Água Disponível no Solo, ao final de NOVEMBRO de 2009.

Observando-se os Mapas 2 e 3 acima, nota-se que a única semelhança entre os
meses de NOVEMBRO deste ano e de 2008, na área sucroenergética do Estado de São
Paulo, é a faixa Leste, divisa com o Estado de Minas Gerais. Chama atenção, também, a
semelhança entre meados e o final de NOVEMBRO de 2009; qual seja: o menor índice de
Água Disponível no Solo na Região Noroeste do Estado de São Paulo
Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume
o prognóstico climático de consenso entre INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para os meses de
dezembro 2009 a fevereiro de 2010

sem abusar !
sem abusar !

Os prognósticos SOMAR Meteorologia
mostram que, para região de abrangência da
CANAOESTE, em quase todo o Estado de São
Paulo e a faixa do Triângulo Mineiro adjacente
ao norte do nosso Estado, a média das chuvas
de dezembro e janeiro será próxima da normalidade; enquanto que em fevereiro e março, face
às variabilidades ocasionadas pelo fenômeno El
Niño, prevê-se que as chuvas poderão ser de
próximas a inferiores às respectivas médias históricas. Quanto às temperaturas médias, prevêse que durante aqueles dois primeiros meses
serão bem próximas das respectivas normais climáticas; enquanto que, em fevereiro e março
poderão ser cerca de 1ºC acima.
Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos
CANAOESTE mais próximos.

nascentes e cursos d’água.
nascentes e cursos d’água.

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009
Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

27
27
Novas Tecnologias I

Projeto e construção de
carretas de transbordos
para cana-de-açúcar
Workshop, realizado em Ribeirão Preto, teve como principal
objetivo contribuir com o tema colheita e transporte mecanizados

O

IAC (Instituto Agronômico),
vinculado à APTA, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, promoveu no dia 24 de novembro, em Ribeirão Preto (SP), o workshop “Carretas de Transbordo para Cana-de-açúcar: projeto e construção”. O evento,
coordenado por Jair Rosas da Silva,
Paulo Graziano Magalhães e Pedro
Sérgio Pontes, foi destinado a engenheiros, empresários, professores e
pesquisadores.
O workshop teve como principal
objetivo contribuir com o tema colheita e transporte mecanizados. A maioria
das unidades agrícolas produtoras
está se ajustando para a adoção desse
sistema.
O conjunto de corte, colheita e
transporte de cana-de-açúcar, em sua
adequação moderna emprega colhedoras autopropelidas, carretas de transbordo de cana e diversas versões de
composições com caminhões para
transporte, de grande capacidade de
carga, que entregam a matéria-prima na
esteira de recebimento das usinas, diz
o pesquisador do Centro de Engenharia e Automação (CEA-IAC) Jair Rosas da Silva. Nesta fase, tem início
todo o processamento industrial de fabricação de açúcar, etanol, energia, leveduras e outros produtos.
“Portanto, para a engenharia agrícola, é importante conhecer e procurar aprimorar esse elo da cadeia agroindustrial, com os objetivos de reduzir custos de produção e aumentar a
competitividade. Considera-se que
hoje o Brasil é o segundo maior produtor mundial de etanol, com condições de assumir o primeiro posto, ostentado pelos EUA, que obtém o produto a partir do milho.”
28

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

As carretas de transbordo de
cana-de-açúcar têm a função de trafegar de modo sincronizado junto às
colhedoras automotrizes e receber as
cargas de cana em forma de rebolos
e, em seguida, abastecer as composições que transportam a matéria-prima às esteiras das usinas. O volume
das caixas é variável, podendo cada
unidade ter capacidade para transportar entre 6 e 14 toneladas.
Segundo Rosas, além dos aspectos econômicos, ocorrem parâmetros agronômicos de importância fundamental que precisam ser
levantados e equacionados, como
a compactação do solo. Ele cita estudo de Coleti e Dematte (1982) no
qual alertam que grande parte das
terras das usinas de açúcar e destilarias do Estado de São Paulo, e

mesmo em outros Estados, é profunda, argilosa ou de textura média. E que, além disso, aproximadamente 50% dos meses de safra coincidem com o período de chuvas,
portanto propício ao incremento da
compactação do solo.
Por essas razões, conclui o pesquisador do IAC, as principais preocupações do evento foram reduzir o
peso dos implementos e obter a melhor distribuição de cargas transferidas ao solo pelas carretas; questionar o conceito de que a adoção dos
eixos do tipo tandem realmente é uma
solução adequada; aperfeiçoar projetos de engenharia e levantar a compactação do solo resultante e os custos de produção. “Neste último aspecto, estamos competindo com
nada menos que os EUA.”
Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

29
Novas Tecnologias

Lodo de Esgoto:

uso agrícola
pode aumentar produtividade e
reduzir o custo de produção

Carla Rodrigues

Em geral, esse material contém de 16 a 40% de carbono orgânico
e vários nutrientes de importância agronômica

O

esgoto é algo tão comum no
dia-a-dia das pessoas que
poucos conhecem seu destino, mas com o crescimento das áreas
urbanas do país, ele se tornou o principal agente poluidor das águas.
Em um primeiro momento, as ETEs
(Estações de Tratamentos de Esgoto)
podem ser a melhor forma de diminuir
seus impactos. Mas, por outro lado,
durante seu processo é gerado o lodo,
um resíduo orgânico e semi-sólido que
prejudica os mananciais, diminui a vida
útil dos aterros sanitários e pode se
tornar um grande problema ambiental.
E como a questão ambiental está
interligada com a sustentabilidade,
uma das alternativas que a sociedade pode adotar como solução é o uso
agrícola do lodo, que além de diminuir o custo de produção e poder
contar com uma produtividade maior,
o ambiente será o maior beneficiado.
Em geral, esse material contém de 16
a 40% de carbono orgânico e vários
nutrientes de importância agronômica, principalmente o nitrogênio, o cálcio, o fósforo e o zinco.

Segundo o pesquisador do IAC,
Ronaldo Berton, ainda não existe
uma solução ideal para tratar o lodo
de esgoto de forma a torná-lo completamente sem restrições para a agricultura. “O que se pode fazer é melhorar a saúde da população, que
contribuiria para diminuir a concentração de patógenos no lodo, a utilização de produtos biodegradáveis a
fim de se evitar poluentes orgânicos
persistentes no mesmo e evitar a
entrada de resíduos industriais na
rede coletora, para diminuir a concentração de metais pesados”, explica Berton.

Mas, para que isso aconteça é preciso que tudo esteja
de acordo com a Resolução nº
375 do CONAMA (Conselho
Nacional do Meio Ambiente),
norma aplicada em 2006 para estabelecer um planejamento agrícola para os locais
que irão receber o lodo de
esgoto. Uma das restriRonaldo Berton,
pesquisador do IAC
ções da norma é a não utilização desse material em pastagens e
no cultivo de olerícolas, tubérculos e raízes, e culturas inundadas, bem como
nas demais culturas cuja parte comestível entra em contato com o solo.

Uso Agrícola do Lodo
de Esgoto
O IAC realizou ensaios com lodo
sendo aplicado nas culturas do café,
banana e pupunha, tanto no plantio
como em cobertura. Os resultados
para as culturas da banana e da pupunha mostraram que o lodo, quando usado nas quantidades recomendadas de nitrogênio pelo Boletim 100
do IAC, aumenta a produção e dispensa completamente a adubação niAs plantas do lado esquerdo
receberam lodo (mais altas) e as
do lado direito da régua não
receberam adubação

trogenada para essas culturas sem
poluir o solo.
Em relação à cana-de-açúcar, de
acordo com o pesquisador, os resultados encontrados na literatura até agora mostram que o efeito do lodo no sistema solo-planta é de apenas um ano
agrícola. “O lodo promove um incremento de produção de biomassa de
colmos, acarretando em aumento proporcional de produtividade de açúcar.
Ele não altera a maturação e a concentração de açúcar nos colmos da planta.
Finalmente, a aplicação do lodo pode
substituir 100% do nitrogênio nas soqueiras e de 30 a 35% do fósforo no
plantio da cana”, esclarece.
As vantagens de se utilizar este
lodo são várias, principalmente as melhorias nas propriedades físicas do
solo, mas também se exige muito cuidado e conhecimento para saber como
realizar as aplicações e não acumular
metais pesados no solo.

30

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

gustavo nogu
Novas Tecnologias
Ensaio de lodo
em banana

Aplicação de lodo na implantação da
cultura da pupunha

De acordo com o pesquisador, “o
verdadeiro benefício está no tratamento do esgoto, o qual é imprescindível
para a qualidade de vida em comunidades urbanas.

Aplicação do lodo na implantação da
cultura da banana

O lodo é o resultado desse tratamento e possui uma forte vocação para
ser reciclado no solo agrícola, mas para

isso ele precisa estar adequado para
que sua aplicação não resulte na poluição do solo”, destaca Berton.
Vale à pena salientar que, segundo
a Fundação Nacional de Saúde, para
cada real investido no setor de saneamento economizam-se R$ 4,00 na área
de medicina curativa.

ueira - trans.jpg

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

31
Pragas e Doenças

Alerta: Ferrugem
alaranjada chega aos
canaviais paulistas
Gustavo de Almeida Nogueira
Gerente do Departamento Técnico da Canaoeste

A

ferrugem alaranjada é uma doença antiga da cana-de-açúcar,
que estava presente apenas
nos países do sudeste da Ásia e Oceania, sem nenhum impacto econômico. Porém, passou a causar alguns danos em outros lugares. A partir do ano
2000, chegou aos canaviais da Austrália. E em julho de 2007, no continente
americano, constatada primeiramente
na Flórida (EUA) e, em setembro, na
Guatemala e países vizinhos.
Agora, quem deve ficar em estado
de alerta são os produtores de canade-açúcar brasileiros, já que foi constatada a ocorrência da doença na região de Araraquara – SP . Quem fez o
alerta ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, foi o
consultor e fitopatologista de canade-açúcar, Dr.Álvaro Sanguino.
A prova de identificação de que
realmente se tratava deste fungo foi
realizada pelos pesquisadores da CanaVialis - empresa do Grupo Monsanto – que, por meio de exames labora-

toriais, fizeram o seqüenciamento
genético do DNA deste patógeno.
Ainda não é possível prever o nível de dano que será causado às variedades que apresentam a doença,
pois a virulência da ferrugem alaranjada é uma interação da mesma com
meio ambiente e também com a própria constituição genética das variedades. Por isso, é importante o acompanhamento do desenvolvimento da
doença para futuros plantios e avaliação da intensidade dos danos que
serão causados ao setor sucroenergético nacional.
A ferrugem alaranjada pode
ter sido trazida ao Brasil por correntes de ar, por aves migratórias ou até
mesmo por aeronaves com
rotas internacionais. Não se descarta também a possibilidade desta doença ter vindo em calçados e vestimentas de pessoas que estiveram
nas regiões onde a ferrugem alaranjada é endêmica.

Sobre a doença
Dois tipos de ferrugem atacam a
cana-de-açúcar, ambos causados por
um fungo do gênero Puccinia: a ferrugem marrom, causada por Puccinia
melanocephala, e a ferrugem alaranjada, causada por Puccinia kuehnii.
A primeira é conhecida e chegou ao
Brasil em 1986, após oito anos de sua
chegada aos países do Caribe e da América Central, vinda da África por correntes aéreas. As espécies são distintas, mas
uma característica é comum a elas: os
minúsculos esporos desses fungos se
disseminam muito facilmente pelas correntes aéreas. Por isso o alerta em relação à “ferrugem alaranjada da cana-deaçúcar”: será que a história se repetirá?
Quando a ferrugem marrom chegou
ao país, tínhamos conhecimento da reação de diversas variedades e clones
nacionais em razão do intercâmbio de
material que mantínhamos com diversos países e também porque possuíamos testes de campo no exterior. Mas
foi somente depois da chegada da doença que o real efeito nas variedades
pôde ser conhecido e a substituição
das suscetíveis foi realizada. Graças aos
ativos programas de melhoramento
genético, a substituição pôde ser feita
com relativa velocidade e tranqüilidade, ainda que com perdas.
Atualmente, o Brasil possui mais
do que o dobro de área de cana do
que possuía em 1986. Sabemos que
pelo menos uma das variedades mais

32

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009
Pragas e Doenças
tal ou da Guatemala – ou
mesmo outro país dessa
região – principalmente se
visitar canaviais:

plantadas – a RB72454 – é suscetível.
Há possibilidade de outras também
serem suscetíveis. Se isso ocorrer, o
prejuízo poderá ser maior. Na conta do
prejuízo, entretanto, outros fatores
devem ser levados em conta. Hoje temos uma diversidade maior de variedades do que naquela época, e elas
são melhores, graças aos ativos programas de melhoramento.

Como a única maneira econômica
para o controle das ferrugens é o uso
de variedades resistentes, é importante se prevenir com uma boa diversidade de variedades nos canaviais, e, principalmente, nos viveiros. Nas lavouras
comerciais, é recomendável que não se
tenha mais do que 20% da área total
com uma única variedade. Além disso,
novas variedades devem estar sendo
sempre avaliadas e validadas quanto
ao seu valor e risco. Uma vez aprovadas num processo criteriosamente seguro, deve-se seguir com a multiplicação segundo as normas recomendadas
em programas de mudas sadias. Aqueles que tiverem um programa de mudas
sadias, com uma boa diversificação de
variedades, serão os que menos sofrerão o impacto da nova doença.
Além dos procedimentos acima,
para que essa doença seja cada vez mais
controlada, tome os seguintes cuidados se participar de qualquer evento
na região canavieira dos EUA continen-

1. Não recomendamos
curiosidade em ver os sintomas da ferrugem alaranjada. Para um leigo eles não
têm diferença marcante
com os da ferrugem comum. Não vale o risco tentar ver detalhes do sintoma ou dos esporos, pois
estes podem impregnar as
suas vestimentas ou seu
corpo. Portanto, evite ao
máximo visitar campos de
cana-de-açúcar infectados pela doença.
2. Ao fim de qualquer dia, ao retornar ao hotel, mesmo que não tenha visto a ferrugem alaranjada, separe as vestes usadas e as coloque em um saco de
plástico na hora do banho. Limpe bem
os sapatos. Repita isto todos os dias
que for ao campo.
3. Mantenha uma roupa limpa separada para o retorno ao Brasil. Embale
todas as roupas usadas numa mala e
somente depois tome banho e se vista
com as limpas.
4. Ao chegar de retorno, abra as malas apenas em sua casa e imediatamente
envie as roupas para lavagem. Providencie também a limpeza das malas. Por fim,
tome um banho caprichado.
Outras informações:
www.canavialis.com.br
Fonte: CanaVialis

foi constatada a ocorrência da
doença na região de Araraquara – SP
Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

33
34

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009
Fábio R. Pozzebom/Abr

Fábio R. Pozzebom/Abr

Repercutiu

"Os países em desenvolvimento não podem ficar criando resistência quando se é discutido o fundo internacional para o meio-ambiente. Precisamos de ajuda, mas temos que agir antes. Liderar pelo
exemplo"
Marina Silva, pré-candidata à presidência nas eleições de 2010.

“Se 10% do combustível fóssil do mundo vier a ser substituído por etanol, a mistura E10 traria um benefício ambiental considerável, e criaria mais
empregos”
José Serra, governador do Estado de
São Paulo – dezembro/
2009

Valter Campanato/ABr

Fábio R. Pozzebom/Abr

“Fizemos o zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar para
garantir que nosso etanol seja 100% verde. Garantimos com isso
que não haverá novas usinas de cana no Pantanal, na Amazônia, em
áreas de vegetação nativa e que não vai haver queimadas”.
Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente

"O modelo de etanol e bioeletricidade brasileiro são alternativas viáveis para os novos desafios
globais de energia que surgiram."
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da
República do Brasil - dezembro/2009

“A opção concreta e viável a curto prazo para reduzir as emissões é o etanol
de cana, uma tecnologia que o Brasil detém e que os países em desenvolvimento
deveriam observar”.
Marcos Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (UNICA)
Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

35
Biblioteca

Cultura

Cultivando
a Língua Portuguesa

“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”
A História do Carro Flex no Brasil

Esta coluna tem a intenção de maneira didática,
esclarecer algumas dúvidas a respeito do português

João Maffeis Neto

"O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é
no dicionário" Einstein
1) Maria fará um exame médico: “ultra-som”. Está preocupada com o resultado.

Renata Carone
Sborgia*

Maria, estamos preocupados duplamente: com o resultado e
a expressão escrita com hífen.
Prezados amigos leitores, segundo o Novo Acordo Ortográfico o correto é
ultrassom.
Dica fácil e útil: a regra geral do hífen - deixa de ser empregado quando o
prefixo (no caso do exemplo: ultra) termina em vogal e o segundo elemento começa com as consoantes S ou R (no caso do exemplo: som). Nesse caso, a consoante obrigatoriamente passa a ser duplicada. (correto: “ss”)
2) O departamento da empresa fará uma festa no final do ano “hiperrequintada”!
Com a expressão escrita de forma incorreta, haverá uma festa sem requinte!
Prezado amigo leitor existe no tópico gramatical HÍFEN a seguinte regra conforme, agora, o Novo Acordo Ortográfico: o hífen permanece quando o prefixo
terminar com R (no caso do exemplo: hiper) e a primeira letra do segundo elemento
também é R (no caso do exemplo: requintada).
O correto é hiper-requintada (o).

O

3) Quanta confusão com a expressão ANHANGUERA!
Algumas placas com trema outras não...
E agora, prezado amigo leitor?
Simples! Um sinal a menos!
O trema foi abolido (regra geral), segundo o Novo Acordo Ortográfico.
O correto é Anhanguera.
P.S.: O sinal gráfico deixa de existir na Língua Portuguesa. Vale lembrar, porém,
que a pronúncia continua a mesma.
PARA VOCÊ PENSAR:
“ A disciplina é a parte mais importante do sucesso”

livro " A História do Carro Flex no Bra
sil" não é totalmente fiel ao seu título,
pois abre caminho para outras histórias do
país serem relatadas e conhecidas por todos.
É possível que durante a leitura você encontre a história da crise do petróleo que resultou
no Proálcool , que originou o carro movido a
álcool, sendo substituído mais tarde pelo carro flex. Você também pode encontrar informações preciosas sobre o aquecimento global e
as graves conseqüências que a Terra pode
sofrer se nada for feito pelas autoridades governamentais.

Truman Capote
“Durante a nossa vida conhecemos pessoas que vem e ficam...
Outras que, vem e passam.
Existem aquelas que, vem, ficam e depois de algum tempo se vão.
Mas existem aquelas que vem e se vão com uma enorme vontade de ficar...”
Charles Chaplin
“ A alma é uma borboleta...
Há um instante em que uma voz diz que chegou o momento de uma grande
metamorfose...”
Rubem Alves
* Advogada e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em
Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras)
com Miriam M. Grisolia

36

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

Esta obra não é indicada apenas para aquelas pessoas que já conhecem a história e já
sabem o que deve ser feito, mas sim para todas aquelas pessoas que de alguma maneira
tentam entender o que está acontecendo com
o nosso país.

Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar
a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto
Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone
(16)3946-3300 - Ramal 2016
marcia.biblioteca@canaoeste.com.br
Agende-se
Janeiro / Fevereiro
12º ITAIPU RURAL SHOW
Empresa Promotora: Cooperativa Regional Itaipu
Tipo de Evento: Exposição / Feira
Início do Evento: 27/01/2010
Fim do Evento: 30/01/2010
Estado: SC
Cidade: Pinhalzinho
Localização do Evento: Centro de Treinamento e Transferência de Tecnologias - BR 282, km 280 (cerca de dois quilômetros a oeste do centro de Pinhalzinho)
Informações com: Cooperativa Regional Itaipu
Site: www.cooperitaipu.com.br
Telefone: (49) 3366-6500
E-mail: itaipu@cooperitaipu.com.br
13ª JORNADA DE ATUALIZAÇÃO EM
AGRICULTURADE PRECISÃO
Empresa Promotora: Dp. de Engenharia Rural, ESALQ/USP
Tipo de Evento: Seminário / Jornada
Início do Evento: 11/01/2010
Fim do Evento: 15/01/2010
Estado: SP
Cidade: Piracicaba
Localização do Evento: ESALQ/USP- Av. Centenário, 1080
Informações com: FEALQ
Site: www.agriculturadeprecisao.org.br
Telefone: (19) 3417-6604
E-mail: cdt@fealq.org.br
CURSO DE INICIAÇÃO DE POTROS (DOMA)
Empresa Promotora: Universidade do Cavalo
Tipo de Evento: Curso / Treinamento
Início do Evento: 21/01/2010
Fim do Evento: 24/01/2010
Estado: SP
Cidade: Sorocaba
Localização do Evento: Uni. do Cavalo - Fazenda Chaparral
Informações com: Universidade do Cavalo
Site: www.universidadedocavalo.com.br
Telefone: (15) 3202 7866
E-mail: uc@universidadedocavalo.com.br
CURSO BÁSICO DE RÉDEAS E CONTROLE DO CAV
ALO
Empresa Promotora: Universidade do Cavalo
Tipo de Evento: Curso / Treinamento
Início do Evento: 25/01/2010
Fim do Evento: 26/01/2010
Estado: SP
Cidade: Sorocaba
Informações com: Universidade do Cavalo
Telefone: (15) 3292 6633
E-mail: uc@universidadedocavalo.com.br

de 2010

CLÍNICA DE CCE - CONCURSO COMPLETO DE
EQUITAÇÃO
Empresa Promotora: Universidade do Cavalo
Tipo de Evento: Curso / Treinamento
Início do Evento: 28/01/2010
Fim do Evento: 31/01/2010
Estado: SP
Cidade: Sorocaba
Localização do Evento: Uni. do Cavalo - Fazenda Chaparral
Informações com: Universidade do Cavalo
Telefone: (15) 3202 7866
E-mail: uc@universidadedocavalo.com.br
SHOW RURAL COOPAVEL 2010
Empresa Promotora: Coopavel Cooperativa Agroindustrial
Tipo de Evento: Exposição / Feira
Início do Evento: 08/02/2010
Fim do Evento: 12/02/2010
Estado: PR
Cidade: Cascavel
Localização do Evento: Show Rural Coopavel
Informações com: Coopavel
Site: www.showrural.com.br
Telefone: (45) 3225-6885
E-mail: showrural@coopavel.com.br
20ª ABERTURA OFICIAL DA COLHEITA DO ARROZ
Empresa Promotora: Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz), Assoc. dos Arrozeiros de Camaquã
Tipo de Evento: Dia-de-Campo / Visita Técnica
Início do Evento: 25/02/2010
Fim do Evento: 27/02/2010
Estado: RS
Cidade: Camaquã
Localização do Evento: Parque do Sindicato Rural de Camaquã
Informações com: Federarroz
Site: www.colheitadoarroz.com.br
Telefone: (53) 3243.6002/3243.2562
E-mail: federarroz@terra.com.br
FESTA NACIONAL DA UVA 2010
Empresa Promotora: Festa Nacional da Uva Turismo e
Empreendimentos S/A
Tipo de Evento: Rodeio / Festa do Peão / Outras Festas
Início do Evento: 18/02/2010
Fim do Evento: 07/03/2010
Estado: RS
Cidade: Caxias do Sul
Localização do Evento: Pavilhões da Festa da Uva
Informações com: SECRETARIA DO TURISMO
Site: www.festanacionaldauva.com.br
Telefone: 0800- 541-1875
Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

37
VENDEM-SE
- Tanque de polietileno vertical p/
água e combustível, 10.000, 5000 e 3000
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2500 litros.
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3942-8597 ou (16) 9185-7975.
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de cachaça
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*06 Dornas de 1,0 m3 e acessórios
*01 tanque de 30 m3; e 01 de 10 m3
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Tratar com Beto Celestino pelos telefones: (34)3246-2121 ou 9988-2009
E-mail: betocelestino@uol.com.br
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Tratar com ZPTratores pelo telefone: (19) 3541-5318 ou pelo email:
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Jaguari. Características: 0 a 1,5 metro
de profundidade é barro para cerâmica,
38

Revista Canavieiros - Dezembro de 2009

1,5 metros até 4,5 metros de profundidade é areia e após os 4,5 metros é barro refratário. Localizado na região de
São João da Boa Vista-SP. Valor: R$
700.000,00 (CRECI 84540-F).
Tratar com TerraVerde Imóveis Rurais
pelo telefone: (19) 3541-5318 ou pelo email:
terraverdeimoveis@yahoo.com.br.
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e 99 nos chassis. Bom estado de conservação. Só fazem plantio de cana.
Tratar com José Carlos pelo telefone: (17) 9149-2832 ou pelo email:
josecff@terra.com.br.
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região de Araras-SP. Valor: R$ 65.000,00/
alq. (CRECI 84540-F).
Tratar com Terra Verde Imóveis Rurais
pelo telefone: (19) 3541-5318 ou pelo email:
terraverdeimoveis@yahoo.com.br.
VENDE-SE
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*reboque canavieiro, ano 1986, marca Rodoviária. Valor: R$15 mil.
Tratar com Otavio pelo telefone:
(14) 9651-2917 ou pelo email:
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VENDE-SE
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mil pés de café, estruturada para exportação, diversas maquinas, alojamentos,
e exportadora de café para a Europa com
vários prêmios internacionais. Valor: R$
5.500.000,00. (CRECI 84540-F).
Tratar com Terra Verde Imóveis Rurais
pelo telefone: (19) 3541-5318 ou pelo email:
terraverdeimoveis@yahoo.com.br.
LOTEAMENTOS INDUSTRIAIS
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Anhanguera, região de Araras-SP,

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com Terra Verde Imóveis Rurais pelo
telefone: (19) 3541 5318 ou pelo email:
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VENDE-SE
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de 50.000 litros/hora. Documentação da
área está quase pronta. Área de 46.500
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Ed42dezembro09

  • 1. Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 1
  • 2. 2 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009
  • 3. Editorial Decisão adiada D epois de uma longa espera pela 15ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática, realizada em Copenhague, a COP 15, no início deste mês, o planeta precisou aceitar a decisão dos líderes de 193 países de adiar o acordo para um novo encontro que deve ocorrer no próximo ano. Na Reportagem de Capa desta edição você pode conferir o que foi discutido durante a COP 15, as dificuldades e principalmente a tentativa do Brasil em buscar uma solução para os países em desenvolvimento. O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, João de Almeida Sampaio Filho, é o entrevistado deste mês e fala sobre a grande importância de São Paulo no valor da agropecuária nacional. Além disso, o secretário expõe pontos sobre o seguro rural, contrato de opção, aumento da área do produtor e o que espera para 2010. Em Assuntos Legais, o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, traz explicações sobre a publicação do decreto que institui o Programa Federal de Apoio à Regularização Ambiental de Imóveis Rurais, o programa “Mais Ambiente”, e também sobre a prorrogação para o dia 11 de junho de 2011 do prazo para averbação da reserva florestal legal. E há novidade: um novo serviço oferecido pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) permite que os proprietários rurais possam emitir o certificado de cadastro de imóvel rural pela internet, um documento indispensável para a realização de transações imobiliárias. O destaque desta edição é a atualização da Unica (União da Agroindústria da Canade-açúcar) sobre a estimativa de moagem de cana para a safra 2009/10. O novo resultado ultrapassou os 529, 54 milhões de toneladas, enquanto que, de acordo com a Conab, a produção brasileira de açúcar será a maior dos últimos 30 anos. O diretor-adjunto da Canaoeste, José Mario Paro, expõe seu Ponto de Vista sobre o final desta safra, que prevê 50 milhões de toneladas no campo e unidades que emendaram uma safra à outra. Também aborda a posição que o produtor precisa ter nesta fase e o que promete o futuro próximo. As Novas Tecnologias mostram o projeto e construção de carretas de transbordos para cana-de-açúcar apresentados durante workshop realizado em Ribeirão Preto pelo IAC (Instituto Agronômico), vinculado à APTA, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. E também uma nova forma de sustentabilidade: o uso agrícola do lodo de esgoto, que pode aumentar produtividade e reduzir o custo de produção. A secção Noticias Copercana traz a parceria feita entre o Sebrae-SP e a Copercana para o desenvolvimento da atividade da ovinocultura na região, que conta com o PCQ (Programa Cordeiro de Qualidade) para a valorização do produto final. Nesta secção você também poderá saber sobre a reinauguração da loja de ferragens da Copercana em Santa Rosa de Viterbo e também a inauguração da nova agência Cocred na cidade. Já em Notícias Canaoeste está a participação do presidente da associação, Manoel Ortolan, no encontro da WABCG (Associação dos Produtores de Beterraba Açucareira e Cana, da sigla em inglês) e na reunião da ISO (Organização Internacional do Açúcar), em Londres, no mês de novembro. Em Pragas e Doenças, o gerente do Departamento Técnico da Canaoeste, Gustavo Nogueira, faz um alerta sobre a chegada da ferrugem alaranjada nos canaviais paulistas, que já provoca danos em Araraquara-SP. O acompanhamento do desenvolvimento da doença é de grande importância para futuros plantios. Além disso, você pode conferir também as dicas de leitura, Língua Portuguesa e as informações setoriais do mês de novembro de acordo com o assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso. Boa leitura! Conselho Editorial Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 3 3
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson As decepções da COP 15 Depois de duas semanas de discussões, a 15ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática de Copenhague terminou de forma melancólica: 22 Pag. Pag. OUTRAS DESTA DESTA QUES Entrevista CIRCULAR Pag. 1 2 CONSECANA João Sampaio Secretário estadual de Agricultura e Abastecimento A diversificação de São Paulo Pag. Pag. Pag. 05 Pag. Ponto de vista Pag. diretor adjunto da Canaoeste Virando a página... Pag. Notícias 08 08 10 Cocred - Balancete Mensal Pag. Pag. Pag. Pag. Pag. DIAGRAMAÇÃO: Rafael H. Mermejo EQUIPE DE REDAÇÃO / FOTOS: Carla Rodrigues - MTb 55.115 Carla Rossini Cristiane Barão Rafael H. Mermejo COMERCIAL E PUBLICIDADE: Janaina Bisson (16) 3946-3311 - Ramal: 2008 comercial@revistacanavieiros.com.br IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora TIRAGEM: 11.000 exemplares 2 8 TECNOLOGIAS I ISSN: 1982-1530 PRAGAS E DOENÇAS A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. 32 35 CULTURA Pag. 36 18 AGENDE-SE Pag. Novas Tecnologias II Tecnologias Lodo de Esgoto: uso agrícola 18 pode aumentar produtividade e reduzir o custo de produção Pag. 4 4 INFORMAÇÕES SETORIAIS 26 REPERCUTIU 13 Canaoeste WABCG e ISO discutem perspectivas para 2010 Notícias 24 JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carla Rossini – MTb 39.788 NOVAS Pag. Copercana - Parceria Copercana e Sebrae-SP beneficia ovinocultura - Loja de ferragens da Copercana é reinaugurada em Santa Rosa de Viterbo Notícias ROTAÇÃO DE 17 CULTURA DESTAQUE José Mario Paro Pag. Pag. 15 ASSUNTOS LEGAIS EDITORA: Cristiane Barão – MTb 31.814 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 37 ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 - (ramal 2190) www.revistacanavieiros.com.br CLASSIFICADOS Pag. 38 www.twitter.com/canavieiros redacao@revistacanavieiros.com.br
  • 5. Entrevista João Sampaio Secretário estadual de Agricultura e Abastecimento A diversificação de São Paulo Cristiane Barão P ara o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, João de Almeida Sampaio Filho, a diversificação tem garantido a São Paulo participação marcante no valor da agropecuária nacional – 20%, e nas exportações do setor – 25%. Também é um dos fatores que faz da região de Barretos a primeira do Estado na geração de renda. Segundo ele, apesar de a cana ocupar 5 milhões de hectares ou 25% da área ocupada com culturas no Estado, ainda há espaço para avanços, sobretudo em áreas que podem ser aproveitadas, principalmente na recuperação de pastagens e no consórcio cana com pecuária. No entanto, ele acredita que o ritmo de crescimento será menor. Por e-mail, o secretário também falou sobre seguro rural, contrato de opção, perspectivas para 2010 e o desafio de aumentar a renda do produtor de cana. Abaixo, a íntegra da entrevista. Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 5
  • 6. Entrevista Canavieiros - São Paulo foi pioCanavieiros - No âmbito federal, pago pelo contrato será subvencioneiro na subvenção do seguro ru- a área segurada não chega a 10% nado. A intenção do governo do Esral. Qual a abrangência do progra- do total com culturas. Por que o pro- tado é subvencionar 50% do prêmio ma paulista? grama não avança? pago nos contratos para exercer o diJoão Sampaio - O projeto de subSampaio - Há duas explicações reito da opção. A partir do momento venção ao prêmio do seguro rural básicas: falta de recursos do gover- em que ele adquire o direito de exerfoi criado pioneiramente em 2004 e no Federal para o seguro rural e, por- cer a opção, ele já está protegido, se no ano passado, batemos os recor- tanto para a subvenção, o que acaba o preço cair, ele exerce a opção de des de pagamentos e participações resultando num seguro muito caro. E venda, se os preços subirem até o de produtores rurais paulistas. No a outra é que o produtor brasileiro vencimento do contrato, ele entrega ciclo agrícola de julho de 2007 a ju- não tem a cultura de fazer seguro. Ne- a mercadoria com a valorização adlho de 2008 foram 2.717 subvenções cessitamos torná-lo mais popular, re- quirida. O ônus fica apenas com os pagas totalizando R$ custos do pagamento do 2,63 milhões. Com ampli- "Equilibrar os custos. Essa é uma forma prêmio e esses serão banação dos beneficiários de assegurar mais renda ao produtor" cados 50% pelo governo participantes e agilidado Estado. de no processo de recebimento de duzindo seu custo, e disseminarmos 50% do prêmio pago direto ao pro- a ideia de que qualquer agricultura Canavieiros - A cana ocupa hoje dutor, o segundo semestre de 2008 competitiva precisa estar segurada. 5,46 milhões de hectares em São totalizou 5.013 subvenções com va- Também no passado, tivemos expe- Paulo. Há cinco anos, ocupava 3 lor de R$ 7 milhões pagos ao agri- riências mal sucedidas de pagamen- milhões/ha. Há espaço para a culcultor. O crescimento gradual da to de seguro, então, o produtor fica tura avançar ainda? participação é reflexo de algumas al- desconfiado. Sampaio - A cana cresceu nos últerações como a modificação no entimos anos em cima das áreas de pasquadramento dos beneficiários, que Canavieiros - Há pouco tempo tagens degradadas, particularmente se limitavam a pequenos e médios o senhor disse que o governo estu- na região oeste do Estado. O ritmo produtores com renda anual de até da a implantação do contrato de de crescimento foi forte, não acrediR$ 400 mil, para um limite de sub- opção. Como esse mecanismo vai to que teremos este mesmo patamar venção de até R$ 24 mil por produ- funcionar? Há previsão para a im- de expansão, mas ainda temos áreas tor independente da sua renda agro- plantação? que podem ser aproveitadas, principecuária no ano. A segunda alteraSampaio - Trata-se de um projeto palmente na recuperação de pastação é que, ao invés do produtor pa- inédito no país que oferecerá subsí- gens e no consórcio cana com pecugar integralmente o prêmio, ele paga dio (subvenção) aos produtores que ária, como já tem sido feito com os somente 50% e o governo do Esta- queiram assegurar o preço da sua confinamentos na região nordeste do repassa às seguradoras os 50% safra por meio de mecanismos ofere- do Estado. restantes. Além disso, o agricultor cidos no mercado financeiro. O chapode se beneficiar também da sub- mado Projeto de Seguro de Renda, Canavieiros - O levantamento do venção de 50% do projeto do go- numa parceria com o Banco do Bra- IEA, divulgado em novembro, mosverno Federal, implementado em sil, deve entrar em funcionamento em tra que houve redução da área plan2006, cabendo dessa forma ao pro- 2010. O projeto visa subsidiar parte tada em regiões tradicionais, como dutor paulista o pagamento de 25% das operações que serão realizadas Araraquara (-17,4%), Limeira (do prêmio total. via mercado futuro, com base nas 10,9%) e Barretos (-10,3%), encotações BM&F/ quanto que novos plantios são marBovespa para mi- cantes em regiões como Sorocaba e lho, soja, café e Bragança Paulista. Essa é uma tenboi. O produtor dência? poderá exercer a Sampaio - Ainda não podemos opção de venda afirmar que é uma tendência, mesmo no momento em porque o levantamento do IEA foi que os preços de feito num momento estratégico e é a mercado estive- primeira vez que se aponta isso na rem em um pata- estimativa de safra. Algumas novas mar satisfatório. unidades estão sendo instaladas e O produtor exer- isso acaba refletindo no plantio de ce a opção e de- cana em áreas específicas. pois a entrega fisicamente. Para Canavieiros - O setor sucroenerisso, o prêmio gético tem crescido, enquanto a ren- “ 6 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009
  • 7. Entrevista está na nossa pauta, não há como fugir. O mercado comprador e a sociedade nos cobram e teremos que nos adequar. Por isso, são importantes as discussões em torno da legislação ambiental, sobre o uso de adubação química, procedência e certificação dos produtos. O Brasil terá que encarar estes e outros desafios que se colocam nas próximas décadas. Claro que temos ainda que considerar a infraestrutura logística deficiente, a política de crédito agrícola defasada e a falta de seguro rural. Apesar de competitivo, temos ainda muitos obstáculos a serem superados. da do produtor de matéria-prima está na direção oposta. Na opinião do senhor, o que é preciso fazer para elevar a renda? Sampaio - Equilibrar os custos. Essa é uma forma de assegurar mais renda ao produtor. Outra é melhorar as condições de preços nos produtos finais, a cadeia precisa buscar o equilíbrio. Mas o setor possui fóruns de discussão que permitem uma melhor relação. Canavieiros - É possível traçar as perspectivas para o agronegócio em 2010? Sampaio - Pelos primeiros números que apuramos do setor do agronegócio paulista em 2009, diante do quadro pessimista que tínhamos depois de outubro de 2008, no auge da crise econômica, 2009 apresentou-se de forma razoável. Alguns produtos obtiveram bons preços internacionais Canavieiros - Qual a participação de São Paulo na produção agropecuária nacional e nas exportações? Sampaio - No valor da produção agropecuária e florestal respondemos por quase 20% do valor total do país, devemos atingir em 2009 , cerca de R$ 40 bilhões. Nas exportações, também respondemos por 25% das exportações do setor no país. São Paulo tem um papel importante como corredor de exportação de grande parte dos produtos e mais: temos um mercado consumidor imenso e necessário para manter equilíbrio entre oferta e demanda dos produtos agrícolas brasileiros. "O desafio da sustentabilidade na agricultura brasileira está na nossa pauta, não há como fugir. O mercado comprador e a sociedade nos cobram e teremos que nos adequar" Canavieiros- A região de Barretos é a que apresenta a maior renda do Estado. Isso é atribuído a que fatores? Sampaio - Barretos é uma região diversificada, temos ali várias culturas convivendo ou ainda totalmente integradas. Barretos possui grandes áreas de cana, mas também cultivo de laranja, assim como crescimento de áreas de seringueira, sem contar parte dos grãos, que servem na reforma dos canaviais. E a característica que se tem tornado marcante em áreas de pecuária com o crescimento da cana. Há uma integração das duas atividades, tanto que o número de confinamentos e semi confinamentos utilizando cana para alimentação animal aumentou na região. Esta diversidade faz com que a renda agrícola da região seja a maior. Eu sempre digo que o produtor não pode focar somente em uma atividade, ele tem que ter várias opções para não perecer completamente nas crises de um ou outro produto. “ como é o caso do açúcar e também na área de madeiras. No setor de grãos, o quadro foi totalmente desfavorável e no Brasil, o mais grave, tem sido o câmbio que, para a cafeicultura e citricultura, tem sido penoso. Para 2010, sou otimista, o processo de recuperação está em andamento e devemos ter um quadro melhor para carnes, sucroalcooleiro e grãos. Agora, o câmbio vai continuar achatando a renda dos produtores, se não houver alteração neste quadro. Canavieiros - E para as próximas décadas? Quais serão os desafios? Sampaio - O desafio da sustentabilidade na agricultura brasileira Canavieiros- Qual a participação das culturas na área plantada do Estado: grãos, florestas plantadas, pastagens, laranja e café? Sampaio - Hoje, a cana-de-açúcar ocupa mais de 25% da área total cultivada com 5 milhões de hectares, as florestas plantadas chegam a 1 milhão de hectares e as pastagens em torno de 9 milhões de hectares. Laranja permanece com área estável em torno de 670 mil hectares, com uma migração de pomares para a região sul do Estado, enquanto que o café também permanece com 230 mil hectares. São Paulo não é tradicionalmente um produtor de grãos, mas chegamos a mais de 2,5 milhões de hectares cultivados anualmente. Também somos grandes produtores de flores, frutas, borracha natural, assim como na produção de ovos e carne de frango, portanto com uma cesta diversificada de produtos. Creio que isso seja a nossa principal marca e vantagem produtiva. Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 7
  • 8. Ponto de Vista Virando a página... José Mario Paro* Q uando esta revista estiver chegando às mãos de seus leitores, a maioria das usinas e destilarias do Centro-Sul do país terá parado suas máquinas, o que não significa dizer que toda a cana terá sido colhida. Fala-se que restarão 50 milhões de toneladas no campo, por excesso de chuvas e/ou manutenção deficiente das indústrias. Tenho lido que cerca de 50 unidades não interromperão suas atividades, emendando a presente safra à próxima. Seriam indústrias que começaram a safra tarde, com muita cana a colher e pouco dinheiro no banco, necessitando fazer caixa. Além da ocorrência de chuvas acima das médias históricas e das conseqüências da falta de manutenção em várias unidades, outros fatos impactantes estão transformando a safra 2009/10 em uma safra histórica, justificando a velha máxima: “cada safra é uma safra”. Inquestionavelmente, a inevitável consolidação do setor tem sido traumatizante, pois levou de roldão usinas como a Santa Elisa, Vale do Rosário, Da Barra, Nova América, para ficar naquelas que melhor representaram uma era que não mais voltará. É então oportuno que, neste ponto, eu complete o título desta coluna: de “VIRANDO A PÁGINA...” para “VIRANDO A PÁGINA DO CALENDÁRIO”, pois a página desta safra levará tempo para ser virada. E quanto a nós, produtores, que estamos carregando o insucesso das safras 07/08 e 08/09 e sentindo a safra 09/10 não corresponder plenamente às expectativas? Teremos tempo para respirar? Considero essa a grande pergunta a ser respondida no momento e, para isso, precisaremos de três boas safras seguidas: 09/10, 10/11 e 11/12: 8 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 1 – Safra 09/10: foi uma safra de alto custo. Cortamos, carregamos e transportamos muita cana e pouco açúcar e as horas paradas penalizaram a todos. Somente em outubro passado o preço do kg do ATR chegou a R$ 0.3102 (média do Estado), não se confirmando a esperada recuperação mais rápida dos preços. Mesmo fechando a R$ 0.33/kg/ATR, número esperado, é bom não esquecer que está prevista uma quantidade média de 9 kg de ATR a menos do que no período passado, que já não foi tão bom neste aspecto. E mesmo os possíveis R$ 0.33/kg/ATR corresponderão a somente 85% do valor da safra 06/07, descontada a inflação do período. Os preços do açúcar e do álcool aparentemente já alcançaram seu pico e temos ainda o efeito do câmbio, a prejudicar toda a cadeia do agronegócio, sem falar na inadimplência que boa parte de nós está amargando, por falta de pagamento de algumas indústrias. 2 - Safra 10/11: parece prometer bem: - boas produtividades agrícolas em grande parte devido à ocorrência das chuvas que ora tanto nos incomodam; - maiores possibilidades de o clima comportar-se dentro das médias históricas, permitindo a recuperação do teor de ATR; - provável permanência de preços mais regulares e em bons níveis. O câmbio possivelmente continuará sendo um fator baixista. 3 – Safra 11/12: muitas perguntas e poucas respostas. Continuará faltando açúcar no mundo? E o álcool, como será o merca- do interno? Vamos, enfim, exportar mais? E o pré-sal? E os preços do petróleo? Em que resultará o forte “lobby” político que se espera ser articulado pelos grandes grupos que estão sendo formados? Quem estará no governo? Qual será sua política para o agronegócio e, em especial, para a cana? E o açúcar e o álcool? E quanto aos juros e ao câmbio a partir do segundo semestre de 2010? Ensinava o saudoso Prof. Mario Henrique Simonsen, economista emérito e ex-ministro da Fazenda: “os juros aleijam e o câmbio mata”. Outros sábios nos falaram (e continuam nos falando) de outras verdades: “ não há mal que sempre dure e nem bem que nunca se acabe”. Ou ainda: “uma regra de ouro do bem viver é não sofrer por antecipação”. E assim vou chegando ao final deste texto, em que meu propósito foi trazer à tona algumas questões nas quais nós, produtores, devemos refletir. Não sem antes desejar a todos nós três ótimos anos-safras: este e os dois próximos. *diretor adjunto da Canaoeste
  • 9. Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 9
  • 10. Notícias Copercana Parceria Copercana e Sebrae-SP beneficia ovinocultura Carla Rossini O objetivo é desenvolver cada vez mais a atividade na região O s criadores de ovinos da região de Sertãozinho podem contar com uma parceria entre a Copercana e o Sebrae-SP para auxiliá-los no desenvolvimento da atividade. O primeiro passo dessa união de esforços é implantar o PCQ (Programa Cordeiro de Qualidade), com o objetivo de organizar a cadeia produtiva da ovinocultura e agregar valor ao produto final. O PCQ visa à qualidade por meio da aplicação de tecnologia nas propriedades, utilizando as consultorias técnicas in loco para orientação em sanidade, nutrição, manejo reprodutivo e boas práticas, tudo com o apoio das unidades móveis Cordeirinho (exames de OPG, andrológico e diagnóstico de gestação) e Cordeirão (ultrassonografia de carcaças para avaliação de espessura de gordura, marmoreio e espessura de olho de lombo). Além da tecnologia, o Sebrae -SP disponibiliza consultor de grupo, de gestão financeira – para ajudar o produtor a entender os seus custos de produção – e um consultor especialista da cadeia da ovinocultura para orientações referentes à comercialização e mercado. Por meio dos trabalhos já realizados foi possível perceber que os produtores já obtiveram melhores resultados em relação à organização do grupo, redução da mortalidade, dos custos e informações sobre os mercados local e regional. 10 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 Confinamento da Copercana Visitas aos frigoríficos da região Para agilizar as ações de desenvolvimento das parcerias para o abate, elaboração dos cortes especiais e comercialização conjunta da carne de cordeiro, uma equipe formada por meio da parceria Copercana e Sebrae- SP visitou vários frigoríficos da região. O médico veterinário da Copercana, Gustavo Lopes, e os consultores do Sebrae-SP, Fernando Marino e Alexandre Couri, visitaram o Barra Mansa (Sertãozinho), Ligeirinho (Guariba), Fripom (Pontal) e o Frigorífico São Sebastião (Descalvado). Segundo Lopes, todos os estabelecimentos demonstraram interesse no abate de ovinos. “Alguns precisam de adaptações e outros já estão prontos, como é o caso do Frigorífico São Sebastião, que possui SISP e já realiza abate de ovinos”, afirmou. Parceria em Descalvado O Frigorífico São Sebastião abate suínos e cordeiros pelo valor de R$ 10,00 por cabeça. Assim que os cortes estiverem aprovados no SISP será possível realizar os cortes especiais como pernil, paleta, carré e costela, tudo embalado a vácuo. A proposta firmada com o frigorífico é abater os animais que estão no confinamento da Copercana e disponi- bilizar o produto final para vendas nos Supermercados na rede Copercana. Dessa forma, será possível criar um ciclo de produção e comercialização. Os produtores também podem optar em retirar seus animais do confinamento e vendê-los direto para frigoríficos ou para outros clientes. Fonte: Ovinonews
  • 11. Notícias Copercana Loja de ferragens da Copercana é reinaugurada em Santa Rosa de Viterbo Carla Rossini Também foi inaugurada a nova agência da Cocred A loja de ferragens da Copercana em Santa Rosa de Viterbo foi reinaugurada no dia 30 de novembro. Na mesma oportunidade, a Cocred deu início às atividades de sua mais nova agência. Cooperados, diretores e autoridades participaram da cerimônia, que reuniu aproximadamente 200 pessoas. O presidente da Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, falou sobre a credibilidade que as cooperativas estão recebendo dos produtores rurais de Santa Rosa. “Estamos satisfeitos com a receptividade que tivemos em Santa Rosa e por isso estamos aumentando os nossos serviços e colocando à disposição dos cooperados e clientes o que há de melhor no mercado agrícola”, disse Tonielo. Também fizeram uso da palavra o diretor da Cocecrer, David de Andrade, e a presidente da Câmara de Santa Rosa, vereadora Gislaine Apareci- da Badan Eleutério. O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, e o diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, estiveram presentes e participaram do corte da fita inaugural. Loja de Ferragens Pensando sempre no produtor, a Copercana conta com uma rede própria de Lojas de Ferragens. São 11 lojas no Estado de São Paulo e três lojas em Minas Gerais, para que os produtores rurais encontrem todo o apoio de que necessitam bem próximo a sua propriedade. A Copercana fornece aos cooperados todos os produtos necessários às suas atividades rurais, incluindo sementes, corretivos, fertilizantes, adubos foliares, ferragens, defensivos, produtos veterinários, máquinas, implementos, acessórios e muitos outros itens para uso diário na agricultura (lonas, arames, etc). Acesse: www.copercana.com.br Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 11
  • 12. Notícias Canaoeste Consecana CIRCULAR Nº 11/09 DATA: 30 de novembro de 2009 Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de NOVEMBRO de 2009. O preço médio do kg de ATR para o mês de NOVEMBRO, referente à safra 2009/2010, é de R$ 0,3185. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a novembro e os acumulados até NOVEMBRO, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à indústria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a novembro e os acumulados até NOVEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/09, são os seguintes: 12
  • 13. Notícias Canaoeste WABCG e ISO discutem perspectivas para 2010 Cristiane Barão Presidente da Canaoeste participou das reuniões, realizadas nos dias 22 e 23, em Londres O presidente da Canaoeste, Ma noel Ortolan, participou do encontro da WABCG (Associação dos Produtores de Beterraba Açucareira e Cana, da sigla em inglês) e de reunião da ISO (Organização Internacional do Açúcar), realizados nos dias 22 e 23 de novembro, em Londres. A conferência da WABCG foi aberta pelo seu presidente, Alf Cristaudo. A WABCG reúne associações de produtores de 31 países. Entre os assuntos discutidos: a influência da crise financeira n organização das indústrias de açúcar e etanol, as perspectivas para a bioenergia e os problemas ambientais enfrentados pelos países produtores. Já o tema da reunião da ISO, no dia 23, foram as perspectivas para o mercado mundial de açúcar para os próximos anos. De acordo com Ortolan, a previsão é que o Brasil exporte, no próximo ano, 3 milhões de toneladas a mais do que neste ano e que o mercado sinaliza para bons patamares de preços.
  • 14. Artigo Prorrogar não resolve o problema Manoel Carlos de Azevedo Ortolan* N a semana passada, o presidente Lula baixou o decreto 7.029/2009, instituindo o Programa Federal de Apoio à Regularização Ambiental de Imóveis Rurais, denominado programa “Mais Ambiente”. Entre seus pontos está a prorrogação do prazo final para a averbação da reserva legal nas propriedades rurais, que passou do dia último dia 11 para 11 de junho de 2011. A CNA (Confederação Nacional da Agricultura) estima que 90% dos proprietários ainda não registraram a área de reservas. Sem a prorrogação, esses agricultores estariam na ilegalidade, passíveis de multas que, muitas vezes, são superiores ao seu patrimônio. Isso representaria o fim da linha para grande parte dos produtores, já que a averbação não é apenas o registro da área em cartório: é necessário também investimento no seu reflorestamento. Pelos cálculos do Ministério da Agricultura, hoje cerca de 3 milhões de propriedades não têm condição de cumprir as exigências de recomposição. E além dessas despesas, que não são poucas, o agricultor perderá 20% de sua área produtiva. Esse é um assunto sobre o qual já falamos inúmeras vezes, alertando para os prejuízos que isso irá trazer não apenas para o setor rural, mas para a produção agropecuária nacional. E isso ocorrendo, os impactos chegarão à mesa dos brasileiros, já 14 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 que, colhendo menos, o preço dos alimentos subirão, e as exportações do agronegócio, fiel da balança comercial brasileira, também poderão sofrer reduções significativas. Esse é um raciocínio que parte da sociedade não aceita. Prefere apenas acreditar que o produtor rural não quer cumprir a lei para lucrar sobre o meio ambiente. O fato é que a prorrogação do prazo para averbação da reserva legal não resolve a questão. Apenas empurra o problema para frente. O que o setor produtivo quer e defende é a reformulação total da legislação ambien- tal e a criação de um Código Florestal moderno, condizente com a realidade da atividade agropecuária brasileira. A primeira versão do Código Florestal Brasileiro é de 1934 e a segunda, de 1965. Sofreu mais de 60 alterações e hoje estão em vigor mais de 16 mil normas ambientais. Não será nada fácil e barato produzir em meio à insegurança jurídica que há hoje no campo brasileiro. E não nos parece justo cobrar apenas do produtor rural a conta da preservação ambiental, quando o beneficiado é o conjunto da sociedade. O setor tem feito a sua parte, e às suas custas, na redução das emissões dos gases causadores do efeito estufa porque reconhece que a sustentabilidade conceito que pressupõe desenvolvimento econômico atrelado à justiça social e ao equilíbrio ambiental - é o critério que, a cada dia mais, irá definir o tamanho do mercado para os nossos produtos. O Brasil tem pela frente um cenário desafiador e sobre o qual poderá tirar proveito: segundo a ONU, até 2050, a população mundial beirará os 9,1 bilhões de habitantes, e será necessário produzir 70% mais de alimentos e 46% mais de energia. E a verdade é esta: não sabemos até quando o agronegócio brasileiro conseguirá se manter como um dos mais modernos e competitivos do mundo sendo regido por uma legislação do século passado. *presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo)
  • 15. Assuntos Legais Legislação Ambiental decreto n. 7.029/2009 - prorrogação paliativa. F oi publicado no dia 11.12.2009, no Diário Oficial da União, o De creto nº 7.029, de 10 de dezembro de 2009, que institui o Programa Federal de Apoio à Regularização Ambiental de Imóveis Rurais, denominado programa “Mais Ambiente”, além de outras providências, inclusive prorrogando para o dia 11 de junho de 2011, o prazo para entrada em vigor do artigo 55, do Decreto nº 6.514/2008, que estipula pena de multa de R$-50,00 a R$-500,00 por hectare ou fração da reserva florestal legal àquele que deixar de averbá-la. edades rurais com exploração agropecuária já consolidada antes da criação dos institutos da reserva florestal legal e das áreas de preservação permanente que, ante a atual legislação, já estão irregulares. É o caso, por exemplo, das videiras gaúchas, do café mineiro e paulista, da olericultura de Santa Catarina, dos canaviais paulistas e do Nordeste, sem contar os produtores do Norte, que desmataram observando o índice da legislação anterior e, agora, se veem forçados a reflorestar as mesmas áreas, dentre outras incontáveis situações. Segundo vem propagando o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, referido artigo 55 entraria em vigor no dia 11 de dezembro de 2009, colocando na ilegalidade mais de 3 milhões de proprietários rurais. Porém, na verdade, independentemente desta prorrogação, isso não resolve o problema de propri- Para resolver esta questão é necessária uma ampla revisão da legislação ambiental territorial brasileira, disciplinando os casos de exploração consolidada, o pagamento por serviços ambientais, a compensação florestal, a necessidade de zoneamento ecológicoeconômico, dentre outros assuntos que devem ser pautados dentro de normas técnicas e, jamais, políticas. Infelizmente, verificamos que o prazo para se realizar referida revisão e alteração legislativa não foi suficiente, o que forçou a edição do DecreJuliano Bortoloti - Advogado to n. 7.029/2009 Departamento Jurídico Canaoeste que, apenas, deu mais um fôlego para as propriedades que desmataram reserva florestal legal. Porém, de nada adianta às que já estavam desmatadas antes da criação da reserva florestal legal e/ou que exploravam áreas hoje consideradas como de preservação permanente antes da criação destas. Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 15
  • 16. Assuntos Legais Estes proprietários continuam à mercê de ações do Ministério Público com base na atual legislação e de ações fiscalizadoras dos órgãos ambientais que, repita-se, não leva em conta a exploração agropastoril em área consolidada, ou seja, antes da criação destas limitações ambientais (reserva legal, área de preservação permanente, etc.), obrigando-os a abandonarem áreas em franca produção agropastorial iniciada há várias décadas. E, o que é pior, estes proprietários rurais ficam impedidos de licenciarem suas atividades, bem como conseguirem linhas de crédito para custear sua atividade, pois os órgãos ambientais e financeiros exigem a reserva legal averbada para tanto. Desta forma, necessário se faz que toda cadeia produtiva pressione URGENTEMENTE os parlamentares e até mesmo o Poder Executivo no sentido de alterar a legislação ambiental atual que se mostra INEXEQUÍVEL, adequandoa ao histórico de ocupação territorial nacional. Proprietários rurais poderão emitir o certificado de cadastro de imóvel rural pela Internet U m novo serviço oferecido pelo INCRA (Instituto Naci onal de Colonização e Reforma Agrária) vai facilitar a vida de proprietários dos quase 6 milhões de imóveis rurais espalhados por todo o país. A partir de 14 de dezembro, será permitido emitir pela Internet, por meio do site do Incra (www.incra.gov.br) , o CCIR (Certificado de Cadastro de Imóvel Rural). O documento é indispensável para transações imobiliárias, como compra e venda de imóveis rurais e para tomada de empréstimos junto aos bancos. Por meio dele, os órgãos oficiais confirmam que o imóvel está cadastrado no SNCR (Sistema Nacional de Cadastro Rural). O SNCR é um instrumento fundamental para conhecer a estrutura fundiária do país. Suas informações servem para classificar os imóveis rurais em pequenos, médios e grandes, bem como para monitorar o uso e a titularidade do imóvel rural, verificar o cumprimento da função social, controlar a aquisição de terras por estrangeiros, além de combater a grilagem de terras e o trabalho análogo ao escravo. O CCIR passará a ser emitido anualmente e apenas pelo site do Incra. Até então, o documento valia por três anos, em média, e era enviado para o endereço dos proprietários dos imóveis. Com a emissão via web, o Incra vai economizar cerca de R$ 5 milhões, referentes ao contrato com os Correi16 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 os. O novo documento terá um código de autenticação de fácil consulta pelo Portal do Incra e evitará ações fraudulentas que lesavam detentores de imóveis rurais. O documento deste ano substitui o dos anos anteriores. 2009, a taxa será cobrada de acordo com o relativo exercício CCIR pela internet. Democratização do acesso Caso o cidadão não tenha acesso à Internet, ele poderá procurar a UMC (Unidade Municipal de Cadastramento) mais próxima de sua residência e realizar a emissão. Vinculadas às prefeituras, as UMCs estão presentes em aproximadamente 55% dos municípios brasileiros. Outra opção é procurar uma das unidades avançadas do Incra no Estado ou ainda uma das 30 Superintendências Regionais do Incra, localizadas em todas as capitais do país e nos municípios de Santarém (PA), Marabá (PA) e Petrolina (PE). Consulta de autenticidade Haverá no site do Incra um módulo direcionado aos cartórios, bancos, Tribunais de Contas, Previdência Social, entre outras instituições interessadas, para que possam checar a autenticidade do CCIR apresentado pelo contribuinte. A intenção é dar maior segurança aos negócios jurídicos, como transações de imóveis rurais e financiamentos bancários. A emissão do CCIR é gratuita. No documento, no entanto, consta uma taxa de serviços cadastrais, que deve ser paga até o dia 27 de janeiro nas agências ou terminais de auto-atendimento da Caixa Econômica Federal, Lotéricas, Guichês Pontos de Venda, Internet Banking e Caixa Aqui. A taxa é recolhida e repassada diretamente para a Conta Única da União e serve para manter os serviços de cadastro de imóveis rurais. Ela é cobrada levando-se em conta o tamanho do imóvel em hectares. Como o CCIR atual vai corresponder aos anos de 2006, 2007, 2008 e Para um imóvel com faixa de área de até 20 hectares, o valor de um exercício fica em torno de R$ 1,40. Emissão do CCIR em números Público interessado: detentores (proprietários e posseiros) dos quase 6 milhões de imóveis rurais cadastrados no SNCR. Emissão pela Internet: a partir de 14 de dezembro. Pagamento da taxa de serviços cadastrais: até 27 de janeiro (após a data, o pagamento será com multa e juros de mora). O CCIR compreende os exercícios de 2006 a 2009, com validade até a próxima emissão geral, prevista para 2010. Texto extraído do sítio eletrônico do Incra: www.incra.gov.br.
  • 17. Cultura de Rotação Produção de grãos supera 140 milhões de toneladas A produção brasileira de grãos para a safra 2009/10 pode atingir um volume de 140,6 milhões de toneladas, graças, sobretudo, ao plantio da soja que segue como a cultura que mais vem crescendo no país. Este resultado representa um aumento 4% sobre o ciclo anterior ou 5,47 milhões de toneladas a mais. Os dados são do terceiro levantamento realizado pela Conab e anunciados na segunda semana de dezembro, pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. A opção pela soja, em detrimento do cultivo de milho, deve-se ao menor custo da lavoura por hectare, maior liquidez e maior resistência do grão à estiagem. Se houver manutenção da área e condições climáticas favoráveis nas regiões de maior plantio, a oleaginosa deve atingir 64,56 milhões de toneladas, um número recorde e 12,9% maior que o do ano passado, de 57,16 milhões de toneladas. Situação positiva é verificada também no feijão primeira safra, apesar da redução de plantio. A colheita está projetada em 1,49 milhão de toneladas, com um crescimento de 10,6% (+ 142,6 mil de toneladas). A variação se deve à recuperação da produtividade, que foi afetada pela estiagem no ano passado, sobretudo no estado do Paraná. A pesquisa foi realizada no período de 16 a 20 de novembro por cerca de 50 técnicos da Conab. Eles entrevistaram representantes de cooperativas, secretarias de estados da agricultura, órgãos de assistência técnica e extensão rural, agentes financeiros e revendedores de insumos. Fonte: Raimundo Estevam/ Conab A opção pela soja, em detrimento do cultivo de milho, devese ao menor custo da lavoura por hectare, maior liquidez e maior resistência do grão à estiagem. Feijão apesar da redução de plantio, a colheita está projetada em 1,49 milhão de toneladas, com um crescimento de 10,6% As demais culturas de verão, como algodão, arroz e milho primeira safra, tiveram queda de produção. O milho reduziu 4,9% (1,64 milhão de toneladas), o arroz 4,7% (586,3 mil toneladas) e o algodão 1,3% (24,7 mil toneladas). Área - A semeadura das principais culturas de verão no Centro-Sul está em fase final. A área total deve chegar a 48 milhões de hectares, um aumento de 0,7% ou 324,1 mil a mais que os 47,65 milhões de ha da safra 2008/09. Com exceção da lavoura de soja, expandida em 6% e agora ocupando 23,05 milhões ha, todos os demais grãos perderam em área. Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 17
  • 18. Notícias Cocred Balancete Mensal Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho BALANCETE - OUTUBRO/2009 Valores em Reais 18 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009
  • 19. Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 19
  • 20. 20 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009
  • 21. Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 21
  • 22. Reportagem de Capa As decepções da COP 15 Da Redação D epois de duas semanas de dis cussões, a 15ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática de Copenhague terminou de forma melancólica: os líderes dos 193 países participantes optaram por fazer apenas uma declaração política e adiaram o acordo para um novo encontro que deve ocorrer no próximo semestre. Durante todos os dias da conferência, os impasses giraram em torno do jogo de empurra de responsabilidades entre países. Os desenvolvidos queriam que os demais países também tivessem metas obrigatórias, enquanto que o bloco dos emergentes e em desenvolvimento defendia a criação de um fundo internacional climático para financiar ações contra o aquecimento global nos países mais pobres. Sem acordo, um documento final, chamado de “nota de acordo” foi elaborado com a participação do Brasil, China, Índia, África do Sul e Estados Unidos. No entanto, não foi aceito por muitos países que não participaram da reunião. Entre seus pontos estão: · aumento máximo da temperatura até o fim do século será de 2°C; · os países que o ratificarem se comprometem a declarar suas metas de emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa, o chamado sistema de consulta e análise; 2020, e assim ficou – quando a recomendação dos cientistas era no mínimo 25%. · os países ricos se comprometem a ajudar os mais pobres, nos termos da proposta – US$ 10 bilhões por ano até 2015, US$ 50 bi até 2020 e US$ 100 bi daí em diante; · até 2050, as emissões globais devem cair 50%, sendo que os ricos devem contribuir com 80%. · no acordo de florestas, fica garantido financiamento para a redução de emissões por desmatamento, como queria o Brasil; · nas metas de redução das emissões, foi feita uma fórmula para acomodar o que todos queriam: somaram as propostas que havia na mesa, deu 20% até Conferência das Mudanças Climáticas 2009 (COP15), Copenhague, Dinamarca. 7 de dezembro de 2009. Ministério dos Negócios Estrangeiros da Dinamarca 22 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 O documento também conta com um parágrafo onde fica declarado os mesmos direitos de espaço na atmosfera a todos – e não uma ocupação dos ricos que permitiria que eles continuassem para sempre emitindo mais per capita do que os emergentes e pobres. Para o presidente Lula, o resultado é desanimador. No último dia do encontro, ele até admitiu que o Brasil faria um sacrifício a mais e estaria disposto a colocar dinheiro também para ajudar os demais países. A proposta apresentada pelo Brasil desde o início da conferência foi o corte nas emissões em 39% até 2020 por meio da redução do desmatamento na Amazônia e no Cerrado, recuperação de pastos degradados, integração lavoura e pecuária, expansão do plantio direto e ampliação do uso de energias renováveis. O custo total para a implantação dessas ações é estimado em R$ 200 bilhões e boa parte deste investimento será feito pela iniciativa privada.
  • 23. Reportagem de Capa A COP 15 O encontro de Copenhague ficou conhecido como COP 15 porque é a 15ª reunião da Conferência das Partes da Convenção - Quadro sobre Mudança do Clima das Nações Unidas. Foi realizado entre os dias 7 e 18 de dezembro para se buscar um acordo que substituiria o Protocolo de Kyoto (celebrado em 1997 durante a COP 3), que deixará de vigorar em 2013. Nele, 37 nações, mais a Comunidade Europeia, se comprometeram a reduzir suas emissões de gases-estufa, em média, 5,2% na comparação com os níveis de 1990. O corte precisaria ser obtido até 2012. Foi o protocolo que criou o chamado mercado de carbono, uma forma flexível para um país, mesmo emitindo gás-estufa além do que deveria, redimir-se comprando papéis representativos de redução de emissões em algum outro canto do planeta. Mediante pagamento, o corte dos outros fica valendo como corte do poluidor. O que está em questão Lula durante discurso no COP 15: “Se a gente não conseguiu fazer até agora esse documento, eu não sei se algum anjo ou algum sábio descerá nesse plenário e irá colocar na nossa cabeça a inteligência que nos faltou até (olhou para o relógio) a hora de agora.” Projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), apontam que se as emissões continuarem a subir no ritmo atual e chegarem ao dobro do nível da época anterior à industrialização, haverá um aumento médio de temperatura de 3 graus centígrados neste século, o que pode causar sérios impactos no mundo todo. De forma geral, o bem-estar da população e o crescimento econômico estão ameaçados se nada for empreendido. Estudo patrocinado pelas Nações Unidas publicado recentemente indica que as mudanças climáticas podem chegar a reduzir em até 19% o Produto Interno Bruto (PIB) dos países afetados por problemas climáticos em 2030. O mesmo relatório afirma que entre 40% e 68% das perdas econômicas previstas podem ser evitadas aplicando-se imediatamente as medidas de adaptação já existentes. "A questão é se vamos seguir em frente juntos ou nos dividirmos. Esse não é o acordo perfeito e nenhum país vai conseguir tudo o que quer. Vamos continuar discutindo os mesmos argumentos mês após mês, ano após anos... enquanto o perigo da mudança climática cresce de forma irreversível." Barak Obama "Agora temos um pacote para trabalhar e começar a agir imediatamente. Entretanto, é preciso ficar claro que é uma carta de intenções e não é precisa sobre o que precisa ser feito em termos legais. O desafio agora é transformar o que concordamos em Copenhague em algo real, mensurável e verificável." Do secretário-executivo do encontro, Yvo de Boer Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 23
  • 24. Destaque Unica atualiza previsão de safra Da Redação Produção brasileira de açúcar é a maior dos últimos 30 anos, segundo Conab A UNICA (União da Agroin dústria da Cana-de-açúcar) revisou pela segunda vez a estimativa de moagem de cana para a safra 2009/10. O novo total previsto foi divulgado na 1ª semana de dezembro e passou de 529,54 para 538,19 milhões de toneladas. O aumento se deu principalmente devido à intenção anunciada por várias usinas prejudicadas pelo excesso de chuva, de continuar moendo durante o período de entressafra ou antecipar o início da safra 2010/11. Do início de abril a 1º de dezembro, o volume de cana-de-açúcar processado na região Centro-Sul do país atingiu 496,99 milhões de toneladas, 5,95% superior ao do mesmo período em 2008. Segundo a UNICA, o volume representa mais de 90% do total de moagem esperado para essa safra. Açúcar e Álcool - A produção de açúcar até o final da safra deverá atingir 29,03 milhões de toneladas, contra 29,35 milhões de toneladas na safra anterior. Já a produção de etanol deve atingir 23,37 bilhões de litros, abaixo dos 23,74 bilhões de litros um ano atrás. No acumulado desde o início da safra, as vendas de etanol totalizaram 18,28 bilhões de litros, 5,18% acima do total para o mesmo período do ano anterior. 24 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 fez com que o volume disponível para a produção de açúcar e etanol ficasse 1% abaixo do observado no mesmo período da safra anterior. ATR menor - O excesso de chuva comprometeu mais uma vez a quantidade de produtos obtidos por tonelada de cana esmagada, que na segunda quinzena de novembro foi de 125,01 quilos de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), 9,17% inferior aos 137,64 quilos apurados na segunda quinzena de novembro de 2008. Desta forma, apesar da moagem acumulada apresentar um crescimento de 5,95% em relação à safra anterior, a queda na concentração de ATR No acumulado desde o início da safra, 43,89% da cana processada no Centro-Sul foi direcionada para a produção de açúcar, e 56,11% para a produção de etanol. A produção de açúcar acumulada atingiu 27,43 milhões de toneladas até o final de novembro, 8,21% superior ao volume produzido no mesmo período na safra anterior. Já a produção acumulada de etanol alcançou 21,50 bilhões de litros, 6,88% inferior ao volume produzido no mesmo período da safra anterior. Desde o final de outubro, a proporção de cana destinada para a produção de açúcar tem sido reduzida. Na segunda quinzena de novembro, 58,96% da matéria-prima processada foi destinada à produção de etanol, e apenas 41,04% para o açúcar.
  • 25. Destaque contribuir para regular o mercado e colocar em dia a produção, afetada pela chuva. Safra brasileira - A produção brasileira de açúcar registrou o maior índice dos últimos 30 anos, segundo a Conab. A atual produção de açúcar está estimada em 34,64 milhões de toneladas, crescimento de 9,6% se comparadas à safra anterior. “O açúcar teve um desempenho muito bom, com aumento de quatro milhões de toneladas nas exportações em comparação ao ano passado”, ressaltou o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Segundo ele, o comportamento do mercado internacional foi extremamente favorável, principalmente em função da queda da produção na Índia. Cana-de-açúcar - Conforme o ministro, o governo tinha uma expectativa melhor em relação à produção de cana, prejudicada pelo excesso de chuva, que gerou atraso na moagem da planta. O aumento esperado na produção era de 14%, mas a safra cresceu apenas 7% , representado por 612,2 milhões de toneladas de cana. Segundo Stephanes, cerca de 60 usinas continuarão moendo cana-deaçúcar nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Aproximadamente 140 usinas também vão antecipar para março a moagem da próxima safra prevista para abril. As medidas vão Etanol - Pelos números da Conab, a produção brasileira de etanol está estimada em 25,9 bilhões de litros, índice 3,1% inferior à safra passada. A queda na produção de etanol também está ligada aos atrasos na moagem da cana, causados pela chuva. O ministro adiantou que o Brasil conta com estoque suficiente de etanol para abastecer o mercado durante a passagem de safra. Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 25
  • 26. Informações Setoriais CHUVAS DE NOVEMBRO e Prognósticos Climáticos e Prognósticos Climáticos No quadro abaixo são apresentadas as chuvas do mês de NOVEMBRO de 2009. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste A média das observações de chuvas durante NO VEMBRO (209mm) não "ficou" muito além da média das normais climáticas (182mm). Entretanto, observaram-se chuvas aquém das médias em Bebedouro-EECB, Terra Roxa-Faz Sta Rita e Cajobi-Faz Monte Verde; enquanto que, nos demais locais, as chuvas foram próximas a (bem) acima das respectivas médias. Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 16 a 18 de NOVEMBRO de 2009. O Mapa 1 ao lado, mostra que o índice de Água Disponível no Solo, no período de 16 a 18 de NOVEMBRO, apresentava-se como médio a alto na região Centro-Sul do Estado de São Paulo até Bauru e no leste do Estado (faixa fronteiriça com Minas Gerais). Entretanto, níveis críticos foram observados entre Catanduva, São José do Rio Preto e Noroeste do Estado. 26 26 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 ÁGUA, usar s ÁGUA, usar s Protejam e preservem as n Protejam e preservem as n
  • 27. Informações Setoriais Mapa 2:- Água Disponível no Solo, ao final de NOVEMBRO de 2008. · Prevê-se que a temperatura média nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste poderá ser acima das normais climáticas e “ficar” entre próxima a abaixo da normalidade climática na Região Sul; · Quanto às chuvas, o Mapa 4, abaixo, ilustra os prognósticos de consenso INMET-INPE para estes próximos três meses; · Como referência, as médias históricas das chuvas, pelo Centro de Cana-IAC - Ribeirão Preto, são de 270mm em dezembro, 280mm em janeiro e 220mm em fevereiro. Mapa 4:- Prognóstico de chuvas de consenso entre INMET–INPE para os meses de dezembro 2009 a fevereiro 2010. O círculo em verde corresponde à real posição do prognóstico INMET-INPE, face às oscilações da Zona de Convergência Atlântico Sul e as variabilidades do fenômeno El Niño. Mapa 3:- Água Disponível no Solo, ao final de NOVEMBRO de 2009. Observando-se os Mapas 2 e 3 acima, nota-se que a única semelhança entre os meses de NOVEMBRO deste ano e de 2008, na área sucroenergética do Estado de São Paulo, é a faixa Leste, divisa com o Estado de Minas Gerais. Chama atenção, também, a semelhança entre meados e o final de NOVEMBRO de 2009; qual seja: o menor índice de Água Disponível no Solo na Região Noroeste do Estado de São Paulo Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para os meses de dezembro 2009 a fevereiro de 2010 sem abusar ! sem abusar ! Os prognósticos SOMAR Meteorologia mostram que, para região de abrangência da CANAOESTE, em quase todo o Estado de São Paulo e a faixa do Triângulo Mineiro adjacente ao norte do nosso Estado, a média das chuvas de dezembro e janeiro será próxima da normalidade; enquanto que em fevereiro e março, face às variabilidades ocasionadas pelo fenômeno El Niño, prevê-se que as chuvas poderão ser de próximas a inferiores às respectivas médias históricas. Quanto às temperaturas médias, prevêse que durante aqueles dois primeiros meses serão bem próximas das respectivas normais climáticas; enquanto que, em fevereiro e março poderão ser cerca de 1ºC acima. Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos CANAOESTE mais próximos. nascentes e cursos d’água. nascentes e cursos d’água. Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 27 27
  • 28. Novas Tecnologias I Projeto e construção de carretas de transbordos para cana-de-açúcar Workshop, realizado em Ribeirão Preto, teve como principal objetivo contribuir com o tema colheita e transporte mecanizados O IAC (Instituto Agronômico), vinculado à APTA, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, promoveu no dia 24 de novembro, em Ribeirão Preto (SP), o workshop “Carretas de Transbordo para Cana-de-açúcar: projeto e construção”. O evento, coordenado por Jair Rosas da Silva, Paulo Graziano Magalhães e Pedro Sérgio Pontes, foi destinado a engenheiros, empresários, professores e pesquisadores. O workshop teve como principal objetivo contribuir com o tema colheita e transporte mecanizados. A maioria das unidades agrícolas produtoras está se ajustando para a adoção desse sistema. O conjunto de corte, colheita e transporte de cana-de-açúcar, em sua adequação moderna emprega colhedoras autopropelidas, carretas de transbordo de cana e diversas versões de composições com caminhões para transporte, de grande capacidade de carga, que entregam a matéria-prima na esteira de recebimento das usinas, diz o pesquisador do Centro de Engenharia e Automação (CEA-IAC) Jair Rosas da Silva. Nesta fase, tem início todo o processamento industrial de fabricação de açúcar, etanol, energia, leveduras e outros produtos. “Portanto, para a engenharia agrícola, é importante conhecer e procurar aprimorar esse elo da cadeia agroindustrial, com os objetivos de reduzir custos de produção e aumentar a competitividade. Considera-se que hoje o Brasil é o segundo maior produtor mundial de etanol, com condições de assumir o primeiro posto, ostentado pelos EUA, que obtém o produto a partir do milho.” 28 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 As carretas de transbordo de cana-de-açúcar têm a função de trafegar de modo sincronizado junto às colhedoras automotrizes e receber as cargas de cana em forma de rebolos e, em seguida, abastecer as composições que transportam a matéria-prima às esteiras das usinas. O volume das caixas é variável, podendo cada unidade ter capacidade para transportar entre 6 e 14 toneladas. Segundo Rosas, além dos aspectos econômicos, ocorrem parâmetros agronômicos de importância fundamental que precisam ser levantados e equacionados, como a compactação do solo. Ele cita estudo de Coleti e Dematte (1982) no qual alertam que grande parte das terras das usinas de açúcar e destilarias do Estado de São Paulo, e mesmo em outros Estados, é profunda, argilosa ou de textura média. E que, além disso, aproximadamente 50% dos meses de safra coincidem com o período de chuvas, portanto propício ao incremento da compactação do solo. Por essas razões, conclui o pesquisador do IAC, as principais preocupações do evento foram reduzir o peso dos implementos e obter a melhor distribuição de cargas transferidas ao solo pelas carretas; questionar o conceito de que a adoção dos eixos do tipo tandem realmente é uma solução adequada; aperfeiçoar projetos de engenharia e levantar a compactação do solo resultante e os custos de produção. “Neste último aspecto, estamos competindo com nada menos que os EUA.”
  • 29. Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 29
  • 30. Novas Tecnologias Lodo de Esgoto: uso agrícola pode aumentar produtividade e reduzir o custo de produção Carla Rodrigues Em geral, esse material contém de 16 a 40% de carbono orgânico e vários nutrientes de importância agronômica O esgoto é algo tão comum no dia-a-dia das pessoas que poucos conhecem seu destino, mas com o crescimento das áreas urbanas do país, ele se tornou o principal agente poluidor das águas. Em um primeiro momento, as ETEs (Estações de Tratamentos de Esgoto) podem ser a melhor forma de diminuir seus impactos. Mas, por outro lado, durante seu processo é gerado o lodo, um resíduo orgânico e semi-sólido que prejudica os mananciais, diminui a vida útil dos aterros sanitários e pode se tornar um grande problema ambiental. E como a questão ambiental está interligada com a sustentabilidade, uma das alternativas que a sociedade pode adotar como solução é o uso agrícola do lodo, que além de diminuir o custo de produção e poder contar com uma produtividade maior, o ambiente será o maior beneficiado. Em geral, esse material contém de 16 a 40% de carbono orgânico e vários nutrientes de importância agronômica, principalmente o nitrogênio, o cálcio, o fósforo e o zinco. Segundo o pesquisador do IAC, Ronaldo Berton, ainda não existe uma solução ideal para tratar o lodo de esgoto de forma a torná-lo completamente sem restrições para a agricultura. “O que se pode fazer é melhorar a saúde da população, que contribuiria para diminuir a concentração de patógenos no lodo, a utilização de produtos biodegradáveis a fim de se evitar poluentes orgânicos persistentes no mesmo e evitar a entrada de resíduos industriais na rede coletora, para diminuir a concentração de metais pesados”, explica Berton. Mas, para que isso aconteça é preciso que tudo esteja de acordo com a Resolução nº 375 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), norma aplicada em 2006 para estabelecer um planejamento agrícola para os locais que irão receber o lodo de esgoto. Uma das restriRonaldo Berton, pesquisador do IAC ções da norma é a não utilização desse material em pastagens e no cultivo de olerícolas, tubérculos e raízes, e culturas inundadas, bem como nas demais culturas cuja parte comestível entra em contato com o solo. Uso Agrícola do Lodo de Esgoto O IAC realizou ensaios com lodo sendo aplicado nas culturas do café, banana e pupunha, tanto no plantio como em cobertura. Os resultados para as culturas da banana e da pupunha mostraram que o lodo, quando usado nas quantidades recomendadas de nitrogênio pelo Boletim 100 do IAC, aumenta a produção e dispensa completamente a adubação niAs plantas do lado esquerdo receberam lodo (mais altas) e as do lado direito da régua não receberam adubação trogenada para essas culturas sem poluir o solo. Em relação à cana-de-açúcar, de acordo com o pesquisador, os resultados encontrados na literatura até agora mostram que o efeito do lodo no sistema solo-planta é de apenas um ano agrícola. “O lodo promove um incremento de produção de biomassa de colmos, acarretando em aumento proporcional de produtividade de açúcar. Ele não altera a maturação e a concentração de açúcar nos colmos da planta. Finalmente, a aplicação do lodo pode substituir 100% do nitrogênio nas soqueiras e de 30 a 35% do fósforo no plantio da cana”, esclarece. As vantagens de se utilizar este lodo são várias, principalmente as melhorias nas propriedades físicas do solo, mas também se exige muito cuidado e conhecimento para saber como realizar as aplicações e não acumular metais pesados no solo. 30 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 gustavo nogu
  • 31. Novas Tecnologias Ensaio de lodo em banana Aplicação de lodo na implantação da cultura da pupunha De acordo com o pesquisador, “o verdadeiro benefício está no tratamento do esgoto, o qual é imprescindível para a qualidade de vida em comunidades urbanas. Aplicação do lodo na implantação da cultura da banana O lodo é o resultado desse tratamento e possui uma forte vocação para ser reciclado no solo agrícola, mas para isso ele precisa estar adequado para que sua aplicação não resulte na poluição do solo”, destaca Berton. Vale à pena salientar que, segundo a Fundação Nacional de Saúde, para cada real investido no setor de saneamento economizam-se R$ 4,00 na área de medicina curativa. ueira - trans.jpg Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 31
  • 32. Pragas e Doenças Alerta: Ferrugem alaranjada chega aos canaviais paulistas Gustavo de Almeida Nogueira Gerente do Departamento Técnico da Canaoeste A ferrugem alaranjada é uma doença antiga da cana-de-açúcar, que estava presente apenas nos países do sudeste da Ásia e Oceania, sem nenhum impacto econômico. Porém, passou a causar alguns danos em outros lugares. A partir do ano 2000, chegou aos canaviais da Austrália. E em julho de 2007, no continente americano, constatada primeiramente na Flórida (EUA) e, em setembro, na Guatemala e países vizinhos. Agora, quem deve ficar em estado de alerta são os produtores de canade-açúcar brasileiros, já que foi constatada a ocorrência da doença na região de Araraquara – SP . Quem fez o alerta ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi o consultor e fitopatologista de canade-açúcar, Dr.Álvaro Sanguino. A prova de identificação de que realmente se tratava deste fungo foi realizada pelos pesquisadores da CanaVialis - empresa do Grupo Monsanto – que, por meio de exames labora- toriais, fizeram o seqüenciamento genético do DNA deste patógeno. Ainda não é possível prever o nível de dano que será causado às variedades que apresentam a doença, pois a virulência da ferrugem alaranjada é uma interação da mesma com meio ambiente e também com a própria constituição genética das variedades. Por isso, é importante o acompanhamento do desenvolvimento da doença para futuros plantios e avaliação da intensidade dos danos que serão causados ao setor sucroenergético nacional. A ferrugem alaranjada pode ter sido trazida ao Brasil por correntes de ar, por aves migratórias ou até mesmo por aeronaves com rotas internacionais. Não se descarta também a possibilidade desta doença ter vindo em calçados e vestimentas de pessoas que estiveram nas regiões onde a ferrugem alaranjada é endêmica. Sobre a doença Dois tipos de ferrugem atacam a cana-de-açúcar, ambos causados por um fungo do gênero Puccinia: a ferrugem marrom, causada por Puccinia melanocephala, e a ferrugem alaranjada, causada por Puccinia kuehnii. A primeira é conhecida e chegou ao Brasil em 1986, após oito anos de sua chegada aos países do Caribe e da América Central, vinda da África por correntes aéreas. As espécies são distintas, mas uma característica é comum a elas: os minúsculos esporos desses fungos se disseminam muito facilmente pelas correntes aéreas. Por isso o alerta em relação à “ferrugem alaranjada da cana-deaçúcar”: será que a história se repetirá? Quando a ferrugem marrom chegou ao país, tínhamos conhecimento da reação de diversas variedades e clones nacionais em razão do intercâmbio de material que mantínhamos com diversos países e também porque possuíamos testes de campo no exterior. Mas foi somente depois da chegada da doença que o real efeito nas variedades pôde ser conhecido e a substituição das suscetíveis foi realizada. Graças aos ativos programas de melhoramento genético, a substituição pôde ser feita com relativa velocidade e tranqüilidade, ainda que com perdas. Atualmente, o Brasil possui mais do que o dobro de área de cana do que possuía em 1986. Sabemos que pelo menos uma das variedades mais 32 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009
  • 33. Pragas e Doenças tal ou da Guatemala – ou mesmo outro país dessa região – principalmente se visitar canaviais: plantadas – a RB72454 – é suscetível. Há possibilidade de outras também serem suscetíveis. Se isso ocorrer, o prejuízo poderá ser maior. Na conta do prejuízo, entretanto, outros fatores devem ser levados em conta. Hoje temos uma diversidade maior de variedades do que naquela época, e elas são melhores, graças aos ativos programas de melhoramento. Como a única maneira econômica para o controle das ferrugens é o uso de variedades resistentes, é importante se prevenir com uma boa diversidade de variedades nos canaviais, e, principalmente, nos viveiros. Nas lavouras comerciais, é recomendável que não se tenha mais do que 20% da área total com uma única variedade. Além disso, novas variedades devem estar sendo sempre avaliadas e validadas quanto ao seu valor e risco. Uma vez aprovadas num processo criteriosamente seguro, deve-se seguir com a multiplicação segundo as normas recomendadas em programas de mudas sadias. Aqueles que tiverem um programa de mudas sadias, com uma boa diversificação de variedades, serão os que menos sofrerão o impacto da nova doença. Além dos procedimentos acima, para que essa doença seja cada vez mais controlada, tome os seguintes cuidados se participar de qualquer evento na região canavieira dos EUA continen- 1. Não recomendamos curiosidade em ver os sintomas da ferrugem alaranjada. Para um leigo eles não têm diferença marcante com os da ferrugem comum. Não vale o risco tentar ver detalhes do sintoma ou dos esporos, pois estes podem impregnar as suas vestimentas ou seu corpo. Portanto, evite ao máximo visitar campos de cana-de-açúcar infectados pela doença. 2. Ao fim de qualquer dia, ao retornar ao hotel, mesmo que não tenha visto a ferrugem alaranjada, separe as vestes usadas e as coloque em um saco de plástico na hora do banho. Limpe bem os sapatos. Repita isto todos os dias que for ao campo. 3. Mantenha uma roupa limpa separada para o retorno ao Brasil. Embale todas as roupas usadas numa mala e somente depois tome banho e se vista com as limpas. 4. Ao chegar de retorno, abra as malas apenas em sua casa e imediatamente envie as roupas para lavagem. Providencie também a limpeza das malas. Por fim, tome um banho caprichado. Outras informações: www.canavialis.com.br Fonte: CanaVialis foi constatada a ocorrência da doença na região de Araraquara – SP Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 33
  • 34. 34 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009
  • 35. Fábio R. Pozzebom/Abr Fábio R. Pozzebom/Abr Repercutiu "Os países em desenvolvimento não podem ficar criando resistência quando se é discutido o fundo internacional para o meio-ambiente. Precisamos de ajuda, mas temos que agir antes. Liderar pelo exemplo" Marina Silva, pré-candidata à presidência nas eleições de 2010. “Se 10% do combustível fóssil do mundo vier a ser substituído por etanol, a mistura E10 traria um benefício ambiental considerável, e criaria mais empregos” José Serra, governador do Estado de São Paulo – dezembro/ 2009 Valter Campanato/ABr Fábio R. Pozzebom/Abr “Fizemos o zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar para garantir que nosso etanol seja 100% verde. Garantimos com isso que não haverá novas usinas de cana no Pantanal, na Amazônia, em áreas de vegetação nativa e que não vai haver queimadas”. Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente "O modelo de etanol e bioeletricidade brasileiro são alternativas viáveis para os novos desafios globais de energia que surgiram." Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República do Brasil - dezembro/2009 “A opção concreta e viável a curto prazo para reduzir as emissões é o etanol de cana, uma tecnologia que o Brasil detém e que os países em desenvolvimento deveriam observar”. Marcos Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (UNICA) Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 35
  • 36. Biblioteca Cultura Cultivando a Língua Portuguesa “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” A História do Carro Flex no Brasil Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português João Maffeis Neto "O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário" Einstein 1) Maria fará um exame médico: “ultra-som”. Está preocupada com o resultado. Renata Carone Sborgia* Maria, estamos preocupados duplamente: com o resultado e a expressão escrita com hífen. Prezados amigos leitores, segundo o Novo Acordo Ortográfico o correto é ultrassom. Dica fácil e útil: a regra geral do hífen - deixa de ser empregado quando o prefixo (no caso do exemplo: ultra) termina em vogal e o segundo elemento começa com as consoantes S ou R (no caso do exemplo: som). Nesse caso, a consoante obrigatoriamente passa a ser duplicada. (correto: “ss”) 2) O departamento da empresa fará uma festa no final do ano “hiperrequintada”! Com a expressão escrita de forma incorreta, haverá uma festa sem requinte! Prezado amigo leitor existe no tópico gramatical HÍFEN a seguinte regra conforme, agora, o Novo Acordo Ortográfico: o hífen permanece quando o prefixo terminar com R (no caso do exemplo: hiper) e a primeira letra do segundo elemento também é R (no caso do exemplo: requintada). O correto é hiper-requintada (o). O 3) Quanta confusão com a expressão ANHANGUERA! Algumas placas com trema outras não... E agora, prezado amigo leitor? Simples! Um sinal a menos! O trema foi abolido (regra geral), segundo o Novo Acordo Ortográfico. O correto é Anhanguera. P.S.: O sinal gráfico deixa de existir na Língua Portuguesa. Vale lembrar, porém, que a pronúncia continua a mesma. PARA VOCÊ PENSAR: “ A disciplina é a parte mais importante do sucesso” livro " A História do Carro Flex no Bra sil" não é totalmente fiel ao seu título, pois abre caminho para outras histórias do país serem relatadas e conhecidas por todos. É possível que durante a leitura você encontre a história da crise do petróleo que resultou no Proálcool , que originou o carro movido a álcool, sendo substituído mais tarde pelo carro flex. Você também pode encontrar informações preciosas sobre o aquecimento global e as graves conseqüências que a Terra pode sofrer se nada for feito pelas autoridades governamentais. Truman Capote “Durante a nossa vida conhecemos pessoas que vem e ficam... Outras que, vem e passam. Existem aquelas que, vem, ficam e depois de algum tempo se vão. Mas existem aquelas que vem e se vão com uma enorme vontade de ficar...” Charles Chaplin “ A alma é uma borboleta... Há um instante em que uma voz diz que chegou o momento de uma grande metamorfose...” Rubem Alves * Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia 36 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 Esta obra não é indicada apenas para aquelas pessoas que já conhecem a história e já sabem o que deve ser feito, mas sim para todas aquelas pessoas que de alguma maneira tentam entender o que está acontecendo com o nosso país. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16)3946-3300 - Ramal 2016 marcia.biblioteca@canaoeste.com.br
  • 37. Agende-se Janeiro / Fevereiro 12º ITAIPU RURAL SHOW Empresa Promotora: Cooperativa Regional Itaipu Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 27/01/2010 Fim do Evento: 30/01/2010 Estado: SC Cidade: Pinhalzinho Localização do Evento: Centro de Treinamento e Transferência de Tecnologias - BR 282, km 280 (cerca de dois quilômetros a oeste do centro de Pinhalzinho) Informações com: Cooperativa Regional Itaipu Site: www.cooperitaipu.com.br Telefone: (49) 3366-6500 E-mail: itaipu@cooperitaipu.com.br 13ª JORNADA DE ATUALIZAÇÃO EM AGRICULTURADE PRECISÃO Empresa Promotora: Dp. de Engenharia Rural, ESALQ/USP Tipo de Evento: Seminário / Jornada Início do Evento: 11/01/2010 Fim do Evento: 15/01/2010 Estado: SP Cidade: Piracicaba Localização do Evento: ESALQ/USP- Av. Centenário, 1080 Informações com: FEALQ Site: www.agriculturadeprecisao.org.br Telefone: (19) 3417-6604 E-mail: cdt@fealq.org.br CURSO DE INICIAÇÃO DE POTROS (DOMA) Empresa Promotora: Universidade do Cavalo Tipo de Evento: Curso / Treinamento Início do Evento: 21/01/2010 Fim do Evento: 24/01/2010 Estado: SP Cidade: Sorocaba Localização do Evento: Uni. do Cavalo - Fazenda Chaparral Informações com: Universidade do Cavalo Site: www.universidadedocavalo.com.br Telefone: (15) 3202 7866 E-mail: uc@universidadedocavalo.com.br CURSO BÁSICO DE RÉDEAS E CONTROLE DO CAV ALO Empresa Promotora: Universidade do Cavalo Tipo de Evento: Curso / Treinamento Início do Evento: 25/01/2010 Fim do Evento: 26/01/2010 Estado: SP Cidade: Sorocaba Informações com: Universidade do Cavalo Telefone: (15) 3292 6633 E-mail: uc@universidadedocavalo.com.br de 2010 CLÍNICA DE CCE - CONCURSO COMPLETO DE EQUITAÇÃO Empresa Promotora: Universidade do Cavalo Tipo de Evento: Curso / Treinamento Início do Evento: 28/01/2010 Fim do Evento: 31/01/2010 Estado: SP Cidade: Sorocaba Localização do Evento: Uni. do Cavalo - Fazenda Chaparral Informações com: Universidade do Cavalo Telefone: (15) 3202 7866 E-mail: uc@universidadedocavalo.com.br SHOW RURAL COOPAVEL 2010 Empresa Promotora: Coopavel Cooperativa Agroindustrial Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 08/02/2010 Fim do Evento: 12/02/2010 Estado: PR Cidade: Cascavel Localização do Evento: Show Rural Coopavel Informações com: Coopavel Site: www.showrural.com.br Telefone: (45) 3225-6885 E-mail: showrural@coopavel.com.br 20ª ABERTURA OFICIAL DA COLHEITA DO ARROZ Empresa Promotora: Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz), Assoc. dos Arrozeiros de Camaquã Tipo de Evento: Dia-de-Campo / Visita Técnica Início do Evento: 25/02/2010 Fim do Evento: 27/02/2010 Estado: RS Cidade: Camaquã Localização do Evento: Parque do Sindicato Rural de Camaquã Informações com: Federarroz Site: www.colheitadoarroz.com.br Telefone: (53) 3243.6002/3243.2562 E-mail: federarroz@terra.com.br FESTA NACIONAL DA UVA 2010 Empresa Promotora: Festa Nacional da Uva Turismo e Empreendimentos S/A Tipo de Evento: Rodeio / Festa do Peão / Outras Festas Início do Evento: 18/02/2010 Fim do Evento: 07/03/2010 Estado: RS Cidade: Caxias do Sul Localização do Evento: Pavilhões da Festa da Uva Informações com: SECRETARIA DO TURISMO Site: www.festanacionaldauva.com.br Telefone: 0800- 541-1875 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 37
  • 38. VENDEM-SE - Tanque de polietileno vertical p/ água e combustível, 10.000, 5000 e 3000 litros. - Tanque de polietileno alta densidade p/ água e combustível horizontal de 2500 litros. Tratar com Tiago pelos telefones: (16) 3942-8597 ou (16) 9185-7975. VENDE-SE - Micro - Destilaria: *Marca CODISTIL / DEDINI *Elétrica TRI FASICA *Moenda Completa com acessórios *Capac. 100 l/hr de álcool - 200 l/hr de cachaça *03 cilindros - rolos para moagem *Caldeira Pequena a Média *06 Dornas de 1,0 m3 e acessórios *01 tanque de 30 m3; e 01 de 10 m3 (armazenagem) *Aparelho de destilação e seus acessórios completos *Preço: R$ 150.000,00 Tratar com Beto Celestino pelos telefones: (34)3246-2121 ou 9988-2009 E-mail: betocelestino@uol.com.br VENDE-SE - 01 Aparelho GPS de localização (novo e sem uso), de marca "tomtom", modelo one xl. Tratar com Marco Aurélio pelos telefones: (17) 3325-2608 ou (17) 9619-3333. COMPRA-SE - Alambique de cobre de 1000 litros ou mais que esteja em ótimas condições. Tratar com ZPTratores pelo telefone: (19) 3541-5318 ou pelo email: qpradojr@yahoo.com.br. VENDE-SE - Jazida de areia *4,5 alqueires com 200 metros do Rio Jaguari. Características: 0 a 1,5 metro de profundidade é barro para cerâmica, 38 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 1,5 metros até 4,5 metros de profundidade é areia e após os 4,5 metros é barro refratário. Localizado na região de São João da Boa Vista-SP. Valor: R$ 700.000,00 (CRECI 84540-F). Tratar com TerraVerde Imóveis Rurais pelo telefone: (19) 3541-5318 ou pelo email: terraverdeimoveis@yahoo.com.br. VENDEM-SE - 3 Caminhões MB L2325, anos 91,98 e 99 nos chassis. Bom estado de conservação. Só fazem plantio de cana. Tratar com José Carlos pelo telefone: (17) 9149-2832 ou pelo email: josecff@terra.com.br. VENDE-SE - 164 alqueires com cana e laranja na região de Araras-SP. Valor: R$ 65.000,00/ alq. (CRECI 84540-F). Tratar com Terra Verde Imóveis Rurais pelo telefone: (19) 3541-5318 ou pelo email: terraverdeimoveis@yahoo.com.br. VENDE-SE - Julieta Canavieira - promoção *reboque canavieiro, ano 1986, marca Rodoviária. Valor: R$15 mil. Tratar com Otavio pelo telefone: (14) 9651-2917 ou pelo email: biabauer@hotmail.com. VENDE-SE - 250 hectares com café tipo exportação. Fazenda de 250 hectares com 490 mil pés de café, estruturada para exportação, diversas maquinas, alojamentos, e exportadora de café para a Europa com vários prêmios internacionais. Valor: R$ 5.500.000,00. (CRECI 84540-F). Tratar com Terra Verde Imóveis Rurais pelo telefone: (19) 3541-5318 ou pelo email: terraverdeimoveis@yahoo.com.br. LOTEAMENTOS INDUSTRIAIS - Busca-se parceiro para investimento em 10 alqueires na beira da Anhanguera, região de Araras-SP, para loteamentos industriais. Tratar com Terra Verde Imóveis Rurais pelo telefone: (19) 3541 5318 ou pelo email: terraverdeimoveis@yahoo.com.br. VENDE-SE - Fonte de água mineral com vazão de 50.000 litros/hora. Documentação da área está quase pronta. Área de 46.500 m2, 20 km da Rodovia Dutra, 50 km do centro do Rio de Janeiro (ótima localização), beira do asfalto. Valor: R$ 5.000.000,00. (CRECI 84540-F). Tratar com TerraVerde Imóveis Rurais pelo telefone: (19) 3541 5318 ou pelo email: terraverdeimoveis@yahoo.com.br. VENDE-SE Peças para tratores e máquinas agriculas em geral, peças para plantadeiras e equipamentos canavieiros. Entrega em todo Brasil Tratar com Valter ou Márcio, pelo telefone:(16) 3851 1244 ou pelo email: daterra.tratores@terra.com.br.
  • 39. Revista Canavieiros - Dezembro de 2009 39
  • 40. 40 Revista Canavieiros - Dezembro de 2009