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Revista Canavieiros - Dezembro 2011
2

Revista Canavieiros - Dezembro de 2011
Editorial

Expediente:
Conselho Editorial:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson
Editora:
Carla Rossini - MTb 39.788
Projeto gráfico e
Diagramação:
Rafael H. Mermejo
Equipe de redação e fotos:
Carla Rodrigues - MTb 55.115
Murilo Sicchieri
Rafael H. Mermejo
Comercial e Publicidade:
Marília F. Palaveri
(16) 3946-3300 - Ramal: 2008
atendimento@revistacanavieiros.com.br
comercial@revistacanavieiros.com.br
Impressão:
São Francisco Gráfica e Editora Ltda
Tiragem:
11.000 exemplares
ISSN:
1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados
e fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias
assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é
autorizada, desde que citada a fonte.
Endereço da Redação:
A/C Revista Canavieiros
Rua Augusto Zanini, 1591
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550
Fone: (16) 3946 3300 - (ramal 2190)
www.revistacanavieiros.com.br

www.twitter.com/canavieiros
redacao@revistacanavieiros.com.br

3

É hora de investir

D

epois de um ano conturbado para a lavoura canavieira, o momento agora é
de cautela para investir com segurança no setor. Para isso, de acordo
com Marcos Guimarães de Andrade Landell, diretor do Centro de
Pesquisa de Cana do IAC (Instituto Agronômico) o “produtor rural
tem que incorporar novas tecnologias”. Acompanhe a entrevista
exclusiva concedida a Canavieiros
nesta edição.

Aproveitando o período de investimento, o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) lançou recentemente, durante a edição 2011 do
CanaShow, em Piracicaba, duas novas variedades de cana-de-açúcar, a
CTC 23 e a CTC 24, que compõem
a sétima geração de variedades do
CTC. Confira estes novos materiais
na Reportagem de Capa.

Fitotécnico realizado pela Stab em
parceria com a Canaoeste e Copercana para produtores rurais e
profissionais do setor, que discutiu
soluções que aumentem a produtividade da cana-de-açúcar.

Desde 2008, a Copercana em
parceria com o Sebrae (Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas) mantém um
confinamento de ovinos com capacidade para 250 animais. Hoje,
18 cooperados fazem parte deste
projeto, que busca padronizar a
produção no campo. Confira mais
informações nas Notícias Copercana deste mês.

Em Assuntos Legais, o advogado da Canaoeste, Juliano Bortolotti, fala sobre a prorrogação
do prazo do georreferenciamento
de imóveis rurais para os proprietários de áreas menores de
O deputado Federal (PPS-SP), 500 hectares.
Arnaldo Jardim, mostra o seu Ponto de Vista em relação ao futuro do
O Destaque desta edição foi o
etanol. Para ele, é necessário que o trabalho de qualificação realizado
governo “ajude” o setor, investindo com os colaboradores que trabaem sua ampliação de produção.
lhavam no corte de cana-de-açúcar,
através do programa Renovação da
Em Notícias Canaoeste o leitor UNICA (União das Indústrias de
poderá conferir o 1º Workshop Ca- Cana-de-açúcar). Colaboradores
naoeste/Copercana, realizado no da Viralcool, Destilaria Santa Inês,
Cred Clube, com o objetivo de des- LDC SEV e Usina Pitangueiras
pertar nos participantes habilida- receberam Certificados de Treinades comportamentais que possam mento Especializado em diversas
ser desenvolvidas. O Workshop áreas do setor.
foi ministrado pela coach e palestrante da Central do Trabalho, CarAlém disso, não deixe de conla Tambellini.
ferir as Informações Setoriais com
o consultor agronômico da CanaAinda em Notícias Canaoeste oeste, Oswaldo Alonso, dados da
as informações sobre o Seminário Consecana e dica de leitura.
RC

Boa leitura!
Conselho Editorial
Revista Canavieiros - Dezembro 2011
4

Ano V - Edição 66 - Dezembro de 2011

Índice:

Capa - 20
CTC lança novas variedades
de cana-de-açúcar
Liberação aconteceu em Piracicaba durante a edição 2011 do
Cana Show

E mais:
Notas
.................página 08

05 - Entrevista
Marcos Guimarães de Andrade Landell
Diretor do Centro de Pesquisa de Cana do IAC
“O produtor rural tem que incorporar novas tecnologias”

07 - Ponto de
Vista
Arnaldo Jardim
Deputado Federal (PPS-SP)
membro da Comissão de Minas e Energia
Etanol: Definir seu futuro já!

10 - Notícias Copercana
- Confinamento de ovinos Copercana

13 - Notícias Canaoeste
- 1º Workshop Canaoeste/Copercana
- Jantar de confraternização Canaoeste
- Stab realiza seminário fitotécnico para produtores
- Plano de eliminação gradativa da queima da palha de cana-de-açúcar e protocolo
agroambiental do setor sucroalcooleiro - safra 2012/2013
- Prorrogado decreto que aplicava pena de multa por falta de Reserva Legal averbada

24 - Notícias Sicoob Cocred
- Balancete Mensal

25 - Comunicação
Projeto AGORA vence prêmio
máximo como “Empresa do Ano
de 2011” da Aberje
Iniciativa também conquistou o
prêmio Master na categoria Comunicação Integrada

Revista Canavieiros - Dezembro de 2011

Circular Consecana
.................página 12
Comunicação
.................página 25
Informações Setoriais
.................página 26
Artigo Técnico
.................página 28
Cultura de rotação
.................página 33
Destaque
.................página 34
Mais Etanol
.................página 36
Cultura
.................página 37
Classificados
.................página 38
5

Entrevista

“O produtor rural tem que incorporar
novas tecnologias”
Marcos Guimarães de Andrade Landell
Carla Rossini

Essa é a opinião do diretor do Centro de Pesquisa de Cana
do IAC (Instituto Agronômico), Marcos Guimarães de Andrade Landell, que concedeu entrevista exclusiva à Revista Canavieiros, durante o I Encontro Técnico de Fornecedores da
Alta Mogiana, realizado no Centro de Cana IAC, em Ribeirão
Preto, no dia 29 de novembro.
Landell falou sobre a quebra de produtividade da safra canavieira 2011/12 e também sobre a participação dos produtores de cana no cenário atual. Na opinião do pesquisador,
“o produtor tem que se atualizar, não pode ficar contemplando, assistindo tudo passar como se tivesse na frente de uma
TV, tem que entrar também nesse filme e participar”, disse.
Confira a íntegra da entrevista:
Revista Canavieiros: Marcos, houve que também coopera para essa situação
uma quebra de produção da safra cana- de baixa produtividade ser acentuada, é a
vieira 2011/12, principalmente por fato- baixa adoção tecnológica. Os produtores
res climáticos e econômicos. Como você multiplicaram as variedades que vinham
analisa a situação do setor mediante plantando nos últimos 10 ou 12 anos
esse cenário?
atrás, basicamente as mesmas variedaMarcos Guimarães de Andrade des, não está havendo uma evolução
Landell: Essa quebra de produção é re- através do processo de adoção de novas
sultado de uma série de fatores. A seca variedades. Tudo isso resultou neste quafoi preponderante e acentuada a partir dro triste. É difícil para um setor que já
do mês de abril de 2010 e isso foi mui- teve produtividades acima ou próxima a
to importante para
“...produtores adotarem 90 toneladas conviver
esse acontecimento.
com uma produtivinovas variedades
Mas temos que nos
dade que se aproxima
lembrar dos nossos rapidamente, terá um de 70 toneladas.
canaviais mais velhos, ou seja, 30% da impacto na produtivida- Revista
Canacana que foi colhida de que pode ser de 10 a vieiros: Os fatores
esse ano não deveria
econômicos também
mais estar em culti- 15 toneladas a mais que influenciaram?
vo, já deveria ter sido
Marcos Landell:
o primeiro corte...”
substituída por outras
Muitas vezes em funmais novas. Lembro também que parte ção das questões econômicas acabamos
deste canavial mais velho, foi muito mal fazendo algumas opções e essas opções
tratado há 4 anos. Naquele momento de acabam voltando como bumerangue socrise do setor, os produtores deixaram de bre nós mesmos. Esse era o momento
adubar ou adubaram parcialmente; pro- de ganhar dinheiro. Um momento muito
dutores não cuidaram bem do controle de significativo se o canavial tivesse capacimato e o canavial sofreu competição e até dade de resposta e se fosse um canavial
hoje esses canaviais estão muito sujos e de bom potencial biológico. Não é isso
ainda sofrendo o efeito das plantas dani- que acontece, são canaviais velhos e com
nhas. Um outro aspecto na minha visão muitas falhas.

Revista Canavieiros: Como que as
variedades de cana podem ajudar a recuperar essa produtividade?
Marcos Landell: Essas variedades que
estão no mercado, são variedades com
potencial de produção superior, principalmente no primeiro e segundo corte. Na minha visão, o fato dos produtores rurais adotarem novas variedades rapidamente, terá
um impacto porque vai ser uma mudança
no padrão de comportamento nos primeiros cortes, ou seja, vamos ter produtividade
que pode ser de 10 a 15 toneladas a mais
que o primeiro corte em função do grande potencial dessas variedades. Isso não
significa que elas (variedades) não tenham
socas, mas que, de uma forma geral, todas
têm apresentado um potencial de produção
muito alto no primeiro corte. Isso garante
um retorno líquido maior para o produtor
de forma que consiga pagar o investimento
feito na reforma. Novas variedades como a
IACSP 95-5000, mesmo outros materiais
como a RB 92-579 ou a CTC 4, são materiais que já mostraram que tem alta produtividade nesses cortes iniciais e que imaginamos que tragam rapidamente o retorno
para o produtor.

Revista Canavieiros - Dezembro 2011
6
Revista Canavieiros: Na sua opinião, qual é o papel do produtor rural
na recuperação do setor?
Marcos Landell: Penso que o produtor tem que pegar sua produção de novo,
ou seja, tem que assumir o controle desse volante. O que aconteceu nos últimos
anos foi uma omissão do produtor que
apenas fez o que a usina fazia. Usava as
variedades que a usina disponibilizava e
de uma forma geral, estava muito desestimulado em função dos problemas de
preço. O que o produtor tem que fazer?
Primeiro, tem que fazer o seu próprio
viveiro para produzir as variedades que
poderão, por exemplo, dar os saltos. O
produtor não pode continuar dependendo
do que têm na usina ou na indústria. Outros aspectos da produção, como controle de plantas daninhas, a parte nutricional e o controle de qualidade de colheita,
ou seja, uma série de operações que ele
(produtor) foi se afastando e foi perdendo um pouco o caráter de produtor ou da
atividade que sempre desempenhou. É
possível reverter isso mudando de postura, se tornando mais pró-ativo com a
produção. Acredito que haja possibilidade de reverter esse quadro, desde que
os produtores assumam outra atitude e
participem principalmente de treinamentos para adquirirem uma nova visão da
produção. Enfim, tem que desconstruir
os conceitos que tinha até então, porque
mudou muita coisa, o plantio mecânico
é um novo cenário que vai estar inserido
a partir de agora, assim como foi a colheita mecânica. O produtor tem que se
atualizar, não pode ficar contemplando,
assistindo tudo passar como se tivesse na
frente de uma TV, tem que entrar também nesse filme e participar.
Revista Canavieiros: Em sua apresentação, você disse que hoje, principalmente no Estado de São Paulo, existe
uma produção padrão, um conhecimento consolidado por parte dos produtores.
Você analisa isso de forma negativa?
Marcos Landell: Não. Eu acho muito bom que tenha um conhecimento
consolidado e que as pessoas estejam
usando esse conhecimento para manter,
pelo menos, níveis de produtividade em
questão. No entanto, esses últimos 3
anos, sequer conhecimento consolidado
foi utilizado plenamente, por exemplo,
técnicas de nutrição foram deixadas de
lado, muitos produtores não adubaram

Entrevista

Sobre o I Encontro Técnico de
Fornecedores da Alta Mogiana

O evento foi realizado através de uma
parceria entre a Canaoeste, a LDC-SEV
e o IAC. Aproximadamente 250 pessoas,
entre fornecedores de cana-de-açúcar,
profissionais das unidades industriais e
da associação e lideranças do setor sucroenergético participaram do encontro
que teve como objetivo discutir e tro-

car informações sobre aspectos técnicos
que promovam uma maior produtividade e longevidade na lavoura canavieira.
Para isso, vários temas foram abordados,
como: planejamento e manejo da canade-açúcar, variedades, produção de mudas, controle de doenças, principais pragas e novas tecnologias.

de forma correta, controle de mato também não foi feito corretamente, que são
os cultivos químico e mecânico. Quando lançaram mão disso, não conseguiram nem mesmo manter aquela produtividade que se esperava. Mas acredito
que além de manter esse conhecimento
consolidado que é uma coisa muito boa,
ou seja, é a cultura canavieira já incorporada, o produtor tem que incorporar
novas tecnologias.

IAC e existe previsão de lançamento de
novas variedades?
Marcos Landell: O programa está
muito bem e tem sido aperfeiçoado
em todas as suas etapas, desde a hibridação, através da nova estação de
hibridação Serra Grande / Uruçuca na
Bahia. Quanto aos lançamentos, acredito que em 2012 haja um lançamento
de novas variedades.

Revista Canavieiros: Você também
afirmou que há 10 anos a produtividade
da cana está estagnada. O que é preciso
para mudar isso?
Marcos Landell: Com certeza as novas tecnologias são o caminho. Trabalhar encima dessa matriz de ambientes.
Acredito muito e já vi isso gerar impactos muito significativos em empresas,
mas tem que se ter uma nova visão da
produção, fazer um bom trabalho ponto
a ponto, um trabalho de agricultura de
precisão para gerar ganhos significativos
na produtividade.
Revista Canavieiros: Mudando de
assunto, como que está o programa de
melhoramento de cana-de-açúcar do

Revista Canavieiros - Dezembro de 2011

Revista Canavieiros: Hoje, quais
são as principais características que os
programas de melhoramento procuram
para lançar uma nova variedade?
Marcos Landell: Além de todas aquelas já faladas, como teor de sacarose alta,
produtividade elevada e boa soqueira uma coisa que é marca do IAC, são canas
com perfil biométrico mais uniforme, ou
seja, diâmetro uniforme com bastante
perfilhamento. Isso mantém canas eretas
que facilitem o processo de colheita mecânica e facilitem o processo do plantio
mecânico. A cana ereta é uma muda de
melhor qualidade na plantadeira e temos
observado isso. Todas essas características juntas devem compor uma variedade
e de uma forma geral, as variedades tem
todas essas características.RC
7

Ponto de Vista

Arnaldo Jardim*

Etanol: Definir seu futuro já!

A

semana do Sugar Week 2011
propiciou eventos, tais como
a 11ª Conferência Datagro e o
Prêmio Mastercana, para debater o presente e o futuro do setor sucroenergético. Demonstrou a urgência de medidas
estruturais e estruturantes para o nosso
setor estratégico para o Brasil, tanto no
aspecto energético, como no econômico
e no ambiental.

Sentido de urgência
Após o anúncio da redução do teor
de mistura do anidro na gasolina, em vigor deste 1º de outubro, o governo nada
avançou em relação ao pacote de medidas de apoio ao setor que englobariam
créditos para renovação de canaviais e de
estocagem, além de modificações tributárias para assegurar rentabilidade, especialmente do etanol hidratado. Anunciados, a redução da alíquota do imposto de
renda das usinas e o crédito presumido
de PIS Cofins para o etanol, não saíram
do papel. Em suma, o governo continua
reativo e omisso!
Na aprovação da MP 532, da qual
fui relator, conseguimos refrear o temor
intervencionista em relação aos novos
poderes da ANP (Agência Nacional de
Petróleo, Gás e Biocombustíveis), mas
alterações de conteúdo importantes para
o setor, que havíamos introduzido, foram
vetadas pelo governo federal, tais como: a
garantia de participação da bioeletricidade dentro da nossa matriz energética nacional; determinação para que o BNDES
ofereça e mantenha uma ampla linha de
programas de estímulos e de financiamento para o setor; mudanças nas alíquotas
da Cide (Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico) de forma a assegurar a competitividade do etanol em relação a gasolina; e no regime de dutos ou
futuros “etanoldutos” quando manteve a
obrigatoriedade destes estarem atrelados
ao regime de concessões.
Etanol VS Gasolina
Primeiramente, é fundamental evitar
a comparação de desiguais, pois mesmo
com fortes oscilações na cotação do barril de petróleo, o preço da gasolina não

sofre alterações desde 2009. Portanto,
o processo de formação de preços dos
combustíveis é radicalmente diferente!
Há necessidade de definir uma equiparação de procedimentos!
Injustiça tributária
Em janeiro de 2002, a participação dos
impostos sobre o preço da gasolina na bomba era de 47%, percentual que foi caindo ao
longo dos anos para os atuais 35%. Em contrapartida, os tributos embutidos no preço
do etanol estão, hoje, em 31% (média Brasil), o que coloca em xeque a sua competitividade. Em suma, não há nenhum tipo reconhecimento sobre os impactos positivos do
etanol sobre a economia, a saúde pública, a
qualidade do ar, a geração de empregos e de
divisas para o País.
Há tempos também defendo a unificação da alíquota de ICMS do hidratado,
a exemplo do que fez o Estado de São
Paulo que reduziu a alíquota de 25%
para 12% o que aumentou a arrecadação,
reduziu as fraudes e trouxe o mercado
para formalidade.
Além da formação de preços e medidas
de incentivo tributário, precisamos de políticas públicas capazes de garantir a estabilidade, previsibilidade e o planejamento
para os biocombustíveis. Isso só será possível com uma Política de Estado, clara
e perene, para assegurar um crescimento
sustentável da produção do “combustível
do futuro”. Entre as medidas, destaco:
- Assegurarmos linhas de financiamento específicas para a renovação dos canaviais e a construção de novas usinas;
- Ampliarmos do uso da bioletricidade
pelo seu aspecto complementar a hidroeletricidade, mas que vem esbarrando nos
preços baixos ofertados pelos leilões de
energia nova e problemas na definição de
responsabilidades em relação à conexão;
- No transporte e logística é fundamental fortalecermos as Parcerias Público Privadas e agilizarmos os modelos de
concessão para investirmos na ampliação
dos chamados “alcooldutos”;
- Ampliarmos os contratos futuros por
meio da redução do IOF nas operações;

- Buscarmos a vanguarda em pesquisa e tecnologia para desenvolver novas
variedades e ampliarmos a produtividade por hectare, além de avançarmos na
pesquisa rumo ao etanol celulósico. Para
tanto defendemos o estabelecimento de
uma Embrapa da Cana, órgão público
criado para atender produtores de todas
as regiões do país e o fortalecimento do
setor Cana do IAC – São Paulo.
Mobilização Nacional
No início de dezembro, o Fórum Nacional do Setor Sucroenergético lançou
uma campanha nacional: +Etanol, que vai
avançar em postos para um Plano Nacional de Retomada da Produção de Etanol.
Contornar o risco de estarmos abrindo
mão “da fabulosa história do etanol, construída nos últimos 35 anos”, por meio da
produção, uso e pesquisa de biocombustíveis. O governo precisa arregaçar as mangas para retomarmos a nossa capacidade de
investimentos na ampliação da produção de
etanol. As vésperas da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) precisamos
nos apresentar como uma referência mundial no combate às emissões de gases de
efeito estufa com o nosso etanol. RC
*Deputado Federal (PPS-SP) – membro da Comissão de Minas e Energia

Revista Canavieiros - Dezembro 2011
8

Nova
T
ecnologia

Notas

Associação de Equoterapia
Vassoural realiza festa de
confraternização

O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, participou do evento

Manoel Ortolan (presidente da Canaoeste), Edna e Nério Costa (prefeito de Sertãozinho),
Beatriz Biagi (idealizadora do projeto), Edilah Biagi, Frederico Venturelli (prefeito de Pontal)
e Maria Zeferina Baldaia (vereadora de Sertãozinho)

Luis Pereira (técnico agrícola responsável por
tratos culturais do Grupo Aralco), Marcelo Fiorucci
(gerente agrícola corporativo do Grupo Aralco) e
Pedro Esrael Bighetti (diretor da Copercana)

O diretor da Copercana, Pedro Esrael
Biguetti, intermediou um experimento
entre a Usina Aralco e a empresa Jumil,
para que uma nova tecnologia seja aplicada. Trata-se da Plantadora Adubadora
JM 7090 PD EXACTA que a usina está
utilizando desde 1º de dezembro para fazer o plantio de soja na palhada de cana.
A máquina possui vários pontos positivos, mas os principais são o rendimento
operacional e redução de custos.

A Associação de Equoterapia Vassoural
realizou no dia 7 de dezembro, uma festa
de confraternização com apresentação de
praticantes que fazem parte do projeto que
ajuda crianças, jovens e adultos - através do
cavalo - com necessidades especiais, principalmente as que possuem lesões neuromotoras, patologias ortopédicas, necessidades
educativas e distúrbios comportamentais.
O encontro reuniu os familiares dos praticantes, empresários que apóiam o projeto
e autoridades como o prefeito de Sertãozinho, Nério Costa, que foi acompanhado
da primeira dama do município, Edna Garcia da Costa, a prefeita de Ribeirão Preto,
Darcy Vera, e o prefeito de Pontal, Frederico Venturelli. O presidente da Canaoeste,
Manoel Ortolan e o empresário, Maurílio
Biagi Filho, do Grupo Maubisa, também
estiveram presentes

Revista Canavieiros - Dezembro de 2011

A Equaterapia é um método terapêutico, com uma abordagem interdisciplinar, envolvendo as áreas de saúde, educação e equitação, o tratamento busca
o desenvolvimento biopsicossocial dos
praticantes.
Beatriz Biagi, idealizadora do projeto, explica que os serviços da entidade
são disponibilizados de forma gratuita,
por conta do apoio dos colaboradores.
“Atualmente se beneficiam do projeto,
37 moradores de Pontal, Ribeirão Preto, Sertãozinho e Pitangueiras e para o
próximo ano pretendemos dobrar esse
número”, disse.
Desde a sua criação, a associação já
ofereceu mais de cinco mil atendimentos
a crianças e adultos com necessidades
especiais.
9

Prêmio ABAG/RP “José Hamilton Ribeiro”

No dia 7 de dezembro,
a ABAG-RP (Associação
Brasileira do Agronegócio
da Região de Ribeirão Preto) anunciou os vencedores
do Prêmio Abag de Jornalismo 2011 e confirmou que
a partir de 2012, em sua 5ª
edição, o Prêmio passará a
chamar “Prêmio ABAG/RP
de Jornalismo José Hamilton Ribeiro”.

Zé Hamilton, que participou da festa de entrega
das premiações, se disse lisonjeado e gratificado com
a homenagem: “receber um
prêmio de jornalismo é uma
coisa gratificante, passar a
ser nome de um prêmio dá
um pouco de medo, é muita
honra. E sendo como é, um
prêmio de agro, que é o mundo da ter-

ra, a parte mais brasileira do Brasil, é
mais importante ainda”.
Os ganhadores em 2011 foram:
Modalidade Revista: Clivonei
Roberto
Revista IdeaNews
Matéria: Programas de formação capacitam e transformam vidas na agroindústria do açúcar e do etanol. Ver matéria.
Modalidade TV: Manuel Dirceu
Martins
EPTV Ribeirão - Globo News
Reportagem: As novas tecnologias da
cana.
Modalidade Jornal: Venceslau Borlina Filho
Jornal Folha de São Paulo
Matéria: Fronteira agrícola recebe R$
50 bilhões.

A secretária da agricultura do estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi,
e lideranças do setor sucroenergético, prestigiaram a entrega do prêmio

CEISE Br apresenta o balanço de ações de 2011
para associados

O CEISE Br - Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis, foi um grande articulador
da indústria sucroenergética em 2011.
Suas ações, através dos Comitês Técnicos
e Setoriais, da Universidade Corporativa
do Setor Sucroenergético (UNICEISE) e
da união com os elos da cadeia produtiva
fomentaram o desenvolvimento do setor
como um todo. Para demonstrar aos seus
associados e parceiros um balanço de
ações promovidas e quais as perspectivas
para 2012, o CEISE Br realizou o I Encontro Anual de Resultados e Perspectivas do
CEISE Br, na noite de 8 de dezembro.

O evento teve início com uma palestra da
economista Vanessa Nardy, analista de Agribusiness Research & Knowledge Center da
PriceWaterouseCoopers Auditores Independentes, que apresentou o estudo “Panorama do Setor Sucroenergético para a Safra
Atual e Perspectivas para 2012/13”. Segundo dados do estudo, as perspectivas para a
próxima safra são boas, apesar de o encerramento precoce ter gerado uma quebra de
safra estimada em 9%. “Será uma safra de
recuperação, com os investimentos volta-

dos para a renovação dos
canaviais. O crescimento
da demanda mundial por
etanol é de 13% ao ano,
reforçando que há um
grande potencial de mercado”, afirmou Vanessa,
que ressaltou que o Brasil precisa de políticas
públicas consistentes e
estáveis para a retomada
do setor.

Empresários de Sertãozinho e região ouviram o balanço de 2011 e as
perspectivas para 2012 durante a apresentação do CEISE Br

Numa breve retrospectiva, Adézio
Marques, presidente do CEISE Br, afirmou que o ano de 2011 foi positivo para
a entidade pois suas propostas geraram
ações para o desenvolvimento do setor,
como o documento enviado em fevereiro
ao Ministério da Agricultura com propostas para a retomada dos investimentos na
cadeia produtiva sucroenergética, numa
ação em conjunto com a Força Sindical,
a Prefeitura Municipal de Sertãozinho e
embasada pela UNICA - União das Indústrias de Cana-de-açúcar e da Orplana
- Organização dos Plantadores de Cana
do Estado São Paulo.

As perspectivas para o próximo ano
são excelentes. “O Governo Federal
tem nas mãos um conjunto de propostas lançadas recentemente através
do “Movimento Mais Etanol”, numa
iniciativa inédita com toda a cadeia
produtiva, visando o reconhecimento
do etanol como solução econômica,
social e ambiental para o País”, frisou
Adézio. “Temos a oportunidade não só
de retomar os investimentos no setor,
mas também de alavancar a economia
do Brasil”, finalizou.
Fonte: CEISE BR

Revista Canavieiros - Dezembro 2011
10

Notícias Copercana

Confinamento de ovinos Copercana

O projeto desenvolvido pela cooperativa em parceria com o
Sebrae garante rentabilidade ao produtor e qualidade à carne

Carla Rodrigues

D

esde 2008, a Copercana em
parceria com o Sebrae (Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas) mantém um confinamento de ovinos com capacidade para
250 animais, podendo ser ampliado para
até 1000 animais, de acordo com as necessidades dos cooperados.
Hoje, 18 cooperados fazem parte do
projeto que busca padronizar a produção
no campo, ou seja, todos os produtores
utilizarem as mesmas tecnologias e os
mesmos manejos sanitários para que os
animais cheguem ao confinamento com
características muito parecidas.
Sérgio Berteli
Garcia,
consultor do
Sebrae

“Animais com a mesma idade e mesmo
peso proporcionam excelente qualidade no
produto final. Hoje, a cadeia da ovinocultura não está estruturada e o abate é realizado na clandestinidade, o que dificulta obter números para poder dimensionar essa
cadeia”, explicou o zootecnista e consultor
do Sebrae, Sérgio Berteli Garcia.
Gustavo
Leal Lopes,
veterinário da
Copercana

De acordo com o veterinário da Copercana, Gustavo Leal Lopes, o objetivo da parceria é aumentar a produção
de ovinos no Estado de São Paulo. “Os
produtores mandam para o confinamento
os animais com desmama de até 3 meses,
deixando para a cooperativa as etapas de
engorda e abate, dispondo de espaço livre para colocar novas matrizes em sua
área”, disse o veterinário.
Depois de levados para o confinamento, existe a opção de venda imediata
para a cooperativa ou após o abate, fica
a critério do produtor. A cada 45 dias, a
Copercana fecha um lote com animais de
35 a 45 quilos (peso vivo correspondente
a animais com até 6 meses de idade) para
abate no frigorífico e a comercialização
das carnes é realizada pelos Supermercados da rede Copercana.

Márcio Zeviani,
supervisor dos
Supermercados
Copercana

Segundo Márcio Zeviani, supervisor
dos Supermercados Copercana, o projeto
trouxe vários benefícios para os clientes
e também para a área de vendas dos supermercados. “Os clientes já optam pelos cortes individualizados, valorizando
a carne que está consumindo, que apesar
de ser pouco conhecida, é muito nutritiva. Para isso, melhoramos o preço da
carne, e, com isso, conseguimos dobrar
as vendas”, destacou Zeviani.
O produtor rural de Cravinhos, José
Sebastião Zanetti (Fazenda Sede São
Manoel) é um dos cooperados que fazem
parte do projeto. Zanetti possui 205 animais em sua propriedade e disse que a

Revista Canavieiros - Dezembro de 2011

José Sebastião
Zanetti,
produtor rural
de Cravinhos

etapa de comercialização era o que mais
causava preocupação. “Nós produtores,
sozinhos, temos dificuldade em realizar,
de maneira correta, a venda da carne.
Com a criação deste projeto, a Copercana se responsabiliza pela comercialização, facilitando nossa atividade e garantindo um produto de grande qualidade”,
explicou o cooperado.
Além disso, o projeto entre a Copercana e o Sebrae ajuda os produtores a
se adequarem as novas leis ambientais.
Por exemplo, a proibição de plantações
próximas as sedes e rodovias, resulta
em áreas inativas. Para aproveitar estas
áreas, o produtor pode ocupá-las com
pastagens para cria e recria de animais,
e depois destiná-los (após o período de 3
meses) para o confinamento.
“Eu tenho a cana-de-açúcar como minha principal cultura, mas por causa das
novas leis ambientais, tenho muitas áreas
que ficam ociosas, então as uso para criação de cordeiro e aproveito para complementar minha renda”, disse Zanetti. RC
11

Revista Canavieiros - Dezembro 2011
12

Notícias Canaoeste

Consecana

A

CIRCULAR Nº 10/11
DATA: 30 de Novembro de 2011

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o
mês de NOVEMBRO de 2011. O preço médio do kg de ATR para o mês de NOVEMBRO, referente à Safra 2011/2012,
é de R$ 0,5016.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos
mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a novembro de 2011 e acumulados até NOVEMBRO, são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo
(ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado
externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a novembro de 2011 e acumulados até NOVEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/11, são os seguintes:

Revista Canavieiros - Dezembro de 2011
13

1º Workshop Canaoeste/Copercana

Programação contou com dinâmica e palestras sobre capacitação profissional

Carla Rodrigues

N

o dia 14 de dezembro, os colaboradores das áreas assistencial
agronômica, gestão ambiental
e topografia da Canaoeste e comercial
agronômica da Copercana, participaram
do 1º Workshop Canaoeste/Copercana,
realizado no Cred Clube, em Sertãozinho. O evento foi realizado para despertar nos participantes habilidades comportamentais que possam ser desenvolvidas.
O Workshop foi ministrado pela coach e
palestrante da empresa Central do Trabalho, Carla Tambellini.
“O principal objetivo da Canaoeste
com esse encontro foi a integração entre os agrônomos e a inter-relação de
suas experiências profissionais, já que a
associação presta serviço de assistência
técnica, extensão rural, desenvolvimento
e pesquisa e a Copercana realiza a venda de produtos agrícolas, estratégia comercial e dinâmica de vendas. Com isso
esperamos um maior poder de confiança dos agrônomos, desenvolvendo com
ética e profissionalismo a gestão de liderança dentro de suas respectivas áreas de
atuação, efetivando a satisfação dos produtores e trazendo novos associados”,
disse Luiz Carlos Tasso Júnior, diretor
da Canaoeste.
Ao longo do dia, foram realizadas várias apresentações e atividades através de
vídeos, músicas, interações, dinâmicas e
jogos corporativos, de forma interligada
a conteúdos técnicos. Alguns dos temas
debatidos foram: crenças e valores do
ser humano, comportamento receptivo e
defensivo, diferenças individuais e ego,
percepção seletiva e relação interpessoal, processo de auto-análise para mudança pessoal, processo de comunicação,
padrões do comportamento humano, capacidade de flexibilidade e trabalho em
equipe, linguagem do corpo e construção
de novas relações.
De acordo com a palestrante, hoje
as instituições que estão “antenadas” às
exigências do cliente externo, devem estar “antenadas” também às necessidades
do cliente interno, ou seja, seus colabo-

radores. O profissional dessa nova era
tem presenciado um alto nível de adversidades devido as funções e desafios de
gerenciar novas e diversas exigências
do mercado, como: qualidade, estratégia, resultado, excelência, consultivo,
pró-ativo, foco no negócio e no cliente,
soluções, assertividade, tempo, entre
outras. “O investimento em formação e
desenvolvimento de profissionais está
muito mais ligado à técnica, deixando o
lado comportamental em segundo plano.
O interessante, é que para dar conta das
exigências modernas, é necessário que
os dois lados do cérebro esquerdo (dominante) e direito (não dominante) estejam

integrados, equilibrando o uso das potencialidades”, explicou a palestrante.
O gerente do departamento técnico da
Canaoeste, Gustavo Nogueira, também
participou do evento e disse acreditar
neste tipo de trabalho para melhorar o desempenho profissional de cada um. “As
atividades realizadas durante o encontro
permitem que os colaboradores se exponham mais facilmente e mostrem suas dificuldades. Posteriormente, com o apoio
da empresa Central do Trabalho, pretendemos dar continuidade nestas atividades
e corrigir nossas deficiências de atuação
no dia-a-dia”, disse Nogueira. RC

Revista Canavieiros - Dezembro 2011
14

Notícias Canaoeste

Jantar de confraternização Canaoeste
Carla Rossini

P

ara comemorar os bons resultados
da Canaoeste em 2011 e iniciar 2012
com o “pé direito”, o presidente da
associação, Manoel Ortolan, organizou um
jantar que reuniu gerentes e engenheiros
agrônomos (da Copercana e Canaoeste), no
Cred Clube, em Sertãozinho. A comemoração foi realizada no dia 14 de dezembro
e foi prestigiada pelo diretor da Canaoeste,
Luiz Carlos Tasso Júnior, pelo presidente
da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo e
pelo diretor, Pedro Esrael Bighetti.
“Todos se esforçaram bastante para que
os produtores superassem as dificuldades
de 2011: diretores, técnicos, agrônomos e
gerentes. Isso resultou num bom ano para
a Canaoeste. Hoje, reunidos, relembramos
fatos ocorridos e como um grupo unido celebramos também a proximidade do Natal
e do Ano Novo.”, disse Manoel Ortolan.
“Realizamos essa confraternização com
a finalidade de reforçar os laços de amizade
entre as diretorias e os colaboradores. Não
podemos nos relacionar apenas em âmbito
profissional, precisamos de união para termos dinamismo na realização das nossas
atividades que, quase sempre, são realizadas
em grupo. Aqui não somos apenas colegas
de trabalho, somos um grupo de amigos em
busca dos mesmos objetivos”, disse Tasso.RC

Revista Canavieiros - Dezembro de 2011
15

Stab realiza seminário fitotécnico para produtores
Em parceria com a Canaoeste e Copercana, evento
discutiu soluções para aumentar a produtividade dos canaviais

Carla Rodrigues

A

Stab (Sociedade dos Técnicos
Açucareiros Alcooleiros do Brasil)
realizou, no dia 13 de dezembro, o
“Seminário Fitotécnico e Sistema de Produção de Cana e Colheita Mecanizada”. O
evento foi realizado em parceria com a Canaoeste, Copercana, Afocapi (Associação
dos Fornecedores de Cana de Piracicaba)
e Coplacana (Cooperativa dos Plantadores
de Cana do Estado de São Paulo).
Apoiado pela Orplana (Organização
de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) e Udop (União dos Produtores de Bioenergia), e coordenado por
José Rodolfo Penatti (Afocapi), Luiz Carlos Tasso Júnior (Canaoeste) e Oswaldo
Alonso (Canaoeste), o evento, que reuniu
produtores, pesquisadores e profissionais
do setor, aconteceu no Centro de Convenções do Centro Cana IAC (Instituto Agronômico) em Ribeirão Preto.
O presidente da Canaoeste, Manoel
Ortolan, esteve presente e participou da
abertura. Na ocasião, aproveitou a oportunidade para falar sobre a importância
dos produtores e instituições do setor,
em apoiarem eventos deste tipo, onde há
uma grande troca de informações e experiências. Ortolan também parabenizou os
produtores pela aprovação do novo Código Florestal e disse que o momento é
de cautela para investir com segurança.
Durante o encontro, vários temas foram abordados sobre a cadeia produtiva

Oswaldo Alonso, consultor agrônomico da Canaoeste

do setor, entre eles: consórcios de produtores de cana, precisão em plantio, corte
mecanizado, mudas de cana, fitotecnia,
pragas, monitoramentos, sistematização,
preparo de solo, tratos culturais, adubação nitrogenada suplementar, climas, solos e ambientes de produção.
A apresentação do gerente do departamento técnico da Canaoeste, Gustavo Nogueira, foi sobre a importância
da produção de mudas de cana para
manter a sanidade e pureza das plantas.
“Como estamos procurando aumentar
a nossa produtividade, a produção de
mudas sadias é fundamental para evitarmos a disseminação de doenças que
venham comprometer nosso resultado
final”, explicou Nogueira.
Segundo um dos coordenadores do
seminário, Oswaldo Alonso, consultor
agronômico da Canaoeste, o evento
atendeu as expectativas do público já
que as apresentações foram realizadas
com alta qualidade técnica. “Procuramos trazer palestrantes que transmitam informações técnicas, mas de uma
maneira que o produtor entenda o que
estão querendo dizer, principalmente
na divulgação de novas tecnologias”,
disse Alonso.
Para o produtor Fernando Freitas
Tavares, o setor tem passado por várias
transformações e acredita que a realização de eventos para atualizar o produ-

Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste

Gustavo Nogueira, gerente do
departamento técnico da Canaoeste

tor sobre as novidades do mercado é de
grande relevância para sua lavoura.
“Encontros como este, possibilita a
gente a buscar informações para enfrentar as modificações que o setor vem sofrendo de forma barata, com acesso a novas tecnologias e novos procedimentos”,
afirmou Tavares. RC

Fernando Freitas Tavares, produtor
Revista Canavieiros - Dezembro 2011
16

Notícias Canaoeste

Plano de eliminação gradativa da queima da palha
de cana-de-açúcar e protocolo agroambiental do
setor sucroalcooleiro - safra 2012/2013
Da redação

A

Canaoeste estará executando novamente este ano a elaboração dos
obrigatórios Requerimentos de Autorização de Queima Controlada da Palha
de Cana-de-açúcar (safra 2012/13) para os
seus associados. Os interessados devem
procurar os escritórios regionais da associação, a partir do dia 13 de fevereiro de 2012.
Os fornecedores associados que tiveram
expansões ou reformas em seus canaviais,
aquisições de propriedades por compra ou
arrendamento, dentre outras situações, nas
quais a área total ou soma das áreas contíguas à serem colhidas na safra 2012/2013
sejam iguais ou superiores a 150 ha cultivadas com cana-de-açúcar, deverão procurar os escritórios à partir de 16 de janeiro
de 2012 até o dia 02 de março de 2012,
para que possam ser agendadas visitas dos
topógrafos para efetuarem as medições necessárias das áreas. As solicitações fora do
prazo estarão sujeitas a não serem atendidas por motivo de tempo necessário para
realização das mesmas.

O departamento de Planejamento,
Controle e Topografia da Canaoeste informa que o prazo para indicação, nos
mapas, das áreas que serão colhidas com
ou sem queima, na safra 2012/2013, deverá ser feita até o dia 16 de março de
2012. Os mapas indicados após esta data
estarão sujeitos a não realização do Plano de Queima por questão de prazo.

Meio Ambiente”, disse Thiago Silva, gerente do departamento.

Na safra 2011/2012, por perda de prazo, muitos fornecedores não fizeram o
Requerimento de Autorização da Queima da Palha de Cana-de-açúcar, exigindo
que a colheita da cana-de-açúcar tivesse
que ser totalmente crua, mesmo em áreas
não mecanizáveis. “Solicitamos o cumprimento da legislação vigente, do dia
13 de fevereiro até o dia 23 de março de
2012 para que sejam feitos os Requerimentos de Autorização da Queima da
Palha de Cana-de-açúcar, em prazo hábil.
Os requerimentos fora do prazo estabelecido estarão sujeitos a não cumprimento
do prazo estabelecido pela Secretaria do

Para obter informações complementares
sobre o Plano de Eliminação Gradativa da
Queima da Palha de Cana-de-açúcar da safra 2012/2013, os agricultores podem acompanhar a Revista Canavieiros ou entrar em
contato com os escritórios da Canaoeste.

Os fornecedores devem estar munidos das documentações necessárias para
a realização do pedido de autorização de
queima da palha de cana-de-açúcar, dentre elas, o CNPJ e a Inscrição Estadual de
cada imóvel rural.

Será obrigatório aderir ou renovar o
Protocolo Agroambiental do Setor Sucroalcooleiro os fornecedores cujo CPF/CNPJ
estejam totalizando área maior ou igual a
150 ha. Os demais fornecedores poderão
optar por fazer o Protocolo Agroambiental
do Setor Sucroalcooleiro. A Canaoeste recomenda adesão ao Protocolo.RC

Prorrogado decreto que aplicava pena de multa
por falta de Reserva Legal averbada
Juliano Bortoloti – Advogado da Canaoeste	

E

m virtude da discussão no Congresso
Nacional sobre o Novo Código Florestal, a Presidência da República,
através do Decreto nº 7.640/11, publicado
no último dia 12 de dezembro de 2011, resolve prorrogar o prazo para se averbar a reserva florestal legal das propriedades rurais
até 11 de abril de 2012, tendo em vista que o
prazo final previsto no artigo 152, do Decreto nº 7.497/2011, expirava em 11.12.2011.
Findo tal prazo, poderia o Governo
aplicar multas aos proprietários rurais que
não averbaram e/ou deram início ao procedimento de averbação da reserva florestal legal de sua propriedade, penalidades
estas que vão de advertência a multa diária de R$-50,00 a R$-500,00 por hectare
ou fração da área de reserva legal.

Atualmente é pacífico tanto no
Poder Executivo quanto no Poder
Judiciário, que a obrigatoriedade de
averbação de Reserva Legal subsiste
na legislação vigente, sendo apenas a
aplicação da sanção pela não averbação é que está prorrogada.

Oportuno salientar que tal prazo não
se presta às pessoas físicas e jurídicas
que já estejam obrigadas, por sentença
judicial definitiva, a fazê-lo, ficando estas adstritas aos termos da referida decisão judicial.
Veja abaixo a íntegra do decreto nº 7.640/2011.

DECRETO N. 7.640, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2011
Altera o art. 152 do Decreto no 6.514, de 22 de julho de 2008, que dispõe sobre as
infrações e sanções administrativas ao meio ambiente e estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art.
84, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição,
DECRETA: Art. 1o O art. 152 do Decreto no 6.514, de 22 de julho de 2008, passa
a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 152. O disposto no art. 55 entrará em vigor em 11 de abril de 2012.” (NR)
Art. 2o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 9 de dezembro de 2011; 190º da Independência e 123º da República.
DILMA ROUSSEFF

Revista Canavieiros - Dezembro de 2011
17

Assuntos Legais

Georreferenciamento de imóveis
rurais – prorrogação do prazo

P

rezados leitores, através do Diário
Oficial da União de 22 de novembro
de 2011, a presidente Dilma Rousseff
publicou o Decreto Federal nº 7.620/2011,
que prorroga o prazo para que os proprietários de imóveis com área menor de 500
(quinhentos) hectares procedam ao georreferenciamento de sua área, ou seja, façam a
medição e descrição perimetral do imóvel,
através de equipamento de precisão utilizando-se de satélites, por profissional cadastrado no INCRA (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária) que, após,
será aprovado por este órgão.
Referida prorrogação foi necessária,
até mesmo diante da impossibilidade
de todos os proprietários procederem
à referida medição até a data limite de
21/11/2011, por motivos diversos (falta
de estrutura do Poder Público, falta de
profissionais suficientes, etc.).
De acordo com o novo decreto, os novos prazos em vigor são os elencados a
seguir:

Área do Imóvel	
Novo Prazo
250ha – 500ha	
20/11/2013
100ha – 250ha	
20/11/2016
25ha-100ha	
20/11/2019
Abaixo de 25ha	
20/11/2023
Por fim, cumpre aqui esclarecer
que não existe penalidade pecuniária
(multa) alguma para os proprietários
que descumprirem o prazo para proceder ao georreferenciamento de seus
imóveis, não significando isso que
não estarão sujeitos a outras “sanções”, dentre as quais destacamos o
impedimento de registro na matrícula
imobiliária de atos de venda, subdivisão, unificação, retificação do imóvel
ou qualquer alteração na matrícula decorrente de ato judicial.
Não podemos deixar de destacar,
também, que os bancos estão exigindo
o registro de hipotecas, títulos de crédito ou outros gravames na matrícula
imobiliária para efetuar empréstimos e,
alguns cartórios acabam exigindo que,
para tanto, se proceda ao georreferen-

Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste

ciamento do imóvel. De igual forma,
em processos de licenciamento ambiental exige-se que a matrícula do imóvel
esteja georreferenciada.
Então, para aquele proprietário rural
que ainda não realizou o georreferenciamento de seu imóvel rural, sugere-se
que regularize-o o quanto antes, com a
medição devida, com os mapas e memoriais devidamente certificados pelo
INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), para, após,
encaminhá-los ao Cartório de Registro
de Imóveis. RC

Novo Código Florestal aprovado no Senado

O

Senado aprovou no dia 06 de dezembro de 2011, o texto do novo
Código Florestal por uma maciça
maioria, mas como houve mudanças em
relação ao texto aprovado na Câmara dos
Deputados, ele voltou a esta casa legislativa no dia 12 de dezembro de 2012 para que
os deputados deliberem sobre as alterações,
rejeitando-as, alterando-as ou acatando-as.

Em virtude da proximidade do fim do
ano civil e do fim dos trabalhos do Congresso, ficou acertado pelos parlamentares que a votação no plenário da Câmara
dos Deputados se dará no dia 06 ou 07 de
março de 2012.
Até lá, a Canaoeste estará acompanhando de perto as tratativas e evoluções
sobre o assunto, através do “Brasil Verde
Que Alimenta - Conselho dos Produtores
Rurais”, que representa mais de 50.000
produtores rurais no Brasil. Trata-se de
movimento formado por diversas associações, sindicatos e cooperativas de

Adézio Marques (presidente do CEISE Br), Antonio Eduardo Tonielo (presidente da Copercana),
Manoel Ortolan (presidente da Canaoeste), Paulo Canesin (diretor da Canaoeste),
Rodrigo Zardo (agrônomo da Canaoeste), Patrícia Milan (diretora executiva da Abag RP) e
Helena Pinheiro Della Torre (coordenadora do grupo Brasil Verde Que Alimenta)

produtores rurais, tendo se organizado ao
longo do ano de 2011 a partir de Ribeirão Preto-SP., cujo objetivo é fortalecer a
representatividade dos produtores rurais
nas discussões sobre o novo Código Florestal, objetivando principalmente à promoção de segurança jurídica no campo.

denado por produtores e lideranças do
agronegócio, que conhecem com profundidade o assunto, porque têm uma
trajetória de vida no campo, onde criaram raízes e construíram uma história em
defesa do Brasil.

O Brasil Verde que Alimenta é coor-

A Canaoeste é uma das signatárias
do movimento, além de ser uma de suas

Revista Canavieiros - Dezembro 2011
18
fundadoras. O “Brasil Verde Que Alimenta”, através dos deputados e senadores ligados ao agronegócio, auxiliou sobremaneira na formatação da redação do
novo Código Florestal, sugerindo alterações no texto, emendas, dentre as quais
as destacadas no quadro abaixo.
1. Início das APPs ripárias a partir da
borda da calha do leito regular dos cursos d’água (art. 4°);
2. Vinculação no conceito de leito regular à regularidade das águas durante o
ano (art. 3°);
3. Dispensa de APPs nos cursos d’
água artificiais (art. 4°);
4. Exclusão das várzeas das APPs (art. 4°);
5. Alteração do conceito de topo de
morro (art. 4°);
6. Dispensa de APPs nos reservatórios
d’água artificiais não decorrentes de barramento de cursos d’água (art.4°);
7. Isonomia, para fins de aplicação
dos benefícios desta lei, das propriedades com até 4 módulos fiscais que desenvolvam atividades agrossilvipastoris à
agricultura familiar (§ único art 4°);
8. Exigência de indenização por interesse social no caso de criação de novos tipos
de APPs, o que somente pode ocorrer ato
do Chefe do Poder Exceutivo (art. 6°);
9. Permissão, sem condicionantes, de
acesso às APPs para obtenção de água
por pessoas ou animais (art. 9°);
10. Manutenção de todas as atividades agrossilvipastoris em inclinações entre 25 e 45° (art. 11);
11. Possibilidade de redução do percentual de Reserva Legal para 50% nas
regiões de floresta da Amazônia Legal
quando a área do município for ocupada
em mais de 50% por unidade de conservação ou terras indígenas ou quando o
Estado as tiver em percentual superior a
65% (§§ 5° e 6° art. 12);
12.Cômputo de todas as APPs conservadas ou em recuperação no percentual
de Reserva Legal (art. 15);

13.Dispensa da necessidade de averbação da Reserva Legal em cartório de
registro de imóveis (art.18);
14. Simplificação do processo de identificação e registro da RL (§ 10 art. 18)
15. Criação do CAR possibilitando a
regularização ambiental de todas as propriedades irregulares (art. 29);
16. Necessidade de demonstração de nexo
causal nos casos de uso de fogo (art. 38);
17. Exigência de criação pelo Governo
de um programa de pagamento por serviços ambientais em até 180 dias (art. 41)

26. Garantida a manutenção das residências e infraestrutura nas APPs ripárias
independente de sua localização (art. 61);

18. Autorização para que o Governo
possa, através de um programa específico,
converter as multas referentes a autuações
por desmatamentos promovidos sem autorização ou licenças (§9° art. 41);

27. Garantia de manutenção das atividades de reflorestamento e demais culturas lenhosas, perenes ou de ciclo longo
nas inclinações acima de 45°, topos de
morro, bordas de tabuleiro e campos de
altitude (art. 63);

19. Criação dos PRAs, que associados
ao CAR, possibilitarão a regularização
ambiental de todas as propriedades rurais (art. 59)
20. Delegação de significativa competência aos Estados para tratar de assuntos
peculiares na elaboração do PRA (art. 59);
21. Suspensão da aplicação das multas durante o período de regularização,
iniciando-se logo após a publicação da
lei (art. 59);
22. Conversão das multas pecuniárias
em melhoria da qualidade do meio ambiente após cumprimento do termo de
compromisso (art. 59);
23. Possibilidade de consolidação de
atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural iniciadas até 22
de julho de 2008 (art. 61)
24. Estabelecimento de exigência mínima de recomposição de APPs ripárias
em metragem inferior às atualmente estabelecidas (art. 61);
25. Estabelecimento, para agricultura
familiar e propriedades equivalentes, de
limite de recuperação equivalente à área
de Reserva Legal exigida para o imóvel,
podendo ser inferior ao mínimo estabelecido pela regra geral (art. 61);

Revista Canavieiros - Dezembro de 2011

28. Garantia de manutenção de atividade de pecuária extensiva nos tipos de
APP acima citados quando vegetação natural for campestre (art. 63);
29. Facilitação de regularização da
Reserva Legal, mediante compensação
até mesmo fora do Estado, desde que no
mesmo bioma (art. 67);
30. Possibilidade de recomposição
com até 50% de espécies exóticas aumentando a possibilidade de renda na
RL (art. 67);
31. Exigência de RL para agricultura familiar e equivalentes somente até a
participação correspondente a área ocupada pelos remanescentes de vegetação
nativa existentes em, 22 de julho de 2008
(art. 68)
32. Resgate do direito adquirido para
estabelecimento de percentual de Reserva
Legal, conforme a lei no tempo (art. 69);
33. Autorização para que a CAMEX
estabeleça restrições às importações de
produtos advindos de países que não
observem padrões de proteção ambiental compatíveis com as do Brasil (art.
75). (fonte: Frencoop – Frente Parlamentar do Cooperativismo e Brasil
Verde Que Alimenta). RC
19

Revista Canavieiros - Dezembro 2011
20

CTC lança novas variedades
de cana-de-açúcar

Os palestrantes do CTC: Marcos Casagrande, Tadeu Andrade, Luis Roberto Pogetti, Gustavo Leite, Arnaldo Raizer e
Sabrina Moutinho Chabregas juntamente com os representantes da Basf e Bayer, Luis Louzano e Adré Abreu

Liberação aconteceu em Piracicaba durante a edição 2011 do Cana Show
Carla Rodrigues

O

CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) realizou em Piracicaba,
no dia 7 de dezembro, a edição
2011 do Cana Show, reunindo empresários, produtores rurais, profissionais
do setor e pesquisadores com o objetivo
de discutir estratégias e soluções para
que o setor sucroenergético, através do
aumento da produção e redução de custos, enfrente os desafios que tem pelos
próximos anos para atender a crescente
demanda pelo mercado de açúcar, etanol
e energia.
Segundo Luiz Antonio Dias Paes,
gerente de Produtos do CTC, esta safra
(2010/11) apresentou 20% de queda em
produtividade devido a vários fatores,
como: ambiente (solo), pragas e doenças, clima (florescimento) e geadas.
“Além dos fatores climáticos que contri-

buíram para um resultado negativo desta
safra, ainda tivemos um período ruim de
investimentos na lavoura, diminuição
das áreas renovadas, redução dos tratos e
uma desaceleração de novas unidades”,
explicou Paes.
O diretor técnico da Unica (União das
Indústrias de Cana-de-Açúcar), Antônio de Pádua Rodrigues, também esteve
presente no evento e falou sobre as mudanças e perspectivas de mercado. Para
ele, o setor tem condições de aumentar o
mercado de etanol hidratado. Ele afirma
que, atualmente, o país tem capacidade
de moer 750 milhões de toneladas de
cana-de-açúcar. “Até 2015, o país precisa moer 100 milhões de toneladas a mais
para abastecer a frota flex. Se usarmos
corretamente as tecnologias desenvolvidas temos condições de aumentar a ofer-

Luiz Antonio Dias Paes,
gerente de Produtos do CTC

Revista Canavieiros - Dezembro de 2011

Antônio
de Pádua
Rodrigues,
diretor técnico
da Unica

ta de cana em 160 milhões de toneladas,
que serão destinadas a produção de etanol hidratado”, disse Pádua.
Com o objetivo de aumentar sua competitividade no setor nacional e internacional, o CTC foi convertido numa Sociedade Anônima (SA), totalizando em
154 empresas acionistas, que, juntas, respondem por 60% da moagem de cana do
país. Hoje, o CTC mantém unidades nas
regiões Nordeste, Sudeste, Sul e CentroOeste, atendendo aproximadamente 12
mil fornecedores de cana.
O CTC atua em diversas áreas de pesquisa, sendo elas: industrial, logística e
agronômica. Também atua em pesquisas
com variedades, plantio, colheita mecanizada, biotecnologia, controle biológico
de pragas, muda sadia, geoprocessamento, imagens de satélites, cartas de solos,
ambientes de produção, geração de energia, produção de açúcar e etanol de primeira e segunda geração.
“O CTC é um centro importantíssimo
no desenvolvimento de pesquisas. Eventos como este demonstram que realmente
a sua grande função é facilitar a vida do
21

CTC 23

Colmo	

agricultor, produzindo mais cana, obtendo maior produtividade, e, consequentemente, diminuindo seus custos”, comentou Ismael Perina, presidente da Orplana
(Organização de Plantadores de Cana da
Região Centro-Sul do Brasil).
Durante o encontro, vários temas foram abordados, como: desempenho das
variedades comerciais do CTC, o futuro
da cana-de-açúcar a partir da biotecnologia, análise da safra atual, expectativas
para as próximas safras, biomassa, etanol de segunda geração e perspectivas da
economia brasileira.
Para o pesquisador do CTC, Tadeu de
Andrade, este encontro também serviu
Ismael Perina,
presidente da Orplana

para chamar a atenção das usinas que,
na realidade, não são apenas produtoras
de etanol e açúcar e sim, de uma plataforma para diferentes produtos. “O açúcar é plataforma para outros produtos, o
etanol para outros ainda, sendo assim, é
importante que o produtor saiba que não
é somente produtor de cana e sim de uma
plataforma de outros produtos que beneficiam a sociedade e geram renda para
ele (produtor)”, explicou Andrade.
Além disso, o CTC, que mantém o maior
banco de germoplasma do mundo, anunciou a liberação de duas novas variedades
de cana-de-açúcar para plantio comercial, a
CTC 23 e a CTC 24, que compõem a sétima
geração de variedades da empresa.
Tadeu de Andrade,
pesquisador do CTC

Palmito	

Nó

Arnaldo José Raizer,
pesquisador do CTC

De acordo com Arnaldo José Raizer,
pesquisador do CTC, essa liberação foi
focada principalmente numa demanda
de mercado. Todos os anos são liberados materiais com alguma aptidão, para
determinada região, época de safra ou
para alguma vantagem agronômica.
Neste ano, o foco foi em final de safra, com variedades tardias, devido aos
problemas climáticos que geraram uma

Revista Canavieiros - Dezembro 2011
22

CTC 24

Colmo	

Público presente

Nó

O evento contou tambem com um estande do CTC apresentando
aos visitantes as pragas da cana e os tipos de solos existentes

perda de produtividade muito grande,
principalmente nas regiões mais secas.
“As variedades CTC 23 e 24 atendem
exatamente esse período. São materiais
com capacidade de chegar ao final da
safra com uma oportunidade boa, não
perdem muito com a seca (que começa
no meio da safra), não florescem, o que é
uma vantagem e tem uma capacidade de
brotação muito rápida neste período, que
é uma época onde já há chuva durante o
corte da cana”, afirmou Raizer.
Outro ponto importante nestas novas
variedades é o aumento do açúcar e da
fibra. Os dois materiais têm um teor de
fibra um pouco maior do que os materiais que são processados nessa época e

Palmito	

também são resistentes (melhores que os
padrões) a doenças e pragas, como ferrugens e broca, agregando 15% de ganho
na produtividade de açúcar por área. “O
foco da CTC 23 é voltado mais para os
estados de Minas Gerais e Goiás por ser
uma variedade com maior tolerância a
seca e é um material que chega melhor
no final da safra. A CTC 24 já é uma
recomendação para as regiões com chuvas melhores distribuídas, como em São
Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná, locais que respondem mais onde a seca não
é tão pronunciada. Nossa expectativa é

Revista Canavieiros - Dezembro de 2011

de que em até quatro anos essas regiões
estejam com 10% de uso dessas novas
variedades”, disse Raizer.
O pesquisador ainda lembrou da variedade RB86 7515, que hoje é a principal
deste nicho e apresenta bons resultados,
mas perde um pouco de competitividade para a colheita mecanizada. “A ideia
é dividir um pouco o espaço dela com a
CTC 23 e 24, o que facilita para o produtor manejar um canal mais diversificado,
até pelo quesito de segurança e também
no desenvolvimento de doenças. RC
23

Revista Canavieiros - Dezembro 2011
24

Notícias Sicoob Cocred

Balancete Mensal

COOP. CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO
INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - NOVEMBRO/2011

Valores em Reais

Revista Canavieiros - Dezembro de 2011
25

Comunicação

Projeto AGORA vence prêmio máximo
como “Empresa do Ano de 2011” da Aberje

O

Iniciativa também conquistou o prêmio Master na categoria Comunicação Integrada

Projeto AGORA conquistou na
quinta-feira (24/11) o prêmio
máximo nacional de Jornalismo Empresarial como “Empresa do
Ano de 2011” da Associação Brasileira
de Comunicação Empresarial (Aberje).
Além da principal premiação, o Projeto
AGORA também conquistou o prêmio
nacional de Comunicação Integrada
durante cerimônia realizada no Espaço
Rosa Rosarum, em São Paulo (SP). Anteriormente, o AGORA já havia vencido a premiação regional para São Paulo
na categoria Comunicação Integrada, o
que o qualificou para concorrer ao prêmio nacional.
“É uma enorme conquista para a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, que se
uniu e conseguiu realizar um trabalho digno com resultados surpreendentes, envolvendo professores, alunos, comunidades,
jornalistas e formadores de opinião,” afirmou o presidente da União da Indústria de
Cana-de-Açúcar (ÚNICA), Marcos Jank,
que recebeu os prêmios representando as
11 entidades e as oito empresas que compõem o Projeto AGORA. “Este prêmio
é uma homenagem a todos aqueles que
realizam o Projeto AGORA e às milhares
de pessoas que dele se beneficiam. Estão
todos de parabéns,” completou.
Jank lembrou que é fundamental reconhecer e agradecer aqueles que acreditam e participam do Projeto AGORA,
iniciativa que ele descreveu como “verdadeiramente colaborativa e vencedora,”
graças ao empenho e envolvimento de
seus integrantes. São eles:
• As associações e sindicatos de produtores de açúcar e etanol dos estados de
São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul,
Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba e Alagoas;
• As entidades Ceise-Br e Orplana;
• As empresas Amyris, Basf, BP, Dedini, Banco Itaú, FMC, Monsanto e Syngenta.

Marcos Jank (esq.) recebeu os prêmios em nome de todos os integrantes do Projeto,
acompanhado da coordenadora do AGORA, Solange Buzzetti, da assistente,
Amanda Turano e do diretor de comunicação corporativa, Adhemar Altieri

O presidente da UNICA registrou,
também, um agradecimento às agências
que apoiam as diversas iniciativas do
Projeto AGORA, que dividem, também,
a responsabilidade pelos bons resultados
obtidos. São elas a CDN Comunicação
Corporativa, a Calia Y2, a Editora Horizonte e a RP Consultoria.
Sobre os prêmios
Para obter o título de “Empresa do
Ano 2011” nesta 37ª edição do Prêmio
Aberje, o Projeto AGORA atingiu a
maior nota entre todos os ganhadores
nas diferentes categorias da premiação
nacional: 9,98 pontos de um máximo
de 10. As notas resultam das avaliações
feitas pelas comissões julgadoras de
cada categoria. Esta edição do Premio
Aberje utilizou cerca de 200 jurados em
todo o Brasil.
Para conquistar a premiação nacional
na categoria Comunicação Integrada, o
Projeto AGORA competiu com a Brasilcap Capitalização (Lixo Extraordiná-

rio); Lafarge (Integração novas unidades
no Nordeste e Centro-Oeste); Vale, com
dois projetos (Caminhão Vale e Circuito mineração – uma nova plataforma
de comunicação com stakeholders);
Companhia de Telecomunicações do
Brasil Central – CTBC (Novo posicionamento de uma nova marca); MASB
Desenvolvimento Imobiliário (Case Vibra MASB); e Sociedade Hospital Samaritano (novo complexo hospitalar do
Hospital Samaritano).
Lançado em 2009, o Projeto AGORA
representa uma iniciativa pioneira de
comunicação e marketing institucional,
cujo modelo vem influenciando a comunicação em diversas cadeias produtivas, particularmente do agronegócio
nacional. As empresas e entidades participantes trabalham juntas e de forma
integrada, realizando ações que não teriam o mesmo impacto ou abrangência
se deflagradas por uma só empresa. RC
Fonte: Unica

Revista Canavieiros - Dezembro 2011
26

Informações Setoriais

Chuvas de outubro e Prognósticos
Climáticos de dezembro a fevereiro
No quadro a seguir, são apresentadas as chuvas do mês de novembro de 2011

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Técnico Agronômico da Canaoeste

N

o Mapa 1, referente ao período de
14 a 16 de novembro na área sucroenergética paulista, pode-se observar estreitas faixas no Centro e Norte com
baixa disponibilidade de água no solo e já
crítico no extemo Noroeste do Estado que,
como notarão no Mapa 3, foi-se acentuando
durante a segunda quinzena do mês.

Nos Mapas 2 e 3, pela ordem, correspondentes aos finais dos meses de novembro de
2010 e de 2011, nota-se muita semelhança
dos índices de Disponibilidades de Água
no Solo. Entretanto, a faixa leste do Estado
“terminou”, neste ano, com maior índice de
Água Disponível e numa faixa mais extensa
que o mesmo mês do ano anterior.

Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 14 a 16 de novembro de 2011

Revista Canavieiros - Dezembro de 2011

A média das observações de chuvas
durante o mês de NOVEMBRO (204mm)
foi próxima da média das normalidades
climáticas de todos os locais informados
(179mm). Mas os dados mostram a irregularidade das chuvas, pois, enquanto
que a média do “polígono” Ribeirão Preto, Pitangueiras, Jaboticabal, Bebedouro,
Barretos, Franca e Batatais “ficou” semelhante à média de todos os locais, nos
demais, chegou a ser uma vez e meia superior à de todos os locais observados.
Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a Canaoeste resume o
prognóstico climático de consenso entre
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia e INPE - Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais para os meses de de-

Mapa 2:- Água Disponível no So
27
zembro 2011 a fevereiro 2012, conforme
mostrado no Mapa 4.
• Para os meses dezembro a fevereiro,
as temperaturas médias deverão ser próximas das respectivas médias históricas
em toda região Centro Sul;
• Com relação às chuvas, durante o
mesmo período, “ficarão” em torno das
normais climáticas, mas com probabilidade de ocorrência de chuvas abaixo
das respectivas médias nestes próximos
meses no Rio Grande do Sul e oeste de
Santa Catarina, já como consequência
“da volta” do fenômeno La Niña;
• Como referência de normais climáticas de chuvas para Ribeirão Preto e
municípios vizinhos, pelo Centro AptaIAC, e em média, são de cerca de 9mm/
dia calendário.
A SOMAR Meteorologia prevê também, que para esta região de abrangência
da Canaoeste as chuvas poderão “ficar”
próximas às respectivas normais climáticas e com as mesmas variações acima
assinaladas. Porém, mesmo com muita
antecedência, que a climatologia para (2ª
quinzena, principalmente) março poderá
ser mais favorável às operações de plantio da cana.

olo ao final de novembro de 2010.

Face estas previsões
climáticas para estes
próximos meses, a Canaoeste recomenda aos
produtores de cana muita atenção mesmo em
monitoramentos/controles de pragas (leia-se,
cigarrinhas), doenças e
ervas daninhas. Recomenda, também, que em
canaviais sem falhas e já
com cobertura total do
solo possam proceder à
adubação foliar com NNitrogênio + Mo-Molibdênio, visando aumentar produtividade para
a próxima safra, face à
crescente demanda por
matéria prima na próxima safra.

Mapa 4:- Adaptação pela CANAOESTE do Prognóstico
de Consenso entre INMET e INPE para o trimestre
dezembro/2011 a fevereiro/2012. Prognóstico também este,
praticamente igual aos dois anteriores.

Entretanto, canaviais depauperados por
pisoteios, falhas, pragas, doenças e ervas
daninhas irão exigir reformas, visando
melhor produtividade nas safras futuras.
Mas, atenção! Qualidade das mudas é
fundamental para assegurar produtividade e longevidade dos canaviais. A relação
custo/benefício é por demais de favorável
quando se empregam mudas sadias.

Estes prognósticos serão revistos a
cada edição da Revista Canavieiros.
Prognósticos climáticos relevantes ou
fatos serão noticiados em nosso site
www.canaoeste.com.br.
Persistindo dúvidas, consultem os
Técnicos mais próximos ou através do
Fale Conosco Canaoeste. RC

Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de novembro de 2011.

RC

Revista Canavieiros - Dezembro 2011
28

Artigo Técnico

Uso do Afla-guard no controle preventivo da
aflatoxina através do mecanismo de
bioexclusão competitiva
Pedro A. J. Faria Jr. / Eng. Agrônomo / Diretor da Biosphere Indústria e Comércio de Insumos Agrícolas Ltda.

I

ntrodução
As aflatoxinas tem sido uma constante preocupação da cadeia produtiva do
amendoim não apenas no Brasil, mas em
todo o mundo. Resultado do metabolismo
de fungos do gênero Aspergillus sp. que
infectam diversas culturas alimentícias
ainda no campo, são substâncias de alta
toxidez, com efeitos adversos variados na
saúde de seres humanos e animais.
No final da década de 1980, o pesquisador norte americano Joe Dorner,
do Laboratório Nacional de Pesquisa do
Amendoim do USDA – o Ministério da
Agricultura Americano, passou a liderar
os trabalhos de uma equipe que se dedicou ao desenvolvimento de um produto
capaz de prevenir, ainda no campo, a
contaminação dos grãos de amendoim
por aflatoxinas.
A hipótese testada foi a de que a introdução de altas populações de um microorganismo competidor poderia reduzir o
crescimento de populações toxigênicas de
Aspergillus, num processo que foi denominado de “bioexclusão competitiva”.
Diversas cepas de Aspergillus sp. foram testadas, avaliando-se a capacidade
de competir e a incapacidade de produzir
aflatoxinas ou quaisquer outras substâncias tóxicas ou toxigênicas.
O trabalho resultou na identificação
uma cepa de Aspergillus flavus de ocorrência natural no ambiente que tinha
características genéticas bastante favoráveis, com supressão natural completa da
sequência genética responsável não apenas pela produção de aflatoxinas, como
também de qualquer outra substância tóxica ou precursora das aflatoxinas. A cepa
foi identificada como Aspergillus flavus
NRRL 21882, e a sua coleção original
encontra-se sob a guarda do USDA.
A equipe do Dr. Joe Dorner testou ao
longo de vários anos diversas formulações e doses diferentes, até chegar à
solução que deu origem ao Produto For-

mulado comercial Afla-guard®, que foi
registrado nos EUA em 2004. No Brasil,
o produto recebeu o registro em 2011,
e está disponível para os produtores de
amendoim já nesta safra.
II. Modo de Ação e Posicionamento
do Afla-guard®
O Produto Formulado à base de Aspergillus flavus NRRL 21882 é um insumo biológico formulado como um
granulado sólido, que utiliza grãos de
cevada secos e inteiros como veículo
dos esporos do fungo.
Na cultura do amendoim, o produto é
aplicado uma única vez por safra, entre
os 40 e os 80 dias depois da emergência,
na dose de 22,4 kg por hectare; ao entrar
em contato com o solo úmido, os esporos
do fungo presentes nos grãos de cevada
germinam e o micélio rapidamente coloniza todo o grão, penetrando em seguida
no solo. Por este processo, rapidamente
se estabelece no meio uma alta população da cepa não toxigênica, que passa a
coexistir no solo junto com todo o resto
da população de microorganismos.
É sabido que as contaminações por
aflatoxinas decorrem sempre de uma
situação de estresse das plantas no campo, notadamente quando este estresse é
causado por déficit hídrico; nestas condições, normalmente as populações de Aspergillus sobrevivem e se sobrepõe aos
microorganismos antagônicos.
Campos tratados com o Afla-guard®
terão, nestas condições, uma população de
Aspergillus flavus NRRL 21882 não toxigênica em condições de vantagem competitiva com as outras populações; assim, a
colonização das estruturas vegetais se dará
preponderantemente pela cepa não toxigênica, levando a reduções extremamente
significativas nos níveis de aflatoxinas.
Trabalhos realizados no Brasil, durante o período experimental, demonstram
repetidamente reduções entre 86% e
99% nos índices de aflatoxinas em lotes

Revista Canavieiros - Dezembro de 2011

de amendoim em casca e beneficiados.
Estes resultados repetiram os resultados
comerciais obtidos nos EUA desde o registro do produto, em 2004.
III. Considerações sobre a segurança do produto
A Estabilidade Genética do Fungo
O Aspergillus flavus NRRL 21882 é
uma cepa de ocorrência natural, que foi
isolada a partir de um lote de amendoim
que apresentava sinais visuais de contaminação pelo fungo sem, no entanto,
apresentar contaminação por aflatoxinas.
Estudos de genética molecular comprovaram que esta cepa pertence a um
restrito grupo de fungos no qual toda a
sequencia genética responsável pela produção de aflatoxinas foi suprimida por
uma mutação natural.
Esta característica torna extremamente improvável a recombinação genética
desta cepa com outras cepas toxigênicas,
conferindo a ela um caráter de estabilidade importante para sua utilização como
biocontrolador.
Os Riscos para a Saúde Humana
Embora estejamos tratando de um
produto biológico, precauções de segurança na aplicação e na manipulação do
Produto Formulado são fundamentais e
obrigatórias; o uso do EPI (Equipamento
de Proteção Individual) conforme recomendado na bula do produto deve ser
uma rotina, tanto quanto para qualquer
outro produto químico ou biológico.
Com o uso adequado do EPI, os riscos
para a saúde humana decorrentes do uso
do Produto Formulado são muito baixos.
Os testes toxicológicos realizados pelo
Laboratório Huntingdon, na Inglaterra, mostraram que o Aspergillus flavus
NRRL 21882 não tem ação patogênica
nem infecciosa.
No entanto, indivíduos imunodeprimidos podem ser vítimas de infecções
oportunistas, e, assim, não se recomenda
que pessoas nestas condições venham a
29
trabalhar com aplicação, manipulação ou
formulação deste ou de qualquer outro
produto biológico ou químico.
O Risco Ambiental
Embora a estratégia seja a introdução
de uma grande população de Aspergillus
flavus NRRL 21882 no solo, não ocorre
a reprodução descontrolada do fungo; na
verdade, esta cepa tem como característica uma menor agressividade quando comparada com as cepas toxigênicas, o que
faz com que a bioexclusão competitiva
dependa de reinoculações periódicas.
Da mesma forma, tampouco ocorre o
aumento permanente das populações de
Aspergillus sp. no solo tratado, mas sim
uma substituição temporária das populações toxigênicas por populações não
toxigênicas, cujos níveis decaem naturalmente com o tempo.
IV. Eficiência Agronômica
Os testes de eficiência agronômica feitos
nos EUA e no Brasil mostraram uma redução sistemática e consistente dos níveis de
aflatoxinas em lotes de amendoim provenientes de campos tratados com Aspergillus
flavus NRRL 21882, quando comparados a
campos não tratados. Os resultados comerciais nos EUA a partir de 2004 repetiram os
resultados das áreas experimentais.
Em seminário apresentado no Brasil
durante o Encontro de Amendoim realizado na UNESP de Jaboticabal em agosto de 2008, o Dr. Joe Dorner apresentou
resultados que reportam que em um lote
de 814 toneladas de amendoim beneficiado proveniente de campo tratado com o
Afla-guard®, apenas 11,7% das amostras
apresentavam índices de aflatoxinas aci-

ma de 4 ppb, contra 68,7% das amostras
provenientes de campos não tratados.

não elimina a necessidade das boas práticas de colheita e pós colheita.

Mais, ficou provado que o controle das
raças toxigênicas ainda no campo estendeu
a proteção também ao amendoim armazenado em casca; embora estes testes ainda
não tenham sido repetidos nos Brasil, pela
lógica os resultados devem ser semelhantes. O argumento é simples: se a maior
fonte de inóculo das raças toxigênicas está
no solo do campo, e se este solo for tratado de forma a substituir as populações
destas raças pelas do Aspergillus flavus
NRRL 21882, é justamente o inóculo deste
último que será encontrado nos armazéns.
Assim, sendo ele uma cepa não toxigênica,
se ocorrerem condições de ambiente inadequadas ocorrerá sim a colonização das
vagens pelo fungo, mas não haverá contaminação do lote por aflatoxinas.

É sempre bom lembrar que a aflatoxina
não é o único fator que pode depreciar a
qualidade do amendoim; assim, um bom
manejo de colheita, transporte e armazenamento evita que a carga seja afetada
por fatores que alteram o sabor, o odor e
a cor dos grãos, reduzindo seu valor e até
inviabilizando sua comercialização para
indústrias que exigem qualidade. Ainda, é
fundamental que as indústrias de processamento continuem a exercer controle rígido
de suas linhas de produção, no sentido de
preservar a qualidade do produto recebido
do campo. Neste sentido, a rastreablidade
passa a ser também um importante fator de
prevenção, na medida em que permite uma
segregação de lotes com diferentes riscos
de contaminação, evitando assim a contaminação cruzada.

Evidentemente, o controle sempre se
expressa na redução percentual da contaminação; assim, é de se esperar que, se
ocorrerem condições extremamente adversas, o percentual de redução alcançado não
permita alcançar os índices de tolerância.
São, no entanto, situações que não representam a média das ocorrências, e sim
fatos extraordinários. Em condições normais de contaminação, o Produto Formulado à base de Aspergillus flavus NRRL
21882 poderá, sim, representar uma ferramenta adicional na obtenção de níveis de
controle de aflatoxinas em amendoim.
V. O Afla-guard® e as outras medidas
de prevenção contra aflatoxinas
O uso do Afla-guard® propicia uma
boa prevenção na contaminação por aflatoxinas na fase agrícola das culturas, mas

Nos últimos 12 anos, a indústria do amendoim tem investido pesadamente em tecnologia e equipamentos para que o produto final seja seguro do ponto de vista alimentar.
Nenhuma destas ações pode ser substituída,
mas certamente o uso do Afla-guard® trará
uma confiabilidade maior a toda a cadeia
produtiva do amendoim, reduzindo as perdas e agregando valor ao produto final.
Ainda, deve-se levar em conta também
que a indústria de óleo de amendoim recebe matéria prima de qualidade inferior,
com altas taxas de contaminação por aflatoxinas que afetam também a qualidade
final do óleo e do farelo. Esta nova tecnologia poderá conferir também ao chamado “resíduo de óleo” uma contaminação
bem menor de aflatoxinas, com reflexos
positivos para um importante elo da cadeia produtiva do amendoim. RC

Revista Canavieiros - Dezembro 2011
30

Artigo Técnico

Fechamento parcial da safra 2011/2012

A

safra 2011/2012, iniciada em março de 2011, encontra-se na 1ª quinzena do
mês de dezembro e, neste trabalho, são apresentados os dados obtidos até a 2ª
quinzena de novembro, em comparação com os obtidos na safra 2010/2011.

Na Tabela 1, encontra-se o ATR médio acumulado (kg/tonelada) do início da safra
até a 2ª quinzena de novembro, em comparação com o obtido na safra 2010/2011,
sendo que o ATR da safra 2011/2012 está 4,56 Kg abaixo do obtido na 2010/2011 no
mesmo período.
Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelos
Fornecedores de Cana da Canaoeste das safras 2010/2011 e 2011/2012

As tabelas 2 e 3 contêm detalhes da qualidade tecnológica da matéria-prima nas
safras 2010/2011 e 2011/2012.
Tabela 2 – Qualidade da matéria-prima entregue pelos Fornecedores de Cana da
Canaoeste, até a 2ª quinzena de novembro, da safra 2010/2011.
Thiago de Andrade Silva
Planejamento, controle e topografia Canaoeste

O Gráfico 2 contém o comportamento
da POL do caldo na safra 2011/2012 em
comparação com a 2010/2011.
Pode-se observar que a POL do caldo
apresentou comportamento parecido do
BRIX do caldo, exceto na segunda quinzena de novembro.
O Gráfico 3 contém o comportamento
da pureza do caldo na safra 2011/2012
em comparação com a 2010/2011.
Tabela 3 – Qualidade da matéria-prima entregue pelos Fornecedores de Cana da
Canaoeste, até a 2ª quinzena de novembro, da safra 2011/2012.

A Pureza do caldo da safra 2011/2012
ficou muito abaixo da obtida na
2010/2011, do início da safra até a 2ª
quinzena de abril e também na 2ª quinzena de novembro, com maior acentuação na 2ª quinzena de março, ficando

Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras 2

O Gráfico 1 contém o comportamento do BRIX do caldo da safra 2011/2012
em comparação com a 2010/2011.
O BRIX do caldo da safra 2011/2012

ficou abaixo em todas as quinzenas, em
relação a 2010/2011, sendo de forma
mais acentuada na 2ª quinzena de março,
exceto no mês de outubro em diante que
ficou acima.

Revista Canavieiros - Dezembro de 2011
31
próximo do mês de maio em diante, se
igualando, praticamente, a partir da 2ª
quinzena de julho.

Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011

O Gráfico 4 contém o comportamento
da fibra da cana na safra 2011/2012 em
comparação com a 2010/2011.
De modo geral, a fibra da cana na safra 2011/2012 ficou abaixo da obtida na
2010/2011, com exceção da 1ª quinzena
de abril e da 2ª quinzena de novembro,
ficando bem abaixo na 2ª quinzena de
março e de forma menos acentuada na 2ª
quinzena de maio.

Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011

O Gráfico 5 contém o comportamento
da POL da cana na safra 2011/2012 em
comparação com a 2010/2011.
A POL da cana obtida na safra
2011/2012 está muito abaixo daquela
obtida na 2010/2011 em todas as quinzenas, sendo a diferença mais acentuada
na 2ª quinzena de março, exceto nas duas
quinzenas de outubro e novembro, tendo
ficado bem acima nas duas 1ª quinzenas.
O Gráfico 6 contém o comportamento
do ATR na safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011.

Gráfico 4 – Comparativo das Médias de Fibra da cana

O ATR apresentou um comportamento semelhante ao da POL da Cana.
O Gráfico 7 contém o comportamento
do volume de precipitação pluviométrica
registrado na safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011.

A precipitação pluviométrica média ficou acima dos valores observados em 2010, nos meses de fevereiro,
março, abril, ju2011/2012 e 2010/2011
nho, agosto, outubro e novembro
de 2011, sendo
que nos meses de
março e outubro
a
precipitação
pluviométrica ficou muito acima,
quando comparada com a de
2010; Nos meses
de janeiro, maio,
julho e setembro
a
precipitação

Gráfico 5 – POL da cana obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011

Revista Canavieiros - Dezembro 2011
32

Artigo Técnico
Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2011/2012 e 2010/2011

pluviométrica desta safra ficou abaixo
daquela observada em 2010, de forma
mais acentuada no mês de setembro.
O Gráfico 8 contém o comportamento
da precipitação pluviométrica acumulada por trimestre na safra 2011/2012 em
comparação com a 2010/2011.
Em 2011, observa-se um volume de
chuva muito acima no 1º e 4º trimestres e um pouco maior no 2º trimestre,
se comparado aos volumes médios de
2010. O 3º trimestre, praticamente se
igualou ao volume médio observado
em 2010.
O teor médio de ATR na 1ª quinzena de novembro está muito acima

se comparado com a mesma da safra
2010/2011, permanecendo acima a
partir do mês de outubro, diferentemente das quinzenas anteriores
da safra 2011/2012 em relação a

Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva)
registrada em 2010 e 2011

Revista Canavieiros - Dezembro de 2011

2010/2011; mesmo assim, ainda existe uma diferença considerável entre o
teor médio de ATR da safra 2011/2012
e o da 2010/2011, da ordem de 4,56
kg de ATR. RC

Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva)
por Trimestre, em 2010 e 2011.
33

Cultura de rotação

Amendoim: mais que sabor, saúde
Informações divulgadas pela ABICAB

A

lém de ser muito gostoso, o amendoim é um alimento que traz uma
série de benefícios para a saúde.
Consumido na medida recomendada de
aproximadamente 30 gramas diárias, de
preferência no final da tarde, e com garantia do selo ABICAB, o amendoim
pode ajudar o rejuvenescimento, no fortalecimento dos ossos e em muito mais.
Confira a seguir tudo o que o amendoim
pode fazer pelo seu bem-estar e aproveite
o melhor desse delicioso alimento:
(14, 15, 21, 25, 27) A favor da beleza: Além de ser um alimento que possui
renovadores celulares e protege contra o
envelhecimento precoce, sua ação antiinflamatória e proteção aos vasos sanguíneos combatem o enfraquecimento
de unhas e cabelos, além de afastar dermatites e seborréia.
(8) Ácido fólico ou folato: É essencial para a formação correta do sistema
nervoso do feto.
(4) Ácidos graxos monoinsaturados: Conhecidos como gorduras do bem,
os ácidos graxos monoinsaturados contribuem para evitar o aparecimento de
doenças cardiovasculares, como a aterosclerose (entupimento das artérias).
(11, 12) Cálcio: Fortalece a estrutura
óssea e previne osteoporose. Deve ser
sempre consumido em conjunto com
magnésio.
Ferro: Importante na dieta de gestantes, também é extremamente necessário
ao longo da vida toda, pois é parte das
células vermelhas e sua carência é diagnosticada como anemia.
(7, 18) Fibras: Geram saciedade e
ajudam no emagrecimento.
(2, 6, 10) Fósforo e Potássio: Ajudam a
afastar a fadiga e dão pique total para quem
pratica atividades físicas. O fósforo ajuda
na formação dos ossos e é fundamental na
constituição do rim. Já o potássio, melhora
a contração muscular e é um aliado para
quem pratica exercícios físicos.
(5, 9) Gordura: Importante ao corpo

por ser fonte concentrada de energia, ajuda no transporte e absorção das vitaminas
lipossolúveis (insolúveis em água), além
de ser precursora de diversos hormônios
e proteger as membranas celulares.
(18, 19, 22) Gorduras monoinsaturadas: Ajudam a perder peso, pois são
responsáveis por manter o nível de açúcar no sangue estável, ativar o metabolismo da queima de gorduras e a converter os estoques de gordura corporal em
energia.
(3, 13, 16, 24) Magnésio: Importante
para a circulação, fortalecimento dos músculos e para cicatrizações, essencial para o
sistema nervoso e para afastar o estresse.
(15, 17, 23) Omega 3: Reduz, moderadamente, os níveis de triglicérides
no sangue e a pressão arterial. Junto ao
Omega 6 previne o envelhecimento, por

funcionar como renovador celular.
(15) Omega 6 : Renovador celular,
previne o envelhecimento precoce.
(16) Selênio: Eficaz na redução do estresse celular, físico e emocional.
Sem colesterol: Mesmo com alto valor calórico, não contém colesterol por
ser de origem vegetal.
(1, 3, 26) Vitamina E: Combate ao
excesso de radicais livres e previne tumores, além de ser responsável por
aumentar a resistência dos músculos,
reduzir dores e preservar o sistema imunológico.
(2, 20) Vitaminas do complexo B:
Essenciais ao sistema nervoso, são auxiliares na digestão, além de afastarem o
mau humor por ajudarem na formação de
neurotransmissores como a serotonina,
que é sinônimo de bem-estar. RC

Revista Canavieiros - Dezembro 2011
34

Destaque

Usinas da região qualificam
trabalhadores rurais

Através do programa Renovação (UNICA), as indústrias beneficiaram
colaboradores que trabalhavam no corte de cana-de-açúcar

Carla Rossini

C

olaboradores da Viralcool (unidade de Viradouro), Destilaria
Santa Inês, LDC SEV (unidade
de Sertãozinho) e Usina Pitangueiras
receberam Certificados de Treinamento
Especializado em cursos de mecânica
industrial, operador de colhedora e motorista canavieiro, através de uma parceria entre as indústrias, o Senai (Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial) e
o Projeto Renovação da UNICA – União
da Indústria de Cana-de-açúcar. A cerimônia de entrega dos diplomas foi realizada no dia 14 de dezembro, em Viradouro, e contou com representantes de
todas as entidades envolvidas.
O Projeto Renovação foi criado em
2009 e é considerado o maior programa
de requalificação já implantado pelo setor sucroenergético no mundo. Ele surgiu depois que o governo instituiu a eliminação gradativa da queima da palha da
cana-de-açúcar e a mecanização passou
a ser uma realidade dentro do setor. Apesar dos efeitos positivos da mecanização,
o setor se sensibilizou com os trabalhadores rurais que perderiam seus empregos. Dessa forma, surgiu o Renovação,
que qualifica os trabalhadores para que
sejam deslocados para outras atividades,
evitando assim o desemprego na cadeia
produtiva de cana.

Maria Luiza Barbosa (UNICA), Cláudia Toniello (Destilaria Santa Inês), Antonio Eduardo Tonielo
Filho (Viralcool), Renata Toniello (Viralcool) e Antonio Eduardo Tonielo (Grupo Toniello)

“Os cursos com carga superior a 300
horas, visam a promoção do trabalhador
de forma ampla, ou seja, incluem desde
conceitos básicos de cidadania até estímulos ao empreendedorismo”, disse Maria Luiza Barbosa, da responsabilidade
social corporativa da UNICA.
Durante mais de um ano, a Usina Viralcool foi a sala de aula dos trabalha-

dores rurais que receberam o diploma.
Durante a cerimônia de entrega dos certificados, o presidente do Grupo Toniello,
Antonio Eduardo, disse que o Brasil não
pode perder a oportunidade de melhorar
as condições de vida dos seus trabalhadores. “Estamos passando por um momento único em nosso País e temos que
aproveitar as boas oportunidades para
qualificar os nossos trabalhadores. As

Maria Hemília Fonseca, professora
da USP que acompanhou o curso

Os colaboradores da Viralcool (unidade de Viradouro), Destilaria Santa Inês, LDC SEV (unidade
de Sertãozinho) e Usina Pitangueiras receberam os diplomas do Projeto Renovação
Revista Canavieiros - Dezembro de 2011
35

Compuseram a mesa para a entrega dos diplomas: Renata Toniello (Viralcool); Pedro Araújo (Senai
- Sertãozinho); Antonio Eduardo Tonielo (Grupo Toniello); Cláudia Toniello (Destilaria Santa
Inês); Antonio Carlos da Silva (LDC SEV) e Eduardo Prezinhas (Usina Pitangueiras)

indústrias de cana-de-açúcar, através de
parceria com a UNICA, estão fazendo a
sua parte”, disse Tonielo, e completou:
“precisamos de técnicos para operar as
nossas indústrias, as máquinas e os caminhões. É justo darmos a oportunidade
para trabalhadores que já colaboram com
as nossas empresas, oferecendo melhores condições de vida”.
A professora Maria Hemília Fonseca,
responsável pela cadeira de direito do
trabalho e seguridade social da Faculdade de Direito da USP – Ribeirão Preto,
acompanhou o curso para um projeto de
pesquisa aprovado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de São Paulo) em 2010. Segundo Maria
Hemília, as aulas são ministradas por
docentes qualificados e muito engajados
com o projeto, permitindo assim, a requalificação profissional. “Acompanhei
um aluno que nunca tinha conduzido um
caminhão. Depois que o curso terminou
o acompanhei em sua primeira experiência como motorista e pude comprovar
que ele tinha uma nova profissão. A requalificação é totalmente possível e viável”, disse a professora.

Depoimentos:
Os trabalhadores que participaram
do programa enxergam um novo horizonte em suas vidas.
“Tenho uma nova profissão e me
sinto mais valorizado depois que fiz o
curso. Já estou pronto para trabalhar
como motorista na próxima safra, mas
quero melhorar ainda mais”.

João Ribeiro Paiva, colaborador da
Destilaria Santa Inês

João Ribeiro Paiva, 47 anos,
colaborador da Destilaria Santa
Inês, que recebeu o diploma de
motorista canavieiro
“O curso foi muito bom e serviu de
estímulo para eu buscar novos aprendizados. Vou melhorar a minha renda
financeira e também a parte social da
minha família. Agora, eu tenho uma
profissão promissora”.
Elton Carlos da Silva Bianchini, 29 anos, colaborador da Usina
Viralcool, que recebeu o diploma de
operador de colhedora RC;

Elton Carlos da Silva Bianchini,
colaborador da Usina Viralcool

Revista Canavieiros - Dezembro 2011
36

Mais Etanol

UNICA lança o “Movimento Mais Etanol”

O

setor sucroenergético brasileiro,
reconhecido mundialmente como
protagonista do mais bem sucedido projeto de substituição de combustíveis fósseis por renováveis do planeta,
tem todas as condições para dobrar de tamanho até 2020 e atender à demanda por
seus produtos, que continua crescendo
fortemente dentro e fora do Brasil. Mas
esse crescimento só pode se concretizar
com a introdução de políticas públicas
estáveis e consistentes, essenciais para a
reconquista da competitividade do setor.
Essa foi a mensagem central do jantar organizado no dia 6 de dezembro, em
Brasília, pela UNICA - União da Indústria de Cana-de-açúcar, que recebeu cerca
de 200 convidados no centro de eventos
Unique Palace. Participaram do encontro,
conselheiros da entidade, empresários e
trabalhadores do setor sucroenergético,
deputados, senadores, representantes de
diversos ministérios e agências governamentais, entidades ligadas à cadeia produtiva da cana-de-açúcar, sindicatos e
organizações não-governamentais. O presidente da Copercana e Sicoob Cocred,
Antonio Eduardo Tonielo e da Canaoeste,
Manoel Ortolan, também participaram do
encontro em que a UNICA e seus parceiros da cadeia sucroenergética lançaram
uma nova iniciativa que se tornará mais
visível nos próximos meses: o “Movimento Mais Etanol.”
Em sua apresentação, o presidente
da UNICA, Marcos Jank, falou sobre
a necessidade de políticas públicas que
restabeleçam e consolidem a competitividade do etanol hidratado. “Se queremos continuar suprindo metade do combustível utilizado por veículos leves no
Brasil e metade do açúcar negociado
no mundo, temos que dobrar nossa
produção, atingindo a ambiciosa meta
de 1,2 bilhão de toneladas de cana-deaçúcar até 2020,” frisou Jank. Para ele,
a exemplo do que tem sido feito com a
gasolina, a principal política que deve
ser adotada para restaurar a competitividade e retomar o crescimento do etanol
é a desoneração tributária.
Jank mostrou que houve uma forte
redução da tributação sobre a gasolina

nos últimos anos, sem alteração dos
tributos aplicados ao etanol. A Cide
(Contribuição de Intervenção no Domínio Público), por exemplo, que em
2002 era equivalente a 14% do preço
da gasolina na bomba, hoje equivale
a apenas 2,6%. “Com isto, a diferença
entre as cargas tributárias sobre a gasolina e o etanol é hoje de apenas quatro pontos percentuais (ver gráfico ao
lado), o que não valoriza uma série de
benefícios proporcionados pelo etanol,
colocando o Brasil na contramão do
que se pratica em boa parte do mundo,”
frisou Jank.
A longa lista de benefícios gerados
pela produção e uso do etanol em larga
escala no Brasil inclui a geração de mais
de um milhão de empregos, a interiorização do desenvolvimento, o estímulo à
tecnologia nacional, a geração de divisas
por meio da exportação e reconhecidos
impactos na saúde pública, com a queda
no número de casos de doenças respiratórias e mortes na medida em que aumenta
o uso do etanol em áreas urbanas.
Mas o principal destaque é o reconhecimento mundial do etanol de canade-açúcar como o mais avançado biocombustível do planeta na mitigação
do aquecimento global, ao reduzir as
emissões de gases causadores do efeito
estufa em até 90% se comparado com a
gasolina. Por tudo isso, a UNICA estranha a forma como o sistema tributário
brasileiro vem privilegiando a gasolina
nos últimos anos.
A UNICA sugere a eliminação do
PIS-Cofins no etanol hidratado, a introdução de financiamentos para estocagem
de etanol, construção de novas usinas
(greenfields) e medidas que permitam a
expansão mais rápida da bioeletricidade. Essa opção energética limpa avança
muito lentamente devido a uma série de
entraves regulatórios e burocráticos.
Paralelamente às medidas que precisam vir do governo, o presidente da
UNICA frisou que o setor sucroenergético também deve contribuir. “Temos que
perseguir reduções de custos, por meio

Revista Canavieiros - Dezembro de 2011

Fonte: ANP e legislação vigente. Elaboração: UNICA. Nota:
valores obtidos tomando-se como base o preço médio dos
combustíveis no País; para o cálculo de ICMS médio no Brasil
utilizou-se a alíquota mais frequente entre os Estados.

de ganhos de eficiência e produtividade
e do desenvolvimento e disseminação de
novas tecnologias, que darão ao setor ganhos de escala,” afirmou.
Segundo Jank, o Movimento Mais
Etanol vai centrar esforços na conscientização de formadores de opinião e tomadores de decisões nos setores público e
privado, por meio de ações em parceria
com entidades e empresas da cadeia produtiva da cana-de-açúcar. É esperado o
envolvimento de setores-chave, como
as distribuidoras de combustíveis, a indústria automobilística, revendedores de
automóveis, máquinas e implementos
agrícolas e fornecedores do setor sucroenergético em geral. Completando o esforço, uma campanha de esclarecimento
será lançada no início de 2012.
Ao destacar os objetivos do Movimento Mais Etanol, Jank apontou a consolidação do etanol como tema estratégico para a economia, o meio ambiente
e o próprio futuro do país. “É preciso
concentrar o diálogo nos fundamentos
positivos do setor sucroenergético e nas
perspectivas de ganhos econômicos,
ambientais e sociais, que só vão se
concretizar se acontecer a retomada do
crescimento que todos desejamos. Essa
retomada depende de políticas públicas
fundamentais para o crescimento sustentável do setor,” concluiu. RC
Fonte: Unica
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  • 1. 1 Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 2. 2 Revista Canavieiros - Dezembro de 2011
  • 3. Editorial Expediente: Conselho Editorial: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Editora: Carla Rossini - MTb 39.788 Projeto gráfico e Diagramação: Rafael H. Mermejo Equipe de redação e fotos: Carla Rodrigues - MTb 55.115 Murilo Sicchieri Rafael H. Mermejo Comercial e Publicidade: Marília F. Palaveri (16) 3946-3300 - Ramal: 2008 atendimento@revistacanavieiros.com.br comercial@revistacanavieiros.com.br Impressão: São Francisco Gráfica e Editora Ltda Tiragem: 11.000 exemplares ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. Endereço da Redação: A/C Revista Canavieiros Rua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550 Fone: (16) 3946 3300 - (ramal 2190) www.revistacanavieiros.com.br www.twitter.com/canavieiros redacao@revistacanavieiros.com.br 3 É hora de investir D epois de um ano conturbado para a lavoura canavieira, o momento agora é de cautela para investir com segurança no setor. Para isso, de acordo com Marcos Guimarães de Andrade Landell, diretor do Centro de Pesquisa de Cana do IAC (Instituto Agronômico) o “produtor rural tem que incorporar novas tecnologias”. Acompanhe a entrevista exclusiva concedida a Canavieiros nesta edição. Aproveitando o período de investimento, o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) lançou recentemente, durante a edição 2011 do CanaShow, em Piracicaba, duas novas variedades de cana-de-açúcar, a CTC 23 e a CTC 24, que compõem a sétima geração de variedades do CTC. Confira estes novos materiais na Reportagem de Capa. Fitotécnico realizado pela Stab em parceria com a Canaoeste e Copercana para produtores rurais e profissionais do setor, que discutiu soluções que aumentem a produtividade da cana-de-açúcar. Desde 2008, a Copercana em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) mantém um confinamento de ovinos com capacidade para 250 animais. Hoje, 18 cooperados fazem parte deste projeto, que busca padronizar a produção no campo. Confira mais informações nas Notícias Copercana deste mês. Em Assuntos Legais, o advogado da Canaoeste, Juliano Bortolotti, fala sobre a prorrogação do prazo do georreferenciamento de imóveis rurais para os proprietários de áreas menores de O deputado Federal (PPS-SP), 500 hectares. Arnaldo Jardim, mostra o seu Ponto de Vista em relação ao futuro do O Destaque desta edição foi o etanol. Para ele, é necessário que o trabalho de qualificação realizado governo “ajude” o setor, investindo com os colaboradores que trabaem sua ampliação de produção. lhavam no corte de cana-de-açúcar, através do programa Renovação da Em Notícias Canaoeste o leitor UNICA (União das Indústrias de poderá conferir o 1º Workshop Ca- Cana-de-açúcar). Colaboradores naoeste/Copercana, realizado no da Viralcool, Destilaria Santa Inês, Cred Clube, com o objetivo de des- LDC SEV e Usina Pitangueiras pertar nos participantes habilida- receberam Certificados de Treinades comportamentais que possam mento Especializado em diversas ser desenvolvidas. O Workshop áreas do setor. foi ministrado pela coach e palestrante da Central do Trabalho, CarAlém disso, não deixe de conla Tambellini. ferir as Informações Setoriais com o consultor agronômico da CanaAinda em Notícias Canaoeste oeste, Oswaldo Alonso, dados da as informações sobre o Seminário Consecana e dica de leitura. RC Boa leitura! Conselho Editorial Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 4. 4 Ano V - Edição 66 - Dezembro de 2011 Índice: Capa - 20 CTC lança novas variedades de cana-de-açúcar Liberação aconteceu em Piracicaba durante a edição 2011 do Cana Show E mais: Notas .................página 08 05 - Entrevista Marcos Guimarães de Andrade Landell Diretor do Centro de Pesquisa de Cana do IAC “O produtor rural tem que incorporar novas tecnologias” 07 - Ponto de Vista Arnaldo Jardim Deputado Federal (PPS-SP) membro da Comissão de Minas e Energia Etanol: Definir seu futuro já! 10 - Notícias Copercana - Confinamento de ovinos Copercana 13 - Notícias Canaoeste - 1º Workshop Canaoeste/Copercana - Jantar de confraternização Canaoeste - Stab realiza seminário fitotécnico para produtores - Plano de eliminação gradativa da queima da palha de cana-de-açúcar e protocolo agroambiental do setor sucroalcooleiro - safra 2012/2013 - Prorrogado decreto que aplicava pena de multa por falta de Reserva Legal averbada 24 - Notícias Sicoob Cocred - Balancete Mensal 25 - Comunicação Projeto AGORA vence prêmio máximo como “Empresa do Ano de 2011” da Aberje Iniciativa também conquistou o prêmio Master na categoria Comunicação Integrada Revista Canavieiros - Dezembro de 2011 Circular Consecana .................página 12 Comunicação .................página 25 Informações Setoriais .................página 26 Artigo Técnico .................página 28 Cultura de rotação .................página 33 Destaque .................página 34 Mais Etanol .................página 36 Cultura .................página 37 Classificados .................página 38
  • 5. 5 Entrevista “O produtor rural tem que incorporar novas tecnologias” Marcos Guimarães de Andrade Landell Carla Rossini Essa é a opinião do diretor do Centro de Pesquisa de Cana do IAC (Instituto Agronômico), Marcos Guimarães de Andrade Landell, que concedeu entrevista exclusiva à Revista Canavieiros, durante o I Encontro Técnico de Fornecedores da Alta Mogiana, realizado no Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto, no dia 29 de novembro. Landell falou sobre a quebra de produtividade da safra canavieira 2011/12 e também sobre a participação dos produtores de cana no cenário atual. Na opinião do pesquisador, “o produtor tem que se atualizar, não pode ficar contemplando, assistindo tudo passar como se tivesse na frente de uma TV, tem que entrar também nesse filme e participar”, disse. Confira a íntegra da entrevista: Revista Canavieiros: Marcos, houve que também coopera para essa situação uma quebra de produção da safra cana- de baixa produtividade ser acentuada, é a vieira 2011/12, principalmente por fato- baixa adoção tecnológica. Os produtores res climáticos e econômicos. Como você multiplicaram as variedades que vinham analisa a situação do setor mediante plantando nos últimos 10 ou 12 anos esse cenário? atrás, basicamente as mesmas variedaMarcos Guimarães de Andrade des, não está havendo uma evolução Landell: Essa quebra de produção é re- através do processo de adoção de novas sultado de uma série de fatores. A seca variedades. Tudo isso resultou neste quafoi preponderante e acentuada a partir dro triste. É difícil para um setor que já do mês de abril de 2010 e isso foi mui- teve produtividades acima ou próxima a to importante para “...produtores adotarem 90 toneladas conviver esse acontecimento. com uma produtivinovas variedades Mas temos que nos dade que se aproxima lembrar dos nossos rapidamente, terá um de 70 toneladas. canaviais mais velhos, ou seja, 30% da impacto na produtivida- Revista Canacana que foi colhida de que pode ser de 10 a vieiros: Os fatores esse ano não deveria econômicos também mais estar em culti- 15 toneladas a mais que influenciaram? vo, já deveria ter sido Marcos Landell: o primeiro corte...” substituída por outras Muitas vezes em funmais novas. Lembro também que parte ção das questões econômicas acabamos deste canavial mais velho, foi muito mal fazendo algumas opções e essas opções tratado há 4 anos. Naquele momento de acabam voltando como bumerangue socrise do setor, os produtores deixaram de bre nós mesmos. Esse era o momento adubar ou adubaram parcialmente; pro- de ganhar dinheiro. Um momento muito dutores não cuidaram bem do controle de significativo se o canavial tivesse capacimato e o canavial sofreu competição e até dade de resposta e se fosse um canavial hoje esses canaviais estão muito sujos e de bom potencial biológico. Não é isso ainda sofrendo o efeito das plantas dani- que acontece, são canaviais velhos e com nhas. Um outro aspecto na minha visão muitas falhas. Revista Canavieiros: Como que as variedades de cana podem ajudar a recuperar essa produtividade? Marcos Landell: Essas variedades que estão no mercado, são variedades com potencial de produção superior, principalmente no primeiro e segundo corte. Na minha visão, o fato dos produtores rurais adotarem novas variedades rapidamente, terá um impacto porque vai ser uma mudança no padrão de comportamento nos primeiros cortes, ou seja, vamos ter produtividade que pode ser de 10 a 15 toneladas a mais que o primeiro corte em função do grande potencial dessas variedades. Isso não significa que elas (variedades) não tenham socas, mas que, de uma forma geral, todas têm apresentado um potencial de produção muito alto no primeiro corte. Isso garante um retorno líquido maior para o produtor de forma que consiga pagar o investimento feito na reforma. Novas variedades como a IACSP 95-5000, mesmo outros materiais como a RB 92-579 ou a CTC 4, são materiais que já mostraram que tem alta produtividade nesses cortes iniciais e que imaginamos que tragam rapidamente o retorno para o produtor. Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 6. 6 Revista Canavieiros: Na sua opinião, qual é o papel do produtor rural na recuperação do setor? Marcos Landell: Penso que o produtor tem que pegar sua produção de novo, ou seja, tem que assumir o controle desse volante. O que aconteceu nos últimos anos foi uma omissão do produtor que apenas fez o que a usina fazia. Usava as variedades que a usina disponibilizava e de uma forma geral, estava muito desestimulado em função dos problemas de preço. O que o produtor tem que fazer? Primeiro, tem que fazer o seu próprio viveiro para produzir as variedades que poderão, por exemplo, dar os saltos. O produtor não pode continuar dependendo do que têm na usina ou na indústria. Outros aspectos da produção, como controle de plantas daninhas, a parte nutricional e o controle de qualidade de colheita, ou seja, uma série de operações que ele (produtor) foi se afastando e foi perdendo um pouco o caráter de produtor ou da atividade que sempre desempenhou. É possível reverter isso mudando de postura, se tornando mais pró-ativo com a produção. Acredito que haja possibilidade de reverter esse quadro, desde que os produtores assumam outra atitude e participem principalmente de treinamentos para adquirirem uma nova visão da produção. Enfim, tem que desconstruir os conceitos que tinha até então, porque mudou muita coisa, o plantio mecânico é um novo cenário que vai estar inserido a partir de agora, assim como foi a colheita mecânica. O produtor tem que se atualizar, não pode ficar contemplando, assistindo tudo passar como se tivesse na frente de uma TV, tem que entrar também nesse filme e participar. Revista Canavieiros: Em sua apresentação, você disse que hoje, principalmente no Estado de São Paulo, existe uma produção padrão, um conhecimento consolidado por parte dos produtores. Você analisa isso de forma negativa? Marcos Landell: Não. Eu acho muito bom que tenha um conhecimento consolidado e que as pessoas estejam usando esse conhecimento para manter, pelo menos, níveis de produtividade em questão. No entanto, esses últimos 3 anos, sequer conhecimento consolidado foi utilizado plenamente, por exemplo, técnicas de nutrição foram deixadas de lado, muitos produtores não adubaram Entrevista Sobre o I Encontro Técnico de Fornecedores da Alta Mogiana O evento foi realizado através de uma parceria entre a Canaoeste, a LDC-SEV e o IAC. Aproximadamente 250 pessoas, entre fornecedores de cana-de-açúcar, profissionais das unidades industriais e da associação e lideranças do setor sucroenergético participaram do encontro que teve como objetivo discutir e tro- car informações sobre aspectos técnicos que promovam uma maior produtividade e longevidade na lavoura canavieira. Para isso, vários temas foram abordados, como: planejamento e manejo da canade-açúcar, variedades, produção de mudas, controle de doenças, principais pragas e novas tecnologias. de forma correta, controle de mato também não foi feito corretamente, que são os cultivos químico e mecânico. Quando lançaram mão disso, não conseguiram nem mesmo manter aquela produtividade que se esperava. Mas acredito que além de manter esse conhecimento consolidado que é uma coisa muito boa, ou seja, é a cultura canavieira já incorporada, o produtor tem que incorporar novas tecnologias. IAC e existe previsão de lançamento de novas variedades? Marcos Landell: O programa está muito bem e tem sido aperfeiçoado em todas as suas etapas, desde a hibridação, através da nova estação de hibridação Serra Grande / Uruçuca na Bahia. Quanto aos lançamentos, acredito que em 2012 haja um lançamento de novas variedades. Revista Canavieiros: Você também afirmou que há 10 anos a produtividade da cana está estagnada. O que é preciso para mudar isso? Marcos Landell: Com certeza as novas tecnologias são o caminho. Trabalhar encima dessa matriz de ambientes. Acredito muito e já vi isso gerar impactos muito significativos em empresas, mas tem que se ter uma nova visão da produção, fazer um bom trabalho ponto a ponto, um trabalho de agricultura de precisão para gerar ganhos significativos na produtividade. Revista Canavieiros: Mudando de assunto, como que está o programa de melhoramento de cana-de-açúcar do Revista Canavieiros - Dezembro de 2011 Revista Canavieiros: Hoje, quais são as principais características que os programas de melhoramento procuram para lançar uma nova variedade? Marcos Landell: Além de todas aquelas já faladas, como teor de sacarose alta, produtividade elevada e boa soqueira uma coisa que é marca do IAC, são canas com perfil biométrico mais uniforme, ou seja, diâmetro uniforme com bastante perfilhamento. Isso mantém canas eretas que facilitem o processo de colheita mecânica e facilitem o processo do plantio mecânico. A cana ereta é uma muda de melhor qualidade na plantadeira e temos observado isso. Todas essas características juntas devem compor uma variedade e de uma forma geral, as variedades tem todas essas características.RC
  • 7. 7 Ponto de Vista Arnaldo Jardim* Etanol: Definir seu futuro já! A semana do Sugar Week 2011 propiciou eventos, tais como a 11ª Conferência Datagro e o Prêmio Mastercana, para debater o presente e o futuro do setor sucroenergético. Demonstrou a urgência de medidas estruturais e estruturantes para o nosso setor estratégico para o Brasil, tanto no aspecto energético, como no econômico e no ambiental. Sentido de urgência Após o anúncio da redução do teor de mistura do anidro na gasolina, em vigor deste 1º de outubro, o governo nada avançou em relação ao pacote de medidas de apoio ao setor que englobariam créditos para renovação de canaviais e de estocagem, além de modificações tributárias para assegurar rentabilidade, especialmente do etanol hidratado. Anunciados, a redução da alíquota do imposto de renda das usinas e o crédito presumido de PIS Cofins para o etanol, não saíram do papel. Em suma, o governo continua reativo e omisso! Na aprovação da MP 532, da qual fui relator, conseguimos refrear o temor intervencionista em relação aos novos poderes da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), mas alterações de conteúdo importantes para o setor, que havíamos introduzido, foram vetadas pelo governo federal, tais como: a garantia de participação da bioeletricidade dentro da nossa matriz energética nacional; determinação para que o BNDES ofereça e mantenha uma ampla linha de programas de estímulos e de financiamento para o setor; mudanças nas alíquotas da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) de forma a assegurar a competitividade do etanol em relação a gasolina; e no regime de dutos ou futuros “etanoldutos” quando manteve a obrigatoriedade destes estarem atrelados ao regime de concessões. Etanol VS Gasolina Primeiramente, é fundamental evitar a comparação de desiguais, pois mesmo com fortes oscilações na cotação do barril de petróleo, o preço da gasolina não sofre alterações desde 2009. Portanto, o processo de formação de preços dos combustíveis é radicalmente diferente! Há necessidade de definir uma equiparação de procedimentos! Injustiça tributária Em janeiro de 2002, a participação dos impostos sobre o preço da gasolina na bomba era de 47%, percentual que foi caindo ao longo dos anos para os atuais 35%. Em contrapartida, os tributos embutidos no preço do etanol estão, hoje, em 31% (média Brasil), o que coloca em xeque a sua competitividade. Em suma, não há nenhum tipo reconhecimento sobre os impactos positivos do etanol sobre a economia, a saúde pública, a qualidade do ar, a geração de empregos e de divisas para o País. Há tempos também defendo a unificação da alíquota de ICMS do hidratado, a exemplo do que fez o Estado de São Paulo que reduziu a alíquota de 25% para 12% o que aumentou a arrecadação, reduziu as fraudes e trouxe o mercado para formalidade. Além da formação de preços e medidas de incentivo tributário, precisamos de políticas públicas capazes de garantir a estabilidade, previsibilidade e o planejamento para os biocombustíveis. Isso só será possível com uma Política de Estado, clara e perene, para assegurar um crescimento sustentável da produção do “combustível do futuro”. Entre as medidas, destaco: - Assegurarmos linhas de financiamento específicas para a renovação dos canaviais e a construção de novas usinas; - Ampliarmos do uso da bioletricidade pelo seu aspecto complementar a hidroeletricidade, mas que vem esbarrando nos preços baixos ofertados pelos leilões de energia nova e problemas na definição de responsabilidades em relação à conexão; - No transporte e logística é fundamental fortalecermos as Parcerias Público Privadas e agilizarmos os modelos de concessão para investirmos na ampliação dos chamados “alcooldutos”; - Ampliarmos os contratos futuros por meio da redução do IOF nas operações; - Buscarmos a vanguarda em pesquisa e tecnologia para desenvolver novas variedades e ampliarmos a produtividade por hectare, além de avançarmos na pesquisa rumo ao etanol celulósico. Para tanto defendemos o estabelecimento de uma Embrapa da Cana, órgão público criado para atender produtores de todas as regiões do país e o fortalecimento do setor Cana do IAC – São Paulo. Mobilização Nacional No início de dezembro, o Fórum Nacional do Setor Sucroenergético lançou uma campanha nacional: +Etanol, que vai avançar em postos para um Plano Nacional de Retomada da Produção de Etanol. Contornar o risco de estarmos abrindo mão “da fabulosa história do etanol, construída nos últimos 35 anos”, por meio da produção, uso e pesquisa de biocombustíveis. O governo precisa arregaçar as mangas para retomarmos a nossa capacidade de investimentos na ampliação da produção de etanol. As vésperas da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) precisamos nos apresentar como uma referência mundial no combate às emissões de gases de efeito estufa com o nosso etanol. RC *Deputado Federal (PPS-SP) – membro da Comissão de Minas e Energia Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 8. 8 Nova T ecnologia Notas Associação de Equoterapia Vassoural realiza festa de confraternização O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, participou do evento Manoel Ortolan (presidente da Canaoeste), Edna e Nério Costa (prefeito de Sertãozinho), Beatriz Biagi (idealizadora do projeto), Edilah Biagi, Frederico Venturelli (prefeito de Pontal) e Maria Zeferina Baldaia (vereadora de Sertãozinho) Luis Pereira (técnico agrícola responsável por tratos culturais do Grupo Aralco), Marcelo Fiorucci (gerente agrícola corporativo do Grupo Aralco) e Pedro Esrael Bighetti (diretor da Copercana) O diretor da Copercana, Pedro Esrael Biguetti, intermediou um experimento entre a Usina Aralco e a empresa Jumil, para que uma nova tecnologia seja aplicada. Trata-se da Plantadora Adubadora JM 7090 PD EXACTA que a usina está utilizando desde 1º de dezembro para fazer o plantio de soja na palhada de cana. A máquina possui vários pontos positivos, mas os principais são o rendimento operacional e redução de custos. A Associação de Equoterapia Vassoural realizou no dia 7 de dezembro, uma festa de confraternização com apresentação de praticantes que fazem parte do projeto que ajuda crianças, jovens e adultos - através do cavalo - com necessidades especiais, principalmente as que possuem lesões neuromotoras, patologias ortopédicas, necessidades educativas e distúrbios comportamentais. O encontro reuniu os familiares dos praticantes, empresários que apóiam o projeto e autoridades como o prefeito de Sertãozinho, Nério Costa, que foi acompanhado da primeira dama do município, Edna Garcia da Costa, a prefeita de Ribeirão Preto, Darcy Vera, e o prefeito de Pontal, Frederico Venturelli. O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan e o empresário, Maurílio Biagi Filho, do Grupo Maubisa, também estiveram presentes Revista Canavieiros - Dezembro de 2011 A Equaterapia é um método terapêutico, com uma abordagem interdisciplinar, envolvendo as áreas de saúde, educação e equitação, o tratamento busca o desenvolvimento biopsicossocial dos praticantes. Beatriz Biagi, idealizadora do projeto, explica que os serviços da entidade são disponibilizados de forma gratuita, por conta do apoio dos colaboradores. “Atualmente se beneficiam do projeto, 37 moradores de Pontal, Ribeirão Preto, Sertãozinho e Pitangueiras e para o próximo ano pretendemos dobrar esse número”, disse. Desde a sua criação, a associação já ofereceu mais de cinco mil atendimentos a crianças e adultos com necessidades especiais.
  • 9. 9 Prêmio ABAG/RP “José Hamilton Ribeiro” No dia 7 de dezembro, a ABAG-RP (Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto) anunciou os vencedores do Prêmio Abag de Jornalismo 2011 e confirmou que a partir de 2012, em sua 5ª edição, o Prêmio passará a chamar “Prêmio ABAG/RP de Jornalismo José Hamilton Ribeiro”. Zé Hamilton, que participou da festa de entrega das premiações, se disse lisonjeado e gratificado com a homenagem: “receber um prêmio de jornalismo é uma coisa gratificante, passar a ser nome de um prêmio dá um pouco de medo, é muita honra. E sendo como é, um prêmio de agro, que é o mundo da ter- ra, a parte mais brasileira do Brasil, é mais importante ainda”. Os ganhadores em 2011 foram: Modalidade Revista: Clivonei Roberto Revista IdeaNews Matéria: Programas de formação capacitam e transformam vidas na agroindústria do açúcar e do etanol. Ver matéria. Modalidade TV: Manuel Dirceu Martins EPTV Ribeirão - Globo News Reportagem: As novas tecnologias da cana. Modalidade Jornal: Venceslau Borlina Filho Jornal Folha de São Paulo Matéria: Fronteira agrícola recebe R$ 50 bilhões. A secretária da agricultura do estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, e lideranças do setor sucroenergético, prestigiaram a entrega do prêmio CEISE Br apresenta o balanço de ações de 2011 para associados O CEISE Br - Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis, foi um grande articulador da indústria sucroenergética em 2011. Suas ações, através dos Comitês Técnicos e Setoriais, da Universidade Corporativa do Setor Sucroenergético (UNICEISE) e da união com os elos da cadeia produtiva fomentaram o desenvolvimento do setor como um todo. Para demonstrar aos seus associados e parceiros um balanço de ações promovidas e quais as perspectivas para 2012, o CEISE Br realizou o I Encontro Anual de Resultados e Perspectivas do CEISE Br, na noite de 8 de dezembro. O evento teve início com uma palestra da economista Vanessa Nardy, analista de Agribusiness Research & Knowledge Center da PriceWaterouseCoopers Auditores Independentes, que apresentou o estudo “Panorama do Setor Sucroenergético para a Safra Atual e Perspectivas para 2012/13”. Segundo dados do estudo, as perspectivas para a próxima safra são boas, apesar de o encerramento precoce ter gerado uma quebra de safra estimada em 9%. “Será uma safra de recuperação, com os investimentos volta- dos para a renovação dos canaviais. O crescimento da demanda mundial por etanol é de 13% ao ano, reforçando que há um grande potencial de mercado”, afirmou Vanessa, que ressaltou que o Brasil precisa de políticas públicas consistentes e estáveis para a retomada do setor. Empresários de Sertãozinho e região ouviram o balanço de 2011 e as perspectivas para 2012 durante a apresentação do CEISE Br Numa breve retrospectiva, Adézio Marques, presidente do CEISE Br, afirmou que o ano de 2011 foi positivo para a entidade pois suas propostas geraram ações para o desenvolvimento do setor, como o documento enviado em fevereiro ao Ministério da Agricultura com propostas para a retomada dos investimentos na cadeia produtiva sucroenergética, numa ação em conjunto com a Força Sindical, a Prefeitura Municipal de Sertãozinho e embasada pela UNICA - União das Indústrias de Cana-de-açúcar e da Orplana - Organização dos Plantadores de Cana do Estado São Paulo. As perspectivas para o próximo ano são excelentes. “O Governo Federal tem nas mãos um conjunto de propostas lançadas recentemente através do “Movimento Mais Etanol”, numa iniciativa inédita com toda a cadeia produtiva, visando o reconhecimento do etanol como solução econômica, social e ambiental para o País”, frisou Adézio. “Temos a oportunidade não só de retomar os investimentos no setor, mas também de alavancar a economia do Brasil”, finalizou. Fonte: CEISE BR Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 10. 10 Notícias Copercana Confinamento de ovinos Copercana O projeto desenvolvido pela cooperativa em parceria com o Sebrae garante rentabilidade ao produtor e qualidade à carne Carla Rodrigues D esde 2008, a Copercana em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) mantém um confinamento de ovinos com capacidade para 250 animais, podendo ser ampliado para até 1000 animais, de acordo com as necessidades dos cooperados. Hoje, 18 cooperados fazem parte do projeto que busca padronizar a produção no campo, ou seja, todos os produtores utilizarem as mesmas tecnologias e os mesmos manejos sanitários para que os animais cheguem ao confinamento com características muito parecidas. Sérgio Berteli Garcia, consultor do Sebrae “Animais com a mesma idade e mesmo peso proporcionam excelente qualidade no produto final. Hoje, a cadeia da ovinocultura não está estruturada e o abate é realizado na clandestinidade, o que dificulta obter números para poder dimensionar essa cadeia”, explicou o zootecnista e consultor do Sebrae, Sérgio Berteli Garcia. Gustavo Leal Lopes, veterinário da Copercana De acordo com o veterinário da Copercana, Gustavo Leal Lopes, o objetivo da parceria é aumentar a produção de ovinos no Estado de São Paulo. “Os produtores mandam para o confinamento os animais com desmama de até 3 meses, deixando para a cooperativa as etapas de engorda e abate, dispondo de espaço livre para colocar novas matrizes em sua área”, disse o veterinário. Depois de levados para o confinamento, existe a opção de venda imediata para a cooperativa ou após o abate, fica a critério do produtor. A cada 45 dias, a Copercana fecha um lote com animais de 35 a 45 quilos (peso vivo correspondente a animais com até 6 meses de idade) para abate no frigorífico e a comercialização das carnes é realizada pelos Supermercados da rede Copercana. Márcio Zeviani, supervisor dos Supermercados Copercana Segundo Márcio Zeviani, supervisor dos Supermercados Copercana, o projeto trouxe vários benefícios para os clientes e também para a área de vendas dos supermercados. “Os clientes já optam pelos cortes individualizados, valorizando a carne que está consumindo, que apesar de ser pouco conhecida, é muito nutritiva. Para isso, melhoramos o preço da carne, e, com isso, conseguimos dobrar as vendas”, destacou Zeviani. O produtor rural de Cravinhos, José Sebastião Zanetti (Fazenda Sede São Manoel) é um dos cooperados que fazem parte do projeto. Zanetti possui 205 animais em sua propriedade e disse que a Revista Canavieiros - Dezembro de 2011 José Sebastião Zanetti, produtor rural de Cravinhos etapa de comercialização era o que mais causava preocupação. “Nós produtores, sozinhos, temos dificuldade em realizar, de maneira correta, a venda da carne. Com a criação deste projeto, a Copercana se responsabiliza pela comercialização, facilitando nossa atividade e garantindo um produto de grande qualidade”, explicou o cooperado. Além disso, o projeto entre a Copercana e o Sebrae ajuda os produtores a se adequarem as novas leis ambientais. Por exemplo, a proibição de plantações próximas as sedes e rodovias, resulta em áreas inativas. Para aproveitar estas áreas, o produtor pode ocupá-las com pastagens para cria e recria de animais, e depois destiná-los (após o período de 3 meses) para o confinamento. “Eu tenho a cana-de-açúcar como minha principal cultura, mas por causa das novas leis ambientais, tenho muitas áreas que ficam ociosas, então as uso para criação de cordeiro e aproveito para complementar minha renda”, disse Zanetti. RC
  • 11. 11 Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 12. 12 Notícias Canaoeste Consecana A CIRCULAR Nº 10/11 DATA: 30 de Novembro de 2011 Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de NOVEMBRO de 2011. O preço médio do kg de ATR para o mês de NOVEMBRO, referente à Safra 2011/2012, é de R$ 0,5016. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a novembro de 2011 e acumulados até NOVEMBRO, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a novembro de 2011 e acumulados até NOVEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/11, são os seguintes: Revista Canavieiros - Dezembro de 2011
  • 13. 13 1º Workshop Canaoeste/Copercana Programação contou com dinâmica e palestras sobre capacitação profissional Carla Rodrigues N o dia 14 de dezembro, os colaboradores das áreas assistencial agronômica, gestão ambiental e topografia da Canaoeste e comercial agronômica da Copercana, participaram do 1º Workshop Canaoeste/Copercana, realizado no Cred Clube, em Sertãozinho. O evento foi realizado para despertar nos participantes habilidades comportamentais que possam ser desenvolvidas. O Workshop foi ministrado pela coach e palestrante da empresa Central do Trabalho, Carla Tambellini. “O principal objetivo da Canaoeste com esse encontro foi a integração entre os agrônomos e a inter-relação de suas experiências profissionais, já que a associação presta serviço de assistência técnica, extensão rural, desenvolvimento e pesquisa e a Copercana realiza a venda de produtos agrícolas, estratégia comercial e dinâmica de vendas. Com isso esperamos um maior poder de confiança dos agrônomos, desenvolvendo com ética e profissionalismo a gestão de liderança dentro de suas respectivas áreas de atuação, efetivando a satisfação dos produtores e trazendo novos associados”, disse Luiz Carlos Tasso Júnior, diretor da Canaoeste. Ao longo do dia, foram realizadas várias apresentações e atividades através de vídeos, músicas, interações, dinâmicas e jogos corporativos, de forma interligada a conteúdos técnicos. Alguns dos temas debatidos foram: crenças e valores do ser humano, comportamento receptivo e defensivo, diferenças individuais e ego, percepção seletiva e relação interpessoal, processo de auto-análise para mudança pessoal, processo de comunicação, padrões do comportamento humano, capacidade de flexibilidade e trabalho em equipe, linguagem do corpo e construção de novas relações. De acordo com a palestrante, hoje as instituições que estão “antenadas” às exigências do cliente externo, devem estar “antenadas” também às necessidades do cliente interno, ou seja, seus colabo- radores. O profissional dessa nova era tem presenciado um alto nível de adversidades devido as funções e desafios de gerenciar novas e diversas exigências do mercado, como: qualidade, estratégia, resultado, excelência, consultivo, pró-ativo, foco no negócio e no cliente, soluções, assertividade, tempo, entre outras. “O investimento em formação e desenvolvimento de profissionais está muito mais ligado à técnica, deixando o lado comportamental em segundo plano. O interessante, é que para dar conta das exigências modernas, é necessário que os dois lados do cérebro esquerdo (dominante) e direito (não dominante) estejam integrados, equilibrando o uso das potencialidades”, explicou a palestrante. O gerente do departamento técnico da Canaoeste, Gustavo Nogueira, também participou do evento e disse acreditar neste tipo de trabalho para melhorar o desempenho profissional de cada um. “As atividades realizadas durante o encontro permitem que os colaboradores se exponham mais facilmente e mostrem suas dificuldades. Posteriormente, com o apoio da empresa Central do Trabalho, pretendemos dar continuidade nestas atividades e corrigir nossas deficiências de atuação no dia-a-dia”, disse Nogueira. RC Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 14. 14 Notícias Canaoeste Jantar de confraternização Canaoeste Carla Rossini P ara comemorar os bons resultados da Canaoeste em 2011 e iniciar 2012 com o “pé direito”, o presidente da associação, Manoel Ortolan, organizou um jantar que reuniu gerentes e engenheiros agrônomos (da Copercana e Canaoeste), no Cred Clube, em Sertãozinho. A comemoração foi realizada no dia 14 de dezembro e foi prestigiada pelo diretor da Canaoeste, Luiz Carlos Tasso Júnior, pelo presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo e pelo diretor, Pedro Esrael Bighetti. “Todos se esforçaram bastante para que os produtores superassem as dificuldades de 2011: diretores, técnicos, agrônomos e gerentes. Isso resultou num bom ano para a Canaoeste. Hoje, reunidos, relembramos fatos ocorridos e como um grupo unido celebramos também a proximidade do Natal e do Ano Novo.”, disse Manoel Ortolan. “Realizamos essa confraternização com a finalidade de reforçar os laços de amizade entre as diretorias e os colaboradores. Não podemos nos relacionar apenas em âmbito profissional, precisamos de união para termos dinamismo na realização das nossas atividades que, quase sempre, são realizadas em grupo. Aqui não somos apenas colegas de trabalho, somos um grupo de amigos em busca dos mesmos objetivos”, disse Tasso.RC Revista Canavieiros - Dezembro de 2011
  • 15. 15 Stab realiza seminário fitotécnico para produtores Em parceria com a Canaoeste e Copercana, evento discutiu soluções para aumentar a produtividade dos canaviais Carla Rodrigues A Stab (Sociedade dos Técnicos Açucareiros Alcooleiros do Brasil) realizou, no dia 13 de dezembro, o “Seminário Fitotécnico e Sistema de Produção de Cana e Colheita Mecanizada”. O evento foi realizado em parceria com a Canaoeste, Copercana, Afocapi (Associação dos Fornecedores de Cana de Piracicaba) e Coplacana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo). Apoiado pela Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) e Udop (União dos Produtores de Bioenergia), e coordenado por José Rodolfo Penatti (Afocapi), Luiz Carlos Tasso Júnior (Canaoeste) e Oswaldo Alonso (Canaoeste), o evento, que reuniu produtores, pesquisadores e profissionais do setor, aconteceu no Centro de Convenções do Centro Cana IAC (Instituto Agronômico) em Ribeirão Preto. O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, esteve presente e participou da abertura. Na ocasião, aproveitou a oportunidade para falar sobre a importância dos produtores e instituições do setor, em apoiarem eventos deste tipo, onde há uma grande troca de informações e experiências. Ortolan também parabenizou os produtores pela aprovação do novo Código Florestal e disse que o momento é de cautela para investir com segurança. Durante o encontro, vários temas foram abordados sobre a cadeia produtiva Oswaldo Alonso, consultor agrônomico da Canaoeste do setor, entre eles: consórcios de produtores de cana, precisão em plantio, corte mecanizado, mudas de cana, fitotecnia, pragas, monitoramentos, sistematização, preparo de solo, tratos culturais, adubação nitrogenada suplementar, climas, solos e ambientes de produção. A apresentação do gerente do departamento técnico da Canaoeste, Gustavo Nogueira, foi sobre a importância da produção de mudas de cana para manter a sanidade e pureza das plantas. “Como estamos procurando aumentar a nossa produtividade, a produção de mudas sadias é fundamental para evitarmos a disseminação de doenças que venham comprometer nosso resultado final”, explicou Nogueira. Segundo um dos coordenadores do seminário, Oswaldo Alonso, consultor agronômico da Canaoeste, o evento atendeu as expectativas do público já que as apresentações foram realizadas com alta qualidade técnica. “Procuramos trazer palestrantes que transmitam informações técnicas, mas de uma maneira que o produtor entenda o que estão querendo dizer, principalmente na divulgação de novas tecnologias”, disse Alonso. Para o produtor Fernando Freitas Tavares, o setor tem passado por várias transformações e acredita que a realização de eventos para atualizar o produ- Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste Gustavo Nogueira, gerente do departamento técnico da Canaoeste tor sobre as novidades do mercado é de grande relevância para sua lavoura. “Encontros como este, possibilita a gente a buscar informações para enfrentar as modificações que o setor vem sofrendo de forma barata, com acesso a novas tecnologias e novos procedimentos”, afirmou Tavares. RC Fernando Freitas Tavares, produtor Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 16. 16 Notícias Canaoeste Plano de eliminação gradativa da queima da palha de cana-de-açúcar e protocolo agroambiental do setor sucroalcooleiro - safra 2012/2013 Da redação A Canaoeste estará executando novamente este ano a elaboração dos obrigatórios Requerimentos de Autorização de Queima Controlada da Palha de Cana-de-açúcar (safra 2012/13) para os seus associados. Os interessados devem procurar os escritórios regionais da associação, a partir do dia 13 de fevereiro de 2012. Os fornecedores associados que tiveram expansões ou reformas em seus canaviais, aquisições de propriedades por compra ou arrendamento, dentre outras situações, nas quais a área total ou soma das áreas contíguas à serem colhidas na safra 2012/2013 sejam iguais ou superiores a 150 ha cultivadas com cana-de-açúcar, deverão procurar os escritórios à partir de 16 de janeiro de 2012 até o dia 02 de março de 2012, para que possam ser agendadas visitas dos topógrafos para efetuarem as medições necessárias das áreas. As solicitações fora do prazo estarão sujeitas a não serem atendidas por motivo de tempo necessário para realização das mesmas. O departamento de Planejamento, Controle e Topografia da Canaoeste informa que o prazo para indicação, nos mapas, das áreas que serão colhidas com ou sem queima, na safra 2012/2013, deverá ser feita até o dia 16 de março de 2012. Os mapas indicados após esta data estarão sujeitos a não realização do Plano de Queima por questão de prazo. Meio Ambiente”, disse Thiago Silva, gerente do departamento. Na safra 2011/2012, por perda de prazo, muitos fornecedores não fizeram o Requerimento de Autorização da Queima da Palha de Cana-de-açúcar, exigindo que a colheita da cana-de-açúcar tivesse que ser totalmente crua, mesmo em áreas não mecanizáveis. “Solicitamos o cumprimento da legislação vigente, do dia 13 de fevereiro até o dia 23 de março de 2012 para que sejam feitos os Requerimentos de Autorização da Queima da Palha de Cana-de-açúcar, em prazo hábil. Os requerimentos fora do prazo estabelecido estarão sujeitos a não cumprimento do prazo estabelecido pela Secretaria do Para obter informações complementares sobre o Plano de Eliminação Gradativa da Queima da Palha de Cana-de-açúcar da safra 2012/2013, os agricultores podem acompanhar a Revista Canavieiros ou entrar em contato com os escritórios da Canaoeste. Os fornecedores devem estar munidos das documentações necessárias para a realização do pedido de autorização de queima da palha de cana-de-açúcar, dentre elas, o CNPJ e a Inscrição Estadual de cada imóvel rural. Será obrigatório aderir ou renovar o Protocolo Agroambiental do Setor Sucroalcooleiro os fornecedores cujo CPF/CNPJ estejam totalizando área maior ou igual a 150 ha. Os demais fornecedores poderão optar por fazer o Protocolo Agroambiental do Setor Sucroalcooleiro. A Canaoeste recomenda adesão ao Protocolo.RC Prorrogado decreto que aplicava pena de multa por falta de Reserva Legal averbada Juliano Bortoloti – Advogado da Canaoeste E m virtude da discussão no Congresso Nacional sobre o Novo Código Florestal, a Presidência da República, através do Decreto nº 7.640/11, publicado no último dia 12 de dezembro de 2011, resolve prorrogar o prazo para se averbar a reserva florestal legal das propriedades rurais até 11 de abril de 2012, tendo em vista que o prazo final previsto no artigo 152, do Decreto nº 7.497/2011, expirava em 11.12.2011. Findo tal prazo, poderia o Governo aplicar multas aos proprietários rurais que não averbaram e/ou deram início ao procedimento de averbação da reserva florestal legal de sua propriedade, penalidades estas que vão de advertência a multa diária de R$-50,00 a R$-500,00 por hectare ou fração da área de reserva legal. Atualmente é pacífico tanto no Poder Executivo quanto no Poder Judiciário, que a obrigatoriedade de averbação de Reserva Legal subsiste na legislação vigente, sendo apenas a aplicação da sanção pela não averbação é que está prorrogada. Oportuno salientar que tal prazo não se presta às pessoas físicas e jurídicas que já estejam obrigadas, por sentença judicial definitiva, a fazê-lo, ficando estas adstritas aos termos da referida decisão judicial. Veja abaixo a íntegra do decreto nº 7.640/2011. DECRETO N. 7.640, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2011 Altera o art. 152 do Decreto no 6.514, de 22 de julho de 2008, que dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente e estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, DECRETA: Art. 1o O art. 152 do Decreto no 6.514, de 22 de julho de 2008, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 152. O disposto no art. 55 entrará em vigor em 11 de abril de 2012.” (NR) Art. 2o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 9 de dezembro de 2011; 190º da Independência e 123º da República. DILMA ROUSSEFF Revista Canavieiros - Dezembro de 2011
  • 17. 17 Assuntos Legais Georreferenciamento de imóveis rurais – prorrogação do prazo P rezados leitores, através do Diário Oficial da União de 22 de novembro de 2011, a presidente Dilma Rousseff publicou o Decreto Federal nº 7.620/2011, que prorroga o prazo para que os proprietários de imóveis com área menor de 500 (quinhentos) hectares procedam ao georreferenciamento de sua área, ou seja, façam a medição e descrição perimetral do imóvel, através de equipamento de precisão utilizando-se de satélites, por profissional cadastrado no INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) que, após, será aprovado por este órgão. Referida prorrogação foi necessária, até mesmo diante da impossibilidade de todos os proprietários procederem à referida medição até a data limite de 21/11/2011, por motivos diversos (falta de estrutura do Poder Público, falta de profissionais suficientes, etc.). De acordo com o novo decreto, os novos prazos em vigor são os elencados a seguir: Área do Imóvel Novo Prazo 250ha – 500ha 20/11/2013 100ha – 250ha 20/11/2016 25ha-100ha 20/11/2019 Abaixo de 25ha 20/11/2023 Por fim, cumpre aqui esclarecer que não existe penalidade pecuniária (multa) alguma para os proprietários que descumprirem o prazo para proceder ao georreferenciamento de seus imóveis, não significando isso que não estarão sujeitos a outras “sanções”, dentre as quais destacamos o impedimento de registro na matrícula imobiliária de atos de venda, subdivisão, unificação, retificação do imóvel ou qualquer alteração na matrícula decorrente de ato judicial. Não podemos deixar de destacar, também, que os bancos estão exigindo o registro de hipotecas, títulos de crédito ou outros gravames na matrícula imobiliária para efetuar empréstimos e, alguns cartórios acabam exigindo que, para tanto, se proceda ao georreferen- Juliano Bortoloti Advogado da Canaoeste ciamento do imóvel. De igual forma, em processos de licenciamento ambiental exige-se que a matrícula do imóvel esteja georreferenciada. Então, para aquele proprietário rural que ainda não realizou o georreferenciamento de seu imóvel rural, sugere-se que regularize-o o quanto antes, com a medição devida, com os mapas e memoriais devidamente certificados pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), para, após, encaminhá-los ao Cartório de Registro de Imóveis. RC Novo Código Florestal aprovado no Senado O Senado aprovou no dia 06 de dezembro de 2011, o texto do novo Código Florestal por uma maciça maioria, mas como houve mudanças em relação ao texto aprovado na Câmara dos Deputados, ele voltou a esta casa legislativa no dia 12 de dezembro de 2012 para que os deputados deliberem sobre as alterações, rejeitando-as, alterando-as ou acatando-as. Em virtude da proximidade do fim do ano civil e do fim dos trabalhos do Congresso, ficou acertado pelos parlamentares que a votação no plenário da Câmara dos Deputados se dará no dia 06 ou 07 de março de 2012. Até lá, a Canaoeste estará acompanhando de perto as tratativas e evoluções sobre o assunto, através do “Brasil Verde Que Alimenta - Conselho dos Produtores Rurais”, que representa mais de 50.000 produtores rurais no Brasil. Trata-se de movimento formado por diversas associações, sindicatos e cooperativas de Adézio Marques (presidente do CEISE Br), Antonio Eduardo Tonielo (presidente da Copercana), Manoel Ortolan (presidente da Canaoeste), Paulo Canesin (diretor da Canaoeste), Rodrigo Zardo (agrônomo da Canaoeste), Patrícia Milan (diretora executiva da Abag RP) e Helena Pinheiro Della Torre (coordenadora do grupo Brasil Verde Que Alimenta) produtores rurais, tendo se organizado ao longo do ano de 2011 a partir de Ribeirão Preto-SP., cujo objetivo é fortalecer a representatividade dos produtores rurais nas discussões sobre o novo Código Florestal, objetivando principalmente à promoção de segurança jurídica no campo. denado por produtores e lideranças do agronegócio, que conhecem com profundidade o assunto, porque têm uma trajetória de vida no campo, onde criaram raízes e construíram uma história em defesa do Brasil. O Brasil Verde que Alimenta é coor- A Canaoeste é uma das signatárias do movimento, além de ser uma de suas Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 18. 18 fundadoras. O “Brasil Verde Que Alimenta”, através dos deputados e senadores ligados ao agronegócio, auxiliou sobremaneira na formatação da redação do novo Código Florestal, sugerindo alterações no texto, emendas, dentre as quais as destacadas no quadro abaixo. 1. Início das APPs ripárias a partir da borda da calha do leito regular dos cursos d’água (art. 4°); 2. Vinculação no conceito de leito regular à regularidade das águas durante o ano (art. 3°); 3. Dispensa de APPs nos cursos d’ água artificiais (art. 4°); 4. Exclusão das várzeas das APPs (art. 4°); 5. Alteração do conceito de topo de morro (art. 4°); 6. Dispensa de APPs nos reservatórios d’água artificiais não decorrentes de barramento de cursos d’água (art.4°); 7. Isonomia, para fins de aplicação dos benefícios desta lei, das propriedades com até 4 módulos fiscais que desenvolvam atividades agrossilvipastoris à agricultura familiar (§ único art 4°); 8. Exigência de indenização por interesse social no caso de criação de novos tipos de APPs, o que somente pode ocorrer ato do Chefe do Poder Exceutivo (art. 6°); 9. Permissão, sem condicionantes, de acesso às APPs para obtenção de água por pessoas ou animais (art. 9°); 10. Manutenção de todas as atividades agrossilvipastoris em inclinações entre 25 e 45° (art. 11); 11. Possibilidade de redução do percentual de Reserva Legal para 50% nas regiões de floresta da Amazônia Legal quando a área do município for ocupada em mais de 50% por unidade de conservação ou terras indígenas ou quando o Estado as tiver em percentual superior a 65% (§§ 5° e 6° art. 12); 12.Cômputo de todas as APPs conservadas ou em recuperação no percentual de Reserva Legal (art. 15); 13.Dispensa da necessidade de averbação da Reserva Legal em cartório de registro de imóveis (art.18); 14. Simplificação do processo de identificação e registro da RL (§ 10 art. 18) 15. Criação do CAR possibilitando a regularização ambiental de todas as propriedades irregulares (art. 29); 16. Necessidade de demonstração de nexo causal nos casos de uso de fogo (art. 38); 17. Exigência de criação pelo Governo de um programa de pagamento por serviços ambientais em até 180 dias (art. 41) 26. Garantida a manutenção das residências e infraestrutura nas APPs ripárias independente de sua localização (art. 61); 18. Autorização para que o Governo possa, através de um programa específico, converter as multas referentes a autuações por desmatamentos promovidos sem autorização ou licenças (§9° art. 41); 27. Garantia de manutenção das atividades de reflorestamento e demais culturas lenhosas, perenes ou de ciclo longo nas inclinações acima de 45°, topos de morro, bordas de tabuleiro e campos de altitude (art. 63); 19. Criação dos PRAs, que associados ao CAR, possibilitarão a regularização ambiental de todas as propriedades rurais (art. 59) 20. Delegação de significativa competência aos Estados para tratar de assuntos peculiares na elaboração do PRA (art. 59); 21. Suspensão da aplicação das multas durante o período de regularização, iniciando-se logo após a publicação da lei (art. 59); 22. Conversão das multas pecuniárias em melhoria da qualidade do meio ambiente após cumprimento do termo de compromisso (art. 59); 23. Possibilidade de consolidação de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural iniciadas até 22 de julho de 2008 (art. 61) 24. Estabelecimento de exigência mínima de recomposição de APPs ripárias em metragem inferior às atualmente estabelecidas (art. 61); 25. Estabelecimento, para agricultura familiar e propriedades equivalentes, de limite de recuperação equivalente à área de Reserva Legal exigida para o imóvel, podendo ser inferior ao mínimo estabelecido pela regra geral (art. 61); Revista Canavieiros - Dezembro de 2011 28. Garantia de manutenção de atividade de pecuária extensiva nos tipos de APP acima citados quando vegetação natural for campestre (art. 63); 29. Facilitação de regularização da Reserva Legal, mediante compensação até mesmo fora do Estado, desde que no mesmo bioma (art. 67); 30. Possibilidade de recomposição com até 50% de espécies exóticas aumentando a possibilidade de renda na RL (art. 67); 31. Exigência de RL para agricultura familiar e equivalentes somente até a participação correspondente a área ocupada pelos remanescentes de vegetação nativa existentes em, 22 de julho de 2008 (art. 68) 32. Resgate do direito adquirido para estabelecimento de percentual de Reserva Legal, conforme a lei no tempo (art. 69); 33. Autorização para que a CAMEX estabeleça restrições às importações de produtos advindos de países que não observem padrões de proteção ambiental compatíveis com as do Brasil (art. 75). (fonte: Frencoop – Frente Parlamentar do Cooperativismo e Brasil Verde Que Alimenta). RC
  • 19. 19 Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 20. 20 CTC lança novas variedades de cana-de-açúcar Os palestrantes do CTC: Marcos Casagrande, Tadeu Andrade, Luis Roberto Pogetti, Gustavo Leite, Arnaldo Raizer e Sabrina Moutinho Chabregas juntamente com os representantes da Basf e Bayer, Luis Louzano e Adré Abreu Liberação aconteceu em Piracicaba durante a edição 2011 do Cana Show Carla Rodrigues O CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) realizou em Piracicaba, no dia 7 de dezembro, a edição 2011 do Cana Show, reunindo empresários, produtores rurais, profissionais do setor e pesquisadores com o objetivo de discutir estratégias e soluções para que o setor sucroenergético, através do aumento da produção e redução de custos, enfrente os desafios que tem pelos próximos anos para atender a crescente demanda pelo mercado de açúcar, etanol e energia. Segundo Luiz Antonio Dias Paes, gerente de Produtos do CTC, esta safra (2010/11) apresentou 20% de queda em produtividade devido a vários fatores, como: ambiente (solo), pragas e doenças, clima (florescimento) e geadas. “Além dos fatores climáticos que contri- buíram para um resultado negativo desta safra, ainda tivemos um período ruim de investimentos na lavoura, diminuição das áreas renovadas, redução dos tratos e uma desaceleração de novas unidades”, explicou Paes. O diretor técnico da Unica (União das Indústrias de Cana-de-Açúcar), Antônio de Pádua Rodrigues, também esteve presente no evento e falou sobre as mudanças e perspectivas de mercado. Para ele, o setor tem condições de aumentar o mercado de etanol hidratado. Ele afirma que, atualmente, o país tem capacidade de moer 750 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. “Até 2015, o país precisa moer 100 milhões de toneladas a mais para abastecer a frota flex. Se usarmos corretamente as tecnologias desenvolvidas temos condições de aumentar a ofer- Luiz Antonio Dias Paes, gerente de Produtos do CTC Revista Canavieiros - Dezembro de 2011 Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica ta de cana em 160 milhões de toneladas, que serão destinadas a produção de etanol hidratado”, disse Pádua. Com o objetivo de aumentar sua competitividade no setor nacional e internacional, o CTC foi convertido numa Sociedade Anônima (SA), totalizando em 154 empresas acionistas, que, juntas, respondem por 60% da moagem de cana do país. Hoje, o CTC mantém unidades nas regiões Nordeste, Sudeste, Sul e CentroOeste, atendendo aproximadamente 12 mil fornecedores de cana. O CTC atua em diversas áreas de pesquisa, sendo elas: industrial, logística e agronômica. Também atua em pesquisas com variedades, plantio, colheita mecanizada, biotecnologia, controle biológico de pragas, muda sadia, geoprocessamento, imagens de satélites, cartas de solos, ambientes de produção, geração de energia, produção de açúcar e etanol de primeira e segunda geração. “O CTC é um centro importantíssimo no desenvolvimento de pesquisas. Eventos como este demonstram que realmente a sua grande função é facilitar a vida do
  • 21. 21 CTC 23 Colmo agricultor, produzindo mais cana, obtendo maior produtividade, e, consequentemente, diminuindo seus custos”, comentou Ismael Perina, presidente da Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil). Durante o encontro, vários temas foram abordados, como: desempenho das variedades comerciais do CTC, o futuro da cana-de-açúcar a partir da biotecnologia, análise da safra atual, expectativas para as próximas safras, biomassa, etanol de segunda geração e perspectivas da economia brasileira. Para o pesquisador do CTC, Tadeu de Andrade, este encontro também serviu Ismael Perina, presidente da Orplana para chamar a atenção das usinas que, na realidade, não são apenas produtoras de etanol e açúcar e sim, de uma plataforma para diferentes produtos. “O açúcar é plataforma para outros produtos, o etanol para outros ainda, sendo assim, é importante que o produtor saiba que não é somente produtor de cana e sim de uma plataforma de outros produtos que beneficiam a sociedade e geram renda para ele (produtor)”, explicou Andrade. Além disso, o CTC, que mantém o maior banco de germoplasma do mundo, anunciou a liberação de duas novas variedades de cana-de-açúcar para plantio comercial, a CTC 23 e a CTC 24, que compõem a sétima geração de variedades da empresa. Tadeu de Andrade, pesquisador do CTC Palmito Nó Arnaldo José Raizer, pesquisador do CTC De acordo com Arnaldo José Raizer, pesquisador do CTC, essa liberação foi focada principalmente numa demanda de mercado. Todos os anos são liberados materiais com alguma aptidão, para determinada região, época de safra ou para alguma vantagem agronômica. Neste ano, o foco foi em final de safra, com variedades tardias, devido aos problemas climáticos que geraram uma Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 22. 22 CTC 24 Colmo Público presente Nó O evento contou tambem com um estande do CTC apresentando aos visitantes as pragas da cana e os tipos de solos existentes perda de produtividade muito grande, principalmente nas regiões mais secas. “As variedades CTC 23 e 24 atendem exatamente esse período. São materiais com capacidade de chegar ao final da safra com uma oportunidade boa, não perdem muito com a seca (que começa no meio da safra), não florescem, o que é uma vantagem e tem uma capacidade de brotação muito rápida neste período, que é uma época onde já há chuva durante o corte da cana”, afirmou Raizer. Outro ponto importante nestas novas variedades é o aumento do açúcar e da fibra. Os dois materiais têm um teor de fibra um pouco maior do que os materiais que são processados nessa época e Palmito também são resistentes (melhores que os padrões) a doenças e pragas, como ferrugens e broca, agregando 15% de ganho na produtividade de açúcar por área. “O foco da CTC 23 é voltado mais para os estados de Minas Gerais e Goiás por ser uma variedade com maior tolerância a seca e é um material que chega melhor no final da safra. A CTC 24 já é uma recomendação para as regiões com chuvas melhores distribuídas, como em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná, locais que respondem mais onde a seca não é tão pronunciada. Nossa expectativa é Revista Canavieiros - Dezembro de 2011 de que em até quatro anos essas regiões estejam com 10% de uso dessas novas variedades”, disse Raizer. O pesquisador ainda lembrou da variedade RB86 7515, que hoje é a principal deste nicho e apresenta bons resultados, mas perde um pouco de competitividade para a colheita mecanizada. “A ideia é dividir um pouco o espaço dela com a CTC 23 e 24, o que facilita para o produtor manejar um canal mais diversificado, até pelo quesito de segurança e também no desenvolvimento de doenças. RC
  • 23. 23 Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 24. 24 Notícias Sicoob Cocred Balancete Mensal COOP. CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - NOVEMBRO/2011 Valores em Reais Revista Canavieiros - Dezembro de 2011
  • 25. 25 Comunicação Projeto AGORA vence prêmio máximo como “Empresa do Ano de 2011” da Aberje O Iniciativa também conquistou o prêmio Master na categoria Comunicação Integrada Projeto AGORA conquistou na quinta-feira (24/11) o prêmio máximo nacional de Jornalismo Empresarial como “Empresa do Ano de 2011” da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje). Além da principal premiação, o Projeto AGORA também conquistou o prêmio nacional de Comunicação Integrada durante cerimônia realizada no Espaço Rosa Rosarum, em São Paulo (SP). Anteriormente, o AGORA já havia vencido a premiação regional para São Paulo na categoria Comunicação Integrada, o que o qualificou para concorrer ao prêmio nacional. “É uma enorme conquista para a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, que se uniu e conseguiu realizar um trabalho digno com resultados surpreendentes, envolvendo professores, alunos, comunidades, jornalistas e formadores de opinião,” afirmou o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (ÚNICA), Marcos Jank, que recebeu os prêmios representando as 11 entidades e as oito empresas que compõem o Projeto AGORA. “Este prêmio é uma homenagem a todos aqueles que realizam o Projeto AGORA e às milhares de pessoas que dele se beneficiam. Estão todos de parabéns,” completou. Jank lembrou que é fundamental reconhecer e agradecer aqueles que acreditam e participam do Projeto AGORA, iniciativa que ele descreveu como “verdadeiramente colaborativa e vencedora,” graças ao empenho e envolvimento de seus integrantes. São eles: • As associações e sindicatos de produtores de açúcar e etanol dos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba e Alagoas; • As entidades Ceise-Br e Orplana; • As empresas Amyris, Basf, BP, Dedini, Banco Itaú, FMC, Monsanto e Syngenta. Marcos Jank (esq.) recebeu os prêmios em nome de todos os integrantes do Projeto, acompanhado da coordenadora do AGORA, Solange Buzzetti, da assistente, Amanda Turano e do diretor de comunicação corporativa, Adhemar Altieri O presidente da UNICA registrou, também, um agradecimento às agências que apoiam as diversas iniciativas do Projeto AGORA, que dividem, também, a responsabilidade pelos bons resultados obtidos. São elas a CDN Comunicação Corporativa, a Calia Y2, a Editora Horizonte e a RP Consultoria. Sobre os prêmios Para obter o título de “Empresa do Ano 2011” nesta 37ª edição do Prêmio Aberje, o Projeto AGORA atingiu a maior nota entre todos os ganhadores nas diferentes categorias da premiação nacional: 9,98 pontos de um máximo de 10. As notas resultam das avaliações feitas pelas comissões julgadoras de cada categoria. Esta edição do Premio Aberje utilizou cerca de 200 jurados em todo o Brasil. Para conquistar a premiação nacional na categoria Comunicação Integrada, o Projeto AGORA competiu com a Brasilcap Capitalização (Lixo Extraordiná- rio); Lafarge (Integração novas unidades no Nordeste e Centro-Oeste); Vale, com dois projetos (Caminhão Vale e Circuito mineração – uma nova plataforma de comunicação com stakeholders); Companhia de Telecomunicações do Brasil Central – CTBC (Novo posicionamento de uma nova marca); MASB Desenvolvimento Imobiliário (Case Vibra MASB); e Sociedade Hospital Samaritano (novo complexo hospitalar do Hospital Samaritano). Lançado em 2009, o Projeto AGORA representa uma iniciativa pioneira de comunicação e marketing institucional, cujo modelo vem influenciando a comunicação em diversas cadeias produtivas, particularmente do agronegócio nacional. As empresas e entidades participantes trabalham juntas e de forma integrada, realizando ações que não teriam o mesmo impacto ou abrangência se deflagradas por uma só empresa. RC Fonte: Unica Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 26. 26 Informações Setoriais Chuvas de outubro e Prognósticos Climáticos de dezembro a fevereiro No quadro a seguir, são apresentadas as chuvas do mês de novembro de 2011 Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Técnico Agronômico da Canaoeste N o Mapa 1, referente ao período de 14 a 16 de novembro na área sucroenergética paulista, pode-se observar estreitas faixas no Centro e Norte com baixa disponibilidade de água no solo e já crítico no extemo Noroeste do Estado que, como notarão no Mapa 3, foi-se acentuando durante a segunda quinzena do mês. Nos Mapas 2 e 3, pela ordem, correspondentes aos finais dos meses de novembro de 2010 e de 2011, nota-se muita semelhança dos índices de Disponibilidades de Água no Solo. Entretanto, a faixa leste do Estado “terminou”, neste ano, com maior índice de Água Disponível e numa faixa mais extensa que o mesmo mês do ano anterior. Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 14 a 16 de novembro de 2011 Revista Canavieiros - Dezembro de 2011 A média das observações de chuvas durante o mês de NOVEMBRO (204mm) foi próxima da média das normalidades climáticas de todos os locais informados (179mm). Mas os dados mostram a irregularidade das chuvas, pois, enquanto que a média do “polígono” Ribeirão Preto, Pitangueiras, Jaboticabal, Bebedouro, Barretos, Franca e Batatais “ficou” semelhante à média de todos os locais, nos demais, chegou a ser uma vez e meia superior à de todos os locais observados. Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a Canaoeste resume o prognóstico climático de consenso entre INMET - Instituto Nacional de Meteorologia e INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de de- Mapa 2:- Água Disponível no So
  • 27. 27 zembro 2011 a fevereiro 2012, conforme mostrado no Mapa 4. • Para os meses dezembro a fevereiro, as temperaturas médias deverão ser próximas das respectivas médias históricas em toda região Centro Sul; • Com relação às chuvas, durante o mesmo período, “ficarão” em torno das normais climáticas, mas com probabilidade de ocorrência de chuvas abaixo das respectivas médias nestes próximos meses no Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina, já como consequência “da volta” do fenômeno La Niña; • Como referência de normais climáticas de chuvas para Ribeirão Preto e municípios vizinhos, pelo Centro AptaIAC, e em média, são de cerca de 9mm/ dia calendário. A SOMAR Meteorologia prevê também, que para esta região de abrangência da Canaoeste as chuvas poderão “ficar” próximas às respectivas normais climáticas e com as mesmas variações acima assinaladas. Porém, mesmo com muita antecedência, que a climatologia para (2ª quinzena, principalmente) março poderá ser mais favorável às operações de plantio da cana. olo ao final de novembro de 2010. Face estas previsões climáticas para estes próximos meses, a Canaoeste recomenda aos produtores de cana muita atenção mesmo em monitoramentos/controles de pragas (leia-se, cigarrinhas), doenças e ervas daninhas. Recomenda, também, que em canaviais sem falhas e já com cobertura total do solo possam proceder à adubação foliar com NNitrogênio + Mo-Molibdênio, visando aumentar produtividade para a próxima safra, face à crescente demanda por matéria prima na próxima safra. Mapa 4:- Adaptação pela CANAOESTE do Prognóstico de Consenso entre INMET e INPE para o trimestre dezembro/2011 a fevereiro/2012. Prognóstico também este, praticamente igual aos dois anteriores. Entretanto, canaviais depauperados por pisoteios, falhas, pragas, doenças e ervas daninhas irão exigir reformas, visando melhor produtividade nas safras futuras. Mas, atenção! Qualidade das mudas é fundamental para assegurar produtividade e longevidade dos canaviais. A relação custo/benefício é por demais de favorável quando se empregam mudas sadias. Estes prognósticos serão revistos a cada edição da Revista Canavieiros. Prognósticos climáticos relevantes ou fatos serão noticiados em nosso site www.canaoeste.com.br. Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos ou através do Fale Conosco Canaoeste. RC Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de novembro de 2011. RC Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 28. 28 Artigo Técnico Uso do Afla-guard no controle preventivo da aflatoxina através do mecanismo de bioexclusão competitiva Pedro A. J. Faria Jr. / Eng. Agrônomo / Diretor da Biosphere Indústria e Comércio de Insumos Agrícolas Ltda. I ntrodução As aflatoxinas tem sido uma constante preocupação da cadeia produtiva do amendoim não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Resultado do metabolismo de fungos do gênero Aspergillus sp. que infectam diversas culturas alimentícias ainda no campo, são substâncias de alta toxidez, com efeitos adversos variados na saúde de seres humanos e animais. No final da década de 1980, o pesquisador norte americano Joe Dorner, do Laboratório Nacional de Pesquisa do Amendoim do USDA – o Ministério da Agricultura Americano, passou a liderar os trabalhos de uma equipe que se dedicou ao desenvolvimento de um produto capaz de prevenir, ainda no campo, a contaminação dos grãos de amendoim por aflatoxinas. A hipótese testada foi a de que a introdução de altas populações de um microorganismo competidor poderia reduzir o crescimento de populações toxigênicas de Aspergillus, num processo que foi denominado de “bioexclusão competitiva”. Diversas cepas de Aspergillus sp. foram testadas, avaliando-se a capacidade de competir e a incapacidade de produzir aflatoxinas ou quaisquer outras substâncias tóxicas ou toxigênicas. O trabalho resultou na identificação uma cepa de Aspergillus flavus de ocorrência natural no ambiente que tinha características genéticas bastante favoráveis, com supressão natural completa da sequência genética responsável não apenas pela produção de aflatoxinas, como também de qualquer outra substância tóxica ou precursora das aflatoxinas. A cepa foi identificada como Aspergillus flavus NRRL 21882, e a sua coleção original encontra-se sob a guarda do USDA. A equipe do Dr. Joe Dorner testou ao longo de vários anos diversas formulações e doses diferentes, até chegar à solução que deu origem ao Produto For- mulado comercial Afla-guard®, que foi registrado nos EUA em 2004. No Brasil, o produto recebeu o registro em 2011, e está disponível para os produtores de amendoim já nesta safra. II. Modo de Ação e Posicionamento do Afla-guard® O Produto Formulado à base de Aspergillus flavus NRRL 21882 é um insumo biológico formulado como um granulado sólido, que utiliza grãos de cevada secos e inteiros como veículo dos esporos do fungo. Na cultura do amendoim, o produto é aplicado uma única vez por safra, entre os 40 e os 80 dias depois da emergência, na dose de 22,4 kg por hectare; ao entrar em contato com o solo úmido, os esporos do fungo presentes nos grãos de cevada germinam e o micélio rapidamente coloniza todo o grão, penetrando em seguida no solo. Por este processo, rapidamente se estabelece no meio uma alta população da cepa não toxigênica, que passa a coexistir no solo junto com todo o resto da população de microorganismos. É sabido que as contaminações por aflatoxinas decorrem sempre de uma situação de estresse das plantas no campo, notadamente quando este estresse é causado por déficit hídrico; nestas condições, normalmente as populações de Aspergillus sobrevivem e se sobrepõe aos microorganismos antagônicos. Campos tratados com o Afla-guard® terão, nestas condições, uma população de Aspergillus flavus NRRL 21882 não toxigênica em condições de vantagem competitiva com as outras populações; assim, a colonização das estruturas vegetais se dará preponderantemente pela cepa não toxigênica, levando a reduções extremamente significativas nos níveis de aflatoxinas. Trabalhos realizados no Brasil, durante o período experimental, demonstram repetidamente reduções entre 86% e 99% nos índices de aflatoxinas em lotes Revista Canavieiros - Dezembro de 2011 de amendoim em casca e beneficiados. Estes resultados repetiram os resultados comerciais obtidos nos EUA desde o registro do produto, em 2004. III. Considerações sobre a segurança do produto A Estabilidade Genética do Fungo O Aspergillus flavus NRRL 21882 é uma cepa de ocorrência natural, que foi isolada a partir de um lote de amendoim que apresentava sinais visuais de contaminação pelo fungo sem, no entanto, apresentar contaminação por aflatoxinas. Estudos de genética molecular comprovaram que esta cepa pertence a um restrito grupo de fungos no qual toda a sequencia genética responsável pela produção de aflatoxinas foi suprimida por uma mutação natural. Esta característica torna extremamente improvável a recombinação genética desta cepa com outras cepas toxigênicas, conferindo a ela um caráter de estabilidade importante para sua utilização como biocontrolador. Os Riscos para a Saúde Humana Embora estejamos tratando de um produto biológico, precauções de segurança na aplicação e na manipulação do Produto Formulado são fundamentais e obrigatórias; o uso do EPI (Equipamento de Proteção Individual) conforme recomendado na bula do produto deve ser uma rotina, tanto quanto para qualquer outro produto químico ou biológico. Com o uso adequado do EPI, os riscos para a saúde humana decorrentes do uso do Produto Formulado são muito baixos. Os testes toxicológicos realizados pelo Laboratório Huntingdon, na Inglaterra, mostraram que o Aspergillus flavus NRRL 21882 não tem ação patogênica nem infecciosa. No entanto, indivíduos imunodeprimidos podem ser vítimas de infecções oportunistas, e, assim, não se recomenda que pessoas nestas condições venham a
  • 29. 29 trabalhar com aplicação, manipulação ou formulação deste ou de qualquer outro produto biológico ou químico. O Risco Ambiental Embora a estratégia seja a introdução de uma grande população de Aspergillus flavus NRRL 21882 no solo, não ocorre a reprodução descontrolada do fungo; na verdade, esta cepa tem como característica uma menor agressividade quando comparada com as cepas toxigênicas, o que faz com que a bioexclusão competitiva dependa de reinoculações periódicas. Da mesma forma, tampouco ocorre o aumento permanente das populações de Aspergillus sp. no solo tratado, mas sim uma substituição temporária das populações toxigênicas por populações não toxigênicas, cujos níveis decaem naturalmente com o tempo. IV. Eficiência Agronômica Os testes de eficiência agronômica feitos nos EUA e no Brasil mostraram uma redução sistemática e consistente dos níveis de aflatoxinas em lotes de amendoim provenientes de campos tratados com Aspergillus flavus NRRL 21882, quando comparados a campos não tratados. Os resultados comerciais nos EUA a partir de 2004 repetiram os resultados das áreas experimentais. Em seminário apresentado no Brasil durante o Encontro de Amendoim realizado na UNESP de Jaboticabal em agosto de 2008, o Dr. Joe Dorner apresentou resultados que reportam que em um lote de 814 toneladas de amendoim beneficiado proveniente de campo tratado com o Afla-guard®, apenas 11,7% das amostras apresentavam índices de aflatoxinas aci- ma de 4 ppb, contra 68,7% das amostras provenientes de campos não tratados. não elimina a necessidade das boas práticas de colheita e pós colheita. Mais, ficou provado que o controle das raças toxigênicas ainda no campo estendeu a proteção também ao amendoim armazenado em casca; embora estes testes ainda não tenham sido repetidos nos Brasil, pela lógica os resultados devem ser semelhantes. O argumento é simples: se a maior fonte de inóculo das raças toxigênicas está no solo do campo, e se este solo for tratado de forma a substituir as populações destas raças pelas do Aspergillus flavus NRRL 21882, é justamente o inóculo deste último que será encontrado nos armazéns. Assim, sendo ele uma cepa não toxigênica, se ocorrerem condições de ambiente inadequadas ocorrerá sim a colonização das vagens pelo fungo, mas não haverá contaminação do lote por aflatoxinas. É sempre bom lembrar que a aflatoxina não é o único fator que pode depreciar a qualidade do amendoim; assim, um bom manejo de colheita, transporte e armazenamento evita que a carga seja afetada por fatores que alteram o sabor, o odor e a cor dos grãos, reduzindo seu valor e até inviabilizando sua comercialização para indústrias que exigem qualidade. Ainda, é fundamental que as indústrias de processamento continuem a exercer controle rígido de suas linhas de produção, no sentido de preservar a qualidade do produto recebido do campo. Neste sentido, a rastreablidade passa a ser também um importante fator de prevenção, na medida em que permite uma segregação de lotes com diferentes riscos de contaminação, evitando assim a contaminação cruzada. Evidentemente, o controle sempre se expressa na redução percentual da contaminação; assim, é de se esperar que, se ocorrerem condições extremamente adversas, o percentual de redução alcançado não permita alcançar os índices de tolerância. São, no entanto, situações que não representam a média das ocorrências, e sim fatos extraordinários. Em condições normais de contaminação, o Produto Formulado à base de Aspergillus flavus NRRL 21882 poderá, sim, representar uma ferramenta adicional na obtenção de níveis de controle de aflatoxinas em amendoim. V. O Afla-guard® e as outras medidas de prevenção contra aflatoxinas O uso do Afla-guard® propicia uma boa prevenção na contaminação por aflatoxinas na fase agrícola das culturas, mas Nos últimos 12 anos, a indústria do amendoim tem investido pesadamente em tecnologia e equipamentos para que o produto final seja seguro do ponto de vista alimentar. Nenhuma destas ações pode ser substituída, mas certamente o uso do Afla-guard® trará uma confiabilidade maior a toda a cadeia produtiva do amendoim, reduzindo as perdas e agregando valor ao produto final. Ainda, deve-se levar em conta também que a indústria de óleo de amendoim recebe matéria prima de qualidade inferior, com altas taxas de contaminação por aflatoxinas que afetam também a qualidade final do óleo e do farelo. Esta nova tecnologia poderá conferir também ao chamado “resíduo de óleo” uma contaminação bem menor de aflatoxinas, com reflexos positivos para um importante elo da cadeia produtiva do amendoim. RC Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 30. 30 Artigo Técnico Fechamento parcial da safra 2011/2012 A safra 2011/2012, iniciada em março de 2011, encontra-se na 1ª quinzena do mês de dezembro e, neste trabalho, são apresentados os dados obtidos até a 2ª quinzena de novembro, em comparação com os obtidos na safra 2010/2011. Na Tabela 1, encontra-se o ATR médio acumulado (kg/tonelada) do início da safra até a 2ª quinzena de novembro, em comparação com o obtido na safra 2010/2011, sendo que o ATR da safra 2011/2012 está 4,56 Kg abaixo do obtido na 2010/2011 no mesmo período. Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da Canaoeste das safras 2010/2011 e 2011/2012 As tabelas 2 e 3 contêm detalhes da qualidade tecnológica da matéria-prima nas safras 2010/2011 e 2011/2012. Tabela 2 – Qualidade da matéria-prima entregue pelos Fornecedores de Cana da Canaoeste, até a 2ª quinzena de novembro, da safra 2010/2011. Thiago de Andrade Silva Planejamento, controle e topografia Canaoeste O Gráfico 2 contém o comportamento da POL do caldo na safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011. Pode-se observar que a POL do caldo apresentou comportamento parecido do BRIX do caldo, exceto na segunda quinzena de novembro. O Gráfico 3 contém o comportamento da pureza do caldo na safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011. Tabela 3 – Qualidade da matéria-prima entregue pelos Fornecedores de Cana da Canaoeste, até a 2ª quinzena de novembro, da safra 2011/2012. A Pureza do caldo da safra 2011/2012 ficou muito abaixo da obtida na 2010/2011, do início da safra até a 2ª quinzena de abril e também na 2ª quinzena de novembro, com maior acentuação na 2ª quinzena de março, ficando Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras 2 O Gráfico 1 contém o comportamento do BRIX do caldo da safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011. O BRIX do caldo da safra 2011/2012 ficou abaixo em todas as quinzenas, em relação a 2010/2011, sendo de forma mais acentuada na 2ª quinzena de março, exceto no mês de outubro em diante que ficou acima. Revista Canavieiros - Dezembro de 2011
  • 31. 31 próximo do mês de maio em diante, se igualando, praticamente, a partir da 2ª quinzena de julho. Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011 O Gráfico 4 contém o comportamento da fibra da cana na safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011. De modo geral, a fibra da cana na safra 2011/2012 ficou abaixo da obtida na 2010/2011, com exceção da 1ª quinzena de abril e da 2ª quinzena de novembro, ficando bem abaixo na 2ª quinzena de março e de forma menos acentuada na 2ª quinzena de maio. Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011 O Gráfico 5 contém o comportamento da POL da cana na safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011. A POL da cana obtida na safra 2011/2012 está muito abaixo daquela obtida na 2010/2011 em todas as quinzenas, sendo a diferença mais acentuada na 2ª quinzena de março, exceto nas duas quinzenas de outubro e novembro, tendo ficado bem acima nas duas 1ª quinzenas. O Gráfico 6 contém o comportamento do ATR na safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011. Gráfico 4 – Comparativo das Médias de Fibra da cana O ATR apresentou um comportamento semelhante ao da POL da Cana. O Gráfico 7 contém o comportamento do volume de precipitação pluviométrica registrado na safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011. A precipitação pluviométrica média ficou acima dos valores observados em 2010, nos meses de fevereiro, março, abril, ju2011/2012 e 2010/2011 nho, agosto, outubro e novembro de 2011, sendo que nos meses de março e outubro a precipitação pluviométrica ficou muito acima, quando comparada com a de 2010; Nos meses de janeiro, maio, julho e setembro a precipitação Gráfico 5 – POL da cana obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011 Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 32. 32 Artigo Técnico Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2011/2012 e 2010/2011 pluviométrica desta safra ficou abaixo daquela observada em 2010, de forma mais acentuada no mês de setembro. O Gráfico 8 contém o comportamento da precipitação pluviométrica acumulada por trimestre na safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011. Em 2011, observa-se um volume de chuva muito acima no 1º e 4º trimestres e um pouco maior no 2º trimestre, se comparado aos volumes médios de 2010. O 3º trimestre, praticamente se igualou ao volume médio observado em 2010. O teor médio de ATR na 1ª quinzena de novembro está muito acima se comparado com a mesma da safra 2010/2011, permanecendo acima a partir do mês de outubro, diferentemente das quinzenas anteriores da safra 2011/2012 em relação a Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada em 2010 e 2011 Revista Canavieiros - Dezembro de 2011 2010/2011; mesmo assim, ainda existe uma diferença considerável entre o teor médio de ATR da safra 2011/2012 e o da 2010/2011, da ordem de 4,56 kg de ATR. RC Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) por Trimestre, em 2010 e 2011.
  • 33. 33 Cultura de rotação Amendoim: mais que sabor, saúde Informações divulgadas pela ABICAB A lém de ser muito gostoso, o amendoim é um alimento que traz uma série de benefícios para a saúde. Consumido na medida recomendada de aproximadamente 30 gramas diárias, de preferência no final da tarde, e com garantia do selo ABICAB, o amendoim pode ajudar o rejuvenescimento, no fortalecimento dos ossos e em muito mais. Confira a seguir tudo o que o amendoim pode fazer pelo seu bem-estar e aproveite o melhor desse delicioso alimento: (14, 15, 21, 25, 27) A favor da beleza: Além de ser um alimento que possui renovadores celulares e protege contra o envelhecimento precoce, sua ação antiinflamatória e proteção aos vasos sanguíneos combatem o enfraquecimento de unhas e cabelos, além de afastar dermatites e seborréia. (8) Ácido fólico ou folato: É essencial para a formação correta do sistema nervoso do feto. (4) Ácidos graxos monoinsaturados: Conhecidos como gorduras do bem, os ácidos graxos monoinsaturados contribuem para evitar o aparecimento de doenças cardiovasculares, como a aterosclerose (entupimento das artérias). (11, 12) Cálcio: Fortalece a estrutura óssea e previne osteoporose. Deve ser sempre consumido em conjunto com magnésio. Ferro: Importante na dieta de gestantes, também é extremamente necessário ao longo da vida toda, pois é parte das células vermelhas e sua carência é diagnosticada como anemia. (7, 18) Fibras: Geram saciedade e ajudam no emagrecimento. (2, 6, 10) Fósforo e Potássio: Ajudam a afastar a fadiga e dão pique total para quem pratica atividades físicas. O fósforo ajuda na formação dos ossos e é fundamental na constituição do rim. Já o potássio, melhora a contração muscular e é um aliado para quem pratica exercícios físicos. (5, 9) Gordura: Importante ao corpo por ser fonte concentrada de energia, ajuda no transporte e absorção das vitaminas lipossolúveis (insolúveis em água), além de ser precursora de diversos hormônios e proteger as membranas celulares. (18, 19, 22) Gorduras monoinsaturadas: Ajudam a perder peso, pois são responsáveis por manter o nível de açúcar no sangue estável, ativar o metabolismo da queima de gorduras e a converter os estoques de gordura corporal em energia. (3, 13, 16, 24) Magnésio: Importante para a circulação, fortalecimento dos músculos e para cicatrizações, essencial para o sistema nervoso e para afastar o estresse. (15, 17, 23) Omega 3: Reduz, moderadamente, os níveis de triglicérides no sangue e a pressão arterial. Junto ao Omega 6 previne o envelhecimento, por funcionar como renovador celular. (15) Omega 6 : Renovador celular, previne o envelhecimento precoce. (16) Selênio: Eficaz na redução do estresse celular, físico e emocional. Sem colesterol: Mesmo com alto valor calórico, não contém colesterol por ser de origem vegetal. (1, 3, 26) Vitamina E: Combate ao excesso de radicais livres e previne tumores, além de ser responsável por aumentar a resistência dos músculos, reduzir dores e preservar o sistema imunológico. (2, 20) Vitaminas do complexo B: Essenciais ao sistema nervoso, são auxiliares na digestão, além de afastarem o mau humor por ajudarem na formação de neurotransmissores como a serotonina, que é sinônimo de bem-estar. RC Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 34. 34 Destaque Usinas da região qualificam trabalhadores rurais Através do programa Renovação (UNICA), as indústrias beneficiaram colaboradores que trabalhavam no corte de cana-de-açúcar Carla Rossini C olaboradores da Viralcool (unidade de Viradouro), Destilaria Santa Inês, LDC SEV (unidade de Sertãozinho) e Usina Pitangueiras receberam Certificados de Treinamento Especializado em cursos de mecânica industrial, operador de colhedora e motorista canavieiro, através de uma parceria entre as indústrias, o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e o Projeto Renovação da UNICA – União da Indústria de Cana-de-açúcar. A cerimônia de entrega dos diplomas foi realizada no dia 14 de dezembro, em Viradouro, e contou com representantes de todas as entidades envolvidas. O Projeto Renovação foi criado em 2009 e é considerado o maior programa de requalificação já implantado pelo setor sucroenergético no mundo. Ele surgiu depois que o governo instituiu a eliminação gradativa da queima da palha da cana-de-açúcar e a mecanização passou a ser uma realidade dentro do setor. Apesar dos efeitos positivos da mecanização, o setor se sensibilizou com os trabalhadores rurais que perderiam seus empregos. Dessa forma, surgiu o Renovação, que qualifica os trabalhadores para que sejam deslocados para outras atividades, evitando assim o desemprego na cadeia produtiva de cana. Maria Luiza Barbosa (UNICA), Cláudia Toniello (Destilaria Santa Inês), Antonio Eduardo Tonielo Filho (Viralcool), Renata Toniello (Viralcool) e Antonio Eduardo Tonielo (Grupo Toniello) “Os cursos com carga superior a 300 horas, visam a promoção do trabalhador de forma ampla, ou seja, incluem desde conceitos básicos de cidadania até estímulos ao empreendedorismo”, disse Maria Luiza Barbosa, da responsabilidade social corporativa da UNICA. Durante mais de um ano, a Usina Viralcool foi a sala de aula dos trabalha- dores rurais que receberam o diploma. Durante a cerimônia de entrega dos certificados, o presidente do Grupo Toniello, Antonio Eduardo, disse que o Brasil não pode perder a oportunidade de melhorar as condições de vida dos seus trabalhadores. “Estamos passando por um momento único em nosso País e temos que aproveitar as boas oportunidades para qualificar os nossos trabalhadores. As Maria Hemília Fonseca, professora da USP que acompanhou o curso Os colaboradores da Viralcool (unidade de Viradouro), Destilaria Santa Inês, LDC SEV (unidade de Sertãozinho) e Usina Pitangueiras receberam os diplomas do Projeto Renovação Revista Canavieiros - Dezembro de 2011
  • 35. 35 Compuseram a mesa para a entrega dos diplomas: Renata Toniello (Viralcool); Pedro Araújo (Senai - Sertãozinho); Antonio Eduardo Tonielo (Grupo Toniello); Cláudia Toniello (Destilaria Santa Inês); Antonio Carlos da Silva (LDC SEV) e Eduardo Prezinhas (Usina Pitangueiras) indústrias de cana-de-açúcar, através de parceria com a UNICA, estão fazendo a sua parte”, disse Tonielo, e completou: “precisamos de técnicos para operar as nossas indústrias, as máquinas e os caminhões. É justo darmos a oportunidade para trabalhadores que já colaboram com as nossas empresas, oferecendo melhores condições de vida”. A professora Maria Hemília Fonseca, responsável pela cadeira de direito do trabalho e seguridade social da Faculdade de Direito da USP – Ribeirão Preto, acompanhou o curso para um projeto de pesquisa aprovado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) em 2010. Segundo Maria Hemília, as aulas são ministradas por docentes qualificados e muito engajados com o projeto, permitindo assim, a requalificação profissional. “Acompanhei um aluno que nunca tinha conduzido um caminhão. Depois que o curso terminou o acompanhei em sua primeira experiência como motorista e pude comprovar que ele tinha uma nova profissão. A requalificação é totalmente possível e viável”, disse a professora. Depoimentos: Os trabalhadores que participaram do programa enxergam um novo horizonte em suas vidas. “Tenho uma nova profissão e me sinto mais valorizado depois que fiz o curso. Já estou pronto para trabalhar como motorista na próxima safra, mas quero melhorar ainda mais”. João Ribeiro Paiva, colaborador da Destilaria Santa Inês João Ribeiro Paiva, 47 anos, colaborador da Destilaria Santa Inês, que recebeu o diploma de motorista canavieiro “O curso foi muito bom e serviu de estímulo para eu buscar novos aprendizados. Vou melhorar a minha renda financeira e também a parte social da minha família. Agora, eu tenho uma profissão promissora”. Elton Carlos da Silva Bianchini, 29 anos, colaborador da Usina Viralcool, que recebeu o diploma de operador de colhedora RC; Elton Carlos da Silva Bianchini, colaborador da Usina Viralcool Revista Canavieiros - Dezembro 2011
  • 36. 36 Mais Etanol UNICA lança o “Movimento Mais Etanol” O setor sucroenergético brasileiro, reconhecido mundialmente como protagonista do mais bem sucedido projeto de substituição de combustíveis fósseis por renováveis do planeta, tem todas as condições para dobrar de tamanho até 2020 e atender à demanda por seus produtos, que continua crescendo fortemente dentro e fora do Brasil. Mas esse crescimento só pode se concretizar com a introdução de políticas públicas estáveis e consistentes, essenciais para a reconquista da competitividade do setor. Essa foi a mensagem central do jantar organizado no dia 6 de dezembro, em Brasília, pela UNICA - União da Indústria de Cana-de-açúcar, que recebeu cerca de 200 convidados no centro de eventos Unique Palace. Participaram do encontro, conselheiros da entidade, empresários e trabalhadores do setor sucroenergético, deputados, senadores, representantes de diversos ministérios e agências governamentais, entidades ligadas à cadeia produtiva da cana-de-açúcar, sindicatos e organizações não-governamentais. O presidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo e da Canaoeste, Manoel Ortolan, também participaram do encontro em que a UNICA e seus parceiros da cadeia sucroenergética lançaram uma nova iniciativa que se tornará mais visível nos próximos meses: o “Movimento Mais Etanol.” Em sua apresentação, o presidente da UNICA, Marcos Jank, falou sobre a necessidade de políticas públicas que restabeleçam e consolidem a competitividade do etanol hidratado. “Se queremos continuar suprindo metade do combustível utilizado por veículos leves no Brasil e metade do açúcar negociado no mundo, temos que dobrar nossa produção, atingindo a ambiciosa meta de 1,2 bilhão de toneladas de cana-deaçúcar até 2020,” frisou Jank. Para ele, a exemplo do que tem sido feito com a gasolina, a principal política que deve ser adotada para restaurar a competitividade e retomar o crescimento do etanol é a desoneração tributária. Jank mostrou que houve uma forte redução da tributação sobre a gasolina nos últimos anos, sem alteração dos tributos aplicados ao etanol. A Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Público), por exemplo, que em 2002 era equivalente a 14% do preço da gasolina na bomba, hoje equivale a apenas 2,6%. “Com isto, a diferença entre as cargas tributárias sobre a gasolina e o etanol é hoje de apenas quatro pontos percentuais (ver gráfico ao lado), o que não valoriza uma série de benefícios proporcionados pelo etanol, colocando o Brasil na contramão do que se pratica em boa parte do mundo,” frisou Jank. A longa lista de benefícios gerados pela produção e uso do etanol em larga escala no Brasil inclui a geração de mais de um milhão de empregos, a interiorização do desenvolvimento, o estímulo à tecnologia nacional, a geração de divisas por meio da exportação e reconhecidos impactos na saúde pública, com a queda no número de casos de doenças respiratórias e mortes na medida em que aumenta o uso do etanol em áreas urbanas. Mas o principal destaque é o reconhecimento mundial do etanol de canade-açúcar como o mais avançado biocombustível do planeta na mitigação do aquecimento global, ao reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa em até 90% se comparado com a gasolina. Por tudo isso, a UNICA estranha a forma como o sistema tributário brasileiro vem privilegiando a gasolina nos últimos anos. A UNICA sugere a eliminação do PIS-Cofins no etanol hidratado, a introdução de financiamentos para estocagem de etanol, construção de novas usinas (greenfields) e medidas que permitam a expansão mais rápida da bioeletricidade. Essa opção energética limpa avança muito lentamente devido a uma série de entraves regulatórios e burocráticos. Paralelamente às medidas que precisam vir do governo, o presidente da UNICA frisou que o setor sucroenergético também deve contribuir. “Temos que perseguir reduções de custos, por meio Revista Canavieiros - Dezembro de 2011 Fonte: ANP e legislação vigente. Elaboração: UNICA. Nota: valores obtidos tomando-se como base o preço médio dos combustíveis no País; para o cálculo de ICMS médio no Brasil utilizou-se a alíquota mais frequente entre os Estados. de ganhos de eficiência e produtividade e do desenvolvimento e disseminação de novas tecnologias, que darão ao setor ganhos de escala,” afirmou. Segundo Jank, o Movimento Mais Etanol vai centrar esforços na conscientização de formadores de opinião e tomadores de decisões nos setores público e privado, por meio de ações em parceria com entidades e empresas da cadeia produtiva da cana-de-açúcar. É esperado o envolvimento de setores-chave, como as distribuidoras de combustíveis, a indústria automobilística, revendedores de automóveis, máquinas e implementos agrícolas e fornecedores do setor sucroenergético em geral. Completando o esforço, uma campanha de esclarecimento será lançada no início de 2012. Ao destacar os objetivos do Movimento Mais Etanol, Jank apontou a consolidação do etanol como tema estratégico para a economia, o meio ambiente e o próprio futuro do país. “É preciso concentrar o diálogo nos fundamentos positivos do setor sucroenergético e nas perspectivas de ganhos econômicos, ambientais e sociais, que só vão se concretizar se acontecer a retomada do crescimento que todos desejamos. Essa retomada depende de políticas públicas fundamentais para o crescimento sustentável do setor,” concluiu. RC Fonte: Unica