SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
COSMOGONIA YORUBÁ: A CRIAÇÃO E A SEPARAÇÃO DO MUNDO
Como em toda cultura, os yorubás também têm sua teoria sobre a criação do
mundo, dos seres e da atuação das divindades neste episódio.
O grande Deus da criação é Olodumare (Olódùnmarè), ou Olorun (Olóòrun –
Senhor do Céu). Olorun é o Deus supremo, que age acima dos demais Orixás.
Por essa razão, inclusive, o Candomblé é uma Religião monoteísta (acredita
em um Deus único).
No momento anterior à criação, tudo que existia era uma massa de ar infinita.
Tal massa era o próprio Olorun.
Além do próprio Olorun, só existiam os Orixás primordiais antes da criação do
mundo. Estes eram os Orixás do branco (òrisa-funfun),. Essas divindades
ocupavam o àwosùn dàra (a morada de Olorun, ou a morada do justo).
O momento mágico de início do nosso mundo e da existência de todos os
habitantes é descortinado pelo Odù Ifá Òtúrúpòn-Òwónrín, através de um
maravilhoso mito, o Ìtàn ìgbà-ndá àiyé
Ao mover-se lentamente e ao respirar, Olorun deu origem à água. Da relação
entre a água e o ar, criou Orixanlá (Òrìsànlá), ou (Òsàlá) o Grande Deus
Branco, conhecido também pelo nome de Obatalá (Obàtálà).
No movimento constante de água e ar, parte desta matéria solidifica-se dando
origem a um monte de terra avermelhada, a qual Olorun soprou se hálito (èmí)
e também o ar divino (òfurufú) para que nascesse Exu Iangui (Èsú Yangí), a
primeira forma viva e individualizada do universo.
Da relação entre o ar e a terra, passa a existir Odudua (Odùduwà) (*1).
(*1) Em uma tradução livre, seu nome significaria “a cabaça de onde jorrou
vida”. Odududa é frequentemente confundida com o guerreiro mítico divinizado
e de mesmo nome, fundador da cidade de Ilê Ifé. A personalidade de Odudua é
controvertida. O Padre Boudin, classifica essa divindade como feminina,
constituindo assim o par da gênese com Oxalá. Verger discorda, acreditando
que a parceira de Oxalá seja Iyemowo.
Olorun decide então criar o mundo para os novos seres. Para tal, convocou
Oxalá e a ele entregou o saco da existência (àpò-iwà).
O Deus Supremo, conhecendo todas as coisas, advertiu Oxalá, seu
primogênito, a procurar Orunmilá (O Senhor da Sabedoria e do Destino) a fim
de que este lhe desse as orientações para obter êxito na incumbência.
Oxalá seguiu o conselho e foi até Orunmilá, o grande oluwò. Este consultou o
rosário de Ifá e apareceu Ejiogbe, o primeiro dos 16 odus. Orunmilá então
disse que Oxalá teria muitas dificuldades e que estaria sendo testado por
Olorun. Recomendou que antes de partir, Oxalá fizesse uma oferenda a Exu
contendo uma corrente de dois mil elos, 5 galinhas de cinco dedos em cada pé,
cinco pombos e um camaleão. Advertiu-o também a não ingerir bebida
alcoólica até a conclusão do trabalho.
Oxalá, no entanto, movido por sua vaidade e prepotência, contestou Oruminlá.
Questionou o diagnóstico do sábio, alegando que ele (Oxalá) seria mais
importante e mais velho que Exu, razão pela qual se Exu quisesse algo, que
fosse atrás de Oxalá na missão.
Oxalá foi teimoso, pois esqueceu que Orunmilá não se equivoca. Foi
prepotente, por pensar ser mais importante que Exu. Foi arrogante por esperar
que Orunmilá devesse explicações do destino a qualquer um. Deveria saber
que ninguém pode ver o rosto de Oruminlá, assim como não pode conhecer a
razões do destino.
Oxalá foi também negligente. Desdenhou da predição e partiu no cumprimento
da missão, sem atender as predições.
No percurso, deparou-se com Odudua e a convida para a empreitada.
Contudo, Odudua recusa-se a acompanhar Oxalá, pois este não teria cumprido
as recomendações do oráculo, nem tampouco realizado as obrigações rituais
necessárias à tarefa.
Teimoso, Oxalá não deu ouvidos a Odudua e seguiu sozinho, até encontrar
Exu na via (òna-òrun). Este, já empossado como olonan (senhor dos
caminhos), perguntou a Oxalá se o orixá branco havia feito as oferendas para a
jornada. Oxalá, esbanjando superioridade, não deu atenção a Exu; reuniu os
Orixás que lhe auxiliariam na tarefa (Olúfón, Eteko, Olúorogbo, Olúwofin,
Ògiyán e os demais Orixás funfun) e seguiu adiante.
Irado, Exu resolve se vingar de Oxalá.
Oxalá, ao longo da viagem, desacostumado naquele ambiente inóspito, sentiu
muita sede. Parou ao pé de uma palmeira de dendê (igí-òpe), e fincou seu
cajado (òpásórò) no tronco para sorver a seiva refrescante, o chamado vinho
de palma (emun). Porém, como a bebida é fermentada, possui alto teor
alcoólico e Oxalá acabou adormecendo.
Os Orixás que acompanhavam Oxalá ficaram atônitos, pois não conseguiam
acordar o líder.
Exu então pegou o saco da criação e o levou de volta às mãos de Olorun,
atestando a falha de Oxalá.
Olorun chamou Odudua deu-lhe uma pequena cabaça contendo terra e pediu
que esta fosse realizar a incumbência antes conferida a Oxalá, que havia
falhado na missão.
O Deus Supremo mostrou a Odudua o lugar determinado para a criação do
mundo (òrun àkàxò).
Mais prudente, antes de iniciar sua marcha, Odudua foi a Orunmilá. O Senhor
da Sabedoria consultou Ifá e viu Oyeku Meji, o segundo Odu no sistema de Ifá,
que é a contra-parte de Ejiobe (o 1º signo).
Orunmilá orientou Odudua a fazer o mesmo ebó antes prescrito a Oxalá.
Odudua atendeu e ofereceu a Exu a cadeia de dois mil elos, as cinco galinhas
de cinco dedos, os cinco pombos e o camaleão.
Exu, mostrando a generosidade que tem com aqueles que lhe respeitam,
retirou um elo da corrente e o pôs no braço (de onde jamais retiraria para
mostrar sua ligação com a gênese). Devolveu a Odudua o restante da corrente
e ainda 1 galinha, 1 pombo e o camaleão, avisando-lhe que tais materiais
seriam muito úteis à criação do mundo.
E Odudua partiu na expedição. Chegando diante do pilar que une o orun ao
aiye (òpó-órun-oún-àiyé), lançou a cadeia de dois mil elos e desceu até o ponto
exato da criação do mundo (òrun àkàxò). Em seguida, ainda pendurada, jogou
a terra e mandou que a galinha de cinco dedos a espalhasse; determinou que o
pombo a semeasse e fez com que o camaleão, com sua prudência, colocasse
pé ante pé e fosse verificar se a terra estava segura e firme. Aí sim Odudua
pisou no mundo. Sua primeira pegada é chamada de esè ntaiyé Odùduà.
Odudua fundou desta forma a cidade de Ilé-Ifè, o berço da civilização yorubá,
que se espalhou para o resto do mundo.
Só depois disso Oxalá despertou. Olorun delegou a ele a tarefa de criar os
seres vivos. E Oxalá criou os homens, as mulheres, as árvores, os peixes e
tudo que habita a Terra.
Mas entre Oxalá e Odudua surgiu uma rixa. Olorun, com sua sabedoria, fez
mostrar que os dois eram de fundamental importância para a Criação e a
sobrevivência do mundo dependeria da harmonia de ambos.
Olorun os convenceu assim a celebrar um acordo (Odù Ifá Ìwòrì-Òbèrè) e
chamou Oxalá para sentar à sua direita (òtun) e Odudua para sentar-se à sua
esquerda (òsì). Instituiu assim a possibilidade de equilíbrio e de convivência
harmônica entre homem e mulher.
Até hoje os yorubás comemoram o dia do acordo através de uma grande
festejo anual (ododún sise), celebrando a união que permitiu a sobrevivência
do universo e da vida.
Toda esta epopéia durou apenas quatro dias. Para representar a gênese e o
útero primordial, os yorubás utilizaram o igbá-odù (ou igbádù): uma cabaça
pintada de branco, cortada horizontalmente ao meio em duas metades que
devem manter-se sempre unidas, contendo em seu interior quatro pequenos
recipientes de casca da noz do côco cortado ao meio contendo, cada qual, com
um elemento que simboliza os três sangues do axé: o efun (branco), o osún
(vermelho), o carvão (preto) e ainda lama (matéria-prima do homem). Esses
elementos significam também os quatro odus principais: Eji Ogbé, Òyèkún Meji,
Ibara Meji e Edí Meji. Separar as duas metades de igbadu, significa a própria
destruição do mundo.
A parte de cima de igbadu representa Oxalá, e a parte de baixo, Odudua.
Nesta época, o orun (òrun), o céu, não era separado do aiyê (àiyé), o mundo, e
homens e deuses transitavam livremente entre os dois mundos.
Havia um camponês que morava exatamente no limite entre o orun e o aiye. A
mulher dele era estéril. Este homem rogou muito a Oxalá que a mulher dele
pudesse parir. Oxalá o atendeu e a mulher do camponês deu a luz a um
menino. Contudo, Oxalá decretou como interdito que aquele menino jamais
deveria ultrapassar os limites da terra, nunca podendo ir ao orun.
O camponês ensinou a proibição ao menino e tomava todos os cuidados para
que o garoto nunca conhecesse o caminho que ligava os dois mundos.
Mas a curiosidade e a rebeldia foram maiores. Certo dia, o pai teria que
entregar umas sementes no orun. Encheu um saco, o pôs nas costas e
começou a trajetória. O menino esperto fez um pequeno furo no saco de
sementes e assim ficou conhecendo o caminho do orun ao aiye.
No dia seguinte, seguiu o rastro e chegou ao orun. Não só descumpriu o
interdito, como desafiou os deuses, se dizendo mais esperto e contando
vantagem.
Oxalá ficou irado, pegou seu cajado e naquele momento separou o orun do
aiye. Limitou assim o espaço dos homens e dos deuses, impondo uma nova
ordem e uma nova relação entre homens e as divindades.
Entre o orun e aiye formou-se um vão, que foi preenchido pelo sopro de
Olorun, dando origem à atmosfera (sánmò). Este vão possui nove espaços,
sendo quatro superiores () e quatro inferiores (òrun isalè mérèèrin), postando-
se a Terra no espaço central.
O menino transgressor chamava-se Exu. Exu foi aquele capaz de criar o caos
e recriar a ordem universal.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Igbadu-A cabaça da existência.pdf
Igbadu-A cabaça da existência.pdfIgbadu-A cabaça da existência.pdf
Igbadu-A cabaça da existência.pdfIuryRosendodaSilva1
 
16654579 assentamentos
16654579 assentamentos16654579 assentamentos
16654579 assentamentosRubens Garcia
 
6 oferendas de prosperidad
6 oferendas de prosperidad6 oferendas de prosperidad
6 oferendas de prosperidadEver Ramirez
 
51955795 9615963-odu-apostila-de-jogo-de-buzios
51955795 9615963-odu-apostila-de-jogo-de-buzios51955795 9615963-odu-apostila-de-jogo-de-buzios
51955795 9615963-odu-apostila-de-jogo-de-buziosDenise Barquet
 
Mitologia dos orixás
Mitologia dos orixásMitologia dos orixás
Mitologia dos orixásprimeiraopcao
 
52136962 dicionario-yoruba
52136962 dicionario-yoruba52136962 dicionario-yoruba
52136962 dicionario-yorubaNika Play
 
Receitas de comida do axé
Receitas  de comida do axéReceitas  de comida do axé
Receitas de comida do axéCarmen Prisco
 
29247521 qualidades-do-orixa (2)
29247521 qualidades-do-orixa (2)29247521 qualidades-do-orixa (2)
29247521 qualidades-do-orixa (2)Eliane Barbosa
 
126951054 117875525-oro-npa-orisa
126951054 117875525-oro-npa-orisa126951054 117875525-oro-npa-orisa
126951054 117875525-oro-npa-orisaSIDNEI SANTANA
 
21759209 18107606-16654601-esu-a-pedra-primordial-da-teologia-yoruba-apostila...
21759209 18107606-16654601-esu-a-pedra-primordial-da-teologia-yoruba-apostila...21759209 18107606-16654601-esu-a-pedra-primordial-da-teologia-yoruba-apostila...
21759209 18107606-16654601-esu-a-pedra-primordial-da-teologia-yoruba-apostila...Rodrigo Agra
 
161203631 135929856-apostila-ewe-e-egbo
161203631 135929856-apostila-ewe-e-egbo161203631 135929856-apostila-ewe-e-egbo
161203631 135929856-apostila-ewe-e-egboEdmilton Pereira
 

Mais procurados (20)

80666183 odu
80666183 odu80666183 odu
80666183 odu
 
Igbadu-A cabaça da existência.pdf
Igbadu-A cabaça da existência.pdfIgbadu-A cabaça da existência.pdf
Igbadu-A cabaça da existência.pdf
 
Jogo de buzios_nivel1
Jogo de buzios_nivel1Jogo de buzios_nivel1
Jogo de buzios_nivel1
 
Awon Ewé Njé
Awon Ewé NjéAwon Ewé Njé
Awon Ewé Njé
 
O jogo-de-4-buzios-doc
O jogo-de-4-buzios-docO jogo-de-4-buzios-doc
O jogo-de-4-buzios-doc
 
16654579 assentamentos
16654579 assentamentos16654579 assentamentos
16654579 assentamentos
 
Igbadu
IgbaduIgbadu
Igbadu
 
6 oferendas de prosperidad
6 oferendas de prosperidad6 oferendas de prosperidad
6 oferendas de prosperidad
 
51955795 9615963-odu-apostila-de-jogo-de-buzios
51955795 9615963-odu-apostila-de-jogo-de-buzios51955795 9615963-odu-apostila-de-jogo-de-buzios
51955795 9615963-odu-apostila-de-jogo-de-buzios
 
Mitologia dos orixás
Mitologia dos orixásMitologia dos orixás
Mitologia dos orixás
 
Tratado de-ifa-introducao
Tratado de-ifa-introducaoTratado de-ifa-introducao
Tratado de-ifa-introducao
 
52136962 dicionario-yoruba
52136962 dicionario-yoruba52136962 dicionario-yoruba
52136962 dicionario-yoruba
 
Receitas de comida do axé
Receitas  de comida do axéReceitas  de comida do axé
Receitas de comida do axé
 
Igbo ifa
Igbo ifaIgbo ifa
Igbo ifa
 
29247521 qualidades-do-orixa (2)
29247521 qualidades-do-orixa (2)29247521 qualidades-do-orixa (2)
29247521 qualidades-do-orixa (2)
 
126951054 117875525-oro-npa-orisa
126951054 117875525-oro-npa-orisa126951054 117875525-oro-npa-orisa
126951054 117875525-oro-npa-orisa
 
Tratado dos-256-odus-de-ifa-brasil
Tratado dos-256-odus-de-ifa-brasilTratado dos-256-odus-de-ifa-brasil
Tratado dos-256-odus-de-ifa-brasil
 
Dice ifá traduzido portugues
Dice ifá traduzido portuguesDice ifá traduzido portugues
Dice ifá traduzido portugues
 
21759209 18107606-16654601-esu-a-pedra-primordial-da-teologia-yoruba-apostila...
21759209 18107606-16654601-esu-a-pedra-primordial-da-teologia-yoruba-apostila...21759209 18107606-16654601-esu-a-pedra-primordial-da-teologia-yoruba-apostila...
21759209 18107606-16654601-esu-a-pedra-primordial-da-teologia-yoruba-apostila...
 
161203631 135929856-apostila-ewe-e-egbo
161203631 135929856-apostila-ewe-e-egbo161203631 135929856-apostila-ewe-e-egbo
161203631 135929856-apostila-ewe-e-egbo
 

Destaque

Obàtálà & Odùdúwà na gênese yorubá
Obàtálà & Odùdúwà na gênese yorubáObàtálà & Odùdúwà na gênese yorubá
Obàtálà & Odùdúwà na gênese yorubáJ. Alfredo Bião
 
Umbanda -a_proto-síntese_cósmica_-_f._rivas_neto_-_yamunisiddha_arhapiagha
Umbanda  -a_proto-síntese_cósmica_-_f._rivas_neto_-_yamunisiddha_arhapiaghaUmbanda  -a_proto-síntese_cósmica_-_f._rivas_neto_-_yamunisiddha_arhapiagha
Umbanda -a_proto-síntese_cósmica_-_f._rivas_neto_-_yamunisiddha_arhapiaghaSlideFacil
 
Souza leal espiritismo_a_magia_sete_linhas_de_umbanda
Souza leal espiritismo_a_magia_sete_linhas_de_umbandaSouza leal espiritismo_a_magia_sete_linhas_de_umbanda
Souza leal espiritismo_a_magia_sete_linhas_de_umbandarenatopaulo_gomes
 
Estudo sistematizado Umbanda - Parte 1
Estudo sistematizado Umbanda - Parte 1Estudo sistematizado Umbanda - Parte 1
Estudo sistematizado Umbanda - Parte 1Heduardopigosso
 
Trabalho religioes afro brasileira
Trabalho religioes afro brasileiraTrabalho religioes afro brasileira
Trabalho religioes afro brasileiraGabriel Mayer
 
Rituais da Umbanda e Posições Litúrgicas
Rituais da Umbanda e Posições LitúrgicasRituais da Umbanda e Posições Litúrgicas
Rituais da Umbanda e Posições Litúrgicaspaikachambi
 
IORUBÁS E BANTOS: cultura afro-brasileira- Prof. Elvis John
IORUBÁS E BANTOS: cultura afro-brasileira- Prof. Elvis JohnIORUBÁS E BANTOS: cultura afro-brasileira- Prof. Elvis John
IORUBÁS E BANTOS: cultura afro-brasileira- Prof. Elvis JohnElvisJohnR
 

Destaque (9)

Obàtálà & Odùdúwà na gênese yorubá
Obàtálà & Odùdúwà na gênese yorubáObàtálà & Odùdúwà na gênese yorubá
Obàtálà & Odùdúwà na gênese yorubá
 
Gênese yorubá capa (2)
Gênese yorubá   capa (2)Gênese yorubá   capa (2)
Gênese yorubá capa (2)
 
Umbanda -a_proto-síntese_cósmica_-_f._rivas_neto_-_yamunisiddha_arhapiagha
Umbanda  -a_proto-síntese_cósmica_-_f._rivas_neto_-_yamunisiddha_arhapiaghaUmbanda  -a_proto-síntese_cósmica_-_f._rivas_neto_-_yamunisiddha_arhapiagha
Umbanda -a_proto-síntese_cósmica_-_f._rivas_neto_-_yamunisiddha_arhapiagha
 
Souza leal espiritismo_a_magia_sete_linhas_de_umbanda
Souza leal espiritismo_a_magia_sete_linhas_de_umbandaSouza leal espiritismo_a_magia_sete_linhas_de_umbanda
Souza leal espiritismo_a_magia_sete_linhas_de_umbanda
 
Estudo sistematizado Umbanda - Parte 1
Estudo sistematizado Umbanda - Parte 1Estudo sistematizado Umbanda - Parte 1
Estudo sistematizado Umbanda - Parte 1
 
Religiões Comparadas
Religiões ComparadasReligiões Comparadas
Religiões Comparadas
 
Trabalho religioes afro brasileira
Trabalho religioes afro brasileiraTrabalho religioes afro brasileira
Trabalho religioes afro brasileira
 
Rituais da Umbanda e Posições Litúrgicas
Rituais da Umbanda e Posições LitúrgicasRituais da Umbanda e Posições Litúrgicas
Rituais da Umbanda e Posições Litúrgicas
 
IORUBÁS E BANTOS: cultura afro-brasileira- Prof. Elvis John
IORUBÁS E BANTOS: cultura afro-brasileira- Prof. Elvis JohnIORUBÁS E BANTOS: cultura afro-brasileira- Prof. Elvis John
IORUBÁS E BANTOS: cultura afro-brasileira- Prof. Elvis John
 

Semelhante a A Criação do Mundo segundo a Cosmogonia Yorubá

Cursodeintroducaoaocandomble 120328221052-phpapp01
Cursodeintroducaoaocandomble 120328221052-phpapp01Cursodeintroducaoaocandomble 120328221052-phpapp01
Cursodeintroducaoaocandomble 120328221052-phpapp01Regina Freitas
 
Introdução ao Candomblé e seus Orixás
Introdução ao Candomblé e seus OrixásIntrodução ao Candomblé e seus Orixás
Introdução ao Candomblé e seus Orixásnina rizzi
 
Curso de Introdução ao Candomblé
Curso de Introdução ao CandombléCurso de Introdução ao Candomblé
Curso de Introdução ao CandombléEliana Pacco
 
Curso de introducao ao candomble
Curso de introducao ao candombleCurso de introducao ao candomble
Curso de introducao ao candombleStanley Domeniquini
 
Igbadu a cabaça da existência (1)
Igbadu a cabaça da existência (1)Igbadu a cabaça da existência (1)
Igbadu a cabaça da existência (1)escolamultiensino
 
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yuruba
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yurubaOs imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yuruba
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yurubaNatalia Conrado
 
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yuruba
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yurubaOs imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yuruba
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yurubaNatalia Conrado
 
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yuruba
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yurubaOs imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yuruba
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yurubaNatalia Conrado
 
Religião Afro-brasileira. Orixas mitos
Religião Afro-brasileira. Orixas mitosReligião Afro-brasileira. Orixas mitos
Religião Afro-brasileira. Orixas mitosDenise Aguiar
 
Símbolos religiosos diversos.ppt
Símbolos religiosos diversos.pptSímbolos religiosos diversos.ppt
Símbolos religiosos diversos.pptGIEZEKARNOSKI1
 
A religão egípcia
A religão egípciaA religão egípcia
A religão egípciaMaria Gomes
 

Semelhante a A Criação do Mundo segundo a Cosmogonia Yorubá (20)

Ogboni
OgboniOgboni
Ogboni
 
Estudo de exu
Estudo de exuEstudo de exu
Estudo de exu
 
Filhos de oxalá
Filhos de oxaláFilhos de oxalá
Filhos de oxalá
 
Cursodeintroducaoaocandomble 120328221052-phpapp01
Cursodeintroducaoaocandomble 120328221052-phpapp01Cursodeintroducaoaocandomble 120328221052-phpapp01
Cursodeintroducaoaocandomble 120328221052-phpapp01
 
Introdução ao Candomblé e seus Orixás
Introdução ao Candomblé e seus OrixásIntrodução ao Candomblé e seus Orixás
Introdução ao Candomblé e seus Orixás
 
Curso de Introdução ao Candomblé
Curso de Introdução ao CandombléCurso de Introdução ao Candomblé
Curso de Introdução ao Candomblé
 
As águas de
As águas deAs águas de
As águas de
 
Curso de introducao ao candomble
Curso de introducao ao candombleCurso de introducao ao candomble
Curso de introducao ao candomble
 
Esin ibile.jpg
Esin ibile.jpgEsin ibile.jpg
Esin ibile.jpg
 
Igbadu a cabaça da existência (1)
Igbadu a cabaça da existência (1)Igbadu a cabaça da existência (1)
Igbadu a cabaça da existência (1)
 
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yuruba
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yurubaOs imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yuruba
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yuruba
 
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yuruba
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yurubaOs imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yuruba
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yuruba
 
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yuruba
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yurubaOs imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yuruba
Os imoles-o-culto-aos-orixas-religião-yuruba
 
Religião Afro-brasileira. Orixas mitos
Religião Afro-brasileira. Orixas mitosReligião Afro-brasileira. Orixas mitos
Religião Afro-brasileira. Orixas mitos
 
Símbolos religiosos diversos.ppt
Símbolos religiosos diversos.pptSímbolos religiosos diversos.ppt
Símbolos religiosos diversos.ppt
 
06 oxal
06   oxal06   oxal
06 oxal
 
Umbanda
UmbandaUmbanda
Umbanda
 
A religão egípcia
A religão egípciaA religão egípcia
A religão egípcia
 
Mitologia Africana
Mitologia AfricanaMitologia Africana
Mitologia Africana
 
Adao, eva, caim, abel e seth
Adao, eva, caim, abel e sethAdao, eva, caim, abel e seth
Adao, eva, caim, abel e seth
 

Mais de J. Alfredo Bião (20)

3. étà ògúndá
3. étà ògúndá3. étà ògúndá
3. étà ògúndá
 
3º caminho de òkànràn
3º caminho de òkànràn3º caminho de òkànràn
3º caminho de òkànràn
 
4º caminho de òkànrà1
4º caminho de òkànrà14º caminho de òkànrà1
4º caminho de òkànrà1
 
5º caminho de òkànràn
5º caminho de òkànràn5º caminho de òkànràn
5º caminho de òkànràn
 
Caminhos de odu
Caminhos de oduCaminhos de odu
Caminhos de odu
 
Candomblé
CandombléCandomblé
Candomblé
 
Iorubás e o culto aos éguns
Iorubás e o culto aos égunsIorubás e o culto aos éguns
Iorubás e o culto aos éguns
 
Iorubás
IorubásIorubás
Iorubás
 
Odús e as divindades
Odús e as divindadesOdús e as divindades
Odús e as divindades
 
Owarin caminhos de odu
Owarin   caminhos de oduOwarin   caminhos de odu
Owarin caminhos de odu
 
Verdade absoluta parábola taoista
Verdade absoluta   parábola taoistaVerdade absoluta   parábola taoista
Verdade absoluta parábola taoista
 
Os trabalhadores na vinha
Os trabalhadores na vinhaOs trabalhadores na vinha
Os trabalhadores na vinha
 
O filho pródigo
O filho pródigo O filho pródigo
O filho pródigo
 
Causa e efeito e livre arbítrio
Causa e efeito e livre arbítrioCausa e efeito e livre arbítrio
Causa e efeito e livre arbítrio
 
Amor em eros
Amor em erosAmor em eros
Amor em eros
 
A figueira seca
A figueira secaA figueira seca
A figueira seca
 
A parábola do mordomo infiel
A parábola do mordomo infielA parábola do mordomo infiel
A parábola do mordomo infiel
 
A crise de sentido...
A crise de sentido...A crise de sentido...
A crise de sentido...
 
Nascimento da umbanda
Nascimento da umbandaNascimento da umbanda
Nascimento da umbanda
 
Parábola do banquete nupcial
Parábola do banquete nupcialParábola do banquete nupcial
Parábola do banquete nupcial
 

Último

O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfO Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfmhribas
 
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPaulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPIB Penha
 
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...MiltonCesarAquino1
 
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxLição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxCelso Napoleon
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.LucySouza16
 
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAEUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAMarco Aurélio Rodrigues Dias
 
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da AutorrealizaçãoDar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealizaçãocorpusclinic
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................natzarimdonorte
 
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresOração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresNilson Almeida
 
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...PIB Penha
 
As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)natzarimdonorte
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoRicardo Azevedo
 
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfTabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfAgnaldo Fernandes
 
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxLição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxCelso Napoleon
 

Último (17)

O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfO Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
 
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPaulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
 
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
 
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxLição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
 
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAEUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
 
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITAVICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
 
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da AutorrealizaçãoDar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................
 
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresOração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
 
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
 
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
 
As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
 
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfTabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
 
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmoAprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
 
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxLição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
 

A Criação do Mundo segundo a Cosmogonia Yorubá

  • 1. COSMOGONIA YORUBÁ: A CRIAÇÃO E A SEPARAÇÃO DO MUNDO Como em toda cultura, os yorubás também têm sua teoria sobre a criação do mundo, dos seres e da atuação das divindades neste episódio. O grande Deus da criação é Olodumare (Olódùnmarè), ou Olorun (Olóòrun – Senhor do Céu). Olorun é o Deus supremo, que age acima dos demais Orixás. Por essa razão, inclusive, o Candomblé é uma Religião monoteísta (acredita em um Deus único). No momento anterior à criação, tudo que existia era uma massa de ar infinita. Tal massa era o próprio Olorun. Além do próprio Olorun, só existiam os Orixás primordiais antes da criação do mundo. Estes eram os Orixás do branco (òrisa-funfun),. Essas divindades ocupavam o àwosùn dàra (a morada de Olorun, ou a morada do justo). O momento mágico de início do nosso mundo e da existência de todos os habitantes é descortinado pelo Odù Ifá Òtúrúpòn-Òwónrín, através de um maravilhoso mito, o Ìtàn ìgbà-ndá àiyé Ao mover-se lentamente e ao respirar, Olorun deu origem à água. Da relação entre a água e o ar, criou Orixanlá (Òrìsànlá), ou (Òsàlá) o Grande Deus Branco, conhecido também pelo nome de Obatalá (Obàtálà). No movimento constante de água e ar, parte desta matéria solidifica-se dando origem a um monte de terra avermelhada, a qual Olorun soprou se hálito (èmí) e também o ar divino (òfurufú) para que nascesse Exu Iangui (Èsú Yangí), a primeira forma viva e individualizada do universo. Da relação entre o ar e a terra, passa a existir Odudua (Odùduwà) (*1). (*1) Em uma tradução livre, seu nome significaria “a cabaça de onde jorrou vida”. Odududa é frequentemente confundida com o guerreiro mítico divinizado e de mesmo nome, fundador da cidade de Ilê Ifé. A personalidade de Odudua é controvertida. O Padre Boudin, classifica essa divindade como feminina, constituindo assim o par da gênese com Oxalá. Verger discorda, acreditando que a parceira de Oxalá seja Iyemowo. Olorun decide então criar o mundo para os novos seres. Para tal, convocou Oxalá e a ele entregou o saco da existência (àpò-iwà). O Deus Supremo, conhecendo todas as coisas, advertiu Oxalá, seu primogênito, a procurar Orunmilá (O Senhor da Sabedoria e do Destino) a fim de que este lhe desse as orientações para obter êxito na incumbência. Oxalá seguiu o conselho e foi até Orunmilá, o grande oluwò. Este consultou o rosário de Ifá e apareceu Ejiogbe, o primeiro dos 16 odus. Orunmilá então disse que Oxalá teria muitas dificuldades e que estaria sendo testado por Olorun. Recomendou que antes de partir, Oxalá fizesse uma oferenda a Exu contendo uma corrente de dois mil elos, 5 galinhas de cinco dedos em cada pé,
  • 2. cinco pombos e um camaleão. Advertiu-o também a não ingerir bebida alcoólica até a conclusão do trabalho. Oxalá, no entanto, movido por sua vaidade e prepotência, contestou Oruminlá. Questionou o diagnóstico do sábio, alegando que ele (Oxalá) seria mais importante e mais velho que Exu, razão pela qual se Exu quisesse algo, que fosse atrás de Oxalá na missão. Oxalá foi teimoso, pois esqueceu que Orunmilá não se equivoca. Foi prepotente, por pensar ser mais importante que Exu. Foi arrogante por esperar que Orunmilá devesse explicações do destino a qualquer um. Deveria saber que ninguém pode ver o rosto de Oruminlá, assim como não pode conhecer a razões do destino. Oxalá foi também negligente. Desdenhou da predição e partiu no cumprimento da missão, sem atender as predições. No percurso, deparou-se com Odudua e a convida para a empreitada. Contudo, Odudua recusa-se a acompanhar Oxalá, pois este não teria cumprido as recomendações do oráculo, nem tampouco realizado as obrigações rituais necessárias à tarefa. Teimoso, Oxalá não deu ouvidos a Odudua e seguiu sozinho, até encontrar Exu na via (òna-òrun). Este, já empossado como olonan (senhor dos caminhos), perguntou a Oxalá se o orixá branco havia feito as oferendas para a jornada. Oxalá, esbanjando superioridade, não deu atenção a Exu; reuniu os Orixás que lhe auxiliariam na tarefa (Olúfón, Eteko, Olúorogbo, Olúwofin, Ògiyán e os demais Orixás funfun) e seguiu adiante. Irado, Exu resolve se vingar de Oxalá. Oxalá, ao longo da viagem, desacostumado naquele ambiente inóspito, sentiu muita sede. Parou ao pé de uma palmeira de dendê (igí-òpe), e fincou seu cajado (òpásórò) no tronco para sorver a seiva refrescante, o chamado vinho de palma (emun). Porém, como a bebida é fermentada, possui alto teor alcoólico e Oxalá acabou adormecendo. Os Orixás que acompanhavam Oxalá ficaram atônitos, pois não conseguiam acordar o líder. Exu então pegou o saco da criação e o levou de volta às mãos de Olorun, atestando a falha de Oxalá. Olorun chamou Odudua deu-lhe uma pequena cabaça contendo terra e pediu que esta fosse realizar a incumbência antes conferida a Oxalá, que havia falhado na missão. O Deus Supremo mostrou a Odudua o lugar determinado para a criação do mundo (òrun àkàxò). Mais prudente, antes de iniciar sua marcha, Odudua foi a Orunmilá. O Senhor da Sabedoria consultou Ifá e viu Oyeku Meji, o segundo Odu no sistema de Ifá, que é a contra-parte de Ejiobe (o 1º signo).
  • 3. Orunmilá orientou Odudua a fazer o mesmo ebó antes prescrito a Oxalá. Odudua atendeu e ofereceu a Exu a cadeia de dois mil elos, as cinco galinhas de cinco dedos, os cinco pombos e o camaleão. Exu, mostrando a generosidade que tem com aqueles que lhe respeitam, retirou um elo da corrente e o pôs no braço (de onde jamais retiraria para mostrar sua ligação com a gênese). Devolveu a Odudua o restante da corrente e ainda 1 galinha, 1 pombo e o camaleão, avisando-lhe que tais materiais seriam muito úteis à criação do mundo. E Odudua partiu na expedição. Chegando diante do pilar que une o orun ao aiye (òpó-órun-oún-àiyé), lançou a cadeia de dois mil elos e desceu até o ponto exato da criação do mundo (òrun àkàxò). Em seguida, ainda pendurada, jogou a terra e mandou que a galinha de cinco dedos a espalhasse; determinou que o pombo a semeasse e fez com que o camaleão, com sua prudência, colocasse pé ante pé e fosse verificar se a terra estava segura e firme. Aí sim Odudua pisou no mundo. Sua primeira pegada é chamada de esè ntaiyé Odùduà. Odudua fundou desta forma a cidade de Ilé-Ifè, o berço da civilização yorubá, que se espalhou para o resto do mundo. Só depois disso Oxalá despertou. Olorun delegou a ele a tarefa de criar os seres vivos. E Oxalá criou os homens, as mulheres, as árvores, os peixes e tudo que habita a Terra. Mas entre Oxalá e Odudua surgiu uma rixa. Olorun, com sua sabedoria, fez mostrar que os dois eram de fundamental importância para a Criação e a sobrevivência do mundo dependeria da harmonia de ambos. Olorun os convenceu assim a celebrar um acordo (Odù Ifá Ìwòrì-Òbèrè) e chamou Oxalá para sentar à sua direita (òtun) e Odudua para sentar-se à sua esquerda (òsì). Instituiu assim a possibilidade de equilíbrio e de convivência harmônica entre homem e mulher. Até hoje os yorubás comemoram o dia do acordo através de uma grande festejo anual (ododún sise), celebrando a união que permitiu a sobrevivência do universo e da vida. Toda esta epopéia durou apenas quatro dias. Para representar a gênese e o útero primordial, os yorubás utilizaram o igbá-odù (ou igbádù): uma cabaça pintada de branco, cortada horizontalmente ao meio em duas metades que devem manter-se sempre unidas, contendo em seu interior quatro pequenos recipientes de casca da noz do côco cortado ao meio contendo, cada qual, com um elemento que simboliza os três sangues do axé: o efun (branco), o osún (vermelho), o carvão (preto) e ainda lama (matéria-prima do homem). Esses elementos significam também os quatro odus principais: Eji Ogbé, Òyèkún Meji, Ibara Meji e Edí Meji. Separar as duas metades de igbadu, significa a própria destruição do mundo. A parte de cima de igbadu representa Oxalá, e a parte de baixo, Odudua.
  • 4. Nesta época, o orun (òrun), o céu, não era separado do aiyê (àiyé), o mundo, e homens e deuses transitavam livremente entre os dois mundos. Havia um camponês que morava exatamente no limite entre o orun e o aiye. A mulher dele era estéril. Este homem rogou muito a Oxalá que a mulher dele pudesse parir. Oxalá o atendeu e a mulher do camponês deu a luz a um menino. Contudo, Oxalá decretou como interdito que aquele menino jamais deveria ultrapassar os limites da terra, nunca podendo ir ao orun. O camponês ensinou a proibição ao menino e tomava todos os cuidados para que o garoto nunca conhecesse o caminho que ligava os dois mundos. Mas a curiosidade e a rebeldia foram maiores. Certo dia, o pai teria que entregar umas sementes no orun. Encheu um saco, o pôs nas costas e começou a trajetória. O menino esperto fez um pequeno furo no saco de sementes e assim ficou conhecendo o caminho do orun ao aiye. No dia seguinte, seguiu o rastro e chegou ao orun. Não só descumpriu o interdito, como desafiou os deuses, se dizendo mais esperto e contando vantagem. Oxalá ficou irado, pegou seu cajado e naquele momento separou o orun do aiye. Limitou assim o espaço dos homens e dos deuses, impondo uma nova ordem e uma nova relação entre homens e as divindades. Entre o orun e aiye formou-se um vão, que foi preenchido pelo sopro de Olorun, dando origem à atmosfera (sánmò). Este vão possui nove espaços, sendo quatro superiores () e quatro inferiores (òrun isalè mérèèrin), postando- se a Terra no espaço central. O menino transgressor chamava-se Exu. Exu foi aquele capaz de criar o caos e recriar a ordem universal.