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Dra Raqueli Biscayno Viecili
Fisioterapeuta Respiratória
HUOL – Ebserh – Natal - RN
PNEUMONIA NA INFÂNCIA
Definição
Quadro infeccioso que acomete o
trato respiratório inferior,
decorrente da inflamação do
parênquima pulmonar.
Fatores de risco
 Desnutrição
 Baixo peso ao nascer
 Ausência de aleitamento materno
 Baixa idade
 Permanência em creche
 Pneumonias prévias
 Baixa imunidade
 Variáveis ambientais
 Baixo nível socioeconômico
 Vacinação incompleta....
Quadro clínico
Precedida por um quadro de infecção viral alta.
Taquipnéia fora do período febril:
< 2 meses: FR>60 irpm
2 a 12 meses: FR> 50 irpm
1 a 5 anos: FR > 40 irpm
Sinais de desconforto respiratório :
Tiragens
Batimento de asa de nariz
Retração de fúrcula
Uso de musculatura acessória
Quadro clínico
 Bacteriana: tosse produtiva, febre alta, dor abdominal ou torácica,
prostração, hiporexia.
 Viral: início mais gradativo com cefaléia, mal estar, tosse não
produtiva e febre.
 Pneumonia afebril do lactente: Tem sua transmissão vertical
periparto e o seu agente é a Chlamydia trachomatis. Suspeitar
também nos casos em que o paciente e as pessoas que mantem
contato, possuírem a mesma sintomatologia.
Quadro arrastado + tosse + eosinofilia + conjuntivite.
Etiologia
Idade Patógeno (ordem de freqüência)
RN < 3 dias Streptococcus grupo B, Gram negativo (E. Coli),
Listeria sp. (pouco comum)
RN > 3 dias Staphylococcus aureus, Staphilococcus epidermidis e
Gram negativos.
1 a 3 meses Virus sincicial respiratório, Chlamydia trachomatis,
Ureaplasma urealyticum
Etiologia
Idade Patógeno
1 mês a 2
anos
Vírus, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus
influenza tipo b, H. influenza não tipável, S.
aureus.
2 a 5 anos Virus, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus
influenza tipo b, H. influenza não tipável,
Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia
pneumoniae, S. aureus.
6 a 18 anos Vírus, S. pneumoniae, M. pneumoniae, C.
pneumoniae, H. influenzae não tipável.
Tratamento
• Hospitalar ou ambulatorial?
• Qual o antimicrobiano?
Indicação de hospitalização
< 2 meses: internar sempre.
Sinais de gravidade respiratória.
-Tiragem subcostal*,batimento de asa nasal,
gemência, cianose, Sat O2 < 92%,
-Sinais de comprometimento do estado geral.
-Sinais de toxemia, incapacidade de beber líquidos.
Falha da terapêutica ambulatorial.
 Apnéia intermitente.
 Doença grave concomitante.
 Incapacidade da família em tratar o paciente em domicílio.
 Sinal radiológico de gravidade.
Indicação de terapia intensiva:
Sat O2 < 92% em vigência de FiO2 >60%
Apneia recorrente ou respiração irregular;
Evidencia clinica de grave falência respiratória
exaustão
Hipotensão arterial
Indicação de hospitalização
Investigação radiológica
Rx de tórax:
Confirma diagnóstico,
avalia extensão e
identifica complicações.
Sugerem mas
apresentam baixa
acurácia para identificar
etiologia.
Não deve ser feito para
controle de cura.
Investigação laboratorial
 Hemograma:
-Para pacientes internados.
 PCR:
-Não é recomendado como rotina.
 Hemocultura:
-Deve ser feita em todos os pacientes internados.
CONDUTA
CONDUTA
 O2 inalatório se:
- Tiragem subcostal grave.
- Taquipnéia.
- Gemência.
- Cianose central.
- Incapacidade de deglutição pela dificuldade
respiratória.
- SatO2< 92%.
CONDUTA
Hidratação
- Venosa, pouco volume.
Cabeceira elevada.
Controle de temperatura, SatO2 e FR.
Tratamento
 Ambulatorial:
- Cuidados gerais.
- Posologia correta do
antibiótico.
- Antitérmicos.
- Alimentação.
- Observar sinais de piora.
Tratamento domiciliar
Idade Antibiótico
inicial
Falha terapêutica
2m a 5
anos
Amoxicilina
50
mg/Kg/dia
Amoxi+clavulanato 50
mg/Kg/dia ou Cefuroxima
30 mg/Kg/dia VO 1212h
6 a 18
anos
Amoxicilina
50
mg/Kg/dia
Azitromicina 10mg/Kg/dia
ou Amoxi+clavulanato 50
mg/Kg/dia
Tratamento - hospitalar
Idade Tratamento inicial Falha terapeutica
<2meses Ampicilina 200mg/Kg/dia IV 6/6h +
gentamicina 7,5mg/Kg/dia
ou
Penicilina cristalina
Cefotaxima 100-200mg/Kg/dia IV
6/6h ou 8/8h ou
Ceftriaxona 100mg/Kg/dia IV 24/24h
1 a 3
meses
Macrolídeo se pneumonia afebril
3m a 5
anos
Penicilina cristalina 200.000UI
Kg/dia IV 4/4h
Oxacilina na suspeita de S. aureus
Cefuroxima 100-150mg/Kg/dia IV
8/8h ou
Ceftriaxona 100mg/Kg/dia IV 24/24h
6 a 18
anos
Penicilina cristalina
200.000UI/Kg/dia IV 4/4h ou
Macrolídeos
Cefuroxima 100-150mg/Kg/dia IV
8/8h ou
Ceftriaxona 100mg/kg/dia IV 24/24h
Claritromicina 15mg/Kg/dia VO ou IV
Complicações
Derrame pleural (mais frequente).
Deve ser investigado quando há
falha terapêutica após 48-72h de
tratamento adequado.
Toracocentese indicada quando
coleção maior que 10mm no Rx de
torax em Laurell e enviar material
para estudo.
Drenagem se empiema ou derrame
pleural complicado.
Pneumatocele
Abscesso pulmonar
Critérios de alta
 Eupnéico.
 Condições socioeconômicas
adequadas.
 Aceitando medicação oral.
 Afebril há 48h.
 SatO2 >92%.
Referências Bibliográficas
 Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade
em pediatria. Jornal Bras Pneumo 2007;33: Supl. 1S.
 Harris M; Clark J; Coote N; Fletcher P; Harnden A; McKean M;
Thomson A. British Thoracic Society guidelines for the
management of community acquired pneumonia in children:
update 2011. Thorax. 2011; 66 Suppl 2: ii1-23
 http://pt.slideshare.net/giolamarao/pneumonia-
pediatria?qid=adf100ad-1c03-499b-8450-
5597af2a299d&v=&b=&from_search=18
 www.paulomargotto.com.br
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CASO CLÍNICO
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  • 1. Dra Raqueli Biscayno Viecili Fisioterapeuta Respiratória HUOL – Ebserh – Natal - RN PNEUMONIA NA INFÂNCIA
  • 2. Definição Quadro infeccioso que acomete o trato respiratório inferior, decorrente da inflamação do parênquima pulmonar.
  • 3. Fatores de risco  Desnutrição  Baixo peso ao nascer  Ausência de aleitamento materno  Baixa idade  Permanência em creche  Pneumonias prévias  Baixa imunidade  Variáveis ambientais  Baixo nível socioeconômico  Vacinação incompleta....
  • 4. Quadro clínico Precedida por um quadro de infecção viral alta. Taquipnéia fora do período febril: < 2 meses: FR>60 irpm 2 a 12 meses: FR> 50 irpm 1 a 5 anos: FR > 40 irpm Sinais de desconforto respiratório : Tiragens Batimento de asa de nariz Retração de fúrcula Uso de musculatura acessória
  • 5. Quadro clínico  Bacteriana: tosse produtiva, febre alta, dor abdominal ou torácica, prostração, hiporexia.  Viral: início mais gradativo com cefaléia, mal estar, tosse não produtiva e febre.  Pneumonia afebril do lactente: Tem sua transmissão vertical periparto e o seu agente é a Chlamydia trachomatis. Suspeitar também nos casos em que o paciente e as pessoas que mantem contato, possuírem a mesma sintomatologia. Quadro arrastado + tosse + eosinofilia + conjuntivite.
  • 6. Etiologia Idade Patógeno (ordem de freqüência) RN < 3 dias Streptococcus grupo B, Gram negativo (E. Coli), Listeria sp. (pouco comum) RN > 3 dias Staphylococcus aureus, Staphilococcus epidermidis e Gram negativos. 1 a 3 meses Virus sincicial respiratório, Chlamydia trachomatis, Ureaplasma urealyticum
  • 7. Etiologia Idade Patógeno 1 mês a 2 anos Vírus, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenza tipo b, H. influenza não tipável, S. aureus. 2 a 5 anos Virus, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenza tipo b, H. influenza não tipável, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae, S. aureus. 6 a 18 anos Vírus, S. pneumoniae, M. pneumoniae, C. pneumoniae, H. influenzae não tipável.
  • 8. Tratamento • Hospitalar ou ambulatorial? • Qual o antimicrobiano?
  • 9. Indicação de hospitalização < 2 meses: internar sempre. Sinais de gravidade respiratória. -Tiragem subcostal*,batimento de asa nasal, gemência, cianose, Sat O2 < 92%, -Sinais de comprometimento do estado geral. -Sinais de toxemia, incapacidade de beber líquidos. Falha da terapêutica ambulatorial.
  • 10.  Apnéia intermitente.  Doença grave concomitante.  Incapacidade da família em tratar o paciente em domicílio.  Sinal radiológico de gravidade. Indicação de terapia intensiva: Sat O2 < 92% em vigência de FiO2 >60% Apneia recorrente ou respiração irregular; Evidencia clinica de grave falência respiratória exaustão Hipotensão arterial Indicação de hospitalização
  • 11. Investigação radiológica Rx de tórax: Confirma diagnóstico, avalia extensão e identifica complicações. Sugerem mas apresentam baixa acurácia para identificar etiologia. Não deve ser feito para controle de cura.
  • 12. Investigação laboratorial  Hemograma: -Para pacientes internados.  PCR: -Não é recomendado como rotina.  Hemocultura: -Deve ser feita em todos os pacientes internados.
  • 14. CONDUTA  O2 inalatório se: - Tiragem subcostal grave. - Taquipnéia. - Gemência. - Cianose central. - Incapacidade de deglutição pela dificuldade respiratória. - SatO2< 92%.
  • 15. CONDUTA Hidratação - Venosa, pouco volume. Cabeceira elevada. Controle de temperatura, SatO2 e FR.
  • 16. Tratamento  Ambulatorial: - Cuidados gerais. - Posologia correta do antibiótico. - Antitérmicos. - Alimentação. - Observar sinais de piora.
  • 17. Tratamento domiciliar Idade Antibiótico inicial Falha terapêutica 2m a 5 anos Amoxicilina 50 mg/Kg/dia Amoxi+clavulanato 50 mg/Kg/dia ou Cefuroxima 30 mg/Kg/dia VO 1212h 6 a 18 anos Amoxicilina 50 mg/Kg/dia Azitromicina 10mg/Kg/dia ou Amoxi+clavulanato 50 mg/Kg/dia
  • 18. Tratamento - hospitalar Idade Tratamento inicial Falha terapeutica <2meses Ampicilina 200mg/Kg/dia IV 6/6h + gentamicina 7,5mg/Kg/dia ou Penicilina cristalina Cefotaxima 100-200mg/Kg/dia IV 6/6h ou 8/8h ou Ceftriaxona 100mg/Kg/dia IV 24/24h 1 a 3 meses Macrolídeo se pneumonia afebril 3m a 5 anos Penicilina cristalina 200.000UI Kg/dia IV 4/4h Oxacilina na suspeita de S. aureus Cefuroxima 100-150mg/Kg/dia IV 8/8h ou Ceftriaxona 100mg/Kg/dia IV 24/24h 6 a 18 anos Penicilina cristalina 200.000UI/Kg/dia IV 4/4h ou Macrolídeos Cefuroxima 100-150mg/Kg/dia IV 8/8h ou Ceftriaxona 100mg/kg/dia IV 24/24h Claritromicina 15mg/Kg/dia VO ou IV
  • 19. Complicações Derrame pleural (mais frequente). Deve ser investigado quando há falha terapêutica após 48-72h de tratamento adequado. Toracocentese indicada quando coleção maior que 10mm no Rx de torax em Laurell e enviar material para estudo. Drenagem se empiema ou derrame pleural complicado.
  • 21. Critérios de alta  Eupnéico.  Condições socioeconômicas adequadas.  Aceitando medicação oral.  Afebril há 48h.  SatO2 >92%.
  • 22. Referências Bibliográficas  Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria. Jornal Bras Pneumo 2007;33: Supl. 1S.  Harris M; Clark J; Coote N; Fletcher P; Harnden A; McKean M; Thomson A. British Thoracic Society guidelines for the management of community acquired pneumonia in children: update 2011. Thorax. 2011; 66 Suppl 2: ii1-23  http://pt.slideshare.net/giolamarao/pneumonia- pediatria?qid=adf100ad-1c03-499b-8450- 5597af2a299d&v=&b=&from_search=18  www.paulomargotto.com.br

Notas do Editor

  1. Síndrome decorrente da inflamação do parênquima pulmonar, geralmente de causa infecciosa (vírus, bactérias, fungos, parasitas), podendo também ocorrer por aspiração de corpos estranhos, inclusive alimentos e ácido gástrico, por uso de alguns medicamentos ou por exposição à radiação.
  2. desnutrição, baixo peso ao nascer, ausência de aleitamento materno, baixa idade, permanência em creche, pneumonias prévias, baixa imunidade, variáveis ambientais, baixo nível socioeconômico, vacinação incompleta....
  3. Taquipnéia é a informacao mais relevante.
  4. Neonato – staphylococcus aureus, s. pyogenes, E. coli
  5. Menores de 2 meses Sinais de gravidade respiratoria (tiragem subcostal*,batimento de asa nasal, gemencia, cianose) Sinais de comprometimento do estado geral Presenca de comorbidades graves Presenca de complicacoes(derrame pleural) *oms nao utiliza mais tiragem subcostal como indicador de pneumonia grave. Porem outras referencias ainda utilizem como marcador.
  6. Duracao  até que o paciente torne-se afebril por 72 horas e que a duracao total nao seja inferior a 10 dias. A OMS indica por 5 dias Comunidades com alto indice de resistencia  pode-se fazer terapia com dose dobrada de amoxicilina.
  7. Realiizar criterios de Light