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Coqueluche
Coqueluche
As febres acometem garotos de quatro, dez meses ou
um pouco mais velhos, sendo incalculável o número de
quantos já morreram. Principalmente pela tosse
característica, que é geralmente chamada de quinta ou
Quintana, os sintomas são sérios.
Os pacientes ficam livres desta tosse terrível por cerca de
quatro a cinco horas e depois o paroxismo da tosse
retorna, desta vez tão grave que o sangue é expelido
com força pelo nariz e pela boca”. Guillaume de Baillou
(1736)
Casos suspeitos e confirmados de coqueluche SC 2010 a 2015
Fonte : SinanNet. dados até semana 33 sujeitos a revisão
7-Óbitos/ idade
12 dias
19 dias
23 dias
3 meses
3 meses
1 ano
1 ano
Dados até SE 32 sujeitos a revisão
Fonte SINANET/SES/GEVIM
<1 Ano 1-4 5-9 10-14 15-19 20-34 35-49 50-64
549
142
89
37
14
57
31
9
Casos confirmados de coqueluche segundo faixa etária. Santa
Catarina 2010 a2015 *
N=928
Faixa etária estratificada coqueluche 2010 a 2015
928 casos confirmados
• 7 menores de 10 dias
• 46 menores de 30 dias
• 473 menores de 1 ano
• 368 maiores de 1 ano
Até semana 32/2015
Distribuição espacial casos confirmados de coqueluche
SC- 2010 a 2015.
Dados até SE 32 sujeitos a revisão
Fonte SINANET/SES/GEVIM
Coqueluche
• Características
– Doença infecciosa aguda
– Transmissível
– Distribuição universal
• Agente etiológico: Bordetella pertussis
Atenção! O homem é o único reservatório universal
Transmissibilidade
• Contato direto de pessoa doente com pessoa susceptível
• Gotículas de secreção orofaringe
• Objetos contaminados recentemente com secreções
• Período de incubação – 7 a 10 dias
Baron et al, 1998; Cattaneo et al, 1996; Deen et al, 1995; Izurieta et al, 1996 ; Gehanno et al, 1999; .
Wirsing von König et al, 1998~; Bisgard K. 2004; Jardine et al, 2010;
Lactentes
suscetíveis
Pais e
Irmãos
Profissionais
Saúde/
Cuidadores
Adolescentes
Outros
parentes:
Avós
75-80% são os
familiares
Adultos servem como
reservatório da B.pertussis
Slide gentilmente cedido pela Dra Luiza Helena Falleiros (SP)
Coqueluche: Transmissão
Pneumonia por B. pertussis
Pneumonias por outras etiologias
Ativação de tuberculose latente
Atelectasia
Bronquiectasia
Enfisema
Pneumotórax
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Complicações
Respiratórias
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Encefalopatia aguda
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Hemorragias intra-cerebrais
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Neurológicas
Imunidade
• Após adquirir a doença (imunidade duradoura, mas não
permanente)
• Vacina DTP ou Penta (Vacina adsorvida difteria, tétano,
pertussis, Hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b-
mínimo de 3 doses Eficácia: 75 a 80%
– Imunidade por alguns anos (5 a 10 anos após a última dose
vacinal)
– Vacina para Gestantes
Diagnóstico Diferencial
Infecções respiratórias agudas (Traqueobronquites,
Bronquiolite, Laringites) causadas por:
 Bordetella parapertussis
 Mycoplasma pneumoniae
 Chlamydia pneumoniae
 Adenovírus (1, 2, 3 e 5)
 Outros vírus: parainfluenza, VSR, etc
Definição de caso suspeito de coqueluche em menores de 6 meses de idade
Todo indivíduo, independente da idade e estado vacinal, que
apresente tosse de qualquer tipo há 10 dias ou mais, associada a
um ou mais dos seguintes sintomas:
 Tosse paroxística - tosse súbita incontrolável, com tossidas
rápidas e curtas (5 a 10) em uma única expiração
 Guincho inspiratório - resultante da inalação forçosa do ar contra
a glote estreitada
 Cianose, saliência dos olhos, protrusão da língua, salivação; e/ou
 Vômitos pós-tosse.
 Apneia (importante)
 Engasgo
Definição de caso suspeito de coqueluche Maior ou igual a 6 meses de idade
 Todo indivíduo, independente da idade e estado vacinal, que
apresente tosse de qualquer tipo há 14 dias ou mais associada a
um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse paroxística;
guincho inspiratório, vomito pós –tosse; cianose; apneia; engasgo.
 Todo individuo com tosse por qualquer período, com historia de
contato próximo* com caso confirmado de coqueluche pelo
critério laboratorial.
*Contato próximo ( comunicante) – todo individuo que teve
exposição face a face e cerca de um metro ou menos de distancia
com um caso suspeito
Importante
Em lactentes: a tosse, em geral, não se desenvolve em
paroxismos e os guinchos estão ausentes; no entanto, crises de
apnéia são comuns e podem resultar em hipóxia significante.
Coleta amostra
• Lavar mãos, mascara e luva
• Muco nasal
• Meio fora da refrigeração 30 minutos
• Swab ate encontrar resistência parede
posterior da nasofaringe
• Swab no tubo submerso
Pagina 11 guia lacenSC
Diagnóstico Laboratorial
• Cultura (padrão-ouro)
– Sucesso do isolamento
• Antes do início de antibioticoterapia (máx.3 dias)
• Coleta e acondicionamento adequados
• RT-PCR
Nasofaringe
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Não coletar amostras de casos suspeitos com:
• Mais de 30 dias com tosse
• Em uso de antibiótico há mais de 3 dias
• Quando já tiver sido coletada amostra de
suspeitos sintomáticos no grupo de
investigação.
Coqueluche: Diagnóstico Laboratorial
Atenção!
Não se deve aguardar os resultados dos exames
– para instituição do tratamento;
– desencadeamento das medidas de controle;
– outras atividades da investigação.
Diagnóstico Laboratorial:é imprescindível para
confirmar os casos e nortear o encerramento das
investigações.
Guia de Vigilância Epidemiológica, 2009
MEDIDAS DE CONTROLE
Justificativa quimioprofilaxia coqueluche
É preconizada, para prevenir casos secundários e,
consequentemente,evitar a disseminação da
bactéria :
A indicação da quimioprofilaxia deverá ser feita em situações muito
especiais, considerando-se:
A maioria dos casos suspeitos, na verdade, não se trata de coqueluche;
 Mais grave primeiro ano de vida
 Em todos os casos, o prognóstico está estritamente relacionado à idade do
paciente. Em lactentes há um risco significativo de morte ou de dano
cerebral devido a encefalopatia.
 90% dos contatos intradomicilares, não imune adquirem a doença.
Importante monitorar casos nos próximos 21 dias
comunicantes
comunicantes
Quimioprofilaxia para coqueluche
Contato próximo ( comunicante) – todo individuo que teve exposição face a face e
cerca de um metro ou menos de distância com um caso suspeito
São considerados comunicantes para receberem a quimioprofilaxia:
 Crianças menores de 01 ano que tenham contato íntimo com
um caso de coqueluche (suspeito ou confirmado) independente
da situação vacinal e período de tosse;
 Crianças menores de 07 anos, não vacinadas ou com situação
vacinal desconhecida ou que tenham recebido menos de 04
doses de vacina DPT + Hib (Tetravalente), DTP+Hib+Hep
(Pentavalente) e DTP
 Com mais de sete anos de idade, que tiveram contato próximo
com um caso suspeito de coqueluche ou contato com um
comunicante vulnerável no mesmo domicilio, no período de
ate 21 dias
Os grupos de comunicantes mais vulneráveis ao adoecimento por coqueluche
 Recém – nascidos de mãe com sintomas respiratórios;
 Crianças com menos de um ano , com menos de três doses de
vacina Penta, Tetravalente ou DTP
 Crianças com menos de dez anos, não imunizadas ou com
imunização incompleta (com menos de três doses de vacina
Penta, Tetravalente ou DTP)
 Mulheres no ultimo trimestre de gestação
 Indivíduos que trabalham em serviços de saúde ou diretamente
com crianças
 Indivíduos com comprometimento imunológico
 Indivíduos com doenças crônicas graves
Comunicante vulnerável (2)
Atenção! Dentro do grupo anteriormente citado, todos os
comunicantes sintomáticos (com tosse) identificados, devem
ser considerados casos de Coqueluche e deve-se notificar e
iniciar o tratamento, independente do resultado laboratorial..
Quimioprofilaxia
Atenção!, Para se iniciar a quimioprofilaxia dos comunicantes, o
período de exposição a um caso de coqueluche não é
delimitado.
O portador de coqueluche é todo individuo que não apresentou
sinais e sintomas sugestivos, no entanto, de quem se obteve
isolamento da B .pertussis pela cultura.
A quimioprofilaxia é também indicada a esse portador pois a
presença do agente etiológico no organismo humano favorece a
disseminação da doença a outros indivíduos vulneráveis.
Quimioprofilaxia
Quimioprofilaxia
Em 2013, adotou-se Azitromicina, fármaco de primeira escolha,
para o tratamento e quimioprofilaxia dos contatos à
coqueluche. O esquema terapêutico inclui a apresentação de
250 mg, atualmente, não disponível na rede SUS. Com isso, ao
adotar conduta de tratamento e quimioprofilaxia em adultos,
utilizar 500 mg nos cinco dias, pois não há contraindicação ou
superdose.
Os antibióticos indicados e suas respectivas posologias são os mesmos, tanto
para tratamento como para a quimioprofilaxia.
Situações especiais/Pós vacina para gestantes
•Mulheres no ultimo mês de gestação ou puérperas, que tiveram contato com
caso suspeito ou confirmado e apresentarem tosse por cinco dias ou mais,
independentemente da situação epidemiológica, devem realizar o tratamento
para coqueluche.
Além do tratamento das gestantes e puérperas , a criança RN também deverá ser
tratada
Se a gestante recebeu a vacina dTpa e cumpriu o prazo de produção de Anticorpos
( mínimo de 2 semanas) , então não há indicação da quimioprofilaxia inicialmente;
mas deverá ser observada no período de transmissibilidade da doença (21 dias).
Se nesse período, apresentar tosse, deixar de classifica-la como comunicante e
passa a ser caso suspeito, com indicação de tratamento/antibioticoterapia.
Controle da Fonte de Infecção (1)
• Pacientes hospitalizados
– Isolamento respiratório por gotículas ( 5 dias
após a antibiótico)sem atb 3 semanas.
– Quarto privativo
– Higienização das mãos
– Uso de máscara
– Transporte do paciente
– Limpeza e desinfecção Guia de Vigilância Epidemiológica, 2009
Verificar outros casos suspeitos e situação vacinal
dos contatos da residência, escola/creche e
trabalho para orientações de bloqueio da
transmissão. Encaminhar à US para vacinação
seletiva e quimioprofilaxia /tratamento s/n.
CASO SUSPEITO
Clínica e/ou contato sintomático
Notificação à Vigilância
Epidemiológica
Isolamento e Iniciar tratamento.
Investigação: (hemograma, RX s/n e
*coleta de secreção nasofaringea
para cultura com swab alginatado
semeado em meio Regan-Lowe).
PACIENTE COMUNICANTES
Manter área sob vigilância
por 42 dias
Preenchimento da
Ficha Epidemiológica
Coqueluche: Fluxo de investigação
Eu me vacinei
contra coqueluche
e vou encorajar
todas as
gestantes a se
vacinarem
também
Essa vacina
ajuda a
proteger
você da
coqueluche
e passa
proteção
para o seu
bebê
Pra lembrar
• Comunicante contato próximo com caso
suspeito ou confirmado, não existe comunicante
sintomático se é sintomático já é caso suspeito
(não existe comunicante assintomático)
• Portador : individuo com isolamento da Bp mas
que não desenvolveu a doença (sintomatologia)

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  • 2. Coqueluche As febres acometem garotos de quatro, dez meses ou um pouco mais velhos, sendo incalculável o número de quantos já morreram. Principalmente pela tosse característica, que é geralmente chamada de quinta ou Quintana, os sintomas são sérios. Os pacientes ficam livres desta tosse terrível por cerca de quatro a cinco horas e depois o paroxismo da tosse retorna, desta vez tão grave que o sangue é expelido com força pelo nariz e pela boca”. Guillaume de Baillou (1736)
  • 3.
  • 4. Casos suspeitos e confirmados de coqueluche SC 2010 a 2015 Fonte : SinanNet. dados até semana 33 sujeitos a revisão
  • 5. 7-Óbitos/ idade 12 dias 19 dias 23 dias 3 meses 3 meses 1 ano 1 ano Dados até SE 32 sujeitos a revisão Fonte SINANET/SES/GEVIM <1 Ano 1-4 5-9 10-14 15-19 20-34 35-49 50-64 549 142 89 37 14 57 31 9 Casos confirmados de coqueluche segundo faixa etária. Santa Catarina 2010 a2015 * N=928
  • 6. Faixa etária estratificada coqueluche 2010 a 2015 928 casos confirmados • 7 menores de 10 dias • 46 menores de 30 dias • 473 menores de 1 ano • 368 maiores de 1 ano Até semana 32/2015
  • 7.
  • 8. Distribuição espacial casos confirmados de coqueluche SC- 2010 a 2015. Dados até SE 32 sujeitos a revisão Fonte SINANET/SES/GEVIM
  • 9.
  • 10. Coqueluche • Características – Doença infecciosa aguda – Transmissível – Distribuição universal • Agente etiológico: Bordetella pertussis Atenção! O homem é o único reservatório universal
  • 11. Transmissibilidade • Contato direto de pessoa doente com pessoa susceptível • Gotículas de secreção orofaringe • Objetos contaminados recentemente com secreções • Período de incubação – 7 a 10 dias
  • 12. Baron et al, 1998; Cattaneo et al, 1996; Deen et al, 1995; Izurieta et al, 1996 ; Gehanno et al, 1999; . Wirsing von König et al, 1998~; Bisgard K. 2004; Jardine et al, 2010; Lactentes suscetíveis Pais e Irmãos Profissionais Saúde/ Cuidadores Adolescentes Outros parentes: Avós 75-80% são os familiares Adultos servem como reservatório da B.pertussis Slide gentilmente cedido pela Dra Luiza Helena Falleiros (SP) Coqueluche: Transmissão
  • 13. Pneumonia por B. pertussis Pneumonias por outras etiologias Ativação de tuberculose latente Atelectasia Bronquiectasia Enfisema Pneumotórax Ruptura de diafragma Complicações Respiratórias
  • 15. Imunidade • Após adquirir a doença (imunidade duradoura, mas não permanente) • Vacina DTP ou Penta (Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, Hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b- mínimo de 3 doses Eficácia: 75 a 80% – Imunidade por alguns anos (5 a 10 anos após a última dose vacinal) – Vacina para Gestantes
  • 16. Diagnóstico Diferencial Infecções respiratórias agudas (Traqueobronquites, Bronquiolite, Laringites) causadas por:  Bordetella parapertussis  Mycoplasma pneumoniae  Chlamydia pneumoniae  Adenovírus (1, 2, 3 e 5)  Outros vírus: parainfluenza, VSR, etc
  • 17. Definição de caso suspeito de coqueluche em menores de 6 meses de idade Todo indivíduo, independente da idade e estado vacinal, que apresente tosse de qualquer tipo há 10 dias ou mais, associada a um ou mais dos seguintes sintomas:  Tosse paroxística - tosse súbita incontrolável, com tossidas rápidas e curtas (5 a 10) em uma única expiração  Guincho inspiratório - resultante da inalação forçosa do ar contra a glote estreitada  Cianose, saliência dos olhos, protrusão da língua, salivação; e/ou  Vômitos pós-tosse.  Apneia (importante)  Engasgo
  • 18. Definição de caso suspeito de coqueluche Maior ou igual a 6 meses de idade  Todo indivíduo, independente da idade e estado vacinal, que apresente tosse de qualquer tipo há 14 dias ou mais associada a um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse paroxística; guincho inspiratório, vomito pós –tosse; cianose; apneia; engasgo.  Todo individuo com tosse por qualquer período, com historia de contato próximo* com caso confirmado de coqueluche pelo critério laboratorial. *Contato próximo ( comunicante) – todo individuo que teve exposição face a face e cerca de um metro ou menos de distancia com um caso suspeito
  • 19. Importante Em lactentes: a tosse, em geral, não se desenvolve em paroxismos e os guinchos estão ausentes; no entanto, crises de apnéia são comuns e podem resultar em hipóxia significante.
  • 20.
  • 21. Coleta amostra • Lavar mãos, mascara e luva • Muco nasal • Meio fora da refrigeração 30 minutos • Swab ate encontrar resistência parede posterior da nasofaringe • Swab no tubo submerso Pagina 11 guia lacenSC
  • 22. Diagnóstico Laboratorial • Cultura (padrão-ouro) – Sucesso do isolamento • Antes do início de antibioticoterapia (máx.3 dias) • Coleta e acondicionamento adequados • RT-PCR Nasofaringe % 7 )* $)6<'1/#* S)% ( )( <( ?#- '#+ % <; )- 6$7 % /; ( )?#/'<( ( % ( 6&#$( 67 '#$ - * <( # ( % ; % 2 * / - 2 % $% - * 2 6&#$( )67 '#$)- * <( #)( % ; % 2 * /)- 2 % $% - * 2 ) )?* '56&#$( )+6#( )6- - </ 2 ?( '6 % +#$'% 7 @ 6'5#/ ( ?#- % #( 67 2 ?( )'6)% +#$'% 7 @ )6'5#/)( ?#- % #( )67 ) /61% * 2 )( <( - #?'% 1% 2 % '@ )'#( '% $&)* $+) #O - #2 2 #$')/#- 60#/@ )67 )B. pertussis N5#$)+% /#- ')?2 * '% $&)- 6<2 +)$6')1#) ?#/7 6/; #+ ? K 9 <2 '</#)N* ( )?#/7 6/; #+)* ')9 3 9 K G0#/$% &5')( 5% ?; #$')N* ( )$6')* 0* % 2 * 12 # Fe >L . 9 > A( ( * @ >L . 9 >)A( ( * @ I . /#( #$')% $)'5/##)Bordetella ( ?#- % #(
  • 23.
  • 24. Não coletar amostras de casos suspeitos com: • Mais de 30 dias com tosse • Em uso de antibiótico há mais de 3 dias • Quando já tiver sido coletada amostra de suspeitos sintomáticos no grupo de investigação. Coqueluche: Diagnóstico Laboratorial
  • 25. Atenção! Não se deve aguardar os resultados dos exames – para instituição do tratamento; – desencadeamento das medidas de controle; – outras atividades da investigação. Diagnóstico Laboratorial:é imprescindível para confirmar os casos e nortear o encerramento das investigações. Guia de Vigilância Epidemiológica, 2009
  • 27. Justificativa quimioprofilaxia coqueluche É preconizada, para prevenir casos secundários e, consequentemente,evitar a disseminação da bactéria :
  • 28. A indicação da quimioprofilaxia deverá ser feita em situações muito especiais, considerando-se: A maioria dos casos suspeitos, na verdade, não se trata de coqueluche;  Mais grave primeiro ano de vida  Em todos os casos, o prognóstico está estritamente relacionado à idade do paciente. Em lactentes há um risco significativo de morte ou de dano cerebral devido a encefalopatia.  90% dos contatos intradomicilares, não imune adquirem a doença. Importante monitorar casos nos próximos 21 dias
  • 29. comunicantes comunicantes Quimioprofilaxia para coqueluche Contato próximo ( comunicante) – todo individuo que teve exposição face a face e cerca de um metro ou menos de distância com um caso suspeito
  • 30. São considerados comunicantes para receberem a quimioprofilaxia:  Crianças menores de 01 ano que tenham contato íntimo com um caso de coqueluche (suspeito ou confirmado) independente da situação vacinal e período de tosse;  Crianças menores de 07 anos, não vacinadas ou com situação vacinal desconhecida ou que tenham recebido menos de 04 doses de vacina DPT + Hib (Tetravalente), DTP+Hib+Hep (Pentavalente) e DTP  Com mais de sete anos de idade, que tiveram contato próximo com um caso suspeito de coqueluche ou contato com um comunicante vulnerável no mesmo domicilio, no período de ate 21 dias
  • 31. Os grupos de comunicantes mais vulneráveis ao adoecimento por coqueluche  Recém – nascidos de mãe com sintomas respiratórios;  Crianças com menos de um ano , com menos de três doses de vacina Penta, Tetravalente ou DTP  Crianças com menos de dez anos, não imunizadas ou com imunização incompleta (com menos de três doses de vacina Penta, Tetravalente ou DTP)  Mulheres no ultimo trimestre de gestação  Indivíduos que trabalham em serviços de saúde ou diretamente com crianças  Indivíduos com comprometimento imunológico  Indivíduos com doenças crônicas graves
  • 32. Comunicante vulnerável (2) Atenção! Dentro do grupo anteriormente citado, todos os comunicantes sintomáticos (com tosse) identificados, devem ser considerados casos de Coqueluche e deve-se notificar e iniciar o tratamento, independente do resultado laboratorial..
  • 33. Quimioprofilaxia Atenção!, Para se iniciar a quimioprofilaxia dos comunicantes, o período de exposição a um caso de coqueluche não é delimitado.
  • 34. O portador de coqueluche é todo individuo que não apresentou sinais e sintomas sugestivos, no entanto, de quem se obteve isolamento da B .pertussis pela cultura. A quimioprofilaxia é também indicada a esse portador pois a presença do agente etiológico no organismo humano favorece a disseminação da doença a outros indivíduos vulneráveis. Quimioprofilaxia
  • 35. Quimioprofilaxia Em 2013, adotou-se Azitromicina, fármaco de primeira escolha, para o tratamento e quimioprofilaxia dos contatos à coqueluche. O esquema terapêutico inclui a apresentação de 250 mg, atualmente, não disponível na rede SUS. Com isso, ao adotar conduta de tratamento e quimioprofilaxia em adultos, utilizar 500 mg nos cinco dias, pois não há contraindicação ou superdose. Os antibióticos indicados e suas respectivas posologias são os mesmos, tanto para tratamento como para a quimioprofilaxia.
  • 36. Situações especiais/Pós vacina para gestantes •Mulheres no ultimo mês de gestação ou puérperas, que tiveram contato com caso suspeito ou confirmado e apresentarem tosse por cinco dias ou mais, independentemente da situação epidemiológica, devem realizar o tratamento para coqueluche. Além do tratamento das gestantes e puérperas , a criança RN também deverá ser tratada Se a gestante recebeu a vacina dTpa e cumpriu o prazo de produção de Anticorpos ( mínimo de 2 semanas) , então não há indicação da quimioprofilaxia inicialmente; mas deverá ser observada no período de transmissibilidade da doença (21 dias). Se nesse período, apresentar tosse, deixar de classifica-la como comunicante e passa a ser caso suspeito, com indicação de tratamento/antibioticoterapia.
  • 37.
  • 38. Controle da Fonte de Infecção (1) • Pacientes hospitalizados – Isolamento respiratório por gotículas ( 5 dias após a antibiótico)sem atb 3 semanas. – Quarto privativo – Higienização das mãos – Uso de máscara – Transporte do paciente – Limpeza e desinfecção Guia de Vigilância Epidemiológica, 2009
  • 39. Verificar outros casos suspeitos e situação vacinal dos contatos da residência, escola/creche e trabalho para orientações de bloqueio da transmissão. Encaminhar à US para vacinação seletiva e quimioprofilaxia /tratamento s/n. CASO SUSPEITO Clínica e/ou contato sintomático Notificação à Vigilância Epidemiológica Isolamento e Iniciar tratamento. Investigação: (hemograma, RX s/n e *coleta de secreção nasofaringea para cultura com swab alginatado semeado em meio Regan-Lowe). PACIENTE COMUNICANTES Manter área sob vigilância por 42 dias Preenchimento da Ficha Epidemiológica Coqueluche: Fluxo de investigação
  • 40. Eu me vacinei contra coqueluche e vou encorajar todas as gestantes a se vacinarem também Essa vacina ajuda a proteger você da coqueluche e passa proteção para o seu bebê
  • 41. Pra lembrar • Comunicante contato próximo com caso suspeito ou confirmado, não existe comunicante sintomático se é sintomático já é caso suspeito (não existe comunicante assintomático) • Portador : individuo com isolamento da Bp mas que não desenvolveu a doença (sintomatologia)

Notas do Editor

  1. Com esses questionamentos, vamos apresentar, agora, os aspectos clínicos da Coqueluche, para contextualizar com o cenário epidemiológico da doença, posteriomente.
  2. A transmissibilidade da coqueluche ocorre no contato direto de pessoa doente com pessoa susceptível, por gotículas de secreção de orofaringe, eliminadas pela tosse, espirro e ao falar e, esporadicamente, em objetos contaminados recentemente com secreções.
  3. A imunidade à coqueluche pode ser adquirida quando acometida pela doença ou pela vacina (Tetravalente ou DTP). A eficácia dessa vacina é entre 75 a 80%, sendo que a DTpa é menor do que a de células inteiras. Ressalta-se que a coqueluche possui imunidade duradoura, mas não permanente. Por isso, indivíduos que foram acometidos pela doença ou possuem histórico vacinal completo estão sujeitos ao adoecimento.
  4. Sobre o diagnóstico laboratorial da coqueluche, Gabriela irá apresentar as metodologias utilizadas na identificação da B. pertussis. Na rotina da VE, tem se observado que a leucocitose e linfocitose absoluta estão abaixo dos parâmetros descritos no Guia de VE/MS. Em indivíduos vacinados, esses níveis podem apresentar abaixo do esperado, quando comparado com aqueles que não receberam a vacina. Salienta-se que o Hemograma é um exame complementar que vai auxiliar, principalmente, na confirmação ou descarte dos casos por coqueluche, pelo critério clínico.