O documento discute o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) da OCDE e os resultados dos testes de 2003, além de apresentar perspectivas sobre educação e mudança em diferentes regiões. O documento também discute como a tecnologia pode ser usada para apoiar, suplementar ou transformar sistemas educacionais.
3. PIL – Conselho Consultivo Internacional
• Funções principais dos membros:
• Atuar como críticos (“friendly critics”)
• Agir como embaixadores
• Servir como endossadores / fiadores
• Visitas e contatos:
• Americas (especialmente LatAm, EUA, Canada)
• Europa (especialmente países escandinavos e do Leste)
• Asia (especialmente os “Tigres”)
• Oceania
4. PIL – Objetivo Geral
• Empregar a tecnologia como alavanca para melhorar a
qualidade da educação nos países em que a Microsoft
tem subsidiária
• Fazer isso através de parcerias com o setor público e
que envolvam o Terceiro Setor e as universidades
• PIL está sendo implementado em cerca de 100 países,
com os mais variados níveis de desenvolvimento, com
culturas diversificadas, e com sistemas educacionais
que são avaliados de forma muito distinta
5. Avaliação de Sistemas Educacionais
• Categorias:
• Excelentes
• Muito bons
• Bons
• Regulares
• Fracos
• Ruins
6. Avaliação de Sistemas Educacionais
• Agrupando as categorias:
• Excelentes
• Muito bons
• Bons
• Regulares
• Fracos
• Ruins
A
B
C
7. Atitudes para com Mudanças
• Rejeição generalizada (Atitude Conservadora)
Ênfase na conservação do status quo
• Aceitação / Rejeição parcial (Atitude Reformista)
Ênfase na promoção de reformas “lentas, graduais e
seguras”
• Aceitação generalizada (Atitude Revolucionária)
Ênfase na necessidade de inovações e tranformações
(Idéias inspiradas no livro de David H. Hargreaves,
Education Epidemic: Transforming Secondary Schools
Through Innovation Networks)
8. Lei sobre Mudança Educacional
• Quanto melhor a avaliação de um sistema educacional,
tanto mais conservadora a atitude para com mudanças
• Se o sistema é avaliado como excelente ou muito bom,
conclui-se que não há por que mudá-lo e que é preciso
conservá-lo
• Se o sistema é avaliado como bom / regular, conclui-se
que é preciso mudá-lo, mas com cuidado, conservando
o que é de valor (reformar para melhorar)
• Se o sistema é visto como ruim / fraco, conclui-se que é
preciso mudá-lo radicalmente (inovar para transformar)
(Lei derivada de uma tese de Nicholas Negroponte)
9. Tecnologia, Educação e Mudanças
• Usar a tecnologia para sustentar o que já fazemos
Uso conservador da tecnologia na educação
• Usar a tecnologia para suplementar o que fazemos
Uso da tecnologia para promover reformas
• Usar a tecnologia para subverter o que fazemos
Uso inovador da tecnologia para transformar a educação
(Idéia adaptada de George Scharffenberger)
10. Uma Última Idéia
• Em geral a melhor hora de fazer mudanças radicais é
quando você (ainda) não precisa fazê-las
(Tese de Greg Butler – sem nenhuma adaptação)
12. Avaliações de Alunos – PISA da OECD
OECD
Organisation for Economic Cooperation and Development
PISA
Programme for International Student Assessment
Países participantes em 2003 (41) [Em 2006 serão 57]:
Alemanha Austrália Áustria Bélgica Brasil* Canadá Coréia
Dinamarca Espanha Estados Unidos Finlândia França Grécia
Holanda Hong Kong-China* Hungria Indonésia* Irlanda Islândia
Itália Japão Latvia*, Liechtenstein Luxemburgo Macao-China*
México Nova Zelândia Noruega Polônia Portugal Reino Unido
República Eslovaca República Tcheca Rússia* Sérbia-
Montenegro* Suécia Suíça Tailândia* Tunísia* Turquia Uruguai*
13. PISA
• Teste padronizado aplicado a jovens de 15 anos que
estão freqüentando a escola (i.e., alunos próximos do
final do período de escolarização obrigatória na maior
parte dos países da OECD)
• O teste é aplicado a 4-10 mil alunos em cada país e
busca avaliar:
• Capacidade de leitura (Reading Literacy)
• Conhecimentos de matemática (Mathematical Literacy)
• Conhecimentos de ciências (Scientific Literacy)
• Habilidades de solução de problemas (Problem Solving
Skills)
14. Resultados 2003 – Os Melhores
• Finlândia ficou em 1º
em Leitura e em Ciências, em 2º
em Matemática, e em 3º
em Solução de Problemas
• Com uma exceção, Coréia e Hong Kong ficaram entre
os cinco primeiros em todos os testes, ficando em 1º
e
2º
em Solução de Problemas (Exceção: Hong Kong em
décimo em leitura)
• Japão ficou entre os seis primeiros em todos os testes,
menos no de Leitura, em que não ficou nem entre os
dez primeiros
15. Resultados 2003 – Os Medianos
• EUA, Reino Unido, Alemanha, França, Espanha e
Itália não ficaram entre os dez primeiros em nenhum
teste
• A Itália, além disso, ficou entre os dez últimos em
Matemática e Solução de Problemas
16. Resultados 2003 – Os Piores
• Brasil e México ficaram entre os cinco últimos em
todos os testes (na companhia de Tunísia, Indonésia,
e, alternando, Tailândia e Turquia)
17. Aparente Conclusão
• Na Ásia os “Tigres” e o Japão estão bem, e na Europa
só a Finlândia se destaca (Categoria A?)
• Os EUA, o Canadá e os principais países da Europa
ficam numa posição mediana (Categoria B?)
• Os grandes países latinos, Brasil e México, são uma
vergonha (Categoria C?)
18. Uma Nova Realidade: Característica
Básica
• Mudanças (Alvin Toffler, 1970, 1980, 1990, 2006)
• Em quantidade inédita
• Com rapidez atordoante
• Permeando todos os aspectos da vida
• Tendo na tecnologia a força motriz
• Direcionadas para inovação / renovação constante
• Fornecendo múltiplas alternativas
• Favorecendo a individualidade
20. Diante dessas Considerações...
• Não é possível ter exatamente o mesmo discurso para
com as audiências desses diferentes países
• Para cada uma dessas audiências, as ênfases devem
ser diferentes – mas o essencial do discurso é comum
21. “Tigres” Asiáticos e Japão
• Esses países em geral:
• Combinam a valorização de uma cultura conservadora
(visão ordenada e hierarquizada da sociedade e da vida,
profundo respeito às autoridades, aos mais velhos, aos
famosos ou bem sucedidos, e disciplina a toda prova)
com um profundo respeito pela educação, pela ciência
e pela tecnologia -- e pelas mudanças que esta traz
• Orgulham-se de suas realizações no plano econômico
e as atribuem em grande medida à universalização do
acesso à educação e à melhoria da qualidade desta
• Examinam com interesse visões diferentes da sua
• Diante disso...
22. “Tigres” Asiáticos e Japão
• Ressalto e enalteço o fato de que eles conseguiram
tornar os seus sistemas educacionais melhores do que
os dos EUA e dos principais países europeus
• Mostro, porém, que as conquistas que fizeram estão
no plano da educação tradicional: sua educação é
extremamente tradicional – e é isso que o PISA em
grande medida ainda avalia (donde o seu sucesso)
• Mostro que o mundo sofreu profundas mudanças nos
últimos 60 anos – e que, por isso, PISA está mudando!
• Indico qual é a educação de que o mundo precisa hoje
– e mostro que ela está bem longe da tradicional
23. Finlândia
• Os finlandeses
• em geral não se orgulham de seu sucesso no PISA
• reconhecem que sua educação é tradicional, mas não
têm uma atitude conservadora
• são abertos a mudanças e sabem que esta é a hora de
mudar – quando ainda não há grande pressão para isso
• estão ativamente buscando alternativas criativas
• não têm dúvidas de que as alternativas são basicamente
pedagógicas mas que dificilmente serão implementadas
sem o apoio de tecnologia adequada
• Diante disso...
24. Finlândia
• Discuto com eles alternativas pedagógicas à educação
tradicional
(Eles estão muito abertos a essa discussão, porque
têm grande interesse nas idéias de educadores dos
países emergentes e enorme admiração por Paulo
Freire, não olhando de forma muito positiva o que é
feito nos Estados Unidos e nas grandes potências da
Europa na área da educação)
25. Estados Unidos e Europa
• Esses países são muito bem sucedidos do ponto de
vista econômico, e a maioria deles é influente do ponto
de vista político, cultural (e até mesmo militar)
• Eles valorizam a educação, a ciência, a tecnologia – e,
em geral, têm uma atitude muito positiva para com a
criatividade e a inovação
• Eles em geral acreditam que sua educação é muito
boa (com exceção de alguns enclaves que precisam
melhorar) e adotam, em relação a ela, uma atitude
bastante conservadora
• Diante disso...
26. Estados Unidos e Europa
• Procuro mostrar a eles mais ou menos as mesmas
coisas que mostro aos “Tigres” Asiáticos e ao Japão,
com variantes
• Mostro a eles que no PISA eles se saem bem pior do
que os “Tigres” Asiáticos (e a Finlândia)
• Acrescento, em especial nos Estados Unidos, que o
seu sucesso econômico, político, cultural pode estar
enraizado mais em características de sua cultura do
que na qualidade de sua educação formal – e que
muitos dos seus maiores sucessos (Bill Gates, e.g.)
abandonaram a escola para conseguir seu sucesso...
27. América Latina
• Aqui em geral há reconhecimento de que a educação
é essencial mas que o sistema educacional é ruim
• Aqui há uma atitude bastante aberta a mudanças na
área da educação
• Aqui há uma enorme fascinação pela tecnologia e uma
crença, às vezes ingênua, no seu poder de promover
as mudanças necessárias na educação
• Aqui há em geral um certo desprezo pela gestão, em
especial pela gestão de mudanças
• Diante disso...
28. América Latina
• Procuro mostrar que há países (como os EUA) que
investem recursos consideráveis na educação, em que
os alunos têm acesso à mais sofisticada tecnologia,
em que eles dominam a tecnologia nos seus aspectos
técnicos, mas onde a educação está longe de ser a
melhor, mesmo em seus aspectos mais tradicionais
• Procuro mostrar que não há muito sentido em reformar
a educação, mas, sim, em transformá-la radicalmente
• Procuro convencê-los de que, pela lei de Negroponte,
a educação do futuro pode surgir em países em que a
educação tradicional entrou em total colapso...
29. Núcleo Comum de Minhas Palestras
• Para uma nova era, precisamos de uma educação
radicalmente nova
• Essa educação deverá ser focada no desenvolvimento
humano
• Suas principais características serão:
• Ela será centrada no aluno (não no professor)
• Ela será instrumentada por uma aprendizagem ativa
(não pelo ensino)
• Seu conteúdo será o desenvolvimento de competências
(não a transmissão de informações e conhecimentos)
30. Núcleo Comum – Currículo
• Ênfase na construção de uma matriz de competências
que os alunos devem ou podem desenvolver (entre as
quais estão as voltadas para buscar, gerar, organizar,
analisar, aplicar informações, construir conhecimentos
e modelos mentais, etc.)
(PISA está pesquisando testes que avaliem a posse
de competências mais do que o domínio de
informações e conhecimentos)
31. Núcleo Comum – Metodologia
• Ênfase na aprendizagem ativa, entendida esta como
tornar-se capaz de fazer o que antes não se conseguia
fazer (Peter Senge)
• Ênfase no fato de que se aprende melhor quando se
está resolvendo problemas ou desenvolvendo projetos
(Isto é: aprende-se mais eficazmente fazendo do que
simplesmente ouvindo ou mesmo lendo)
32. Núcleo Comum – Escolas e
Comunidades
• Ênfase na criação de ambientes de aprendizagem
abertos e flexíveis, que favoreçam e estimulem a
criatividade, a solução de problemas, a inovação,
o trabalho em equipe, a liderança, a disposição de
tomar riscos e trilhar caminhos ainda não trilhados,
etc., em que os alunos sejam protagonistas ativos,
participantes, auto-motivados e possam aprender
não só através do ensino, quando necessário, mas
especialmente através da investigação, individual
ou colaborativa
33. Núcleo Comum – Tecnologia
• Ênfase no fato de que a tecnologia mais importante
para a educação é a que facilita a comunicação, a
interação, a colaboração (isto é, a aprendizagem) –
que é muito mais importante do que a tecnologia que
dá acesso a informações (e favorece o ensino)
(Bill Gates: a função essencial da tecnologia hoje é
colocar pessoas em contato com pessoas e lhes dar
acesso às informações de que precisam para fazer o
que desejam: trabalhar, aprender, satisfazer a sua
curiosidade, promover seus interesses, divertir-se...)