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Neste sentido, PONTES DE MIRANDA17 assevera: O direito à vida é inato; quem nasce com vida,
tem direito a ela...Em relação às leis e outros atos, normativos, dos poderes públicos, a
incolumidade da vida é assegurada pelas regras jurídicas constitucionais e garantida pela
decretação da inconstitucionalidade daquelas leis ou atos normativos...O direito à vida é direito
ubíquo: existe em qualquer ramo do direito, inclusive no sistema jurídico supraestatal...O direito
à vida é inconfundível com o direito à comida, às vestes, a remédios, à casa, que se tem de
organizar na ordem política e depende do grau de evolução do sistema jurídico constitucional
ou administrativo...O direito à vida passa à frente do direito à integridade física ou psíquica...o
direito de personalidade à integridade física cede ao direito de personalidade à vida e à
integridade psíquica... ALEXANDRE DE MORAES, lembra-nos que: A Constituição Federal
proclama, portanto, o direito à vida, cabendo ao Estado assegurá-lo em sua dupla acepção,
sendo a primeira relacionada ao direito de continuar vivo e a segunda de se ter vida digna
quanto à subsistência.ALEXANDRE DE MORAES, lembra-nos que: A Constituição Federal
proclama, portanto, o direito à vida, cabendo ao Estado assegurá-lo em sua dupla acepção,
sendo a primeira relacionada ao direito de continuar vivo e a segunda de se ter vida digna
quanto à subsistência18. Já PONTES DE MIRANDA, faz uma comparação bastante interessante,
no que concerne à dignidade da vida humana, senão vejamos: O direito ao salário
mínimo, que não se confunde com o direito ao mínimo vital, que é o direito à existência19... O
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa20, assim define dignidade: 1. qualidade moral que
infunde respeito; consciência do próprio valor; honra... 4. respeito aos próprios sentimentos,
valores; amor-próprio... Portanto, a vida constitucionalmente referida não é uma vida qualquer.
Seu conceito se apóia noutra definição constitucional que é a da dignidade, vale dizer, o
legislador constitucional propugna pela defesa da vida digna.
Art. 5º, caput da Constituição Federal de 198813, assegura a todos aos brasileiros e estrangeiros
residentes no Brasil, o direito à vida: Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Como
acentua ALEXANDRE DE MORAES14, o direito à vida é o mais fundamental de todos os direitos,
já que constitui-se em pré-requisito a existência e exercício de todos os demais direitos. A
Constituição Federal, é importante ressaltar, protege a vida de forma geral, inclusive a uterina.
Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, aprovado pela XXI sessão da Assembléia
Geral das Nações Unidas, reza que 1. O direito à vida é inerente à pessoa humana. Este direito
deverá ser protegido pela lei, ninguém poderá ser arbitrariamente provado de sua vida. (Parte
III, art. 6). DE CUPIS afirma que a vida se identifica com a simples existência biológica e que o
direito à vida é essencial, tem como objeto um bem muito elevado, sendo um direito
essencialíssimo. É um direito inato, adquirido no nascimento, portanto, intransmissível,
irrenunciável e indisponível. Assim, o suicídio não constitui ato de exercício de um direito Assim,
o direito à vida deve ser associado a um direito à conservação da vida, em que o indivíduo pode
gerir e defender sua vida, mas não pode dela dispor, apenas justificando ação lesiva contra a
vida em casos de legítima defesa e estado de necessidade. Assevera, ainda, sobre tutela privada
e pública do direito à vida, admitindo que o direito aos alimentos é uma tutela complementar da
vida, sendo diferente do direito à vida, pois não é a vida o seu objeto, mas um bem material
para servir a conservação da vida. CANOTILHO6 aduz que o direito à vida é um direito subjetivo
de defesa, pois

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  • 2. III, art. 6). DE CUPIS afirma que a vida se identifica com a simples existência biológica e que o direito à vida é essencial, tem como objeto um bem muito elevado, sendo um direito essencialíssimo. É um direito inato, adquirido no nascimento, portanto, intransmissível, irrenunciável e indisponível. Assim, o suicídio não constitui ato de exercício de um direito Assim, o direito à vida deve ser associado a um direito à conservação da vida, em que o indivíduo pode gerir e defender sua vida, mas não pode dela dispor, apenas justificando ação lesiva contra a vida em casos de legítima defesa e estado de necessidade. Assevera, ainda, sobre tutela privada e pública do direito à vida, admitindo que o direito aos alimentos é uma tutela complementar da vida, sendo diferente do direito à vida, pois não é a vida o seu objeto, mas um bem material para servir a conservação da vida. CANOTILHO6 aduz que o direito à vida é um direito subjetivo de defesa, pois