2. Definição
Doença de depósito – proteína amiloide mal dobrada
• Distorção da arquitetura tissular
• Disfunção do órgão acometido
• Fibrila amiloide – afinidade pelo vermelho Congo
(birrefringência “verde maçã”)
• Hereditária ou não-hereditária
• Localizada ou sistêmica
• Diferentes órgãos envolvidos
• Diferentes prognósticos
3. Classificação
•Formas mais comuns de amiloidose (>30
proteínas amiloides):
• Amiloidose de cadeia leve (AL)
• Amiloidose AA ou secundária – infecções/
inflamações
• Amiloidose transtirretina (TTR) - Hereditária -
Selvagem
5. Características
Demográficas e
Clínicas dos
subtipos: AL,
ATTRv e ATTRw t
Aspectos demográficos AL ATTRv ATTRwt
Idade de início (anos) > 60 anos Depende do genótipo > 70 anos
Gênero Leve predominância em homens Sem predominância Predominância em homens
Origem étnica Nenhuma Mutação mais frequente: Afrodescendentes
americanos = Val122Ile Portugueses =
Val30Met
Nenhuma
Prevalência/Incidência 10 casos/milhão de pessoas/ano, aumenta
com a idade
Variável, conforme o genótipo Desconhecida, aumenta com a
idade
Aspectos clínicos
ICFEP √ √ √
Neuropatia periférica e/ou
autonômica
√ √ -
Proteinúria √ - -
Púrpura periorbitária √ - -
Macroglossia √ - -
Síndrome do túnel do carpo
bilateral
√ - √
Ruptura espontânea do tendão do
bíceps
- - √
6. Manifestação Clínica
• Manifestações clínicas sobrepostas - caracterizar a proteína
precursora - tratamento.
• Amiloidose sistêmica: coração, rins, olhos, SNC / SNP e fígado.
• Inespecíficas: fadiga, perda ponderal, edema periférico e hipotensão
ortostática.
• ATTRv (hereditária): neuropatia e cardiomiopatia
• ATTRwt (selvagem): a cardiopatia é a principal, ocorrendo
principalmente em homens idosos que desenvolvem ICFEP sem
fatores de risco previamente conhecidos.
• Alterações extra cardíacas (podem anteceder em anos): síndrome do
túnel do carpo bilateral e rupturas do tendão do bíceps.
8. Manifestações Neurológicas
• 1. Neuropatia Periférica:
• polineuropatia axonal, autonômica-sensitiva-motora de evolução
comprimento dependente
• Afeta inicialmente segmentos distais do membros, sobretudo os MMII e
evolui para segmentos proximais em MMSS.
9. Neuropatia Periférica
• Na forma de início precoce (< 50 anos)- as fibras finas e
posteriormente as fibras grossas.
Disfunção
erétil
Saciedade
precoce
Náuseas,
vômitos
Diarreia
constipação
Hipotensão
ortostática
síncopes
Alteração da
condução
atrioventricular
Arritmias Olho seco
Retenção ou
incontinência
urinária
Dor
neuropática
Perda da
sensibilidades
ao calor e ao frio
Perda
ponderal
10. NEUROPATIA PERIFÉRICA
• Na forma de início precoce (< 50 anos)- as
fibras finas e posteriormente as fibras grossas
Já nessa fase inicial, podem surgir
lesões indolores
mal perfurante plantar e suas
repercussões (infecções localizadas,
celulite, osteomielite e septicemia)
Após alguns anos, surgem:
instabilidade à marcha
fraqueza por atrofia muscular (distal
para próxima).
11. NEUROPATIA PERIFÉRICA
Já nas formas tardias, a neuropatia, desde o início, compromete todos os tipos
de fibras, e a disautonomia não é tão importante, pelo menos na fase inicial da
doença.
A síndrome do túnel do carpo bilateral é uma manifestação frequente na ATTRv,
podendo ser a manifestação inicial.
12. Manifestações do SNC
• Episódios focais
• tipo deficitário: stroke-like, TIA-like, ou
aura-like,
• tipo irritativo epilético.
• Casos graves: isquemia ou hemorragia
intracraniana.
• Outras manifestações:
• Comprometimento auditivo;
• migrânia;
• demência;
• síndrome cerebelar;
• Mielopatia
• radiculopatia.
13. MANIFESTAÇÕES
CARDIOVASCULARE
S
• Infiltração da matriz extracelular cardíaca por fibrilas
amiloides.
• Aumento progressivo da espessura da parede ventricular
e aumento acentuado na rigidez da câmara, acarretando
em comprometimento da função diastólica, levando à IC
com fisiologia restritiva.
• A função sistólica comprometida, refletida por tensão
longitudinal anormal, apesar de uma fração de ejeção
normal, que pode se encontrar preservada até os estágios
finais da doença.
• Infiltração amiloide atrial, levando à disfunção contrátil.
• Depósitos - nas válvulas cardíacas, sem causar disfunções
importantes, na região perivascular.
14. MANIFESTAÇÕES
CARDIOVASCULARES
• ICFEP (manifestação mais comum) podendo evoluir com queda da
fração de ejeção nas fases mais avançadas da doença.
• A amiloidose cardíaca deve ser considerada no diagnóstico diferencial
da etiologia da ICFEP em homens idosos, particularmente quando a
história HAS não é evidente ou há aumento da espessura do septo
interventricular ≥ 12 mm, levantando a possibilidade de
miocardiopatia infiltrativa.
• Síncope e hipotensão ortostática são comuns - indicam presença de
desautonomia.
• A necessidade de reduzir a dose ou descontinuar anti-hipertensivos
em pacientes com diagnóstico prévio de HAS, (betabloq e IECA/BRA)
são aspectos suspeitos da amiloidose
21. Tratamento
• A amiloidose AL: A base do tratamento específico consiste em eliminar a
sua produção por meio da erradicação do clone de plasmócitos na medula
óssea.
• Pacientes avaliados como baixo risco são candidatos à terapia com
quimioterapia (QT) em altas doses seguidas de TCTH.
• Pacientes de risco intermediário geralmente recebem QT em doses
convencionais e, caso apresentem melhora clínica e laboratorial, podem se
tornar candidatos ao TCTH.
• Pacientes idosos, mais frágeis, com comprometimento de mais de um
órgão ou com cardiomiopatia avançada são tratados com QT em doses
ajustadas, representando um grupo de prognóstico desfavorável, uma vez
que geralmente não toleram o tratamento.
23. Terapias Específicas da ATTR
1) Transplante hepático;
2) Estabilizadores dos tetrâmeros da TTR:
• TAFAMIDIS e AG10
3) Inibidores da síntese hepática de TTR;
4) Degradação e reabsorção das fibrilas amiloides
depositadas.