2. Biodiversidade Urbana
Segundo Muller (2010) entende-se a biodiversidade urbana como sendo a riqueza
específica dos organismos, incluindo a variação genética e a diversidade de habitats
dentro das áreas urbanas e nas zonas limítrofes.
As cidades possuem um grande número de habitats naturais, sendo estes
caracterizados por uma elevada complexidade e diversidade biológica.
Tanto a cultura, como os comportamentos e atividades humanas influenciam a
biodiversidade urbana, além de que os habitats urbanos são variados.
3. Áreas Urbanas
• Área urbana pode-se definir como o conjunto de diferentes usos da terra
justapostos entre si;
• Apenas 3% do uso do solo é ocupado por áreas urbanos, contudo o impacto na
biodiversidade, no clima e nos recursos naturais é notório.
• Os consumos de recursos naturais e o aumento da emissão de gases com efeito de
estufa, está a aumentar drasticamente nas cidades.
• Mais de metade da população mundial vive em cidades e espera-se que até 2050,
mais de dois terços da população passe a viver em espaços urbanos;
• É notório o aumento de conflitos entre as populações e os habitats naturais.
4. Consequências do Processo de
Urbanização
• Alteração, destruição e fragmentação de habitats naturais, provocando a perda de
biodiversidade nativa que estava associada a esses habitats naturais e provocando
uma homogeneização do componente biótico devido à introdução de espécies
exóticas.
• Os efeitos da urbanização na biodiversidade variam com o grupo taxonómico e com
as condições ambientais e socioeconómicas afetando as comunidades vegetais, as
comunidades de aves, as comunidades de anfíbios, as comunidades de artrópodes e
a diversidade de bactérias e fungos existentes no solo.
5. Consequências do Processo de
Urbanização
• A perda de biodiversidade tem como consequências, o empobrecimento dos
solos, a sua erosão e desertificação e ainda a alteração climática.
• É também responsável pela alteração da estrutura e dinâmica das redes tróficas e
dos ecossistemas afetando a sustentabilidade dos serviços ecossistémicos, que
são fundamentais em espaço urbano pois são responsáveis pela saúde e bem-
estar do ser humano, sendo deste modo essenciais também para a resiliência e
para a sustentabilidade das zonas urbanas e das cidades.
6. A Importância dos Serviços Ecossistémicos
• Regulação do ciclo da água;
• Regulação climática;
• A diminuição da poluição sonora;
• Remoção do dióxido de carbono;
• Purificação do ar;
• Provimento de alimento;
• Lazer e recriação.
Tendo em conta o valor imensurável da biodiversidade, torna-se imperioso protege-la e
conserva-la, pois só assim o Homem conseguirá viver com qualidade, pois a biodiversidade
urbana, nomeadamente em espaços verdes e azuis é essencial para a saúde física e
psicológica da população humana.
7. É notória a urgência de se conservar a biodiversidade Urbana, pelos seus inúmeros
benefícios. Mas tal tarefa, não é assim tão simples, requer esforço e trabalho de
todos. Sendo assim torna-se necessário:
Construir equipas de trabalho multidisciplinares, envolvendo as ciências sociais e
naturais;
Planeamento Urbano;
Elucidação das populações sobre esta temática, alertando-a para as
consequências da perda de biodiversidade;
Apoio financeiro.
Como Conservar a Biodiversidade Urbana
8. Índice da Biodiversidade Urbana
O CBI (City Biodiversity Index) é uma ferramenta para ajudar as cidades a avaliar e a aferir
os seus esforços na conservação da biodiversidade. Tem como objetivos:
• medir a biodiversidade urbana;
• apoiar os governos nacionais e as autoridades locais na criação de pontos de referência
nos esforços de conservação da biodiversidade;
• auxiliar na avaliação do progresso na redução da taxa de perda de biodiversidade em
ecossistemas urbanos;
• ajudar a medir a pegada ecológica das cidades;
• ajudar a desenvolver diretrizes para preparar um Plano de Ação para a biodiversidade
das cidades.
9. Plano de Ação para a biodiversidade das
cidades
Este plano pretende alcançar três objetivos:
• a conservação da diversidade biológica;
• a utilização sustentável dos seus componentes;
• a partilha justa e equitativa dos benefícios provenientes da utilização dos
recursos genéticos.
Contudo, associado aos índices que estudam a biodiversidade urbana existem algumas
dificuldades, como o acesso a propriedades privadas, o apoio politico e financeiro por
parte das autoridades locais, e o custo elevado da componente mais prática dos
estudos em avaliação da Biodiversidade
10. Conclusão
O valor da biodiversidade é incalculável, e cada vez mais se verifica uma crescente
preocupação com a sua preservação e conservação.
Para isso, muito tem contribuído o aumento de estudos/investigação no sentido da
valorização dos espaços verdes, azuis e de todas as espécies que têm como habitat natural as
zonas urbanas no bem estar físico e mental dos seres humanos.
É notório o crescente número de programas/planos/estratégias que têm como finalidade
colmatar a perda da biodiversidade em ambiente urbano. Contudo é claro o papel decisivo
que o Homem desempenha nos mesmos, pois só se atingirá o sucesso pretendido se os
mesmos forem colocados em prática e para tal é necessário muito trabalho, força de vontade
e colaboração entre investigadores, decisores políticos e sociedade civil no geral.
11. Referências Bibliográficas
Gomez-Baggethun, E. & Barton, D.N. (2013) "Classifying and valuing ecosystem
services for urban planning", Ecological economics, 86: 235-245.
Farinha-Marques, P. et al. (2011) "Urban biodiversity: a review of current concepts
and concepts and contributions to multidisciplinary approaches", Innovation-The
European Journal of Social Science Research, 24 (3): 247-271.
TEEB – A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade para Formuladores de
Políticas Locais e Regionais (2010).
Machado L. (2014). Aplicação do Índice de Biodiversidade Urbana na cidade do
Porto. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Bacelar-Nicolau, P (2015) "Biodiversidade em espaço urbano"[Vídeo] Uab.