O documento é uma edição de abril de 2011 da Revista Canavieiros. Contém uma entrevista com o presidente da Orplana sobre a safra 2010/11, que superou as expectativas iniciais apesar de desafios. A revista também resume a projeção da UNICA para a safra 2011/12 de aumento de 2,11% na moagem e discute as implicações para o setor.
4. Editorial
4
Safra 2011/12 com
boas perspectivas
C
om o início da safra canavieira, projeções são realizadas com o intuito de divulgar o volume de cana que será processado e, assim, preparar todo o setor sobre o mercado de açúcar e etanol. A safra 2011/12
é o assunto da “Reportagem de Capa” da Revista Canavieiros deste mês. As
informações são da UNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar).
A “Entrevista” desta edição foi concedida pelo presidente da Orplana –
Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil, Ismael Perina Júnior, que conversou sobre a safra passada e também refletiu sobre
os números divulgados pela UNICA da safra 2011/12. Durante a entrevista,
Perina também falou sobre o Código Florestal e a atuação da presidente Dilma Rousseff.
José Mario Paro, diretor adjunto da Canaoeste, assinou o “Ponto de Vista”
desta edição com o artigo “Pensando no futuro”.
Em “Notícias Copercana” está a realização da AGO (Assembleia Geral
Ordinária) da cooperativa, que reuniu cooperados e diretores para aprovarem
a prestação de contas da administração do exercício de 2010. Já em “Notícias
Canaoeste”, o leitor encontrará a cobertura realizada pela Canavieiros sobre
a manifestação do Código Florestal, realizada em Brasília, no início de abril.
Diretores, gerentes e produtores de cana filiados à associação, participaram
da mobilização. Também nesta editoria o leitor encontra a publicação do
fechamento da safra 2010/2011, focando os dados obtidos até o término da
moagem em comparação com os obtidos na safra 2009/2010.
Em “Assuntos Legais”, o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, explica aos agricultores e usuários de agrotóxicos, os deveres e responsabilidades com o procedimento que deve ser realizado para a destinação final de
embalagens vazias e semi-utilizadas dos produtos.
Com o início da safra no país, inicia-se também a preocupação com o
controle eficiente de plantas daninhas, para garantir melhor desempenho
da cultura de cana-de-açúcar nas áreas de cultivo. O que são plantas daninhas e porque efetuar o controle? O leitor encontra essa resposta em
“Pragas e Doenças”, assinado pelo engenheiro agrônomo da Copercana,
Marcos de Felício.
O “Destaque” de abril é a Agrishow 2011 (Feira Internacional da Tecnologia Agrícola em Ação), principal vitrine do setor agribusiness, na América
Latina, que chega a sua 18ª edição, trazendo novidades em tecnologia e infraestrutura para o público participante. Este ano, a feira acontece de 2 a 6 de
maio, no Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios
do Centro-Leste / Centro de Cana IAC (Instituto Agronômico), em Ribeirão
Preto, interior de São Paulo.
Além disso, à Canavieiros traz as Informações Setoriais, com o assessor
agronômico da Canaoeste, Oswaldo Alonso, os classificados, agende-se e as
dicas para leitura e português. Confira!
RC
Revista Canavieiros - Abril de 2011
Boa leitura!
Conselho Editorial
5. 5
Ano V - Edição 58 - Abril de 2011
Índice:
Capa - 22
Safra de cana 2011/2012 na
Região Centro-Sul do Brasil:
crescimento de 2,11%
Os números são da UNICA –
União da Indústria de Canade-Açúcar; a projeção aponta
para uma moagem de 568,50
milhões de toneladas
05 - Entrevista
Consecana - ATR
.................página 10
08 - Ponto de Vista
Assuntos Legais
.................página 28
Ismael Perina Júnior
presidente da Orplana
Safra 2010/11: “Não foi uma safra excepcional, mas esteve acima das expectativas...”
José Mario Paro*
Diretor Adjunto da Canaoeste
Pensando no futuro
08 - Notícias Copercana
12 - Notícias Canaoeste
- Safra 2011/2012: plano de eliminação gradativa da queima da palha de
cana-de-açúcar
- Canaoeste participa de mobilizações sobre o Código Florestal em Brasília
29 - Notícias Cocred
- Balancete Mensal
30 - Plantas daninhas.
Fechamento da safra
2010/2011
.................página 16
Índice de Confiança dos
Fornecedores
.................página 33
Cultura
.................página 34
- Com o início da safra no país,
inicia-se também a preocupação
com o controle eficiente de plantas daninhas, para garantir melhor
desempenho da cultura de canade-açúcar nas áreas de cultivo.
Conselho Editorial:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson
Destaque - Agrishow
.................página 24
Informações Setoriais
.................página 26
- Copercana realiza AGO
Expediente:
E mais:
Equipe de redação e fotos:
Carla Rodrigues - MTb 55.115
Murilo Sicchieri
Rafael H. Mermejo
Agende-se
.................página 37
Classificados
.................página 38
Tiragem:
13.000 exemplares
ISSN:
1982-1530
Foto CApa:
Arquivo CaseFotos
Editora:
Carla Rossini - MTb 39.788
Comercial e Publicidade:
Marília F. Palaveri
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
comercial@revistacanavieiros.com.br
atendimento@revistacanavieiros.com.br
Projeto gráfico e Diagramação:
Rafael H. Mermejo
Impressão:
São Francisco Gráfica e Editora Ltda
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente
aos cooperados, associados e fornecedores do
Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As
matérias assinadas são de responsabilidade dos
autores. A reprodução parcial desta revista é
autorizada, desde que citada a fonte.
Endereço da Redação:
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Revista Canavieiros
www.twitter.com/canavieiros
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- Abril 2011
6. 6
Entrevista com:
Ismael Perina Júnior
Carla Rossini
A declaração é do presidente da Orplana
– Organização dos Plantadores de Cana
da Região Centro-Sul do Brasil, Ismael
Perina Júnior, que concedeu entrevista
exclusiva à Revista Canavieiros. Perina
falou sobre a safra 2010/11 encerrada
em dezembro do ano passado e também
refletiu sobre os números divulgados pela
UNICA - União da Indústria de Cana-deAçúcar, da safra 2011/12, que teve início
em abril na região Centro-Sul. Durante a
entrevista, Perina também falou sobre o
Código Florestal e a atuação da presidente Dilma Rousseff em 4 meses de governo. Confira!
Safra 2010/11 : “Não foi uma safra excepcional,
mas esteve acima das expectativas iniciais”
Revista Canavieiros: Faça um balanço da safra 2010/11 para os fornecedores
independentes de cana-de-açúcar.
Ismael Perina Júnior: A safra
2010/11, que teve seu encerramento no
final de dezembro, foi um pouco diferente do que se esperava. Inicialmente,
havia a previsão de alcançar a produção de 600 milhões de toneladas de
cana, mas acabou encerrando com uma
queda em torno de 10%, e um total de
moagem de aproximadamente 566 milhões de toneladas. Com a queda de
produtividade, já sentida no meio da
safra, iniciou-se um processo de recuperação de preços, o que fez com que
o fechamento apontasse o valor final
de R$ 0,4022 o kg de ATR. Como a
qualidade média melhorou bastante em
relação à safra anterior, o valor apurado para a tonelada de cana permitiu a
superação dos custos médios levantados durante a safra. Não foi uma safra
excepcional, mas se compararmos com
as safras anteriores veremos que esteve
acima das expectativas iniciais.
Revista Canavieiros - Abril de 2011
“...já passou da hora do
setor, juntamente com o
governo e a Petrobrás,
criarem mecanismos visando a um fornecimento mais adequado e uma
volatilidade menor nos
preços (do etanol)”.
Acredito que para a maioria dos produtores esta safra permitiu uma tranquilidade para se pensar em arrumar a
casa. Apesar de algumas dificuldades
com relação ao fornecimento de açúcar
e etanol para o mercado, o mesmo se
ajustou e estamos iniciando a próxima
safra com preços bastante interessantes
para os produtos e também para a canade-açúcar.
Como aspecto negativo, sem dúvida
apontaria a elevação dos custos de produção, principalmente no final da safra,
o que será um problema para esta safra
que se inicia.
Revista Canavieiros: A UNICA divulgou recentemente sua estimativa da
safra 2011/12. A projeção aponta uma
moagem de 568,50 milhões de toneladas de cana na Região Centro-Sul.
Segundo a UNICA, esse número representa um aumento de 2,11% em relação
à última safra. O que representam esses
números para o setor? O que esperar
desta nova safra?
Perina: Apesar de a UNICA ter divulgado uma projeção de moagem de 568
milhões de toneladas de cana, algumas
outras empresas têm se posicionado com
previsões um pouco menores.
Entendo que pelas pressões financeiras e dificuldades de crédito a partir
do final de 2008, o que se estendeu por
praticamente todo o ano de 2009, muitas áreas de produção tiveram seus tratos culturais comprometidos. Muitos
canaviais deixaram de ser reformados
e os investimentos nas lavouras diminuídos. Isso, naturalmente, já seria
suficiente para que as próximas safras
estivessem comprometidas, o que, fa-
7. 7
talmente, foi potencializado pela seca
que ocorreu no ano de 2010. Assim, a
produção global para a Região CentroSul deve ser muito próxima da produção obtida na safra anterior.
“Necessitamos de um
Código Florestal moderno e atual que contemple a produção
agrícola e a conservação ambiental...”
Revista Canavieiros: Ainda segundo a UNICA, apenas 5 novas unidades industriais entrarão em atividades
na safra 2011/12. Isso reflete uma
desaceleração do setor? O setor tem
condições de atender as demandar de
açúcar e etanol?
Revista Canavieiros: O assunto de
maior relevância para os produtores
rurais brasileiros neste momento é o
Código Florestal. As mudanças propostas pelo deputado e relator Aldo
Rebelo atendem as necessidades dos
produtores, caso o novo Código seja
votado e aprovado?
Perina: Pelas últimas informações
que temos, talvez o número seja de três
unidades novas entrando em produção, num reflexo claro de que o setor
teve problemas sérios de investimento.
Como podemos notar, depois de praticamente um crescimento de 10% ao
ano, nos últimos 6 a 7 anos, realmente
entraremos numa fase de crescimento
baixo. Como a cana-de-açúcar, além de
depender fortemente do clima, depende da continuidade dos investimentos,
a paralisação do crescimento é uma
realidade. Obvio que hoje a demanda
caminha à frente da oferta e os preços
serão o balizador do mercado.
Perina: Esse tema já passou do tempo de ser definitivamente resolvido. É
um problema seriíssimo para os produtores, que não conseguem cumprir a
atual legislação emendada e remendada
por um número quase infinito de portarias, decretos e tudo o mais que é possível, colocando em risco a produção e
o produtor. Também não há a criação
de mecanismos e normativas eficientes
para uma boa gestão ambiental. Necessitamos de um Código Florestal moderno e atual que contemple a produção
agrícola e a conservação ambiental. O
relatório aprovado contempla uma eficiente forma de se fazer lei, que é a conversa com diversos setores da sociedade
envolvidos com o problema. Audiências
públicas, dentro e fora do Congresso
Nacional, foram importantíssimas para
a elaboração do texto que, sem sombra
de dúvida, reflete o que é importante
para o país no momento. Certamente,
com pequenas alterações que deverão ser
elaboradas, teremos um Código Florestal
que atenda aos interesses do país, pro-
Perina: Após a liberação dos preços
do etanol, o mercado passou e está passando por uma grande turbulência. Com
as crises econômicas e suas dificuldades, é muito difícil para o setor, que tem
um grande número de empresas, controlar devidamente o fluxo deste produto.
Durante muito tempo, tivemos um preço do etanol aviltado, que foi ao mercado quando deveria ter ido para estoque.
Com as dificuldades, não foi possível
retê-los nas empresas. Insistimos muito para que o governo criasse linhas de
crédito para retenção de estoques, mas
sempre chegou atrasado. Com o final
da safra e a produção efetivada, a única
forma de equilibrar a oferta foi subir os
preços, pois caso contrário faltaria produto. Entendo que já passou da hora do
setor, juntamente com o governo e a Petrobrás, criarem mecanismos visando a
um fornecimento mais adequado e uma
volatilidade menor nos preços.
Revista Canavieiros: Qual análise o
senhor faz destes 4 meses do governo
Dilma Rousseff para a agricultura nacional? E de forma geral?
Perina: Em primeiro lugar, entendo
que em quatro meses, principalmente com
relação à agricultura, não é possível fazer nenhum tipo de análise. A agricultura
vem vivendo de preços bons praticamente em todas as commodities agrícolas, o
que certamente alivia um pouco a pressão.
Entendo ter sido importante para o setor a
continuidade do Ministro Wagner Rossi na
pasta da Agricultura, pois o diálogo com os
vários setores tem sido uma constante.
Revista Canavieiros: Na sua opinião, quais são os maiores gargalos do
setor sucroenergético brasileiro e como
solucioná-los?
Perina: Entendo que boa parte dos
gargalos do setor são os mesmos que
vêm sendo há anos comentados por
muitos que atuam nesta área. Vão desde
a formatação de um marco regulatório,
que contemple compromissos do setor com o governo e vice-versa, trabalhando para equalizar o problema das
questões tributárias e que promovam o
etanol como combustível limpo, e melhoria das condições de infra-estrutura
e logística, passando por construções de
etanoldutos, transporte fluvial, ferrovias,
estradas e portos, incentivando a produção de energia elétrica, promovendo as
interligações às redes já existentes. Enfim, aproveitando o máximo possível a
grande oportunidade que o setor tem de
auxiliar no crescimento deste país. RC
Foto: Regianealves/Neomarc
Revista Canavieiros: Muito se fala
no aumento do preço do etanol e uma
possível falta deste produto no mercado.
O que o senhor tem a dizer sobre isso?
movendo crescimento da agricultura e
contemplando a conservação ambiental.
Em Brasília, após reunião sobre o Código Florestal:
Roberto Cestari, presidente da Oricana e Coplana, Wagner Rossi, Ministro da Agricultura,
Edvaldo Del Grande, presidente da OCESP, Manoel Bertone, secretário de Produção e Agroenergia,
Ismael Perina Jr., presidente da Orplana e Nério Costa, prefeito de Sertãozinho
Revista Canavieiros - Abril 2011
8. 8
Ponto de Vista
José Mario Paro*
Pensando no futuro
U
ma das minhas funções na nossa
empresa é tentar prever o futuro.
Explico: como sou o responsável
pela comercialização de nossos produtos
(cana-de-açúcar, soja, milho e gado de
corte) e, juntamente com meus irmãos,
elaboro o planejamento estratégico de
nossos negócios, vejo-me na contingência de procurar antever o comportamento
futuro destas atividades.
De um lado, temos os fundamentos do
mercado – basicamente produção, consumo e estoques de passagem – e de outro
lado, o chamado mercado especulativo.
No primeiro caso e diante da globalização em que vivemos, importa saber
como estarão a produção, o consumo e
os estoques, em escala mundial. O que
implica prever como andará o clima nas
diversas regiões produtoras do planeta.
E aqui nos deparamos com a primeira
grande dificuldade: a enorme instabilidade climática a que estamos assistindo.
Do mercado especulativo, arisco por
natureza, interessa conhecer a atuação dos
fundos de investimentos, que movimentam
montanhas de dinheiro em busca de lucros
rápidos, ora aplicando em commodities
agrícolas, ora em commodities minerais ou
se refugiando em títulos do tesouro americano, ao menor sinal de risco. Estes fundos, usualmente, seguem o efeito manada,
o que faz com que o mercado futuro tenha
oscilações de tirar o fôlego.
A somatória destas instabilidades
todas (clima, produção, consumo, fundos de investimentos) torna o resultado
da produção de commodities agrícolas
uma incógnita. Ou, como costumo dizer,
numa equação com múltiplas variáveis,
em que o alcance do resultado ótimo é
quase impossível.
E não há nada à vista que possa mudar
este estado de coisas. Consequência lógica: a instabilidade é companheira inseparável dos processos produtivos.
O desafio que se coloca é, pois, como
viver e produzir num terreno que às vezes mais parece ser areia movediça.
Ter mais de uma atividade é imperioso. Alcançar níveis de excelência na
produtividade e qualidade é obrigação.
Conhecer os custos de produção e trabalhar para reduzi-los é básico. E para tal,
é necessário manter atitude alerta, vivendo numa inquietação constante, em busca de informações que possam ser uteis
para maximizar os ganhos.
Transgenia; fertilizantes e defensivos
agrícolas de ultima geração; máquinas e
implementos de alta performance; agricultura de precisão, aqui tomada num
sentido amplo, são nossas ferramentas, a
serem utilizadas num adequado sistema
de manejo e gestão eficaz.
Neste contexto, a Agrishow, que acontecerá por estes dias em Ribeirão Preto, será
uma excelente vitrine para o atendimento
destas necessidades. Pelo menos para aqueles que estejam pensando no futuro. RC
*Diretor Adjunto da Canaoeste
Notícias Copercana
Copercana realiza AGO
Carla Rossini
N
o dia 28 de março, a Copercana realizou sua AGO (Assembleia Geral Ordinária),
no auditório da Canaoeste, em Sertãozinho. Cooperados e diretores da
cooperativa participaram da assembleia para aprovarem a prestação de
contas da administração do exercício
de 2010, acompanhada de parecer do
Conselho Fiscal; destinação das sobras líquidas do exercício; eleição
dos membros do Conselho Fiscal;
entre outros assuntos.
Revista Canavieiros - Abril de 2011
Na composição da mesa de trabalhos estavam o presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, os diretores Manoel Ortolan e Pedro Esrael Bighetti, além
do advogado da cooperativa, Clóvis Aparecido Vanzela. O contador da Copercana,
Marcos Molezin, apresentou os resultados de 2010. RC
10. 10
Notícias Canaoeste
Consecana
A
CIRCULAR Nº 17/10
DATA: 31 de março de 2011
Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo
qualidade média da matéria-prima entregue pelos Fornecedores de Cana do Estado de São Paulo, na Safra 2010/2011
foi a seguinte: Cana processada: 108.081.290 toneladas; Pol da Cana = 14,49; Pureza do Caldo = 86,52; Fibra da Cana
=13,14; ARC = 0,56; ATR = 143,36 e Fator K = 0,9952.
Para a cana entregue no mês de março, referente à safra 2011/2012, sugere-se adotar o preço médio do referido mês, que ficou
em R$ 0,5192 por kg de ATR, para efeito de pagamento. Os preços dos produtos praticados no mês de março de 2011 foram:
A seguir, informamos a curva de comercialização praticada na safra 2010/2011 do Açúcar de Mercado Interno (ABMI), Açúcar de Mercado Externo Branco (ABME), Açúcar VHP de Mercado Externo (AVHP), Etanol Anidro Carburante (EAC), Etanol
Hidratado Carburante (EHC), Etanol Anidro destinado à Industria (EAI), Etanol Hidratado destinado à Industria (EHI), Etanol
Anidro Exportado (EAE) e Etanol Hidratado Exportado (AHE).
A alíquota de IPI apurada pelo CEPEA foi de 3,3976% ajustando o fator para cálculo do preço líquido do Açúcar de Mercado interno (ABMI) de 0,82111 para 0,82589.
A seguir informamos: o mix de produção e comercialização, os preços de faturamento do açúcar nos mercados interno e
externo, do etanol anidro e hidratado, carburante, destinados à indústria e exportado e os respectivos preços líquidos médios do
Kg de ATR, em R$/kg, por produto, para efeito do ajuste final da safra 2010/2011.
O preço médio final do kg de ATR do Estado de São Paulo na Safra 2010/2011 é de R$ 0,4022.
Revista Canavieiros - Abril de 2011
11. 11
Safra 2011/2012: plano de eliminação gradativa
da queima da palha de cana-de-açúcar
Franklin Camilo de Oliveira
Rafael Guidi Pinotti
Rodrigo Zardo
Thiago de Andrade Silva
Planejamento / Topografia / Ambiental CANAOESTE
C
onforme a tabela ao lado pode-se observar que na Safra
2011/2012 foram realizados
cerca de 2.960 requerimentos para autorização de queima. Dentre estes, 123
requerimentos de propriedades cujas
áreas totais de colheita foram iguais
ou superiores a 150 ha e outros 2.837
requerimentos de propriedades com
áreas totais de colheita inferiores a 150
ha. Lembrando que desde o começo
do procedimento de Autorização para
queima da palha de cana-de-açúcar
ocorrido na Safra 2002/2003 até a Safra passada, 2010/2011, a redução na
área de cana-de-açúcar a ser queimada
fora de 30% sobre a área total de colheita mecanizável da propriedade, quando
esta atingisse área igual ou superior a 150 ha.
A partir desta Safra a redução na área de cana a ser queimada será de no mínimo
50% sobre a área total de colheita mecanizável e no mínimo 10% para área total de
colheita não-mecanizável e mecanizável abaixo de 150 ha da propriedade. Lembrando que as áreas de restrições não podem ser contabilizadas como áreas de compensação de cana crua, pois estas legalmente já devem ser colhidas crua. RC
Revista Canavieiros - Abril 2011
12. 12
Notícias Canaoeste
Canaoeste participa de mobilizações
sobre o Código Florestal em Brasília
Carla Rossini
Nos dias 4 e 5 de abril, o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, juntamente
com diretores, gerentes e produtores de cana filiados à associação, participaram
de diversos eventos sobre o Código Florestal em Brasília.
Reunião com a Ministra
do Meio Ambiente
Manoel Ortolan participou de uma
reunião do Cosag - Conselho Superior
do Agronegócio da Fiesp (Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo),
no dia 4 de abril, que contou com a presença da ministra do Meio Ambiente,
Izabella Teixeira.
A reunião discutiu o andamento dos trabalhos em torno do Código Florestal. Segundo Ortolan, a ministra demonstrou conhecimento, habilidade e preparo técnico
para falar sobre as questões que envolvem
o setor produtivo e o meio ambiente. “A
ministra deixou claro que visa o bem estar
do país, assegurando produção, trabalho
e aspectos sociais dentro do contexto da
sustentabilidade. Ela nos passou uma boa
impressão sobre o que diz respeito às negociações entre o setor produtivo agrícola e o
meio ambiente”, disse Ortolan.
Na reunião a ministra disse que o governo e o setor agropecuário estavam
próximos de um consenso. “Estamos na
reta final de consolidar uma proposta que
seja convergente e de consenso”, disse.
Para o presidente da Orplana – Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil, Ismael Perina
Júnior, houve prioridade em torno de um
diálogo entre os ministérios do Meio Ambiente, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Desenvolvimento Agrário
sobre a aprovação do Código Florestal.
“A ministra reforçou a questão da “sustentabilidade na prática”, disse que existem pontos de amplo consenso quando se
trata de conservação do meio ambiente,
produção agrícola sustentável e Áreas
de Preservação Permanente (APPs). Ela
ressaltou que a ilegalidade não interessa
a ninguém e que é necessário promover a
regularização ambiental”, disse Ismael.
Revista Canavieiros - Abril de 2011
Manifestação reúne cerca de 25 mil pessoas na
Esplanada dos Ministérios
No dia 5 de abril, data que passa a
ser considerada um marco para a agricultura brasileira, a Canaoeste levou à
Brasília produtores rurais de Sertãozinho
e região. Os fornecedores da Canaoeste
participaram de uma manifestação para
reivindicar agilidade na votação das mudanças do Código Florestal.
O movimento foi organizado pela Frente Parlamentar da Agropecuária e
pela CNA (Confederação
Nacional da Agricultura e
Pecuária do Brasil) e contou com a participação de
cerca de 25 mil produtores
rurais de todo o país.
Os fornecedores da Canaoeste, juntamente com
ruralistas de outras cooperativas, foram recebidos na
sede da OCB (Organização
das Cooperativas Brasi-
leiras), onde o presidente da instituição,
Márcio Lopes de Freitas, ressaltou a importância da nova legislação para a sustentabilidade da agropecuária brasileira.
Já em frente ao Congresso Nacional, os
produtores participaram do movimento
com faixas de apoio às mudanças no Código Florestal.
13. Grupo de fornecedores da Canaoeste
em frente ao Congresso Nacional
13
Encontro com o Ministro
da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento
Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional da Câmara. Logo
depois da audiência, os produtores deram
um “abraço simbólico” no Congresso Nacional, terminando as atividades do dia.
Secretário de Meio Ambiente de Sertãozinho, Sebastião
Macedo Pereira, prefeito de Sertãozinho, Nério Costa,
presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan e o diretor da
Canaoeste, Paulo Paulista Leite Silva Júnior
O evento teve início com uma missa
campal, seguida de um discurso da senadora e presidente da CNA, Kátia Abreu. Deputados e lideranças de todas as re-giões
do país discursaram durante o movimento.
Além da manifestação no plenário, houve
uma audiência pública na Comissão da
O presidente da Canaoeste, Manoel
Ortolan, o prefeito de Sertãozinho, Nério
Costa e o secretário de Meio Ambiente de
Sertãozinho, Sebastião Macedo Pereira,
também participaram da manifestação.
Para Ortolan o movimento foi bem organizado e extremamente pacífico demonstrando a seriedade dos produtores rurais ao
tratarem do Código Florestal. “Todos os
produtores rurais que estão aqui reunidos
tem um só objetivo: continuar a produzir
alimentos e energia de forma sustentável.
Não queremos agredir o meio ambiente,
mas temos que ter condições para trabalhar. Essa manifestação pacífica é a prova
de que lutamos por nossos direitos respeitando as adversidades que existem em torno dessa questão”, disse Ortolan.
Representantes de várias entidades de
classe, sindicatos e cooperativas, entre
eles o presidente da Canaoeste, Manoel
Ortolan e o prefeito de Sertãozinho, Nério Costa, participaram de um encontro
com o Ministro da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, Wagner Rossi. Além
do ministro, pelo Mapa também estavam
presentes o assessor, Paulo Saquy, o diretor do departamento da Cana-de-açúcar e Agroenergia, Silvio Borsari Filho e
o secretário de Produção e Agroenergia,
Manoel Bertone.
A reunião aconteceu no dia 5 de abril,
no momento em que estava sendo realizada em frente a Esplanada dos Ministérios, uma manifestação de produtores rurais para reivindicar agilidade na votação
das mudanças do Código Florestal.
Segundo Manoel Ortolan, durante a reunião, o ministro se mostrou
otimista quanto à reforma do Código
Florestal. “O ministro vem trabalhando junto à outros ministérios para resolver a questão do Código e disse que
os resultado das negociações é muito
positivo”, disse Ortolan.
Segundo Wagner Rossi, todos os setores envolvidos na discussão querem que
o Congresso vote a reforma do Código
Florestal o mais rápido possível. “Nada
de atropelos nem retardamentos desnecessários”, disse.
Revista Canavieiros - Abril 2011
14. 14
Foto: Regianealves/Neomarc
Nério Costa e Manoel Ortolan com o ministro Wagner Rossi
Sobre o Código
No último dia 14, os parlamentares
ambientalistas e os ruralistas fecharam
um acordo para negociar a reforma do
Código Florestal com o Congresso. A
reunião foi coordenada pelo presidente da
República em exercício, Michel Temer.
Após a reunião, em declaração a imprensa, o relator do projeto que propõe
mudanças no Código, deputado Aldo
Rebelo (PCdoB-SP), disse que as divergências em torno da reforma do código
estão praticamente superadas. Aldo
Rebelo ressaltou que já há consenso
em torno dos principais pontos do seu
relatório. “Nós nos aproximamos do
acordo, se não definitivo, pelo menos
em torno de 98%, 99% do relatório”,
disse Rebelo.
O deputado ressaltou que deve
manter em seu relatório a proibição de
Revista Canavieiros - Abril de 2011
novos desmatamentos por um prazo de
cinco anos. Ele chegou a cogitar retirar
o dispositivo do texto do projeto para
atender ao apelo de diversos governadores, dentre eles, o de Tocantins e do
Piauí. Durante a reunião no Palácio do
Planalto chegou-se a um acordo com os
ambientalistas para manter o chamado
desmatamento zero. O deputado afirmou ainda que os produtores rurais que
desmataram, desrespeitando a lei, terão
tratamento diferente dos que a respeitaram. A grande crítica ao projeto era a
anistia indiscriminada aos desmatadores. “Essas diferenças podem ser introduzidas no texto sem qualquer problema”, afirmou Aldo.
Até o fechamento desta edição da
Revista Canavieiros, ainda não tinha
uma data definida para a votação do
Código Florestal. RC
16. 16
Safra
Fechamento da safra 2010/2011
A
Safra 2010/2011 chegou ao fim e este trabalho tem como objetivo apresentar
os dados obtidos até o término da moagem em comparação com os obtidos
na Safra 2009/2010.
A Tabela 1 contém o ATR médio acumulado (kg/tonelada) desta safra 2010/2011,
em comparação com o obtido na safra 2009/2010; sendo que o ATR desta safra ficou
11,42 Kg acima do obtido na Safra 2009/2010.
Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelos
Fornecedores de Cana da CANAOESTE nas safras 2009/2010 e 2010/2011
As tabelas, 2 e 3, mostram detalhes da qualidade tecnológica da matéria-prima nas
safras 2009/2010 e 2010/2011, respectivamente.
Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos
Fornecedores de Cana da CANAOESTE, na Safra 2009/2010
Thiago de Andrade Silva
Assistente de Controle Agrícola da CANAOESTE
O Gráfico 1 mostra o comportamento
do BRIX do caldo da Safra 2010/2011
em comparação com a Safra 2009/2010.
O BRIX do caldo da Safra 2010/2011
ficou bem acima ao da Safra 2009/2010
durante todo o período.
No Gráfico 2 pode-se verificar o comportamento da POL do caldo na Safra 2010/2011
em comparação com a Safra 2009/2010.
Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos Fornecedores de
Cana da CANAOESTE na Safra 2010/2011
Pode-se observar que a POL do caldo
apresentou o mesmo comportamento do
BRIX do Caldo.
O Gráfico 3 mostra o comportamento
da PUREZA do caldo na Safra 2010/2011
em comparação com a Safra 2009/2010.
A PUREZA do caldo da Safra
2010/2011, com exceção dos meses de
março à junho e dezembro, ficou semelhante à obtida na Safra 2009/2010.
No Gráfico 4 encontra-se o comportamento da FIBRA da cana na Safra
2010/2011 em comparação com a da Safra 2009/2010.
A FIBRA da cana na Safra 2010/2011 ficou acima da obtida na Safra 2009/2010 até
a 2ª quinzena de novembro, se acentuando
a partir de setembro, exceto na 1ª quinzena
de maio e 1ª quinzena de julho, ficando bem
abaixo no restante do período comparativo.
Revista Canavieiros - Abril de 2011
17. 17
O Gráfico 5 contem o comportamento da POL da cana na Safra 2010/2011
em comparação com a Safra 2009/2010.
Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras 2010/2011 e 2009/2010
APOL da cana obtida na Safra 2010/2011
ficou bem acima à da Safra 2009/2010 durante todo o período, se acentuando nos
meses de setembro e dezembro.
No Gráfico 6 pode-se observar o comportamento do ATR na Safra 2010/2011
em comparação com a Safra 2009/2010.
Como o ATR é calculado a partir da
POL e do ARC da CANA, observa-se
um comportamento semelhante ao da
POL da Cana, por apresentar maior participação no teor de ATR.
Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2010/2011 e 2009/2010
O Gráfico 7 mostra o comportamento da precipitação pluviométrica (mm de
chuva) registrada na Safra 2010/2011 em
comparação com a Safra 2009/2010.
A precipitação pluviométrica média
dos meses de janeiro, fevereiro e de junho à dezembro da Safra 2010/2011 ficaram muito abaixo dos valores obtidos na
Safra 2009/2010, exceto julho que ficou
Revista Canavieiros - Abril 2011
18. 18
abaixo porém com menor intensidade.
Abril teve a mesma condição de julho.
Porém no mês de março, a precipitação
pluviométrica desta safra ficou muito
acima da observada na Safra 2009/2010.
Safra
Gráfico 3 – PUREZA do caldo obtida nas safras 2010/2011 e 2009/2010
O Gráfico 8 contem o comportamento da precipitação pluviométrica acumulada por Trimestre na Safra 2010/2011
em comparação com a Safra 2009/2010.
Na Safra 2010/2011, observa-se um
menor volume de chuva no 1°, 2° e 4°
Trimestre e um volume bem menor no
3º Trimestre, se comparado aos volumes
médios da Safra 2009/2010.
Gráfico 4 – Comparativo das Médias de FIBRA da cana
A precipitação pluviométrica, muito
abaixo da média, ocorrida na maioria dos
meses, fez com que a cana-de-açúcar tivesse um crescimento vegetativo menor,
resultando em uma queda expressiva de
produtividade, porém houve um aumento no teor de POL; com conseqüente aumento do teor de ATR acentuado ao término de moagem, se comparada à Safra
passada. Isso fez com que o ATR médio
ficasse 8,46% (11,42 kg/t) acima do obtido na Safra 2009/2010. RC
Gráfico 5 – POL da cana obtida nas Safras 2010/2011 e 2009/2010
Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2010/2011 e 2009/2010
Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada nas
safras 2010/2011 e 2009/2010
Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) por Trimestre, nas
safras 2010/2011 e 2009/2010
Revista Canavieiros - Abril de 2011
19. 19
Informe Publicitário
CanaVialis apresenta sorgo sacarino
com alta produtividade para
produção de etanol
A
Tecnologia desenvolvida pela Monsanto pode se transformar em importante
alternativa à cana-de-açúcar nos períodos de entressafra.
CanaVialis, marca comercial, de
melhoramento
e tecnologias em canade-açúcar da Monsanto,
apresenta ao mercado uma
nova tecnologia que tem
como principal objetivo a
antecipação da operação
industrial e conseqüente
produção de etanol pelas
usinas, aumentando o período de produção de etanol e reduzindo os custos
fixos das unidades.
Cultura de ciclo rápido, ou seja, de 120 dias, o
sorgo sacarino produz biomassa e açúcares fermentáveis que, uma vez industrializados, transformam-se em etanol. A
proposta da cultura do sorgo sacarino não
é competir com a cana-de-açúcar para a
produção de etanol no Brasil, mas, sim,
ser uma opção alternativa e viável, plantada como rotação de culturas nas áreas
de reforma de cana-de-açúcar em outubro
e novembro, para colheita em março e
abril. “Dessa maneira, é possível um melhor aproveitamento do parque industrial
no ano, produção de etanol em um período de baixos estoques e ainda possibilitar
ganhos de produtividade na própria produção de cana-de-açúcar ao proporcionar
sua colheita em um período mais favorável”, afirma José Carlos Carramate, líder
de Negócios da CanaVialis.
Foco em produtividade
O projeto do sorgo sacarino teve início em 2004 na Monsanto, com cruzamentos direcionados para biomassa e
açúcar. Em 2008, com a aquisição da
empresa CanaVialis, que constitui-se na
plataforma de combustíveis renováveis
da Monsanto, o projeto ganhou novas
perspectivas. Primeiramente, com a ex-
ná, Minas Gerais e Mato
Grosso do Sul. Os estados escolhidos seguiram
o critério de presença representativa da indústria
sucroenergética e as áreas-testes foram conduzidas em usinas clientes da
CanaVialis, que contam
com a presença constante
de agronômos responsáveis pelo desenvolvimento de tecnologias.
pertise dos profissionais da CanaVialis,
foi estabelecido um conceito de produto, no qual foram determinados índices mínimos para serem alcançados no
sorgo sacarino quanto à produtividade,
concentração de açúcar e período útil de
industrialização. “Tratam-se de critérios
fundamentais para que essa matériaprima fosse considerada efetivamente
uma nova alternativa à produção de
etanol na entressafra da cana-de-açúcar.
Alcançados resultados no campo, passamos para testes industriais”, explica
Urubatan Klink, líder de Melhoramento
de Sorgo da Monsanto do Brasil.
Em maio de 2010, uma área teste de
20 hectares foi processada na região de
Piracicaba, dando origem aos primeiros
resultados industriais dessa matéria-prima para produção de etanol. Em outubro
de 2010, já com sete híbridos em destaque atendendo o conceito do produto
e os resultados positivos da indústria,
a Monsanto evoluiu com o plantio de
12 campos de avaliação em cinco estados diferentes: São Paulo, Goiás, Para-
Paralelamente à condução dos campos de
avaliação, em parceria
com a Usina Cerradinho,
localizada em Catanduva
(SP) e com a Usina Porto
das Águas em Chapadão
do céu (GO), foram montados dois campos demonstrativos de caráter agroindustrial, ou seja, áreas plantadas com
o sorgo sacarino extensas o suficiente
para que fossem realizados testes industriais de produção de etanol em usinas
de grande escala. As primeiras colheitas
com destino à indústria de ambas usinas teve início na semana de 14 – 18
de Março dando origem posteriormente
ao primeiro etanol de sorgo sacarino do
Brasil em escala industrial.
Os híbridos, desenvolvidos pela
Monsanto, líder mundial na área de melhoramento genético de sorgo, proporcionam ciclo curto, com produtividades
estimadas de 60 toneladas por hectare,
sadios, possuem concentração de açúcares mínimas de 12%, fibra em torno de
11 a 15% e porte ereto – o que possibilita a colheita com a utilização de colhedoras de cana. “É um conceito bem
diferenciado, pois assemelha-se mais à
cana com essas características do que
com a cultura do sorgo sacarino do passado”, afirma Klink.
Revista Canavieiros - Abril 2011
22. 22
Safra de cana 2011/2012 na
Região Centro-Sul do Brasil:
crescimento de 2,11%
Fonte: União da Indústria de Cana-de-Açúcar
A
Os números são da UNICA – União da Indústria de Cana-de-Açúcar;
a projeção aponta para uma moagem de 568,50 milhões de toneladas
safra 2011/12, que já teve início
na Região Centro-Sul do Brasil,
deverá moer 568,50 milhões de
toneladas de cana-de-açúcar, crescimento de 2,11% em relação ao total processado na última safra, que foi de 556,74
milhões de toneladas. Os números, divulgados em abril, são da UNICA - União
da Indústria de Cana-de-Açúcar, em conjunto com o CTC - Centro de Tecnologia
Canavieira, sindicatos e associações de
produtores de etanol e açúcar da região
Centro-Sul.
Segundo a UNICA, os dados levantados através do mapeamento com
imagens de satélite feitas pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (CANASAT – INPE), indicam uma pequena
expansão na área de cana-de-açúcar disponível para colheita, mas esse crescimento não deve se traduzir em aumento
significativo da quantidade de cana a ser
processada, devido à menor produtividade agrícola do canavial (mensurada em
toneladas de cana por hectare), especialmente nas unidades tradicionais.
Na última safra houve uma quebra
agrícola, devido ao longo período de estiagem observado em toda a região produtora de cana-de-açúcar. Para a nova
safra, esse fenômeno não deverá ocorrer
e a expectativa é de que a produtividade
por estágio de corte fique próxima de valores históricos, superiores aos observados na safra anterior.
Revista Canavieiros - Abril de 2011
Apesar dessa recuperação da produtividade agrícola por estágio de corte, esperase que a produtividade média da área total
de cana-de-açúcar na safra 2011/2012 diminua relativamente à observada no último ano, devido aos seguintes fatores:
• Envelhecimento do canavial - o canavial disponível para colheita nas áreas
tradicionais está mais velho em função
dos baixos índices de renovação observados nos últimos anos – a idade média do canavial foi de 3,7 anos na safra
2010/2011, contra 4,0 anos previstos
para a nova safra;
• Redução no volume de cana bisada a cana bisada (aquela que permanece no
campo por mais de uma safra e, por isso,
geralmente apresenta uma produtividade
agrícola maior), representou 14% da área
colhida nas unidades tradicionais no último ano. Para este ano, tal área deverá ser
mínima, respondendo por menos de 3%
da área total;
• Menor produtividade no início de safra – a produtividade do canavial colhido
no início de cada safra é fortemente dependente do clima observado no ano anterior. Portanto, a expectativa é de queda na
produtividade da cana neste início de safra
em razão das condições climáticas desfavoráveis para o desenvolvimento da planta
registradas de abril a agosto de 2010;
Segundo o diretor técnico da UNICA,
Antonio de Padua Rodrigues, o desequilíbrio do perfil do canavial está mais
acentuado nesta safra: “Uma lavoura estabilizada é composta por 60% de cana
nova e mais produtiva e por 40% de cana
envelhecida, acima de quatro cortes.
Para a safra 2011/2012, esse cenário está
invertido e o impacto negativo desse envelhecimento do canavial sobre a produtividade da lavoura é expressivo. O setor
precisará investir fortemente na renovação do canavial ao longo deste ano, para
garantir o crescimento da oferta a partir
da safra 2012/2013”.
Novas unidades produtoras
Na avaliação da UNICA, apenas cinco novas unidades iniciarão suas atividades na
safra 2011/2012. É um número significativamente inferior ao observado nos últimos
anos, reflexo da desaceleração no crescimento do setor sucroenergético após a crise
global de crédito em 2008 e 2009. Foram 25 novas usinas na safra 2007/2008, 30 em
2008/2009, 19 em 2009/2010 e 10 unidades produtoras na última safra.
As novas unidades esperadas para 2010/2011 estão localizadas nos Estados do Mato
Grosso do Sul (3), Goiás (1) e São Paulo (1).
23. Reportagem de Capa
Foto: Arquivo CaseFotos
Qualidade da matéria-prima
O período prolongado de seca que prejudicou a produtividade agrícola do canavial na
última safra, também promoveu uma maior
concentração de açúcares na cana colhida em
2010/2011. Para este ano, as previsões meteorológicas disponíveis indicam que o fenômeno La Niña persistirá, embora mostre sinais
de enfraquecimento. Ainda segundo estas
previsões, a chuva ao longo da safra deverá
permanecer próxima da média histórica.
Com a expectativa climática de um
inverno não atípico, espera-se uma menor concentração de açúcares na cana
durante a primeira metade da nova safra,
seguida por uma provável recuperação
na segunda metade devido à colheita da
planta em idade fisiológica adequada. No
último terço da safra 2010/2011, parte
significativa do canavial foi colhido com
menos de 12 meses de desenvolvimento,
com maturação comprometida.
Além desse aspecto, o aumento da
colheita mecanizada também se configura como um fator que deve reduzir a quantidade de produto obtido por
tonelada de cana processada na safra
2011/2012. Isso porque a colheita com
máquinas eleva a quantidade de impurezas vegetais trazidas à indústria, prejudicando a eficiência industrial.
Por outro lado, na safra que se inicia
deverá haver uma maior concentração
da colheita nos meses em que o ATR
(Açúcares Totais Recuperáveis) é mais
elevado, já que o volume de cana disponível para o início e término de safra
deverá ser menor que aquele observado
em 2010. Esse aspecto eleva o ATR médio da safra. A menor quantidade de cana
bisada a ser colhida na safra 2011/2012
também contribui para o aumento do teor
de sacarose na cana.
Dessa forma, o balanço de todos os
fatores indica que a quantidade de ATR
por tonelada de cana-de-açúcar deverá
atingir 140,80 kg, queda de 0,29% em
relação ao valor de 141,21 kg por tonelada de cana processada registrado na safra
2010/2011.
Produção de açúcar e de etanol
Do total de cana-de-açúcar projetado para
a safra 2011/2012, a UNICA estima que
45,34% será destinado à produção de açúcar, leve acréscimo em relação aos 44,71%
observados no último ano. Assim, a exemplo
dos anos anteriores, a maior parte da cana colhida nesta safra (54,66%) continuará sendo
utilizada para a produção de etanol.
A produção de açúcar projetada é de
34,58 milhões de toneladas, crescimento
de 3,25% em relação as 33,49 milhões de
toneladas produzidas na safra 2010/2011.
Para atingir essa produção projetada,
as unidades aptas à produção de açúcar
deverão operar próximo da capacidade
máxima instalada, na medida em que a
moagem de cana por essas unidades deverá ser praticamente a mesma do último
ano. O incremento de moagem previsto
para a nova safra decorre do aumento do
volume de cana processada pelas unidades que só produzem etanol.
A produção de etanol, por sua vez, deverá atingir 25,51 bilhões de litros, aumento
de 0,52% em relação à produção da última
safra, que totalizou 25,37 bilhões de litros.
23
Dos 25,51 bilhões de litros de etanol
que deverão ser produzidos, 17,21 bilhões serão de etanol hidratado e 8,30
bilhões de etanol anidro. Esse volume de
etanol anidro é suficiente para atender à
mistura de 25% do produto na gasolina,
mesmo considerando uma menor parcela
da frota flex utilizando etanol hidratado em função da consequente migração
para o consumo de gasolina.
Mercado de
açúcar e de etanol
As exportações brasileiras de açúcar
devem apresentar índice de crescimento inferior ao esperado para a produção.
Enquanto o crescimento na produção de
açúcar deverá atingir 1,09 milhão de toneladas, as exportações podem avançar
apenas 0,60 milhão de toneladas, atingindo o total de 24,90 milhões de toneladas
exportadas na próxima safra.
Ao contrário do que ocorre no mercado de açúcar, as exportações de etanol
devem apresentar uma retração significativa na safra 2011/2012, chegando a 1,45
bilhão de litros – queda superior a 18%
em relação à safra 2010/2011.
O aumento da produção e a retração nas
exportações de etanol irão resultar em um
incremento de quase 500 milhões de litros
na oferta do produto ao mercado doméstico. Porém, para o diretor técnico da UNICA, “esse incremento de oferta de etanol
para o mercado doméstico é inferior ao
crescimento esperado na demanda em função das vendas aceleradas de carros flex.”
Para Rodrigues, o cenário é de déficit estrutural na oferta de cana, sendo preciso
criar incentivos para que ocorra um novo
ciclo de investimentos na produção. RC
Revista Canavieiros - Abril 2011
24. 24
Destaque
Agrishow 2011: bem vindo ao mundo
do agronegócio
Carla Rodrigues
A
Feira cresce 15% em área de exposição
Agrishow 2011 (Feira Internacional da Tecnologia Agrícola em
Ação), principal vitrine do setor
agribusiness, na América Latina, chega
a sua 18ª edição, trazendo novidades em
tecnologia e infraestrutura para o público participante. Este ano, a feira acontece de 2 a 6 de maio, no Pólo Regional
de Desenvolvimento Tecnológico dos
Agronegócios do Centro-Leste / Centro
de Cana IAC (Instituto Agronômico), em
Ribeirão Preto, interior de São Paulo.
Em 2010, a Agrishow apresentou uma
feira com mudanças em sua infraestrutura, proporcionando uma melhoria aos expositores e visitantes, e neste ano, outras
modificações foram realizadas. Sendo
assim, de acordo com o gerente geral da
Agrishow, José Danghesi, é esperado um
sucesso maior ainda que no ano passado.
“Em 2010, a nossa organizadora realizou durante a feira, uma pesquisa com
os expositores e visitantes e constatamos
que 97% do público ficou satisfeito com
o evento e 95% deve retornar neste ano.
Devido às mudanças que fizemos para o
ano passado, os expositores também ficaram exultantes com o resultado, tanto
que nesta edição, todos estarão presentes
novamente”, disse Danghesi durante a
apresentação da Agrishow 2011 para a
imprensa em evento realizado no Centro
de Convenções do IAC.
Em 2011 serão 765 expositores de
50 países diferentes, tendo 38 novas
empresas nacionais e 22 novas empresas estrangeiras. Para receber o público
estimado em 145 mil pessoas, a feira
teve um crescimento de 15% nas áreas
de exposição e foram criadas duas portarias para facilitar ainda mais o acesso dos visitantes. Essas novas portarias
serão dividas por cores, de acordo com
o convite de cada pessoa. “A feira tem
evoluído bastante e os números de expositores também. Estão aparecendo novos
participantes, inclusive estrangeiros, que
estão vendo no agronegócio brasileiro e
Revista Canavieiros - Abril de 2011
Agrishow 2010
na Agrishow Ribeirão Preto uma porta
de entrada para o mercado”, disse Carlos
Nogueira, diretor do setor de Máquinas e
Ferramentas da ABIMAQ - Associação
Brasileira da Indústria de Máquinas e
Equipamentos.
No campo de exposição também foi
ampliada a área de regionalização dos
setores, por exemplo: automobilístico,
aviação, irrigação, pneus, máquinas e
transbordos, etc, melhorando a logística
dos visitantes. Além dessas novidades,
dentro da área total de 360 mil m², - a
mesma da edição passada, depois de passar por um aumento de aproximadamente 50% em relação a 2009-, será possível
realizar mais de 800 demonstrações de
campo, que segundo o engenheiro agrônomo responsável por elas, Luís Mário
Machado, também traz novidades.
“Todos os anos temos três tipos de demonstrações: a coletiva, por empresa e o
test drive com os tratores, colhedoras, en-
tre outros e para que isso ocorra teremos
para os visitantes, plantações de milho,
soja, capim e cana-de-açúcar. Este ano teremos a demonstração de sistema de produção e tecnologias de diversos órgãos (a
longo prazo), que desenvolve a sustentabilidade, ou seja, a cada ano o visitante
vai acompanhar o ciclo entre pecuária,
lavoura e floresta”, explicou Machado.
Voltada para agricultores, pecuaristas, agroindustriais, empresários, industriais, entidades de classe e estudantes, a
AGRISHOW 2011 é organizada e promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, com iniciativa da ABAG
(Associação Brasileira de Agribusiness),
ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos),
ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) e SRB (Sociedade Rural
Brasileira) e é patrocinada pelo Banco do
Brasil, Bradesco, Ministério da Agricultura, OCB, Santander, SESCOOP, Sistema OCESP e Vale Fertilizantes. RC
26. 26
Informações Setoriais
CHUV
AS DE MARÇO
e Prognósticos Climáticos
As chuvas do mês de MARÇO de 2011 estão apresentadas no quadro a seguir.
Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste
A média das chuvas anotadas em
MARÇO (358mm) ficou muito (mais
que 2 vezes) acima da média das
normais climáticas (157mm). Chamaram atenção os volumes de chuvas
registradas (≈500mm) na FCAV Unesp
Jaboticabal, IAC- Instituto Agronômico e LDC SEV-Santa Elisa. Ocorreram
menores somas de chuvas entre Luiz
Antonio, Serrana, Santa Rosa do Viterbo e São Simão.
O
Mapa 1, mostra que, até meados de MARÇO (14 a 16), a
Disponibilidade Hídrica do
solo encontrava-se muito favorável no
quadrante Nordeste do Estado e mostrando também a irregularidade de distribuições das chuvas nas demais áreas
canavieiras do Estado.
Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 14 a 16 de MARÇO de 2011.
Revista Canavieiros - Abril de 2011
Observando-se os mapas 2 e 3 notase, o que quase houve de comum aos finais de MARÇO dos dois anos, foram as
menores Disponibilidades de Umidade
Mapa 2:- Água Disponível no So
27. 27
no Solo na região Central do Estado. Durante MARÇO deste ano notou-se maior concentração de chuvas no quadrante
Nordeste e faixa Norte de São Paulo, como anteriormente
previsto pela SOMAR Meteorologia e também mostrado
no quadro acima.
Mapa 4:- Prognóstico de Consenso entre INMET e INPE para a
Região Centro Sul durante o trimestre abril a junho de 2011.
Adaptado pela CANAOESTE
Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a
CANAOESTE resume abaixo o prognóstico climático de
consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia
e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os
meses de abril a junho de 2011:
• As temperaturas médias e as chuvas (como mostra o
Mapa 4) poderão “ficar” próximas das normais climáticas
em toda área Sucroenergética do Centro Sul do Brasil, exceto Rio Grande do Sul;
• Para referências, as médias históricas para Ribeirão
Preto e municípios vizinhos, pelo Centro Cana e AptaIAC, são de 70mm em abril, 55mm em maio e próximo de
30mm em junho.
Por sua vez, a SOMAR Meteorologia assinala que, para
a região de abrangência CANAOESTE, as chuvas previstas para ocorrer (talvez, apenas) em meados de maio poderão vir a ser acima das normais climáticas. Entre meados
de junho a meados de agosto, provavelmente e sem ser totalmente seco, venha a ocorrer “longa estiagem”.
Objetivando-se a safra 2012/13, recomenda-se aos produtores que irão iniciar suas colheitas, que evitem pisoteios e
procedam aos esmerados tratos culturais mecânicos ou quí-
olo ao final de MARÇO de 2010.
micos. Nas áreas que já estejam comprometidas por danos com pragas, doenças, falhas ou elevada infestação de ervas daninhas e com
vistas às safras futuras, devem merecer e justificam-se renovações.
Persistindo-se dúvidas, consultem os técnicos mais próximos
ou através do Fale Conosco CANAOESTE. RC
Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de MARÇO de 2011
RC
Revista Canavieiros - Abril 2011
28. 28
Assuntos Legais
Agrotóxicos
Deveres e Responsabilidades
dos Agricultores/Usuários
O
Decreto Federal n.º 4.074, de 04
de janeiro de 2002, que regulamentou a Lei Federal nº 7.802/89,
alterada pela Lei n.º 9.974/2000, disciplinou os procedimentos de pesquisa,
experiência, experimentação, produção,
embalagem e rotulagem, exportação,
registro, classificação, controle, inspeção e fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes e afins e, principalmente
para os agricultores-usuários, o procedimento a ser observado para a destinação final de embalagens vazias e semiutilizadas de agrotóxicos.
A falta de cumprimento dos dispositivos legais acima implicará ao infrator,
seja ele agricultor, comerciante ou fabricante, sem embargo do adequado processo administrativo instaurado pelos órgãos
fiscalizadores, possível condenação pela
prática de crime ambiental, o que lhe(s)
acarretará o pagamento de multa, além
da correspondente pena de reclusão (prisão com regime inicial de cumprimento
fechado) de dois a quatro anos.
De acordo com a legislação, todo
usuário de agrotóxicos, em obediência
a lei (Lei nº 7.802/89, alterada pela Lei
nº 9.974/2000) e sua regulamentação
(Decreto Federal n.º4.074/2002), DEVE,
APÓS EFETUADA A ADEQUADA
LAVAGEM E NO PRAZO LEGAL, DEVOLVER AS EMBALAGENS VAZIAS
às revendedoras ou diretamente ao fabricante, para que tenham a destinação final
correta dentro das novas normas. Dentre
elas, destacamos como principais:
1) O usuário de agrotóxico será responsável pela entrega de forma tecnicamente adequada, de todas as embalagens
vazias de agrotóxicos à unidade de recebimento que constar da nota fiscal de
compra do produto, da seguinte forma:
• Embalagens rígidas laváveis: efetuar a lavagem das embalagens através
da Tríplice Lavagem ou Lavagem sob
Pressão.
• Embalagens rígidas não laváveis:
mantê-las intactas, adequadamente tampadas e sem vazamento;
• Embalagens flexíveis contaminadas: acondicioná-las em sacos plásticos
padronizados a serem adquiridos nas revendas de agrotóxicos;
• As embalagens secundárias que são
caixas coletivas de papelão, cartuchos
de cartolina, fibrolatas e as embalagens
termomoldáveis, também deverão ser
entregues aos Postos de Recebimento;
O descumprimento dessas exigências
técnicas pelo usuário-agricultor, implica-
Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste
rá na sua notificação pelo Posto de Recebimento, através do comprovante de
entrega de embalagens vazias, o que possibilitará a sua fiscalização pelos agentes
públicos, podendo sofrer, consequentemente, as sanções administrativas cíveis
e criminais previstas na legislação.
2) O transporte e a devolução das
embalagens vazias de agrotóxicos COM
SUAS RESPECTIVAS TAMPAS, para o
Posto de Recebimento, será de responsabilidade do usuário. O prazo que o usuário dispõe para a entrega das embalagens
será de um ano a partir da aquisição do
produto, porém, se o produto não for utilizado nesse período, a entrega poderá
ser efetuada após a sua utilização, dentro
de seis meses, se o mesmo estiver no prazo de validade;
3) O usuário deverá manter em seu
poder o comprovante de entrega das embalagens vazias e a nota fiscal de compra
do produto, durante o período de um ano
da data da devolução das embalagens ao
Posto de Recebimento;
4) O armazenamento dos agrotóxicos deve ser feito em locais adequados,
observando a legislação vigente e “às
instruções fornecidas pelo fabricante, inclusive especificações e procedimentos
a serem adotados no caso de acidentes,
derramamento ou vazamento de produto e, ainda, às normas municipais aplicáveis, inclusive quanto à edificação e à
localização”.
5) O agrotóxico só pode ser comercializado diretamente ao usuário mediante
apresentação de receituário próprio, con-
Revista Canavieiros - Abril de 2011
29. 29
Notícias Sicoob Cocred
feccionado por profissional habilitado,
específico para cada cultura ou problema, que deverá conter:
“I - nome do usuário, da propriedade e
sua localização;
II - diagnóstico;
III - recomendação para que o usuário leia atentamente o rótulo e a bula do
produto;
IV - recomendação técnica com as seguintes informações:
a) nome do(s) produto(s) comercial(ais)
que deverá(ão) ser utilizado(s) e de
eventual(ais) produto(s) equivalente(s);
b) cultura e áreas onde serão aplicados;
c) doses de aplicação e quantidades
totais a serem adquiridas;
d) modalidade de aplicação, com anotação de instruções específicas, quando
necessário, e, obrigatoriamente, nos casos de aplicação aérea;
e) época de aplicação;
f) intervalo de segurança;
g) orientações quanto ao manejo integrado de pragas e de resistência;
h) precauções de uso; e
i) orientação quanto à obrigatoriedade
da utilização de EPI; e
V - data, nome, CPF e assinatura do
profissional que a emitiu, além do seu registro no órgão fiscalizador do exercício
profissional”.
Balancete Mensal
COOP.CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO
INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - FEVEREIRO/2011
Valores em Reais
Diante dessas normas, torna-se transparente a preocupação da sociedade com
o controle ambiental de agrotóxicos,
uma vez que a aludida legislação tem
por escopo coibir o depósito e o abandono dos recipientes vazios de agrotóxicos
em locais inadequados, evitando assim
uma maior degradação ao meio ambiente
natural e, consequentemente, riscos aos
usuários, trabalhadores e à população e
aos em geral.
Por derradeiro, ao agir em obediência
ao que determina a legislação em comento, estará o fabricante, o comerciante e,
principalmente, o usuário - agricultor,
contribuindo para o melhor aproveitamento do agrotóxico, em respeito aos
valores econômicos e ambientais com
vistas à preservação da natureza às presentes e futuras gerações, inserindo mais
uma vez a nossa agricultura nos padrões
ecológicos do desenvolvimento economicamente sustentável. RC
Revista Canavieiros - Abril 2011
30. 30
Pragas e Doenças
Plantas daninhas na cultura de canade-açúcar. Porque controlá-las?
Marcos de Felicio - Eng. Agrônomo / COPERCANA
Com o início da safra no país, inicia-se também a preocupação com o controle eficiente de plantas
daninhas, para garantir melhor desempenho da cultura de cana-de-açúcar nas áreas de cultivo.
O que são plantas
daninhas e porque
efetuar o controle?
A
s plantas daninhas são caracterizadas por se desenvolverem indesejadamente em um ambiente
de cultivo de outra espécie, por exemplo,
uma planta de soja pode ser considerada
planta daninha em meio a uma área de
cultivo de cana-de-açúcar.
Algumas espécies podem se desenvolver em ambientes menos favoráveis,
ou seja, em condições de estresse hídrico, ausência ou pouca luminosidade,
áreas de solos compactados, locais com
índices de fertilidade desfavoráveis, altos índices de salinidade e excessiva acidez. Entretanto, em condições ideais, sua
competitividade com a cultura cultivada
no local é aumentada, concorrendo por
recursos naturais (água, luz e nutrientes
do solo) o que transformam as plantas
daninhas nas grandes vilãs das lavouras
de cana-de-açúcar. Sendo assim, a partir do momento que a planta daninha se
instala no canavial, torna-se uma competidora com a cana-de-açúcar por todos os
fatores bióticos (vivos) e abióticos (não
vivos) que são necessários para uma boa
formação do canavial.
Além da concorrência por recursos
naturais, as plantas daninhas podem
liberar substâncias alelopáticas, que
agem bioquimicamente na cultura da
cana-de-açúcar e comprometem o seu
desenvolvimento e, também, podem
atuar como hospedeiros de doenças e
pragas que prejudicam o desenvolvimento dos canaviais.
Além de todos estes fatores, quando
analisado não somente a competição entre planta daninha e canavial, outro grande prejuízo é a perda no momento da
colheita, quando for mecanizada. Como
exemplo, podemos citar ambientes de
produção com infestação de “cordas-deviola”, que “embucham” as máquinas no
momento da colheita.
Segundo Blanco (1982), a somatória
de todos estes danos, pode representar de
24 a 86% de redução de produtividade
quando um canavial possui a interferência de plantas daninhas.
Como controlar as
plantas daninhas?
• Prevenção: consiste em impedir que
as plantas daninhas sejam transportadas
para áreas agrícolas onde elas ainda não
existem. É, em geral, o meio mais prático de combate às plantas daninhas.
• Erradicação: consiste na eliminação
de todas as plantas e seus órgãos, inclusive as sementes. É um método difícil, e só
Canavial infestado por
corda-de-viola
é economicamente viável em pequenas
áreas de cultivo.
• Controle: este é o método mais utilizado de combate de plantas daninhas
na agricultura e consiste em interromper temporariamente o crescimento e o
desenvolvimento das referidas plantas
durante o ciclo da cultura, especialmente
no período crítico de competição. O controle pode ser: mecânico (tração animal
ou trator); com enxadas ou químico (uso
de herbicidas aplicados em concentrações que matam ou retardam o crescimento das plantas daninhas e beneficiam
as plantas cultivadas).
Considerações finais
Apesar das informações sobre prejuízos e possibilidades de controle das
plantas daninhas, é importante que o
produtor tenha o acompanhamento de
um Engenheiro Agrônomo para que possa orientá-lo sobre a melhor estratégia de
acordo com a espécie invasora e o estágio de desenvolvimento da cultura. RC
Referências:
ALMEIDA, F.S. Controle de plantas daninhas em plantio direto (1991).
BLANCO, H.G. Ecologia das plantas daninhas (1982). EMBRAPA (2010).
Revista Canavieiros - Abril de 2011
33. 33
Notícias do Setor
Pesquisa mostra confiança presente
no segmento industrial
Carla Rodrigues
N
Resultados obtidos apontam para quadro positivo em 2011
o dia 28 de março, a AgroFEA
Ribeirão (Núcleo de Pesquisas em Agronegócios da Faculdade de Economia, Administração
e Contabilidade de Ribeirão Preto) e
a Fundace (Fundação para Pesquisa e
Desenvolvimento da Administração,
Contabilidade e Economia) em parceria com a Multiplus Feiras e Eventos,
apresentaram os resultados do primeiro índice de Confiança dos Fornecedores do Setor Sucroenergético Multiplus/Fundace. A apresentação ocorreu
no Anfiteatro Ivo Torres da FEA-USP,
em Ribeirão Preto.
O objetivo do estudo é avaliar as condições atuais e as expectativas em relação à
economia brasileira, o sistema agroindustrial e o setor de fornecedores sucroenergéticos e a própria empresa. É uma pesquisa
quantitativa e será analisada bimestralmente até o fim deste ano. De acordo com o
coordenador da AgroFEA, Roberto Fava,
o trabalho mostra a junção da experiência
acadêmica com a experiência do empresariado. “Hoje faz parte da cultura organizacional da FEA essa aproximação, assim
fica mais fácil compreendermos o que se
passa no setor”, explicou Fava.
Para a primeira edição do Índice realizada em fevereiro de 2011, foram ouvidas 125 empresas representantes do
segmento de fornecedores industriais do
setor sucroenergético de abrangência do
Ceise Br (Centro Nacional das Indústrias
do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis) por meio de telefonemas e contatos por e-mail. Os indicadores variam
no intervalo de 0,00 a 1,00. Os valores
obtidos acima de 0,50 pontos indicam
empresários confiantes.
O resultado alcançado através da
pesquisa foi de 0,69, o que mostra um
empresário do setor sucroenergético otimista neste início de ano. Sobre as Con-
dições Atuais do segmento, o resultado
encontrado foi de 0,64, demonstrando
que o efeito dos últimos seis meses foi
considerado bom. Quando questionados sobre a Expectativa do Setor para
os próximos seis meses, o resultado foi
de 0,72, um número muito positivo que
pode ter sido consequência da boa expectativa para a safra 2011/2012. Já o
índice para as condições atuais da Economia Brasileira foi de 0,62, mostrando
mais uma vez que o ano de 2010 foi positivo para o setor.
Roberto Fava, explicou que os resultados obtidos com essas pesquisas foram extremamente importantes para o
setor, já que, empresários confiantes no
futuro devem fazer mais investimentos,
gerando assim mais empregos na cadeia
de produção. “Este é apenas o nosso primeiro passo, até o final do ano pretendemos ampliar esse trabalho às usinas,
produtores e depois para fornecedores
de defensivos, máquinas e implementos
agrícolas”, disse o coordenador.
Os resultados das pesquisas podem
ser conferidos no site da FUNDACE –
www.fundace.org.br ou no site da Multiplus Feiras e Eventos:
www.multiplusfeiraseventos.com.br RC
Revista Canavieiros - Abril 2011
34. 34
34
“General Álvaro
Tavares Carmo”
Tecnologias na Agroindústria
Canavieira
Marcos Omir Marques, Miguel
Angelo Mutton, Thiago Assis
Rodrigues Nogueira, Luis Carlos
Tasso Junior, Gustavo Almeida
Nogueira, Juliano Henrique Bernardi.
Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer
algumas dúvidas a respeito do português.
“Para que nasçam virtudes é necessário semear
recompensas” Provérbio Oriental
1) A atitude do cidadão foi “inconsequente”.
Prezado amigo leitor, segundo o Novo Acordo Ortográfico
o trema não existirá mais (regra geral).
Por favor, atitudes consequentes e sem trema!
2) Pedro trabalha muito.
Conforme o dito popular está fazendo o “ pé-de-meia”.
Pedro, parabéns!
Pensa no futuro e mantenha o hífen na expressão “pé-de-meia”. (Segundo o Novo
Acordo Ortográfico, o hífen permanece na expressão “pé-de-meia”)
Neste livro, os autores abordam temas de
grande relevância para a cultura de cana-deaçúcar no país, como: matéria-prima (considerações sobre a qualidade da matéria-prima,
limpeza de cana a seco, produção e viveiro de
mudas, manejo com a utilização de maturadores químicos e atualidades em cultivares de
cana-de-açúcar), fitossanidade (as principais
doenças e manejo de pragas), plantio mecanizado, adubação e nutrição (manejo e uso de
fertilizantes, silício e escória de siderurgia em
cana-de-açúcar e aproveitamento agrícola de
resíduos no canavial), física do solo (compactação e influência de sistemas de produção de
cana-de-açúcar nos atributos físicos do solo),
cogeração (tecnologias, oportunidades e estudos para o incremento da co-geração de energia
no setor sucroalcooleiro, caldeiras a bagaço e
eficiência energética com turbina a vapor atendendo a processo) e fabricação (inovações na
purificação do caldo e fermentação alcoólica).
Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar a
Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,
nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone :
(16)3946-3300 - Ramal 2016
Revista Canavieiros - Abril de 2011
3) Maria não se considera bonita.
Está com a “ auto-estima” baixa.
Maria levante sua autoestima com a nova grafia escrita de forma correta: sem o
uso do hífen.
Dica e regra: quando o primeiro elemento termina por vogal diferente da que
inicia o segundo elemento, a palavra é escrita sem hífen.
Com o exemplo autoestima temos:
Auto: primeiro elemento termina com a vogal o
Estima: segundo elemento inicia com a vogal e
Portanto, vogais diferentes.
Correta a escrita junta: autoestima
PARA VOCÊ PENSAR:
“Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. - Clarice Lispector”
“ E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior que eu
mesma,e não me alcanço” - Clarice Lispector
Dicas e sugestões, entre em contato: renatacs@convex.com.br
* Advogada, Prof. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua
Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários
livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.
36. 36
Safra de Grãos
Safra de grãos: novo recorde
O
O sétimo levantamento da safra de grãos 2010/2011 mostra que
previsão da produção do país é de 157,4 milhões de toneladas
sétimo levantamento da safra de
grãos 2010/2011 mostra que a
produção do país deve alcançar
novo recorde e chegar a 157,4 milhões
de toneladas. O estudo divulgado no
início de abril é realizado pela Conab Companhia Nacional de Abastecimento, empresa vinculada ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O volume divulgado pela Conab representa um aumento de 5,5%, ou cerca de
8,2 milhões de toneladas a mais que a safra
passada, que foi de 149,2 milhões de toneladas. Comparada ao último levantamento,
realizado em março, a produção cresceu
2,1%, o que equivale a 3,2 milhões de toneladas. A área cultivada também aumentou
e chegou a 49,2 milhões de ha (1,8 milhão
de ha a mais ou 3,9% de acréscimo).
O aumento das áreas de plantio
deve-se à ampliação do cultivo do algodão, do feijão (primeira e segunda
safras), da soja e do arroz. A boa influência do clima sobre o desenvolvimento das plantas também foi responsável
por essa evolução. O algodão teve o
maior crescimento percentual em área,
com 62,9% a mais que no ano passado (835,7 mil ha). Esse aumento pode
levar a uma produção de 2 milhões de
toneladas, o que significa 833,5 mil toneladas a mais em comparação à anterior (1,2 milhão de toneladas).
No caso da soja, houve uma ampliação da área de 2,3%, com o cultivo em
24,2 milhões de ha. A produção cresceu
5,2% e chegou a 72,2 milhões de toneladas. A colheita do grão está em fase final
nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Já a produção de milho deve ser
de 55,6 milhões de toneladas, 0,7%
a menos que a safra passada (56 milhões de toneladas). A queda teve
origem no milho 1ª safra, em menor
grau, em função da diminuição da
área em 55,5 mil ha, o que levou a 7,8
milhões de ha plantados. Para o milho 2ª safra, a estimativa é semear 5,5
milhões de ha, um aumento de 4,5%,
com a produção de 21,7 milhões de
toneladas, menos que a da safra passada. A razão é que a semeadura de
boa parte da lavoura foi feita fora da
época de recomendação técnica. RC
Fonte: Conab
T
ecnologia diminuirá gastos do produtor
Ministério define regras para registro de bactérias que fixam o nitrogênio no solo. Produto reduzirá
os custos com fertilizantes nas lavouras de milho, cana-de-açúcar, arroz e trigo
O
s produtores rurais vão poder reduzir os gastos no plantio de milho, cana-de-açúcar, arroz e trigo,
com o emprego de tecnologia à base de
inoculante ─ bactérias que fixam nitrogênio no solo. Esse tipo de produto é empregado com sucesso no cultivo da soja
desde a década de 70. A Instrução Normativa Nº 13, publicada no Diário Oficial da
União (DOU) na sexta-feira, 25 de março,
moderniza o registro desses produtos no
Brasil, melhorando as regras existentes
para produção, pesquisa e importação.
De acordo com o coordenador do Departamento de Fiscalização de Insumos
Agrícolas do Ministério da Agricultura,
Hideraldo Coelho, os inoculantes diminuem bastante a quantidade de fertilizantes nitrogenados usada na lavoura. “No
cultivo de soja, por exemplo, os agricultores chegam a gastar, em média, R$ 15
por hectare. Entre os que não aderem à
tecnologia, os custos podem chegar a
aproximadamente R$ 700,00 por hectare, calculam os especialistas da área”, diz
Hideraldo Coelho.
Revista Canavieiros - Abril de 2011
Diferentemente da adubação mineral,
os inoculantes têm como base material biológico. Além de mais baratos, os produtos
não causam danos ao meio ambiente. “A
fixação biológica de nitrogênio pelas plantas leguminosas pode suprir a adubação
mineral dependendo da espécie e sistema
de cultivo”, explica o coordenador.
As novas normas para o registro do
material produzido, importado e comercializado em território nacional incluem
os micro-organismos aprovados para uso e
as orientações para embalagens. “O pedido de registro deverá conter a relação das
matérias-primas utilizadas na fabricação
e as suas funções, bem como a espécie de
micro-organismo utilizado e a qual cultura
se destina”, informa Coelho.
Saiba mais : Após a fotossíntese, a
Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) é
considerada o mais importante processo
biológico fundamental para a vida. A FBN
é o processo que captura o nitrogênio presente na atmosfera e o converte em formas
que podem ser utilizadas pelas plantas.
Em termos de agricultura, a simbiose entre bactérias fixadoras de nitrogênio (denominadas rizóbios e bradirizóbios) e plantas
leguminosas (família à qual pertencem a
soja, o feijão e a ervilha) é a mais importante. Após a formação de nódulos nas raízes
dessas plantas, a bactéria passa a fixar o nitrogênio atmosférico e a planta o transforma
em compostos orgânicos, diminuindo uso
de adubos nitrogenados. No Brasil, graças
ao processo de FBN, a inoculação substitui
totalmente a necessidade do uso de adubos
nitrogenados nas lavouras de soja.
A disseminação desta técnica é uma das
ações previstas no Programa Agricultura
de Baixo Carbono (ABC) do Ministério
da Agricultura. O objetivo do programa é
promover ações na agropecuária nacional
para atingir as metas acordadas na conferência de Copenhague, em 2009. O uso de
inoculantes evita a contaminação da água
pelo nitrato existente nas fórmulas de adubo nitrogenado e contribui para reduzir a
emissão de gases do efeito estufa.RC
Fonte: MAPA
37. 37
Eventos em Maio 2011
AGRISHOW 2011 - 18ª Feira Internacional de Tecnologia
Empresa Promotora: ABIMAQ, ABAG, SRB e ANDA
Tipo de Evento: Exposição / Feira
Início do Evento: 02/05/2011
Fim do Evento: 06/05/2011
Estado: SP
Cidade: Ribeirão Preto
Localização do Evento: Pólo de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro - Leste Anel Viário Km 321
Informações com: Reed Exhibitions Alcantara Machado
Site: www.agrishow.com.br
Telefone: 011 3060-5000
E-mail: comunicacao@reedalcantara.com.br
V Congresso Brasileiro de Defensivos
Agrícolas Naturais - III COBRADAN
Embrapa Meio Ambiente
Tipo de Evento: Congresso
Início do Evento: 24/05/2011
Fim do Evento: 26/05/2011
Estado: SP
Cidade: Jaguariúna
Localização do Evento: Embrapa Meio Ambiente
Informações com: Embrapa Meio Ambiente
Site: w www.cnpma.embrapa.br/nova/mostra2.php3?id=725
Telefone: 19 3311.2700
E-mail: sac@cnpma.embrapa.br
Herbishow 2011
Tipo de Evento: Seminário Nacional sobre Controle de Plantas Daninhas no
Cultivo da Cana-de-Açúcar
Realização: Idea Online
Início do Evento: 15/05/2011
Fim do Evento: 19/05/2011
Estado: SP
Cidade: Ribeirão Preto
Localização do Evento: Centro de Convenções de Ribeirão Preto
Informações e Inscrições: (16) 3514 0631 / 3211 4770
CROP WORLD - SOUTH AMERICA 2011
Tipo de Evento: Conferência / Palestra
Início do Evento: 09/05/2011
Fim do Evento: 10/05/2011
Estado: SP
Cidade: São Paulo
Localização do Evento: Blue Tree Morumbi - São Paulo
Informações com: Luciana Souza
Telefone: 11 3524-8505
E-mail: luciana.souza@Lstreinamentos.com.br
Descrição: Desafios, Investimentos e Melhores Práticas em Comércio Internacional, Regulação, Investimentos, Insumos e Sustentabilidade nos Setores de
Defensivos e Fertilizantes
Participação especial de palestrantes de entidades como: ANVISA, MAPA
e IBAMA
Revista Canavieiros - Abril 2011
38. 38
VENDEM-SE
- Trator MF 5320, ano 2002;
- Recolhedora, Miac, Double Masterii, ano 2002;
- Transbordo SANTAL VT-8;
- Subsolador 7 ASTES BALDAN;
- Plantadeira Jumil 4l pd2980 ex;
- Plantadeira Jumil 4l pd 2650;
- Prancha Trivellato, ano 1959;
- Scania 111, ano 1977;
- Kombi, ano 1997;
- Plantadeira Jumil 6l. pd2980, ano 2004.
Tratar com Luís Godoy pelo telefone:
(16) 3944 3333 / 9181 7176
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9163-2196 ou (16) 3952-2361.
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com marcador de sulco;
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- Grade niveladora de arrasto de 42x20”;
- Grade niveladora de arrasto de 32x18”;
- Par de esteira para carreta de torta
de filtro.
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(16) 3942-3987 ou 3942-2895.
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vidro para distribuição de vinhaça. Ótimo estado. Valor a combinar.
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4 km da cidade. São 15 alqueires, sendo
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para 600 litros. Tanque semi novo instalado e funcionando na propriedade em
Descalvado-SP. Valor: R$ 8.400,00, dividido em 04 vezes, ou outra forma de
pagamento a combinar.
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9607-7000.
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9166-1710 ou pelo e-mail: cyutakam@
hotmail.com
- 04 Reboques agrícola (transbordo)
SMR, Ano 2008/09 (SERMAG), Chassis duplo, recebido em 2009;
- 01 Trator agrícola VALTRA BH180,
Ano 2006 (Gabinado), 4x4 com HiFlu
(Lataria, parte elétrica e pneus perfeitos);
- 01 Trator agrícola VALTRA BH180,
Revista Canavieiros - Abril de 2011
VENDE-SE
VENDEM-SE
Ano 2007 (Gabinado), 4x4 com HiFlu
(Lataria, parte elétrica e pneus perfeitos);
- 01 Caminhão FORD 5032, Ano
2006, 4x4 Traçado (Pneus Semi-novos),
com Carroceria Canavieira (GOYDO),
ano 2009, comprimento 8m., com cabos
de aço e cambão (ótimo estado);
- 01 Reboque 2 eixos (GOYDO), ano
2009, comprimento 8,20m, altura 4,40m,
largura 2,60m com cabos de aço e cambão (pneus em bom estado) medida dos
pneus 1000/20 (Semi-novo);
- 01 Carreta agrícola Tanque 6400 litros (4 rodas) , ano 2010, para óleo diesel
com bomba para abastecimento seminova (com medidor);
- 01 Carreta agrícola Tanque 3000 litros (2 rodas) com bomba para abastecimento de óleo diesel e medidor;
- 01 Colheitadeira de Cana CASE
A7700 (esteira), Motor CUMMINS
M11, despontador, disco de corte lateral,
Auto tracks (copiador de solo), elevador
estendido. Fabricada em 2008, foi recebida em dezembro de 2008. Começou a
trabalhar na safra 2009, por tanto trabalhou 2 safras, com 5000 horas.
Os atendimentos dos caminhões são
da própria concessionária.
Tratar com Marcus pelo telefone: (17)
8158-1010 ou com Nelson pelo telefone:
(17) 8158-0999.
VENDEM-SE
- 01 caixa d’água modelo australiana
para 50.000 lts;
- 01 caixa d’água modelo australiana
para 5.000 lts;
- 01 transformador de 15 KVA;
- 01 transformador de 45 KVA;
- 01 transformador de 75 KVA;
- Mourões de aroeira;
- coxos de cimento;
- porteiras;
- 01 repetidora com 10 rádio-amadores e 3 HT;
- 01 cultivador de cana DRIA 2006,
semi novo.
Tratar com Wilson pelo telefone: (17)
9739-2000 - Viradouro –SP.