O documento apresenta um resumo histórico da cidade de Santos e da Hospedaria dos Imigrantes. Fala sobre como o porto e a ferrovia trouxeram desenvolvimento para a cidade no século XIX, mas também problemas de insalubridade. Destaca a intervenção do governo no final do século XIX para sanear a cidade, incluindo a construção da Hospedaria para receber imigrantes doentes. Apresenta ainda um breve histórico sobre o uso do prédio da Hospedaria ao longo do tempo.
A produção do espaço urbano em São Caetano do Sul - SP
História da Hospedaria dos Imigrantes
1.
2. Univercidade Católica de Santos
Marilia Fernanda Ferreira de Oliveira
Orientadora: Prof. Dra. Cássia C. Magaldi
Santos 2011
Trabalho apresentado à Universidade Católica de
Santos, como requisito para a conclusão do Curso
de Curso em Arquitetura e Urbanismo.
Restauração e requalificação da Hospedaria
dos Imigrantes em um centro cultural.
Universidade Católica de Santos
Unisantos
3.
4. ‘‘Just because I’m losing
Doesn’t mean I’m lost
Doesn’t mean I’ll stop
Doesn’t mean I’m across’’
Martin | Buckland | Berryman | Champion.
5.
6. Dedico esse trabalho aos meus pais Earle e Maria José, a
minha irmã Ligia, ao meus avós Earle e Maria e a toda minha
familia, pois sem eles não teria a oportunidade nem o apoio
para realizar todos os meus sonhos e de me tornar que eu
sou.
Agradeço a todos os meus amigos em especial Ana, Aline,
Cibele, Danielle, Karol, Mayra, Eliza, Marcel, Cintia, Carla, Otto,
Romulo e Thiagão que fizeram esses 5 anos inesquecíveis
e com certeza mantiveram minha alegria e lucidez viva nas
intermináveis semanas de entrega.
Agradeço a todos os mestres que passaram pela minha vida,
em especial a minha orientadora Cássia, por toda paciência,
compreensão e auxílio durante a realização desse trabalho.
Agradeço também a todos da Família Agnello, Camargo e
Simonian, em especial, Bruno, Silvana, Claudio, Fernanda,
Lygia e Aloísio por todo apoio e carinho que recebi.
Agradeço também ao meu grande amigo Claudião
simplesmente por existir em minha vida.
E por fim ao Lucas, pela paciência e apoio nos piores
momentos, e por todo amor, carinho e companheirismo que
eu jamais poderia imaginar ter.
7. Sumário
Introdução
1.0 Resumo Histórico
1.1 Vila Mathias
1.2 Hospedaria dos Imigrantes
2.0 O Projeto Original
01
05
11
17
25
2.2 Cronologia Construtiva
3.2 Planta Síntese
27
31
2.1 A Hospedaria nos Jornais
3.1 Documentação Fotográfica
3.0 Mapeamento de Danos 39
45
65
8. 5.0 Legislação Incidente
6.0 Casos Semelhantes
Referências Imagens
Referências Bibliográficas
7.0 Proposta
7.2 Programa
7.1 Memorial Descritivo
4.0 Diretrizes de Preservação
7.3 Estudos Exploratórios
7.5 Projeto
7.4 Maquete Eletrônica
69
75
101
79
85
93
91
99
10. Introdução
2
Graças ao seu porto, a cidade de Santos aumentou sua
população e economia, tornando a 16º cidade mais rica
do país, e com os crescentes investimentos por conta
do pré sal, turismo e do próprio porto a cidade tende a
crescer mais.
Em contrapartida, o mesmo porto que trouxe economia
e crescimento a cidade, transformou o centro em seu
quintal, fazendo com que os moradores mais abastardos
migrassem para a orla, tornando as zonas centrais, onde
agora estão os moradores de baixa renda em áreas
totalmente degradadas, esquecidas pelo governo.
Dessa forma é essencial uma intervenção de caráter
sociocultural, com o intuito de (re)conduzir as pessoas e
trazer novamente vida, movimento e qualidade de vida
para os bairros afetados pela falta de investimento.
O foco principal da minha proposta para a requalificação
dessas áreas menos favorecidas, é a restauração do
edifício da Hospedaria dos Imigrantes, transformando-o
em um centro cultural não só para os moradores locais,
como também para toda região de Santos.
O trabalho aqui apresentado foi dividido em 7 capítulos
para melhor compreensão:
No primeiro capítulo será abordado, um pequeno resumo
histórico da cidade, do porto e consequentemente da
Hospedaria dos Imigrantes, além de uma análise do bairro
Vila Mathias, onde está localizado o objeto em estudo.
No segundo capítulo aprofundaremos um pouco mais
sobre a História da Hospedaria, desde o seu projeto
original, a sua cronologia construtiva.
No terceiro capítulo, representarei através de desenhos, e
levantamento fotográfico seus danos internos e externos,
e através de uma planta síntese, seu atual estado de
conservação.
No quarto capítulo, após estudo de diversos textos,
elaborei uma diretriz de preservação, mostrando o que
deve ser preservado, demolido e construído.
No quinto capítulo, será abordado a legislação vigente na
área onde se encontra o objeto de estudo.
No sexto capítulo, selecionei 3 edificações para serem
meus estudos de caso.
Por fim, no sétimo capítulo, apresentarei minha proposta,
juntamente com programa e desenhos, do projeto
proposto.
Montagem realizada
pela autora,
representando a
divisão social e
econômica que
acontece na cidade de
Santos, a mancha azul
representa, área a ser
estudada.
Imagem Google Earth
11. ‘‘Tantos sonhos são desfeitos
Uma mãe que afaga o peito
Seu filho que vai partir
Pra longe vai o imigrante
Pra outra terra distante
Outro caminho a seguir
Mal ele sobe ao navio
Ao coração da-lhe o frio
Das saudades que já tem
E olhando o lenço branco
Que se agita vem-lhe o pranto
E acena pra ninguém
Nunca mais nunca mais
Sua terra há de voltar
Nunca mais nunca mais
Sua terra há de voltar
E depois de alguns anos
De esperanças e de desenganos
Pela fé foi que venceu
Mas foi com tanta alegria
Que ele viu chegar o dia
De poder rever os seus
Mas hoje há festa na aldeia
A noite faz-se uma ceia
Pra alguém que vai chegar
Tanto tempo tão distante
Vem de volta o imigrante
Com o coração a cantar
Nunca mais nunca mais
Sua terra há de deixar
Nunca mais nunca mais
Sua terra há de deixar’’
A pouco tempo chegaram
Mas mil anos se passaram
Dentro do seu coração
Aos poucos o desgosto
Deixou mazelas no rosto
e calos na sua mão
Mas manda cartas aos seus
Dizendo Graças a Deus
Pelo destino que tem
Feliz a mãe a recebe,
jamais nas linhas percebe
Que sofre como ninguém
Nunca mais nunca mais
Sua terra há de voltar
Nunca mais nunca mais
Sua terra há de voltar
IMIGRANTE - Roberto Leal
13. 1 - Planta geral das estradas de ferro das províncias de São Paulo, representando em vermelho onde se localiza a cidade de Santos, a Ferrovia São Paulo Railway, que
liga Santos a São Paulo e Jundiaí, trazendo café, e consequentemente, economia e crescimento para a cidade.
Fonte: www.musicasobretrilhos.blogspot.com, visitado em 28/05/2011
5
14. 1.0 Resumo Histórico
Desde o Início do século XIX o porto de Santos foi
considerado o mais importante porto da província,
monopolizando a comercialização e exportação do
açúcar do estado.
A partir de 1860 a produção de café ganha força no
interior de São Paulo, substituindo o cultivo da cana de
açúcar, resultando em mudanças econômicas e sociais
para o Estado e principalmente para a cidade.
“abre-se para a província de São Paulo uma
nova era e para o porto de Santos uma etapa
que vinte e cinco anos depois se concretizaria
na sua construção definitiva. Não é preciso dizer
da importância que este fato teve para um novo
período de expansão da lavoura cafeeira paulista,
então já a mais importante riqueza Planaltina.’’1
Santos se torna então o principal ponto de escoamento
e monopolizador de toda atividade com o planalto,
tornando dessa forma essencial a melhoria da infra
estrutura de locomoção entre a capital e o porto.
Dessa forma em 1868 foi inaugurada a primeira ferrovia
paulista, a São Paulo Railway, ligando Santos a Jundiaí.
“Em 1855 um decreto imperial autorizava a
concessão a quem se propusesse realizar a
ligação ferroviária entre Santos e Rio Claro. Em
1856 o decreto teve efeito com uma concessão
ao grupo Mauá, transferida depois a “São Paulo
Railway”, Em 1867 os trilhos completaram a
ligação até o litoral. ”2
O enriquecimento provocado pelo café representou
um grande impulso para o crescimento de Santos, que
até então passava por um período de estagnação, a
cidade cresceu aumentando sua expansão econômica
juntamente com a expansão cafeeira além do decorrente
crescimento populacional, incorporando novas áreas
alterando seu tecido urbano surgindo novos bairros como
o Macuco e o Paquetá.
1 - LANNA, Ana
Lucia Duarte. Uma
cidade na transição
Santos: 1870-1913,
1996, p.55.
2- Maia, Prestes.
Plano Regional para
Santos, 1950, p.37
6
15. A elite começa a abandonar o Valongo para residir nas
novas áreas em expansão da cidade, deixando o bairro
para os trabalhadores do porto e da ferrovia, além
dos imigrantes que passavam a chegar em busca de
oportunidade no interior ou na própria cidade.
Porém, o aumento populacional sem um programa de
saneamento básico e a grande quantidade de cortiços,
acarretou uma série de epidemias que passaram
a visitar sistematicamente a cidade, como a febre
amarela, malária e varíola que em 1889 dizimou quase
4% da população, e aqueles que podiam começaram a
abandonar a cidade.
O Porto de Santos passou então a ser conhecido como
o ‘’Porto da Morte’’ levando medo a todos os navios
estrangeiros que evitavam atracar em seu litoral, e aos
que fizessem, teriam que ficar em quarentena, afetando
efetivamente o comercio da cidade.
“Várias são as descrições sobre a cidade de
Santos e todas elas acabam enfatizando o
grave problema de insalubridade. O alemão Karl
Von Koseritz ao ter o navio que viajava atracado
no porto de Santos, em 1884, desceu para
conhecer a cidade. De todos os passageiros
foi o único que realizou essa proeza. ‘’ O mau
cheiro, as águas nauseabundas, cheias de
lama e lixo, as pontes de desembarque meio
destruídas, o medo da febre amarela’’.3
4 - Praia do Consulado - 1882 em pintura de Benedicto Calixto.
Fonte: Fundação Arquivo e Memória de Santos.
2 - Cafe no porto de Santos em1880
Fonte: Marc Ferrez: Santos Panorâmico. Org.
Gino Caldatto.
3 - Obra da ferrovia no cais de Santos em 1980.
Fonte: Marc Ferrez: Santos Panorâmico. Org. Gino Caldatto.
3 -LANNA, Ana
Lucia Duarte.
Uma cidade na
transição Santos:
1870-1913, 1996,
p.70
7
16. O quadro de epidemias era de tal gravidade que
começaram a assolar o interior do estado e comprometer
com as lavouras, pois muitos imigrantes com medo da
possibilidade da morte, além das diversas pressões que
os países de origem exerciam ameaçando deixar de
enviar trabalhadores para as fazendas cafeeiras (LANNA,
Duarte).
Foi então que em 1890, o Governo Estadual interveio com
a Comissão Sanitária ligada a Secretaria do Comércio
Interior, que exerceria o poder de policia sanitária,
vistoriando habitações, limpando ruas e terrenos vazios,
enquanto a Comissão de Saneamento ligada a Secretaria
da Agricultura, seria responsável pela canalização de
águas de chuvas, e esgotos pela cidade.
O então engenheiro sanitarista Saturnino de Brito,
membro da Comissão de Saneamento, implantou em
Santos um plano urbanístico pioneiro no qual usava a
topografia da cidade como grande aliada, criando canais
deescoamentodaáguadechuva,jardins,praças,equando
necessárias demolições de edifícios que comprometiam
com a salubridade da cidade.
5 - Plano de Saturnino de Brito para a expansão de Santos, 1910
Fonte: Novo Milenio
8
17. 6 - Vista do bairro Macuco, com a Hospedaria dos imigrantes de Santos (quadrado roxo) e o Porto ao fundo. Sem data - Fonte:
Novo Milenio
9
18. Além das melhorias urbanísticas, a Comissão Saneamento
realizou a implantação de um Hospital de Isolamento, e
uma Hospedaria dos Imigrantes, para os trabalhadores
que chegassem enfermos serem tratados, antes de
subirem para o Planalto.
De acordo com a Comissão de Saneamento de Santos,
as obras para a construção da Hospedaria dos Imigrantes
teria inicio em 1910, porém devido a atrasos, apenas em
1912 sua construção começou a ser realizada,paralisando
novamente em 1914.
Em 1917 o governo retomou a construção mudando
completamente o projeto original de Nicolau Spagnolo,
para ser transformado em depósito de café. Em 1928
devido à crise de café o edifício passou a funcionar como
entreposto de milho até 1940 quando a Associação dos
bananicultores tomou receberam o direito de posse
usando até 1989 quando o edifício passa a ser usado
pela ATAPESP (associação dos Avulsos do Estado de São
Paulo) e pela Secretaria da Segurança Pública, usando
como garagem de automóveis da polícia.
Em 1998, o CONDEPASA (Conselho de Defesa do
Patrimônio Cultural de Santos) tomba o Edifício da
Hospedaria, e o governo passa para a Associação do
Comércio Varejista, para a restauração e criação de
pavilhão de exposições, porém por falta de recursos
o edifício ficou abandonado até ser repassado para a
prefeitura de Santos, que tinha planos de criar um museu
do Imigrante e uma biblioteca pública, que não passou
do papel deixando o edifício novamente em completo
abandono.
Em 2006 a prefeitura passa para a UNIFESP a posse do
edifício, para a criação de uma nova sede da Universidade
na Baixada Santista, mas o edifício encontra-se
abandonado até os dias de hoje.
10
19. 7 - Bonde na avenida Ana Costa, ligando o bairro gonzaga ao Vila Mathias. Sem data - Fonte: Arquivo de Emílio Sérgio Pechini
11
20. 1.1 Vila Mathias
“Tudo começou com uma empresa de bondes
e um cidadão português chamado Casimiro Al-
berto Matias da Costa. Ele comprou a concessão
dos serviços de bondes, puxou os trilhos a praia
pela Avenida Ana Costa e, bem no finalzinho des-
sa via, instalou uma empresa de bondes. Foi o
quanto bastou para dar inicio a um bairro”4
No final do século XIX, com as epidemias controladas,
a Comissão de Saneamento apresentou um plano de
desadensamento populacional no centro de Santos,
principalmente para a classe trabalhadora que vivia em
sua maioria em cortiços.
Com a construção das avenidas, Ana Costa e Conselheiro
Nébias, a cidade começou a se expandir para os terrenos
próximos a praia, criando uma grande especulação
fundiária, onde apenas os funcionários Públicos e famílias
com condições financeiras pudessem adquirir.
Foi então que apareceu Matias Costa, dono de
grandes lotes de terras, aproveitando a grande camada
trabalhadora que procurava adquirir novos padrões de
vida. Além de lotear, Matias criou uma linha de bonde
que passava pela Avenida Ana Costa e chegava até a
praia onde hoje existe o bairro do Gonzaga.
Imagem realizada pela autora, através de pesquisa em diversos mapas e textos
representando a expansão urbana até 1910.
4- Novo Milênio,
Histórias e lendas
de Santos – reporta-
gem retirada do
jornal A Tribuna em
24/02/1983.
12
21. OBairroVilaMathias,semprefoipredominantemente
de trabalhadores, porém ao longo dos anos foi
abrigando diversos equipamentos culturais e
educacionais, como a primeira escola pública de
Santos, o Colégio Cesário Bastos e atualmente o
Centro de Cultural Patrícia Galvão que engloba o
Teatro Municipal Braz Cubas, o Museu da Imagem
e do Som de Santos, a Hemeroteca Roldão Mendes
Rocha e a Secretaria Municipal de Cultura (Secult).
O Bairro Vila Matias encontra-se em fase de
transformação econômica onde era caracterizada
pelo comércio de peças de automóveis, materiais
de construção e armazéns de serviço do porto,
já apresenta diversos colégios particulares,
universidades, arena esportiva, casas noturnas,
edifícios comerciais, e até mesmo já iniciaram a
construção de um novo ‘shopping Center’.
8-ColégioCesárioBastos
Fonte:PrefeituraMunicipaldeSantos
9-TeatroMunicipal
Fonte:PrefeituradeSantos
10-ArenaSantos
Fonte:PrefeituradeSantos
13
22. Ao mesmo tempo em que o bairro tem crescido
economicamente, ainda predominam casas uni familiares
com moradores de baixa renda e uma grande quantidade
de cortiços principalmente na área próxima ao bairro Vila
Nova e Outeirinhos, onde atualmente passa a Avenida
Perimetral, que cria uma fronteira entre o Porto e a
cidade formando diversas vielas mal utilizadas e até
mesmo perigosas.
“O problema básico das fronteiras, como vizinhas
da cidade, é que elas costumam formar becos
sem saída para a maioria das pessoas que
utilizam as ruas. Para a maioria das pessoas, elas
representam barreiras. Conseqüentemente, a rua
adjacente a uma fronteira é um ponto final para o
uso diversificado.”5
Somando a fronteira entre o porto e a cidade e a falta
de planejamento estratégico para o desenvolvimento
sócio-econômico dos bairros que fazem divisa com a
nova avenida Perimetral, transformam essas áreas, em
locais ‘‘mortos’’ para empreendimentos econômicos.
5- JACOBS, Jane:
Morte e Vida de
Grandes Cidades,
2003, São Paulo/SP.
p.287.
11-ImagemaéreadaAvenidaPerimetral.-Fonte:Imagensaéreas.com.br’
14
24. Essas áreas passam a ter poucos freqüentadores, uma
grande quantidade de terrenos vazios, abandonados
e subutilizados, além do grande tráfego de caminhões,
criando ruídos e poluição para o local. Começa então
um processo de deterioração das áreas adjacentes a
avenida perimetral e ao porto.
Faz-se Necessário uma intervenção de caráter
transformador, para revitalização dessa área.
1 Cortiços
Terrenos Vazios
Abandonados
Legendas das plantas ao lado:
3 Serviços
Comércio
Residências
Instituições Públicas
Instituições Particulares
2 Cidade
Avenida Perimetral
Porto
Mar
16
25. 1.2 Hospedaria dos Imigrantes
12-PartedafachadadaHospedaria.Fonte:RogérioSimões.
7
17
26. No final do século XIX, Santos passou por sua pior
epidemia de febre amarela, matando grande parte da
população local, e aterrorizando os navios estrangeiros
que atracavam no porto (LANNA, Duarte).
Nesse mesmo período a imigração para o Brasil,
principalmente no estado de São Paulo passava por
alertas de vários países devido às péssimas condições
de trabalho, epidemias e desrespeito as condições dos
imigrantes que muitas vezes moravam em cortiços por
não ter um local adequando para ficar.
Foi então que em Santos, a Comissão de Saneamento
criada para planejar a saúde pública da cidade, intervêm
criando um hospital de Isolamento e a hospedaria, que
funcionaria como um posto avançado a hospedaria de
São Paulo, tratando dos imigrantes que manifestassem
algum sintoma de doenças, antes de serem enviados
para São Paulo.
13 - Chegada dos imigrantes japoneses no porto de Santos.
Fonte: Arquivo Publico do estado de sao Paulo.
14 - Localização pelo Google Earth - 2009
O local escolhido para a construção da Hospedaria
Santista está localizado no bairro Vila Mathias com divisa
ao bairro Outeirinhos, onde antes existia um antigo
barracão da Comissão de Saneamento.
A Construção Projetada em 1910 pelo arquiteto Italiano
integrante da Comissão de Saneamento, Nicolau Spagnolo
começou a ser executada em 1912 com previsão de
dois anos para o termino da obra, porém sem obedecer
integralmente o seu projeto projeto original, foi paralisadas
por falta de verbas em 1914.
No final deste mesmo ano o Jornal a tribuna enviou
uma nota informativa para os imigrantes que chegavam
ao Brasil, pelo porto de Santos, para que assim que
desembarcassem, procurassem informações na Inspetoria
da imigração, localizada ao lado do armazém 4, antes de
subirem para São Paulo, mostrando que o estado não
pretendia retomar as obras paralisadas até então.
18
27. “INFORMAÇÕES ÚTEIS PARA OS IMIGRANTES
Todo o passageiro de 3º classe, agricultor,
artista ou jornaleiro que embarcar no porto
de Santos e queira estabelecer-se no
interior do Estado de São Paulo, tem direito
ao transporte gratuito em estrada de ferro,
para si para sua família e bagagem.
O mesmo poderá ter hospedagem gratuita
por 6 dias, se quiser, durante os quais lhe
será facilitada colocação de acordo com
a sua profissão, caso não tenha destino
certo.
Todo o imigrante será atendido na
‘Inspetoria de Imigração’, que se encontra
em frente ao armazém 4, do porto.’’6
19
28. 6 - Nota retirada
do jornal A Tribuna,
Setembro de 1914.
15 - Inspetoria de Imigração de Santos
Fonte: Arquivo Publico do estado de sao paulo.
Em 1916, o diretor da Comissão de Saneamento de Santos,
Miguel Presgrave informa em um relatório ao Governo
do Estado, que a construção paralisada necessitava
de pequenos reparos, para poder aguardar mais algum
tempo, a conclusão da obra.
Com o início da Primeira Guerra Mundial, a economia do
Brasil que se baseava principalmente na exportação do
café sofreu uma grande queda, pois grandes parte dos
países que importavam o café passaram a recusar por não
ser um produto essencial. Piorando ainda mais a situação
do Brasil, em 1917 a Inglaterra proibiu a importação do
café, deixando espaço de carga nos navios para produtos
vitais, provocando um grande acúmulo de mercadorias.
O governo Federal e o Estado de São Paulo, passam então
a subsidiar o produto, comprando e estocando, de modo a
regular a oferta de mercado, acumulando só no estado de
São Paulo um estoque de 3 milhões de sacas.
Com a enorme quantidade de Sacas e poucos armazéns
no porto de Santos, a Secretaria da Agricultura toma
posse de diversos imóveis incluindo a Hospedaria dos
Imigrantes, utilizando-a como armazém de café, que
além da construção paralisada, ocorreu um acréscimo
onde seria implantada a segunda ala, com apenas um
pavimento, além do fechamento do pátio central.
O edifício funcionou como armazém do café até 1928,
quando em 1929 aconteceu o crack da Bolsa de Valores
de Nova York, forçando uma queda brusca do preço
internacional do café, agravando ainda mais crise de
superprodução do produto, ocorrida no período da
primeira grande guerra.
Com o fim da era cafeeira, o Governo passou a investir no
desenvolvimento industrial como saída para dependência
financeira externa, utilizando a mão de obra dos imigrantes
que trabalhavam nas fazendas, criando um êxodo rural.
Começaram a surgir então diversas fábricas de refinaria
de milho, para a produção de amido, xaropes e óleo,
aumentando a produção de milho no Brasil, foi então que
20
29. 16-ChegadadosImigrantesjaponesesnoportodeSantos-fonte:ArquivoPúblicodoEstadodeSãoPaulo
o edifício da Hospedaria ainda pertencente a Secretaria da
agricultura passou a ser usado como entreposto de milho
até 1940, momento em que a cultura de banana do Vale
do Ribeira começa a ser incorporada à economia estadual,
fazendo com que a Cooperativa dos bananicultores tomem
posse do imóvel, usando como depósitos de banana e
câmara de maturação.
Em 1984 a Secretaria da Agricultura, move uma ação
contra a Cooperativa reavendo o edifício, interrompendo
a ligação entre as duas alas, com um muro, usando até
1989 apenas a segunda ala e o pátio central como
garagem e oficina de carros de polícia, porém com a falta
de manutenção do edifício, uma forte chuva derrubou
a cobertura, causando vários danos a Secretaria da
Segurança Pública, responsável pelos veículos.
Após esse incidente, a segunda ala e o pátio central
foram abandonados ainda pertencendo a secretaria da
Segurança Pública, enquanto a primeira ala, pertencente
a Secretaria da Agricultura foi emprestada por um ano a
Associação dos Avulsos do Estado de São Paulo.
De 1990 a 1998 As duas alas foram completamente
abandonadas, quando em outubro de 1998 o edifício é
tombado pelo CONDEPASA. Nesse mesmo ano o Governo
doestadocedeuoimóvelaoSindicatodoComércioVarejista
da Baixada Santista, onde a entidade se comprometeu
a restaurar e transformar o edifício em um Pavilhão
de Exposições no prazo de 4 anos, porém em 2000 o
sindicado anuncia a desistência do projeto alegando falta
de recursos, ocorrendo novamente o abandono do edifício.
21
30. 7 - Entrevista ao
prefeito João Paulo
Tavares Papa, pelo
jornal A Tribuna,
Dezembro 2004.
A pedidos da Prefeitura de Municipal de Santos, em
2004 o edifício é repassado por prazo indeterminado ao
município, para abrigar um museu do imigrante e uma
biblioteca municipal além de atividades artísticas.
“Aquela região da cidade é uma região muito carente,
talvez a mais necessitada de espaços de convivência.” 7
Porém, nada foi feito durante dois anos, onde nesse
período o estado de degradação do edifício apenas
piorou, o imóvel passou a ser usado por moradores de
rua, que aproveitavam seu abandono para roubar ferro
pertencente a sua estrutura, ocorrendo no fim de 2006
um acidente levando a morte de um morador de rua, que
estava retirando aço proveniente da estrutura, quando a
laje já comprometida não resistiu e cedeu sobre ele.
No final de 2006 o então governador Cláudio Lembro,
assinouumaleiqueautorizaacessãodaantigaHospedaria
para a Unifesp, que tinha a intenção de instalar um novo
campus no local. Porém alegando falta de orçamento
para custear a recuperação do Imóvel, em março desse
ano (2011) a Unifesp comunicou sua desistência ao jornal
A Tribuna.
Atualmente o imóvel encontra-se em grave estado de
deterioração,comsuaestrutura,totalmentecomprometida,
além de muito mato em seu interior, o local passou então
a ser ponto de mendigos e carrinheiros, por conta disso,
muitos comerciantes venderam ou abandonaram seus
estabelecimentos próximos ao local por não enxergarr
uma possível melhora.
EdifíciodaHospedariadosImigrantes.Fonte:Autora.
22
31. ‘‘Eles chegaram, vieram confiantes
De malas na mão são os imigrantes
Sorrindo demais , cheios de esperança
Com poucos vintens e muitas crianças
Como é bom mudar de casa e encontrar
Caras novas, novos vizinhos
É tão bom saber que vai recomeçar
Vida nova, novos caminhos
Cantando eles vão plantando a terra
Adoram dançar, detestam a guerra
Adoram falar da terra distante
Porque afinal são imigrantes’’
Imigrantes , Pholhas
32. CAPÍTULO 2
2.0 O PROJETO ORIGINAL
2.1 A HOSPEDARIA NOS JORNAIS
2.2 CRONOLOGIA CONSTRUTIVA
33. 2.0 O Projeto Original
17 -Planta Térreo - Fonte: Planta pertencente do acervo da Fundação Arquivo e Memória de
Santos, cedida pela instituição para se fotografada pela autora.
18 -Planta Pavimento Superior - Fonte: Planta pertencente do acervo da Fundação Arquivo e
Memória de Santos, cedida pela instituição para se fotografada pela autora.
34. O Projeto da Hospedaria dos Imigrantes, idealizado
pelo arquiteto Nicolau Spagnuolo, está inscrito em um
terreno em forma de trapézio com as ruas Silva Jardim,
Dona Luiza Macuco, Rua Antenor da Costa Leite e a atual
avenida Perimetral, onde antes a mesma era denominada
Avenida Cidade de Santos.
O edifício é composto por um retângulo de 110 x 87, com
duas alas distintas, ligadas no térreo além de um pátio
central descoberto. Sua entrada entrada principal seria
pela Rua Dona Luiza Macuco na ala que seria construída
posteriormente. A entrada dos imigrantes se faz no lado
do cais a onde existe a linha férrea que transportará os
imigrantes e seus pertences até a plataforma existente
no centro do pátio do edifício.
Ao descerem na plataforma, os imigrantes entregam
suas bagagens nos compartimentos ligados a alfândega,
desinfecção,despachos,conferênciasedepósito.Enquanto
seus pertences estão sendo vistoriados e desinfetados,
os imigrantes passam para a sala de banhos, onde estão
16 banheiras dentro de um compartimento dividido em
três partes, na primeira são despidos entregando suas
roupas para desinfetar, a segunda estão as banheiras e
a terceira recebem suas roupas limpas e desinfetadas.
Saindo do salão de banho, o imigrante passa para o salão
de matricula e os refeitórios.
A esquerda da entrada principal (pela Luiza Macuco)
estão localizados, os correios e telégrafos, onde qualquer
imigrante pode usufruir, além do dormitório dos guardas.
Nessa mesma ala encontra-se a área administrativa
do edifício, composto pela diretoria, administração e
almoxarifado.
O edifício é elevado 1.20m do solo, com um pé direito em
todo o térreo de 6,20m, com os parapeitos das janelas
de 1,70, diminuindo assim a possibilidade de fuga.
O segundo pavimento cujo pé direito é de 7,00m possui
duas escadas, uma para entrada dos imigrantes, chegando
ao vestíbulo onde divide o andar em dormitórios
divididos por sexo, e área hospitalar, contendo uma
enfermaria também dividido por sexo, farmácia, salão
dos convalescentes, consultório, administração da
enfermaria, além dos banheiros.
A segunda escada, onde se encontra na ala principal,
chega novamente a um vestíbulo, porém todo esse andar
é ocupado por dormitórios, incluindo o dos guardas,
depósitos e sanitários.
Na parte central onde liga as duas salas, encontra-se um
observatório metereológico.
O estilo arquitetônico do edifício é eclético, com
algumas características renascentistas, suas fachadas,
são de cimento armado revestido por tijolos, suas
janelas possuem caixilho fixo, com apenas as bandeiras
móveis. Porto toda sua extensão, passa uma cornija e
nas aberturas principais podemos notar a presença de
frontões. No seu interior foram usados pilares de ferro,
sustentando a laje de cimento armado, com seu telhado
telha cerâmica francesa.
26
Informações dos
textos referentes
ao projeto original
retiradas da Revista
de Engenharia de
1910.
36. 2.1 A Hospedaria
nos Jornais.
Imagens de jornais
A Tribuna, Jornal
da Orla e Diário
Oficial de Santos,
escaneadas a
partir do acervo da
Fundação Arquivo e
Memória de Santos.
Ao Longo dos anos, a Hospedaria dos Imigrantes, foi
tema de diversos jornais de Santos, como A Tribuna,
Jornal da Orla e Diário Oficial de Santos, mostrando
a população como anda o estado do edifício, suas
transações, repasses, e até mesmo tragédias.
A partir disso, criei uma cronologia das matérias,
separando cada jornal por cores, onde pode ser vista
nas paginas a seguir.
Com essa cronologia, podemos perceber, que em todos
esses 16 anos (as materias encontradas no acervo da
Fundação Arquivo e Memória de Santos são apenas
de 1995 a 2011) ouve muito repasse, burocracia, e
promessas de restauração e requalificação, mas nada
foi feito, deixando em completo estado de abandono,
piorando cada vez mais a situação do edifício e seu
entorno.
28
37. O prefeito David Capstrano estranhou
o convênio entre a secr. da agricultura
e o instituto Helbert Levy, para a
restauração da Hospedaria sem
comunicar a prefeitura. O objetivo era
transformar o edificio em um centro
de convenção.
03/10/95
O prefeito David Capstrano
solicita ao secretário de
Governo e gestão estratégica,
urgentes gestões junto a secr.
da agricultura, no sentido de
retomar os procedimentos da
Hospedaria dos Imigantes.
04/10/95
Prefeitura vai
discutir uso da
Hospedaria,
participando de
todas as discurssões
e do processo de
restauração.
O processo sobre a
restauração da
Hospedaria esta
parado.
07/10/95
O projeto arquitetônico do centro
de convenções foi aprovado no dia
18/07/00 pela prefeitura e pelo
CONDEPASA, segundo o vice
presidente do sindicato dos
varejistas, até o final do ano as
obras já começarão.
19/07/2000
20/08/97
O projeto que transforma
a Hospedaria em um
centro de convenções e
pavilhão de exposições
será apresentado ao
BNDS, de acordo com o
vice presidente do
comércio varejista, José
Kauffmann. A cerca de 1
mês o sindicato e a
codesp assinaram um
termo de permissão de
uso do terreno da
Codesp de 5.080m² para
uso de estacionamento.
11/04/2000
O Sindicato do
Comércio
Varejista anunciou a
desistencia do projeto e
a devolução do imóvel
ao Governo do Estado.
03/09/2000
A hospedaria está
aberta a
empreendedores.
O projeto alegra
centro ampliou alguns
quarteirões para
abranger a
Hospedaria, o projeto
do VLT foi alterado
para passar pelo local.
05/11/2000
A UNIFESP afirma que esta
impedida de iniciar
qualquer tipo de restauro
ou reforma do local por
não ter a posse definitiva
da área.
03/06/2006
O governador Claudio
Lembro assinou a lei que
autoriza a cessão da antiga
hospedaria para a UNIFESP.
22/12/2006
A Hospedaria permanece
abandonada, o imóvel perdeu
a maior parte do telhado e
das instalações internas. De
acordo com a assessoria de
imprensa da universidade, a
posse juridica ainda não
ocorreu, mas a instituição já
recebeu a minuta da
escritura.
16/07/2007
A UNIFESP anuncia a
devolução do edifício da
Hospedaria, de acordo com
a universidade o documento
formalizando a decisão será
encaminhado em breve ao
Governo do Estado.
O motivo da desistencia
seria falta de verbas.
09/03/2011 01/07/2010
Uma reunião entre um grupo
de moradores e o diretor do
Campus Baixada Santista da
UNIFESP, a respeito da
ampliação do campus resultar
na desapropriação de vários
imóveis, mas a universidade
resolveu suspender esse
processo. Enquanto isso o
imóvel continua em completo
estado de abandono. O mato
cresce entre os tijolos e o lixo
se entulha na área do imóvel.
A Prefeitura de Santos assina
nesta quinta-feira, o contrato do
Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC). Na formula-
ção de recursos do PAC das
Cidades Históricas, Santos
também incluiu o projeto de
restauro da Hospedaria dos
Imigrantes, na Rua Silva Jardim.
Embora a Prefeitura tenha repas-
sado o imóvel para a UNIFESP,
dirigentes da instituição já
declararam que não há planos
para intervenções no imóvel.
15/06/2010
38. Legenda:
Jornal da Orla
Diario Oficial de Santos
A Tribuna
30
A prefeitura e o Governo do
Estado começam as
negociações para que a
Hospedaria e o casarão do
Valongo, passe para a
prefeitura. O atual prefeito
Beto Mansur quer
transformar a Hospedaria
em um museu do Imigrante,
Biblioteca e área de lazer
06/03/2003
O governador Geraldo
Alckmin repassou o edifío da
Hospedaria por prazo
indeterminado para a pref.
municipal de Santos,
determinando que após a
restauração o edifício será
usado para fins turísticos.
20/05/2004
A prefeitura aguarda a
assinatura de um convênio
com a secr. da Fazenda para
iniciar os serviços de limpeza
e a recuperação emergêncial
do edifício.
30/05/2004
A assinatura do termo de
posse da Hospedaria para a
Prefeitura será realizada
nesse dia. O projeto da
revitalização está sendo
feito pela equipe técnica da
Prodesan.
28/07/2004
A assinatura do termo que
formaliza a autorização de
uso a prefeitura foi adiada
para depois das eleições.
29/07/2004
A transferência
da Hospedaria
para a
prefeitura esta
parada na
burocracia do
Estado.
15/12/2004
O prefeito João Paulo
Tavares Papa pretende
limpar o local e
desenvolver atividades
artísticas até que as
obras sejam iniciadas.
25/12/2004
A hospedaria permanece
abandonada, sendo alvo de
ações de marginais que
robam pedaços de ferro do
interior da edificação.
09/04/2005
A UNIFESP vai formalizar
junto ao Governo do estado
a intenção de instalar um
novo campus o local. A
prefeitura, atual dona do
imóvel abre mão do direito
de utilização.
15/07/2005
A Hospedaria continua
abandonada, e sem nenhum
tipo de segurança o local passa
a ser invadido por moradores de
rua, esse incomodo faz com que
muitos moradores e
comerciantes vendam seus
imóveis por não enchergar
nenhum melhora.
No dia 09/06 o CONDEPASA
prometeu cobrar da prefeitura
atitudes, mas nada aconteceu.
18/08/2005
Parte da laje da Hospedaria
desabou e atingiu dois moradores
de rua, sendo que um morreu.
Segundo os policiais que atenderam
a ocorrencia, os homens estavam
quebrando paredes internas para
retirar vigas de ferro, quando a
estrutura desabou sobre eles. O
coordernador da defesa civil de
Santos disse que a estrutura do
predio esta comprometida, e a
situação só se agrava com os
constantes furtos de vigas metálicas
do local.
02/06/2006
A prefeitura
formalizou no
dia 23/12/04
a posse do
prédio da
Hospedaria. O
projeto ainda
esta sendo
desenvolvido
pela Prodesan.
24/12/2004
39. 2.2 Cronologia Construtiva
1912-1914 1917 - 1928 1928 - 1940 1940 - 1989 1989 - 1997 1997 - 2004 2004 - 20111912 - 1914 1917 - 1928 1928 - 1940 1940 - 1989 1989 - 1997 1997 - 2004 2004 - 2011
Ao longo desses quase 100 anos, o edifício da Hospedaria
dos Imigrantes sofreu, grandes descaracterizações,
devido à falta de leis de proteção ao patrimônio histórico
na época em que as obras foram realizadas.
As alterações modificaram profundamente o estilo
arquitetônico original da obra, incluindo seu gabarito,
pois a 2º ala possui apenas o térreo. Além disso, muitas
janelas foram retiradas, incluídas ou lacradas, para melhor
funcionamento interno, sem pensar na fachada, afetando
a simetria e a ordem arquitetônica.
Internamente, há poucas alvenarias originais, muitas
delas foram demolidas ao longo dos anos, e as que
restaram não resistiram as ações do tempo. A cobertura
da 1º ala resta apenas 20%, enquanto na 2º ala desabou
por completo.
O edifício encontra-se atualmente em total estado de
abandono, com vegetações crescendo em seu interior, e
nas fachadas, principalmente na que esta localizada na
Rua Antenor da Costa Leite.
Dessa forma, a partir de levantamento de campo e
pesquisa histórica representarei através de uma tabela
separada cada ano por cores, seguida por uma planta
com a cronologia construtiva mostrando todas as
modificações ocorridas ao longo dos anos.
Alémdisso,realizei4gráficos,emquemostraaconstrução,
demolição, degradação e descaracterização ocorridos ao
longo desses anos, ilustrando dessa forma os anos em
que mais foi construída/ demolida/ descaracterizada e
os anos em que a hospedaria ficou mais abandonada/
degradada/ descaracterizada.
Informações
retiradas através de
levantamentos em
plantas da Sabesp,
Condepasa,
Prodesan e no TCC
- ONO, Eliana Dalla,
Hospedaria dos
Imigrantes de Santos,
Santos, 1990.
31
40. CONSTRUÇÃO DEMOLIÇÃO
DEGRADAÇÃO DESCARACTERIZAÇÃO
32
Podemos deduzir, através da leitura dos gráficos,
que os anos em que mais ocorreu construções
e demolições, foram os primeiros anos, na
qual ela funcionou como depósito de café,
entreposto de milho e de banana. Após esse
período podemos ver que ouve uma queda nos
gráficos de construção e demolição e cresceu
os de degradação e descaracterização, nos
anos entre 1989 a 2011, período em que foi
repassada de órgão a órgão, com promessas de
projetos culturais e de restauração, mas que por
ironia foi apenas abandonada, descaracterizada
e degradada por ações de vândalos, mendigos
e das ações do tempo, estando atualmente em
um estado crítico e avançado de ruínas.
41. 1º CORPO 2º CORPO E PÁTIO CENTRAL
Construção similar a proposta original, de uma hospedaria para
imigrantes, em alvenaria de tijolos e estrutura metálica. Foram
mudadas as janelas do 1º pavimento. Pisos e revestimentos não
chegaram a ser colocados. O trabalho de decoração em reboco sobre
alvenaria também não chegou a ser executado. Os corpos que se
destacam nesse edifício apresentavam torres mais altas previstas em
todas as fachadas, no entanto foram modificadas quanto a volumetria
quanto à volumetria, somente na Rua Silva jardim eles são mais altos e
trabalhados como os do projeto. Também somente nesses corpos de
torres mais altas foram colocadas janelões de vidro. As outras torres
tiveram esse espaço preenchido com alvenaria.
Não ocorreu a construção desse corpo até o momento.
Construção do armazém no lugar da 2º ala da hospedaria. Edificação
em alvenaria de tijolos e cobertura de tesouras de madeira. No pátio
central os terraços laterais de 10,00m propostos nao foram executados,
no seu lugar na 1º ala foi feito um terraço de 4,50m de cobertura, cujos
pilares em concreto armado lembrando art nouveau, se diferenciam
bastante das colunas neoclássicas do projeto original. Na segunda ala
não foi feito esse terraço.
O restante do pátio central foi todo coberto, onde mais dois segmentos
de pilares vão sustentar três coberturas de tesouras de madeira e telhas
francesas. Nessa cobertura ficavam estacionados os caminhões que
descarregavam o produto.
A construção passa a ser usada como depósito de café, ocorrendo
algumas modificações.
Internas: Fechamentos de alguns arcos originais, aberturas de arcos
diferentes dos originais, construção de paredes formando pequenas
salas, rasgos nas lages do 1º pavimento para elevadores manuais de
carga.
Externas: Aberturas de portas no lugar de janelas, fechamento de
alguns arcos que dão para o pátio central, retirada de janelas de vidro
no pavimento térreo, ficando apenas janelas de madeira, na ligação
térrea, que intersecciona as duas alas, passou a funcionar como uma
entrada, foi colocada uma porta. No projeto original, essa fachada da
Silva Jardim não era destinada para esse uso
A primeira ala passa agora a ser usada como entreposto de milho.
Novas alterações externas e internas são feitas:
Novas aberturas e fechamentos de arcos originais, criando salas para
câmaras de maturação; aberturas de pequenos arcos, criação de mais
duas escadas, criação de um banheiro em outro local, abertura de mais
portas externa no lugar de janelas e construção de paredes no corpo
de intersecção formando mais duas salas.
Foram construídas pequenas divisões internas formando pequenas
salas.
Foram abertas três portas fazendo ligação com o pátio central.
33
42. 1º CORPO 2º CORPO E PÁTIO CENTRAL
A Cooperativa dos Bananicultores toma posse do edifício e realiza
algumas modificações:
Internas: Introdução de paredes formando mais salas de câmara de
maturação, abertura de grandes arcos, lembrando um estilo neo-gótico,
algumas paredes foram construídas e outras derrubadas.
Externas: Reabertura de alguns arcos que dão para o pátio central,
colocação de vitrôs no lugar de algumas janelas, Abertura de grandes
portas na fachada da rua Antenor da Costa Leite, abertura de
pequenas portas no lugar de janelas, colocando portas de correr de
ferro, fechamento de algumas janelas com tijolos, fechamento de
janelões nos corpos das torres altas com alvenaria de tijolos.
Na intersecção que liga as duas alas, o grande arco interno que da para
o pátio central continuou aberto, mas os outro quatro arcos menores
foram fechados, fecharam as janelas com tijolos.
Foram abertas pequenas portas externas e colocadas portas
corrediças de ferro.
No pátio central, a cooperativa interrompeu a ligação entre as duas
alas com uma parede de alvenaria.
Na 2º ala algumas alvenarias foram acrescentadas. Esta ala passa a
funcionar como garagem e oficina dos carros da polícia, uma grande
porta e uma pequena oficina.
No pátio central ocorre o desabamento de sua cobertura, sobrando
apenas alguns pilares de concreto.
A prefeitura toma posse do edifício criando uma nova escada, pois
devido ao longo tempo de abandono a escada criada pela ATESP,
estava sem condições de uso, a prefeitura iniciou a limpesa do local.
Devido a uma forte chuva o telhado da segunda ala desabou.
Não ouve modificações
A Cooperativa dos Bananicultores, pede a posse do prédio, para a
secretaria da Agricultura.
AAssociação dos Avulsos do Estado de São Paulo recebe autorização
para o uso da 1º ala, criaram uma escada para acesso ao 2º
pavimento, na fachada da rua Antenor da Costa Leite, a associação
retirou as portas de correr de ferro colocadas pela associação dos
bananicultores, fechando com blocos de alvenaria e com tijolos de
barro.
Grande parte do telhado desabou, sobrando apenas 20% ainda
resistente
Esta ala passa a funcionar como garagem e oficina dos carros da
polícia, e sua ligação com a outra ala continua interrompida, uma
grande porta e uma pequena oficina, fora as intervenções feitas na
fachada.
No pátio central ocorre o desabamento de sua cobertura, sobrando
apenas alguns pilares de concreto.
O imóvel foi repassado a UNIFESP, porém continuou abandonado, com isso
muitas paredes internas desabaram, o piso está coberto de entulho,
vegetação invadiu internamente, além da intença infiltração e lodo
causada pela falta de cobertura.
O pátio central esta coberto por uma alta vegetação, ficando dificil a passa-
gem. A intersecção que liga as alas ruiu, restando no local apenas um
buraco, vegetação e entulho. Na 2º ala, a vegetação cobre boa parte,
restando apenas algumas salas em pessimo estado, com muita sugidade.
O local permanece sem cobertura.
34
45. a
‘‘Da Itália nós começamos
Nós começamos com a nossa honra.
Trinta e seis dias de máquina a vapor
E na América nós chegamos.
Merica, Merica, Merica,
Sarala Cossa é Merica?
Merica, Merica, Merica,
um bouquet agradável de flores.
Na América, nós viemos
Não encontramos nem palha e nem feno
Dormimos no chão nu
Como os animais que temos descanso.
Mas a América é longo e é largamente
É cercada por montanhas e planos
E com a indústria do nosso italiano
Nós formamos vilas e cidades.
E nós plantamos NELA América
Formento, milheto, Inguri e melões,
Abbian comeu Bocon grande
Abbian gozavam de liberdade.’’
LA MÉRICA Ângelo Giusti.
47. 3.0 Mapeamento de Danos
‘’ O estado de abandono da Hospedaria dos
Imigrantes na Vila Mathias se agrava enquanto a
instalação definitiva do campus da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp) não acontece.
A situação tem preocupado moradores, além de
provocar a migração de alguns comerciantes. ‘’8
O trecho acima refere-se a uma reportagem retirada do
jornal A Tribuna em agosto de 2005.
Nesse mesmo ano a prefeitura de Santos que outrora
prometeu elaborar um projeto de restauração para um
centro cultural, entregou a posse do edifício para a
Unifesp para a inserção de um novo campus acadêmico
para a região, porém nada aconteceu, as duas entidades
continuam deixando o edifício totalmente abandonado,
a assessoria da Unifesp em nota ao jornal A Tribuna diz
que está impedida de realizar qualquer tipo de obra ou
limpeza no local por não ter a posse definitiva da área,
enquanto isso o edifício fica a merce de vândalos que
invadem freqüentemente o local em busca de cobre.
No mesmo ano em que ocorreu a denuncia (2005), o
governador da época Cláudio Lembro assinou a cessão
da antiga Hospedaria para a Unifesp, porém após um
ano o jornal A Tribuna voltou novamente ao local e a
situação permanece a mesma se não pior.
“O pintor Denizar Aguiar Pereira, que há um ano
trabalha na reforma de uma casa em frente à
Hospedaria, diz que todos os dias alguém invade
o imóvel para furtar ferragens.
- Tem dias que eles até atrapalham o trânsito para
retirar o material, que deve ser vendido em ferros
– velhos e depósitos de material de construção
usado’’. ”9
Conforme o pintor Denizar A. Pereira, muitas pessoas
invadem o local para retirar materiais para revenda,
principalmente o cobre, muitos desses materiais foram
retirados das lajes e paredes, prejudicando profundamente
na estrutura do edifício. Denizar diz que um morador de
rua chegou a morrer por conta de uma queda de laje
após a tentativa de retirada de vigas de ferro de sua
estrutura.
8 - A Tribuna. San-
tos, domingo, 14 de
agosto de 2005
9- Entrevista ao
jornal Atribuna, em 2
de junho de 2006
39
48. O coordenador da Defesa Civil de Santos, Luiz Marcos
Albino, disse que a estrutura do prédio está comprometida,
e que a situação só se agrava com os constantes furtos
de vigas no local. Após a reportagem da Tribuna a Unifesp
afirma que contratará um segurança para ficar 24 horas
no local.
Atualmente a situação da hospedaria está em avançado
estado de degradação, devido ao abandono e as ações
do tempo. A cobertura da segunda ala desabou e grande
parte da cobertura da 1 ala também, o pouco que resta
da cobertura está aos poucos caindo.
Além disso por conta dos antigos furtos, somando com
o abandono e ações do tempo, a estrutura que já estava
comprometida não resistiu e desabou, sobrando poucas
paredes nas quais estão em completo estado de ruínas.
Pilhas de entulho e sujidades acumuladas ao longo dos
anos sem limpeza estão espalhados pelo edifício, a
infiltração está intensa por conta da falta de cobertura
acelerando ainda mais o processo de degradação e o
crescimento de vegetação e lodo, não só no piso como
nas paredes internas e externas.
Externamente a situação do edifício está menos trágica,
a fachada mais debilitada é a da Rua Antenor da Costa
Leite, onde a vegetação cobre quase toda metade e nos
locais onde não contém vegetação, sujeira, pintura e partes
faltantes devido as ações do tempo são acrescentados
em sua fachada.
Na Rua Silva Jardim e na Rua Luiza Macuco, pouca
ou quase nenhuma vegetação é encontrada, porém
há muitas, partes faltantes, acrescentadas e sujeira
complementam suas fachadas. (Principalmente na Rua
Luiza Macuco, por ser uma das únicas ruas que entram
na Avenida Perimetral, muitos caminhoneiros deixam seus
caminhões estacionados lá, além de muitos carrinheiros e
moradores de rua se estabelecerem nessa rua, deixando
muita sujeira no local.
As paginas a seguir contém a planta do mapeamento de
danos de piso e das fachadas, as fichas de documentação
fotográfica e a planta síntese do estado de conservação
atual do edifício, elaborados através de pesquisa em
documentos, e levantamento de campo, realizados pela
autora
40
49. Mapeamento de Danos
Planta de Piso - térreo
41
SUJIDADES
PARTES FALTANTES
LODO UMIDADE
VEGETAÇÃO
ENTULHO
SEM REVESTIMENTO
AMBIENTES SEM ACESSO
0 5 10 20
50. Mapeamento de Danos
Planta Pavimento Superior
42
0 5 10 20
SUJIDADES
PARTES FALTANTES
LODO UMIDADE
VEGETAÇÃO
ENTULHO
SEM REVESTIMENTO
AMBIENTES SEM ACESSO
51. Rua Silva Jardim
Rua Antenor da Costa Leite
TRINCAS
REBOCO DE CIMENTO
DESGASTE DE MATERIAL
FECHAMENTO EM BLOCO DE CONCRETO
FECHAMENTO EM ALVENARIA
PORTÃO DE FERRO PINTURA BRANCA
FECHADO COM PEDRA
0 5 10 20
SUJIDADES
PARTES FALTANTES
VEGETAÇÃO
Rua Silva Jardim
Rua Antenor da Costa Leite
TRINCAS
REBOCO DE CIMENTO
DESGASTE DE MATERIAL
FECHAMENTO EM BLOCO DE CONCRETO
FECHAMENTO EM ALVENARIA
PORTÃO DE FERRO PINTURA BRANCA
FECHADO COM PEDRA
0 5 10 20
SUJIDADES
PARTES FALTANTES
VEGETAÇÃO
Mapeamento de Danos
Fachadas
43
52. Rua Luiza Macuco
Avenida Perimetral
TRINCAS
REBOCO DE CIMENTO
DESGASTE DE MATERIAL
FECHAMENTO EM BLOCO DE CONCRETO
FECHAMENTO EM ALVENARIA
PORTÃO DE FERRO PINTURA BRANCA
FECHADO COM PEDRA
0 5 10 20
SUJIDADES
PARTES FALTANTES
VEGETAÇÃO
Mapeamento de Danos
Fachadas
Rua Luiza Macuco
Avenida Perimetral
TRINCAS
REBOCO DE CIMENTO
DESGASTE DE MATERIAL
FECHAMENTO EM BLOCO DE CONCRETO
FECHAMENTO EM ALVENARIA
PORTÃO DE FERRO PINTURA BRANCA
FECHADO COM PEDRA
0 5 10 20
SUJIDADES
PARTES FALTANTES
VEGETAÇÃO
44
54. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Descrição:
Levantamento Fotográfico | Diagnóstico
Fotos: 01, 02 e 03 Data: 02.04.2011
1 - Vista da primeira ala e pátio central cobertos pela vegetação
2 - Ruína do muro construído em 1917, fechando o pátio central, para a
guarda do café.
3 - Lateral da primeira ala, coberta por vegetação.
1
3
2
1
2 3
Localização na Planta:
Fotos da autora
46
55. Descrição:
Localização na Planta:
4 - Alvenaria original em grande estado de degradação, a imagem
ao lado mostra a falta de cobertura que ruíu devido a ações do
tempo e abandono.
5 - Grande quantidade de entulho, infiltações, e falta de revesti-
mentos.
5
4
5
4
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Levantamento Fotográfico | Diagnóstico
Fotos: 04 e 05 Data: 02.04.2011
Fotos da autora
47
56. Descrição:
Localização na Planta:
6 e 7- Perda de revestimento, causada pela infiltração. Vegetação e
lodo começam a crescer na alvenaria.
Laje do 2º pavimento, inexistente, mostrando as Janelas fechadas por
tijolos de barro.
Grande quantidade de entulho no piso, e partes faltantes do telhado,
caudando infiltração no local.
6
7
7
6
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Levantamento Fotográfico | Diagnóstico
Fotos: 06 e 07 Data: 02.04.2011
Fotos da autora
48
57. Descrição:
Localização na Planta:
8 - Perda do revestimento, caudada pela infiltração, vegetação e lodo
começam a crescer na alvenaria. Algumas janelas foram transformadas
em grandes portas e lacradas com blocos de concreto.
9 - Grande quantidade de entulho e vegetação no piso, ruínas em
completo estado de deterioração, e estrutura do telhado que desabou.
10 - vegetação em toda alvenaria.
9
8
10
9
8
10
Levantamento Fotográfico | Diagnóstico
Fotos: 08, 09 e 10 Data: 02.04.2011
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Fotos da autora
49
58. Descrição:
Localização na Planta:
11 - Perda do revestimento, caudada pela infiltração, vegetação e mofo
começam a crescer na alvenaria. A janela central foi transformada em
uma porta, porém foi lacrada com tijolos de barro.
9 - Telhado com grande quantidade de partes faltantes, caudando in-
filtração. Vegetação começa a crescrer nas paredes e no piso.
10 - Perda de revestimento em algumas partes, vegetação começa a
crescer no piso.
11
12
13
11
12
13
Levantamento Fotográfico | Diagnóstico
Fotos: 11, 12 e 13 Data: 02.04.2011
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Fotos da autora
50
59. Descrição:
Localização na Planta:
14 - Perda Total do telhado, caudando intensa infiltração nas
alvenarias existentes, grande quantidade de vegetação alta no local.
15 - Vegetação cresceu na alvenaria e no piso.
10 - Perda total do telhado caudando infiltração, lodo, perda de
revestimentos e vegetação.
Grande quantidade de entulho no piso, além de vegetação que
começou a crescer no local.
14
15
16
16
1514
Levantamento Fotográfico | Diagnóstico
Fotos: 14, 15 e 16 Data: 02.04.2011
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Fotos da autora
51
60. 17
18 19
Descrição:
Localização na Planta:
17 -Vegetação cresce em todo pátio central.
18 - grande sujidade (cinzas) no piso e alvenaria (sem revestimento)
causados por um possível incendio.
19 - Perda total do telhado caudando infiltração, lodo, perda de
revestimentos e vegetação.
Grande quantidade de entulho no piso, além de vegetação que começou
a crescer no local.
18
1917
Levantamento Fotográfico | Diagnóstico
Fotos: 17, 18 e 19 Data: 02.04.2011
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Fotos da autora
52
61. Descrição:
Localização na Planta:
20 - Primeira ala vista pelo pátio central. Vegetação cresce na alvenaria,
perda do revestimento no 1º pavimento e vegetação alta no piso
dificultando a passagem.
21 - Segunda ala vista pelo pátio central. Algumas portas foram fecha-
das, perda de revestimentos e sujidades na alvenaria.
Grande infiltração no piso, gerando possas d’água e vegetação alta ao
redor.
20
21
20
21
Levantamento Fotográfico | Diagnóstico
Fotos: 20, e 21 Data: 02.04.2011
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Fotos da autora
53
62. 23
22 24
Descrição:
Localização na Planta:
22 - Vista da primeira ala, no local onde antes era a intersecção que liga-
va as duas alas, no piso encontra-se um buraco, com muito en-
tulho, lodo e vegetação.
23 - Porta localizada na antiga intersecção das duas alas, em frente a
rua Silva Jardim, grande parte dos seus revestimentos se soltaram, por
causa das ações do tempo, lodo e sujidade apareceram no local.
24 - detalhe da porta, agora fechada com pedras.
22
23 24
Levantamento Fotográfico | Diagnóstico
Fotos: 22, 23, e 24 Data: 02.04.2011
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Fotos da autora
54
63. Descrição:
Localização na Planta:
25 - Vista do grande salão, unico local que ainda tem a laje do
pavimento superior. Seu piso está coberto de lodo o tornando
bastante escorregadio, seus pilares de ferro estão bastante
enferrujados.
26 e 27 - Partes da laje desabaram, criando entulhos.
Sua estrutura está totalmente aparente.
25
26 27
25 26
27
Levantamento Fotográfico | Diagnóstico
Fotos: 25, 26 e 27 Data: 02.04.2011
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Fotos da autora
55
64. Descrição:
Localização na Planta:
28 - Muitas partes do piso perdem o revestimento cimentício, nas áreas
onde não tem reventimento a vegetação começa a crescer.
As alvenarias estão muito sujas por conta da ação do tempo.
29 - Bastante vegetação nas áreas onde não se encontra
revestimento, as alvenarias estão muito sujas por conta das ações do
tempo.
28
29
2829
Levantamento Fotográfico | Diagnóstico
Fotos: 28 e 29 Data: 02.04.2011
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Fotos da autora
56
65. Descrição:
Localização na Planta:
30 - Vegetação cresce em na alvenaria. Grande parte do
acabamento se solta.
31 - Internamente há muita infiltração, lodo, e sujeira.
32 - Vegetação cresce em na alvenaria. Grande parte do
acabamento se solta.
30
31 32 30 31
32
Levantamento Fotográfico | Diagnóstico
Fotos: 30, 31 e 32 Data: 02.04.2011
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Fotos da autora
57
66. Descrição:
Localização na Planta:
1 - Vegetação cresce na fachada, alguns pontos estão desgastados e com
partes faltantes.
2 - Vegetação cresce na fachada, com alguns pontos desgastados, e
cobertos por cimento. No local onde existia uma janela, foi transformado
em porta e fechado com bloco de concreto.
3 - Vegetação cresce em menos quantidade, existencia de sujisdade e no
local onde existia uma janela, agora é uma porta fehcada com tijolos de
barro.
1
2
3
1 2 3
Levantamento Fotográfico | Diagnóstico
Fotos Externas: 01, 02 e 03 Data: 09.04.2011
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Fotos da autora
58
67. Descrição:
Localização na Planta:
4 - Vegetação seca junto com vegetação viva na alvenaria,
criação de uma grande porta (fechada com bloco de concreto) e
janela descaracterizando a fachada.
5 - pouca vegetação em sua alvenaria, porém o abandono e as
ações da natureza, fizerm com que caia parte da fachada. No
térreo, uma grande porta (fechada com bloco de concreto) foi
criada no lugar das antigas janelas.
6 - Pouca vegetação em sua alvenaria. Janelas foram transforma-
das em portas e fechadas com bloco de concreto.
4
5
6
54 6
Levantamento Fotográfico | Diagnóstico
Fotos Externas: 04, 05 e 06 Data: 09.04.2011
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Fotos da autora
59
68. Descrição:
Localização na Planta:
7, 8 e 9 -Pouca vegetação em sua alvenaria. Partes da fachada
estão com cimento descascado, seus janelões foram fechados e no
térreo uma janela foi transformada em porta e fechada com bloco de
concreto.
7
8
9
7
8
9
Levantamento Fotográfico | Diagnóstico
Fotos Externas: 04, 05 e 06 Data: 09.04.2011
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Fotos da autora
60
69. Descrição:
Localização na Planta:
10 - Vegetação cresce sobre alvenaria, e no piso, as janelas encontram-se
sem batente, e a porta esta ‘‘fechada’’ com pedra.
11 - Parte da fachada ruíu.
12 - Crescimento de vegetação na janela, bastante sujidade, decorrente
de ações do tempo.
10
11 12
11
10
12
Levantamento Fotográfico | Diagnóstico
Fotos Externas: 10, 11 e 12 Data: 09.04.2011
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Fotos da autora
61
70. Descrição:
Localização na Planta:
13 e 14 - bastante sujidade, por conta das ações do tempo e do abandono
e do uso da rua (nesse ponto da rua Luiza Macuco, muitos mendigos
e carrinheiros e caminhoneiros estão usando e deixando diversos lixos
no local) , e as portas foram fechadas com blocos de concreto.
1314
13
14
Levantamento Fotográfico | Diagnóstico
Fotos Externas: 13 e 14 Data: 09.04.2011
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Fotos da autora
62
73. Planta Síntese
Planta térreo
I
I
I
I
I I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
0 5 10 20
Piso
Bom Ruim Mau
Alvenaria
Cobertura
Inexistente
I
I
I
I
I
I
II
I
I
I
I
I I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
0 5 10 20
Piso
Bom Ruim Mau
Alvenaria
Cobertura
Inexistente
I
I
I
I
I
I
II
3.2 Planta Síntese - Estado de Conservação
65
74. Planta Síntese
Planta Pavimento Superior
66
I
II
Atualmente sem acesso
0 5 10 20
Piso
Bom Ruim Mau
Alvenaria
Cobertura
Inexistente
I
I
I
75. a
‘‘Quem aqui chegou...
Quem aqui chegar.
Traz sempre um sonho,
De algum lugar...
Vem de peito aberto
Sem saber o que será
Com coragem
De se aventurar
Quem aqui chegou...
Quem aqui ficar
Por esses caminhos há de encontrar
Sonhos tão iguais
Corações a se entregar
Recriando a vida
Vida, vidas, esperança...
Sonho, sonho, sonhos, esperança...
E paz, paz, paz, esperança...
Vida, sonhos, esperança...
E paz, paz
Quem aqui chegou. Ficará’’
Esperança - Fama Coral
77. Quando fazemos um projeto/ intervenção em algum
edifício histórico, precisamos primeiramente criar as
diretrizes de preservação necessárias para melhor
adaptar seu novo uso ao edifício existente o que nada
mais é que normas de procedimentos na qual definimos
através de uma análise dos documentos históricos e
visitas de campo, o que será demolido, acrescentado ou
preservado.
Além das pesquisas históricas e levantamento de campo
referente à hospedaria dos Imigrantes, foi necessário
também pesquisas em cartas patrimoniais como a
Conferência de Nara, Carta de Veneza e Carta de Burra e
nos livros Alegoria do Patrimônio e Direito a Memória para
definir que tipo de restauro aconteceria na Hospedaria.
A partir desses dados, utilizo como referência os conceitos
de Viollet Le Duc, John Ruskin e do Camilo Boito, além de
usar as normas ditas nas cartas patrimoniais, utilizando
cada um desses conceitos em diferentes partes do edifício,
sendo utilizados os critérios: Estrutura, importância
Histórica, valorização do monumento e estética.
Nas fachadas da 1º ala e na parte central, onde a
proposta original de Nicolau Spagnolo foi mantida, ao
longo dos anos muita coisa foi alterada como janelas
que foram lacradas ou demolidas para dar lugar a portas,
modificando profundamente a aparência e o estilo
arquitetônico.
Com isso, utilizarem o conceito de Viollet Le Duc e o
artigo 17° da Carta de Burra que diz:
‘A reconstrução deve ser efetivada quando constituir
condição sine qua non de sobrevivência de um
bem cuja integridade tenha sido comprometida
por desgastes ou modificações, ou quando
possibilite restabelecer ao conjunto de um bem
uma significação cultural perdida.’10
para restaurar algumas partes já modificadas da fachada
de forma a deixar exatamente como era antes, e utilizei
em outras partes o conceito de Camilo Boito em de-
ixar exatamente como está me restringindo apenas em
limpar as sujidades e vegetação adquirida ao longo dos
anos.
Nas fachadas da 2º ala, o projeto de Nicolau Sagnolo,
foi completamente alterado, para dar função a um
depósito de café, e ao longo dos anos, ocorreram mais
modificações como aberturas de portas e janelas sem
nenhum cuidado com a fachada.
4.0 Diretrizes de Preservação
10 - Artigo 17º da
Carta de Burra.
69
78. Ainda na fachada da 2º ala, utilizei o artigo 12° e o artigo
13° da Carta de Veneza em que diz:
‘’Os elementos destinados a substituir as partes
faltantes devem integrar-se harmoniosamente
ao conjunto, distinguindo-se, todavia, das
partes originais a fim de que a restauração mão
falsifique o documento de arte e de história. (art.
12) ‘‘11
‘‘Os acréscimos só poderão ser tolerados
na medida em que respeitarem todas as
partes interessantes do edifício, seu esquema
tradicional, o equilíbrio de sua composição e
suas relações com o meio ambiente. (art.13)’’ 12
Para acrescentar mais um pavimento, e ficar com o mesmo
gabarito da 1º ala, utilizando materiais contemporâneos
que ao mesmo tempo mostre a diferença de épocas entre
o edifício antigo e o acréscimo novo, mas que ao mesmo
tempo exista um equilíbrio em sua composição que não
interfira no valor arquitetônico da obra.
Saindo das fachadas em indo para a parte interna do
edifício, Foram utilizados os conceitos de Camilo Boito e
em algumas partes os conceitos de John Ruskin.
Como o edifício da Hospedaria passou (e ainda passa)
por um longo período de abandono e depredação, muitas
de suas alvenarias ruíram e as poucas que ainda restam
estão em um estado avançado de deteriorização.
comprometendo a sobrevivência do edifício como um
todo. Com isso, será implantada uma nova estrutura a fim
de retroceder o estado de degradação em que o edifício
se encontra, utilizando materiais contemporâneos como
o ferro.
Além dessa estrutura, alguns elementos novos serão
acrescentados, para adequar na melhor forma possível o
programa no edifício, respeitando o artigo 13º da carta de
Veneza, utilizando materiais que façam equilíbrio o edifício,
mas que ao mesmo tempo não crie o falso histórico.
Em algumas áreas em que existem ruínas da sua primeira
construção e que estão em um estado que ainda dá para
ser aproveitada, utilizaremos o conceito de John Ruskin,
em que nada será modificado ou restaurado, deixarei a
ruína em seu atual estado cuidando apenas de limpa-la
de todas as sujidade e vegetação presente nela.
O telhado da ala 1º será totalmente restaurado, pois
60% de sua estrutura ruiu e o restante existente, possui
diversas falhas e buracos.
No pátio central, será feita uma cobertura de vidro e uma
passarela de ferro para fazer a ligação de uma ala à outra.
A partir dessa proposta de integração entre o novo e o
antigo, pretendo inserir usos que incentivam a revitalização
da região onde está inserida o edifício da Hospedaria dos
Imigrantes.
11 - Artigo 12º
da Carta de Veneza.
12- Artigo 13º da
Carta de Veneza.
70
81. a
‘‘Quem aqui chegou...
Quem aqui chegar.
Traz sempre um sonho,
De algum lugar...
Vem de peito aberto
Sem saber o que será
Com coragem
De se aventurar
Quem aqui chegou...
Quem aqui ficar
Por esses caminhos há de encontrar
Sonhos tão iguais
Corações a se entregar
Recriando a vida
Vida, vidas, esperança...
Sonho, sonho, sonhos, esperança...
E paz, paz, paz, esperança...
Vida, sonhos, esperança...
E paz, paz
Quem aqui chegou. Ficará’’
Esperança - Fama Coral
83. N4
1 2
Nível de Proteção 1 (NP1)Corredor de Proteção Cultural
Nível de Proteção 3B (NP3B)
Nível de Proteção 2 (NP2)NP5
Mapa 1 - Cedido pela Prefeitura Municipal
de Santos - representando a legislação
incidente.
Mapa 2 - Retirado do site Alegra Centro
- representando os níveis de proteção
na área em questão.
Zeis 3 - Zona de Interesse Social 3
Nível de Proteção 4 (NP4)
Nível de Proteção 3A (NP3A)
Mapa1:fontePrefeituraMunicipaldeSantos
Mapa2:AlegraCentro
84. O Imóvel está inserido, segundo a lei de uso e ocupação
da área insular, Lei nº 312/ de 23 de novembro de 1998,
Lei nº 387/ de 14 de abril de 2000, na zona central II e
de acordo com o alegra centro, inserido em um corredor
de proteção cultural.
A Hospedaria dos Imigrantes, foi tombada pelo Condepasa
em 1998, e de acordo com a lei nº 312 do mesmo ano
é considerada uma NIDE 5 (Núcleo de intervensão e
diretrizes estratégicas, com o objetivo de requalificação
e desenvolvimento da cidade. A NIDE 5 é reservada
exclusivamente para empreendimentos destinados a
centros culturais, centro de convenções, pavilhão de
exposições ou complexos turísticos de esporte e lazer).
O Imóvel foi inserido pelo Alegra Centro em um corredor
de proteção cultural, para revitalização e desenvolvimento
da região central e histórica de Santos.
De acordo com o Alegra Centro, todas as edificações com
nível de proteção 1 e 2 recebem incentivos fiscais para
serem recuperados.
Nessa mesma região alguns imóveis, foram definidos pela
lei complementar nº 325/98 como Zeis III ( áreas de
concentração de cortiços, localizados em bairros centrais
nos quais o poder público propõe recuperar as condições
de habitabilidade).
O endifício da hospedaria além de ser considerado um
NIDE 5, também de acordo com o alegra Centro é um
Imóvel nível NP1, já no seu entorno encontramos imóveis
de nível NP2 e NP3.
Para melhor compreensão segue a explicação de cada
nível.
NP1 - Proteção total.
NP2 - Proteção parcial incluindo fachadas, volumetria, e
telhado
NP3 - Livre opção de Projeto, mantendo o gabarito
predominante dos imóveis NP1 ou NP2 existentes na
testada da Quadra.
NP4 - Livre opçao de projeto, respeitando os índices
urbanísticos da zona em que se situa o imóvel.
Dados retirados da
Prefeitura Municipal
de Santos,
Alegra Centro e
Condepasa.
5.0 Legislação Incidente
76
85. a
‘‘O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Vou na estrada há muitos anos
Sou um artista brasileiro.’’
Para todos, chico Buarque
88. Sesc Pompéia - São Paulo
de preservar a antiga fabrica, usando seus
grandes vão livres e para a área de convívio,
com biblioteca, exposições temporárias, café,
choperia, teatro e ateliês diversos. Nesses
espaços a arquiteta criou o mínimo de
acréscimos utilizando materiais que possam
divergir com o projeto original da fabrica.
Para comportar a área de esportes,
foram construídas três torres de concreto
aparente, com pé direito duplo, onde na 1º
comporta a piscina e vestiários no térreo e
subsolo, e nos demais andares as quadras
poliesportivas, a 2º torre se encontra toda
a infra-estrutura e circulação que a 1º
torre necessita, como sanitários/vestiários,
escadas de emergência, elevadores, cafés,
áreas administrativas, e as passarelas que
ligam uma torre a outra, a terceira torre é
usada como caixa d’água.
O ponto principal desse projeto é o constante
contraste e ao mesmo tempo o diálogo entre
as duas arquiteturas de tempos diferentes
que convivem juntas de forma harmoniosa.
Suas Torres de concreto com os vazios
em formatos amebóides e suas passarelas
fazendo uma sobreposição geométrica,
remetem a cidade de São Paulo atualmente,
fragmentada; enquanto os galpões de tijolos
aparentes, telhados de tesouras de madeira,
piso ladrilhado e até mesmo um córrego
passando em seu interior, nos remete São
Paulo de outros tempos.
Em 1976, a arquiteta Lina Bo
Bard foi convidada a fazer uma
requalificação de uma parte do
bairro Pompéia (de tradição fabril
e operária), por meio de um centro
de lazer, esporte e cultura. O
local era uma antiga fábrica com
diversos galpões distribuídos lado
a lado/frente a frente, com uma
pequena rua entre eles, onde nos
fins de semana, famílias inteiras
passavam o dia conversando e
brincando.
Ao perceber que os galpões e a
rua entre eles eram usados pelas
famílias do bairro como espaço de
convivência, Lina tomou o partido
20:Fonte:webinb.blogspot.com/2010/11
21:Fonte:/pt.urbarama.com
22:Fonte:webinb.blogspot.com/2010/11
19:Fonte:http://trabalhofinalteoriaecritica.blogspot.com/
80
89. Caixa Forum - Madrid
O edifício Caixa Forum Madrid é uma antiga
estação de energia elétrica, projetada em 1899
pelo arquiteto Jesús Carrasco e reabilitada/
restaurada pelo escritório de arquitetura
Herzog & de Meuron.
Uma dos poucos exemplos de arquitetura
industrial, após a sua restauração o edifício
abriga agora uma área 5 vezes maior que a
área original do edifício. Isso é possível graças
a novos 2 andares + novos 2 subsolos, além
de uma nova praça com um jardim vertical
onde antes era uma antigo posto de gasolina
desativado. Além disso, o escritório, removeu
a base de granito do edicío dando uma idéia
de levitação, transformando essa área em
uma continuação coberta da praça pública e
entrada do edifício.
26:Fonte:Wikipédia-Visitadoemmaiode201126
25:Fonte:www.a-madrid.netvisitadoemmaiode2011
24:Fonte:www.a-madrid.net-visitadoemmaiode2011
23:Fonte:http://picasaweb.google.com/archidaisuki/CaixaFo-
rumMadrid#-visitadoemmaiode2011
81
81
90. Tate Modern - Londres
pisos são exibidas a coleção de
arte do Tate, e um piso apenas
para exposições temporárias.
No nível superior abriga um
café restaurante.
O edificio Tate Modern localizado
na margem sul do rio Tamisa,
é uma antiga central elétrica,
projetada pelo arquiteto Sir Giles
Gilbert Scott convertida pelos
arquitetos Herzog & de Meuron
para um museu de arte moderna.
O ponto principal para a escolha
do escritório foi a proposta de
preservação principalmente
externa do edifício, criando
internamente uma cobertura
de vidro de pé direito duplo, e
diversas galerias interligadas por
escadas rolantes, onde em dois
27:Fonte:www.urban-treasures.blogspot.com-visitadoemmaiode2011
28:Fonte:www.annandave.org
visitadoemmaiode2011
29:Fonte:wikipedia.
visitadoemmaiode2011
30:Fonte:http://www.creativereview.co.uk
visitadoemmaiode2011
82
91. a
‘‘Marco Polo descreve uma ponte, pedra por pedra.
- Mas qual é a pedra que sustenta a ponte? – pergunta Kublai Khan.
- A ponte não é sustentada por esta ou aquela pedra – respondeu
Marco -, Mas pela curva do arco que estas formam.
Kublai Khan permanece em silêncio, refletindo. Depois acrescenta:
- Por que falar das pedras? Só o arco que interessa.
Polo Responde:
- Sem pedras o arco não existe.’’
Italo Calvino. As cidades Invisíveis.
92. CAPÍTULO 7
7.0 PROPOSTA
7.1 MEMORIAL DESCRITIVO
7.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES
7.3 ESTUDOS EXPLORATÓRIOS
7.4 MAQUETE ELETRÔNICA
7.5 PROJETO
93. 7.0 Proposta
O crescimento do porto de Santos trouxe muitas
melhorias para a cidade, na questão de economia, infra-
estrutura e turismo, principalmente com o terminal de
passageiros marítimos, e a descoberta do pré sal. Porém,
esses crescimentos e melhorias apenas são vistos nos
bairros próximos a orla por serem mais abastardos
economicamente, os bairros da região central continuam
com a grande quantidade de cortiços, pobreza, e falta de
investimentos.
Os bairros Vila Mathias e Vila Nova onde está localizado
a Hospedaria dos Imigrantes têm um grande agravante,
pois estes fazem divisa com o porto e principalmente com
a Avenida Perimetral. Por serem bairros de fronteira ao
porto, a possibilidade de ocupações de uso diversificados
nessa área é totalmente reduzida, sendo destinadas
apenas a serviços portuários, oficinas e imóveis fechados.
“usos únicos de grandes proporções nas
cidades têm entre si uma característica comum.
Eles formam fronteiras, e zonas de fronteira, nas
cidades, geralmente criam bairros decadentes.”13
Segundo Jane Jacobs no livro Morte e Vida de Grandes
Cidades, a principal causa do abandono e degradação
das áreas de barreira é principalmente o uso único e de
grande proporção, como acontece em alguns bairros da
cidade de Santos.
“a rua adjacente a uma fronteira é um ponto final
para o uso diversificado. Se tal rua, que é o fim da
linha para as pessoas vindas da área “comum”
da cidade, for pouco usada ou não tiver utilidade
alguma para as pessoas que estão nessa zona
de fronteira de uso único, ela estará fadada a ser
um lugar morto, com poucos freqüentadores. ”14
13- JACOBS,
Jane: Morte e Vida
de Grandes Cidades,
2000, São Paulo/SP.
p.285.
1 4 - J A C O B S ,
Jane: Morte e Vida
de Grandes Cidades,
2000, São Paulo/SP.
p.287.
85
86
94. 31 - Fotos com os moradores de rua, na Rua Luiza Macuco esquina com a Avenida Perimetral. Fonte : Prodesan.
A falta de uso ou o uso único acarreta na falta de
investimentos por parte da prefeitura e até mesmo dos
próprios moradores criando desinteresse e abandono,
transformando esses bairros em bairros decadentes.
Com isso, a proposta de restaurar a hospedaria dos
imigrantes juntamente com o terreno ao lado para
implantar um centro cultural visa, não só a melhoria
de um patrimônio histórico, mas também incentivar
a requalificação, o desenvolvimento sociocultural e o
turismo nos bairros de fronteira.
Barreiras que
ocorrem na
área onde está
localizada a
Hospedaria.
Esquema feito pela
autora.
86
95. 15 - Art 215, da
Carta Política de 1988.
16 - Artigo XXVII da
Declaração Universal
dos Direitos do
Homem. ONU 1948.
Bairros nos quais não possuem nenhum equipamento
cultural para as pessoas residentes dessa área, e em
sua maioria deixam de usurfruir e praticar a cultura por
muitas vezes não ter condições financeiras para chegar
aos locais onde estão localizados os equipamentos,
fazendo mal uso da constituição brasileira na qual diz:
‘’O estado garantirá e incentivará a valorização
e a difusão das manifestações culturais ” 15
E até mesmo a declaração Universal dos direitos dos
Homens em que diz:
“Toda pessoa tem o direito de fruir as artes
e participar do processo científico e de seus
benefícios.
Todo individuo deve ter acesso aos bens culturais
produzidos pela sociedade.
Todos os Homens devem ter acesso aos bens que
representam o seu passado, a sua tradição” 16
87
Volta da população após
a implantação do centro
cultural.
Esquema feito pela
autora.
96. O projeto de restauração e requalificação da Hospedaria
dos Imigrantes, procura trazer vida novamente a esse
local, incentivando a população não só dos bairros
próximos a hospedaria, e sim a todos os moradores de
Santos e região além de turístas que chegam a cidade
via estrada e via marítima para visitarem, participarem
e transformarem o centro cultural em um centro
transformador socio cultural da cidade.
Além disso, de acordo com José Luiz dos Santos, o
estudo da cultura contrubui no combate de preconceitos,
oferecendo uma plataforma firme para o respeito e a
dignidade nas relações humanas. Ou seja, implantar
um centro cultural na Hospedaria dos Imigrantes, não
só requalificará a área totalmente degradada, como a
produção de cultura, incentivará a formação de jovens
proficionais e a produção de atividade social.
Sala São Paulo - fotos da autora.
88
99. 7.1 Memorial Descritivo
O Partido do Projeto tem por princípio a restauração
do Edifício intitulado como Hospedaria dos Imigrantes e
a criação de novos edifícios, visando assim valorizar e
requalificar não só o patrimônio histórico, como também
toda área envoltória. O Projeto então se divide em três
blocos: O 1 º sendo a Hospedaria, o 2 º o edifício do
Teatro, e o 3º a Escola de Artes.
Como já foi dito no Capítulo 4, o principal objetivo a
ser feito, na Hospedaria, é preservar/ Restaurar o
existente, e acrescentar novos usos, utilizando de novos
materiais, para dessa forma fazer um equilíbrio entre o
passado e o presente utilizando sempre, materiais em
estrutura metálica, vidro e concreto, além disso na 2º
ala da Hospedaria, foi acrescentado mais um pavimento,
criando assim o mesmo gabarito da 1º ala, utilizando
nessa nova fachada, placas modulares coloridas, mas ao
mesmo tempo próximas do tom ‘’terra’’ fazendo dessa
forma uma releitura da fachada de tijolos presente em
toda hospedaria.
Em seu pátio central, passarelas em estrutura metálica
ligam uma ala a outra, criando movimento, e novos
ângulos, para o edifício, cobertas por uma cobertura
zenital, solta do edifício através de uma estrutura metálica
independente.
O Edifício da Hospedaria contará com uma grande biblioteca,
videoteca e Internet livre, onde as pessoas poderam ler,
pesquisar, estudar, e vivenciar, a arquitetura do séc. XIX,
através de um mezanino, recortado, especialmente para
valorizar o edifício antigo. Contará também com um
restaurante escola, em que forma novos profissionais na
área gastronômica, salas de cinema, salas de trabalhos
manuais, um estúdio de fotografia contendo salas de
aula, salas de edição de imagens e vídeos, uma sala de
revelação e uma câmara escura.
Além disso, uma grande área de exposição que será
dividida em duas partes: A 1º localizada na primeira ala
da Hospedaria, contará com uma exposição fixa, e a 2º
parte, localizada na segunda ala da hospedaria, contará
com uma exposição temporária.
O edifício do teatro, voltado para a rua Silva Jardim,
contém no térreo, uma área de carga e descarga, depósito
geral, refeitório e vestiário dos funcionários além de uma
oficina de cenotecnia. No primeiro pavimento, oficinas
e ateliê de figurino e adereços, ateliê de cenotecnia,
um depósito de cenotecnia e o subpalco. No segundo
pavimento será implantado o palco Elizabetano com
capassidade de 650 pessoas. E no ultimo pavimento, se
localiza os camarins coletivos, e as varandas técnicas
No lado do edifício voltado para a Av. Perimetral, será
91
100. aberto para a praça proposta, criando um café e área de
convivência, no térreo e no primeiro pavimento. Já no
segundo pavimento, será o Foyer do teatro, e no ultimo
pavimento contará com duas salas de ensaio.
O edifício da escola de artes, foi dividido em quatro
pavimentos, com pés direito diferentes, para cada uso.
O primeiro pavimento contém a salas dos professores,
laboratório de sonoplastia, laboratório luminotécnico,
vestiário dos alunos além de salas teóricas a serem,
utilizadas pelos três cursos em questão (musica, dança
e teatro). O segundo pavimento contará com salas de
aula de musica de tamanhos variados de acordo com
cada instrumento. No segunda pavimento, salas de aula
de teatro com pé direito duplo e pequenas varandas
técnicas. E por fim, no ultimo pavimento, salas de aula de
pé direito duplo onde serão realizadas as salas de dança.
Todos os pavimentos serão ligados por passarelas, dando
movimento e espontâneidade ao edifício.
Além disso, o conjunto terá como um elemento simbólico,
e de transposição, uma passarela em estrutura metálica,
elevada a 8 metros do nível térreo, ligando a Hospedaria
dos Imigrantes ao novo conjunto de edifício, servindo
também como um mirante, onde os visitantes possam,
visualizar o porto e a cidade, dois elementos fortes e que
marcam a cidade de Santos.
Essa passarela além de elemento simbólico e de ligação
entre edifícios é também um elemento de continuação
da rua, ou até mesmo uma rua elevada, possuindo em
seu interior cafés e bares, onde as pessoas possam se
encontrar e permanecer.
A praça principal, foi projetada para uma participação
pública intensa, em atividades programadas ou não
programadas, contendo áreas para leitura, e descanso
possuindo um generoso espaço verde, e áreas para
brincadeiras, movimento, e encontro, com uma fonte
saindo diretamente do piso, criando dessa forma uma
maior interatividade entre a praça e o público, fazendo
com que o público deixe de ser um expectador passivo
e passa a ser totalmente ativo, pois crianças, adultos e
animais podem brincar, se refrescar e andar através da
fonte, e nos casos de escassez de água ou até mesmo
período de inverno, a fonte passa a ser apenas parte do
piso da praça.
Como vimos nos capítulos anteriores, o porto, elemento
presente, em todos anos de funcionamento da hospedaria,
é refletido no projeto através de seus containers,
espalhados pelo conjunto arquitetônico, com a função de
bilheteria e informação.
Conclui-se então que o fator principal para a requalificação
da área envoltória da hospedaria, é criar incentivos
sociais, através da educação, cultura e da arquitetura,
melhorando a qualidade de vida dos moradores da região.
92
101. 7.2 Programa
93
1. Acesso Público
1.0 Atendimento Público
1.1 Hall de entrada/Acolhimento
1.2 Guarda Volume
1.4 Café
1.5 Biblioteca
1.6 Cinema
1.3 Restaurante/ Bar
Container de Informações e bilheteria.
Acervo, área de leitura, consulta,
estantes, poltronas, Atendimento,
biblioteca infantil, internet livre e
biblioteca digital.
2 salas de cinema
Bomboniere
Foyer cinema
Sala de Projeção
montagem e equipamentos
ar condicionado
(cada)190,00²
80,00m²
300,00m²
(cada) 50,00m²
200,00m²
20,00m²
Para aproximadamente 250 pessoas
Cozinha
Estoque
Camara fria
Serviço
(cada) 26,80m²
240,00m²
70,00m²
(cada) 35,00m²
1120,00m²
400,00m²
220,00m²
40,00m²
50,00m²
25,00m²
Setores Observações Áreas
102. 1.7 Exposições Acervo
1.8 Exposições Temporárias
1.9 Área de Convivência
1.10 Mirante
pé direito duplo, espaço livre para as
exposições.
pé direito duplo, espaço livre para as
exposições e mezanino.
café, espaço para leitura, eventos e ex-
posições de pequeno porte.
café, mirante e exposições de peque-
no porte.
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2. Educação
2.4 Salas de aulas teóricas
2.0 Salas dos professores
2.1 Produção
2.2 laboratório sonoplastia
2.3 laboratório luminotécnico
2.5 Salas de aulas de Musica
2.6 Salas de aulas de Teatro
2.7 Salas de aulas de Teatro
18 Salas de aulas de Musica com tamanhos
variados, e com tratamento acustico.
10 Salas com pé direito duplo, piso em
madeira, varandas técnicas, com capacidade
de 30 alunos
10 Salas com pé direito duplo, piso em madeira,
espelhos, barras, com capacidade de 30 alunos
1.10 Sanitários
12 salas com capacidade de 40 alunos. (cada) 60,00m²
40,00 a 90,00m²
95,00m²
95,00m²
43,00m²
43,00m²
75,00m²
75,00m²
(cada) 55,00m²
1070,00m²
1500,00m²
1600,00m²
1300,00m²
(área total da passarela)
Setores Observações Áreas
103. 2.10 Laboratório de Cenotecnia
2.11 Laboratório de Figurino e
Adereços
2.12 Laboratório de Fotografia
2.12 Sanitários
2.13 Vestiários
Ateliê
Área de máquinas/ Pintura
Montagem
Depósito
Ateliê, área de máquinas, manequim,
mesas de corte, medidas, passar e provadores.
Depósito.
2 Estúdio fundo infinito
2 Salas de aula teórica
Edição fotográfica
Edição videos
4 camarins
Revelação digital
Revelação manual
Depósito
Chuveiros, armários e área de troca
130,00m²
200,00m²
260,00m²
400,00m²
130,00m²
100,00m²
70,00m² e 140,00m²
25,00m²
35,00m²
35,00m²
25,00m²
20,00m²
20,00m²
30,00m²
(cada) 55,00m²
(casa)70,00m²
95
Setores Observações Áreas
2.8 Salas de ensaio
2.9 Salas de trabalhos manuais
2 Salas com pé direito duplo, e tratamento
acústico para ensaios em geral.
8 Salas, com bancadas e pias para trabalhos
manuais em geral.
280,00m²
50,00m²
104. 3.0 Teatro de Elizabetano Platéia: capacidade de 538 pessoas
2 Camarote: capacidade total de 112 pessoas
Coxias
Palco
Proscênio
Subpalco
2 camarins coletivos, separados por sexo
com sanitários.
Cabine técnica
varandas técnicas
Depósito equipamentos
Foyer.
800,00m²
(cada) 90,00m²
200,00m²
191,00m²
111,00m²
191,00m²
200,00m²
(cada) 80,00m²
400,00m²
60,00m²
665,00m²
50,00m²
35,00m²
175,00m²
90,00m²
40,00m²
30,00m²
30,00m²
75,00m²
30,00m²
45,00m²
3. Apresentações
96
Setores Observações Áreas
4.0 Recepção e sala de espera
4.1 Sala de reunião
4.2 Administração
4.3 Arquivo Administrativo
4.4 Acessoria
4.5 Curadoria
4.6 Coordenadoria pedagógica
4.7 Almoxarifado
4.8 Diretoria
4.9 Enfermaria
4. Administração
106. 8.0 Pátio Central Hospedaria
8.1 Praças no novo terreno
Exposições, café, bancos, vivência, jogos
apresentações.
Aberta ao público mesmo com o Centro Cultural
fechado.
Exposições, café, bancos, vivência, jogos
apresentações, fonte, área verde.
3200,00m²
5500,00m²
8. Praças
7.0 Estacionamento 290 vagas de carro
36 vagas de moto
4 vagas para veículos leves
tipo B
7.2 Carga e Descarga 300,00m²
8000,00m²
7. Estacionamento
98
Setores Observações Áreas
6.7 Cabine de Luz e energia 20,00m²
20,00m²6.8 Área Técnica
108. 100
Estudo de implantação .Desenho realizado pela autora. Hospedaria .Desenho realizado pela autora.
Estudo para proposta de teatro.
Desenho realizado pela autora.
Estudo para passarela.
Desenho realizado pelo professor Soutello em
orientação a autora.
Estudo para passarela.
Desenho realizado pelo professor Soutello em
orientação a autora.
Estudo para cobertura do pátio Central.
Desenho realizado pelo professor Soutello em
orientação a autora.