2. O que é?
Demência é um termo genérico, utilizado para
designar um conjunto de doenças nas quais existe
deterioração do desempenho cognitivo e
comportamental, condicionando a autonomia.
Existem diversas demências e são raras as que se
podem tratar ou prevenir eficazmente. Acredita-se, no
entanto, que um estilo de vida saudável possa
retardar o surgimento da maioria.
3. Demência sem perda de autonomia
Quando há um desempenho cognitivo inferior à
idade e escolaridade mas o doente é capaz de
realizar todas as tarefas que antes assumia, tem
um defeito cognitivo ligeiro. Esta categoria
representa um estado de transição entre a
normalidade e a demência, sendo que a conversão
ocorre a um ritmo de 15% por ano.
4. Que funções se podem perder com a demência?
Os principais domínios cognitivos que podem ser
afetados são:
•A capacidade de organização, planeamento, decisão e
julgamento (funções executivas);
•A capacidade de reter e evocar informação (memória);
•A capacidade de expressão e compreensão verbal
(linguagem);
•A capacidade de reconhecer pessoas e objetos (gnose);
•A capacidade de orientação no espaço e de produzir
sequências de atos motores (praxis).
5. Cada categoria de demência tende a afetar estes
domínios cognitivos num padrão relativamente
típico. Tal decorre, por um lado, da predileção que
cada uma delas tem por determinadas regiões do
cérebro e, por outro, da relevância que cada uma
destas categorias assume para cada função
cognitiva.
6. Como se classificam as demências?
São várias as classificações utilizadas, sendo que uma das que
se mostrou clinicamente mais útil as divide em:
•Primárias (degenerativas, em que a demência é a própria
doença);
•Secundárias (em que há outra patologia que se manifesta por
demência);
Entre as últimas há algumas passíveis de serem tratadas e/ou
prevenidas, sublinhando a importância de um diagnóstico correto,
para o qual contribuem a colheita pormenorizada da história
clínica, o exame neurológico e neuro psicológico, e o uso
compreensivo de exames laboratoriais e imagiológicos.
7. Quais são as demências mais comuns?
As principais são:
•Doença de Alzheimer (que representa cerca de dois terços
de todos os casos);
•Demência frontotemporal;
•Demência com corpos de Lewy;
•Demência vascular (destas, a única secundária).
8. Qual a taxa de prevalência da demência?
No que toca à frequência, os dados epidemiológicos
mais abundantes referem-se à doença de Alzheimer. A
sua taxa de prevalência, que aumenta exponencialmente
com a idade, varia de até 1% entre os 60 e os 65 anos a
quase 50% acima dos 90 anos, estimando-se um total
superior a 150 mil pacientes em Portugal e 35 milhões
em todo o mundo.
9. Sintomas
Os sintomas devem-se principalmente às alterações da memória
que se podem agravar ao longo dos anos:
•Perda de memórias recentes
•Dificuldade em perceber o tempo e o espaço comuns- onde está,
qual o dia ou ano presente
•Dificuldade na comunicação oral e escrita e uso de palavras
erradas
•Perde de objetos comuns e dificuldade em tarefas diárias
•Perda de iniciativa e de interesses
•Alterações do humor e de personalidade, irritabilidade
inexplicável
10. Causas
As demências podem ser motivadas por perda de células
cerebrais e doença neurodegenerativa que acontecem
com o avançar da idade, no entanto, a envelhecimento
não significa demência! Outras causas de demência
podem ser: AVC, traumatismos,tumor cerebral, doença
cerebrovascular, depressão, alcoolismo.
11. Diagnóstico
É realizado pelo médico assistente que analisa a história do
paciente e realiza um exame físico. Fatores importantes são:
alterações da atenção, orientação, memória, julgamento,
linguagem, habilidades motoras e espaciais; exclusão de outras
patologias-por definição, a demência não se deve a
depressão major ou esquizofrenia. Exames complementares
podem incluir testes de memória e psicotécnicos, exames de
sangue e urina, exames de imagem (RMN, TAC)
eletroencefalograma,etc, consoante o tipo de manifestações da
doença.
12. Tratamento
Se excluirmos a pequena percentagem de causas tratáveis de
demência, para a maioria não existe tratamento curativo ou que
altere a história natural da doença. No entanto já existem fármacos
muito úteis, quer para otimizar as funções cognitivas (como os
inibidores da acetilcolinestérase ou a memantina), quer para
reduzir a disfunção comportamental (como os antidepressivos e os
anti psicóticos).
13. Prevenção
Não há uma forma definitiva de prevenir a demência, mas é
possível indicar alguns cuidados a ter:
•Na doença de Alzheimer é benéfico um estilo de vida saudável,
com alimentação equilibrada, exercício físico regular, consumo
moderado de vinho e controlo adequado de fatores de risco
vascular, sobretudo hipertensão arterial
•No caso da demência vascular isto assume um papel ainda mais
relevante, combinado com estratégias farmacológicas para evitar
novos enfartes cerebrais
14. •Uma das teorias mais atrativas aponta a reserva cognitiva,
resultante de múltiplas variáveis (como o quociente de inteligência,
o nível de instrução, a adesão a atividades culturais e de lazer),
como responsável por uma maior resistência à deterioração
cognitiva. Assim, quanto maior a reserva de um indivíduo, mais
tarde fica clinicamente doente, embora o seu cérebro possa já ter
sinais histológicos da patologia há muitos anos.
•Fontes: Internet