SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 7
Baixar para ler offline
Departamento de Geografia


        CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DO LESTE FLUMINENSE
    (CONLESTE): ORGANISMO DE GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
      E COOPERAÇÃO REGIONAL NO TERRITÓRIO FLUMINENSE


                                  Priscila Freire Caetano1
                    Orientador: Prof. Dr. Augusto César Pinheiro da Silva


Introdução
        A presente pesquisa trata-se da investigação de transformações socioespaciais e das
alterações na dinâmica territorial fluminense proveniente da implantação do COMPERJ. O
empreendimento trará implicações sociais e ambientais, que produzirão tanto modificações na
dinâmica territorial local quanto na região Leste do estado do Rio de Janeiro. Nosso projeto
abordará a formação do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, um investimento em
infraestrutura associado às necessidades logísticas. No âmbito político, o Consórcio
Intermunicipal do Leste Fluminense (CONLESTE) apresenta-se como uma alteração
substancial e inovadora, que nos leva discutir o planejamento e a gestão de políticas públicas
dos municípios consorciados, visto que sugere uma ressignificação dos espaços político-
administrativos do estado do Rio de Janeiro. Assim, considera-se nesse estudo a importância
de determinados empreendimentos industriais e logísticos nas mudanças significativas no
espaço geográfico fluminense, que redefiniram o papel da região Metropolitana da cidade do
Rio de Janeiro no conjunto regional do estado.

Objetivo
        A pesquisa tem como finalidades: 1) o entendimento de novas configurações políticas
no território fluminense que propiciam o exercício da democracia participativa; 2) a
apresentação do Complexo Petroquímico (COMPERJ) e do Arco Metropolitano do Rio de
Janeiro, empreendimentos que vêm promovendo políticas públicas conjuntas e que
constituíram os primeiros rumos balizadores da atual pesquisa; 3) o apontamento da trajetória
da autonomia municipal diante da descentralização política brasileira; 4) o entendimento do
que vem a ser, politicamente, um consórcio intermunicipal e os seus fundamentos legais e
fatores de sucesso; 5) a discussão dos conceitos de planejamento e gestão do território, tendo
os municípios reunidos no CONLESTE como exemplo de mecanismo e ferramenta para a
gerência de políticas públicas, interesse e participação da população; 6) a discussão dos
conceitos de território e região.

Justificativa
        Empreendimentos industriais por vezes interferem no cotidiano da população,
principalmente no que tange a qualidade de vida, pois segundo SANTOS [1, p.viii], “quando
as empresas planejam a si mesmas, planejam também os lugares em que se instalam e
ajudaram a desenvolver. Esse planejamento é, ao mesmo tempo, urbanístico, econômico e
social, uma presença pesada que se revela também na vida política”. Projetos da magnitude do
COMPERJ são capazes de construir uma nova realidade, redefinindo a região sob a sua
influência, ligando o local ao nacional e internacional, rompendo o quadro regional que o
antecedeu, no intuito de torná-lo, cada vez mais, funcional à economia mundializada [2,

1
 Graduanda do 10º período do curso de Geografia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
E-mail: priscilageografia@yahoo.com.br
Departamento de Geografia


1993]. A expressão “planejamento privado” aqui também se aplica, visto que tanto empresas
públicas como privadas “tendem a obedecer a lógicas internas do respectivo processo
econômico” [1, p. vii]. O espaço em questão torna-se um ‘meio’ inovador, que agrega
relações estabelecidas entre o empreendimento, a mão de obra, a infraestrutura e o seu
contexto geográfico [3]. Diante desse quadro, a logística e as políticas públicas estão
intimamente relacionadas, visto que “a logística é capaz de explicar a simultaneidade da
desordem/ordem, da globalização/fragmentação, e de fornecer pistas para a compreensão e a
gestão do território” [4, p.55].
       A particularidade da intervenção do COMPERJ sobre o espaço geográfico está no fato
dele estar sendo realizado em um momento em que o Rio de Janeiro se consolida com uma
unidade federativa de horizontalidade petrolífera (no que diz respeito à atividade e sua cadeia
produtiva, já que o estado agrega as suas diversas fases: a de extração, do refino e da
produção de bens de consumo), gerando necessidades urbanísticas e enclaves políticos, para
as administrações públicas que passam a agir em conjunto e em rede.

Metodologia
     Como procedimentos metodológicos vêm sendo realizadas consultas associadas ao
tema, como sites oficiais e do setor petroquímico. Quanto à base teórico-metodológica, vem
sendo realizadas revisões bibliográficas acerca dos conceitos e noções de consórcio,
planejamento territorial, gestão do território, logística, território, região, cidadania,
autonomia democrática e participação política.

O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro - COMPERJ

                Figura 1: A cidade de Itaboraí e localização do COMPERJ




                 FONTE: http://www.itaborai.rj.gov.br/cidade/localizacao.php (adaptado)

       Após quase duas décadas de participação reduzida em indústrias de 1ª geração no setor
petroquímico, que antes ficava ao encargo de iniciativas privadas, a Petrobras pretende
aumentar a capacidade brasileira de refinar petróleo pesado, reduzir a importação de
derivados como a nafta e os produtos petroquímicos ao gerar produtos de 2ª geração para os
mercados interno e externo. O estabelecimento do COMPERJ permitirá à Petrobras utilizar
petróleo pesado no território nacional que, anteriormente, era exportado, dando-lhe maior
valor agregado e reduzindo o número de importações de petroquímicos (uma economia de
US$ 2 bilhões por ano). Tal ação se dará através da matéria-prima disponível em abundância
Departamento de Geografia


no campo de Marlim, na Bacia de Campos, ao invés da nafta (escasso no mundo e também no
Brasil) ou gás natural (ainda insuficiente para atender até mesmo outras demandas).
        Fruto do investimento de US$ 8,38 bilhões, o COMPERJ será implantado um terreno
de 45 quilômetros quadrados, ao norte do município de Itaboraí (RJ), nos limites com os
municípios de Cachoeiras de Macacu e Guapimirim. A área em questão situa-se entre os rios
Macacu e Caceribu, nos distritos de Porto das Caixas e Sabaetiba (Figura 1).
        O município de Itaboraí foi escolhido dentre as alternativas locacionais, como sendo o
mais viável por sua proximidade a Bacia de Campos que, por sua vez, fornecerá a matéria
prima, sua disponibilidade de infraestrutura adequada (terminais portuários, malha rodoviária
e ferroviária), além de ser de fácil acesso ao mercado regional (São Paulo e Minas Gerais).
Nesse sentido, Itaboraí mostrou-se a opção que viabiliza projeto de futuras expansões e menor
custo em investimentos.
        O empreendimento que processará cerca de 150 mil barris/dia de óleo pesado se
dividirá na Unidade de Petroquímicos Básicos, transformando o petróleo em produtos de 1ª
geração (eteno, propeno, benzeno e paraxileno) e na Unidade de Petroquímicos Associados,
que transformarão estes em produtos de 2ª geração, materiais plásticos como polietileno,
polipropileno e PET (Figura 2).

                                Figura 2: Produção do COMPERJ




                            FONTE: http://www.acrj.org.br/IMG/pdf/doc-282.pdf

       O projeto ainda contará com indústrias de 3ª geração nos municípios vizinhos que
estão ao longo do Arco Metropolitano, que liga Itaboraí ao porto de Itaguaí (RJ). Esse
investimento inicia uma nova fase de relação política entre o Estado do Rio de Janeiro e o
governo Federal, o que possibilitará mudanças socioespaciais expressivas no território
fluminense. A localização propicia sinergias com a Refinaria de Duque de Caxias (REDUC),
a Petroquímica Rio Polímeros e com o CENPES (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento
Leopoldo Americo Miguez de Mello), onde foi desenvolvida a técnica a ser utilizada na
produção (Figura 3).
Departamento de Geografia


                                Figura 3: Arco Metropolitano




    FONTE: http://www.amchamrio.com.br/dowload/palestras/2007/22_08_07_arco_pezao.pdf (adaptado)

Logística em infraestrutura de transporte – O Arco Metropolitano do Rio de Janeiro.
        Obras de infraestrutura que alterarão a logística metropolitana estão previstas. A
principal delas é o Arco Metropolitano, que está orçado em R$ 1,4 bilhão (Figura 3), é o eixo
que pretende tornar o fluxo de mercadorias mais eficiente, escapando do tráfego da Ponte
Rio/Niterói e da Avenida Brasil, ligando Itaboraí ao Terminal Marítimo de Itaguaí. O Arco
perpassará pelos municípios de Itaboraí, Guapimirim, Magé, Duque de Caxias, Nova Iguaçu,
Japeri, Seropédica e Itaguaí, alterando o espaço geográfico onde vivem cerca de 2,2 milhões
de habitantes [5].
        Ao longo de sua área de influência estarão diversos empreendimentos, como o da
Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) em Santa Cruz, o da Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN) em Itaguaí, o Pólo Gás-Químico em Duque de Caxias, e o da PLANGÁS em
Maricá, todos no estado do Rio de Janeiro.
        Dentre as funcionalidades do Arco Metropolitano está a ampliação da acessibilidade
aos portos de Itaguaí e do Rio de Janeiro, a conexão de rodovias federais por ele atravessadas
(BR-040, BR-116, BR-465 e BR-101) podendo atender também ao tráfego de longa distância
oriundo das regiões Sul/Sudeste em direção às regiões Norte/Nordeste do país, além de aliviar
o tráfego de veículos comerciais da Avenida Brasil, Ponte Rio-Niterói e BR-101 (entre
Manilha e Ponte). Isso reduzirá os tempos de viagem e, consequentemente, os custos de
transporte. O Arco Metropolitano está imediatamente atrelado a investimentos em
infraestrutura de transporte, considerado um dos maiores “gargalos” para o aumento das
atividades econômicas, juntamente com o fornecimento de energia, de acordo com os
aspectos priorizados pelo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.
Porém, o Arco não se trata apenas de uma via para melhor eficiência em transporte, será
também um dos vetores que engendrará novas relações políticas entre as prefeituras dos
municípios pelos quais perpassará. Esse meio de intensas transformações socioespaciais se
deve ao fato de que o planejamento das infraestruturas e das outras “externalidades” que
completam os sistemas de circulação e comunicação passa a ocupar o lugar antigamente
reservado aos complexos industriais como indutores do crescimento. Estradas, ferrovias,
hidrovias, portos e aeroportos, que antes representavam apenas uma extensão dos
agenciamentos industriais, agora são elementos catalisadores dos novos arranjos produtivos.
Ao sair da fábrica a logística se vincula ao território e, através dele às políticas públicas de
desenvolvimento [6, p. 84].
Departamento de Geografia


       Considerando logística não apenas como um “corredor” que conecta a baixo custo um
sistema estático de locais de produção e consumo, mas sim uma base tecnológica que
possibilita novas redes sociais, produtivas e geográficas [7], o Arco Metropolitano será o
indutor de novas associações entre os municípios que terão que trabalhar conjuntamente para
o bom funcionamento da gestão realizada.

O Consórcio Intermunicipal do Leste Fluminense – CONLESTE
        O anúncio de instalação do COMPERJ promoveu mudanças no que se refere às ações
políticas entre as prefeituras de municípios da região. Criado em janeiro de 2007, o Consórcio
Intermunicipal de Desenvolvimento do Leste Fluminense (CONLESTE) composto por 11
municípios (Rio Bonito, Maricá, Itaboraí, Magé, Niterói, São Gonçalo, Tanguá, Silva Jardim,
Cachoeiras de Macacu, Guapimirim e Casimiro de Abreu) tem buscado discutir e planejar
políticas conjuntas, definidas em 13 projetos prioritários, que incluem temas como
saneamento, saúde, habitação, água, lixo, zoneamento urbano e transporte [8]. Formado em
2006, esse consórcio se constitui em uma nova conformação política para a região através de
uma organização intermunicipal, originada a partir da iniciativa das onze prefeituras da Área
de Abrangência Regional – AAR (Figura 4), que inclui municípios não metropolitanos como
Cachoeiras de Macacu, pertencente à Região Serrana, além de Casimiro de Abreu e Silva
Jardim, da Região das Baixadas Litorâneas.

              Figura 4: Área de influência direta do empreendimento (CONLESTE)




       FONTE: http://www.amchamrio.com.br/download/palestras/2007/09_07_07_comperj_elvio _gaspar.pdf

       A busca por parceria tem se mostrado vantajosa na solução de problemas que exigem
ações conjuntas, desde as de caráter pontual quanto a de programas de intensa e longa
influência sobre as políticas públicas dos municípios consorciados.
       As possibilidades de atuação consorciada estão na oferta de serviços públicos de baixo
custo de produção/distribuição (em saúde pública, saneamento básico e obras de interesse
mútuo), na gerência de recursos hídricos de bacias hidrográficas e na iniciativa de promoção
do desenvolvimento econômico regional por meio de atração de investimentos na produção
agrícola, industrial e de serviços, ou na potencialização de atividades pouco exploradas
regionalmente como o turismo.
       Consórcios intermunicipais constituem-se essencialmente por
Departamento de Geografia


                            “[...] instrumentos de cooperação entre governos municipais localizados em
                            uma determinada microrregião ou região, [...] com o intuito de resolver
                            problemas e implementar ações de interesse comum, por meio da articulação
                            e racionalização dos recursos de cada esfera de poder [...] pertencentes a
                            mesma natureza jurídica ou mesma esfera de governo, isto é, municípios
                            com município...” [9].

       Na forma de associações ou pactos, os consórcios intermunicipais viabilizam o
planejamento local e regional, auxiliando na organização de planos, avaliações e controles.
Almejam a superação de problemas locais, possibilitando ganhos de escala de produção,
racionalizando o uso de recursos financeiros, humanos e tecnológicos, promovendo a
modernização administrativa [9].

Conclusão parcial
         A guisa de conclusão, não se pode afirmar que tais projetos apresentam
essencialmente repercussões benéficas em diversos aspectos. Podemos apenas evidenciar que
transformações intensas ocorrerão, e que nelas a falha na gestão de tais processos é a que
talvez acarrete nos maiores danos à população e ao território.
         O CONLESTE apresenta-se como uma alteração substancial e inovadora da política
pública estadual, o que nos leva discutir o planejamento e a gestão pública dos municípios
consorciados, visto que sugere uma ressignificação dos espaços político-administrativos do
território do Rio de Janeiro, por meio do papel exercido pelo poder público em suas instâncias
e a participação das comunidades diretamente afetadas.

Referências
1 - SANTOS, Milton. Prefácio. In PIQUET, Rosélia. Cidade-Empresa: presença na
paisagem urbana brasileira. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Ed. 1998.
2 - PIQUET, Rosélia. A resposta brasileira à crise. In Reestruturação do espaço regional e
urbano no Brasil, Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ, 1993.
3 - BENKO, Georges. Indústria de alta tecnologia e desenvolvimento regional: a lógica da
localização. In Economia, espaço e globalização na aurora do século XXI. 3ª ed. São
Paulo: Hucitec, 2002.
4 - 3º Simpósio Nacional de Geografia Urbana, 1995, Rio de Janeiro, BECKER, K. B.
Logística: uma nova racionalidade no ordenamento do território? in Anais do 3º Simpósio
Nacional de Geografia Urbana, Rio de Janeiro, UFRJ/AGB, 13 a 17 de setembro de 1993, p.
55-58.       Disponível        em        http://www.direitonet.com.br/textos/x/56/77/567/DN_
os_consorcios_intermunicipais_para_a_gestao_associada_de_servicos_publicos.doc
Acesso em 12 de agosto de 2008.
5 - GOVERNO DO RIO DE JANEIRO. Arco Metropolitano do Rio de Janeiro. Apresentação
(agosto                  de               2007).                 Disponível               em
http://www.amchamrio.com.br/dowload/palestras/2007/22_08_07_arco_pezao.pdf
Acesso em 1 de abril de 2008.
6 - SILVA, Gerardo. Logística e Território: implicações para as políticas públicas de
desenvolvimento. In MONIÉ, Fréderic & SILVA, Gerardo (Orgs.). A mobilização produtiva
dos territórios: instituições e logística do desenvolvimento local. Rio de Janeiro: DP&A,
2003.
7 - CORÒ, Giancarlo. Logística, economia global e desafios para o Made in Italy. In:
MONIÉ, Fréderic & SILVA, Gerardo (Orgs.). A mobilização produtiva dos territórios:
instituições e logística do desenvolvimento local. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
8 - VALOR ECONÔMICO. Captação de água é um dos desafios do projeto. Rio de Janeiro,
16 de abril de 2007.
Departamento de Geografia


9 - CRUZ, Maria do Carmo Meirelles Toledo. Consórcios Intermunicipais: uma alternativa de
integração regional ascendente. In CASSIA-BAVA, Silvio; PAULICS, Veronika; SPINK,
Peter (Orgs.). Novos Contornos da Gestão Local: Conceitos em Construção. São Paulo:
Polis; Programa Gestão Pública e Cidadania/FGV-EAESP, 2002. 197-243p.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Programa de governo de Geraldo
Programa de governo de GeraldoPrograma de governo de Geraldo
Programa de governo de GeraldoMarcela Balbino
 
RIO GRANDE DO SUL INFRAESTRUTURA-ANÁLISE VEJA 2011-2017
RIO GRANDE DO SUL INFRAESTRUTURA-ANÁLISE VEJA 2011-2017RIO GRANDE DO SUL INFRAESTRUTURA-ANÁLISE VEJA 2011-2017
RIO GRANDE DO SUL INFRAESTRUTURA-ANÁLISE VEJA 2011-2017PLANORS
 
Passo fundo e mossoró
Passo fundo e mossoróPasso fundo e mossoró
Passo fundo e mossoróEsdras Alex
 
Minuta projeto lei operacao urbana vila sonia
Minuta projeto lei operacao urbana vila soniaMinuta projeto lei operacao urbana vila sonia
Minuta projeto lei operacao urbana vila soniapelacidadeviva
 
Reginaldo enem geo 2013 (2)
Reginaldo   enem geo 2013 (2)Reginaldo   enem geo 2013 (2)
Reginaldo enem geo 2013 (2)Ligia Amaral
 
Visão Geopolítica da Região Centro-Oeste Abordagem Teórica com Foco nas Potên...
Visão Geopolítica da Região Centro-Oeste Abordagem Teórica com Foco nas Potên...Visão Geopolítica da Região Centro-Oeste Abordagem Teórica com Foco nas Potên...
Visão Geopolítica da Região Centro-Oeste Abordagem Teórica com Foco nas Potên...LSANDIM
 
Apresentação na Câmara de Vereadores
Apresentação na Câmara de VereadoresApresentação na Câmara de Vereadores
Apresentação na Câmara de VereadoresJose_Sergio_Gabrielli
 
Apresentação Ordenamento Territorial
Apresentação Ordenamento TerritorialApresentação Ordenamento Territorial
Apresentação Ordenamento TerritorialPDDI RMVA
 
Operação Urbana Vila Sônia, SEMPLA 2007
Operação Urbana Vila Sônia, SEMPLA 2007Operação Urbana Vila Sônia, SEMPLA 2007
Operação Urbana Vila Sônia, SEMPLA 2007pelacidadeviva
 
Parecer ibama 01 02-2012[1] porto sul - ilhéus - bahia
Parecer ibama 01 02-2012[1] porto sul - ilhéus - bahiaParecer ibama 01 02-2012[1] porto sul - ilhéus - bahia
Parecer ibama 01 02-2012[1] porto sul - ilhéus - bahiaPaulo Sérgio Paiva
 

Mais procurados (13)

Tc 02
Tc 02Tc 02
Tc 02
 
Ponência: Logística e Território no Brasil – os complexos portuários do Norte...
Ponência: Logística e Território no Brasil – os complexos portuários do Norte...Ponência: Logística e Território no Brasil – os complexos portuários do Norte...
Ponência: Logística e Território no Brasil – os complexos portuários do Norte...
 
Programa de governo de Geraldo
Programa de governo de GeraldoPrograma de governo de Geraldo
Programa de governo de Geraldo
 
RIO GRANDE DO SUL INFRAESTRUTURA-ANÁLISE VEJA 2011-2017
RIO GRANDE DO SUL INFRAESTRUTURA-ANÁLISE VEJA 2011-2017RIO GRANDE DO SUL INFRAESTRUTURA-ANÁLISE VEJA 2011-2017
RIO GRANDE DO SUL INFRAESTRUTURA-ANÁLISE VEJA 2011-2017
 
PDM opinião Clc 6
PDM opinião Clc 6PDM opinião Clc 6
PDM opinião Clc 6
 
Passo fundo e mossoró
Passo fundo e mossoróPasso fundo e mossoró
Passo fundo e mossoró
 
Minuta projeto lei operacao urbana vila sonia
Minuta projeto lei operacao urbana vila soniaMinuta projeto lei operacao urbana vila sonia
Minuta projeto lei operacao urbana vila sonia
 
Reginaldo enem geo 2013 (2)
Reginaldo   enem geo 2013 (2)Reginaldo   enem geo 2013 (2)
Reginaldo enem geo 2013 (2)
 
Visão Geopolítica da Região Centro-Oeste Abordagem Teórica com Foco nas Potên...
Visão Geopolítica da Região Centro-Oeste Abordagem Teórica com Foco nas Potên...Visão Geopolítica da Região Centro-Oeste Abordagem Teórica com Foco nas Potên...
Visão Geopolítica da Região Centro-Oeste Abordagem Teórica com Foco nas Potên...
 
Apresentação na Câmara de Vereadores
Apresentação na Câmara de VereadoresApresentação na Câmara de Vereadores
Apresentação na Câmara de Vereadores
 
Apresentação Ordenamento Territorial
Apresentação Ordenamento TerritorialApresentação Ordenamento Territorial
Apresentação Ordenamento Territorial
 
Operação Urbana Vila Sônia, SEMPLA 2007
Operação Urbana Vila Sônia, SEMPLA 2007Operação Urbana Vila Sônia, SEMPLA 2007
Operação Urbana Vila Sônia, SEMPLA 2007
 
Parecer ibama 01 02-2012[1] porto sul - ilhéus - bahia
Parecer ibama 01 02-2012[1] porto sul - ilhéus - bahiaParecer ibama 01 02-2012[1] porto sul - ilhéus - bahia
Parecer ibama 01 02-2012[1] porto sul - ilhéus - bahia
 

Destaque (20)

titulo como se gestó el atraso andaluz
titulo como se gestó el atraso andaluz titulo como se gestó el atraso andaluz
titulo como se gestó el atraso andaluz
 
karla CV
karla CVkarla CV
karla CV
 
Relatório de Divulgação de Resultados 1T13
Relatório de Divulgação de Resultados 1T13Relatório de Divulgação de Resultados 1T13
Relatório de Divulgação de Resultados 1T13
 
A artedamassagem apostila completa
A artedamassagem apostila completa A artedamassagem apostila completa
A artedamassagem apostila completa
 
Manual
ManualManual
Manual
 
Cristina Norton
Cristina NortonCristina Norton
Cristina Norton
 
Manual
ManualManual
Manual
 
Producto
ProductoProducto
Producto
 
A donde nos conducen los enemigos de la humanidad !
A donde nos conducen los enemigos de la humanidad !A donde nos conducen los enemigos de la humanidad !
A donde nos conducen los enemigos de la humanidad !
 
Celulares 2014
Celulares 2014Celulares 2014
Celulares 2014
 
A2 alto guadiato
A2 alto guadiatoA2 alto guadiato
A2 alto guadiato
 
Punto de vista cambio de enseñanza
Punto de vista cambio de enseñanzaPunto de vista cambio de enseñanza
Punto de vista cambio de enseñanza
 
2 num naturais-proj
2 num naturais-proj2 num naturais-proj
2 num naturais-proj
 
A origem-da-tragedia NIETZSCHE
A origem-da-tragedia NIETZSCHEA origem-da-tragedia NIETZSCHE
A origem-da-tragedia NIETZSCHE
 
Dia 2 trabajo 1
Dia 2 trabajo 1Dia 2 trabajo 1
Dia 2 trabajo 1
 
Accidente de trabajo
Accidente de trabajoAccidente de trabajo
Accidente de trabajo
 
Silvia mulero
Silvia muleroSilvia mulero
Silvia mulero
 
Los autores de la generacion del 27
Los autores de la generacion del 27Los autores de la generacion del 27
Los autores de la generacion del 27
 
Frases de Jorge Luis Borges
Frases de Jorge Luis BorgesFrases de Jorge Luis Borges
Frases de Jorge Luis Borges
 
Software libre
Software libreSoftware libre
Software libre
 

Semelhante a Conleste

Texto_Jornal do Brasil_Projetos para Copa abrem abismo social e podem levar à...
Texto_Jornal do Brasil_Projetos para Copa abrem abismo social e podem levar à...Texto_Jornal do Brasil_Projetos para Copa abrem abismo social e podem levar à...
Texto_Jornal do Brasil_Projetos para Copa abrem abismo social e podem levar à...Adriana Melo
 
Pacote de infraestrutura do governo dilma roussef é mais um factóide para eng...
Pacote de infraestrutura do governo dilma roussef é mais um factóide para eng...Pacote de infraestrutura do governo dilma roussef é mais um factóide para eng...
Pacote de infraestrutura do governo dilma roussef é mais um factóide para eng...Fernando Alcoforado
 
Infraestrutura brasileira - Construções Modernas Brasileiras - Engenharia Civ...
Infraestrutura brasileira - Construções Modernas Brasileiras - Engenharia Civ...Infraestrutura brasileira - Construções Modernas Brasileiras - Engenharia Civ...
Infraestrutura brasileira - Construções Modernas Brasileiras - Engenharia Civ...Rafael Romani
 
"O Nó da Mobilidade Urbana"
"O Nó da Mobilidade Urbana""O Nó da Mobilidade Urbana"
"O Nó da Mobilidade Urbana"Severinos
 
Bndes dimensionamento do potencial de investimento para o setor portuário p
Bndes dimensionamento do potencial de investimento para o setor portuário pBndes dimensionamento do potencial de investimento para o setor portuário p
Bndes dimensionamento do potencial de investimento para o setor portuário pIsis Perdigão
 
Desenvolvimento economico e o transporte
Desenvolvimento economico e o transporteDesenvolvimento economico e o transporte
Desenvolvimento economico e o transporteFernando Maywald
 
Relatório de Infraestrutura da Bahia - Novembro/2011
Relatório de Infraestrutura da Bahia - Novembro/2011Relatório de Infraestrutura da Bahia - Novembro/2011
Relatório de Infraestrutura da Bahia - Novembro/2011Sistema FIEB
 
Cadastro e ordenamento do território
Cadastro e ordenamento do territórioCadastro e ordenamento do território
Cadastro e ordenamento do territórioMiguel Ferreira
 
Relatório de Infraestrutura - Março - 2012
Relatório de Infraestrutura - Março - 2012Relatório de Infraestrutura - Março - 2012
Relatório de Infraestrutura - Março - 2012Sistema FIEB
 
Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Junho 2012
Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Junho 2012Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Junho 2012
Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Junho 2012Sistema FIEB
 
Estudo Trata Brasil: Dois Anos de Acompanhamento do PAC Saneamento
Estudo Trata Brasil: Dois Anos de Acompanhamento do PAC Saneamento Estudo Trata Brasil: Dois Anos de Acompanhamento do PAC Saneamento
Estudo Trata Brasil: Dois Anos de Acompanhamento do PAC Saneamento Instituto Trata Brasil
 
Cartilha licenciamento jazidas_final
Cartilha licenciamento jazidas_finalCartilha licenciamento jazidas_final
Cartilha licenciamento jazidas_finalRobeleno Marcio
 
Documento encaminhado pela ACIRS aos candidatos à Prefeito
Documento encaminhado pela ACIRS aos candidatos à PrefeitoDocumento encaminhado pela ACIRS aos candidatos à Prefeito
Documento encaminhado pela ACIRS aos candidatos à Prefeitoaldosiebert
 
Proposta aos candidatos a prefeito de Rio do Sul
Proposta aos candidatos a prefeito de Rio do SulProposta aos candidatos a prefeito de Rio do Sul
Proposta aos candidatos a prefeito de Rio do Sulaldosiebert
 
Planurb 3 - Operação Urbana - Lapa/Brás
Planurb 3 - Operação Urbana - Lapa/BrásPlanurb 3 - Operação Urbana - Lapa/Brás
Planurb 3 - Operação Urbana - Lapa/BrásCarlos Elson Cunha
 
Impactos soc e amb a partir do fechamento do amjg jussara
Impactos soc e amb a partir do fechamento do amjg   jussaraImpactos soc e amb a partir do fechamento do amjg   jussara
Impactos soc e amb a partir do fechamento do amjg jussarajussaon
 

Semelhante a Conleste (20)

Texto_Jornal do Brasil_Projetos para Copa abrem abismo social e podem levar à...
Texto_Jornal do Brasil_Projetos para Copa abrem abismo social e podem levar à...Texto_Jornal do Brasil_Projetos para Copa abrem abismo social e podem levar à...
Texto_Jornal do Brasil_Projetos para Copa abrem abismo social e podem levar à...
 
Pacote de infraestrutura do governo dilma roussef é mais um factóide para eng...
Pacote de infraestrutura do governo dilma roussef é mais um factóide para eng...Pacote de infraestrutura do governo dilma roussef é mais um factóide para eng...
Pacote de infraestrutura do governo dilma roussef é mais um factóide para eng...
 
Parecer conjunto amb_eng
Parecer conjunto amb_engParecer conjunto amb_eng
Parecer conjunto amb_eng
 
Infraestrutura brasileira - Construções Modernas Brasileiras - Engenharia Civ...
Infraestrutura brasileira - Construções Modernas Brasileiras - Engenharia Civ...Infraestrutura brasileira - Construções Modernas Brasileiras - Engenharia Civ...
Infraestrutura brasileira - Construções Modernas Brasileiras - Engenharia Civ...
 
"O Nó da Mobilidade Urbana"
"O Nó da Mobilidade Urbana""O Nó da Mobilidade Urbana"
"O Nó da Mobilidade Urbana"
 
Bndes dimensionamento do potencial de investimento para o setor portuário p
Bndes dimensionamento do potencial de investimento para o setor portuário pBndes dimensionamento do potencial de investimento para o setor portuário p
Bndes dimensionamento do potencial de investimento para o setor portuário p
 
Desenvolvimento economico e o transporte
Desenvolvimento economico e o transporteDesenvolvimento economico e o transporte
Desenvolvimento economico e o transporte
 
Relatório de Infraestrutura da Bahia - Novembro/2011
Relatório de Infraestrutura da Bahia - Novembro/2011Relatório de Infraestrutura da Bahia - Novembro/2011
Relatório de Infraestrutura da Bahia - Novembro/2011
 
Cadastro e ordenamento do território
Cadastro e ordenamento do territórioCadastro e ordenamento do território
Cadastro e ordenamento do território
 
Relatório de Infraestrutura - Março - 2012
Relatório de Infraestrutura - Março - 2012Relatório de Infraestrutura - Março - 2012
Relatório de Infraestrutura - Março - 2012
 
Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Junho 2012
Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Junho 2012Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Junho 2012
Relatório de Infraestrutura do Estado da Bahia - Junho 2012
 
Estudo Trata Brasil: Dois Anos de Acompanhamento do PAC Saneamento
Estudo Trata Brasil: Dois Anos de Acompanhamento do PAC Saneamento Estudo Trata Brasil: Dois Anos de Acompanhamento do PAC Saneamento
Estudo Trata Brasil: Dois Anos de Acompanhamento do PAC Saneamento
 
Cartilha licenciamento jazidas_final
Cartilha licenciamento jazidas_finalCartilha licenciamento jazidas_final
Cartilha licenciamento jazidas_final
 
Megaeventos e Expansão do Capital na Metrópole
Megaeventos e Expansão do Capital na MetrópoleMegaeventos e Expansão do Capital na Metrópole
Megaeventos e Expansão do Capital na Metrópole
 
Documento encaminhado pela ACIRS aos candidatos à Prefeito
Documento encaminhado pela ACIRS aos candidatos à PrefeitoDocumento encaminhado pela ACIRS aos candidatos à Prefeito
Documento encaminhado pela ACIRS aos candidatos à Prefeito
 
Proposta aos candidatos a prefeito de Rio do Sul
Proposta aos candidatos a prefeito de Rio do SulProposta aos candidatos a prefeito de Rio do Sul
Proposta aos candidatos a prefeito de Rio do Sul
 
Ofício e nota técnica mma pnrs -
Ofício e nota técnica   mma pnrs -Ofício e nota técnica   mma pnrs -
Ofício e nota técnica mma pnrs -
 
Opinião 24 dez 2
Opinião 24 dez 2Opinião 24 dez 2
Opinião 24 dez 2
 
Planurb 3 - Operação Urbana - Lapa/Brás
Planurb 3 - Operação Urbana - Lapa/BrásPlanurb 3 - Operação Urbana - Lapa/Brás
Planurb 3 - Operação Urbana - Lapa/Brás
 
Impactos soc e amb a partir do fechamento do amjg jussara
Impactos soc e amb a partir do fechamento do amjg   jussaraImpactos soc e amb a partir do fechamento do amjg   jussara
Impactos soc e amb a partir do fechamento do amjg jussara
 

Mais de inetep

Validação de sistemas computadorizados
Validação de sistemas computadorizadosValidação de sistemas computadorizados
Validação de sistemas computadorizadosinetep
 
Descbanco
DescbancoDescbanco
Descbancoinetep
 
Conheça os módulos sap , sap - hb brasil
Conheça   os módulos sap , sap - hb brasilConheça   os módulos sap , sap - hb brasil
Conheça os módulos sap , sap - hb brasilinetep
 
tratamento tributario micro e pequena empresa
tratamento tributario micro e pequena empresatratamento tributario micro e pequena empresa
tratamento tributario micro e pequena empresainetep
 
Apostila sistema de informação
Apostila sistema de informaçãoApostila sistema de informação
Apostila sistema de informaçãoinetep
 
Exercício modelagem de uma biblioteca v2
Exercício modelagem de uma biblioteca   v2Exercício modelagem de uma biblioteca   v2
Exercício modelagem de uma biblioteca v2inetep
 

Mais de inetep (6)

Validação de sistemas computadorizados
Validação de sistemas computadorizadosValidação de sistemas computadorizados
Validação de sistemas computadorizados
 
Descbanco
DescbancoDescbanco
Descbanco
 
Conheça os módulos sap , sap - hb brasil
Conheça   os módulos sap , sap - hb brasilConheça   os módulos sap , sap - hb brasil
Conheça os módulos sap , sap - hb brasil
 
tratamento tributario micro e pequena empresa
tratamento tributario micro e pequena empresatratamento tributario micro e pequena empresa
tratamento tributario micro e pequena empresa
 
Apostila sistema de informação
Apostila sistema de informaçãoApostila sistema de informação
Apostila sistema de informação
 
Exercício modelagem de uma biblioteca v2
Exercício modelagem de uma biblioteca   v2Exercício modelagem de uma biblioteca   v2
Exercício modelagem de uma biblioteca v2
 

Conleste

  • 1. Departamento de Geografia CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DO LESTE FLUMINENSE (CONLESTE): ORGANISMO DE GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E COOPERAÇÃO REGIONAL NO TERRITÓRIO FLUMINENSE Priscila Freire Caetano1 Orientador: Prof. Dr. Augusto César Pinheiro da Silva Introdução A presente pesquisa trata-se da investigação de transformações socioespaciais e das alterações na dinâmica territorial fluminense proveniente da implantação do COMPERJ. O empreendimento trará implicações sociais e ambientais, que produzirão tanto modificações na dinâmica territorial local quanto na região Leste do estado do Rio de Janeiro. Nosso projeto abordará a formação do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, um investimento em infraestrutura associado às necessidades logísticas. No âmbito político, o Consórcio Intermunicipal do Leste Fluminense (CONLESTE) apresenta-se como uma alteração substancial e inovadora, que nos leva discutir o planejamento e a gestão de políticas públicas dos municípios consorciados, visto que sugere uma ressignificação dos espaços político- administrativos do estado do Rio de Janeiro. Assim, considera-se nesse estudo a importância de determinados empreendimentos industriais e logísticos nas mudanças significativas no espaço geográfico fluminense, que redefiniram o papel da região Metropolitana da cidade do Rio de Janeiro no conjunto regional do estado. Objetivo A pesquisa tem como finalidades: 1) o entendimento de novas configurações políticas no território fluminense que propiciam o exercício da democracia participativa; 2) a apresentação do Complexo Petroquímico (COMPERJ) e do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, empreendimentos que vêm promovendo políticas públicas conjuntas e que constituíram os primeiros rumos balizadores da atual pesquisa; 3) o apontamento da trajetória da autonomia municipal diante da descentralização política brasileira; 4) o entendimento do que vem a ser, politicamente, um consórcio intermunicipal e os seus fundamentos legais e fatores de sucesso; 5) a discussão dos conceitos de planejamento e gestão do território, tendo os municípios reunidos no CONLESTE como exemplo de mecanismo e ferramenta para a gerência de políticas públicas, interesse e participação da população; 6) a discussão dos conceitos de território e região. Justificativa Empreendimentos industriais por vezes interferem no cotidiano da população, principalmente no que tange a qualidade de vida, pois segundo SANTOS [1, p.viii], “quando as empresas planejam a si mesmas, planejam também os lugares em que se instalam e ajudaram a desenvolver. Esse planejamento é, ao mesmo tempo, urbanístico, econômico e social, uma presença pesada que se revela também na vida política”. Projetos da magnitude do COMPERJ são capazes de construir uma nova realidade, redefinindo a região sob a sua influência, ligando o local ao nacional e internacional, rompendo o quadro regional que o antecedeu, no intuito de torná-lo, cada vez mais, funcional à economia mundializada [2, 1 Graduanda do 10º período do curso de Geografia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. E-mail: priscilageografia@yahoo.com.br
  • 2. Departamento de Geografia 1993]. A expressão “planejamento privado” aqui também se aplica, visto que tanto empresas públicas como privadas “tendem a obedecer a lógicas internas do respectivo processo econômico” [1, p. vii]. O espaço em questão torna-se um ‘meio’ inovador, que agrega relações estabelecidas entre o empreendimento, a mão de obra, a infraestrutura e o seu contexto geográfico [3]. Diante desse quadro, a logística e as políticas públicas estão intimamente relacionadas, visto que “a logística é capaz de explicar a simultaneidade da desordem/ordem, da globalização/fragmentação, e de fornecer pistas para a compreensão e a gestão do território” [4, p.55]. A particularidade da intervenção do COMPERJ sobre o espaço geográfico está no fato dele estar sendo realizado em um momento em que o Rio de Janeiro se consolida com uma unidade federativa de horizontalidade petrolífera (no que diz respeito à atividade e sua cadeia produtiva, já que o estado agrega as suas diversas fases: a de extração, do refino e da produção de bens de consumo), gerando necessidades urbanísticas e enclaves políticos, para as administrações públicas que passam a agir em conjunto e em rede. Metodologia Como procedimentos metodológicos vêm sendo realizadas consultas associadas ao tema, como sites oficiais e do setor petroquímico. Quanto à base teórico-metodológica, vem sendo realizadas revisões bibliográficas acerca dos conceitos e noções de consórcio, planejamento territorial, gestão do território, logística, território, região, cidadania, autonomia democrática e participação política. O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro - COMPERJ Figura 1: A cidade de Itaboraí e localização do COMPERJ FONTE: http://www.itaborai.rj.gov.br/cidade/localizacao.php (adaptado) Após quase duas décadas de participação reduzida em indústrias de 1ª geração no setor petroquímico, que antes ficava ao encargo de iniciativas privadas, a Petrobras pretende aumentar a capacidade brasileira de refinar petróleo pesado, reduzir a importação de derivados como a nafta e os produtos petroquímicos ao gerar produtos de 2ª geração para os mercados interno e externo. O estabelecimento do COMPERJ permitirá à Petrobras utilizar petróleo pesado no território nacional que, anteriormente, era exportado, dando-lhe maior valor agregado e reduzindo o número de importações de petroquímicos (uma economia de US$ 2 bilhões por ano). Tal ação se dará através da matéria-prima disponível em abundância
  • 3. Departamento de Geografia no campo de Marlim, na Bacia de Campos, ao invés da nafta (escasso no mundo e também no Brasil) ou gás natural (ainda insuficiente para atender até mesmo outras demandas). Fruto do investimento de US$ 8,38 bilhões, o COMPERJ será implantado um terreno de 45 quilômetros quadrados, ao norte do município de Itaboraí (RJ), nos limites com os municípios de Cachoeiras de Macacu e Guapimirim. A área em questão situa-se entre os rios Macacu e Caceribu, nos distritos de Porto das Caixas e Sabaetiba (Figura 1). O município de Itaboraí foi escolhido dentre as alternativas locacionais, como sendo o mais viável por sua proximidade a Bacia de Campos que, por sua vez, fornecerá a matéria prima, sua disponibilidade de infraestrutura adequada (terminais portuários, malha rodoviária e ferroviária), além de ser de fácil acesso ao mercado regional (São Paulo e Minas Gerais). Nesse sentido, Itaboraí mostrou-se a opção que viabiliza projeto de futuras expansões e menor custo em investimentos. O empreendimento que processará cerca de 150 mil barris/dia de óleo pesado se dividirá na Unidade de Petroquímicos Básicos, transformando o petróleo em produtos de 1ª geração (eteno, propeno, benzeno e paraxileno) e na Unidade de Petroquímicos Associados, que transformarão estes em produtos de 2ª geração, materiais plásticos como polietileno, polipropileno e PET (Figura 2). Figura 2: Produção do COMPERJ FONTE: http://www.acrj.org.br/IMG/pdf/doc-282.pdf O projeto ainda contará com indústrias de 3ª geração nos municípios vizinhos que estão ao longo do Arco Metropolitano, que liga Itaboraí ao porto de Itaguaí (RJ). Esse investimento inicia uma nova fase de relação política entre o Estado do Rio de Janeiro e o governo Federal, o que possibilitará mudanças socioespaciais expressivas no território fluminense. A localização propicia sinergias com a Refinaria de Duque de Caxias (REDUC), a Petroquímica Rio Polímeros e com o CENPES (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Americo Miguez de Mello), onde foi desenvolvida a técnica a ser utilizada na produção (Figura 3).
  • 4. Departamento de Geografia Figura 3: Arco Metropolitano FONTE: http://www.amchamrio.com.br/dowload/palestras/2007/22_08_07_arco_pezao.pdf (adaptado) Logística em infraestrutura de transporte – O Arco Metropolitano do Rio de Janeiro. Obras de infraestrutura que alterarão a logística metropolitana estão previstas. A principal delas é o Arco Metropolitano, que está orçado em R$ 1,4 bilhão (Figura 3), é o eixo que pretende tornar o fluxo de mercadorias mais eficiente, escapando do tráfego da Ponte Rio/Niterói e da Avenida Brasil, ligando Itaboraí ao Terminal Marítimo de Itaguaí. O Arco perpassará pelos municípios de Itaboraí, Guapimirim, Magé, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri, Seropédica e Itaguaí, alterando o espaço geográfico onde vivem cerca de 2,2 milhões de habitantes [5]. Ao longo de sua área de influência estarão diversos empreendimentos, como o da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) em Santa Cruz, o da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em Itaguaí, o Pólo Gás-Químico em Duque de Caxias, e o da PLANGÁS em Maricá, todos no estado do Rio de Janeiro. Dentre as funcionalidades do Arco Metropolitano está a ampliação da acessibilidade aos portos de Itaguaí e do Rio de Janeiro, a conexão de rodovias federais por ele atravessadas (BR-040, BR-116, BR-465 e BR-101) podendo atender também ao tráfego de longa distância oriundo das regiões Sul/Sudeste em direção às regiões Norte/Nordeste do país, além de aliviar o tráfego de veículos comerciais da Avenida Brasil, Ponte Rio-Niterói e BR-101 (entre Manilha e Ponte). Isso reduzirá os tempos de viagem e, consequentemente, os custos de transporte. O Arco Metropolitano está imediatamente atrelado a investimentos em infraestrutura de transporte, considerado um dos maiores “gargalos” para o aumento das atividades econômicas, juntamente com o fornecimento de energia, de acordo com os aspectos priorizados pelo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Porém, o Arco não se trata apenas de uma via para melhor eficiência em transporte, será também um dos vetores que engendrará novas relações políticas entre as prefeituras dos municípios pelos quais perpassará. Esse meio de intensas transformações socioespaciais se deve ao fato de que o planejamento das infraestruturas e das outras “externalidades” que completam os sistemas de circulação e comunicação passa a ocupar o lugar antigamente reservado aos complexos industriais como indutores do crescimento. Estradas, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos, que antes representavam apenas uma extensão dos agenciamentos industriais, agora são elementos catalisadores dos novos arranjos produtivos. Ao sair da fábrica a logística se vincula ao território e, através dele às políticas públicas de desenvolvimento [6, p. 84].
  • 5. Departamento de Geografia Considerando logística não apenas como um “corredor” que conecta a baixo custo um sistema estático de locais de produção e consumo, mas sim uma base tecnológica que possibilita novas redes sociais, produtivas e geográficas [7], o Arco Metropolitano será o indutor de novas associações entre os municípios que terão que trabalhar conjuntamente para o bom funcionamento da gestão realizada. O Consórcio Intermunicipal do Leste Fluminense – CONLESTE O anúncio de instalação do COMPERJ promoveu mudanças no que se refere às ações políticas entre as prefeituras de municípios da região. Criado em janeiro de 2007, o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento do Leste Fluminense (CONLESTE) composto por 11 municípios (Rio Bonito, Maricá, Itaboraí, Magé, Niterói, São Gonçalo, Tanguá, Silva Jardim, Cachoeiras de Macacu, Guapimirim e Casimiro de Abreu) tem buscado discutir e planejar políticas conjuntas, definidas em 13 projetos prioritários, que incluem temas como saneamento, saúde, habitação, água, lixo, zoneamento urbano e transporte [8]. Formado em 2006, esse consórcio se constitui em uma nova conformação política para a região através de uma organização intermunicipal, originada a partir da iniciativa das onze prefeituras da Área de Abrangência Regional – AAR (Figura 4), que inclui municípios não metropolitanos como Cachoeiras de Macacu, pertencente à Região Serrana, além de Casimiro de Abreu e Silva Jardim, da Região das Baixadas Litorâneas. Figura 4: Área de influência direta do empreendimento (CONLESTE) FONTE: http://www.amchamrio.com.br/download/palestras/2007/09_07_07_comperj_elvio _gaspar.pdf A busca por parceria tem se mostrado vantajosa na solução de problemas que exigem ações conjuntas, desde as de caráter pontual quanto a de programas de intensa e longa influência sobre as políticas públicas dos municípios consorciados. As possibilidades de atuação consorciada estão na oferta de serviços públicos de baixo custo de produção/distribuição (em saúde pública, saneamento básico e obras de interesse mútuo), na gerência de recursos hídricos de bacias hidrográficas e na iniciativa de promoção do desenvolvimento econômico regional por meio de atração de investimentos na produção agrícola, industrial e de serviços, ou na potencialização de atividades pouco exploradas regionalmente como o turismo. Consórcios intermunicipais constituem-se essencialmente por
  • 6. Departamento de Geografia “[...] instrumentos de cooperação entre governos municipais localizados em uma determinada microrregião ou região, [...] com o intuito de resolver problemas e implementar ações de interesse comum, por meio da articulação e racionalização dos recursos de cada esfera de poder [...] pertencentes a mesma natureza jurídica ou mesma esfera de governo, isto é, municípios com município...” [9]. Na forma de associações ou pactos, os consórcios intermunicipais viabilizam o planejamento local e regional, auxiliando na organização de planos, avaliações e controles. Almejam a superação de problemas locais, possibilitando ganhos de escala de produção, racionalizando o uso de recursos financeiros, humanos e tecnológicos, promovendo a modernização administrativa [9]. Conclusão parcial A guisa de conclusão, não se pode afirmar que tais projetos apresentam essencialmente repercussões benéficas em diversos aspectos. Podemos apenas evidenciar que transformações intensas ocorrerão, e que nelas a falha na gestão de tais processos é a que talvez acarrete nos maiores danos à população e ao território. O CONLESTE apresenta-se como uma alteração substancial e inovadora da política pública estadual, o que nos leva discutir o planejamento e a gestão pública dos municípios consorciados, visto que sugere uma ressignificação dos espaços político-administrativos do território do Rio de Janeiro, por meio do papel exercido pelo poder público em suas instâncias e a participação das comunidades diretamente afetadas. Referências 1 - SANTOS, Milton. Prefácio. In PIQUET, Rosélia. Cidade-Empresa: presença na paisagem urbana brasileira. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Ed. 1998. 2 - PIQUET, Rosélia. A resposta brasileira à crise. In Reestruturação do espaço regional e urbano no Brasil, Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ, 1993. 3 - BENKO, Georges. Indústria de alta tecnologia e desenvolvimento regional: a lógica da localização. In Economia, espaço e globalização na aurora do século XXI. 3ª ed. São Paulo: Hucitec, 2002. 4 - 3º Simpósio Nacional de Geografia Urbana, 1995, Rio de Janeiro, BECKER, K. B. Logística: uma nova racionalidade no ordenamento do território? in Anais do 3º Simpósio Nacional de Geografia Urbana, Rio de Janeiro, UFRJ/AGB, 13 a 17 de setembro de 1993, p. 55-58. Disponível em http://www.direitonet.com.br/textos/x/56/77/567/DN_ os_consorcios_intermunicipais_para_a_gestao_associada_de_servicos_publicos.doc Acesso em 12 de agosto de 2008. 5 - GOVERNO DO RIO DE JANEIRO. Arco Metropolitano do Rio de Janeiro. Apresentação (agosto de 2007). Disponível em http://www.amchamrio.com.br/dowload/palestras/2007/22_08_07_arco_pezao.pdf Acesso em 1 de abril de 2008. 6 - SILVA, Gerardo. Logística e Território: implicações para as políticas públicas de desenvolvimento. In MONIÉ, Fréderic & SILVA, Gerardo (Orgs.). A mobilização produtiva dos territórios: instituições e logística do desenvolvimento local. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. 7 - CORÒ, Giancarlo. Logística, economia global e desafios para o Made in Italy. In: MONIÉ, Fréderic & SILVA, Gerardo (Orgs.). A mobilização produtiva dos territórios: instituições e logística do desenvolvimento local. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. 8 - VALOR ECONÔMICO. Captação de água é um dos desafios do projeto. Rio de Janeiro, 16 de abril de 2007.
  • 7. Departamento de Geografia 9 - CRUZ, Maria do Carmo Meirelles Toledo. Consórcios Intermunicipais: uma alternativa de integração regional ascendente. In CASSIA-BAVA, Silvio; PAULICS, Veronika; SPINK, Peter (Orgs.). Novos Contornos da Gestão Local: Conceitos em Construção. São Paulo: Polis; Programa Gestão Pública e Cidadania/FGV-EAESP, 2002. 197-243p.